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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 34.246/2020........................................

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Segundo consta nos autos do Laudo Pericial, não houve contribuição do fator
humano, contudo ocorreu dano ao material de salvatagem, pois trata-se de uma balsa
rígida. No que tange ao fator operacional, os peritos destacaram que as omissões por
parte do comandante e Imediato de acordo com as suas atribuições descritas na
NORMAM-13/DPC, quanto às vistorias aos materiais de salvatagem antes das saídas dos
portos, além da negligência na manutenção dos mesmos, bem como vistorias nas áreas
comuns do navio, ressaltando a falta de registros no Diário de Bordo e no Livro de Carga
contribuíram para o fato da navegação.
Os peritos consignaram que a causa determinante do fato da navegação foi a
soma da negligência do Comandante e do Imediato na execução das suas atribuições,
com a ausência de vistorias nos materiais de salvatagem e a falta de registros no Diário de
Bordo.
Conforme se depreende do Relatório, às fls. 158, segundo informações do
Departamento de Investigação sobre Narcóticos - DENARC da Polícia Civil, há quatro
inquéritos policiais sobre procedimentos realizados a bordo da embarcação “SAGRADO
CORAÇÃO DE JESUS”, entre apreensões de cocaíana e maconha, caracterizando.
Assim em reincidência para efeitos de gradação das penalidades, no caso
transporte de drogas a bordo.
Em Relatório, o Encarregado enfatizou que ocorreram inúmeras reincidências
em apreensões de drogas a bordo da embarcação “SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS”,
tendo em vista as omissões, negligências e inobservância por parte do Comandante em
efetuar o controle nos livros de bordo e inspeção do pessoal de bordo.
A PEM ofereceu representação em face dos dois indiciados, com fulcro no
art. 15, alínea “f” da LOTM.
Citados, os representados foram regularmente defendidos.
A defesa de igual teor alegou que o tráfico de drogas é um problema mundial,
inserido no rol dos crimes que mais atormentam a sociedade moderna, não só no
Amazonas, mas no mundo, regulamentado em norma especial, Lei nº 11.343/2006, além
de ser punido com o rigor da Lei nº 8.072/90 - Lei de Crimes Hediondos.
Os portos marítimos brasileiros se tornaram um ponto de passagem
fundamental na rota do tráfico de cocaína entre os países andinos que a produzem e o

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