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Um caminhão, com peso bruto de 23 toneladas e comprimento de 14 metros, de propriedade Teoria do risco do empreendimento ou risco-proveito: é adotada nas situações

tuações em que o
da pessoa jurídica Alfa e dirigido por seu funcionário Bernardo, encontrava-se corretamente risco decorre de uma ATIVIDADE LUCRATIVA. Ex.: empresa farmacêutica responde por um
estacionado em uma ladeira em área urbana de pacata cidade do interior do Paraná. Por um novo produto que coloca no mercado que ainda está em fase de testes. No caso da questão,
VÍCIO DE FABRICAÇÃO do SISTEMA DE FRENAGEM do veículo, este veio a descer o risco não adveio da atividade da pessoa jurídica Alfa e sim de uma circunstância específica
ladeira abaixo, atropelando um cidadão que morrera no local. Ajuizada a AÇÃO com seu caminhão.
INDENIZATÓRIA por parte da viúva do falecido, é correto afirmar que:
➸ Alfa responde independentemente da prova de culpa em razão do risco criado pela Determinado cartório de notas RECONHECEU FIRMA POR AUTENTICIDADE de um fiador
atividade normalmente desenvolvida; em um contrato de locação de imóvel residencial. Depois, diante do inadimplemento,
↳a responsabilidade de Bernardo é objetiva e indireta, pois depende da comprovação de verificou-se que era falsa, causando prejuízo financeiro ao credor. Ajuizada AÇÃO DE
culpa do seu preposto; INDENIZAÇÃO em face do delegatário, é correto afirmar que:
O empregador responde por seu empregado, no exercício do trabalho, ainda que não haja ➸ o delegatário responderá pelo prejuízo causado mediante a comprovação de que agiu
culpa do funcionário (art. 932, III, c/c art. 933, ambos do CC). Trata-se de com dolo ou culpa, e objetivamente por culpa de seus prepostos;
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ↳ Antes do advento da Lei 13.286/16, a responsabilidade civil dos NOTÁRIOS e
Art. 932. São também responsáveis pela REPARAÇÃO CIVIL: registradores era tida por OBJETIVA pela jurisprudência do STJ, ou seja, não dependia da
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; existência do elemento subjetivo. Com o advento da Lei 13.286/16, o art. 22 da Lei 8.935/94,
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; passou a prever que os notários e registradores passarão a RESPONDER CIVILMENTE
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício pelos seus ATOS na modalidade SUBJETIVA.
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; Art. 22. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por que causarem a terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; designarem ou escreventes que autorizarem, assegurado o DIREITO DE REGRESSO.
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente
quantia. ↳O ESTADO RESPONDE, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso
culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa.
O Estado possui responsabilidade civil DIRETA, PRIMÁRIA E OBJETIVA pelos danos que
↳Alfa responde [independentemente da prova de culpa] em razão do risco criado pela notários e oficiais de registro, no exercício de serviço público por delegação, causem a
atividade normalmente desenvolvida; CERTA. terceiros. STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019
Teoria do RISCO CRIADO: presente nos casos em que o agente cria o risco, decorrente de (repercussão geral) (Info 932).
outra pessoa ou de uma coisa. No caso da questão, o risco foi criado pelo simples fato de
a pessoa jurídica utilizar um caminhão com largas proporções de peso. 1º) Existe responsabilidade do Estado pelos atos de tabeliães e registradores? SIM. O
Art.927, §único, CC. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa (STF,
Da Obrigação de Indenizar. Art. 927. Aquele que, por ATO ILÍCITO (arts. 186 e 187), causar Tese RG 777, 2019).
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. §único. Haverá obrigação de reparar o dano, ↳Obs.: Estado (responsabilidade objetiva) e tabeliães/registradores (responsabilidade
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade subjetiva).
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem. 2º) Seria possível ajuizar ação diretamente contra o delegatário ou tem-se que primeiro
acionar o Estado? O STF não discutiu expressamente esse tema. Há certa polêmica sobre o
↳a teoria do RISCO DO EMPREENDIMENTO gera para o proprietário do caminhão assunto porque, em se tratando de ATOS PRATICADOS POR SERVIDORES públicos,
responsabilidade civil sem culpa, sendo assegurado o regresso contra o fabricante do vigora, no STF, a TEORIA DA DUPLA GARANTIA.
caminhão;
3º) O que é a TESE DA DUPLA GARANTIA? Se uma pessoa sofre dano causado por julgou improcedentes os pedidos formulados, condenando a parte autora ao pagamento das
servidor público, essa pessoa (vítima) somente poderá ajuizar a ação contra o Estado (Poder custas processuais e dos honorários advocatícios sucumbenciais. Diante dessa situação, é
Público). Se este for condenado, irá acionar o servidor que causou o dano, em caso de dolo correto afirmar que:
ou culpa. Em outras palavras, o ofendido não poderá propor a demanda diretamente contra
o agente público. ➸ A SENTENÇA DEVE SER REFORMADA, ao menos no que diz respeito ao capítulo dos
ônus sucumbenciais, pois a Tudo Azul em Obras Ltda. deve arcar com o pagamento de
4º) Aplica-se a tese da dupla garantia aos titulares de serventias extrajudiciais? Há metade desse valor a título de PENALIDADE pelo não comparecimento à 1ª reunião de
entendimento de que a vítima pode sim ajuizar a ação de indenização diretamente contra o mediação; CERTA.
notário ou registrador. Ela não precisa, necessariamente, acionar o Estado primeiro. Em ↳A alternativa retrata o teor do art. 22, §2º, inciso IV, que prevê como penalidade pelo não
outras palavras, não se aplica a tese da dupla garantia para os notários e registradores. Isso comparecimento da parte convidada à 1ª reunião de mediação a assunção de 50% das
porque os titulares das serventias extrajudiciais não são servidores públicos. Além disso, o custas e honorários sucumbenciais caso venha a ser vencedora em procedimento judicial
art. 22 da Lei nº 8.935/94 prevê, expressamente, a possibilidade de o particular lesado posterior, que envolva o escopo da mediação para a qual foi convidada. Portanto, a sentença
ajuizar a ação diretamente contra os notários e registradores. deve ser reformada no que diz respeito ao capítulo referente ao ônus da sucumbência.

5º) Qual prazo prescricional da pretensão ressarcitória? Se ação for proposta contra o ↳por se tratar de procedimento voluntário, norteado pelo princípio da autonomia da vontade,
Estado, teríamos responsabilidade objetiva; um prazo prescricional de 5 anos e o pagamento Tudo Azul em Obras Ltda. tinha o direito de recusar o convite para a sessão de mediação,
seria por precatório ou RPV. Por outro lado, em sendo proposta contra o delegatário, sem qualquer ônus;
teríamos responsabilidade subjetiva; um prazo prescricional de 3 anos e o pagamento seria Conforme disposto no §1º art.2º Lei 13.140/15, na hipótese de existir previsão contratual
por execução comum. de CLÁUSULA DE MEDIAÇÃO, as partes deverão comparecer à 1ª reunião de mediação.

6º) O delegatário pode ser responsabilizado por culpa presumida? No sistema da culpa ↳o princípio da autonomia da vontade não afasta o dever de comparecer à 1ª sessão de
presumida há uma inversão do ônus da prova. Não se aplica essa inversão no caso porque mediação, mas a aplicação de eventual penalidade depende de previsão específica na
a responsabilidade subjetiva exige a comprovação de dolo ou culpa. Obs.: na culpa cláusula que estabeleceu a mediação extrajudicial prévia;
presumida ainda é possível discutir a culpa e até afastá-la, enquanto na responsabilidade A Lei 13.140/15 traz em seu art. 22, §2º, IV, previsão de penalidade para o não
objetiva, não há esse debate. comparecimento da parte convidada à 1ª reunião de mediação quando não há previsão
contratual completa acerca do tema. Portanto, a alternativa está incorreta por dispor que a
Após mais de 2 décadas de parceria na condução de obras e reformas, diante da aplicação de penalidade pelo não comparecimento depende de previsão específica na
necessidade de renovar mais uma vez o contrato no ano de 2016, as empresas Tudo Azul cláusula que estabeleceu a mediação extrajudicial prévia.
em Obras Ltda. e Construção Quero Outro Bem Ltda. decidiram atualizar algumas cláusulas
do contrato, à luz do CPC/2015 e da Lei 13.140/2015. Assim, além da cláusula de eleição de ↳a sentença não merece qualquer reparo, pois os princípios da independência e da
foro, restou pactuada cláusula de mediação extrajudicial prévia obrigatória ao ajuizamento confidencialidade aplicados à mediação extrajudicial impedem que o Judiciário aplique
de qualquer ação judicial, assim como pacto de impenhorabilidade, de forma que cada uma qualquer penalidade;
das empresas parceiras indicou um bem como impenhorável. As partes ainda ajustaram O art. 22, §2º, inciso IV, prevê como penalidade pelo não comparecimento da parte
que, em caso de prova pericial, não poderiam indicar assistentes técnicos. Com a crise convidada à primeira reunião de mediação a assunção de 50% das custas e honorários
econômica decorrente da pandemia do novo Coronavírus, as partes se depararam com sucumbenciais caso venha a ser vencedora em procedimento judicial posterior, que envolva
alguns impasses na parceria, que não puderam ser resolvidos amigavelmente. Diante disso, o escopo da mediação para a qual foi convidada. Portanto, a sentença deve ser reformada
a Construção Quero Outro Bem Ltda. convidou a Tudo Azul em Obras Ltda. para sessão de no que diz respeito ao capítulo referente ao ônus da sucumbência.
mediação extrajudicial, em estrito cumprimento ao contrato. Como os ânimos já estavam
acirrados entre os parceiros, a Tudo Azul em Obras Ltda., confiante de que tinha razão no ↳em caso de apelação, a Construção Quero Outro Bem Ltda. ficará dispensada do
objeto litigioso, optou por não comparecer à sessão de mediação e resolveu aguardar a pagamento de 50% das custas recursais, por ter comprovado a tentativa de mediação
citação para eventual ação judicial. A ação foi proposta por Construção Quero Outro Bem extrajudicial.
Ltda. em face de Tudo Azul em Obras Ltda. Após a realização de perícia técnica, a sentença *não há essa previsão legal.
RESPONSABILIDADE PENAL quando alguém agir confiando que outrem cumprirá o seu
Em relação aos CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS, é correto afirmar que: papel.
➸se o titular do bem jurídico, com todas as informações disponíveis, conscientemente
decide pela autolesão ao bem jurídico, não há obrigação legal de ação do garante para ➸o compromisso de evitar o resultado desaparece quando a integridade do bem jurídico
evitar o resultado; depender do controle pessoal de determinadas fontes de perigo já existentes ou geradas por
↳Um dos requisitos para configurar a omissão imprópria é a evitabilidade do resultado. O alguma ação ou omissão precedente contrária ao direito.
crime omissivo impróprio pressupõe situação na qual o garantidor deve e pode agir para ↳Nos delitos omissivos impróprios só responde pelo resultado quem tinha o dever jurídico de
evitar o resultado. Se o garantidor pratica conduta para impedir o resultado, mas, este agir, impedindo-o pela ação esperada. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei
resultado ainda se verifica porque o titular do bem jurídico decide pela autolesão, o garante obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade
não deu causa ao resultado. A ausência dessa relação de causalidade impede que se de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do
atribua o resultado ao garante, sob pena de responsabilidade objetiva. resultado. Assim sendo, o compromisso de evitar o resultado não desaparece, embora a
Obs.: a questão teria ficado mais clara se mencionasse que o garantidor tomou todas as imputação do resultado possa restar prejudicada.
medidas para impedir o resultado, mas, ainda assim, o titular do bem jurídico realizou
autolesão. Antônio, 19 anos de idade, filho de José, agrediu reiteradas vezes Pedro, marido de seu pai.
O agressor residia com o casal, na casa de seu genitor. Chegando o processo ao Judiciário,
➸quando o risco da atividade é dividido entre as partes, cada qual assumindo uma parcela o juiz impôs medida protetiva em favor do casal, José e Pedro, determinando que o agressor
do dever de cuidado, eventual lesão causada por descuido do ofendido pode ser atribuída a se afastasse de ambos, proibindo-o de manter contato ou se aproximar das vítimas. Houve
título de omissão imprópria; descumprimento da medida por parte do agressor, com ingresso na casa paterna, mas com
↳A lesão causada por descuido do ofendido encontra-se fora da margem de dever e poder consentimento de José, e nova agressão a Pedro, que chamou força policial, sendo Antônio
do garantidor, excluindo a tipicidade da conduta. Trata-se, consoante já delineado na levado à delegacia policial. Nesse caso, as figuras típicas em análise são:
alternativa “a”, da evitabilidade do resultado. Para a configuração do crime omissivo ➸ violência doméstica (Art. 129, § 9º, do CP);
impróprio é necessária a possibilidade concreta de agir e evitar o resultado e, além disso, A situação narrada amolda-se a Violência Doméstica (art. 129, §9º, do CP), que é uma
também é necessário o dolo (direto ou eventual), ou seja, O DESEJO de atingir o resultado MODALIDADE ESPECIAL de lesão corporal de natureza leve.
através da omissão. A ESPECIALIDADE resta consubstanciada com a ocorrência de 2 elementos determinantes:
a) o sujeito passivo da conduta: contra [ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
➸o autor responde por cursos desviados ou aventureiros, quando sua conduta resulta numa companheiro], ou com quem conviva ou tenha convivido;
lesão, que faz surgir a posição de garante, e a vítima, por descuido, aumenta o risco do bem b) o vínculo entre o sujeito passivo e o ativo: decorrente das relações domésticas, de
atingido; coabitação ou de hospitalidade.
↳Entre a omissão do garante e o resultado lesivo deve haver nexo de causalidade (ainda que O caso do enunciado não se adequa ao delito previsto no art. 24-A da Lei 11.340/06, isso
hipotética). Nesse sentido, a ausência de relação entre o garantidor e o bem tutelado não porque o homem vítima de violência doméstica não tem direito às medidas protetivas da Lei
autoriza a imputação objetiva do resultado à omissão do agente, sendo certo que a Maria da Penha.
imputação ao agente deve ser limitada face ao comportamento do titular do bem jurídico. De todo modo, cabe a ressalva de que, SE a vítima for mulher, é importante salientar que o
Assim sendo, o agente deve responder no limite do risco criado por seu próprio delito de descumprimento de medida protetiva, tipo penal do artigo 24-A da Lei nº
comportamento. 11.340/2006, visa à proteção da mulher de forma indireta, sendo que o objeto jurídico
protegido é a manutenção do respeito às decisões judiciais.
➸do ponto de vista de imputação objetiva, o princípio da confiança não exclui a Em assim sendo, é indisponível o bem jurídico tutelado pela norma penal, não caberia a
responsabilidade pela omissão, mesmo que as circunstâncias concretas permitam confirmar aplicação do instituto do consentimento da ofendida.
na execução da função atribuída ao garantidor impróprio;
↳O PRINCÍPIO DA CONFIANÇA, do ponto de vista da imputação objetiva, exclui a Nas tradições jurídicas do direito romano-germânico e do common law fez-se uso recorrente
imputação. Isso porque, na vida em sociedade, as pessoas não podem ser obrigadas a dos STANDARS DE PROVA para o processo penal: a ÍNTIMA CONVICÇÃO (quem
sempre desconfiar dos outros, supondo constantemente que as demais pessoas não sustentar a acusação deverá produzir prova até o nível de causar a convicção firme do
cumprirão seu papel social. Justamente por isso, HAVERÁ EXCLUSÃO DA julgador em relação à ocorrência de um fato delitivo e da autoria do acusado) e o “para além
de qualquer dúvida razoável” (a hipótese da acusação deve estar confirmada ou corroborada possa o juiz reconhecer os benefícios na decisão penal. Nesse particular, quanto à delação
para além de qualquer dúvida razoável). Sobre o tema dos standards de prova, é correto premiada, é correto afirmar que:
afirmar que: ➸tendo sido realizada a colaboração premiada com o MP, não é cabível o benefício da
➸ a vagueza do recurso “para além de qualquer dúvida razoável” não indica um umbral ou delação premiada unilateral, por configurar bis in idem de benefícios. CERTA.
nível de suficiência da prova que seja intersubjetivamente controlável. ➸não é possível colaboração que independa de negócio jurídico prévio celebrado entre o
##Atenção: ##Doutrina: ##STF: ##MPGO-2019: ##TJPR-2021: ##FGV: Critérios de decisão imputado e o órgão acusatório ou a polícia;
(STANDARDS PROBATÓRIOS): Acerca do tema, Renato Brasileiro de Lima explica: “Qual é O STJ já reconheceu a possibilidade de colaboração que INDEPENDE de negócio jurídico
o grau de convencimento que se exige do magistrado, em sede processual penal, para prévio celebrado entre o réu e o órgão acusatório.
conceder uma medida cautelar, para receber uma denúncia, ou para condenar alguém pela 6. A jurisprudência desta Corte Superior tem estabelecido que a colaboração premiada da
prática de um fato delituoso? É isso o que se denomina de CRITÉRIOS DE DECISÃO, Lei 12.850/03 e a delação premiada das demais leis são institutos de natureza jurídica
standards probatórios ou MODELOS DE CONSTATAÇÃO, que podem ser compreendidos distintas: a colaboração é um negócio jurídico bilateral firmado entre as partes interessadas,
como o grau ou nível de prova exigido em um caso específico, como “indícios suficientes” ou enquanto a delação é ato unilateral do acusado. Assim, ao contrário do que propõe o
“além de dúvida razoável”. Conquanto não seja possível quantificar, matematicamente, os instituto da colaboração premiada (bilateral), como negócio jurídico, na delação premiada
diversos graus de probabilidade que caracterizam esses distintos modelos de constatação, (unilateral), inserta no art.1º, §5º, da Lei 9.613/98 e no art.14 da Lei 9.807/99, a concessão
daí não se pode desprezar a importância do estudo do tema, notadamente no âmbito do de benefícios não depende de prévio acordo a ser firmado entre as partes interessadas,
processo penal. Com efeito, levando-se em conta a regra probatória decorrente do princípio tendo alcance, em termos de benesse, entretanto, um pouco mais contido do que aquele
da presunção de inocência e o status de inocente do acusado, é de rigor a observância firmado com o Órgão acusatório (bilateral). Precedentes.
desses standards, até mesmo para se permitir certo controle sobre o raciocínio judicial no 7. O consectário lógico da ausência de previsão de ajuste ou de acordo prévio é a
terreno da prova e dos fatos. Em outras palavras, em razão do influxo do direito material em possibilidade de colaboração premiada unilateral, ou seja, colaboração que independe de
jogo e da regra probatória do in dubio pro reo, não se pode negar que o processo penal negócio jurídico prévio celebrado entre o réu e o órgão acusatório e que, desde que efetiva,
adota um standard de prova bastante elevado para a desconstituição do estado de inocência deverá ser reconhecida pelo magistrado, de forma a gerar benefícios em favor do réu. (STJ -
do acusado. Esse grau de convencimento necessário para a prolação de uma sentença RE nos EDcl no AgRg no REsp: 1875477 PR 2020/0119551-2, Relator: MinistroJORGE
condenatória, baseado em provas além de qualquer dúvida razoável, não é o mesmo MUSSI, Data de Publicação: DJ 17/09/2021).
standard necessário, todavia, para outras decisões ao longo da persecução penal. É dizer,
os standards probatórios podem variar de acordo com as diferentes decisões que são ➸a colaboração, independentemente da sua eficácia, deverá ser reconhecida pelo
proferidas pelo magistrado ao longo do processo. A título de exemplo, oferecida uma magistrado, de forma a gerar benefícios em favor do réu;
denúncia anônima perante o MP, não se admite, de imediato, a instauração de um inquérito ↳Nos termos do art. 4º, §1º da Lei 12.850/13: “Em qualquer caso, a concessão do benefício
policial. Antes, incumbe verificar a procedência das informações. Para a decretação de uma levará em conta a personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade
medida cautelar, como, por exemplo, a prisão preventiva, o art. 312 do CPP impõe a e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração”.
presença de prova da materialidade (juízo de certeza) e indícios de autoria (juízo de ➸a concessão de benefícios depende de prévio acordo a ser firmado entre as partes
probabilidade). Oferecida a peça acusatória, incumbe ao magistrado aferir se há justa causa interessadas, privando o magistrado de uma atuação discricionária;
para o processo penal (CPP, art. 395, III). A pronúncia, por sua vez, demanda não apenas o ↳Está correto quanto à colaboração premiada tradicional. Porém, no que tange à
convencimento quanto à materialidade, mas também a presença de indícios suficientes de colaboração premiada unilateral, está incorreta, pois existe discricionariedade do magistrado
autoria (CPP, art. 413). Por fim, para que alguém seja condenado, é necessário um juízo de na análise e efetivação do benefício.
certeza acerca da autoria e da materialidade além de qualquer dúvida razoável”. (LIMA,
Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 7. Ed. rev., ampl. e atual. Salvador/BA: ➸a incidência da causa especial de redução da pena prevista na Lei 9.807/99 não pode ser
Juspodivm, 2019. op. cit. pág. 624). afastada pela adoção da causa de redução de pena fixada em acordo de colaboração
premiada;
Especificamente no que toca à DELAÇÃO PREMIADA, em geral, ela surge a partir da ↳Pode ser afastada, pois os institutos não são cumulativos: “Assim, já tendo sido realizada a
PRODUÇÃO DE ACORDO BILATERAL, materializado em um pacto, que pode ser colaboração premiada com o MP, não é cabível o benefício da delação premiada (unilateral),
pré-processual, inclusive com imunidade (não denúncia), ou mesmo durante o curso do uma vez que implicaria aplicar 2 vezes causas de redução da pena com base no mesmo
processo penal ou da execução. Mas não se exclui que, preenchidos os requisitos legais, fato, o que configura bis in idem de benefícios. (STJ - RE nos EDcl no AgRg no REsp:
1875477 PR 2020/0119551-2, Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de Publicação: DJ o fato de um mesmo agente praticar tanto crimes estaduais quanto crimes federais induz a
17/09/2021). reunião dos processos na Justiça Federal para o julgamento de todos os delitos;
↳Súmula 122 STJ. Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes
Em relação à CONEXÃO no processo penal, é correto afirmar que: conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, a , do
a conexão que justifica a fixação da competência demanda a avaliação, caso a caso, da CPP.
necessidade de julgamento conjunto dos delitos para melhor esclarecimento dos fatos ou ↳Tese STJ. 9) Inexistindo CONEXÃO PROBATÓRIA, não é da Justiça Federal a
para prevenir decisões judiciais conflitantes; competência para processar e julgar crimes de competência da Justiça Estadual, ainda que
↳Não obstante dispor o art.69, inciso V, do CPP, que a competência jurisdicional será os delitos tenham sido descobertos em um mesmo contexto fático.
determinada pela conexão ou continência, tem-se que, em regra, tanto a conexão quanto a
continência não são critérios que fixam a competência. Funcionam, sim, como critérios que ➸ a PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA, por força da CONEXÃO, É ACEITA quando
ALTERAM a competência. Eventualmente, no entanto, podem ser utilizadas para a fixação houver DEPENDÊNCIA ou VÍNCULO existente entre os fatos, desde que formem uma
inicial da competência, desde que já se saiba antecipadamente que um processo está espécie de unidade.
ligado a outro previamente distribuído." (LIMA, Renato Brasileiro. 2021. p.638) ↳RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA.
ESTELIONATO. FALSIDADE IDEOLÓGICA. LAVAGEM DE DINHEIRO. AÇÃO PENAL EM
a conexão determina a reunião dos processos, em diferentes fases procedimentais, seja na TRÂMITE NA JUSTIÇA ESTADUAL. CONEXÃO COM DELITOS FEDERAIS
fase de investigação preliminar, na fase de instrução processual ou na fase recursal; IDENTIFICADOS NA MESMA INVESTIGAÇÃO POLICIAL: INEXISTÊNCIA. SENTENÇA
↳Súmula 235 STJ. A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi CONDENATÓRIA PROFERIDA NA JUSTIÇA ESTADUAL: SÚMULA 235/STJ. RECURSO
julgado. STJ. Ainda que assim não fosse, a consulta ao andamento processual da ação IMPROVIDO. A prorrogação de competência, por força de conexão probatória, é aceita
penal em trâmite na Justiça Estadual revelou que nela foi proferida sentença condenatória, quando houver dependência ou vínculo existente entre os fatos, desde que formem uma
em 12/05/2020, e, como se sabe, é inviável a reunião de processos supostamente conexos espécie de unidade, para que o julgador tenha visão uniforme do quadro probatório,
se um deles já foi julgado. Enunciado n. 235 da Súmula/STJ. (RHC 107.002/RJ, Rel. Ministro evitando-se decisões díspares. (RHC 93.295/RJ, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ,
REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 04/08/2020, DJe SEXTA TURMA, julgado em 16/08/2018, DJe 28/08/2018).
