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MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL

INSPECÇÃO–GERAL

CONCLUSÕES DO RELATÓRIO DA AUDITORIA


AOS PROCEDIMENTOS DE BUSCA E SALVAMENTO
EM VIGOR NA MARINHA E NA FORÇA AÉREA

ACÇÃO: Auditoria Extraordinária AE 03/07

IGDN, 8 de Março de 2007


AE 03/07
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CONCLUSÕES

1. A presente auditoria incidiu sobre os procedimentos de busca e salvamento instituídos na


Marinha e na Força Aérea, relevantes para o tipo de missão realizada na sequência do
naufrágio da embarcação de pesca “Luz do Sameiro”, ocorrido no dia 29DEZ06 na praia
da Légua, área de jurisdição da Capitania do Porto da Nazaré, tendo portanto, por
referência as acções SAR na faixa marítima costeira.

2. Conclui-se da auditoria que existem, no plano da legislação e dos normativos, três pontos
que merecem atenção:

a. O estipulado na Lei n.º 27/06, de 03JUL, que aprova a Lei de Bases da Protecção
Civil, e no Decreto-Lei n.º 134/06, de 25JUL, que regula o Sistema Integrado de
Operações de Protecção e Socorro, em especial o artigo 32.º, introduzindo este alguma
indefinição, em matéria de coordenação, em áreas da responsabilidade da Autoridade
Marítima Nacional, face a acidente grave ou calamidade, pelo que importa clarificar a
situação.

b. A Comissão Consultiva para a Busca e Salvamento, enquanto órgão privilegiado para


apoiar o Ministro da Defesa Nacional na coordenação geral dos assuntos de busca e
salvamento, não reúne desde meados de 2004, recomendando-se a sua reactivação.

c. Regista-se uma estreita cooperação entre o Serviço de Busca e Salvamento Marítimo e


o Serviço de Busca e Salvamento Aéreo, funcionando respectivamente no âmbito da
Marinha e da Força Aérea, que se pauta pela existência de procedimentos comuns,
mutuamente reconhecidos e exercitados ao longo de milhares de operações e vertidos
em publicações internas de ambos os Ramos. Contudo, não foram aprovadas
directivas, pelos Chefes dos Estados-Maiores da Armada e da Força Aérea, com vista a
assegurar a cooperação entre os órgãos daqueles serviços, recomendando-se o seu
estabelecimento.

3. Embora se trate de matéria que não foi submetida a auditoria, considera-se oportuno
mencionar a inexistência de regulamentação relativa a duas das entidades envolvidas:

a. A Direcção-Geral da Autoridade Marítima (DGAM) funciona sem decreto


regulamentar, com implicações na actividade da respectiva estrutura orgânica, não
obstante o diploma pelo qual foi criada em 2002 prever a sua publicação e existir um
projecto de diploma que carece de aprovação.
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b. O Comando Operacional da Força Aérea (COFA) encontra-se em situação semelhante,


sem decreto regulamentar, neste caso desde 1994, e com projecto a aguardar a
aprovação.

4. As recomendações formuladas relativamente aos procedimentos que se considera


susceptíveis de melhorias, foram detalhadamente apresentados no Relatório na parte final
relativa a cada entidade onde ocorreram as acções de auditoria, nas páginas 17-18, 49-53,
70-71, 84-85 e 91.

5. Afigura-se todavia que, pela importância que revestem ou pela reflexão ou estudo que
requerem, justificam especial atenção as seguintes:

a. O Sistema Nacional de Comunicações de Segurança e Socorro Marítimo (SNCSSM),


para as áreas A1 e A2 nacionais, do Global Maritime Distress and Safety System
(GMDSS), em edificação sob a égide do MDN/DGIE, não está implementado, mas
existe a obrigatoriedade dos navios nacionais e estrangeiros estarem equipados com
radiocomunicações previstas para as áreas referidas.

Na eventualidade de ser feita uma chamada de socorro com equipamentos apropriados


à cobertura naquelas áreas, a sua recepção está dependente das posições casuísticas dos
meios de busca e salvamento (SAR) e dos navios de passagem ou da componente
congénere espanhola da área A2, pelo que se considera urgente proceder à
implementação do SNCSSM.

b. O Decreto-Lei n.º 15/94, de 22JAN, define que através de protocolos, as entidades


públicas e privadas, com meios e interesse, podem colaborar e cooperar com o Serviço
de Busca e Salvamento Marítimo (SBSM), integrando-se na estrutura auxiliar do
Sistema Nacional de Busca e Salvamento Marítimo (SNBSM). Constatou-se não haver
qualquer protocolo estabelecido, encontrando-se apenas a ser negociada a celebração
de um protocolo entre a Marinha e o Governo da Região Autónoma da Madeira,
contemplando os termos em que o Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros
atribuirá e disponibilizará unidades de salvamento ao Sub-centro de Coordenação de
Busca e Salvamento Marítimo do Funchal.

