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05/09/2020 Praticagem é serviço público. Conteúdo jurisprudencial e doutrinário sobre a praticagem no Brasil.

: Sentença da JFRJ reconhece …

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Praticagem é serviço público. Conteúdo


jurisprudencial e doutrinário sobre a
praticagem no Brasil.
Neste espaço iremos apresentar os fundamentos que nos levam a identificar a natureza pública do
serviço de praticagem. Nosso objetivo é compartilhar informações , a fim de encorpar o
entendimento acerca desta atividade tão relevante para toda a sociedade brasileira.Os práticos agem
em nome do Estado brasileiro e devem ser respeitados.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016 Total de visualizações de página

Sentença da JFRJ reconhece que o processo seletivo 3 4 6 8 0


para praticante de prático é concurso público, e anula
questões do concurso de 2012
1ª. VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

AÇÃO ORDINÁRIA
Autos Nº. 0152290-06.2015.4.02.5101

AUTOR: EDUARDO CARDOZO JACKLEN


RÉ: UNIAO FEDERAL

SENTENÇA (A)

EDUARDO CARDOZO JACKLEN, qualificado na inicial, ajuizou a presente ação


ordinária, com pedido de antecipação dos efeitos da tutela, em face da UNIAO
FEDERAL, objetivando que a ré atribua ao Autor os pontos referentes às questões
08 e 09, garantindo seu prosseguimento no Processo Seletivo até sua qualificação
como Praticante e Habilitação como Prático, dentro do prazo do cronograma da 2ª
Fase.

Aduziu que, em síntese, após a divulgação do gabarito e do resultado da prova


escrita, e convocação para 2ª Etapa em 25/02/2013, o autor, ao analisar o conteúdo
do gabarito, verificou que as questões 08 e 09 ¿ Prova Rosa continham erro crasso,
em total discordância com a Bibliografia adotada, não havendo a correspondência
entre a pergunta e as respostas/ alternativas apresentadas.

Inicial às fls. 01/20, juntando documentos às fls. 21/178. Custas, fls. 181.

Agravo em face da decisão de fls. 182, às fls. 186/197.


Arquivo do blog

Informações da administração às fls. 198/244. ► 2017 (4)


▼ 2016 (8)

Contestação da União Federal às fls. 246/256, pugnando pela improcedência do
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pedido, sob o argumento de que não cabe a intromissão indevida do Poder ► Novembro (1)

Judiciário nos critérios eleitos pela banca para corrigir as provas do referido exame.
▼ Outubro (1)

Admitidas a produção de prova documental.
Sentença da JFRJ reconhece que o
processo seletivo...
Documento juntados pelo autor às fls. 318/365.
► Setembro (2)

Vieram os autos conclusos para sentença. ► Julho (1)

► Maio (3)

É o relatório. Passo a fundamentar e a decidir.
► 2015 (38)

Inexistindo preliminares, passo à análise do mérito.

Trata-se de ação de conhecimento pelo rito ordinário, na qual a parte autora almeja
que a ré atribua ao Autor os pontos referentes às questões 08 e 09, garantindo seu
prosseguimento no Processo Seletivo até sua qualificação como Praticante e
Habilitação como Prático, dentro do prazo do cronograma da 2ª Fase.

Quanto à tese de que a homologação do concurso público impede a analise do


mérito, tal fato não obsta que a parte autora pleiteie em juízo, como resta pacífica a
jurisprudência do STJ a seguir:

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.


CONCURSO PÚBLICO. LITISCONSÓRCIO PASSIVO. AUSÊNCIA DE
IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DE UM DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO
AGRAVADA. SÚMULA 182/STJ.
INTERESSE PROCESSUAL. ENCERRAMENTO DO CERTAME. PERDA DO
OBJETO NÃO CONFIGURADO. INTERESSE DE AGIR. PRECEDENTES DO STJ.
1. O agravo regimental não atacou todos os fundamentos da decisão agravada, o que
atrai a aplicação do óbice previsto na Súmula 182/STJ.
2. Este Superior Tribunal consagra orientação segundo a qual a homologação final
do concurso não induz à perda do objeto da ação proposta com a finalidade de
questionar uma das etapas do certame.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no REsp 1268218/AL, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 23/09/2014, DJe 01/10/2014)

Ainda, o fato da parte autora não ter apresentado recurso administrativo não
redunda em falta de interesse jurídico, vez que a lei, no caso, não impõe prévio
recurso administrativo ao acesso ao judiciário e vez que o ato apontado como
ilegal continua no mundo jurídico a gerar efeitos, não tendo sido fulminada a
pretensão pelo prazo prescricional quinquenal.