12/08/2020) ↳Não obstante dispor o art. 69, V, CPP, que a competência jurisdicional será determinada
pela conexão ou continência, tem-se que, em regra, tanto a conexão quanto a continência
a descoberta de vários delitos em uma mesma diligência implica a existência de conexão não são critérios que fixam a competência. Funcionam, sim, como CRITÉRIOS QUE
entre eles, em razão da conexão intersubjetiva, da conexão finalista ou da conexão ALTERAM A COMPETÊNCIA. Eventualmente, no entanto, podem ser utilizadas para a
instrumental; FIXAÇÃO INICIAL DA COMPETÊNCIA, desde que já se saiba antecipadamente que um
↳TJ. 4. A mera descoberta de vários delitos em uma mesma diligência não implica, processo está ligado a outro previamente distribuído." (LIMA, Renato Brasileiro. 2021.
necessariamente, na existência de conexão entre eles. Precedentes da 3ª Seção. O fato de p.638).
possíveis delitos de inserção de informações falsas em declarações de imposto de renda, de
utilização de documentos forjados em ação judicial para saque de FGTS ou de solicitação
fraudulenta de pensão por morte perante o INSS terem sido descobertos na mesma DA COMPETÊNCIA: Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
investigação em que foram apurados delitos estaduais, e de, eventualmente, terem sido I - o lugar da infração:
compartilhados dados sobre eles entre a Polícia Civil e a Polícia Federal, ou entre o II - o domicílio ou residência do réu;
Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal, não induz à conclusão de que III - a natureza da infração;
haveria conexão entre os delitos de competência da Justiça Estadual e os de competência IV - a distribuição;
da Justiça Federal. 5. O fato de a mesma organização criminosa praticar tanto crimes V - a conexão ou continência;
estaduais quanto federais não induz necessariamente à reunião de processos na Justiça VI - a prevenção;
Federal para o julgamento de todos os delitos por ela praticados se não houver conexão VII - a prerrogativa de função.
entre eles. (RHC 107.002/RJ, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA
TURMA, julgado em 04/08/2020, DJe 12/08/2020) A assertiva é cópia literal, apenas trocaram a palavra 'modificação' pelo termo 'fixação', o
que, convenhamos, ao se falar em critério que ‘determina’ competência (art. 69, V e 76 do
CPP), em nada altera o sentido da frase, a interpretação da ementa ou mesmo o III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou
entendimento que deve ser dado como correto. '[…] 1. A conexão que justifica a modificação cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
da competência demanda avaliação, caso a caso, da necessidade de julgamento conjunto IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou
dos delitos para melhor esclarecimento dos fatos ou para prevenir decisões judiciais torne impossivel a defesa do ofendido;
conflitantes. A reunião de processos deve se mostrar útil, servindo aos propósitos de dar V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
mais celeridade e eficiência à prestação jurisdicional em razão da conexão probatória entre Pena - REC, de 12 a 30 anos.
os feitos reunidos. […] (RHC 148.251/RJ, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 17/08/2021, DJe 20/08/2021)'. Tentativa: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
Art. 76. A competência será determinada pela CONEXÃO:
I - se, ocorrendo 2 ou + infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias Destruição, subtração ou ocultação de cadáver: Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar
pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, cadáver ou parte dele:
ou por várias pessoas, umas contra as outras; Pena - REC, de 1 a 3 anos, + multa.
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras,
ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; FURTO QUALIFICADO: §4º - A pena é de REC de 2 a 8 anos, + multa, se o crime é
III - quando a prova de 1 infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir cometido:
na prova de outra infração. I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
Art. 77. A competência será determinada pela CONTINÊNCIA quando: III - com emprego de chave falsa;
I - 2 ou + pessoas forem acusadas pela mesma infração; IV - mediante concurso de 2 ou + pessoas.
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, §1º, 53, 2ª parte
(PPL), e 54CP (PRD).
↳Conversão da multa e revogação: Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória,
a multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor,
aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que
concerne às causas INTERRUPTIVAS e SUSPENSIVAS da prescrição.

José foi denunciado e pronunciado por infração ao Art. 121, § 2º, I e III, c/c 14, II, por uma Art. 483. Os QUESITOS serão formulados na seguinte ORDEM, indagando sobre:
vez, e Art. 121, § 2º, I e III, por 2 vezes, Art. 211, por 2 vezes, e Art. 155, § 4º, IV, todos do III – se o acusado deve ser absolvido;
CP.
↳A vítima sobrevivente teve seu membro inferior esquerdo amputado em razão das lesões Quanto ao crime desclassificado, ao contrário do que acontece na 1ª fase do procedimento
sofridas. Submetido a julgamento, na 1ª série de quesitos, do crime tentado, houve bifásico, onde a regra é a remessa para o juiz competente (art. 419 do CPP), na 2ª fase,
desclassificação, afastando o crime doloso contra a vida. Na 2ª e 3ª séries, referentes aos quando os jurados desclassificam, a competência para julgamento é do JUIZ PRESIDENTE
homicídios consumados, os jurados responderam afirmativamente ao 3º quesito (Art. 483, do TRIBUNAL DO JURI. Nesse sentido, o STJ:
III). Diante das 3 primeiras séries, o juiz presidente deve: 4. Afastada pelos jurados a intenção da recorrente em participar do delito doloso contra a
➸ PROSSEGUIR NA VOTAÇÃO DOS QUESITOS e julgar o CRIME DESCLASSIFICADO; vida em razão da desclassificação promovida em plenário, o juiz natural da causa não é
mais o Tribunal do Júri, não competindo ao Conselho de Sentença o julgamento do delito, e
Homicídio qualificado: sim ao juiz presidente do Tribunal do Júri, nos termos do que preceitua o art. 492, §1º, 1ª
§ 2° Se o homicídio é cometido: parte, do CPP. (...) (STJ - REsp: 1501270 PR 2014/0318172-9, Relator: Ministra MARIA
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 01/10/2015, T6 - SEXTA TURMA, Data
II - por motivo futil; de Publicação: DJe 23/10/2015).
↳Quanto aos delitos que o júri absolveu, por óbvio, ao absolver ele ressaltou ainda mais sua Transmissão de Bens Imóveis (ITBI)]. O Fisco Municipal pretende lavrar auto de infração
competência para julgamento, devendo a quesitação seguir quanto aos crimes conexos, para fins de lançamento e cobrança do ITBI, que entende devido, acrescido de multa de 10%
também de competência do corpo de jurados. sobre o valor do imposto. À luz do entendimento do STF, no momento da lavratura desta
escritura pública de compra e venda:
A dificuldade da questão está em compreender como devem ser julgados os CRIMES ➸ o tabelião, o comprador e o vendedor não poderão ser responsabilizados pelo pagamento
CONEXOS, vez que há no mesmo processo 2 crimes contra a vida (homicídio tentado e de tal ITBI não recolhido.
homicídio consumado). ↳Recentemente o STF fixou a seguinte tese em repercussão geral sobre o recolhimento do
Isso porque estamos acostumados a lidar com a hipótese em que há uma simples ITBI: “O FATO GERADOR do imposto sobre transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI)
desclassificação ou absolvição (e não as 2 cumuladas). somente ocorre por EFETIVA TRANSFERÊNCIA da propriedade imobiliária, que SE DÁ
Ex. se houvesse apenas o crime 1 (excluindo o crime 2): o juiz presidente julgaria também MEDIANTE REGISTRO.
os crimes conexos (art. 493, §2°). ↳A questão fala que foi LAVRADA a escritura pública de compra e venda, que DEVE SER
Ex. se houvesse apenas o crime 2 (excluindo o crime 1): os jurados julgariam os crimes LEVADA A REGISITRO no cartório de imóveis. Assim, percebe-se que o fato gerador do
conexos. ITBI ainda não ocorreu, pois, conforme o STF, só se dá mediante O REGISTRO DO
Portanto, repetindo: mas e se, no mesmo processo, os jurados desclassificam um crime IMÓVEL.
doloso contra a vida e absolvem outro; como ficam os crimes conexos?
Segundo o gabarito, devem ser julgados pelos jurados ("prosseguir na votação dos LEI ORDINÁRIA do Estado X, acompanhada de estimativa de impacto orçamentário e
quesitos"); financeiro, proibiu a cobrança de ICMS nas contas de energia elétrica fornecida a TEMPLOS
Seria um raciocínio do tipo: "como os jurados entenderam que 1 dos crimes contra a vida (no DE QUALQUER CULTO, desde que o imóvel esteja comprovadamente na propriedade ou
caso, o crime 2) é, de fato, da competência do júri, deve este mesmo Conselho de Sentença posse da ENTIDADE RELIGIOSA e seja usado para a PRÁTICA RELIGIOSA. Diante desse
julgar também os crimes conexos, ainda que tenha havido desclassificação do outro crime cenário e à luz do entendimento do STF, é correto afirmar que:
contra a vida (no caso, o crime 1). ➸ a CONCESSÃO de tal benefício não enseja guerra fiscal nem indevida competição entre
os Estados;
Lei do Estado do Paraná autorizou a DOAÇÃO, com dispensa de licitação, de imóveis de ↳ICMS – SERVIÇOS PÚBLICOS ESTADUAIS [PRÓPRIOS, DELEGADOS,
propriedade da Administração Direta estadual e da autarquia estadual Departamento de TERCEIRIZADOS OU PRIVATIZADOS] DE ÁGUA, LUZ, TELEFONE E GÁS – IGREJAS E
Estradas de Rodagem (DER) em favor da Companhia de Habitação do Paraná (COHAPAR - TEMPLOS DE QUALQUER CRENÇA – CONTAS – AFASTAMENTO – “GUERRA FISCAL” –
sociedade de economia mista), para fins de programa de regularização fundiária de AUSÊNCIA DE CONFIGURAÇÃO. Longe fica de exigir consenso dos Estados a outorga de
interesse social de imóveis ocupados por antigos servidores da autarquia DER. Diante do benefício a igrejas e templos de qualquer crença para excluir o Imposto sobre Circulação de
entendimento jurisprudencial e/ou da legislação estadual do Paraná acerca da incidência do Mercadorias e Serviços nas contas de serviços públicos de água, luz, telefone e gás. Assim,
Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD), no caso, é correto afirmar percebe-se que o STF entendeu que a concessão de isenção por não representar vantagem
que: nenhuma para o Estado concedente [não pode ser considerada “guerra fiscal]”. (ADI
➸ não incide ITCMD na doação da COHAPAR, sociedade de economia mista (SEM), para 3421/PR).
os antigos servidores da autarquia DER, na condição de donatários pessoas físicas; ↳Contribuinte de FATO: é o que sofre o impacto financeiro no orçamento. No caso da compra
↳Não incide o ITCMD contra a COHAPAR nem contra os antigos servidores do DER, uma de uma TV, seria o consumidor.
vez que existe Lei no Estado do Paraná prevendo a isenção do ITCMD nos casos de “de ↳Contribuinte de DIREITO: é quem paga para o Estado, porém não sente no bolso, pois
imóvel destinado à construção de moradia vinculada a programa de habitação popular ou a repassa o custo para o consumidor. Ex.: casas bahia, concessionária de energia elétrica.
programas de regularização fundiária de interesse social, estabelecidos em lei específica ↳ A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA não incide quando os beneficiários são CONTRIBUINTES DE
(art. 11 Lei Estadual 18.573/15). Assim, percebe-se que a IMUNIDADE É OBJETIVA (se FATO, apenas quando são contribuintes de direito:
relaciona ao imóvel) e não a quem recebe. Como se trata de imóvel destinado à ↳A imunidade tributária SUBJETIVA aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte
regularização fundiária, há imunidade para todos. de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a verificação
da existência do beneplácito constitucional, a repercussão econômica do tributo envolvido.
José comprou de João, em julho de 21, um imóvel situado em Curitiba (PR), tendo sido • Se a entidade imune for contribuinte de direito: incide a imunidade subjetiva.
lavrada a escritura pública de compra e venda [sem o recolhimento do Imposto sobre a • Se a entidade imune for contribuinte de fato: não incide a imunidade subjetiva.
STF. Plenário. RE 608872/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22 e 23/2/2017 não necessitando a apresentação, nesse momento, dos comprovantes de recolhimento
(repercussão geral) (Info 855). indevido, visto que serão exigidos posteriormente, na esfera administrativa, quando o
procedimento de compensação for submetido à verificação pelo Fisco.
A empresa XYZ Ltda. impetrou MANDADO DE SEGURANÇA para ver reconhecido seu ↳Por outro lado, Mandado de Segurança com vistas a obter juízo específico sobre as
direito de compensação, com encontro de contas a ser realizado em sede administrativa, parcelas a serem compensadas, com efetiva investigação da liquidez e certeza dos créditos,
referente a tributo que havia sido declarado inconstitucional em CONTROLE ABSTRATO de ou, ainda, na hipótese em que os efeitos da sentença supõem a efetiva homologação da
constitucionalidade pelo STF. Em sua petição, apenas comprovou sua condição de compensação a ser realizada, o crédito do contribuinte depende de quantificação de modo
contribuinte daquele tributo, mas sem juntar documentos comprobatórios dos recolhimentos que a inexistência de comprovação cabal dos valores indevidamente recolhidos representa a
que reputa indevidos. ausência de prova pré-constituída indispensável à propositura da ação.
Diante desse cenário e à luz do entendimento do STF, analise as afirmativas a seguir,
assinalando V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). A pessoa jurídica Beta alienou onerosamente um eletrodoméstico para Bruna. Por um
(F) O mandado de segurança não constitui ação adequada para a declaração do direito à defeito de fabricação do produto, houve um princípio de incêndio na casa de Bruna que
compensação tributária. experimentou prejuízos materiais e morais. Julgado procedente o pedido e iniciado o
↳ Súmula 213 STJ: O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do cumprimento de sentença, verificou-se que Beta não tinha patrimônio suficiente para a
direito à compensação tributária. DEVIDA REPARAÇÃO determinada pelo juízo cível. Diante do exposto, é correto afirmar
Não confunda com... que:
Súmula 460: É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária ➸Bruna poderá buscar a reparação liquidada no processo do fabricante, pois este responde
realizada pelo contribuinte solidariamente;
(V) A prova de sua condição de contribuinte é pressuposto desse mandado de segurança. A RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA precisa ser declarada em processo de conhecimento,
Pressuposto de legitimidade ativa... sob pena de tornar-se impossível a execução do devedor solidário (STJ, REsp 1.423.083,
(F) A ausência da prova dos recolhimentos indevidos deve conduzir à extinção desse 2014).
mandado de segurança sem resolução do mérito. Fundamento para as alternativas B, C, D e E: para aplicação da desconsideração da
Só se quer declarar o direito à compensação. Para isso, não há necessidade de comprovar personalidade jurídica pode-se utilizar 2 teorias.
se fez os recolhimentos ou não. A restituição deve ser buscada, depois da declaração, TEORIA MAIOR. Aplicação: regra geral do art. 50, CC. Exige: 1) Abuso da personalidade
administrativamente, e, se isso não adiantar, o contribuinte precisa ajuizar ação própria de (desvio de finalidade ou confusão patrimonial); 2) Que os administradores ou sócios da
repetição de indébito tributário. pessoa jurídica foram beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso (novo requisito trazido
(V) A prova de sua CONDIÇÃO DE CONTRIBUINTE é pressuposto desse MANDADO DE pela Lei 13.874/2019).
SEGURANÇA. TEORIA MENOR. Aplicação: relações de consumo (art. 28, §5º, CDC) e no direito ambiental
↳ Independentemente do objeto do mandado de segurança – com vistas a declarar o direito (art. 4º da Lei n° 9.605/98). De acordo com a Teoria Menor, a incidência da desconsideração
à compensação tributária ou para obter juízo específico sobre as parcelas a serem se justifica (STJ, REsp 1.735.004, 2018): 1) Pela comprovação da insolvência da pessoa
compensadas – é imprescindível a COMPROVAÇÃO de que o impetrante ocupa a posição jurídica para o pagamento de suas obrigações, somada à má administração da empresa (art.
de credor tributário. 28, caput, do CDC); ou 2) Pelo mero fato de a personalidade jurídica representar um
(F) A ausência da prova dos recolhimentos indevidos deve conduzir à extinção desse obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores, nos termos do § 5º do
mandado de segurança sem resolução do mérito. art. 28 do CDC.
↳No caso em tela, o MS foi impetrado pela empresa XYZ Ltda. “para ver reconhecido seu
direito de compensação, com encontro de contas a ser realizado em sede administrativa”. ➸é cabível a desconsideração da personalidade jurídica se ficar demonstrado que a pessoa
Nesse caso, “os comprovantes de recolhimento indevido serão exigidos posteriormente, na jurídica agiu em abuso do direito ou que houve confusão patrimonial;
esfera administrativa, quando o procedimento de compensação for submetido à verificação Errado, pois no caso da questão trata-se de aplicação da TEORIA MENOR pela qual não se
pelo Fisco”. STJ. 1ª Seção. REsp 1715256-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, exige abuso de direito ou confusão patrimonial apenas insolvência ou demonstração de que
julgado em 13/02/2019 (recurso repetitivo) (Info 643). a personalidade jurídica é um obstáculo ao ressarcimento.
↳Em síntese: Mandado de Segurança com o objetivo de declarar o direito à compensação
tributária: basta a comprovação de que o impetrante ocupa a posição de credor tributário,
➸é cabível a desconsideração da personalidade jurídica, desde que o interessado comprove ↳É este o teor do art. 500 CC: “Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida
que o devedor não tem patrimônio suficiente para suportar a execução; CERTA. de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos
Certo, pela utilização da TEORIA MENOR, se o consumidor demonstrar a incapacidade da casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e,
pessoa jurídica de arcar com suas obrigações, pode-se aplicar a desconsideração da não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional
personalidade. ao preço.
↳A partir do caso trazido, é possível intuir que Renato não estava interessado na extensão
➸pela Lei de Liberdade Econômica, apenas poderá ser admitida a desconsideração da do imóvel, mas sim o que levava a adquiri-lo era justamente o valor sentimental que nutria
personalidade jurídica se houver comprovação de desvio de finalidade ou de confusão por aquele local, em virtude das lembranças de sua infância. Assim, como não se tratou de
patrimonial; uma venda ad mensuram, o comprador não tem direito a reclamar a resolução do contrato,
Errado, segundo a Lei 13874/19, além do desvio de finalidade ou confusão patrimonial, há mormente porque o imóvel foi vendido como coisa certa e determinada, tendo sido apenas
um NOVO REQUISITO, qual seja, que os administradores sejam beneficiados pelo abuso. enunciativa a referência às suas dimensões.
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se
➸a desconsideração da personalidade jurídica dependerá da prova de que os determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às
administradores ou sócios da pessoa jurídica foram beneficiados direta ou indiretamente dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo
pelo abuso do direito. isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.
Errado, estaria correta se o direito do consumidor aplicasse a teoria maior, contudo, como §1º Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a
utiliza a teoria menor, não é necessário a prova dessa vantagem pelos administradores ou diferença encontrada não exceder de 1/20 da área total enunciada, ressalvado ao comprador
sócios. o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
§2º Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar
Renato sempre teve um apreço especial pelo imóvel de seu avô, a Chácara XX, que a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor
abrangia um terreno, delimitado por uma cerca de alvenaria, com piscina e uma casa com correspondente ao preço ou devolver o excesso.
dez cômodos, onde passava suas férias na infância. Assim, quando o avô faleceu e deixou a §3º Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido
Chácara XX para seu tio Roberto, Renato negociou com o tio e comprou dele a Chácara XX como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas
por 1 milhão de reais. Entretanto, depois da venda, constatou que o imóvel tinha somente dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus .
470 metros quadrados, e não os 500 metros quadrados afirmados pelo tio no momento da Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou
venda. Nessa situação, Renato: o comprador que não o fizer no prazo de 1 ano, a contar do registro do título.
➸ NÃO TEM DIREITO DE RECLAMAR, porque o imóvel foi vendido como COISA CERTA e Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribuível ao alienante, a
DISCRIMINADA, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões. partir dela fluirá o prazo de decadência.
➸ tem direito de reclamar a resolução do contrato, com a devolução do imóvel a Roberto, Art. 502. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos que
recebendo Renato de volta todo o preço pago; gravem a coisa até o momento da tradição.
↳O contrato de compra e venda pode ser de 2 naturezas, ad corpus e ad mensuram. A ↳Conforme dito anteriormente, não se tratando de venda AD MENSURAM, não que se falar
venda AD CORPUS é caracterizada pela vinculação do preço pelas características em direito:
específicas do próprio bem. Ou seja, não se considera variações de medida como como I) ao abatimento do preço,
critério resolutivo ou reparatório. Diz-se que a compra e venda é ad corpus quando os II) à complementação da área
contratantes levam em consideração o corpo, o objeto e as características de localização, III) a resolução do contrato.
suas comodidades e outras características que são levadas em consideração, sendo que a
área do imóvel não tem quase importância, sendo meramente enunciativa. Lucas deliberadamente matou seu próprio pai, Leônidas, movido pelo rancor de o pai ter se
↳Por outro lado, a AD MENSURAM é a venda caracterizada pela vinculação do preço às oposto ao seu casamento. Aberto o TESTAMENTO de Leônidas, redigido 2 meses antes de
medidas do imóvel. De acordo com a extensão da área. Diferentemente na compra e venda sua morte, ele deixava para Lucas, além da sua parte na legítima, um relógio de ouro de seu
ad corpus, a área do imóvel é o FATOR PREPONDERANTE para a negociação. Neste uso pessoal. Leônidas deixou uma neta, Melina, filha de Lucas, seu filho único. Diante disso,
caso, se imóvel comprado tiver área menor do que a constante no contrato há direito I) ao é correto afirmar que:
abatimento do preço, II) à complementação da área ou III) a resolução do contrato.
➸ Melina poderá herdar no lugar de Lucas, como se ele fosse pré-morto, se, em até 4 anos, Art. 382, § 4º, CPC/2015 - Neste procedimento, não se admitirá DEFESA ou RECURSO,
ajuizar AÇÃO DE INDIGNIDADE, e esta for reconhecida por sentença judicial; salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente
↳Lucas tem direito a alguma parte da herança (legítima ou testamentária)? NÃO. Segundo o originário.
art. 1.814, I, CC: “São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários que houverem sido
autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de José celebrou com a Incorporadora ABC CONTRATO de promessa de compra e venda de
cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente”. unidade imobiliária em construção, para fins de moradia pessoal. O prazo para a entrega do
↳A exclusão de Lucas será automática? NÃO. É necessário propor AÇÃO DE bem, já computada a cláusula de tolerância, venceu em 01/01/2020. As chaves do imóvel
INDIGNIDADE. Segundo o art. 1.815, CC: “A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer foram entregues ao adquirente 4 meses após (em maio de 2020), sem ressalvas, na mesma
desses casos de indignidade, será declarada por sentença”. data em que foi emitido o certificado de conclusão de obra (“habite-se”). Nada obstante isso,
↳A filha de Lucas, neta de Leônidas, poderá herdar no “lugar” do pai? SIM, como se o pai o consumidor ingressou em juízo buscando obter da incorporadora, em decorrência do
fosse pré-morto. Segundo o art. 1.816, CC: “São PESSOAIS os EFEITOS DA EXCLUSÃO; adimplemento tardio da obrigação de entrega da unidade imobiliária, reparação de lucros
os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura cessantes, bem como compensação por dano moral puro e in re ipsa. A parte ré alega
da sucessão”. Qual o prazo para propositura de ação de indignidade? Art. 1.815, §1º, CC. O FORTUITO EXTERNO (pandemia do novo Coronavírus), a inexistência de dano moral in re
direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em 4 anos, contados da ipsa decorrente exclusivamente da simples mora contratual na entrega do bem e a
abertura da sucessão. impossibilidade de cumulação de reparação de lucros cessantes com a cláusula penal
moratória, devidamente paga ao adquirente e em valores equivalentes aos locativos da
coisa. Diante das peculiaridades do caso narrado, a pretensão do autor é:
Antônio contratou empréstimo bancário no caixa eletrônico quando foi fazer outras ➸ IMPROCEDENTE, pois o DANO MORAL não se configura in re ipsa, no caso, e a
movimentações financeiras. A contratação foi voluntária, mas, ao longo do tempo, Antônio cláusula penal estabelecida em valor equivalente ao locativo afastaria a sua cumulação com
percebeu que as parcelas estavam muito altas, pois, embora já tivesse pago uma quantia lucros cessantes;
expressiva, o seu saldo devedor continuava elevado. Diante disso, Antônio procurou seu ↳Informativo 651. STJ. A cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo
advogado e foi orientado a ajuizar uma ação probatória autônoma, com o objetivo de realizar adimplemento tardio da obrigação, e, em regra, estabelecida em valor equivalente ao
prova pericial técnica para apurar se os juros do empréstimo estavam compatíveis com o locativo, afasta-se sua cumulação com lucros cessantes. (recurso repetitivo).
mercado ou se tinham alcançado patamares abusivos, de modo a viabilizar futura ação de 1) Em caso de atraso na entrega do imóvel, é possível a cumulação da indenização por
revisão das cláusulas do contrato de empréstimo. Considerando essa situação concreta, é lucros cessantes com a cláusula penal moratória?
correto afirmar que: REGRA: NÃO. A cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento
↳ são CONCORRENTES os foros do local onde a prova será produzida e o do domicílio do tardio da obrigação, e, em regra, estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se
réu, cabendo ao autor a escolha do foro para ajuizamento da PRODUÇÃO ANTECIPADA sua cumulação com lucros cessantes (STJ, Tese RR 970, 2019). Como a cláusula penal
DE PROVA; moratória já serve para indenizar/ressarcir os prejuízos que a parte sofreu, não se pode fazer
(A) CORRETA. Art. 381, §2º, CPC/2015 - A produção antecipada da prova é da competência a sua cumulação com lucros cessantes.
do juízo do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu. EXCEÇÃO: SIM. A depender do caso concreto, a parte poderá DEMONSTRAR que
(B) INCORRETA. Art. 381, §3º, CPC/2015 - A produção antecipada da prova não previne a SOFREU algum DANO ESPECIAL, além daqueles regularmente esperados da
competência do juízo para a ação que venha a ser proposta. Se a produção antecipada de inadimplência, e que a cláusula penal moratória seria insuficiente para reparar esse dano
provas não previne o juízo, não haverá distribuição por dependência, pois, a ação "principal" (STJ, REsp 1.498.484, 2019).
pode vir a ser proposta em outro juízo.
