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Avaliação: ( X ) Unidade 1 ( ) Unidade 2 Nota

Disciplina: Processo civil IV - Execução


Professor: Paulo Vitor Souto Data: 06/10/2022
Assinatura do aluno: Moisés Joabson Santos de Siqueira

INSTRUÇÕES
1. Toda questão objetiva contém apenas uma única alternativa correta.
2. Leia atentamente toda a prova antes de iniciá-la.
3. O aluno não pode desistir de fazer a prova após tê-la recebida.

1) São títulos executivos extrajudiciais que dão margem a execução por quantia certa: (1,0)
a) a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture, ação com cotação em bolsa e o
cheque. (Alternativa correta)
b) o documento particular assinado pelo devedor.
c) o instrumento de transação referendado por mediador credenciado ou não por tribunal.
d) a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e
demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei.
e) o crédito referente às contribuições ordinárias de condomínio edilício, mas não o referente às
extraordinárias.

2) X contratou com Z, empresário, proprietário de uma casa de festas infantis, o aluguel do estabelecimento
para comemorar o aniversário de sua filha. O valor relativo ao uso do espaço foi pago antecipadamente.
Na data da festa, para surpresa de X, as portas do estabelecimento estavam trancadas, sem ninguém no
local. Com o objetivo de ser ressarcido do prejuízo, X moveu ação contra Z, em que, na fase de execução,
o juiz determinou on-line a penhora de aplicação financeira mantida pelo réu. Diante do exposto: (1,0)
a) o juiz pode determinar à instituição financeira que torne indisponíveis os valores existentes em nome
do executado, se isto tiver sido comunicado ao executado antes.
b) o juiz pode determinar de ofício a indisponibilidade dos ativos financeiros existentes no nome de Z.
c) o juiz pode determinar à instituição financeira que torne indisponíveis os valores existentes em nome
do executado, se o exequente solicitar. (Alternativa correta)
d) a lavratura de termo é necessária para que a indisponibilidade dos ativos financeiros se converta em
penhora.
e) a penhora de aplicação financeira só é cabível se o réu não tiver bens móveis no valor do quantum
exequendo.

3) De acordo com as normas processuais vigentes podemos afirmar que são exemplos de títulos executivos
judiciais: (1,0)
I. As sentenças estrangeiras homologadas pelo Superior Tribunal de Justiça.
II. As decisões homologatórias de autocomposição judicial.
III. As sentenças penais condenatórias transitadas em julgado.
IV. As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar
quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa.
A sequência correta é:

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a) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. (Alternativa correta)
b) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
c) Apenas a assertiva II está correta.
d) Apenas as assertivas I, II, III estão corretas.
e) Apenas as assertivas II e IV.

4) Considere as seguintes afirmativas sobre o tema do processo de execução no âmbito do Código de


Processo Civil. Assinale a alternativa INCORRETA (1,0).
a) O exequente tem o direito de desistir de toda a execução, não podendo, porém, desistir de apenas
alguma medida executiva. (Alternativa incorreta)
b) Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.
c) O sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional, pode promover a execução forçada
ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário.
d) O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o
executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o
procedimento.
e) e) O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quando a sentença, transitada em
julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que ensejou a execução.

5) Não é princípio processual exclusivo do processo executivo: (1,0).


a) Da patrimonialidade.
b) Duplo grau de jurisdição. (Alternativa correta)
c) Da menor onerosidade.
d) Da utilidade.
e) Do exato adimplemento.

6) Elenque, pelo menos, 4 (quatro) partes legítimas para figurar no pólo ativo de uma execução, detalhando
a razão pela qual cada uma dessas partes tem legitimidade para figurar nesta função (1,5):

