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PROCESSO CIVIL III

LILIANA

TUTELA EXECUTIVA

Após o fim da fase de conhecimento do processo, dar-se início a fase de execução, no qual há
o fim da discussão da matéria do direito e inicia-se a execução da ação condenatória.

A execução pode ser fundada em um cumprimento de sentença, formando um título executivo


judicial ou pode ser fundada em um título executivo extrajudicial, formando um novo processo
autônomo.

A lei 11232/05 trouxe a inovação de realizar a fase de conhecimento e de execução no mesmo


processo.

A fase de conhecimento do processos é marcada pela produção de provas que fundamentem


uma sentença que reconheça o direito de fazer cumprir.

SANÇÃO EXECUTIVA

O Estado possui formas de impor a sanção executiva

Sub-rogação – o Estado substitui o devedor no cumprimento

Ex.: Penhora de bens, penhora de faturamento, de salário.

Coerção – O Estado coage o devedor a cumprir a obrigação

Ex.: Busca e apreensão, multa, inscrição negativa.

ESPÉCIES DE EXECUÇÃO

Mediata – se aperfeiçoa com a instauração de um processo, onde o executado deve ser citado.

Imediata – se realiza sem novo processo, como sequência natural da fase de conhecimento
que lhe antecede.

Específica – busca a satisfação da pretensão do autor como título executivo

Cumprimento provisório – fundamenta-se em decisão judicial que não transitou em julgado


Cumprimento definitivo – fundamenta-se na execução da sentença definitiva.
FRANCISCO

Daniel amorim assunção neves

Princípios do processo civil aplicado ao processo de execução (nulla executio sine titulo)

Princípio da não execução na ausência de título

Para que uma execução possa ter vida, é necessário que exista um título executivo seja ele
judicial ou extrajudicial.

Deve haver um instrumento (título) que permita a invasão ao patrimônio do executado por
meio de atos de constrição judicial

O título traz uma probabilidade de que o crédito alvo da relação jurídica processual possua a
pendência do seu cumprimento

O Art. 515 do CPC dispõe sobre a possibilidade de execução das decisões interlocutórias

O art. 785 do CPC permite que a parte exequente possa vir a optar pela instauração de um
processo com início na fase de conhecimento, mesmo possuindo um título executivo
extrajudicial

Tal fato não se aplica ao título executivo judicial, em decorrência que nesse caso já
houve todo a fase de conhecimento do processo

A doutrina defende que não há malefício para a parte Ré caso a parte autora opte por realizar
o processo por meio da instrução e conhecimento

No entanto, para Daniel Assunção, afirma que os embargos à execução possuem a mesma
força normativa em relação a contestação

O STJ entende que é possível o ajuizamento da ação de conhecimento

O título deve ser líquido, certo e exigível

Princípio da patrimonialidade

Não se verifica a possibilidade de execução como uma forma de vingança

Inexiste a possibilidade de prisão por dívida, exceto dívida de alimentos

A satisfação do direito do exequente se dá pela constrição dos bens do executado

Princípio do desfecho único


Os processos possuem a concretização de um fim normal (extinto por sentença, conforme art.
924 do CPC), e o fim anômalo (extinto sem resolução de mérito – art. 485)

No processo de execução, a única prestação que pode ser obtida em tal processo é a satisfação
do direito do exequente, nunca do executado.

A exceção de pré-executividade é quando se admite que o mérito do processo seja discutido


incidentalmente no próprio processo de execução.

Assim, se estabelece a possibilidade de que não se tenha um desfecho único no


processo de execução

Há a possibilidade que uma matéria de mérito feita pela defesa no processo de execução, que
ocasione o julgamento do processo com resolução do mérito que favorece ao executado

Princípio da disponibilidade da execução

O exequente pode desistir do processo sem a concordância da executada (art. 775 CPC)

A parte autora pode desistir de parte da execução ou alterar os bens a serem executados, ou
que deixem de ser fixadas multas

Por vezes pode não ser benéfico ao executado que haja a desistência do processo de
execução, em decorrência de que não haverá coisa julgada material.

Nos casos em que há defesa de mérito dos embargos, é necessária a concordância da parte
executada para que haja a desistência do processo.