(C) INCORRETA. Art. 382, §2º, CPC/2015 - O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou 2) Nesse caso, é possível a compensação por DANO MORAL PURO e IN RE IPSA?
a inocorrência do fato, nem sobre as respectivas consequências jurídicas. REGRA: NÃO. O mero descumprimento contratual, caso em que a promitente vendedora
(D) INCORRETA. Não há essa limitação, podendo ser utilizada por qualquer das partes, nos deixa de entregar o imóvel no prazo contratual injustificadamente, não acarreta, por si só,
termos dos arts. 381 e 382 do CPC/2015. danos morais (STJ, AgInt no REsp 1.684.398, 2018).
(E) INCORRETA. Conforme previsto no art. 382, §4º, do CPC/2015, a produção antecipada EXCEÇÃO: é possível haver a condenação em danos morais, desde que devidamente
de prova não admite defesa. comprovada a ocorrência de uma significativa e anormal violação a direito da personalidade
do adquirente (STJ, AgInt no REsp 1.693.221, 2018). Ex.: ATRASO MUITO GRANDE na
entrega do imóvel (no caso concreto, foram 2 anos de atraso) (STJ, AgRg no AREsp Da Defesa do Consumidor EM JUÍZO. Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos
693.206, 2018). consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título
coletivo. Parágrafo único. A DEFESA COLETIVA será exercida quando se tratar de:
Instituto CDC, regularmente constituído e vinculado à defesa dos interesses e direitos dos I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
consumidores, ajuizou, com base no Art. 81 e seguintes, da Lei 8.078/90, ação em face de transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e
diversas instituições financeiras, reproduzindo idênticos pedidos e causas de pedir ligadas por circunstâncias de fato;
formulados em demandas coletivas, anteriormente propostas por legitimados outros, em II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
diferentes comarcas e regiões, por todo o país, visando à declaração de nulidade de transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de
cláusulas de contratos de financiamento bancário, celebrados pelos seus respectivos pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
associados. Em contestações, arguiram as instituições financeiras rés, entre outras III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de
questões, preliminar de coisa julgada, fortes no argumento de que já teria sido proferida origem comum.
sentença de improcedência dos pedidos, com trânsito em julgado, por juízo competente, de
comarca de capital, que por 1º conheceu das demandas semelhantes. Manifestando-se Sobre o crime de INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO (Art. 154-A, inserido no CP
sobre as contestações, a parte autora pugnou pela REJEIÇÃO DA PRELIMINAR. por meio da Lei nº 12.737/2012), a doutrina aponta a existência de alguns problemas que
Restringindo-se a presente questão à análise da preliminar em berlinda, esta deve ser: envolvem a incriminação, pois há exigências legais que deixam de fora certas condutas
➸ ACOLHIDA. HÁ COISA JULGADA, que prejudica o ajuizamento de NOVAS AÇÕES lesivas. Quanto à conduta criminosa, é correto afirmar que: ↳o ACESSO INDEVIDO ao
COLETIVAS sem, contudo, prejudicar o ajuizamento de ações individuais por quem não sistema de “NUVEM” (cloud computing), para obtenção de dados alheios, configura o crime,
haja intervindo como litisconsorte na ação já sentenciada; mesmo que o agente não saiba qual dispositivo está invadindo;

Aqui é importante observar que, em se tratando de DIREITO INDIVIDUAL HOMOGÊNEO, Em relação ao delito de INVASÃO DE DOMICÍLIO, é correto afirmar que:
não interessa o fundamento utilizado na sentença para fins de aquilatar a possibilidade de ➸a ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA tem a necessidade de ordem judicial para adentrar ou
ajuizamento de nova demanda. permanecer em domicílio contra a vontade de quem exerce em local privado não aberto ao
público sua atividade profissional.
Isso porque, interpretando o inciso III em conjunto com o § 2º do art. 103 em relação aos
direitos individuais homogêneos, o STJ chegou a conclusão de que, se a ação coletiva Sobre os pressupostos da IMPUTAÇÃO OBJETIVA, é correto afirmar que:
envolvendo direitos INDIVIDUAIS homogêneos for julgada IMPROCEDENTE (não importa o ➸ se o agente modifica um CURSO CAUSAL de tal maneira que DIMINUI O PERIGO JÁ
motivo): os interessados individuais que não tiverem intervindo no processo coletivo como EXISTENTE à vítima e MELHORA A SITUAÇÃO do objeto da ação, EXCLUI A IMPUTAÇÃO
litisconsortes (art. 94 CDC) poderão propor ação de indenização a título individual, não ↳ De fato, conclui Roxin que as “ações que diminuam riscos não são imputáveis ao tipo
cabendo, contudo, a repropositura de nova ação coletiva mesmo que por outro legitimado objetivo, apesar de serem causa do resultado em sua forma concreta e de estarem
coletivo (não importa se ele participou ou não da primeira ação; não pode nova ação abrangidas pela consciência do sujeito”. Assim, imagine que “A” assiste uma pedra dirigir-se
coletiva). ao corpo de “B”, não podendo evitar que esta o alcance, mas pode desviá-la, de modo a
tornar menos perigosa a situação. Neste caso, houve uma diminuição do risco para o bem
Após o trânsito em julgado de decisão que julga improcedente ação coletiva proposta em jurídico protegido. O agente não criou um risco, mas sim agiu para modificar o curso causal
defesa de DIREITOS INDIVIDUAIS E HOMOGÊNEOS, independentemente do motivo que para que as consequências fossem mais favoráveis a este interesse jurídico. Mesmo
tenha fundamentado a rejeição do pedido, não é possível a propositura de nova demanda caracterizando-se um dano ao bem, não houve um desprezo pela proteção valorativa do
com o mesmo objeto por outro legitimado coletivo, ainda que em outro Estado da federação. ordenamento jurídico.
STJ. 2ª Seção. REsp 1.302.596-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. para
acórdão Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 9/12/2015 (Info 575). → Assim, a DIREITO CONSTITUCIONAL. PODER LEGISLATIVO. Russel, Secretário Estadual de Lazer
preliminar de coisa julgada deve ser acolhida, sem prejuízo, contudo, do conhecimento de e Diversão, ajuizou queixa crime contra o Deputado Federal Jack pela prática, em tese, dos
ações individuais ajuizadas por quem não haja intervindo como litisconsorte na ação já crimes previstos nos artigos 138, 139 e 140, c/c o artigo 141, inciso III, todos do CP. Narrou,
sentenciada (art. 103, § 2º, CDC). para tanto, que o Deputado Federal, a partir de publicação veiculada na internet por meio da
rede social AllTogether e posteriormente também divulgada via aplicativo de mensagens
TalkAbout, proferiu ataques dirigidos ao querelante que ofenderam sua HONRA SUBJETIVA, ↳Segundo o entendimento doutrinário dominante, a IMUNIDADE MATERIAL do parlamentar
OBJETIVA, além de imputar-lhe a prática do “crime de improbidade administrativa”. O é causa da EXCLUSÃO DA TIPICIDADE penal, e não da ilicitude (STF, Pet 4934).
querelante atribuiu as seguintes declarações ao Deputado Federal, que classifica como
crimes de DIFAMAÇÃO, INJÚRIA e CALÚNIA: “O maior deboche com dinheiro público que ➸as prerrogativas de Deputado Federal limitam-se a manifestações realizadas dentro da
eu já vi na minha vida! Missão governamental do Estado X, Secretário Estadual de Lazer e respectiva Casa Legislativa, mesmo que não guardem conexão com o exercício do mandato;
Diversão Russel, com 2 assessores, foram para Orlando, dos dias 18 a 25 de janeiro, para a ↳A doutrina costuma dizer que a IMUNIDADE MATERIAL pode ser divida em 2 espécies:
Feira de Armas Shoot me to Death, com diária de US$350,00, para cada um, totalizando ABSOLUTA e RELATIVA.
US$2.275,00, mais passagem de US$14.000,00. O Secretário, todos os anos, há muitos ↳A ABSOLUTA é quando os fatos se deram DENTRO da respectiva casa, hipótese em que
anos, vai a essa feira com o dinheiro da família, porém, agora pegou o dinheiro do Estado X se afasta a responsabilização penal e civil. Já a RELATIVA decorre de atos praticados FORA
para ir. O que tem o Secretário Estadual de Lazer e Diversão a ver com uma Feira de Armas da casa legislativa, exigindo, assim, que a manifestação feita tenha relação com o exercício
em Orlando? Onde ele está, inclusive, usando vídeos para sua promoção pessoal. Ele é do seu mandato.
Secretário de Segurança por acaso? Ele foi fazer turismo, uma vergonha isso, o que vem ↳A Min. Rel. Rosa Weber ressaltou que a imunidade parlamentar material (art. 53 da CF/88)
para o Estado X com essa viagem, senhor Governador? Isso é nítido ATO DE só é ABSOLUTA quando as [afirmações de um parlamentar sobre qualquer assunto ocorrem
IMPROBIDADE e como Deputado Federal não admito, quero o melhor para o Estado X”. No DENTRO do Congresso Nacional]. No entendimento da Ministra, [FORA DO PARLAMENTO
que pertine à prática de crime pelo referido Deputado Federal, é correto afirmar que: é necessário que as afirmações tenham RELAÇÃO DIRETA com o exercício do mandato].
➸ estando a fala do Deputado Federal ligada ao exercício do mandato e ao debate político, Na hipótese, o STF entendeu que as declarações do Deputado não tinham relação direta
há incidência da IMUNIDADE MATERIAL, o que, consequentemente, afasta a TIPICIDADE com o exercício de seu mandato. STF. 1ª Turma. Inq 3672/RJ, Rel. Min. Rosa Weber,
DA CONDUTA; julgado em 14/10/2014 (Info 763).
↳Realmente, o instituto da IMUNIDADE PARLAMENTAR atua como condição e garantia de
independência do Poder Legislativo, seu real destinatário, em face dos outros poderes do ➸estando a fala do Deputado Federal ligada ao exercício do mandato e ao debate político,
Estado. Trata-se, pois, de prerrogativa de caráter institucional, inerente ao Poder Legislativo, há incidência da imunidade formal, o que, consequentemente, demanda manifestação da
que só e conferida ao parlamentar em FUNÇÃO DO CARGO e do MANDATO que exerce. respectiva Casa Legislativa sobre a sustação do processo.
Assim, como a fala do Deputado Federal está ligada ao exercício do mandato e ao debate ↳Conforme visto, incide aqui a IMUNIDADE MATERIAL, a qual é a subtração da
político, há incidência da imunidade material e, por conseguinte, resta afastada a tipicidade responsabilidade penal, civil, disciplinar ou política do parlamentar, por suas opiniões,
de sua conduta. palavras e votos. Por sua vez, a imunidade processual/formal/adjetiva/ incoercibilidade
pessoal relativa” (freedom from arrest), é responsável por definir as regras sobre prisão dos
➸as prerrogativas de DEPUTADO FEDERAL limitam-se a instituições vinculadas parlamentares, bem como ao processo instaurado contra eles.
diretamente à União, não se estendendo seus PODERES e IMUNIDADES a atos praticados
fora de sua esfera de atuação; DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES.
↳Não se exige que o discurso proferido esteja vinculado apenas ao âmbito de autuação do Art. 53. Os Deputados e Senadores são INVIOLÁVEIS, civil e penalmente, por quaisquer de
parlamentar, ou seja, a um Deputado Federal não cabe apenas discutir temas relacionados suas opiniões, palavras e votos.
às instituições vinculadas diretamente à União. Se assim o fosse, o debate político estaria § 1º Os Deputados e Senadores, DESDE A EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA, serão submetidos a
prejudicado, além de prejudicar a representatividade política que lhe fora outorgada nas julgamento perante o STF.
urnas. § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do CONGRESSO NACIONAL não poderão
↳Na verdade, o que exige, para fins de aplicação da IMUNIDADE PARLAMENTAR, é que ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos
haja uma relação de conexão entre as declarações emitidas e o desempenho da função dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros,
legislativa. Noutros termos, o que se espera é que sua manifestação guarde nexo de resolva sobre a prisão.
causalidade com o exercício da atividade legislativa (propter officium) (STF, Pet 4934). § 3º Recebida a denúncia contra o SENADOR ou DEPUTADO, por crime ocorrido após a
diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
➸estando a fala do Deputado Federal ligada ao exercício do mandato e ao debate político, representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
há incidência da imunidade material, o que, consequentemente, afasta a ilicitude da conduta; andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de
45 dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. ➸ A última agravante no caso de concurso de agentes corresponde ao grau de
§ 5º A sustação do processo SUSPENDE A PRESCRIÇÃO, enquanto durar o mandato. culpabilidade do delito e, especificamente, [está baseada na motivação do agente]. Portanto,
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações deve-se considerá-la com muita prudência. Refere-se à responsabilização do delito com
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes interesse na obtenção de vantagem, geralmente, mas não necessariamente, de ordem
confiaram ou deles receberam informações. econômica. O legislador é bastante claro ao mencionar que a agravante incide no executor
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e do delito, ou seja, naquele que realmente "suja as mãos", e naquele que auxilia na
ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. execução. (…) O agravamento não ocorre quando a vantagem (econômica ou não) for
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só inerente à proibição, como, por exemplo, no furto (CP, art. 155) ou no peculato (CP, art. 312).
podendo ser suspensas mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos (Idem).
de ATOS PRATICADOS FORA DO RECINTO do Congresso Nacional, que sejam
incompatíveis com a execução da medida. ➸ Gilberto Ferreira adverte que as circunstâncias agravantes do art. 62 do CP somente
O CP apresenta as regras do CONCURSO DE PESSOAS em seu Título IV e nelas prevê incidem nos casos de crimes unissubjetivos, ou seja, aqueles que também podem ser
que cada agente que concorre para um crime deve responder na medida da sua cometidos por somente 1 pessoa, uma vez que, no caso de crimes plurissubjetivos, o
culpabilidade (Art. 29). Assim, quanto maior a contribuição, maior a responsabilização. concurso de agente é essencial para a configuração do próprio delito, como na rixa (CP, art.
Sendo participação de menor relevância, a pena poderá ser diminuída de 1 a 2/3 (Art. 29, § 137) ou no aborto (CP art. 126). Para o magistrado "nesses casos se o agente liderou a
1º). Em alguns contextos, porém, o legislador entendeu que a PARTICIPAÇÃO DO AGENTE empreitada, por exemplo, sua pena será agravada não em virtude do art. 62, § 1º, CP, mas
ganha MAIOR DESTAQUE. Dentre as hipóteses de AGRAVANTES em contextos com em razão de sua maior reprovabilidade, como critério aferidor da pena-base prevista no art.
PLURALIDADE SUBJETIVA, é correto afirmar que: 59 do Código Penal” (MARTINELLI, João Paulo; DE BEM, Leonardo Schmitt. Lições
➸ na coação e induzimento, o agente que constrange outrem à execução material delitiva, Fundamentais de Direito Penal - Parte Geral. 6ª Ed. São Paulo: Editora D'Plácido, 2021,
física ou moralmente, recebe PENA AGRAVADA quando possui DOMÍNIO SOBRE O FATO; págs. 978-979).
↳Não raro, no concurso de agentes, um deles exerce FUNÇÕES DE LÍDER promovendo,
organizando ou dirigindo a atuação dos demais. Nilo Batista afirma que organizador é A legislação penal excepciona a REINCIDÊNCIA EM CASOS ESPECÍFICOS. São hipóteses
coautor, ainda que não tenha qualquer envolvimento pessoal na execução do delito” previstas em lei:
(MARTINELLI, João Paulo; DE BEM, Leonardo Schmitt. Lições Fundamentais de Direito ➸ crimes militares próprios e casos de perdão judicial;
Penal - Parte Geral. 6ª Ed. São Paulo: Editora D'Plácido, 2021, p. 977).
Jairo foi PRESO EM FLAGRANTE de POSSE de um RÁDIO TRANSMISSOR durante
➸ na coação e induzimento, o agente que constrange outrem à execução material delitiva, operação policial que combatia o tráfico de drogas. Autuado em flagrante por infração ao Art.
física ou moralmente, recebe pena agravada quando possui domínio sobre o fato; CERTA. 35 da Lei 11.343/06, Jairo foi apresentado para audiência de custódia, tendo o MP oferecido
No caso de coação e induzimento, "O AGENTE QUE CONSTRANGE OUTREM à execução (ANPP) acordo de não persecução penal, mediante condições que especificou. Devolvidos
material delitiva, física ou moralmente, recebe uma PENA AGRAVADA quando possui os autos ao Ministério Público para reanálise da proposta, nela insistiu o Parquet. Não
domínio sobre o fato. Na COAÇÃO IRRESISTÍVEL, responderá apenas o coator concordando o juiz com a manifestação do acusador, pode o magistrado:
(configurando a hipótese de autoria mediata), porém, se RESISTÍVEL, também responde o ➸ Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não,
coagido, podendo ser beneficiado (CP. art. 65, III, c)”. (Idem). qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
Pena - REC, de 3 a 10 anos, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. ANPP.
➸ Segundo Nilo Batista, "INSTIGAÇÃO é a dolosa colaboração de ORDEM ESPIRITUAL Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a
objetivando o cometimento de um crime doloso. O participe pode reforçar uma ideia prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
preexistente do autor (instigação propriamente dita) ou fazer surgir neste a resolução que o ➸ recusar a homologação e devolver os autos ao MP para a análise da necessidade de
conduz à execução do crime (determina). A doutrina majoritária defende a necessidade de a complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia;
instigação e a determinação serem causalmente eficazes. A instigação deve ser Conforme art. 28-A, § 7º c/c § 8º do CPP: Art. 28-A.
determinante, pois a mera sugestão não convincente é insuficiente para agravar o crime. §7º O JUIZ poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais
(Idem, p. 978). ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
§8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao MP para a análise da No âmbito da Assembleia Legislativa do Estado Alfa, foi instaurada Comissão Parlamentar
necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. de Inquérito (CPI), norteada pelas seguintes diretrizes:
(1) o objetivo era identificar as razões pelas quais as vias terrestres do bairro central da
Após ampla discussão no âmbito da CÂMARA MUNICIPAL de Alfa, com a realização de capital estavam constantemente engarrafadas, o que, ao ver dos parlamentares, prejudicava
diversas AUDIÊNCIAS PÚBLICAS, foi aprovada a Lei Municipal nº XX, que vedou a sobremaneira a atuação do Poder Legislativo estadual; TJ-PE 2022 JUIZ SUBSTITUTO 5º
divulgação de qualquer material com ideologia de gênero no [âmbito das escolas lugar. PC-AL DELEGADO 2022 1º LUGAR.
municipais]. À luz da sistemática constitucional vigente, é correto afirmar que: INCOMPATÍVEL. A CPI, ao ser instaurada, deve ter por objeto a apuração de fato
➸ a competência para legislar sobre a matéria é PRIVATIVA da União, e a Lei Municipal nº determinado (cf. HC 71.039). Considera-se fato determinado, de acordo com o art. 35, § 1.º,
XX afronta a liberdade de ensinar e o pluralismo de ideias; do RICD, o acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem
↳Nos termos do art. 22, XXIV, CF/88, compete PRIVATIVAMENTE à União legislar sobre constitucional, legal, econômica e social do País. Engarrafamento nas vias terrestres, em
diretrizes e bases da educação nacional. Contudo, a lei em apreço é materialmente princípio, seria um tema de interesse local. → De competência da Câmara dos Vereadores.
inconstitucional, na medida em que, conforme o decidido na ADPF 457, viola a liberdade de
aprender, de ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte o saber (art. 206, II da (2) foi ainda determinada a interceptação das comunicações telefônicas dos agentes
CF/88), bem como o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas (art. 206, III da envolvidos; e
CF/88). (3) foi expedido, pela CPI, mandado de busca e apreensão dos documentos objeto da
↳À luz do princípio da LIBERDADE DE CATÉDRA, o tema da Escola sem Partido foi investigação que se encontravam em poder de particulares. Considerando que todas as
debatido pelo STF, quando declarou a inconstitucionalidade de lei que excluía da política deliberações tomadas pela referida CPI foram fundamentadas, é correto afirmar que:
municipal de educação qualquer referência à diversidade de gênero ou de orientação sexual. Itens 2 e 3 INCOMPATÍVEIS. A CPI não pode, por ser cláusula de reserva jurisdicional:
(...) 3. Violação à competência da União para editar normas gerais sobre educação. 4. ▪ Decretar prisão (apenas em flagrante);
Afronta aos princípios e objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil relativos ▪ Quebrar o sigilo das comunicações telefônicas por interceptação ou escuta telefônica;
ao pluralismo político e à construção de uma sociedade livre, justa e solidária, sem ▪ Decretar busca domiciliar;
quaisquer preconceitos. 5. Direito à liberdade de ensino, ao pluralismo de ideais e ▪ Determinar medidas cautelares (ex.: indisponibilidade de bens, arresto, sequestro);
concepções pedagógicas e ao fomento à liberdade e à tolerância. Diversidade de gênero e ▪ Determinar a anulação de atos do Poder Executivo;
orientação sexual. 6. Normas constitucionais e internacionais proibitivas da discriminação: ▪ Determinar a quebra de sigilo judicial (segredo de justiça).
Declaração Universal dos Direitos Humanos, Convenção Americana sobre Direitos ▪ Convocar Chefe do Poder Executivo (STF, MS 31.689), nem magistrados (STF, HC
Humanos, Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, Princípios de Yogyakarta, 80.539).
Constituição Federal. 7. Violação à liberdade de ensinar, aprender, pesquisar e divulgar o ▪ No caso das CPIs estaduais, investigar autoridades com prerrogativa de foro federal (STJ,
pensamento, a arte e o saber. 8. Arguição julgada procedente para declarar a PET 1.611).
inconstitucionalidade dos trechos impugnados dos artigos 2º, caput, e 3º, caput, da Lei
3.491, de 28 de agosto de 2015, do município de Ipatinga, que excluem da política municipal João e Antônio eram casados com influentes políticas de determinada região do país, sendo
de ensino qualquer referência à diversidade de gênero e à orientação sexual. (ADPF 467, ambas Prefeitas Municipais. João almejava iniciar sua carreira política concorrendo ao cargo
Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 29/05/2020). de vereador, nas próximas eleições, no mesmo Município em que sua esposa chefiava, pela
↳É bem verdade que o art. 30, II, da CF/88 confere aos Municípios a competência de 2ª vez consecutiva, o PODER EXECUTIVO MUNICIPAL. Antônio, por sua vez, almejava
suplementar a legislação federal e estadual, no que couber. Todavia, deve ser ressaltado concorrer ao cargo de PREFEITO MUNICIPAL, nas próximas eleições, no mesmo
que, no presente caso, essa competência suplementar não tem lugar, pois a hipótese em MUNICÍPIO chefiado por sua esposa. 1 ano antes da eleição, Antônio se divorciou de sua
comento versa sobre a matéria de currículos, conteúdos programáticos, metodologias de esposa. À luz da sistemática constitucional e dos dados da narrativa, é correto afirmar que:
ensino ou modos de exercício da atividade docente, cujo tema, por sua própria natureza, ↳João e Antônio estão inelegíveis para concorrer aos referidos cargos eletivos;
deve ser disciplinado de FORMA UNIFORME POR TD O PAÍS. Por conseguinte, não há art. 14, §7º CF/88: “São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
falar em 1 regulamentação baseada em um interesse local. parentes consangüíneos ou afins, até o 2º grau ou por adoção, do Presidente da República,
Art. 30. Compete aos MUNICIPIOS: de Governador de Estado ou Território, do DF, de Prefeito ou de quem os haja substituído
II - SUPLEMENTAR a legislação federal e a estadual no que couber; dentro dos 6 meses anteriores ao pleito, salvo se JÁ TITULAR DE MADATO ELETIVO E
CANDIDATO A REELEIÇÃO.
