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CASO CONCRETO 1 – MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO

Resumo dos Fatos: servidores públicos do Estado Beta, que trabalham no


período da noite, procuram o Sindicato ao qual são filiados, inconformados
por não receberem adicional noturno do Estado, que se recusa a pagar o
referido benefício em razão da inexistência de lei estadual que regulamente as
normas constitucionais que asseguram o seu pagamento. O Sindicato resolve,
então, contratar escritório de advocacia para ingressar com o adequado
remédio judicial, a fim de viabilizar o exercício em concreto, por seus filiados,
da supramencionada prerrogativa constitucional , sabendo que há a previsão
do valor de vinte por cento, a título de adicional noturno, no art. 73 da
Consolidação das Leis do Trabalho. Elabore a peça processual
correspondente.

Ação: Mandado de Injunção Coletivo – na medida em que visa à defesa dos


interesses dos seus filados na proteção do direito ao adicional noturno,
conforme o disposto no art. 5.º, LXXI, da CF/88 e na Lei n. 13.300, de 23 de
junho de 2016.

Competência: Tribunal de Justiça do Estado Beta, art. 125, § 1.º, da CF/88,


observando-se o princípio da simetria entre os entes federativos.

Legitimidade Ativa: Sindicato dos Servidores Públicos do Estado Beta, na


forma do art. 12, III, da Lei n. 13.300/2016, dispensada a autorização dos
filiados.

Legitimidade Passiva: o Governador do Estado Beta, por simetria ao que


determina a CF/88 (art. 61, § 1.º, a e d, da CF/88).

Fundamentos: O direito ao benefício de adicional noturno é concedido aos


servidores públicos que exercem atividade laboral noturna e é garantido em
razão de previsão constitucional contida no art. 7 .º, IX, e no art. 39, § 3.º,
ambos da CF/88, devendo cada ente federativo regulamentar o referido
benefício por meio de lei .

Outros requisitos formais peça: a intimação do MP para oferecer parecer.

Os pedidos: devem ser de reconhecimento da omissão e do estado de mora


legislativa, a fim de que seja concedida a ordem de injunção coletiva para: (i)
ser determinado prazo razoável para que o Governador promova a edição da
norma regulamentadora; (ii) seja suprida a omissão normativa garantindo-se a
efetividade do direito à percepção do adicional noturno no percentual de 20%
em relação à hora normal de trabalho, conforme disposições aplicáveis por
analogia, contidas no art. 73 da CLT, com eficácia para todos os servidores
estaduais no exercício de atividade laboral noturna, caso não seja suprida a
mora legislativa no prazo determinado (art. 8.º, I e II, e art. 13, ambos da Lei
n. 13.300/2016).

Valor da causa: R$ ---

RESPOSTA

EXCELENTISSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA


DO ESTADO BETA

SINDICATO DOS SERVIDORES PUBLICOS DO ESTADO BETA, pessoa


juridica de direito privado,no endereço (…),CNPJ sob nº..., com sede…, nesta cidade,
por seu advogado, conforme procuração anexa…, com escritório..., endereço que
indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento no art. 5º, LXXI da
CRFB/88 e na Lei 13.300/16, vem impetrar MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO
em face do Governo do Estado Beta, ante a ausência de regulamentação do direito
constitucional de adicional noturno, pelos motivos de fato e de direito a seguir
aduzidos.

I - DOS FATOS
Servidores públicos do Estado Beta, que trabalham no período da noite, procuram o
Sindicato ao qual são filiados, inconformados por não receberem adicional noturno do
Estado, que se recusa a pagar o referido benefício em razão da inexistência de lei
estadual que regulamente as normas constitucionais que asseguram o seu
pagamento.
O Sindicato resolve, então, impetra este remédio constitucional, a fim de viabilizar o
exercício em concreto, por seus filiados, da supramencionada prerrogativa
constitucional, sabendo que há a previsão do valor de vinte por cento, a título de
adicional noturno, no Art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho.

II – DO DIREITO
O Mandado de Injunção Coletivo ajuizado pelo Sindicato é cabível, pois visa à defesa
dos interesses dos seus filiados na proteção do direito ao adicional noturno, conforme
o disposto no Art. 5º, inciso LXXI, da CRFB/88.
O Tribunal de Justiça do Estado Beta é órgão jurisdicional competente para processar
e julgar este mandado de injunção, uma vez que a Constituição da Republica
Federativa do Brasil repartiu a competência para julgamento com base na fonte de
onde deveria ter emanado a norma faltante e procurou concentrar a competência para
processamento e julgamento do Mandado de Injunção nos Tribunais Superiores,
sendo que no plano estadual, a competência do Mandado de Injunção pode ser
definida pelas Constituições dos Estados, nos termos do Art. 125, § 1º, da CRFB/88,
observando-se o princípio da simetria entre os entes federativos.
A legitimidade ativa do impetrante, o Sindicato, está de acordo com o Art. 12, inciso III,
da Lei nº 13.300/16, dispensada a autorização dos filiados.
O Governador do Estado Beta é o legitimado passivo, haja vista que, no processo
legislativo estadual, é quem detém competência privativa para iniciar o processo
legislativo no presente caso, vez que as regras constitucionais estaduais de
competência devem observar, por simetria, o que determina a CRFB/88. No caso, o
Art. 61, § 1º, II, alínea ‘a ‘, da CRFB/88.
O direito ao benefício de adicional noturno é concedido aos servidores públicos que
exercem atividade laboral noturna e é garantido em razão de previsão constitucional
contida no Art. 7º, inciso IX, e no Art. 39, § 3º, ambos da CRFB/88, devendo cada
ente federativo regulamentar o referido benefício por meio de lei.

III - DOS PEDIDOS


Ante todo o exposto, requer-se:
a) reconhecimento da omissão e do estado de mora legislativa, a fim de que seja
concedida a ordem de injunção coletiva;
b) determinação de prazo razoável para que o Governador promova a edição da
norma regulamentadora , nos termos do Art. 8º, inciso I, da Lei nº 13.300/16;
c) suprimento da omissão normativa, garantindo-se a efetividade do direito à
percepção do adicional noturno no percentual de 20% conforme disposições contidas
no Art. 73 da CLT, nos termos do Art. 8º, inciso II, da Lei nº 13.300/16;
d) a notificação da autoridade omissa no endereço fornecido na inicial, para que
querendo, preste as informações que entender pertinentes do caso, nos termos do art.
5º, I, da Lei 13.300/16;
e) a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa
jurídica interessada nos termos do art. 5º, II, da Lei 13.300/16;
f) a condenação do Impetrado em custas processuais, por aplicação analógica da Lei
12.016/09;
g) Intimação do Representante do Ministério Público, nos termos do art. 7º da Lei
13.300/16;
i) a juntada de documentos, nos termos do art. 6º da Lei 13.300/16.

IV – DAS PROVAS
Em cumprimento ao art. 319, VI, do CPC/15, o autor pretende provar o alegado por
todos os meios de prova em direito admitidos.

V - DO VALOR DA CAUSA
Valor da causa de acordo com o art. 292 do CPC/15.

Nestes termos,
Pede deferimento.
SÃO JOÃO DE MERITI 13.03.23
GUILHERME SILVA DE AMORIM
OAB nº...

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