Princípio da utilidade –

O processo de execução deve servir para entregar ao vitorioso o que ele possui direito de
receber

Princípio da menor onerosidade

Deve ser buscar o meio menos gravoso para o executado, caso existam múltiplos meios para
satisfazer o crédito

Art. 805 do CPC

A execução deve buscar um meio termo para a satisfação sem que seja extremamente
oneroso ao executado
Princípio da lealdade e boa fé processual

Art. 774 do CPC estabelece alguns critérios vedados ao processo executório

Princípio do contraditório

Deve ser respeitado o direito de defesa do executado

O contraditório pode se pautar sobre os bens penhorados

Princípio da atipicidade dos meios executivos

Os meios de execução não obrigatoriamente devem estar previstos em Lei

O art 536 §1 do CPC tratam de meios meramente exemplificativos

Liquidação de sentença

A fase de liquidação de sentença possui importância para que a decisão judicial se torne
líquida, no sentido de que os valores devidos sejam materializados ou quantificados e possa
avançar na persecução do objetivo de pagamento.

an debeatur – reconhecimento do objeto

Quantum debeatur – valor do objeto

O titulo executivo extrajudicial é sempre líquido, ao contrário do cumprimento de sentença,


em que é necessário que se dê início a fase de liquidação.

Para os títulos executivos, o quantum debatur deve ser vinculado ao valor que dele consta,
correndo o risco de que, caso não exista a vinculação, se perca a eficácia de título executivo

Não existe execução de título executivo extrajudicial

A parte é responsável por elaborar os cálculos para que se estabeleça o cumprimento de


sentença

A liquidação está englobada nos arts. 509 a 512

A liquidação de sentença possui natureza jurídica de etapa intermediária entre a etapa


cognitiva e a de cumprimento, conforme disposição do art 491 do CPC

Trata-se de mera fase procedimental do processo


Essa fase procedimental da liquidação de sentença não se exaure com a definição do
quantum debeatur

Não haverá citação do devedor nos casos liquidação de sentença, apenas a intimação
do advogado da parte

Caso a liquidação se dê em decorrência de sentença penal condenatória,


arbitral ou estrangeira, como não há nenhum processo civil de conhecimento precedente o
devedor será CITADO.

A natureza de etapa processual não é pacificada, pois pode ser entendida até mesmo como
ação (conforme preleciona Araken de Assis)

A liquidação deve seguir o princípio da vinculação do juiz ao pedido realizado

Art. 783 – garante que a liquidação deve ocorrer para dar valor as obrigações de pagar quantia,
devendo estabelecer a liquidez da obrigação

Cumprimento de sentença é diferente de processo de execução

O CPC utiliza o termo de liquidação da sentença, apesar de existirem outros títulos executivos
judiciais que podem ser liquidados

Ex.: decisões interlocutórias, decisões monocráticas dos Tribunais, sentença arbitral,


homologação de sentença estrangeira,

Existe a possibilidade de que o título executivo extrajudicial seja liquidado

807, 809, 810, 816 do CPC

MODALIDADES DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

1. Por arbitramento – art. 509, I

Quando o valor é convencionado pelas partes, determinado pela sentença ou exigido


pela natureza do objeto da liquidação

Se faz necessário conhecimento técnico para apurar o quantum devido

Realização de perícia voltada para a finalidade do arbitramento do valor

A decisão interlocutória determina a liquidação pelo valor arbitrado (art. 510)

O arbitramento podem ocorrer nos casos de:


Perícia (art. 509, I)

Quando convencionado entre as partes

Pela natureza do objeto

Quando não for necessária a alegação e a prova de fato novo deve haver a
liquidação por arbitramento

A liquidação pode ser requerida de forma incidental, por mero requerimento

Liquidação pelo procedimento comum

Art. 509, II – quando houver necessidade de alegar fato novo

Fato novo pode ser entendido como um fato que não foi levado em conta no momento da
sentença

A liquidação pelo procedimento comum deve ser a ultima alternativa, por ser mais demorado

O rito do procedimento comum possibilita a apresentação de contestação

A ausência de defesa para a liquidação de sentença pode ser caracterizada como revelia da
parte

Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético o credor poderá requerer
o cumprimento de sentença desde logo, dispensando prévio contraditório.

O réu também pode requerer a liquidação de sentença, podendo liquidá-la ou oferecer


transação.