➸ O STF fixou a tese para considerar a DATA DA ALTA da mãe ou do recém-nascido como
↳SV 18, STF: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, NÃO MARCO INICIAL da licença-maternidade (STF, ADI n. 6.327). Segundo o Ministro Edson
AFASTA A INELEGIBILIDADE prevista no §7º do art. 14 CF. Fachin, relator do acórdão, fundamenta seu voto na existência de uma “proteção deficiente
das crianças prematuras (e de suas mães), que, embora demandem mais atenção mesmo
↳Inelegibilidade de João: Enquadra-se normalmente na regra de inelegibilidade prevista no ao terem alta, tem esse período encurtado, uma vez que o período em que permanecem no
art. 14, §7º da CF, uma vez que João é cônjuge de prefeita e deseja iniciar sua carreira hospital é descontado do período da licença”.
política no mesmo Município como Vereador. João só poderia se candidatar a Vereador se já ↳ VEDAÇÃO AO RETROCESSO ou "EFEITO CLIQUET”: Trata-se da ideia de vedação de
fosse titular desse cargo e estivesse concorrendo à sua reeleição, conforme exceção trazida retrocesso em relação aos direitos já conquistados. Os direitos sociais caminham para
no final do dispositivo constitucional já mencionado. frente. O princípio da proibição de proteção deficiente surge como uma nova face do
"Interpretando o dispositivo constitucional supracitado (art. 14, § 7°), podemos concluir que PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE.
os filhos, netos, pais, avós, irmãos, cunhados, sogros e o cônjuge de prefeito não pode ser
candidato a prefeito ou vereador no mesmo município, salvo se já titular de mandato eletivo As mulheres hoje representam mais da metade do eleitorado brasileiro, mas ainda ocupam
e candidato à reeleição. Assim, por exemplo, a esposa do prefeito pode ser candidata à menos de 10% dos assentos nas casas legislativas. Na busca da almejada igualdade de
vereadora, no mesmo município, se já for titular do mesmo mandato e estiver concorrendo à representação de gênero, a legislação eleitoral e a Justiça Eleitoral, através da edição de
reeleição." Sinopse para Concurso JusPodivm - Direito Eleitoral, p. 208, 10ª edição). resoluções, instruções e portarias regulamentares e nas respostas às consultas que lhes são
formuladas, vêm tentando fomentar a maior participação das mulheres no cenário político
↳Inelegibilidade de Antônio: Pela questão, não sabemos se a esposa de Antônio está em 1º nacional. Diante do exposto, é correto afirmar que:
ou em 2º mandato. No entanto, mesmo que a prefeita esteja em seu 1º mandato, a ➸ a EC 97/17 estabeleceu o fim das coligações partidárias nas eleições para cargos
inelegibilidade de Antônio só deixaria de existir se ela renunciasse 6 meses antes das proporcionais a partir do pleito municipal de 2020. Assim, cada agremiação, no ato do
eleições, o que também não é informado na questão, conforme a Súmula nº 06 do TSE: PEDIDO DE REGISTRO DE CANDIDATURA, além do Demonstrativo de Regularidade de
"São inelegíveis para o cargo de chefe do Executivo o cônjuge e os parentes, indicados no § Atos Partidários (DRAP), deverá apresentar sua lista de candidatos, observados os
7º do art. 14 CF, do titular do mandato, salvo se este, reelegível, tenha falecido, renunciado percentuais da cota de gênero;
ou se afastado definitivamente do cargo até 6 meses antes do pleito." Art. 2º, EC 97/17. A vedação à celebração de coligações nas eleições proporcionais, prevista
no §1º do art. 17 da CF, aplicar-se-á a partir das eleições de 2020.
"De acordo com o TSE, o cônjuge e os parentes, até o 2º grau, consanguíneos, por afinidade Art. 17. É LIVRE a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,
ou por adoção, do chefe do executivo, são elegíveis para o mesmo cargo do titular, quando resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
este for reelegível e tiver se desincompatibilizado 6 meses antes do pleito (Acs. 19.442, de fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: §1º É assegurada
21.08.01 e 3.043, de 27.11.01.)" Sinopse para Concurso JusPodivm, Direito Eleitoral, p. 209, aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
10ª edição). escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
↳Nesse caso, portanto, seguimos normalmente com a aplicação da Súmula Vinculante 18: "A organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais,
inelegibilidade prevista no §7º do artigo 14 da CF." sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual,
distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade
João, filho de Maria, professora, nasceu prematuro e precisou ficar internado na UTI partidária.
Neonatal por 30 dias. Como a licença-maternidade de Maria era de 120 dias, ela precisaria
retornar ao trabalho 90 dias após a alta hospitalar de seu bebê. Maria conversou com seu Art.10, Lei 9.504/97. Cada PARTIDO ou COLIGAÇÃO poderá REGISTRAR CANDIDATOS
advogado para saber se teria direito a passar mais tempo com seu filho, fora do hospital, para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as
antes de retornar ao ofício. Considerando a situação de Maria e os direitos sociais previstos Câmaras Municipais no total de até 150% do número de lugares a preencher, salvo:
na CF, é correto afirmar que: §3º Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou
➸ em atenção ao princípio da PROIBIÇÃO DE PROTEÇÃO DEFICIENTE, aplicável aos coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada
DIREITOS SOCIAIS, pela jurisprudência do STF, Maria pode pleitear que o início do prazo sexo.
da licença-maternidade ocorra NA DATA DA ALTA de João;
Art. 17, §4º, Lei 9.504/97. Os partidos políticos devem destinar no mínimo 30% do montante candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que
do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para aplicação nas campanhas afastem a inelegibilidade.
de suas candidatas. Art. 262, Código Eleitoral. O recurso contra expedição de diploma caberá somente nos
§6º A verba oriunda da reserva de recursos do Fundo Especial de Financiamento das casos de inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e de falta de condição
Campanhas (FEFC) destinada ao custeio das candidaturas femininas deve ser aplicada pela de elegibilidade.
candidata no interesse de sua campanha ou de outras campanhas femininas, sendo ILÍCITO
o seu emprego, no todo ou em parte, exclusivamente para financiar candidaturas ➸ a captação ilícita de sufrágio se caracteriza pelo pedido explícito de voto feito pelo
masculinas. candidato ao doar, oferecer ou prometer a entrega de bem ou vantagem ao eleitor, e sujeita
o infrator ao pagamento de multa e cassação do registro ou do diploma;
Art.17, §7º, da Resolução TSE 23.607/19. O disposto no §6º deste artigo não impede: o ↳ Para a caracterização de captação ilícita de sufrágio, é desnecessário o pedido explícito de
pagamento de despesas comuns com candidatos do gênero masculino; a transferência ao votos, bastando a anuência do candidato e a evidência do especial fim de agir. Descabe,
órgão partidário de verbas destinadas ao custeio da sua cota-parte em despesas coletivas; assim, falar em aplicação retroativa do novel diploma legal na hipótese (TSE - Ac. de
outros usos regulares dos recursos provenientes da cota de gênero; desde que, em todos os 5.4.2011 no AI nº 392027, rel. Min. Marcelo Ribeiro).
casos, haja benefício para campanhas femininas.
§ 8º O emprego ilícito de recursos do Fundo Especial de Financiamento das Campanhas ➸ a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) tem por objetivo APURAR uso, desvio ou
(FEFC) nos termos dos §§ 6º e 7º deste artigo, inclusive na hipótese de desvio de finalidade, abuso do PODER ECONÔMICO ou do PODER DE AUTORIDADE ou utilização indevida de
sujeitará os responsáveis e beneficiários às sanções do art. 30-A da Lei nº 9.504/1997, sem veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou partido político,
prejuízo das demais cominações legais cabíveis. praticados a partir do registro de candidatura;
↳ Art. 22, Lei das Eleições. QUALQUER PARTIDO POLÍTICO, coligação, candidato ou MPE
Consulta nº 0603816-39-TSE: é aplicável RESERVA DE GÊNERO para mulheres nas poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional,
eleições para órgãos partidários, como comissões executivas e diretórios nacionais, relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de investigação
estaduais e municipais. Contudo, esse entendimento não tem vinculatividade para análise e judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de
aprovação dos pedidos de anotação dos órgãos de direção partidária de legendas que não autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício
tenham aplicado a reserva de 30% os quais devem ser analisados, caso a caso, pela Justiça de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito...
Eleitoral. ↳Ademais, não são apenas os atos praticados a partir do REGISTRO DE CANDIDATURA
que autorizam o manejo da AIJE. A jurisprudência do TSE é pacífica no sentido de que a
Se, no momento da formalização das renúncias por candidatas, já tinha sido ultrapassado o AIJE pode ser proposta por fatos anteriores ao início do período eleitoral.
prazo para substituição das candidaturas, previsto no art. 13, §3º, da Lei 9.504/97, não pode ↳Viabiliza-se o ajuizamento de Ação de Investigação Judicial Eleitoral para apurar abuso de
o partido ser penalizado, considerando, em especial, que não havia possibilidade jurídica de poder econômico e político praticado mesmo antes do período eleitoral (Ac. de 17.4.2008
serem apresentadas substitutas, de modo a readequar os percentuais legais de gênero . (Ac. nos EDclRO no 1.530).
de 23.5.2013 no REspe nº 21498, rel. Min. Henrique Neves da Silva).
➸ a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) pode ser proposta ATÉ A
As AÇÕES ELEITORAIS têm por OBJETIVO assegurar que o MANDATO ELETIVO seja DIPLOMAÇÃO do candidato, tem por fundamentos abuso de poder econômico, corrupção e
exercido por quem efetivamente esteja legitimado e, por isso, cada fase do processo eletivo fraude, e objetiva impedir que o mandato eletivo seja exercido por quem alcançou a
conta com mecanismos de atuação judicial. Sobre o tema, é correto afirmar que: representação política com emprego de práticas ilícitas;
➸ a Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC) objetiva impedir que o Art.14, §10 CF. O MANDATO ELETIVO poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no
registro seja deferido por [ausência de condição de elegibilidade], por incidência de 1 ou + prazo de 15 dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder
causa de inelegibilidade ou por falta de cumprimento de formalidade legal. A inelegibilidade econômico, corrupção ou fraude.
superveniente ao registro da candidatura pode ser apreciada através de Recurso contra a § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o
Expedição de Diploma; autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Nesse sentido, observa-se que a
↳Art.11, §10, da Lei das Eleições. As condições de elegibilidade e as causas de propositura da ação não é ATÉ a diplomação, como consta na alternativa, mas sim A
inelegibilidade devem ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro da PARTIR da diplomação.
➸ Art. 22, § 1º, Lei 9.099/95 - Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e
➸ a REPRESENTAÇÃO com fundamento no Art.96, §8º, da Lei 9.504/97, pode ser proposta homologada pelo Juiz togado mediante SENTENÇA COM EFICÁCIA DE TÍTULO
para questionar o preenchimento dos percentuais de gênero. EXECUTIVO. (Incluído pela Lei nº 13.994, de 2020).
↳ A questão relativa ao atendimento aos percentuais mínimos exigidos para as candidaturas
de cada sexo na eleição proporcional, previstos no art. 10, §3º, da Lei 9.504/97 Um Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais recebeu MANDADO DE AVERBAÇÃO DE
consubstancia matéria a ser discutida nos autos do Demonstrativo de Regularidade de Atos SENTENÇA que decretou o divórcio de Maria e João. Ao analisar o documento, o Oficial
Partidários (DRAP). Não é cabível a propositura de representação com fundamento no art. constatou que o assento de casamento não fora lavrado em sua serventia, bem como que a
96, § 8º, da Lei nº 9.504/97, para questionar o preenchimento dos percentuais de gênero, à sentença fazia menção expressa à inexistência de bens a partilhar. À luz da sistemática
míngua de expressa previsão legal (Ac. de 8.10.2013 no AgR-AI nº 21838, rel. Min. Henrique adotada no Código de Normas do Foro Extrajudicial, o Oficial deve:
Neves da Silva). ➸ CUMPRIR O MANDADO, podendo ser igualmente inserida a informação de inexistência
de bens a partilhar, para fins de publicidade, e encaminhá-lo diretamente ao agente
Sobre a dinâmica dos JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS, é correto afirmar que: delegado em que foi lavrado o assento de casamento;
➸ NÃO OBTIDA A CONCILIAÇÃO, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo
arbitral, que será instaurado, [independentemente de termo de compromisso], com a escolha Código de NORMAS da Corregedoria-geral da justiça (foro extrajudicial), PROVIMENTO
do árbitro pelas partes; CERTA. 249/13:
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo Art. 372. Na AVERBAÇÃO DA SENTENÇA de separação judicial, de divórcio ou de
arbitral, na forma prevista nesta Lei. §1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, restabelecimento da sociedade conjugal, indicar-se-á o juízo e o nome do Juiz que a
independentemente de termo de compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se proferiu, a data da sentença e do trânsito em julgado, a parte dispositiva e eventual alteração
este não estiver presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a dos nomes, com indicação do livro, folha, número do termo e serventia onde foi registrada.
audiência de instrução. §1º Caso no mandado, na sentença ou na escritura seja mencionada expressamente a
partilha dos bens do casal ou a inexistência de bens a partilhar, poderão tais informações
se o réu não comparecer ou recusar-se a participar da tentativa de conciliação não constar da averbação do divórcio para fins de publicidade.
presencial, será designada sessão presencial; §2º A SENTENÇA ESTRANGEIRA de DIVÓRCIO CONSENSUAL produz efeitos no Brasil,
➸ Art. 23 Lei 9.099/95 - Se o demandado não comparecer ou recusar-se a participar da independentemente de homologação pelo STJ, podendo, desde que comprovado o trânsito
tentativa de conciliação não presencial, o Juiz togado proferirá sentença. em julgado, ser averbada diretamente no assento competente, após traduzida por tradutor
juramentado e registrada no Registro de Títulos e Documentos.
o réu poderá apresentar defesa oral em audiência, na qual deverá deduzir toda a matéria de Art. 373. Os mandados para averbação de sentença de separação, de divórcio e de
defesa, inclusive preliminar de incompetência e arguição de suspeição do juiz; restabelecimento da sociedade conjugal, depois de cumpridos, serão encaminhados
➸ Art. 30 Lei 9.099/95 - A contestação, que será ORAL ou ESCRITA, conterá toda matéria diretamente ao agente delegado em que foi lavrado o assento de casamento,
de defesa, exceto arguição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará na dispensando-se para o seu cumprimento a intervenção judicial.
forma da legislação em vigor.
A sentença constitutiva de FALÊNCIA atinge as obrigações do devedor contraídas antes da
em caso de opção pelo juízo arbitral, o árbitro conduzirá o processo com os mesmos decretação, inclusive seus contratos. Tratando-se de promessa de compra e venda de
critérios do juiz e não poderá decidir por equidade, já que o laudo será homologado pelo juiz imóveis, prevalecerá a regra de que:
togado; ↳ o contrato não se resolverá; em caso de FALÊNCIA DO PROPRIETÁRIO
➸ Art. 25 Lei 9.099/95 - O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na (promitente-vendedor), incumbirá ao administrador judicial dar cumprimento ao contrato; se
forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir por EQUIDADE. a falência for do compromissário-comprador, seus direitos serão arrecadados e alienados
judicialmente;
obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo juiz togado mediante 1º é importante atentar que o inciso VI art. 119 da LFRE, impõe que nas relações contratuais
sentença, sem eficácia de título executivo. de promessa de compra e venda “aplicar-se-á a legislação respectiva”.
Na sequência, conforme o art. 117 da LFRE, “os contratos bilaterais não se resolvem pela
falência e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou
evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação Quanto ao COMMERCIAL PAPER, é INCORRETO afirmar que:
de seus ativos, mediante autorização do Comitê”. os commercial papers devem circular por endosso em preto, desde que conste
Agora, se a falência for do compromissário-comprador, por decorrência da sua própria obrigatoriamente menção cláusula “sem garantia” dada pelo endossante;
falência, os seus direitos vão ser arrecadados e liquidados para (tentar) quitar o débito com a ↳A alternativa está CORRETA e encontra fundamento no art. 2º da Instrução 134 da CVM.
massa falida.
o commercial paper é um título de crédito da espécie nota promissória, a prazo, de emissão
Considerando-se a ORDEM DE PREFERÊNCIA entre os CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS privativa de companhias abertas, por se tratar de valor mobiliário regulado pela Comissão de
para efeito de pagamento na falência, a ordem correta é: Valores Mobiliários (CVM);
↳ os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 meses anteriores ↳ O commercial papper pode ser emitido por companhia fechada também, conforme o art. 7º
à decretação da falência, até o limite de 5 salários mínimos por trabalhador; os reembolsos da Instrução 134.
devidos a membros do Comitê de Credores; as custas judiciais relativas às ações e às
execuções em que a massa falida tenha sido vencida; o commercial paper É UMA NOTA PROMISSÓRIA emitida para distribuição pública no
mercado de valores mobiliários com prazo de vencimento de até 360 dias a contar da data
Quanto aos EFEITOS da RECUPERAÇÃO JUDICIAL no ÂMBITO SOCIETÁRIO, analise as de sua emissão;
afirmativas a seguir. I. Na recuperação judicial de companhia aberta, serão obrigatórios a ↳ Art. 7º O prazo de vencimento das notas promissórias, contado a partir da data da
formação e o funcionamento permanente do conselho fiscal, enquanto durar a fase da emissão, será de:
recuperação judicial, incluído o período de cumprimento das obrigações assumidas pelo I - 30 dias, no mínimo, e 180 dias, no máximo, quando emitidas por companhia fechada;
plano de recuperação. II - 30 dias, no mínimo, e 360 dias, no máximo, na hipótese de emissão por companhia
↳Na recuperação judicial de COMPANHIA ABERTA, serão obrigatórios a formação e o aberta.”
funcionamento do conselho fiscal, nos termos da Lei nº 6.404/76, enquanto durar a fase da
recuperação judicial, incluído o período de cumprimento das obrigações assumidas pelo os commercial papers devem ser integralizados no ato de sua emissão e subscrição, à vista
plano de recuperação.” (LFRE, art. 48-A). e em moeda corrente;
↳Art. 8º Para todos os fins e efeitos, a data de emissão das notas promissórias deverá ser a
II. É vedado sociedade empresária, até a aprovação do plano de recuperação judicial, data de sua efetiva integralização, a qual será feita em moeda corrente, à vista, quando da
distribuir lucros ou dividendos a sócios e acionistas. subscrição.
↳É vedado ao devedor, até a aprovação do plano de recuperação judicial, distribuir lucros ou
dividendos a sócios e acionistas, sujeitando-se o infrator ao disposto no art. 168 desta Lei.” o estatuto ou contrato social deve dispor sobre o órgão que terá competência para autorizar
(LFRE, art. 6º-A). Importante atentar que é artigo incluído pela reforma da Lei de Falências e a emissão do commercial paper.
Recuperação Judicial. ↳ Art. 9º O estatuto social da emissora deverá dispor quanto à competência para deliberar
sobre a emissão de notas promissórias, que poderá ser a assembleia de acionistas ou
III. Ficam sujeitos aos efeitos da recuperação judicial os contratos e obrigações decorrentes órgãos da administração.”
dos atos cooperativos praticados pelas sociedades cooperativas com seus cooperados, em
razão da possibilidade de a cooperativa médica pleitear recuperação judicial. Em ação ajuizada por acionista minoritário em face de companhia aberta, versa o mérito
↳Não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial os contratos e obrigações decorrentes sobre o RELACIONAMENTO SOCIETÁRIO na modalidade COLIGAÇÃO desta com outra
dos atos cooperativos praticados pelas sociedades cooperativas com seus cooperados, na companhia, essa fechada. Nos termos da Lei nº 6.404/1976 (Lei de Sociedades por Ações),
forma do art. 79 da Lei nº 5.764/71, consequentemente, não se aplicando a vedação contida verifica-se a coligação quando uma das sociedades:
no inciso II do art. 2º quando a sociedade operadora de plano de assistência à saúde for ➸ tem influência significativa na outra, verificada se comprovado que a investidora detém ou
cooperativa médica.” (LFRE, art. 6º, §13). Também incluído pela reforma da Lei 11.101/05. exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da
investida, sem controlá-la.
➸ De acordo com o art. 243, §1º da Lei 6.404, “são coligadas as sociedades nas quais A
INVESTIDORA tenha influência significativa”. O parágrafo 4º do mesmo artigo afirma que
“considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce o poder
de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem ↳ É constitucional a DELEGAÇÃO DO PODER DE POLÍCIA, por meio de lei, a pessoas
controlá-la”. jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social
majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do
Em AÇÃO COMINATÓRIA de ABSTENÇÃO DO USO DE MARCA cumulada com danos Estado e em regime não concorrencial (STF, Tese RG 532, 2020).
morais e materiais, versou o mérito sobre a proteção às expressões e sinais empregados
apenas como meio de propaganda. Em razão das disposições legais relativas ao (F) A taxa arrecadada pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana será cobrada
REGISTRO DE MARCAS, é correto afirmar que: judicialmente por meio de execução fiscal.
↳ não são registráveis como marca as expressões ou sinais empregados apenas como meio ↳ Art. 1º, Lei 6.830/80. A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos
de propaganda e tais elementos distintivos são insuscetíveis de registro no âmbito da Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta
propriedade industrial; Lei e, subsidiariamente, pelo CPC.

No bojo da política institucional de apoio e estímulo às microempresas e empresas de (V) Tal DELEGAÇÃO DAS FUNÇÕES de fiscalizar e arrecadar em favor da Companhia
pequeno porte, a LC 123/06 contempla disposições sobre Acesso à Justiça no Capítulo XII. Municipal de Limpeza Urbana é tradicionalmente chamada de delegação de CAPACIDADE
Sobre tais medidas de estímulo: TRIBUTÁRIA ATIVA.
I. São reconhecidos de pleno direito os acordos celebrados pelas microempresas e ↳ A Capacidade Tributária Ativa é atribuída ao SUJEITO ATIVO DO TRIBUTO, ou seja,
empresas de pequeno porte no âmbito das comissões de conciliação prévia. para aquele que possui o DIREITO SUBJETIVO de COBRAR O TRIBUTO. Logo, a
LC 123/06 “Art. 75. §1º Serão reconhecidos de pleno direito os acordos celebrados no delegação das funções de fiscalizar e arrecadar tributos são chamadas, normalmente, de
âmbito das comissões de conciliação prévia.” “delegação da capacidade tributária ativa”.

II. As microempresas e as empresas de pequeno porte, assim como as pessoas físicas A empresa XYZ Ltda. impetrou MANDADO DE SEGURANÇA para ver reconhecido seu
capazes, podem ser admitidas como proponentes de ação perante o Juizado Especial, direito de compensação, com encontro de contas a ser realizado em sede administrativa,
inclusive os cessionários de direito de pessoas jurídicas. referente a tributo que havia sido declarado inconstitucional em controle abstrato de
LC 123/06 Art. 74. Aplica-se às microempresas e às empresas de pequeno porte de que constitucionalidade pelo STF. Em sua petição, apenas comprovou sua condição de
trata esta Lei Complementar o disposto no §1º do art. 8º da Lei nº 9.099, de 26 de setembro contribuinte daquele tributo, mas sem juntar documentos comprobatórios dos recolhimentos
de 1995, e no inciso I do caput do art. 6º da Lei nº 10.259, de 12 de julho de 2001, as quais, que reputa indevidos. Diante desse cenário e à luz do entendimento do STJ:
assim como as pessoas físicas capazes, passam a ser admitidas como proponentes de (F) O mandado de segurança não constitui ação adequada para a declaração do direito à
ação perante o Juizado Especial, EXCLUÍDOS os CESSIONÁRIOS DE DIREITO de compensação tributária.
PESSOAS JURÍDICAS. (V) A prova de sua condição de contribuinte é pressuposto desse mandado de segurança.
III. O Poder Judiciário e o Ministério da Justiça implementarão medidas para disseminar o (F) A ausência da prova dos recolhimentos indevidos deve conduzir à extinção desse
tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte em mandado de segurança sem resolução do mérito.
suas respectivas áreas de competência. Está correto somente o que se afirma em:
LC 123/06 Art. 74-A. O Poder Judiciário, especialmente por meio do Conselho Nacional de O Município Beta, em matéria de POLÍTICA PÚBLICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO,
Justiça - CNJ, e o Ministério da Justiça implementarão medidas para disseminar o deseja adotar medidas que tenham por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte em funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. Assim, de acordo com
suas respectivas áreas de competência. o que dispõe a CF, o Município Beta, com base no ESTATUTO DA CIDADE e em LEI
ESPECÍFICA para área incluída em seu plano diretor, pode exigir do proprietário do solo
A Companhia Municipal de Limpeza Urbana, empresa pública (EP) municipal responsável urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
pela remoção e coleta do lixo domiciliar no Município X, recebeu DELEGAÇÃO para aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
fiscalizar e arrecadar a taxa de coleta de lixo domiciliar, sendo a arrecadação voltada para o ➸ parcelamento ou edificação compulsórios; imposto sobre a propriedade predial e territorial
custeio de suas próprias atividades. Diante desse cenário e à luz do entendimento do STJ: urbana progressivo no tempo; desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida
(V) Pessoas jurídicas de direito privado, integrantes ou não da Administração Pública, pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de
podem receber delegação para fiscalizar e arrecadar tributos.
até 10 anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da O magistrado, por ter ingressado no regime previdenciário local antes da EC 103/19, possui
indenização e os juros legais. direito adquirido às regras pretéritas;
↳Aqui vale a mesma explanação da alternativa “A”. Acredita-se que Caio não cumpriu
Os Tribunais de Contas, no exercício da competência constitucional que lhes outorga a requisitos anteriores para gozar direito adquirido previdenciário. Logo, não possui direito às
atribuição para o registro dos atos de concessão inicial de APOSENTADORIA, reforma e regras pretéritas.
pensão dos servidores dos órgãos e entidades submetidos à sua jurisdição, devem observar
que a fluência do prazo: Caio somente poderá aposentar-se de forma compulsória.
