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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 32.334/2018........................................

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movimento. Mesmo que os ajustes tenham feito a pedido ou determinação do Sr.
BENIVALDO, condutor do comboio no momento do acidente, tal fato não o exonera de
sua responsabilidade, em virtude do seu conhecimento e ciência dos perigos decorrentes
de sua conduta, que foi a de ajustar os referidos cabos.
Tais condutas, tanto as do Sr. JOÃO, quanto as dos Sr. BENIVALDO, foram
decisivas à consumação do acidente da navegação (colisão seguida de água aberta), o
qual possui amparo no art. 14, alínea "a" da Lei nº 2.180/54.
A PEM ofereceu representação em face do condutor e comandante Benivaldo
L. Matos e do tripulante João da Silva Guerra com fulcro no art. 14, alínea “a” da LOTM.
Citados os representados foram regularmente defendidos.
Benivaldo L. Matos alegou que não foi sua eventual imprudência que deu
causa ao acidente. O acusado é um excelente navegador, mas presente naquelas
circunstâncias que ali ocorreram, seria humanamente impossível ter as condições técnicas
e físicas de domínio sobre a embarcação.
Em análise, deve-se considerar a atuação defensiva feita pelo Comandante,
visto que o Empurrador estava preso na popa da balsa, estava adernando e poderia
afundar, necessitando que fosse realizada tal manobra para retornar a estabilidade,
sendo feito o que poderia ter sido feito para evitar o acidente ou qualquer outro
desdobramento.
Destarte, não convém apontar imprudência ao representado vez que as
medidas ali impostas, não permitiam nenhuma outra atitude senão o zelo pela segurança
dos tripulantes - na medida que situações alheias à vontade do agente o impediram de
manter a situação no controle. Atuou o assistido em prol da incolumidade e segurança da
embarcação.
Ademais, deve-se destacar de que a penalização do representado é incabível.
Para que a força maior encontre âmbito de aplicabilidade no fato ora exposto deve-se ter
em mente que nas circunstâncias deve prevalecer as características de:
imprevisibilidade, inevitabilidade e impossibilidade.
Também, ainda, na conceituação de CLOVIS BEVILÁQUA, força maior é:
“o fato de terceiro, que criou, para a inexecução da obrigação, um obstáculo, que a boa
vontade do devedor não pode vencer. Não é, porém, a im previsibilidade que deve,
principalmente, caracterizar o caso fortuito, e, sim, a inevita bilidade. E, porque a força
maior também é inevitável, juridicamente se assimilam estas duas causas de
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