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

A fase de cumprimento de sentença se iniciará caso o réu não cumpra voluntariamente com a
obrigação

O réu pode ser intimado e não citado para o cumprimento de sentença, podendo ser intimado
pelo seu advogado ou carta com AR

Caso não seja observada a existência de um título executivo será ferido o princípio da nulla
executio sine titulo
O cumprimento de sentença se dá sobre as decisões que reconhecem a exigibilidade das
obrigações do processo através das decisões, sejam elas decisão interlocutória de mérito,
decisões homologatórias de autocomposição judicial, formal e certidão de partilha, créditos de
auxiliar da justiça, sentença criminal condenatória transitada em julgado, sentença arbitral,
sentença e o acórdão

No caso da sentença penal condenatória dever ser estabelecido o valor do dano de forma
prévia

No caso de decisão estrangeira, o cumprimento de sentença se dá na Justiça Federal, de


acordo com o art. 109, X da CF

O art. 517 do CPC traz a possibilidade de protesto do titulo executivo judicial após o prazo de
15 dias para pagamento voluntário do art. 523.

Além do protesto, é possível que o magistrado determine a inserção do executado no cadastro


de inadimplentes

IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

Após o fim do prazo de pagamento voluntário inicia-se o prazo de 15 dias para impugnação da
execução

A impugnação é uma forma de defesa do executado, que possui natureza de mero incidente e
de ação incidental apenas na hipótese exposta em inciso do art. 525 do CPC

Os embargos à execução são ação autônoma e constituem um processo independente

A impugnação ao cumprimento de sentença leva o juiz a decidir com base na verossimilhança


das alegações, pautada ainda na produção das provas que julgar necessárias para os
esclarecimentos

O juiz analisa não só questões processuais, e sim materiais que fundamentam a execução

Em regra, a impugnação não possuirá efeito suspensivo.

Hipóteses de alegação na impugnação

Falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia

Nesse caso se acolhida será reconhecida a eficácia do título e o processo retornará


para a fase de conhecimento

Ilegitimidade de parte

Mais comum em sentença penal condenatória


Excesso de execução

PENHORA E ATOS EXPROPRIATÓRIOS

A penhora é um ato de constrição dentro do processo civil, para levar a um cumprimento que
não ocorreu de maneira voluntária

A execução por quantia certa realiza-se perante a expropriação de bens do executado, exceto
em situações especiais – art. 824 CPC

Primeiro se realiza a penhora, depois a avaliação e depois a expropriação

O art 836 dispõe que não se levará a efeito a penhora na situação de que os bens encontrados
sejam absorvidos pelo pagamento das custas da execução

Nem todos os bens são passíveis de penhora. Vejamos:

Art. 833 do CPC

Os bens penhora possuem grau de hierarquia para ordem de realização de penhora (art. 835
do CPC)

Nos caos em que o credor não indique os bens e o oficial de justiça não identifique, o juiz
pode, de ofício ou a requerimento do credor intimar o devedor para que os indique

Através da penhora, os bens apreendidos ficam sob a guarda do depositário

ADJUDICAÇÃO

Forma indireta de execução do crédito, guardando semelhança com a dação em pagamento,


pois se realiza com a transferência do bem penhorado a ele para a extinção do seu direito

Alienação por iniciativa do particular

O exequente pode tentar vender o imóvel antes do leilão, desde que não seja efetivada a
adjudicação.

Nessa situação, o bem não poderá ser vendido por valor inferior a avaliação

ALIENAÇÃO EM LEILÃO JUDICIAL


Se nenhum legitimado adjudicar o bem, e o exequente não requerer a alienação particular, a
execução será realizada em leilão judicial.

No atual CPC, a hasta pública foi substituída pelo leilão judicial

O leilão será realizado em duas datas, devendo o edital estabelecer o valor mínimo de venda
fixado pelo juiz

O valor será considerado vil se for abaixo do valor estabelecido como mínimo pelo juiz

Caso o juiz não estabeleça valor mínimo, será considerado o valor inferior a 50% do valor da
avaliação

Cumprimento de sentença de alimentos

É passível de prisão com o intuito coercitivo de realizar pagamento

A prisão só pode ser realizada a requerimento

A regra é que o devedor tenha um prazo de 72h para justificar a falta do pagamento ou realizá-
lo

Os processualistas entendem que o prazo de prisão seja de até 60 dias decorrente do


entendimento da Lei de alimentos

A prisão deve ser cumprida em regime fechado

O cumprimento da pena não exime o executado da dívida, podendo ser realizada a penhora
dos bens

O devedor não pode ser preso mais de uma vez pelo pagamento das mesmas prestações da
dívida

Cumprimento de obrigação de fazer e não fazer

Art. 536 – o juiz poderá de ofício ou por requerimento prestar a tutela específica ou a
obtenção de resultado equivalente

Podem ter origem em sentença ou contrato

O juiz pode estabelecer medidas para efetivar o cumprimento

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