No mais, o assunto já vem sendo tratado em ações semelhantes, e sentenciadas


todas em favor de sues postulantes como a citada ação de nº0008972-
33.2013.4.02.5101 que correu na 26ª vara federal, ao qual filio meu entendimento,
replicado-a abaixo, na parte que toca ao caso.

Inicialmente, importa ressaltar que em sede de concurso público, compete ao Poder


Judiciário somente a verificação dos quesitos relativos à legalidade do edital e ao
cumprimento de suas normas pela comissão responsável, sendo-lhe vedado
reapreciar os critérios utilizados pela Banca Examinadora na formulação, correção
e atribuição de notas, salvo no caso de flagrante ilegalidade praticada pela
Administração caracterizada por erros grosseiros na elaboração do gabarito.

Analisando os argumentos das partes e a documentação colacionada aos autos,


verifico que o Processo Seletivo à Categoria de Praticante de Prático aberto no ano
de 2012 está sendo impugnado mediante diversas ações judiciais ajuizadas perante
esta Justiça Federal, cabendo destacar, especialmente, a Ação Civil Pública n.
2013.51.01.145256-4, que tramita perante a 06ª Vara Federal, onde foram
apontadas pelo Ministério Público Federal diversas irregularidades perpetradas
pela Presidência da Banca Examinadora do Processo Seletivo em questão, o que
resta comprovado pelos documentos juntados pelo autor às fls. 197/227.

Dentre as irregularidades constatadas, verificou-se que todos os 1.332 recursos,


administrativos interpostos pelos candidatos para impugnar questões da prova
objetiva do certame foram indeferidos pela Banca Examinadora, que manteve o
gabarito, não obstante os próprios responsáveis pela elaboração das questões de n.
23 e n. 24 da prova amarela (correspondentes às questões n. 08 e n. 09 da prova

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rosa) terem se manifestado expressamente favoráveis à anulação das mesmas,
conforme comprova o autor às fls. 217/219.

Tal fato é necessário e suficiente à comprovação de que a Banca Examinadora


cometeu ilegalidade apta a ser corrigida pelo Judiciário, mediante a anulação das
questões números 08 e 09 da prova rosa, realizada pelo autor.

Com relação a questão 8 restou suficientemente provada a sua incorreção às fls. 352
quando as opões A e E deveriam ser tidas como corretas, em apuração ocorrida no
IC PR-RJ nº 1.30.001.001244/2013-38.

A questão 9 restou suficientemente provada a incorreção através do mesmo


inquérito exposto acima (às fls. 350/351) onde foi sugerida a anulação da questão
pelo especialista.

Sendo assim, tendo em vista a o erro grosseiro e provado, merece prosperar a


pretensão autoral.

DISPOSITIVO

Em face do exposto, julgo PROCEDENTE O PEDIDO, deferindo o pedido de


antecipação da tutela, para anular a questão nº 8 e 09 da prova rosa do Processo
Seletivo à Categoria de Praticante de Prático ¿ Edital de 01/11/2012, devendo a ré
atribuir ao autor os pontos correspondentes à questão nº 08 e 09 da prova rosa,
com todas as consequências daí decorrentes.

Custas ex lege. Honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre o
valor da causa.

Intime-se a parte ré para ciência e imediato cumprimento do presente decisum, no


prazo máximo de 5 dias.

Sentença sujeita à remessa necessária.

P. I.

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2016.


MAURO SOUZA MARQUES DA COSTA BRAGA
Juiz Federal da 1ª Vara Federal Cível

Postado por PAIOL DA PRATICAGEM às 08:53

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