No processo de execução existe a legitimidade do credor ordinário, também denominado


de originário, que é aquele previsto no caput do art. 778 do CPC, onde o legitimado ativo é o
credor a quem a lei confere título executivo, ou seja, é quem figura como credor no título executivo.
Ademais, há ainda legitimação ativa extraordinária que de modo excepcional ocorre
quando a lei autoriza terceiro a pleitear, em nome próprio, direito alheio. Outrossim, deve ser
compreendida como pressuposto processual de validade, entretanto, mediante irregularidade na
legitimação, leva à extinção sem resolução do mérito.
Outro modelo de legitimação ativa trata da legitimação sucessiva que se amolda na
possibilidade de outras pessoas, que não o credor, promoverem ou darem continuidade à execução,
por motivo de causa mortis ou inter vivos.
Pode-se falar ainda na substituição processual, no polo ativo da execução, do exequente
originário pelo cessionário dispensando a autorização ou o consentimento do devedor,
considerando regra específica aplicável ao processo de execução (art. 567, II, do CPC), que prevê
expressamente a possibilidade de prosseguimento da execução pelo cessionário, motivo pelo qual
não há falar em incidência, na execução, de regra que se aplica somente ao processo de
conhecimento no sentido da necessidade de anuência do adversário para o ingresso do cessionário
no processo (arts. 41 e 42 do CPC).

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7) Detalhe quais são os requisitos necessários para viabilizar uma execução, explicando as peculiaridades,
de modo fundamentado cada um deles. (1,5):

Para ser objeto da execução, o título executivo deve ter alguns requisitos. O título deve
executivo ser:

• CERTO: o título/documento aponta a existência de uma dívida certa (em dinheiro ou em


prestação de fazer ou não fazer). Deve ser, ao menos, identificável a prestação devida pelo
devedor. Não deve haver dúvidas, no entanto, sobre a existência da dívida;
• LÍQUIDO: é o valor da dívida, o chamado quantum debeatur, ou, ainda, podem ser os
bens objeto da obrigação. Da simples leitura do título deve ser possível saber o valor ou os
bens devidos pela obrigação;
• EXIGÍVEL: a dívida deve estar vencida, e não deve haver condição suspensiva ou termo
inicial sobre a dívida. Não pode haver nenhum obstáculo à cobrança do débito. Ainda, não
pode a dívida estar prescrita, pois a prescrição torna o débito inexigível pela via judicial.

8) Sobre a responsabilidade patrimonial elucide o caso concreto, em que um juiz, nos autos da execução de
sentença de determinado processo cível, proferiu despacho determinando que os bens dos devedores
fossem penhorados, medida esta que logrou êxito ao encontrar, no registro de imóveis duas matrículas
distintas de dois bens imóveis, sendo um apartamento residencial e outro uma vaga de garagem existente
no mesmo condomínio do apartamento encontrado. Os bens possuem valores que são capazes saldar o
pagamento do débito, bem como a adimplir as custas recolhidas pelo credor para essa fase do processo.
Ocorre que, ao ser intimado da penhora realizada nos bens, o devedor alegou que os bens penhorados
eram bens de família, sendo os únicos imóveis que possui e que se destinam para a sua moradia e da sua
própria família. Diante desse contexto, atentando-se para legislação e jurisprudência aplicáveis ao caso,
esclareça se os argumentos do devedor tem embasamento. Responda a questão de forma fundamentada
e indicando os dispositivos legais e jurisprudenciais eventualmente existentes. (2,0)

A alegação está correta para o caso do apartamento residencial, caso seja comprovado
que o mesmo reside com sua família no local, mas incorreto para o caso a vaga de garagem, como
se vê a seguir:
O principal requisito do bem imóvel considerado bem de família é que o instituidor seja
proprietário, com título devidamente registrado no serviço registral imobiliário competente e que o
prédio seja destinado à residência da família, seja ele urbano ou rural, com suas pertenças e
acessórios. Portanto, faz parte da própria essência do instituto que o prédio seja utilizado para
domicílio familiar. Permanece a exigência legal de que o instituído resida no imóvel objeto da
instituição há pelo menos dois anos.
Já a garagem não é considerada como bem de família de acordo com a Súmula 449 do
STJ que aduz “A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não
constitui bem de família para efeito de penhora.”. Além do enunciado da referida Súmula, a
jurisprudência desta Corte já decidiu que as vagas de garagem, desde que tenham matrícula e
registro próprios, como no caso em exame, são penhoráveis, independentemente de estarem
relacionadas a imóvel considerado bem de família.

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