c. As chamadas de socorro encontram-se afectadas de uma taxa elevadíssima de falsos


alertas COSPAS/SARSAT (94,6 %). As consequências desta situação são agravadas
pela falta do SNCSSM e pelo baixo desempenho no que concerne à despistagem de
causas e à dissuasão de emissão de falsos alertas.
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d. O Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa (MRCC Lisboa)


não dispõe da capacidade de interrogar o terminal MONICAP duma embarcação de
pesca abrangida pelo sistema, ou de uma área, a qual poderia desempenhar um papel
fundamental em caso de sinistro com uma embarcação, pois face a um alerta de EPIRB
ou mesmo INMARSAT–C, permitiria gerar imediatamente uma confirmação da
posição da embarcação.

Assim, recomenda-se a disponibilização aos MRCC das capacidades e facilidades que


o sistema MONICAP possui e que permitem localizar em tempo real uma embarcação
de pesca em perigo ou saber quais as embarcações de pesca localizadas na vizinhança
de um alerta, para auxiliar a acção SAR.

e. Os ensaios realizados ao sistema MONICAP, com a colaboração da Direcção-Geral de


Pescas e Aquicultura (DGPA), permitiram concluir que a respectiva componente de
alerta de socorro acomodará melhorias, designadamente quanto à configuração dos
encaminhamentos daqueles alertas. Decorrente dos ensaios, o Comando Naval
(COMNAV) e a DGPA encontram-se em ligação para assegurar que as configurações
dos terminais INMARSAT–C do MONICAP serão as mais adequadas.

Recomenda-se que o COMNAV acompanhe a análise em curso naquela Direcção-


Geral, em ordem a garantir que qualquer accionamento de alertas de socorro do
sistema MONICAP chegue de forma expedita e automática ao MRCC Lisboa,
assegurando a sustentação, pelas entidades envolvidas, dos procedimentos atinentes
àquela configuração.

f. Os sistemas VTS (Vessel Traffic System) / AIS (Automatic Identification System)


Portuários e Costeiro de gestão e controlo de tráfego marítimo possuem capacidades e
funcionalidades que poderão melhorar a resposta do SBSM em caso de acção SAR (a
efectiva operacionalidade do sistema costeiro está prevista para 2008). No entanto,
apesar das diligências que têm sido desenvolvidas, ainda não está devidamente
acordado entre os vários órgãos e serviços envolvidos, a completa partilha de
informação e capacidades daqueles sistemas com o MRCC e com todas as Capitanias
abrangidas.

Com vista à melhoria da eficácia do SBSM que poderá ser proporcionada, considera-se
fundamental a continuidade do empenho que se tem vindo a verificar na concretização
daquela partilha.
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g. Reputa-se muito importante desenvolver uma cultura de salvaguarda da vida humana


no mar e melhorar os procedimentos, pelos navegantes, no que respeita à emissão de
pedidos de socorro.

Importa, assim, aumentar o esforço pedagógico junto das comunidades piscatórias e


outros navegantes visando a sensibilização para a importância do uso correcto dos
equipamentos individuais de salvamento e para a indispensabilidade de activar os
instrumentos de socorro disponíveis, em tempo e com a margem de resguardo
necessária a uma eficaz actuação dos meios de salvamento.

h. Não obstante os procedimentos de coordenação das acções SAR estarem bem


consolidados no MRCC Lisboa, onde são observadas as práticas em vigor noutros
serviços congéneres estrangeiros, recomenda-se que o processo de decisão seja
agilizado e simplificado, revendo-se as respectivas listas de verificação. Esta revisão
deverá ser articulada com eventuais mudanças que venham a ser implementadas no
procedimento de accionamento de meios aéreos, designadamente no âmbito da
adopção de alertas prévios, elevando a sua prontidão.

Neste âmbito, por se tratar de uma alteração significativa dos procedimentos,


recomenda-se que a decisão seja precedida de um estudo a realizar pela Força Aérea
sobre o impacto do procedimento de alerta prévio, no estado de prontidão das unidades
de busca e salvamento e dos destacamentos.

i. Verificou-se que as Estações Salva-Vidas, apesar da relevância da sua actuação,


carecem de meios humanos, registando-se uma redução de cerca de 50% de efectivos
face ao quadro de pessoal aprovado. Esta situação é causada por constrangimentos no
descongelamento de admissões e por razões de natureza administrativa, financeira e
orçamental que afectam a contratação de pessoal a termo certo, as quais resultam em
baixa atractividade da profissão, prejudica a estabilidade das tripulações e inviabiliza a
criação de um espírito de corpo, indispensável nestas tripulações face à natureza da
missão.