➸ DECADENCIAL de 5 anos para julgamento da legalidade de tais atos tem início a contar ↳Caio pode se aposentar de maneira voluntária, combinando critérios de idade e tempo de
da CHEGADA DO PROCESSO à respectiva Corte de Contas; contribuição, por incapacidade permanente ou de maneira compulsória, ao 75 anos de
idade.
↳ Em atenção aos princípios da SEGURANÇA JURÍDICA e da CONFIANÇA LEGÍTIMA, os
Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de 5 anos para o julgamento da legalidade do Jorge, segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ingressa em
[ato de concessão inicial de APOSENTADORIA, reforma ou pensão], a contar da chegada juízo frente à AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA em busca de APOSENTADORIA POR
do processo à respectiva Corte de Contas. STF. Plenário. RE 636553/RS, Rel. Min. Gilmar INVALIDEZ, nos termos da Lei 8.213/91. Em tal cenário, uma conduta correta do magistrado
Mendes, julgado em 19/2/2020 (repercussão geral – Tema 445) (Info 967). do TJ-PR seria:

Caio, magistrado do TJ-PR, com ingresso na magistratura em janeiro de 2005, busca ➸reconhecer a incompetência da Justiça Estadual para a demanda, sendo irrelevante a
orientações quanto às REGRAS DE APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA aplicáveis após a origem e natureza da invalidez, assim como a espécie de segurado obrigatório a qual
REFORMA PREVIDENCIÁRIA DE 2019. Diante desse cenário, é correto afirmar que: pertence Jorge;
↳Quando da 4.ª GRANDE REFORMA PREVIDENCIÁRIA, operada no apagar das luzes de ↳Conforme dispôs a EC 103/19, a lei poderá autorizar que as causas de competência da
2019, por meio da EC 103/2019, todos os servidores (incluindo membros do poder Justiça Federal, em que forem parte instituição de previdência social (INSS) e segurado,
judiciário), foram submetidos às novas regras previdenciários, mesmo nas unidades possam ser processadas e julgadas na Justiça Estadual, quando a comarca do domicílio do
federadas em que não existe norma local tratando o tema. Entretanto, o direito adquirido só segurado não for sede de vara federal.
é afiançado quando o trabalhador já cumpriu todos os requisitos para se aposentar sob a
égide da legislação vigente, o que não parece ser o caso em tela. O comando não apresenta ➸ADMITIR que Jorge poderá ter seu PLEITO ATENDIDO, mesmo quando demonstrada a
maiores informações sobre o tempo de contribuição de Caio, muito menos a sua idade, existência da doença profissional em data anterior ao ingresso no atual emprego, a
assim, compreendemos que ele não cumpriu os requisitos para ter direito adquirido na depender da data de início da incapacidade a ser fixada por perícia;
esfera previdenciária. ↳No curso da ação, Jorge pode ter seu pleito atendido, mesmo com doença profissional
↳Os servidores e membros que ingressam no serviço público antes da criação do regime de existente em data anterior ao do ingresso no emprego. Nada impede o surgimento de
previdência complementar poderão, voluntariamente, aderir a essa nova forma de incapacidade por agravamento de doença anterior.
previdência pública. Na esfera federal tal movimento é observado desde 2013, quando foi
criada a FUNPRESP. ➸admitir que o benefício requerido e eventuais consectários nunca poderão superar o valor
máximo de benefícios do RGPS, uma vez concedidos;
Caio poderá obter APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA no REGIME PREVIDENCIÁRIO ↳No caso de aposentadoria por incapacidade permanente, a legislação permite o
ESTADUAL, nos termos da legislação vigente, em valores superiores ao limite máximo acréscimo de 25%, independentemente de o valor do benefício já ter alcançado o teto do
estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social; RPGS. Assim, em algumas situações, o benefício ultrapassará o limite máximo do RGPS.
↳Caio, o magistrado, poderá (e provavelmente deverá) obter aposentadoria voluntária em ➸AFIRMAR que, uma vez demonstrada a incapacidade total e permanente para a atividade
valores superiores ao limite máximo do RGPS, o famoso teto do RGPS. Tal premissa é habitual de Jorge, devidamente comprovada em perícia judicial, o benefício previdenciário
válida tanto no regime próprio tradicional quanto no novo modelo de previdência deverá ser concedido, independentemente de outros requisitos;
complementar pública. ↳A aposentadoria por incapacidade permanente, uma vez cumprida a carência exigida,
quando for o caso, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio por
incapacidade temporária, for considerado INCAPAZ para o trabalho e INSUSCETÍVEL de
reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga ↳a Usucapião conta-se A PARTIR DO INÍCIO DA POSSE, sendo irrelevante ser anterior ou
enquanto permanecer nessa condição. posterior ao CC/2002.
↳Como pode ser observado, o fato de ser considerado incapaz para sua atividade habitual, ↳pela conjugação do art. 1.200 “É justa a posse que não for violenta, clandestina ou
não concede automaticamente o direito à aposentadoria para Jorge. Deve-se buscar outras precária”) com o art. 1.203 Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo
alternativas a priori (como a reabilitação em outras atividades). caráter com que foi adquirida. A posse do locatário, precária, continua a sê-lo, porque não
demonstrada alteração.
➸concluir que a aposentadoria por invalidez acidentária, uma vez concedida por sentença ↳propõe uma pretensão imprescritível, dado o período de quase 3 décadas de aluguéis
judicial transitada em julgado, é imodificável. atrasados, em boa parte já prescritos.
A coisa julgada previdenciária deve ser analisada com cuidado!
Por exemplo, o segurado ajuíza ação requerendo Auxílio por Incapacidade Temporária e ➸o locatário poderá evitar o despejo se pagar os últimos meses em débito, observada a
após a perícia judicial o pedido é indeferido por ausência de incapacidade. prescrição quinquenal;
Futuramente, este mesmo segurado pode ingressar com nova ação pleiteando o mesmo ↳o prazo prescricional de 3 anos - art. 206, §3º, inc. I: Prescreve em 3 anos a pretensão
benefício em razão de incapacidade por agravamento da doença anterior, não havendo falar relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos.
neste caso em coisa julgada.
De maneira análoga, para o caso em tal, pode-se falar em recuperação, total ou parcial, da Antônio prometeu vender UNIDADE AUTÔNOMA em CONDOMÍNIO EDILÍCIO para
incapacidade do segurado, logo, não tem como cravar que a decisão é imodificável. A Bárbara. Após a TRANSFERÊNCIA DA POSSE em favor do adquirente, este não levou a
evolução dos fatos clínicos devem ser levados em consideração pelo tribunal. promessa de compra e venda para o competente registro imobiliário e não houve mais
pagamento de cota condominial em favor do condomínio edilício. Diante da inadimplência, o
Augusto, em fevereiro de 1992, alugou de Breno IMÓVEL URBANO para FINS condomínio ajuíza ação tendente a cobrar as COTAS CONDOMINIAIS EM ATRASO. Sendo
RESIDENCIAIS, pelo prazo de 30 meses, tendo sido prorrogado automaticamente o contrato assim, é correto afirmar que:
até o falecimento do locador Breno, em junho de 1996, sendo este o último mês de ➸ a INEXISTÊNCIA DE REGISTRO da promessa de compra e venda pode levar a que o
pagamento do aluguel. Em agosto de 2020, o espólio de Breno ajuizou ação de despejo condomínio, conforme determinadas circunstâncias do caso, tenha o legítimo direito de exigir
cumulada com cobrança em face de Augusto. O juiz determina a citação e, na forma da lei, tanto do alienante como do adquirente o pagamento das cotas condominiais em atraso.
faculta ao réu a purga da mora a fim de evitar o desalijo forçado. Augusto contesta, alegando
que houve a INTERVERSÃO do CARÁTER DA POSSE e que teria adquirido o imóvel → por se tratar de obrigação propter rem, apenas a pessoa cujo nome consta como
anteriormente locado por usucapião. Nesse contexto, é correto afirmar que: proprietária no cartório do registro de imóveis pode ser eficazmente demandada;
➸ a usucapião PODERÁ SER RECONHECIDA em favor do locatário se este provar ato ↳ As cotas condominiais possuem natureza proptem rem, razão pela qual os compradores
exterior e inequívoco de oposição ao locador, tendo por efeito a caracterização do animus de imóveis respondem pelos débitos anteriores à aquisição (STJ, Tese 3, Ed. 68).
domini.
Enunciado 237 CJF: É cabível a modificação do título da posse - interversio possessionis - → a ciência do condomínio acerca do ato de alienação é irrelevante para definir a
na hipótese em que o até então possuidor direto demonstrar ato exterior e inequívoco de responsabilidade do adquirente pelo pagamento das cotas condominiais após o ato de
oposição ao antigo possuidor indireto, tendo por efeito caracterização do animus domini. alienação;
↳O que define a RESPONSABILIDADE pelo pagamento das obrigações condominiais não é
REGRA: o LOCATÁRIO não pode usucapir imóvel alugado, uma vez que para que seja o registro do compromisso de compra e venda, mas a RELAÇÃO JURÍDICA MATERIAL
reconhecida a usucapião é necessária que a posse do imóvel seja exercida com o ânimo de COM O IMÓVEL, representada pela IMISSÃO NA POSSE pelo promissário comprador e
dono. pela CIÊNCIA INEQUÍVOCA do condomínio acerca da transação (STJ, Tese RR 886, 2015).
EXCEÇÃO: É cabível a modificação do título da posse - interversio possessionis - na → ainda que não haja a imissão na posse do imóvel, o promitente comprador tem exclusiva
hipótese em que o até então possuidor direto demonstrar ato exterior e inequívoco de responsabilidade de pagar as cotas condominiais a partir do momento em que a escritura de
oposição ao antigo possuidor indireto, tendo por efeito a caracterização do animus domini promessa de compra e venda é realizada;
(Enunciado 237, CJF). Ex.: locatário (direto) deixa de pagar o aluguel e não obedece aos
limites do locador (indireto).
não sendo a promessa de compra e venda um título registrável, apenas após a realização da ↳É admissível a exclusão de prenome da criança na hipótese em que o pai informou, perante
escritura definitiva de compra e venda é que o adquirente pode ser responsabilizado pelo o cartório de registro civil, nome diferente daquele que havia sido consensualmente
inadimplemento das cotas condominiais; escolhido pelos genitores. Trata-se de ato que violou o dever de lealdade familiar e o dever
↳O contrato de promessa de compra é venda é um TÍTULO REGISTRÁVEL. Ex.: A de boa-fé objetiva e que, por isso mesmo, não deve merecer guarida pelo ordenamento
promessa de compra e venda, ainda que não registrada, É OPONÍVEL ao próprio vendedor jurídico, na medida em que a conduta do pai configurou exercício abusivo do direito de
ou a terceiros, haja vista que tal efeito não deriva da publicidade do registro, mas da própria nomear a criança. Nomear o filho é TÍPICO ATO de EXERCÍCIO DO PODER FAMILIAR, que
lei (STJ, REsp 1.490.802, 2018). pressupõe bilateralidade e consensualidade, ressalvada a possibilidade de o juiz solucionar
eventual desacordo entre eles, inadmitindo-se, na hipótese, a autotutela (STJ, REsp
↳Havendo [compromisso de compra e venda não levado a registro], a responsabilidade pelas 1.905.614, 2021).
despesas de condomínio pode recair tanto sobre o promitente vendedor quanto sobre o
promissário comprador, dependendo das circunstâncias de cada caso concreto (STJ, Tese Em março de 2015, Cristiano CAUSOU ACIDENTE DE TRÂNSITO em razão de sua
RR 886, 2015). DIREÇÃO NEGLIGENTE, gerando lesões em Daniela. Em dezembro de 2015, Daniela
ajuizou ação indenizatória em face de Cristiano, pleiteando a reparação dos danos sofridos.
Complementando: Em caso de compra e venda, a legitimidade passiva para a ação de Citado em março de 2016, Cristiano foi condenado ao pagamento de 20.000 reais, com
cobrança será do promitente-comprador ou do promitente-vendedor? DEPENDE. juros e atualização monetária, por sentença prolatada em outubro de 2019 e transitada em
1) A responsabilidade será do PROMITENTE COMPRADOR se ficar comprovado que: julgado em dezembro de 2019. No que tange à obrigação de indenizar, Cristiano encontra-se
a) o promissário comprador se imitiu na posse (ele já está na posse direta do bem); e EM MORA DESDE: ↳ março de 2015. *Trata-se da chamada MORA PRESUMIDA ou MORA
b) o condomínio teve ciência inequívoca da transação (o condomínio sabe que houve a IRREGULAR, que, segundo Orlando Gomes, está prevista no art. 398 do CC. Conforme o
“venda”). mencionado dispositivo, nas obrigações provenientes de ATO ILÍCITO (acidente de trânsito,
por exemplo), considera-se o devedor em mora desde o momento em que realizou o ato.
2) A responsabilidade será do PROMITENTE VENDEDOR se: → Art. 398. Nas obrigações provenientes de ATO ILÍCITO, considera-se o devedor em mora,
a) o promissário comprador ainda não está na posse do imóvel (não houve imissão de desde que o praticou. → No mesmo sentido, a Súmula 54 do STJ reconhece que “os JUROS
posse); ou DE MORA fluem a partir do evento danoso, em caso de RESPONSABILIDADE
b) se o condomínio não teve ciência de que ocorreu esse contrato de compromisso de EXTRACONTRATUAL.
compra e venda.
Termo inicial dos JUROS MORATÓRIOS (em caso de danos morais ou materiais):
João e Amália chegaram a um consenso de que o nome de sua filha seria Cláudia. ↳Responsabilidade EXTRACONTRATUAL: Os juros fluem a partir do EVENTO DANOSO
Entretanto, após o nascimento, aproveitando-se de que sua esposa estava se recuperando (art. 398 do CC e Súmula 54 do STJ).
da cesárea, João foi ao Registro Civil de Pessoas Naturais e registrou a filha do casal como ↳Responsabilidade CONTRATUAL:
Maria Cláudia, em homenagem à sua mãe, que se chamava Maria. Meses depois, Amália Obrigação líquida: os juros são contados a partir do VENCIMENTO da obrigação (art. 397).
veio a descobrir o prenome duplo da filha registrado ao precisar utilizar sua certidão de É o caso das obrigações com mora ex re.
nascimento. À luz dos ensinamentos doutrinários e jurisprudenciais atuais, é correto afirmar Obrigação ilíquida: os juros fluem a partir da CITAÇÃO (art. 405 CC). É o caso das
que Amália: obrigações com mora ex persona.
➸ poderá pleitear que o prenome “Maria” seja excluído do registro da filha, porque o FONTE: DIZER O DIREITO.
exercício do poder familiar pressupõe bilateralidade e consensualidade, ocorrendo, no caso,
violação da boa-fé e da lealdade; Sobre a PENHORA na EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA, é correto afirmar que:
↳STJ: é admissível a exclusão de prenome da criança na hipótese em que o pai informou,
perante o cartório de registro civil, nome diferente daquele que havia sido consensualmente ➸é admissível a penhora de faturamento de sociedade devedora, desde que não ultrapasse
escolhido pelos genitores”. STJ. 3ª Turma. REsp 1905614-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 5% do referido faturamento;
julgado em 04/05/2021 (Info 695). ↳A lei não traz a limitação fixa de 5%. Art. 866, §1º, CPC/15 - O juiz fixará percentual que
propicie a satisfação do crédito exequendo em tempo razoável, mas que não torne inviável o
exercício da atividade empresarial.
a partilha, depois de transitada em julgado a sentença, somente pode ser alterada por meio
➸o executado possui direito subjetivo à substituição da penhora, caso a requeira em até dez de sua rescisão;
dias da intimação da penhora; ↳Art. 656/CPC. A partilha, mesmo depois de transitada em julgado a sentença, pode ser
↳Não há direito subjetivo do executado. Para a SUBSTITUIÇÃO DA PENHORA não basta emendada nos mesmos autos do inventário, convindo todas as partes, quando tenha havido
apenas o executado realizar o requerimento nos 10 dias da sua intimação da penhora, pois erro de fato na descrição dos bens, podendo o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, a
tem que comprovar que a substituição lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao qualquer tempo, corrigir-lhe as inexatidões materiais.
exequente, nos termos do art. 847 CPC/15.
é lícita a cumulação de inventários para a partilha de heranças de pessoas diversas, quando
➸não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos houver identidade de pessoas entre as quais devam ser repartidos os bens;
bens encontrados será totalmente absorvido por parcela do objeto da execução; ↳Art. 672. É LÍCITA a cumulação de inventários para a partilha de heranças de pessoas
↳Art. 836 CPC/15 - Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da diversas quando houver: I - identidade de pessoas entre as quais devam ser repartidos os
execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das CUSTAS da bens; II - heranças deixadas pelos dois cônjuges ou companheiros; III - dependência de uma
execução. das partilhas em relação à outra. Parágrafo único. No caso previsto no inciso III, se a
dependência for parcial, por haver outros bens, o juiz pode ordenar a tramitação separada,
➸na execução de crédito com garantia real, [a penhora recairá sobre a coisa dada em se melhor convier ao interesse das partes ou à celeridade processual.
garantia], e, se a coisa pertencer a 3º garantidor, este também será intimado da penhora;
CERTA. caso seja necessária a sobrepartilha, esta seguirá procedimento especial simplificado.
↳Art. 836 CPC/2015 - Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto ↳Art. 670. Na sobrepartilha dos bens, observar-se-á o processo de inventário e de partilha.
da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das CUSTAS Parágrafo único. A sobrepartilha correrá nos autos do inventário do autor da herança.
da execução.
Sobre as TUTELAS PROVISÓRIAS, é correto afirmar que:
➸são impenhoráveis os valores depositados em caderneta de poupança, até o limite de 100 ➸a tutela provisória será requerida ao juízo da causa ou, quando antecedente, ao juízo do
salários mínimos. foro do domicílio do réu; ↳Art. 299 CPC/15 - A tutela provisória será requerida ao juízo da
↳Art. 833. São impenhoráveis: X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
limite de 40 salários-mínimos. ➸salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o
período de suspensão do processo; ↳Art. 296, parágrafo único, CPC/15 - Salvo decisão
Acerca do PROCEDIMENTO DE INVENTÁRIO, é correto afirmar que: judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de
suspensão do processo.
podem as partes arguir qualquer matéria em sua manifestação sobre as primeiras ➸a tutela de urgência de natureza cautelar não será concedida quando houver perigo de
declarações; irreversibilidade dos efeitos da decisão; ↳Art. 300, §3º, CPC/2015 - A tutela de urgência de
↳Art. 627/CPC. Concluídas as citações, abrir-se-á vista às partes, em cartório e pelo prazo natureza ANTECIPADA não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos
comum de 15 dias, para que se manifestem sobre as 1as declarações, incumbindo às efeitos da decisão.
partes: I - ARGUIR ERROS, OMISSÕES e SONEGAÇÃO DE BENS; II - reclamar contra a ➸no caso de pedido cautelar antecedente, o pedido principal deverá ser deduzido por ação
nomeação de inventariante III - contestar a qualidade de quem foi incluído no título de própria;
herdeiro. ↳Art. 308 CPC/15 - EFETIVADA a TUTELA CAUTELAR, o pedido principal terá de ser
formulado pelo autor no prazo de 30 dias, caso em que será apresentado NOS MESMOS
o credor de dívida líquida e certa, ainda não vencida, não pode requerer habilitação no AUTOS em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de
inventário; novas custas processuais.
↳Art. 644/CPC. O credor de dívida líquida e certa, ainda não vencida, pode requerer
habilitação no inventário. ➸a decadência do direito não acarreta a responsabilização do requerente por eventual
revogação da tutela de urgência já efetivada anteriormente à prolação da sentença que
reconheceu aquela.
↳Art. 302, IV, CPC/15 - Independentemente da reparação por dano processual, a parte ➸ cabe AÇÃO RESCISÓRIA, pois o prazo, nessa hipótese, será contado [a partir da DATA
responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: IV DA DESCOBERTA da PROVA NOVA], observado o prazo máximo de 5 anos, contado do
- o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
↳Art. 966 CPC/15 A DECISÃO DE MÉRITO, transitada em julgado, PODE SER
José ajuizou AÇÃO em face de João com 3 pedidos autônomos: RESCINDIDA QUANDO: VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova
a) declaração da relação jurídica mantida entre as partes; nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe
b) obrigação de fazer; assegurar pronunciamento favorável; Art. 975, §2º, CPC/2015 - Se fundada a ação no inciso
c) indenização por danos materiais. VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado
A sentença julgou INTEGRALMENTE PROCEDENTES os 3 pedidos de José, fixando a o prazo máximo de 5 anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no
indenização no valor de R$ 100.000,00. João não recorreu da sentença, que transitou em processo.
julgado no dia 21/01/2018. Porém, 2 anos e 2 meses depois do trânsito em julgado, João
[tomou conhecimento da existência de um documento antigo] *prova nova (que até então Art. 966. A DECISÃO DE MÉRITO, TRANSITADA EM JULGADO, PODE SER RESCINDIDA
desconhecia), da época em que mantinha com José a relação jurídica objeto da lide e que quando:
não integrou sua defesa. Tal documento, na visão de João, poderia acarretar a I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
improcedência do pedido indenizatório formulado por José. Diante dessa situação jurídica, é II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
correto afirmar que: III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
➸ considerando que transcorreu o prazo de 2 anos e 2 meses do trânsito em julgado, João IV - ofender a coisa julgada;
perdeu o direito de ajuizar a ação rescisória; V - violar manifestamente norma jurídica;
↳Art. 966 CPC/15 - A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência a ser demonstrada na própria ação rescisória;
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, PROVA NOVA cuja existência
favorável; ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento
Art. 975, §2º, CPC/15 - Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o TERMO INICIAL DO favorável;
PRAZO será a data de DESCOBERTA DA PROVA NOVA, observado o prazo máximo de 5 VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. §1º Há ERRO DE FATO quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando
considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos,
➸ não cabe ação rescisória para impugnar apenas um dos fundamentos da decisão que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
transitada em julgado; §2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput , será rescindível a decisão transitada em
↳ Art. 966, § 3º, CPC/2015 - A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 capítulo da julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
decisão. I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
➸ cabe MANDADO DE SEGURANÇA para invalidar o título executivo e suspender o § 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
cumprimento de sentença; ↳O mandado de segurança não é sucedâneo da ação rescisória § 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do
(STF, RMS 12.106, 1965). processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso
↳ 1. NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA contra ato judicial passível de recurso ou da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
correição (Súmula 267), nem contra decisão transitada em julgado (Súmula 268). 2. Inviável § 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão
o manejo de mandado de segurança como sucedâneo de ação rescisória. 3. Agravo baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos
regimental a que se nega provimento. (MS 26394 AgR, Relator(a): CARLOS BRITTO, que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e
Tribunal Pleno, julgado em 01/07/2009). o padrão decisório que lhe deu fundamento. §6º Quando a ação rescisória fundar-se na
hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar,
fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de § 2º Aplica-se o disposto no caput :
questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica. I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato
jurídico;
Sobre a MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA, é correto afirmar que: II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
➸não há conflito de competência quando 2 juízes divergem sobre a necessidade de reunião §3º Serão reunidos para JULGAMENTO CONJUNTO os processos que possam gerar risco
ou separação de processos; de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente,
↳Art.66, III, CPC/15. Há conflito de competência quando: III - entre 2 ou + juízes surge mesmo sem conexão entre eles.
controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. Art. 56. Dá-se a continência entre 2 ou + ações quando houver identidade quanto às partes e
à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
➸não pode o MP arguir incompetência relativa nas causas em que atuar como fiscal da Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no
ordem jurídica; processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso
↳Art. 65, parágrafo único, CPC/2015 - A INCOMPETÊNCIA RELATIVA PODE ser ALEGADA contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
PELO MP nas causas em que atuar. Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão
decididas simultaneamente.
➸o juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, ainda que Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
atribua a competência a outro juízo; ↳Art. 66, §único, CPC/15 - O juiz que não acolher a Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção
competência declinada deverá SUSCITAR O CONFLITO, SALVO se a atribuir a outro juízo. judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do
imóvel.
