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As condições do tempo no dia do acidente era de tempo nublado e chuvoso; que na

primeira colisão não haveria muito o que ser feito para evitar o acidente por causa da rajada de vento
que desarmou o disjuntor geral, e na segunda colisão, apesar do acidente, considera que a ação do
operador do CN em retirar o equipamento de cima do navio mesmo com a iluminação precária, talvez
tenha evitado um mal maior, pois poderia ocorrer novas rajadas de ventos e novas colisões com a
estrutura do navio podendo ocasionar até a perda do equipamento; que, em sua opinião, não existe
responsável pelo acidente por conta do contexto das condições climáticas e operacionais, que foi um
acidente; que de acordo com protocolos internos, em condições de chuva e ventos com velocidades
superior a 50km/h, é parado o sistema de carregamento, e que o TERMISA possui uma estação
meteorológica; que o estado de conservação do CN era regular; que e feita inspeção diária e realizadas
manutenções preventivas e corretivas quando necessárias no CN; e que o acidente ocorreu devido às
condições climáticas e falhas no equipamento.
Já o Sr. MARCOS GLEYBSON DE AQUINO GAMA (fls. 109/110), Carregador de
Navios (CN) do Terminal Salineiro de Areia Branca (TERMISA), não soube informar se é feita
manutenção preventiva no CN; que mesmo sem chuva e vento forte, as vezes o equipamento apresenta
problemas de locomoção, travando, não aceitando os comandos do operador, sendo necessário, nesses
casos, tentar movimentá-lo no sentido contrário ao desejado e que mesmo assim, as vezes, o
equipamento não atende e acaba, desarmando o disjuntor; que o estado de conservação do CN era
regular; e que uma manutenção rigorosa nos motores do CN para evitar que os mesmos travem durante
a manobra de carregamento dos navios poderia ter evitado o acidente.
O Sr. GERALDO ROBERTO ANDRADE ARAUJO (fls. 115/116), eletricista
portuário do Terminal Salineiro de Areia Branca (TERMISA), relatou, em síntese, que caso o sistema
de freio dos motores do CN estivessem atuando satisfatoriamente, o acidente poderia ter sido evitado;
que o estado de conservação do CN era ruim; que não saberia informar se houve responsável pelo
acidente; que não é feito serviço de manutenção preventiva no CN; e que, por várias vezes, o CN já
havia apresentado problema semelhante.
De acordo com o Boletim de informações Ambientais nº 091/2020 (fls. 102/102) e o
Diário de Navegação do navio “BALTIC COUGAR”, a perícia verificou que as condições de tempo
estavam dentro dos limites estabelecidos pela embarcação, assim como pelo Terminal, inferindo-se que
o fator climático não interferiu nas operações de carregamento do navio.
Os Peritos em Laudo de Exame Pericial às fls. 50/58 apontaram o fator material como
contribuinte do acidente da navegação. O mau estado conservação do carregador de navio, bem com
de seus acessórios, em face da acentuada corrosão, desgaste das partes componentes do equipamento,
os constantes problemas elétricos e mecânicos, a ausência de registros de manutenção e de
informações técnicas precisas que determine a periodicidade para inspeções, manutenções ou
substituições de peças, contribuíram para que o equipamento viesse a apresentar falha elétrica e não
respondesse ao comando do operador.
O Encarregado do Inquérito, em Relatório às fls. 137/148, na mesma esteira da
perícia, concluiu que a causa determinante do acidente foi uma sobrecarga no carregador de navio
decorrente de negligência na manutenção do equipamento, atribuindo responsabilidade direta a
Companhia Docas do Estado do Rio Grande do Norte (CODERN).
No Ofício no 59/2020/SECDP (fls. 151/153), da Companhia Docas do Rio Grande do
Norte, consta a informação de que “foram realizadas negociações com o Armador do navio e foi
acordado que a CODERN ressarciria os reparos necessários por meio de desconto das operações no
Terminal Salineiro, tendo assumido os danos ocasionados pelos movimentos indevidos da lança do
CN, por força das condições meteorológicas adversas.”
A PEM ofereceu representação em face do indiciado, com fulcro no art. 14, “a” da
LOTM.
Citada a representada foi regularmente defendida.
A defesa alega que “no caso do sinistro sobre o qual se debruça a problemática, as
condições NÃO eram benéficas para atracar, como melhor se verá adiante. Normas e Procedimentos

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