Importa assim resolver a escassez de pessoal tripulante dos salva-vidas e as questões


de natureza remuneratória que afectam as suas carreiras, designadamente os
condicionalismos legais impostos ao averbamento de horas extraordinárias, aspecto
que se releva importante, pelo facto de ser o único mecanismo legal que um
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funcionário com tal característica funcional de carreira pode auferir quando efectua
trabalho suplementar.

j. Está em curso a execução do plano de construção de Estações Salva-Vidas e de


aquisição de salva-vidas de grande, média e pequena capacidade, assim como de semi-
rígidas de salvamento para zonas abrigadas, cuja concretização importa assegurar.

k. O emprego de meios aéreos em acções SAR conduzidas na faixa marítima costeira,


coordenadas localmente pelo Capitão do Porto, ocorre diferentemente, conforme este
os pede ao MRCC, o qual os acciona através do Centro de Coordenação de Busca e
Salvamento (RCC), ou lhe são disponibilizados localmente pelo SNBPC, através dos
seus centros distritais de operações de socorro, sendo informados o MRCC e o RCC.

Importa analisar o emprego dos meios aéreos, designadamente da estrutura auxiliar do


SNBSM, por forma a garantir, por um lado, a eficácia do seu empenhamento em
missões SAR na faixa marítima costeira, e por outro, a segurança dos meios
envolvidos, obviando desta maneira abordagens não uniformizadas na actuação dos
meios aéreos.

l. A utilização de lança-cabos não é aplicável a acções SAR do tipo em apreço na


auditoria, encontrando-se este material obsoleto. Considera-se, contudo, de abordar o
assunto, visto que a sua utilidade subsiste para outras situações.

Encontrando-se já programado o apetrechamento da AMN com novos meios,


recomenda-se a prossecução do esforço iniciado de adopção de novos equipamentos e
soluções próprias para o salvamento na interface mar-terra, designadamente de
lançamento a distância de linhas de vida.

m. A distância a que a aeronave se encontra do local do acidente pode ser decisiva para o
sucesso da acção SAR. Verificou-se que em todos os processos SAR que
aleatoriamente foram analisados, foi utilizado o EH-101, estacionado na Base Aérea
N.º 6, situada no Montijo, independentemente do local do acidente. Refira-se que o
dispositivo SAR dispõe de um AL-III no Norte do País, destacado no Aeródromo de
Manobra n.º 1 de Ovar. Todavia esta aeronave só opera durante o período diurno, pelo
que se o acidente ocorrer no Norte de Portugal, no período nocturno, é utilizado o EH-
101, o que se traduz numa resposta demorada.

Assim, recomenda-se a reanálise da distribuição geográfica dos meios aéreos para


acções SAR, de modo a reduzir a duração dos tempos de voo a eventuais zonas de
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operações localizadas no Norte de Portugal, durante o período nocturno, a fim de


tornar mais eficaz o salvamento.

n. Na acção de evacuação médica tratada, fora do âmbito desta auditoria, ocorreu um


impasse acerca de quem deveria integrar a missão, se a equipa do Instituto Nacional de
Emergência Médica, se o médico da Força Aérea, o que provocou um atraso
significativo em relação ao estado de prontidão estabelecido.

A fim evitar delongas na tomada da decisão, recomenda-se a clarificação dos


procedimentos, em caso de necessidade de integração neste tipo de acções de outros
elementos, nomeadamente de equipas da estrutura auxiliar de busca e salvamento ou
de médicos da Força Aérea.

o. A identificação da localização da acção SAR é por vezes limitada à designação


toponímica, à qual se torna necessário associar as coordenadas geográficas para a
actuação eficaz. Importa assegurar que a identificação toponímica seja transformada
em coordenadas geográficas e assim tratada por todas as entidades que intervêm na
acção. Na falta das coordenadas geográficas exactas da localização, devem ser dadas
indicações que permitam ao meio aéreo dirigir-se para a aérea provável do naufrágio
ou acidente (e. g. designação e distância da localidade mais próxima, referências
geográficas importantes – promontórios e a foz de cursos de água devem ser referidos
sempre que possível).
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SIGLAS E ACRÓNIMOS