➸em caso de INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA, se não houver decisão em sentido contrário, Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal.
devem ser mantidos os efeitos da decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é
seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente; ↳Art. 66, §4º, CPC/15 - Salvo decisão inderrogável por convenção das partes.
judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo
incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir
➸quando houver continência e a ação contida tiver sido proposta anteriormente, no expressamente a determinado negócio jurídico.
processo relativo à ação continente será proferida sentença sem resolução de mérito; caso §2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
contrário, as ações serão necessariamente reunidas. ↳Art.57, caput, CPC/15 - Quando §3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz
houver CONTINÊNCIA e a ação CONTINENTE tiver sido proposta anteriormente, no de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
processo relativo à ação CONTIDA será proferida sentença sem resolução de mérito, caso §4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contrário, as ações serão necessariamente reunidas. contestação, sob pena de preclusão.

Art. 57 já foi cobrado no TJMT-2018 e TJSP-2017, por isso, é útil lembrar: Sobre o procedimento de LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA, é correto afirmar que:
Qual ação foi proposta 1º? ➸a liquidação por arbitramento se aplica quando houver necessidade de alegar e provar
AÇÃO CONTINENTE: ação contida será extinta sem resolução do mérito. fato novo relacionado com o quantum debeatur;
AÇÃO CONTIDA: serão reunidas as ações continente e contida. ↳Trata-se de hipótese de LIQUIDAÇÃO PELO PROCEDIMENTO COMUM, e não por
Da MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA: arbitramento: Art. 509, inciso II, do CPC - Quando a sentença condenar ao pagamento de
Art. 54. A competência RELATIVA poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: II -
observado o disposto nesta Seção. pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
Art. 55. REPUTAM-SE CONEXAS 2 ou + ações quando lhes for comum o pedido ou a causa
de pedir. ➸em caso de JULGAMENTO PARCIAL DE MÉRITO estabelecendo obrigações líquida e
§ 1º Os processos de AÇOES CONEXAS serão reunidos para decisão conjunta, salvo se 1 ilíquida, poderá a parte liquidar ou executar a obrigação, independentemente de caução,
deles já houver sido sentenciado. ainda que haja recurso pendente de julgamento; ↳Art. 356, §2º CPC - A parte poderá liquidar
ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA:
mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à
Do Julgamento ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO: Art. 356. O juiz decidirá parcialmente sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
o mérito quando 1 ou + dos pedidos formulados ou parcela deles: I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou
I - mostrar-se incontroverso; exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 . II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
§1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação §1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito
líquida ou ilíquida. promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
§2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que §2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá
julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
essa interposto. §3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados
§3º Na hipótese do §2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a EXECUÇÃO será programa de atualização financeira.
DEFINITIVA. §4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.
§4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser
processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de
§5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por AGRAVO DE pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de
INSTRUMENTO. plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do
➸quando a apuração do valor depender de cálculo aritmético, o credor deverá instaurar a requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver
liquidação por cálculos, com a participação do contador judicial ou de perito contábil; vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 dias, observando-se, a
↳Art. 509, §2º, CPC: Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código .
credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em
➸em caso de omissão do título judicial, os juros moratórios podem ser incluídos na autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias
liquidação desde que a parte tenha formulado o pedido na inicial; das peças processuais pertinentes.
↳Nos termos do §1º do art. 322 do CPC/2015, os juros de mora são considerados como
PEDIDO IMPLÍCITO. Por tal razão, podem ser reconhecidos na fase de liquidação ainda que A BX4 Festas Ltda. é uma SOCIEDADE EMPRESÁRIA especializada na produção de
não haja pedido na petição inicial. eventos. Em 2018, alugou prédio luxuoso para instalar a sua sede, onde mantinha seus
funcionários e recebia seus clientes para reuniões e projetos. Porém, em razão dos reflexos
➸não cabe agravo de instrumento contra as decisões proferidas em sede de liquidação de da pandemia do novo Coronavírus na área de eventos, a BX4 Festas Ltda. [não conseguiu
sentença, devendo a parte, se houver interesse, manejar exceção de pré-executividade. honrar o pagamento do aluguel]. Assim, o locador ajuizou execução por título extrajudicial
↳Art. 1.015, parágrafo único, CPC/2015 - Também caberá agravo de instrumento contra em face do locatário e do fiador para cobrar os valores devidos. Considerando essa situação
decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de hipotética, é correto afirmar que:
sentença, no processo de execução e no processo de inventário. ➸ se o fiador se antecipar e pagar a dívida para evitar a penhora de seus bens, ele se
Registre-se que, justamente por entender que o processo recuperacional tem natureza sub-roga nos direitos do credor, possuindo legitimidade para executar o afiançado nos autos
jurídica de liquidação e de execução negocial das dívidas da pessoa jurídica em do mesmo processo;
recuperação, a esses processos deve ser aplicada a regra do art. 1.015, parágrafo único, do Art. 794, §2º, CPC/2015 - O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos
novo CPC, de modo que “Cabe agravo de instrumento de TODAS as decisões interlocutórias do mesmo processo.
proferidas no processo de recuperação judicial e no processo de falência, por força do art. Art. 794, §3º, CPC/2015 - O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos
1.015, parágrafo único, do CPC/2015”. STJ. 2ª Seção. REsp 1717213-MT, Rel. Min. Nancy do mesmo processo.
Andrighi, julgado em 03/12/2020 (Recurso Repetitivo – Tema 1022) (Info 684). Art. 794, caput, CPC/2015 - O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que 1º sejam
executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados,
indicando-os pormenorizadamente à penhora. § 3º O disposto no caput não se aplica se O Durante a viagem de lua de mel, João e Maria visitaram cidades históricas do velho mundo,
FIADOR TIVER RENUNCIADO AO BENEFÍCIO DE ORDEM. trazendo consigo souvenirs e diversos produtos típicos para guarnecerem o novo lar com
Art. 795 CPC/2015 - §1º O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da lembranças da feliz data. Ao desembarcarem do voo internacional no Brasil, foram
sociedade, tem o direito de exigir que 1º sejam excutidos os bens da sociedade. § 2º surpreendidos com o extravio das bagagens despachadas que continham aqueles bens
Incumbe ao sócio que alegar o benefício do §1º nomear quantos bens da sociedade situados materiais. O extravio das bagagens agravou a indignação do casal, que já se encontrava
na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito. revoltado em decorrência de atraso do voo causado pela companhia aérea. Nessas
↳A MEAÇÃO DO CÔNJUGE não será preservada em qualquer hipótese. Conforme disposto circunstâncias, à luz do CDC e dos entendimentos do STF e do STJ, em relação ao extravio
no art. 843 do CPC/2015, tratando-se de bem indivisível o equivalente à quota-parte do de bagagens e quanto ao atraso do voo, João e Maria poderão ser indenizados:
cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem. Obs.: Súmula ➸ no limite da RESPONSABILIDADE CIVIL fixada por meio da Convenção de Varsóvia em
134-STJ: Embora intimado da PENHORA EM IMÓVEL DO CASAL, o cônjuge do executado detrimento do CDC, e o ATRASO DO VÔO somente gera dano moral se comprovada
pode opor EMBARGOS DE TERCEIRO para defesa de sua meação. LESÃO EXTRAPATRIMONIAL;
↳A limitação de indenização prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal abrange
Sobre a COOPERAÇÃO NACIONAL e INTERNACIONAL, é correto afirmar que: danos MORAIS e MATERIAIS? NÃO, abrange apenas a reparação por danos materiais, não
se aplicando para indenizações por danos morais. As Convenções nada falam a respeito de
➸a cooperação jurídica internacional terá por objeto medidas judiciais, ficando excluídas as limites para condenação por danos morais, tendo a discussão no STF ficado centrada no
medidas extrajudiciais; ↳Art. 27, VI, CPC/2015 - A cooperação jurídica internacional terá por limite estabelecido para ressarcimento de danos materiais;
objeto: VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. ↳O art. 178 da CF diz que as normas e os TRATADOS INTERNACIONAIS limitadores da
responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as
➸na cooperação jurídica internacional, a publicidade dos atos processuais praticados no [Convenções de Varsóvia e Montreal], têm prevalência em relação ao CDC. E, nessa
Brasil deverá observar as hipóteses de sigilo da legislação nacional, sendo irrelevantes as quadra, o STF entendeu que, “Nos termos do art. 178 CF, as normas e os tratados
situações previstas na legislação do Estado requerente; ↳Art. 26, III, CPC/2015 - A internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros,
cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao
observará: III - a publicidade processual, EXCETO nas hipóteses de sigilo previstas na CDC.” STF. Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE 766618/SP, Rel. Min.
legislação brasileira OU na do Estado requerente; Roberto Barroso, julgados em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866).
↳Entretanto, em caso de AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL no caso de ACIDENTE
➸compete ao juízo estadual do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido AÉREO em VOO DOMÉSTICO, o prazo prescricional da pretensão deve ser regulado
de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional; ↳ art. 34, caput, segundo o CDC, que é de 5 anos. STJ. 4ª Turma. REsp 1.281.090-SP, Rel. Min. Luis Felipe
CPC/15 - Compete ao JUIZO FEDERAL DO LUGAR em que deva ser executada a medida Salomão, julgado em 7/2/2012.
apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. ↳Saliente-se que, segundo o STJ, o LIMITE INDENIZATÓRIO das citadas convenções não
se aplica ao dano moral, pois elas não têm regramento aplicável às indenizações por danos
➸os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir no estabelecimento de morais causados por extravio de bagagem, de modo que, diante da lacuna normativa,
procedimento para a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação deve-se aplicar as normas protetivas do CDC (Info 673).
de empresas;
↳Art. 69, §2º, IV, CPC/15 - Os ATOS CONCERTADOS entre os juízes cooperantes poderão Jennifer é mãe de Pablo, de 6 anos, sendo o genitor desconhecido. Jennifer combina com
consistir, além de outros, no estabelecimento de procedimento para: IV - a efetivação de suas amigas de ir a um evento noturno no final de semana, deixando Pablo sozinho em
medidas e providências para recuperação e preservação de empresas; casa. Durante a madrugada, em razão do choro intenso de Pablo, vizinhos acionam o
CONSELHO TUTELAR, que COMPARECE AO LOCAL e aplica a MEDIDA PROTETIVA
➸o pedido de cooperação judiciária não pode abranger atos relacionados à facilitação de EMERGENCIAL de [acolhimento institucional à criança]. Na 2af, após deliberação do
habilitação de créditos na falência. ↳Art. 69, §2º, V, CPC/15 - Os atos concertados entre os colegiado, a Conselheira Tutelar ajuíza Representação por Infração Administrativa em face
juízes cooperantes poderão consistir, além de outros, no estabelecimento de procedimento de Jennifer, com fulcro no Art. 249 da Lei nº 8.069/1990. A respeito desses fatos e
para: V - a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial; considerando o disposto na Lei nº 8.069/1990, é correto afirmar que o acolhimento
emergencial realizado pela Conselheira Tutelar é:
➸ CABÍVEL, e o CONSELHO TUTELAR possui legitimidade ativa para propor a Juiz da Infância e Juventude de comarca localizada no interior do Estado do Paraná julga
Representação por Infração Administrativa; procedente o pedido em [ação de destituição do poder familiar] ajuizada pelo MP em face de
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou Luisa e Manoel, pais da criança Emily, em razão da prática de graves violações dos deveres
decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou inerentes ao poder familiar, sendo a criança acolhida. Os réus, por meio de seu advogado
Conselho Tutelar: constituído, interpõem recurso de apelação, requerendo ao magistrado a reconsideração da
Pena - MULTA de 3 a 20 salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de decisão ou, caso não entenda cabível, a remessa ao Tribunal de Justiça. O magistrado
reincidência. profere decisão considerando incabível o juízo de retratação, por ausência de previsão legal,
Art. 101 do ECA - Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade e remete os autos ao Tribunal para julgamento do recurso. Após a interposição do recurso,
competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: VII - acolhimento os réus requerem ao magistrado o deferimento da guarda da criança acolhida, alegando que
institucional. a apelação tem efeito DEVOLUTIVO e SUSPENSIVO nessa hipótese. Considerando o
Art. 136 do ECA - São atribuições do Conselho Tutelar: I - atender as crianças e sistema recursal previsto na Lei nº 8.069/1990 e as peculiaridades do caso narrado, é
adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no correto afirmar que:
art. 101, I a VII;
Art. 137 do ECA - As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela ➸a realização do juízo de retratação pelo magistrado em recurso de apelação é incabível,
autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse. sendo correta a decisão proferida; ↳Art. 198, VII do ECA - Antes de determinar a [remessa
(D) CORRETA. Art. 194 do ECA - O procedimento para imposição de penalidade dos autos à superior instância], no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo,
administrativa por infração às normas de proteção à criança e ao adolescente terá início por a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando a
representação do MP, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor decisão, no prazo de 5 dias.
efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por 2 testemunhas, se possível.
➸nas ações de destituição do poder familiar, o recurso de apelação deve ser recebido
Fabiano, adolescente de 17 anos, pratica ATO INFRACIONAL ANÁLOGO ao CRIME DE apenas no efeito devolutivo, conforme previsão legal;
ROUBO com o EMPREGO DE ARMA DE FOGO, cumprindo medida socioeducativa de ↳Art. 199-B do ECA - A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder
INTERNAÇÃO pelo prazo de 6 meses. Após a realização de audiência de reavaliação de familiar fica sujeita a apelação, que DEVERÁ SER RECEBIDA APENAS NO EFEITO
medida e havendo relatórios favoráveis, o Magistrado progride a medida de internação para DEVOLUTIVO.
semiliberdade. Decorridos 3 meses do início do cumprimento da medida progredida, chega
ao conhecimento do Magistrado que, 2 anos antes, Fabiano praticou ato infracional análogo ➸cabe ao advogado comprovar o recolhimento do preparo no recurso de apelação, que
ao crime de estupro em outra comarca. No referido caso, a Representação foi julgada será processado com prioridade absoluta; ↳Art. 198, I do ECA - Os RECURSOS serão
procedente por sentença, em que foi determinada a aplicação de medida socioeducativa de INTERPOSTOS independentemente de preparo.
internação, cujo cumprimento não foi iniciado, em razão da impossibilidade de localização do
adolescente à época. Em virtude da ciência acerca do julgamento do processo anterior, o ➸o recurso de apelação será recebido nos efeitos devolutivo e suspensivo, razão pela qual
Magistrado determina a imediata regressão da medida socioeducativa de semiliberdade em é cabível o deferimento da guarda da criança aos réus;
execução para a de internação. Considerando o que dispõe a Lei 12.594/12, e tendo em ↳Art. 199-B do ECA - A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder
vista a hipótese narrada, é correto afirmar que: familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.
➸ o ATO INFRACIONAL ANTERIOR está absorvido por aquele em que se impôs a medida
socioeducativa de internação, sendo vedada a aplicação de nova medida dessa natureza; ➸a autoridade judicial poderá manter ou reformar a sua decisão, no prazo de dez dias,
↳Art. 45, §2º Lei 12.594/12 - É vedado à autoridade judiciária aplicar NOVA MEDIDA DE aguardando-se oportuna distribuição do recurso pelo TJ.
INTERNAÇÃO, por atos infracionais praticados anteriormente, a adolescente que já tenha ↳Art. 198, VII do ECA - Antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no
concluído cumprimento de medida socioeducativa dessa natureza, ou que tenha sido caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá
transferido para cumprimento de medida menos rigorosa, sendo tais ATOS ABSORVIDOS despacho fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no prazo de 5 dias.
por aqueles aos quais se impôs a medida socioeducativa extrema.
↳O meu macete para não errar esse tipo de que questão é ter em mente o seguinte: se foi
proferida uma sentença destituindo ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar,
provavelmente boas pessoas não são, e como o ECA visa a proteção das crianças e o fato de o juiz já ter condenado várias vezes um acusado pode ser suscitado como fator
adolescentes acima de qualquer coisa, o efeito suspensivo da apelação seria prejudicial, para sua suspeição.
logo, a apelação deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo. ↳Não corresponde a qualquer hipótese de suspeição, pois, por si só, não compromete a
imparcialidade do juiz.
Maria cuida de Joaquim, criança com 3 anos de vida, que lhe foi entregue ainda bebê pela
genitora Laura, amiga de infância, logo após sair da maternidade. Joaquim não tem a Art. 95. Os JUÍZES gozam das seguintes garantias:
paternidade reconhecida em seu registro de nascimento. Maria, com a concordância de I - vitaliciedade, que, no 1º grau, só será adquirida após 2 anos de exercício, dependendo a
Laura, ajuíza pedido de adoção na Vara da Infância, da Juventude e Adoção de Curitiba, perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e,
requerendo a guarda provisória de Joaquim. O Ministério Público, em seu parecer, requereu nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
a busca e apreensão liminar da criança, pois caracterizada a burla ao Cadastro Nacional de II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
Adoção. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o juiz deve: III - irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o que dispõem os
↳determinar a REALIZAÇÃO DOS ESTUDOS TÉCNICOS e designar a audiência para arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
OITIVA DA GENITORA e da REQUERENTE; III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II,
“Adoção à brasileira” ou “adoção à moda brasileira” ocorre quando o homem ou a mulher 153, III, e 153, § 2º, I. Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
declara, para fins de registro civil, um menor como sendo seu filho biológico, sem que isso I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
seja verdade. Para constatação dessa situação, é necessário estudo psicossocial da criança, II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
do pai registral e da mãe biológica? REGRA: NÃO. III - dedicar-se à atividade político-partidária.
EXCEÇÃO: se o reconhecimento de sua ocorrência (“adoção à brasileira”) foi fator IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
preponderante para a destituição do poder familiar, a realização da perícia se mostra entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
imprescindível para aferição da presença de causa para a excepcional medida de destituição V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três
e para constatação de existência de uma situação de risco para a infante, caracterizando anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
cerceamento de defesa o seu indeferimento. Assim, para que haja a decretação da perda do
poder familiar da mãe biológica em razão da suposta entrega da filha para adoção irregular Art. 96. Compete privativamente:
(“adoção à brasileira”), é INDISPENSÁVEL a realização do estudo social e avaliação I - aos tribunais:
psicológica das partes litigantes. STJ. 3ª Turma. REsp 1674207-PR, Rel. Min. Moura Ribeiro, a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
julgado em 17/04/2018 (Info 624). normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência
↳Obs: julgado proferido antes da Lei 13.509/17, que acrescentou o inciso V ao art. 1.638 CC: e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: V - entregar de forma b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,
irregular o filho a terceiros para fins de adoção.” Não se sabe como o STJ decidiria caso já velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
houvesse essa hipótese legal. c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva
jurisdição;
O juiz deve ser IMPARCIAL e COMPETENTE. Para assegurar a imparcialidade, a CF d) propor a criação de novas varas judiciárias;
estabelece garantias (Art. 95, caput) e vedações (Art. 95, parágrafo único) aos magistrados. e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no
Além disso, o CPP prevê hipóteses de impedimentos (Art. 252), incompatibilidades (Art. 253) art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de
e suspeições (Art. 254) dos juízes. Em relação a esse tema, é correto afirmar que: confiança assim definidos em lei;
➸caso o juiz tenha se julgado suspeito em um processo, relativamente a determinada f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores
pessoa, não poderá julgar qualquer outro feito de que ela seja parte; que lhes forem imediatamente vinculados;
↳ Conforme art. 256 CPP: Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, II - ao STF, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo
quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la. respectivo, observado o disposto no art. 169:
↳É aplicável ao processo penal, por analogia, o art. 145, §1º do CPC: “Poderá o juiz a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões”.
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos 1055941/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/12/2019 (repercussão geral – Tema 990)
juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos (Info 962).
juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; ↳É indispensável a existência de prévia autorização judicial para a instauração de inquérito
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; ou outro procedimento investigatório em face de AUTORIDADE COM FORO POR
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; PRERROGATIVA DE FUNÇÃO em TJ. STF. 2ª Turma. HC 201965/RJ, Rel. Min. Gilmar
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem Mendes, julgado em 30/11/2021 (Info 1040).
como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ↳Caso concreto: o COAF elaborou relatório de inteligência financeira (RIF) apontando
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. movimentações atípicas entre as contas de um Deputado Estadual e servidores de seu
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do gabinete na ALE. Esse relatório foi encaminhado ao MPE, que instaurou procedimento de
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato investigação criminal (PIC). Em seguida, o MPE solicitou a produção de quatro RIFs
normativo do Poder Público. complementares sobre as operações financeiras realizadas. Ao final da investigação, o MP
ofereceu denúncia contra o parlamentar imputando-lhe a prática, em tese, dos crimes de
Sobre a possibilidade de CITAÇÃO por meio de APLICATIVO DE MENSAGENS, em meio ao peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O STF declarou a nulidade dos
contexto de pandemia, é correto afirmar que: RIFs, bem como das provas deles decorrentes e declarou a imprestabilidade dos elementos
➸ é excepcionalmente possível, desde que adotados os cuidados para se comprovar a probatórios colhidos pelo MPE no âmbito do PIC. Para o colegiado, o compartilhamento
autenticidade do número telefônico contatado e a identidade do destinatário das mensagens; desses dados foi ilegítimo, porque realizado a partir de comunicação direta entre o MPE e o
➸Conforme entendimento do STJ: É possível a utilização de WhatsApp para a citação de Coaf, antes mesmo que houvesse autorização do Tribunal de Justiça para instaurar
acusado, desde que sejam adotadas medidas suficientes para atestar a autenticidade do procedimento investigatório criminal contra o parlamentar estadual. STF. 2ª Turma. HC
número telefônico, bem como a identidade do indivíduo destinatário do ato processual. (STJ. 201965/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 30/11/2021 (Info 1040).
5ª Turma. HC 641.877/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/03/2021 (Info 688).
Maria foi presa em flagrante transportando 2 quilos de cocaína. O motorista do veículo e o
Em relação ao compartilhamento dos RELATÓRIOS DE INTELIGÊNCIA FINANCEIRA do outro acompanhante lograram fugir sem serem identificados. Em audiência de custódia, o
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) com os órgãos de persecução juiz recusou pedido de conversão do flagrante em preventiva, concedendo à indiciada
penal para FINS CRIMINAIS, é correto afirmar que: ➸ INDEPENDE de prévia autorização liberdade provisória, com cautelar de comparecimento mensal a juízo. Inconformado, o
judicial; representante do Parquet interpôs Recurso em Sentido Estrito (RSE), sendo os autos
➸ Segundo o STF, é possível o compartilhamento, SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, dos remetidos ao juízo competente. Na Vara Criminal, o Ministério Público ofereceu denúncia por
relatórios de inteligência financeira da UIF e do procedimento fiscalizatório da Receita infração aos Arts. 33 e 35 da Lei nº 11.343/2006. O juiz rejeitou parcialmente a denúncia,
Federal com a Polícia e o MP. quanto ao crime do Art. 35, e revogou a decisão do Juiz da Custódia, decretando a prisão
➸É constitucional o compartilhamento dos relatórios de inteligência financeira da UIF e da preventiva, sem a oitiva da defesa, com imediata expedição de mandado de prisão. São
íntegra do procedimento fiscalizatório da Receita Federal do Brasil (RFB), que define o medidas cabíveis nesse caso:
lançamento do tributo, com os órgãos de persecução penal para fins criminais, sem a ➸ Recurso em Sentido Estrito (RESE) por parte do promotor, em razão da rejeição parcial
obrigatoriedade de prévia autorização judicial, devendo ser resguardado o sigilo das da denúncia; HABEAS CORPUS pela defesa, em razão da decretação da prisão em juízo de
informações em procedimentos formalmente instaurados e sujeitos a posterior controle retratação sem prévia oitiva da defesa;
jurisdicional. 2. O compartilhamento pela UIF e pela RFB, referente ao item anterior, deve ser ↳Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
feito unicamente por meio de comunicações formais, com garantia de sigilo, certificação do I - que não receber a denúncia ou a queixa;
destinatário e estabelecimento de instrumentos efetivos de apuração e correção de ↳Quanto à decisão que decretou a prisão preventiva, não existe recurso próprio para
eventuais desvios. STF. Plenário. RE 1055941/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em combatê-la em nosso ordenamento jurídico, sendo necessário que a parte se socorra do
4/12/2019 (repercussão geral – Tema 990) (Info 962). habeas corpus.
➸ Compartilhamento dos Relatórios de inteligência financeira da UIF e da íntegra do
procedimento fiscalizatório da Receita Federal do Brasil com os órgãos de persecução penal A Lei Federal nº XX dispôs que as salas de cinema do território brasileiro estão obrigadas a
para fins criminais. Desnecessidade de prévia autorização judicial. STF. Plenário. RE exibir filmes nacionais por determinado lapso temporal, contado a partir do seu lançamento.
Foi estatuído, ainda, que a inobservância dessa determinação acarretaria a imposição da
penalidade administrativa de multa. Insatisfeito, o proprietário de algumas salas de cinema de reprodução obrigatória, cabendo controle concentrado perante o Tribunal de Justiça e, da
questionou sua assessoria a respeito da compatibilidade dessa determinação com a ordem decisão, cabe Recurso Extraordinário.
constitucional, sendo respondido, corretamente, que a referida determinação:
↳busca assegurar, de maneira proporcional, a promoção e a defesa da cultura nacional, sem A norma constitucional que determina que a REMUNERAÇÃO DE PREFEITOS será feita
atingir o núcleo do direito à propriedade privada, sendo, portanto, constitucional; exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, [vedado o acréscimo de qualquer
gratificação], adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
↳São constitucionais a cota de tela, consistente na obrigatoriedade de exibição de filmes remuneratória (art. 39, §4º, CF), tem natureza de norma de reprodução obrigatória.
nacionais nos cinemas brasileiros, e as sanções administrativas decorrentes de sua § 4º O membro de Poder, o detentor de MANDATO ELETIVO, os Ministros de Estado e os
inobservância. A denominada “cota de tela” promove intervenção voltada a viabilizar a Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado
efetivação do direito à cultura, sem, por outro lado, atingir o núcleo dos direitos à livre em PARCELA ÚNICA, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
iniciativa, à livre concorrência e à propriedade privada, apenas adequando as liberdades prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer
econômicas à sua função social. STF. Plenário. RE 627432/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, caso, o disposto no art. 37, X e XI.
julgado em 18/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 704) (Info 1010). X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o §4º art. 39 somente
poderão ser fixados ou alterados por LEI ESPECÍFICA, observada a INICIATIVA PRIVADA
Norma da nova Lei Orgânica do Município Alfa, recentemente aprovada, dispôs que os em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de
vencimentos do Prefeito e do Vice-Prefeito Municipal são compostos de remuneração, verba índices;
de representação e adicionais, o que está em desacordo com comando da CF, que dispõe
sobre a sistemática de subsídios afeta a esses agentes. A Constituição do Estado, por sua ↳Nesse sentido, já decidiu o STF que os TJ’s podem exercer CONTROLE ABSTRATO de
vez, silenciava sobre a temática. À luz desse estado de coisas, o Partido Político Gama constitucionalidade de leis municipais utilizando como parâmetro normas da CF, desde que
solicitou que sua assessoria se manifestasse sobre a possibilidade de a norma da Lei se trate de normas de reprodução obrigatória pelos Estados.
Orgânica do Município Alfa ser submetida ao controle de constitucionalidade. A assessoria ↳Vale ressaltar, ainda, que contra esta decisão cabe RECURSO EXTRAORDINÁRIO e a
respondeu, corretamente, que a referida norma: decisão do STF neste recurso terá eficácia ERGA OMNES, pois foi proferida em um
➸ apesar do silêncio da CE, pode ser submetida ao controle concentrado de PROCESSO OBJETIVO de controle de constitucionalidade.
constitucionalidade perante o TJ;
↳RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. AÇÃO DIRETA DE ➸em razão do silêncio da Constituição Estadual, não pode ser submetida ao controle
INCONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL. PARÂMETRO DE CONTROLE . REGIME DE concentrado de constitucionalidade perante o Tribunal de Justiça, apenas ao controle difuso;
SUBSÍDIO. VERBA DE REPRESENTAÇÃO, 13 º SALÁRIO E TERÇO CONSTITUCIONAL ↳O que define a viabilidade do PROCESSO OBJETIVO ESTADUAL é o parâmetro de
DE FÉRIAS . 1. Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade controle evocado na inicial. Ainda que a Constituição Estadual seja silente, porém,
de leis municipais utilizando como parâmetro normas da CF, desde que se trate de normas tratando-se de norma de reprodução obrigatória, cabível o controle concentrado de
de reprodução obrigatória pelos Estados. Precedentes. 2. O regime de subsídio é constitucionalidade (RE 177.865; 154.028 e 199.293).
incompatível com outras parcelas remuneratórias de natureza mensal, o que não é o caso
do 13º salário e do 3º constitucional de férias, pagos a todos os trabalhadores e servidores ➸somente pode ser submetida ao controle concentrado de constitucionalidade perante o
com periodicidade anual. 3. A ‘verba de representação’ impugnada tem natureza STF, considerando a natureza do paradigma de confronto;
remuneratória, independentemente de a lei municipal atribuir-lhe nominalmente natureza ↳O ordenamento jurídico admite que TODO órgão judicial exerça, dentro de sua
indenizatória. Como consequência, não é compatível com o regime constitucional de competência, CONTROLE DIFUSO.
subsídio. 4. Recurso parcialmente provido.” (RE 650.898/RS, Rel. Min. Marco Aurélio).
➸somente pode ser submetida ao controle difuso de constitucionalidade, quer perante o TJ,
somente pode ser submetida ao controle difuso de constitucionalidade, quer perante o quer perante o STF; ↳ Cabível, também, o controle concentrado, diante da norma parâmetro
Tribunal de Justiça, quer perante o STF. (regime remuneratório de servidores públicos, por meio de subsídios), por meio de ADPF,
↳ Cabível, também, o controle concentrado, diante da norma parâmetro (regime perante o STF. Além disso, a omissão da CE é irrelevante, porque se trata de norma de
remuneratório de servidores públicos, por meio de subsídios), por meio de ADPF, perante o reprodução obrigatória, cabendo controle concentrado perante o TJ e, da decisão, cabe RE.
STF. Além disso, a omissão da Constituição Estadual é irrelevante, porque se trata de norma
➸somente pode ser submetida ao controle difuso de constitucionalidade, que será realizado de poder legislativo" Recurso extraordinário a que se dá provimento. STF. Plenário. RE
perante o Supremo Tribunal Federal. ↳ Perante o STF, cabível ADPF. 543974, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 26/03/2009.
↳Porém, segundo o STF, o proprietário poderá evitar a expropriação se provar que não teve
Após ampla investigação conduzida pelas autoridades competentes, foi descoberta a culpa pelo fato de estarem cultivando plantas psicotrópicas em seu imóvel: “A expropriação
CULTURA ILEGAL DE PLANTAS PSICOTRÓPICAS em pequena área territorial na prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, desde que o proprietário
extremidade de um latifúndio privado, separada da sede por uma área de preservação comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo”. STF. Plenário.
ambiental. Em situações como essa, à luz da sistemática constitucional, é correto afirmar RE 635336/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/12/2016 (repercussão geral) (Info
que: 851).
↳ A ÍNTEGRA DA PROPRIEDADE em que se encontra a cultura ilegal deve ser O Presidente da República editou a Medida Provisória nº XX, ampliando o PERÍODO DE
DESAPROPRIADA, na forma da lei, sem o pagamento de indenização, podendo o INELEGIBILIDADE daqueles que fossem definitivamente condenados pela prática de
proprietário comprovar que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo; determinados ilícitos. Por entender que a matéria não poderia ser disciplinada em medida
↳A EXPROPRIAÇÃO prevista no art. 243 CF pode ser afastada, desde que o proprietário provisória, o Partido Político Alfa, que contava apenas com representação na Câmara dos
comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in elegendo. (STF, RE Deputados, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) perante o STF,
635.336, 2016. Tese RG 399 Repercussão geral). argumentando com a existência de VÍCIO FORMAL de inconstitucionalidade. No dia
↳Tema 647 - É possível o confisco de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido seguinte, a referida MP foi convertida na Lei nº ZZ, sem que fosse promovida qualquer
em decorrência do tráfico de drogas, sem a necessidade de se perquirir a habitualidade, alteração no texto original. Apesar da conversão, o Partido Político Alfa não promoveu o
reiteração do uso do bem para tal finalidade, a sua modificação para dificultar a descoberta aditamento da petição inicial. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que:
do local do acondicionamento da droga ou qualquer outro requisito além daqueles previstos ➸ o não aditamento da petição inicial, na situação indicada, não gera prejudicialidade
expressamente no art. 243, § único,CF. superveniente;
↳O art. 243 CF/88 prevê que “As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País ↳Se é proposta ADI contra uma medida provisória e, antes de a ação ser julgada, a MP é
onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho CONVERTIDA EM LEI com o mesmo texto que foi atacado, esta ADI não perde o objeto e
escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de poderá ser conhecida e julgada. Como o texto da MP foi mantido, não cabe falar em
habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras prejudicialidade do pedido.
sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º”. ↳(...) Não prejudica a ação direta de inconstitucionalidade material de medida provisória a
↳A expropriação irá recair sobre a TOTALIDADE do imóvel, ainda que o cultivo ilegal ou a sua intercorrente conversão em lei sem alterações, dado que a sua aprovação e
utilização de trabalho escravo tenham ocorrido em apenas parte dele. Isto porque a CF faz promulgação integrais apenas lhe tornam definitiva a vigência, com eficácia "ex tunc" e sem
menção à expropriação da gleba, que é uma área de terra, um terreno e não uma porção da solução de continuidade, preservada a identidade originaria do seu conteúdo normativo,
área utilizada. Nesse sentido: objeto da arguição de invalidade. (...) STF. Plenário. ADI 1055/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes,
↳RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. EXPROPRIAÇÃO. GLEBAS. julgado em 15/12/2016 (Info 851).
CULTURAS ILEGAIS. PLANTAS PSICOTRÓPICAS. ARTIGO 243 DA CONSTITUIÇÃO DO ↳Deve-se destacar, no entanto, que o STF exige que o autor da ADI peticione informando
BRASIL. INTERPRETAÇÃO DO DIREITO. LINGUAGEM DO DIREITO. LINGUAGEM esta situação à Corte e pedindo o aditamento da ação.
JURÍDICA. ARTIGO 5º, LIV DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. O CHAMADO PRINCÍPIO DA
PROPORCIONALIDADE. 1. Gleba, no artigo 243 CF, só pode ser entendida como a ➸a conversão da medida provisória em lei, independentemente de aditamento, acarreta a
propriedade na qual sejam localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas. O preceito perda de objeto da ADI;
não refere áreas em que sejam cultivadas plantas psicotrópicas, mas as glebas, no seu todo. ↳ Registre-se que a jurisprudência do STF se consolidou no sentido de que, em sede de
2. A gleba expropriada será destinada ao assentamento de colonos, para o cultivo de controle abstrato, há necessidade da vigência atual do paradigma constitucional
produtos alimentícios e medicamentosos. 5. O entendimento sufragado no acórdão recorrido alegadamente violado, de modo que superveniente modificação/supressão do parâmetro de
não pode ser acolhido, conduzindo ao absurdo de expropriar-se 150 m2 de terra rural para confronto e do texto da norma estatal impugnada constitui hipótese de prejudicialidade da
nesses mesmos 150 m2 assentar-se colonos, tendo em vista o cultivo de produtos ação, gerando, assim, uma espécie de extinção anômala do processo de fiscalização
alimentícios e medicamentosos. 6. Não violação do preceito veiculado pelo artigo 5º, LIV da normativa abstrata. Neste caso, o autor da ADI deverá ADITAR a petição inicial
Constituição do Brasil e do chamado "princípio" da proporcionalidade. Ausência de "desvio demonstrando que a nova redação do dispositivo impugnado apresenta o mesmo vício de
inconstitucionalidade que existia na redação original.
937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018. Por isso, como regra, a
➸o Partido Político Alfa não tem legitimidade para deflagrar o controle concentrado de perda do cargo público, implica a remessa dos autos para a instância ordinária.
constitucionalidade; ↳Acontece que, para fins de segurança jurídica, o STF estabeleceu um marco temporal a
↳ Quanto aos partidos políticos, de um lado, lembro que a legenda não precisa possuir partir do qual a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em
representantes na Câmara e no Senado, [bastando que tenham em qualquer das Casas]. De razão de posterior investidura ou desinvestidura do cargo por parte do acusado. Ficou assim:
outro lado, mesmo que ele perca a representação no Congresso Nacional no curso da ADI, o → Se o réu deixou de ocupar o cargo antes de a instrução terminar: cessa a competência do
processo pode prosseguir, dada a natureza objetiva da ação. Em outras palavras, a perda STF e o processo deve ser remetido para a 1ª instância.E
superveniente da representação não impede a continuidade do processo (STF, ADI n. → Se o réu deixou de ocupar o cargo depois de a instrução se encerrar: o STF permanece
2.618). sendo competente para julgar a ação penal.
→Assim, com a publicação do despacho de INTIMAÇÃO para apresentação de alegações
➸a Medida Provisória nº XX não apresentava qualquer vício formal, considerando a matéria finais, fica prorrogada a competência do juízo para julgar a ação penal mesmo que ocorra
versada; alguma mudança no cargo ocupado pelo réu. Desse modo, mesmo que o agente público
↳Art. 62 CF/88: Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar venha a ocupar outro cargo ou deixe o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo, isso
medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso não acarretará modificação de competência.
Nacional. §1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I – relativa a: a)
nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral. ➸o STF é o Tribunal competente para processar e julgar Francisco e a competência
abrange todas as modalidades de infrações penais, estendendo-se aos delitos eleitorais.
➸o VÍCIO FORMAL da Medida Provisória nº XX foi convalidado com a sua conversão em Entretanto, o foro por prerrogativa de função de Francisco não prevalece sobre a
lei. competência do júri;
↳ A jurisprudência majoritária do STF é no sentido de que a conversão em lei de medida ↳É possível afirmar o seguinte:
provisória viciada não tem o condão de suplantar eventuais vícios, seja eles materiais ou a) se a competência especial por prerrogativa de função estiver estabelecida na CF,
formais. prevalecerá sobre a competência constitucional do júri, em razão do princípio da
especialidade;
Francisco, que tomou posse como DEPUTADO FEDERAL, a fim de exercer livremente o seu b) se o foro especial estiver previsto em lei ordinária, em lei de organização judiciária, ou
mandato como representante do povo, consultou advogado para se informar das exclusivamente na CE, prevalecerá a competência constitucional do júri. (LIMA, Renato
prerrogativas e imunidades às quais faria jus, em razão do exercício do cargo para o qual foi Brasileiro de. Código de Processo Penal comentado – 2. ed. rev. e atual. Salvador:
eleito. Sobre o tema, é correto afirmar que: Juspodivm, 2017, p. 1670/1671.)
↳a prerrogativa de foro de Francisco se limita aos crimes cometidos no exercício do cargo e
em razão dele, e a jurisdição do STF se perpetua caso tenha havido o encerramento da ➸Art. 53, §8º, CF/88: “As IMUNIDADES de Deputados ou Senadores subsistirão durante o
instrução processual antes da extinção do mandato; estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa
↳Na verdade, o que exige, para fins de aplicação da IMUNIDADE PARLAMENTAR, é que respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
haja uma relação de conexão entre as declarações emitidas e o desempenho da função incompatíveis com a execução da medida.
legislativa. Noutros termos, o que se espera é que sua manifestação guarde nexo de
causalidade com o exercício da atividade legislativa (propter officium) (STF, Pet 4934). Sobre os SUJEITOS DO PROCESSO nos Juizados Especiais Cíveis (Lei 9.099/95), é
↳Art. 53, CF/88. §2º Desde a EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA, os membros do Congresso correto afirmar que:
Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os ➸são inadmissíveis todas as formas de intervenções de terceiros;
autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria ↳Conforme disposto contida no art. 10 da Lei 9.099/95, não se admitirá nos juizados
de seus membros, resolva sobre a prisão. especiais qualquer forma de intervenção de terceiros. Contudo, o art. 1.062 do CPC/2015
trouxe a previsão de que se aplica ao processo de competência dos juizados especiais o
↳Segundo o STF, o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Portanto, após o NCPC a
durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. STF. Plenário. AP alternativa que contêm a previsão de que são admissíveis toda forma de intervenção de
terceiros está incorreta, tendo em vista o cabimento do incidente de desconsideração da
personalidade jurídica. Marcos, domiciliado em imóvel próprio localizado no Município Alfa (Estado Beta), recebeu
Art. 1.062 CPC/2015 - O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se notificação em 2021 referente ao pagamento de TAXA MUNICIPAL de combate a INCÊNCIO
ao processo de competência dos juizados especiais. quanto a esse imóvel, bem como outra notificação do Estado Beta cobrando TAXA
ESTADUAL de combate a incêndio. À luz do CONCEITO DE TAXA presente na CF e no
➸pode o menor de 18 anos ajuizar ação no Juizado Especial Cível, desde que devidamente CTN, bem como do entendimento do STF, tal taxa de combate a incêndio:
representado; ➸não poderia ser cobrada nem pelo Município Alfa nem pelo Estado Beta;
↳Art. 8º Lei 9.099/95 - Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o ↳A taxa não pode ser cobrada nem pelo Município nem pelo Estado. Com relação ao
INCAPAZ, o PRESO, as PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO, as EMPRESAS Município, temos que o STF já decidiu, em sede de repercussão geral, que “a segurança
PÚBLICAS da União, a MASSA FALIDA e o INSOLVENTE CIVIL. pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se, no campo da atividade
precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como a viabilizá-la a
➸admitir-se-á o litisconsórcio, desde que limitado a dois litisconsortes; arrecadação de impostos, [não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim].” (Tema
↳A Lei 9.099/95 não traz a limitação de apenas dois litisconsortes. Art.10 Lei 9.099/95 - Não 16). Com relação ao Estado, é inconstitucional porque a taxa de incêndio é questão de
se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. segurança pública. Assim, não pode ser cobrada mediante taxa, sendo financiada através
Admitir-se-á o litisconsórcio. dos impostos.
↳O STF afastou a possibilidade de os Municípios cobrarem taxa de combate a incêndio, na
➸não é cabível a intervenção do MP nos processos de competência dos Juizados Especiais medida em que a tarefa de fiscalizar adequadamente os estabelecimentos, de modo que a
Cíveis; tarefa de evitar a ocorrência de incêndios caberia aos Estados, através da polícia militar e do
↳Art. 11 Lei 9.099/95 - O MP intervirá nos casos previstos em lei. corpo de bombeiros militares (STF, RE 643.247).
↳O Supremo consignou que a prevenção e o combate a incêndios se fazem mediante a
➸o réu, sendo pessoa jurídica, poderá ser representado por PREPOSTO CREDENCIADO, atuação da polícia retratada no corpo de bombeiros, sendo atividade essencial do Estado e,
sem haver necessidade de vínculo empregatício. por isso, remunerada por meio de impostos. Desse modo, entendeu ser inconcebível que, a
↳Art. 9º, §4º, Lei 9.099/95 - O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá pretexto de prevenir sinistro relativo a incêndio, venha o Município a substituir-se ao Estado,
ser representado por preposto credenciado, munido de carta de preposição com poderes com a criação de tributo sob o rótulo de taxa.
para transigir, sem haver necessidade de vínculo empregatício. ↳TAXA DE COMBATE A INCÊNDIO – INADEQUAÇÃO CONSTITUCIONAL. Descabe
↳NÃO cabe: Assistência e intervenção de terceiros (salvo o Incidente de desconsideração da introduzir no cenário tributário, como obrigação do contribuinte, taxa visando a prevenção e o
PJ, nos termos do art. 1.062 do CPC). → Art. 1.062. O incidente de desconsideração da combate a incêndios, sendo imprópria a atuação do Município em tal campo. STF. RE
personalidade jurídica aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais. 643247, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2017, DJe
19/12/2017 (Repercussão Geral) (Info 866).
Em razão das alterações promovidas pela Lei nº 14.112/2020 na Lei nº 11.101/2005, quanto ↳As TAXAS são tributos vinculados a atividade estatal dirigida a sujeito identificado ou
à LEGITIMIDADE para pleitear RECUPERAÇÃO JUDICIAL pelo PLANO ESPECIAL, o identificável, podendo decorrer do exercício do poder de polícia titularizado pelo ente
PRODUTOR RURAL: arrecadador ou da utilização de serviço público específico e divisível posto à disposição do
contribuinte. 2. A instituição de taxa exige que os serviços públicos por ela remunerados
➸PODERÁ APRESENTAR plano especial de recuperação judicial, desde que exerça cumulem os requisitos de especificidade e divisibilidade. Os serviços autorizadores de
regularmente suas atividades há mais de 2 anos e desde que o valor da causa não exceda a cobrança de taxas não podem ser prestados de forma geral e indistinta a toda a coletividade
R$ 4.800.000,00; (uti universi), mas apenas à parcela específica que dele frui, efetiva ou potencialmente, de
↳O computo do período de 2 anos de exercício da atividade econômica, para fins de modo individualizado e mensurável (uti singuli). 3. A taxa anual de segurança contra incêndio
recuperação judicial, nos termos do art. 48 Lei 11.101/05, aplicável ao produtor rural, inclui tem como fato gerador a prestação de atividade essencial geral e indivisível pelo corpo de
aquele ANTERIOR AO REGISTRO DO EMPREENDEDOR. (STJ) bombeiros, sendo de utilidade genérica, devendo ser custeada pela receita dos impostos.
↳Art. 70-A. O produtor rural de que trata o §3º art.48 desta Lei poderá apresentar plano (...) STF. Plenário. ADI 2908, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 11/10/2019.
especial de recuperação judicial, nos termos desta Seção, desde que o valor da causa não
exceda a R$ 4.800.000,00.
responsável pelo ilícito, razão pela qual pleiteou liminar com imediata restituição do
caminhão. À luz da jurisprudência do STJ, a liminar deve ser:
➸ INDEFERIDA, pois, seja em razão do CONCEITO LEGAL DE POLUIDOR, seja em
função do PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE que rege o direito ambiental, a
Decreto do GOVERNADOR do Estado X de 30/12/2020 majorou o valor a ser pago de RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA pelo ilícito recai sobre quem, de qualquer
IPVA por meio da incorporação de índices oficiais de atualização monetária à base de forma, contribuiu para a prática da infração ambiental, por ação ou omissão;
cálculo do imposto. O Decreto também determinou que produziria efeitos a partir de ↳Para que haja a apreensão de veículo utilizado na prática de infração ambiental, é
01/01/2021. Diante desse cenário e à luz do entendimento do STJ, tal Decreto: necessário que se comprove que o bem era utilizado de forma exclusiva ou reiterada na
➸ NÃO VIOLA o princípio da legalidade tributária NEM o da anterioridade tributária; prática de ilícitos ambientais? NÃO. A apreensão do instrumento utilizado na infração
↳Não há violação ao princípio da anterioridade nem ao da legalidade tributária. ambiental, fundada no §5º art. 25 da Lei 9.605/98, independe do uso específico, exclusivo
↳Com relação ao princípio da legalidade, o art. 97, §2º, do CTN, afirma que “não constitui ou habitual para a empreitada infracional (STJ, Tese RR 1.036, 2021). A exigência de que o
majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor bem/instrumento fosse utilizado de forma específica, exclusiva ou habitual para a prática de
monetário da respectiva base de cálculo”. Assim, há permissão que ocorra a recomposição infrações não é um requisito que esteja expressamente previsto na legislação. Tal exigência
inflacionária por decreto. compromete a eficácia dissuasória inerente à medida, consistindo em incentivo, sob a
↳Há, inclusive, súmula do STJ que afirma ser proibido ao Município atualizar o IPTU, perspectiva da TEORIA ECONÔMICA DO CRIME, às condutas lesivas ao meio ambiente.
mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária (STJ, art. 72, IV
Súmula 160), ou seja, até o valor da inflação é possível atualizar mediante decreto. ↳A apreensão do instrumento utilizado na infração ambiental, fundada na atual redação do
↳Com relação ao princípio da anterioridade, por sua vez, há permissivo constitucional §4º art. 25 da Lei 9.605/1998, independe do uso específico, exclusivo ou habitual para a
afastando o princípio da anterioridade nonagesimal da base de cálculo do IPVA (CF, art. 150, empreitada infracional. STJ. 1ª Seção. REsp 1814944-RN, Rel. Min. Mauro Campbell
§1º). Marques, julgado em 10/02/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1036) (Info 685).

O Estado X, dentro do PRAZO PRESCRICIONAL, ajuizou, em 10/01/2015, execução fiscal DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO. ADMINISTRATIVA
contra José por dívidas de tributos estaduais no valor de R$ 50.000,00. Não encontrados OU DE CRIME:
bens penhoráveis, o juiz, em 10/04/2015, suspendeu o curso da execução pelo prazo de 1 Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se
ano. Nenhum bem foi encontrado, mas o juiz absteve-se de ordenar o arquivamento do feito. os respectivos autos. §1º Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou,
Em 15/04/2021, José requereu que fosse reconhecida a prescrição da dívida, pedido esse sendo tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins
negado pelo juiz. Diante desse cenário e à luz do entendimento do STJ, é correto afirmar zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a
que: responsabilidade de técnicos habilitados. §2º Até que os animais sejam entregues às
➸o prazo para consumação da PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE é de 5 anos, contados a instituições mencionadas no §1º deste artigo, o órgão autuante zelará para que eles sejam
partir do fim da suspensão do curso da execução. mantidos em condições adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu
↳Importante mencionar também a súmula 314 STJ, segundo a qual "em execução fiscal, não bem-estar físico. ​§3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados
localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por 1 ano, findo o qual se inicia o e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes. §4°
prazo da PRESCRIÇÃO QUINQUENAL INTERCORRENTE. Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a
instituições científicas, culturais ou educacionais. §5º Os instrumentos utilizados na prática
João, motorista da SOCIEDADE EMPRESÁRIA Beta, transportava, em caminhão alugado, da infração serão vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem.
madeira oriunda de desmatamento de vegetação nativa, sem licença válida e sem nota
fiscal. Fiscais do meio ambiente abordaram João e, constatada a ilegalidade ambiental, no Art. 72. As INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS são punidas com as seguintes SANÇÕES,
exercício de sua competência, apreenderam a madeira e o veículo utilizado para a prática da observado o disposto no art. 6º:
infração ambiental. Inconformada, a sociedade empresária locadora do caminhão utilizado I - advertência;
por João impetrou mandado de segurança, alegando e comprovando que o veículo é de sua II - multa simples;
propriedade e apenas estava alugado para a sociedade empresária Beta, que foi a III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, ↳Também chamada de RESGATE, a ENCAMPAÇÃO é a retomada coativa do serviço, pelo
petrechos, equipamentos ou VEÍCULOS de qualquer natureza utilizados na infração; poder concedente, antes do prazo final por motivo de interesse público, mediante lei
V - destruição ou inutilização do produto; autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização.