AE.....................Auditoria Extraordinária
AIS....................Automatic Identification System
AIP....................Aeronautical Information Publication
AMN.................Autoridade Marítima Nacional
ANAV...............Aviso à Navegação
ANACOM ........Autoridade Nacional de Comunicações
ANL ..................Avisos à Navegação Local
ATP...................Allied Tactical Publication
BA6...................Base Aérea N. º 6
CCBS ................Comissão Consultiva para a Busca e Salvamento
CEMA...............Chefe do Estado-Maior da Armada
CCVP................Centro de Controlo e Vigilância de Pesca
CITAN ..............Centro de Instrução e Táctica Naval
COA..................Centro de Operações Aéreas
COA6................Centro de Operações da BA6
CODU...............Centro de Orientação de Doentes Urgentes
COFA ...............Comando Operacional da Força Aérea
COMNAV ........Comando Naval
CON..................Centro de Operações Navais
CUP ..................Commercial Untreated Picture
CPAveiro ..........Capitania do Porto de Aveiro
CPNazaré ..........Capitania do Porto da Nazaré
CSAR................Combate SAR
CZM .................Comandos de Zona Marítima
CZMN...............Comando da Zona Marítima do Norte
CZMS ...............Comando da Zona Marítima do Sul
CZMM ..............Comando da Zona Marítima da Madeira
DAM.................Destacamento Aéreo da Madeira
DGAM ..............Direcção-Geral da Autoridade Marítima
DIVOPS............Divisão de Operações do COMNAV
DOA .................Director das Operações Aéreas
EMA .................Estado-Maior da Armada
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EMC .................Equipamentos de Monitorização Contínua


E S/V ................Estação Salva-Vidas
Esq. ...................Esquadra
ESQ 751............Esquadra 751
ETNA ...............Escola de Tecnologias Navais
FA .....................Força Aérea
FNMOC ............Fleet Numerical Meteorology and Oceanography Centre
GMDSS ............Global Maritime Distress and Safety System
IAMSAR...........International Aeronautical and Maritime Search and Rescue
IG ......................Instrução Geral
IGDN ................Inspecção-Geral da Defesa Nacional
IH ......................Instituto Hidrográfico
IMO ..................International Maritime Organization – Organização Marítima
Internacional
INEM ................Instituto Nacional de Emergência Médica
IO ......................Instrução Operacional
IPTM.................Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos
ISN....................Instituto de Socorros a Náufragos
JC Lisbon..........Joint Command Lisbon
LES ...................Land Earth Station
LFR...................Lancha de Fiscalização Rápida
MBA6 ...............Manual da Base Aérea N. º 6
MCCIS..............Maritime Command and Control Information System
MDN.................Ministro da Defesa Nacional
MEDEVAC ......Evacuação Médica
MMHS ..............Military Message Handling System
MMSI ...............Maritime Mobile Service Identity
MONICAP........Sistema de Monitorização Contínua da Actividade da Pesca
MRCC...............Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo
MRCC...............Maritime Rescue Coordination Centre
MRL .................Maritime Rear Link
MRSC ...............Maritime Rescue Sub-Centre
NEP...................Normas de Execução Permanente
OSC ..................On Scene Coordinator
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OSCN ...............Oficial de Serviço ao Comando Naval


POMACOS.......Portuguese Maritime Command and Control System
RB.....................Rescue Boat
RCC ..................Rescue Coordination Centre – Centro de Coordenação de Busca e
Salvamento
RCM .................Rede de Comunicações da Marinha
RV.....................Rescue Vessel
SAR ..................Search and Rescue – Busca e Salvamento
SAREX .............Search and Rescue Exercise
SAROPS ...........Search and Rescue Optimal Planning System
SBSM ...............Serviço de Busca e Salvamento Marítimo
SIFICAP ...........Sistema de Informação de Fiscalização e Controlo das Actividades de
Pesca
SIG....................Sistema de Informação Geográfica
SIOPS ...............Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro
SIRP..................Serviço de Informação e Relações Públicas
SMC..................SAR Mission Coordinator
SNBPC .............Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil
SNBSA .............Sistema Nacional para a Busca e Salvamento Aéreo
SNBSM.............Sistema Nacional para a Busca e Salvamento Marítimo.
SNCSSM ..........Sistema Nacional de Comunicações de Segurança e Socorro Marítimo
SOLAS .............Safety of Life at Sea
SPOC ................SAR Point of Contact
SRU ..................Search and Rescue Units
SURPIC ............Surface Picture
TEMPEST ........Transient Electromagnetic Pulse Emanation Surveillance Technology
UNSAR.............Unidade Naval de Busca e Salvamento
USAR ...............Unidade de Salvamento
VMS .................Vessel Monitoring System
V–RMTC ..........Virtual Regional Maritime Traffic Centre
VTS...................Vessel Traffic System – Centros de Controlo de Tráfego Marítimo
WECDIS...........Warship Electronic Chart and Display Information System
ZMC .................Zona Marítima do Centro

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