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade; ↳Em virtude do INADIMPLEMENTO CONTRATUAL do concessionário, a caducidade não
VIII - demolição de obra; pressupõe a indenização prévia (art. 38, §4º Lei 8.987/95). Embora a declaração de
IX - suspensão parcial ou total de atividades; caducidade não requeira o pagamento de indenização prévia (diferentemente da
XI - restritiva de direitos. encampação), se houver bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, o poder
§1º Se o infrator cometer, simultaneamente, 2 ou + infrações, ser-lhe-ão aplicadas, concedente, posteriormente ao final do processo, deverá indenizar a concessionária em
cumulativamente, as sanções a elas cominadas. valor correspondente, descontando o valor das multas contratuais e dos danos causados
§2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da pela concessionária (art. 38, § 5º).
legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções
previstas neste artigo. A EMPRESA PÚBLICA ESTADUAL (EP) Alfa, que exerce exclusivamente atividade
§3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo: econômica sem monopólio e COM finalidade de lucro, foi condenada em processo judicial à
obrigação de pagar a quantia de 200.000 reais a João. Iniciada a fase de cumprimento de
A SOCIEDADE EMPRESÁRIA Alfa é CONCESSIONÁRIA que presta o SERVIÇO PÚBLICO sentença, os advogados da empresa pública Alfa pleitearam ao juízo a aplicação do
MUNICIPAL de TRANSPORTE COLETIVO INTRAMUNICIPAL de passageiros. No curso do REGIME DE PRECATÓRIO, na forma do Art. 100CF, o que foi deferido. Inconformado, João
contrato de concessão, o poder concedente constatou que a concessionária circulava com recorreu da decisão. Consoante entendimento do STFsobre a matéria, a decis ão judicial
ônibus sem ar-condicionado, com pneus carecas e bancos rasgados, não equipou seus recorrida:
coletivos com portas acessíveis a pessoas com deficiência, além de inobservar as rotas e ➸ MERECE SER REFORMADA, pois a empresa pública Alfa não se submete ao sistema de
horários das linhas de ônibus. A concessionária, assim, descumpriu cláusulas contratuais e precatório, pois se lhe aplica o regime jurídico de execução direta das empresas privadas,
normas legais sobre o serviço prestado, não cumpriu as penalidades impostas por infrações por ser exploradora de atividade econômica em CARÁTER CONCORRENCIAL;
nos devidos prazos e não atendeu à intimação do poder concedente no sentido de ↳Como regra, as empresas estatais (empresas públicas (EP’s) e sociedade de economia
regularizar a prestação do serviço. No caso em tela, o poder concedente deve proceder à mista (SEM) não gozam das prerrogativas de direito público, dentre as quais consta a
extinção do contrato de concessão, mediante a: sujeição ao regime de precatórios (RE 851711 AgR/DF – Info 888).
CaDucidade = Descumprimento (mediante Decreto) ↳Conforme o entendimento do STF, [é aplicável o regime de precatório] apenas à União, aos
ENcampação = INteresse público (mediante lei específica) estados, ao DF, aos municípios, às autarquias, às fundações públicas, às empresas públicas
➸ CADUCIDADE, cuja declaração por DECRETO do Prefeito deverá ser precedida da e às sociedades de economia mista PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO próprio do
verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o Estado e de natureza NÃO CONCORRENCIAL.
direito à ampla defesa, independentemente de indenização prévia. ↳As SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA prestadoras de SERVIÇO PÚBLICO de atuação
↳A CADUCIDADE é 1 das FORMAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO DE CONCESSÃO própria do Estado e de natureza não concorrencial submetem-se ao regime de precatório. O
ADMINISTRATIVA. Ela decorre da INEXECUÇÃO total ou parcial do contrato de concessão caso concreto no qual o STF decidiu isso envolvia uma sociedade de economia mista (SEM)
pela concessionária. Nos termos do art. 38, §2º, da Lei 8.987/95, a declaração da prestadora de serviços de abastecimento de água e saneamento que prestava serviço
caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da inadimplência da público primário e em regime de exclusividade. O STF entendeu que a atuação desta
concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa. sociedade de economia mista correspondia à própria atuação do Estado, já que ela não
↳O art. 38, §4º da referida Lei ainda estabelece que, “Instaurado o processo administrativo e tinha objetivo de lucro e o capital social era majoritariamente estatal. Logo, diante disso, o
comprovada a inadimplência, a caducidade será declarada por DECRETO do poder STF reconheceu que ela teria direito ao processamento da execução por meio de precatório.
concedente, independentemente de indenização prévia, calculada no decurso do processo”. STF. 2ª Turma. RE 852302 AgR/AL, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/12/2015 (Info 812).
↳A ANULAÇÃO decorre da ILEGALIDADE NA LICITAÇÃO ou no respectivo CONTRATO DE ↳Perceba que não basta ser serviço público; é necessário que ele seja próprio do Estado.
CONCESSÃO. Por isso, o STF entendeu que a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF),
embora preste serviço de utilidade pública, [não desempenha serviço público essencial] em
sentido típico ou de caráter monopolístico e, por isso, não está submetida ao regime ↳Nos termos do inc. XX do art. 24 Lei 8.666/93, é dispensável a licitação “na contratação de
constitucional dos precatórios. associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada
↳A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) não está submetida ao idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços
regime constitucional dos precatórios. STF. 1a Turma. Rcl 29637 AgR/DF, rel. orig. Min. Luiz ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o
Fux, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 30/6/2020 (Info 984). praticado no mercado”.
↳a hipótese de dispensa mantém-se com a Lei 14.133/21: Art. 75. É DISPENSÁVEL A
→ Aplica-se o regime de precatórios LICITAÇÃO: XIV - para contratação de associação de pessoas com deficiência, sem fins
▪ União, Estados, DF e Municípios (administração direta); lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgão ou entidade da Administração Pública,
▪ Autarquias (ex.: Casa da Moeda - STF, RE 1.009.828, 2018). para a prestação de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado
▪ Fundações; no mercado e os serviços contratados sejam prestados exclusivamente por pessoas com
▪ EP prestadoras de serviço público e que não concorram com a iniciativa privada (ex.: deficiência.
Correios); ↳Inicialmente, cabe esclarecer que o STJ entende que o prejuízo decorrente da fraude a
▪ SEM prestadoras de serviço público de atuação própria do Estado e de natureza não certame licitatório é PRESUMIDO (dano in re ipsa), pois impossibilita a contratação pela
concorrencial (STF, ADPF 387, 2017). Administração da proposta mais vantajosa. (STJ, AgInt no REsp 1737731/SC, Rel. Ministro
GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/10/2020, DJe 01/12/2020)
→ Não se aplica o regime de precatórios ↳Assim, se constada que a contratação feita pela Administração Pública foi indevida por não
▪ Sociedades de economia mista (SEM) que executam atividades em regime de concorrência observar a necessidade de prévia licitação, deve-se reconhecer a procedência da ação
ou que tenham como objetivo distribuir lucros aos seus acionistas (STF, Tese RG 253, popular que, em defesa do patrimônio público, visa ANULAR TAL CONTRATAÇÃO.
2011). ↳Não é isso, contudo, o que se observa na hipótese em comento, que, frise-se, se insere
▪ O Metrô-DF é empresa pública (EP), regida pelo direito privado. Embora preste serviço de em 1 das HIPÓTESES EXCEPCIONAIS de CONTRATAÇÃO DIRETA. Isso porque, nos
utilidade pública, a empresa não desempenha serviço público essencial em sentido típico ou termos do inciso XX do art. 24 da Lei Federal nº 8.666/1993, é dispensável a licitação “na
de caráter monopolístico. (STF, Rcl 29.637 AgR, 2020). contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de
▪ Caixas Escolares ou Unidades Descentralizadas de Educação (UDEs) (STF, ADPF 484, comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a
2020). prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja
▪ Conselhos de Fiscalização (STF, Tese RG 877, 2017). compatível com o praticado no mercado”.
▪ É válida a penhora em bens de pessoa jurídica de direito privado, realizada anteriormente ↳Assim, sendo cabível a dispensa da licitação, tem-se que deve ser julgado improcedente o
à sucessão desta pela União, não devendo a execução prosseguir mediante precatório (STF, pedido formulado pelo autor popular.
Tese RG 355, 2017).
Antônio exerceu o CARGO ELETIVO DE VEREADOR junto ao LEGISLATIVO MUNICIPAL
A Secretaria Estadual de EDUCAÇÃO do Estado Alfa, em junho de 2020, contratou, durante 16 anos. No Município em análise, existe lei municipal dispondo que a pessoa que
mediante dispensa de licitação, a associação X de pessoas com deficiência física, SEM tiver exercido o cargo de Vereador durante 4 Legislaturas ou 16 anos de vereança faz jus, a
FINS LUCRATIVOS e de comprovada idoneidade, para a prestação de serviços de título de pensão, após o término do mandato, a um subsídio mensal e vitalício igual parte fixa
digitalização de livros constantes no acervo das bibliotecas dos colégios estaduais. O da remuneração dos membros da edilidade. No caso em tela, de acordo com o
contrato teve valor total de 200 mil reais e prazo de 6 meses. Findo o prazo do contrato, os entendimento do STF, a mencionada lei municipal:
agentes públicos competentes atestaram que os serviços contratados foram regularmente ➸ NÃO É HARMÔNICA com a CF, pois configura TRATAMENTO PRIVILEGIADO em
prestados exclusivamente por pessoas com deficiência. Em janeiro de 2021, o eleitor José FAVOR DE EX-MEMBRO do LEGISLATIVO MUNICIPAL, que não mais é agente político,
ajuizou ação popular, visando à anulação do mencionado contrato, aduzindo que consistiu com violação aos princípios da MORALIDADE e da ISONOMIA;
em ato lesivo ao patrimônio público, eis que seria necessária prévia licitação. Tendo por base ↳A EC 109/19 proibiu a instituição de novos regimes especiais aos detentores de mandato
a Lei nº 8.666/1993, o juízo competente deve julgar: eletivo, estabelecendo sua filiação obrigatória ao REGIME GERAL de Previdência Social –
➸ IMPROCEDENTE o pedido do autor popular, eis que era cabível dispensa de licitação, RGPS. Foram mantidos os [regimes especiais eventualmente já instituídos por lei própria de
desde que o preço contratado estivesse compatível com o praticado no mercado; cada esfera federativa apenas para os atuais mandatários eletivos], os quais, sem prejuízo,
puderam optar, em até 180 dias, por migrarem para o RGPS.
↳Ocorre, entretanto, que o STF possui jurisprudência firme no sentido de ser inconstitucional ↳Em regra, a jurisprudência do STJ entende ser possível a aplicação de medidas executivas
lei municipal versando sobre subsídio vitalício considerando o exercício de mandatos de ATÍPICAS na execução e no cumprimento de sentença comum, desde que, verificando-se a
vereador, por ofensa aos princípios da igualdade, moralidade e impessoalidade, bem como à existência de indícios de que o devedor possua patrimônio expropriável, tais [medidas sejam
SUBMISSÃO OBRIGATÓRIA ao RGPS de todos os ocupantes de cargos temporários, adotadas de modo subsidiário, por meio de decisão que contenha fundamentação adequada
inclusive eletivos (RE nº 638.307/MT, Plenário, Rel. Min. Marco Aurélio, j. em 19/12/2019). às especificidades da hipótese concreta], com observância do [contraditório substancial] e do
Destaque-se que, agora em 2021, por ocasião do julgamento da ADPF nº 764/CE (Rel. Min. [postulado da proporcionalidade].
Gilmar Mendes, j. em 30/08/2021) , o Plenário do STF reiterou sua jurisprudência, ↳Na ação de improbidade administrativa, com ainda mais razão, há a possibilidade de
reafirmando se tratar de tratamento diferenciado que ofende os princípios republicano e da aplicação das medidas executivas atípicas, pois se tutela a moralidade e o patrimônio
igualdade. público. No que diz respeito à proporcionalidade, o fato de se tratar de uma ação de
improbidade administrativa deve ser levado em consideração na análise do cabimento da
↳É INCOMPATÍVEL o pagamento de subsídio mensal e vitalício a ex-vereadores, assim, medida aflitiva não pessoal no caso concreto, já que envolve maior interesse público.
como a pagamento de pensão por morte a dependentes dos ex-ocupantes destes cargos. ↳São cabíveis MEDIDAS EXECUTIVAS ATÍPICAS, de CUNHO NÃO PATRIMONIAL, no
Algumas leis municipais preveem que a pessoa que tiver exercido o cargo de Vereador fará cumprimento de sentença proferida em ação de improbidade administrativa. STJ. 2ª Turma,
jus, após deixar o mandato, a um subsídio mensal e vitalício. Alguns chamam isso de REsp 1929230-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 04/05/2021 (Info 695).
representação, outros de pensão vitalícia e outros de pensão civil. A previsão desse
pagamento é compatível com a CF/88? NÃO. O STF fixou a seguinte tese a respeito do João cumpria pena em REGIME FECHADO no SISTEMA PENITENCIÁRIO do Estado Alfa e
tema: conseguiu fugir, em verdadeira fuga cinematográfica feita com helicóptero blindado, que o
↳Lei municipal a versar a percepção, mensal e vitalícia, de “subsídio” por ex-vereador e a resgatou quando tomava banho de sol. 6 meses após sua fuga, João se associou a outros
consequente pensão em caso de morte não é harmônica com a CF. criminosos e entrou na casa de Antônio, cometendo crime de LATRO e ceifando a vida de
↳Lei municipal versando subsídio vitalício considerado o exercício de mandatos de vereador sua nova vítima. Os filhos de Antônio buscaram a Defensoria Pública e ajuizaram ação
e a consequente pensão em caso de morte é incompatível com a CF. STF. Plenário. RE indenizatória em face do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva,
638307/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/12/2019 (Tema 672 – repercussão geral) pleiteando reparação por danos morais decorrentes da morte de seu pai. Alegam os autores
(Info 964). que ocorreu omissão do Estado Alfa por não prover medidas eficazes de segurança
carcerária. Na hipótese narrada, de acordo com o entendimento do STF e o Art. 37, §6º CF,
João foi condenado à PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA e ao ressarcimento de 500.000 reais a responsabilidade civil objetiva do Estado Alfa:
ao erário estadual pela prática de ATO DOLOSO de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ➸ NÃO ESTÁ CARACTERIZADA, diante da ausência de NEXO CAUSAL direto entre o
Atualmente, o processo encontra-se em fase de cumprimento de sentença e, apesar de João MOMENTO DA FUGA e a CONDUTA praticada por João;
ostentar altíssimo padrão de vida e de haver indícios de que o devedor possui patrimônio ↳ §6º As PESSOAS JURÍDICAS de DIREITO PÚBLICO e as de DIREITO PRIVADO
expropriável, até agora não houve o ressarcimento ao erário. As medidas ordinárias de prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
praxe para satisfação da obrigação já foram tentadas, sem êxito. O MP, autor da ação, qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
requereu ao Juízo a aplicação de medidas executivas atípicas consistentes na apreensão de casos de dolo ou culpa.
passaporte e na suspensão da CNH de João. De acordo com a jurisprudência do STJ, em ↳ EMENTA. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO
tese, a pretensão ministerial é: ESTADO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO. PESSOA CONDENADA CRIMINALMENTE,
➸ POSSÍVEL, desde que tais medidas sejam adotadas de MODO SUBSIDIÁRIO, por meio FORAGIDA DO SISTEMA PRISIONAL. DANO CAUSADO A TERCEIROS. INEXISTÊNCIA
de DECISÃO que contenha fundamentação adequada às especificidades da hipótese DE NEXO CAUSAL ENTRE O ATO DA FUGA E A CONDUTA DANOSA. AUSÊNCIA DE
concreta, com observância do CONTRADITÓRIO SUBSTANCIAL e do postulado da DEVER DE INDENIZAR DO ESTADO. PROVIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
PROPORCIONALIDADE; 4. A fuga de presidiário e o cometimento de crime, sem qualquer relação lógica com sua
Suspensão do passaporte e da CNH: evasão, extirpa o elemento normativo, segundo o qual a responsabilidade civil só se
1 - Execução Fiscal = Não! estabelece em relação aos efeitos diretos e imediatos causados pela conduta do agente.
2 - Improbidade Administrativa = Sim! Nesse cenário, em que não há causalidade direta para fins de atribuição de responsabilidade
3 - Execução e Cumprimento de Sentença Comuns = Sim! civil extracontratual do Poder Público, não se apresentam os requisitos necessários para a
imputação da responsabilidade objetiva prevista na CF - em especial, como já citado, por
ausência do nexo causal. 5. (...) Tema 362, fixada a seguinte tese de repercussão geral: → dentro da PREVIDÊNCIA brasileira, nos termos da CF, a adesão a ENTIDADES
“Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a FECHADAS de previdência complementar é obrigatória para servidores e trabalhadores
responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por privados;
pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o
momento da fuga e a conduta praticada”. (RE 608880, Relator(a): MARCO AURÉLIO, ➸ a assistência social, para fins de CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS, exige, dos
Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES). interessados, determinado número mínimo de contribuições mensais;
↳A ASSISTÊNCIA SOCIAL, nos dizeres do Art.203CF, será prestada a quem dela necessitar,
Diante dos princípios e regras constitucionais da SEGURIDADE SOCIAL brasileira, é correto independentemente de contribuições à seguridade social.
afirmar que:
➸o mutualismo inerente aos regimes previdenciários públicos viabiliza, independentemente ➸o princípio constitucional da UNIFORMIDADE e EQUIVALÊNCIA dos benefícios às
de fonte de custeio, aposentadorias precoces para trabalhadores em situação de POPULAÇÕES URBANA E RURAL não impede a concessão de benefícios com requisitos
desemprego involuntário; de elegibilidade distintos entre as referidas parcelas da sociedade brasileira. CERTA.
↳ O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO pátrio é predominantemente MUTUALISTA. Ao se ↳O princípio constitucional da Uniformidade e Equivalência dos Benefícios às populações
observar o RGPS (iniciativa privada) e o RPPS (servidores e membros), observa-se que os urbanas e rurais (UEBS) segue o alinhamento do Direito do Trabalho, presente CF/88, e
ativos trabalham para pagar os benefícios dos inativos (PACTO DE GERAÇÕES). prevê que, em regra, não deve haver diferença entre trabalhadores urbanos e rurais.
Entretanto, essa característica não cria benefícios previdenciários sem prévia fonte de ↳Tal princípio, garante, em CONDIÇÕES equivalentes, BENEFÍCIOS equivalentes.
custeio total, muito menos aposentadoria para pessoas em situação de desemprego Entretanto, permite a concessão de benefícios com requisitos de elegibilidade distintos entre
involuntário. as referidas parcelas da sociedade brasileira.

➸a universalidade de cobertura e atendimento da proteção social brasileira traz, como Ana teve a sua fotografia estampada em uma revista. A matéria elogiava as suas qualidades
consectário, a cobertura integral a quaisquer pessoas, de forma idêntica a modelos físicas e morais, mas [não houve autorização por parte da retratada]. Diante dessa situação,
universalistas de previdência social; Ana pleiteia em juízo compensação pecuniária por DANO MORAL. O pedido deve ser
↳O princípio constitucional da Universalidade da Cobertura e do Atendimento (UCA) visa julgado:
cobrir a maior quantidade de situações de vulnerabilidades sociais (doença, idade avançada, ➸ PROCEDENTE, pois a imagem foi utilizada sem autorização e HÁ FINALIDADE
acidentes, etc.) e a maior quantidade de pessoas. ECONÔMICA;
↳Como aponta a melhor doutrina, a Universalidade de Cobertura (aspecto OBJETIVO) visa ↳ A ofensa ao direito à imagem materializa-se com a MERA UTILIZAÇÃO DA IMAGEM
cobrir todas as contingências sociais que necessitam de proteção social por parte do Estado, sem autorização, ainda que não tenha caráter vexatório ou que não viole a honra ou a
como a velhice, a maternidade, os acidentes e a morte. Já a Universalidade de Atendimento intimidade da pessoa, e desde que o conteúdo exibido seja CAPAZ DE INDIVIDUALIZAR O
(aspecto SUBJETIVO) diz respeito às pessoas abarcadas por essa proteção social estatal. OFENDIDO (STJ, REsp 794.586, 2012).
↳Deve-se ressalvar que a Saúde é direito de todos, a Previdência é direito apenas das ↳ A IMAGEM DA PESSOA pode ser classificada em:
pessoas que contribuíram por meio das contribuições sociais, e a Assistência Social é direito 1º) imagem-retrato (a fisionomia de alguém, o que é refletido no espelho);
de quem dela necessitar, independentemente de contribuição à Seguridade Social. 2º) imagem-atributo/atribuição: a soma de qualificações do ser humano, o que ele representa
Como pode ser observado do supracitado, a UCA tem DIMENSÕES PLENAS na área da para a sociedade. Na questão, não houve violação da imagem-atributo porque a revista não
Saúde e dimensões MITIGADAS na área da Previdência e da Assistência. Logo, não há que trouxe uma perspectiva diferente da perspectiva social de Ana, ao contrário, “elogiava suas
se falar em “cobertura integral de quiser pessoas”, como exposto na alternativa. qualidades físicas e morais”.
↳Conforme dispõe o art.202 CF/88, O regime de PREVIDÊNCIA PRIVADA, de CARÁTER ↳Súmula 403-STJ. Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não
COMPLEMENTAR e ORGANIZADO de FORMA AUTÔNOMA em relação ao Regime Geral autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
de previdência Social (RGPS), será facultativo, baseado na constituição de reservas que ↳O USO NÃO AUTORIZADO DA IMAGEM, com fins exclusivamente econômicos e
garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar LC 109/01. → Art. 202. O publicitários, gera DANOS MORAIS. Trata-se de DANO IN RE IPSA (STJ, REsp 1.102.756,
regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma 2012).
em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição
de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar.
↳O uso não autorizado da imagem, AINDA QUE SEM FINALIDADE LUCRATIVA ou ↳ HOMOLOGAR O ACORDO e DECLARAR A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE do fato,
comercial, enseja reparação por danos morais, independentemente da comprovação de APÓS seu integral cumprimento;
prejuízo (STJ, REsp 299.832, 2013).
➸formalizar e fiscalizar o acordo, zelando pelo seu integral cumprimento;
Sobre as TUTELAS PROVISÓRIAS, é correto afirmar que: ↳A atribuição para FORMALIZAR a proposta é do MP, de acordo com o art. 28-A, §3º do
➸as tutelas de evidência concedidas liminarmente demandam a comprovação da urgência CPP:
pela parte interessada; ↳art. 311, caput, CPC/15 - A TUTELA DE EVIDÊNCIA será Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e
concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena
útil do processo, quando: mínima inferior a 4 anos, o MP poderá propor acordo de não persecução penal (ANPP),
desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as
➸o indeferimento da tutela cautelar não obsta que a parte formule o pedido principal nem seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente:
influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de §3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo
decadência ou de prescrição; membro do MP, pelo investigado e por seu defensor. Já a FISCALIZAÇÃO do cumprimento
↳art. 310, caput, CPC/15 - O indeferimento da TUTELA CAUTELAR não obsta a que a parte ocorre perante a VARA DE EXECUÇÃO PENAL, de acordo com o art. 28-A, §6º do CPP: art.
formule o PEDIDO PRINCIPAL, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do 28-A, §6º HOMOLOGADO JUDICIALMENTE o acordo de não persecução penal, O JUIZ
indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição. DEVOLVERÁ OS AUTOS ao MP para que inicie sua execução perante o juízo de execução
penal.
➸em relação à tutela cautelar requerida em caráter antecedente, não poderá haver
alteração da causa de pedir no momento de formulação do pedido principal; ➸veicular a proposta, quando o Ministério Público deixar de fazê-la de forma imotivada;
↳art. 308, §2º, CPC/15 - A CAUSA DE PEDIR poderá ser aditada no momento de *não existe.
formulação do pedido principal.
➸ HOMOLOGAR O ACORDO e DECLARAR A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE do fato,
➸na tutela antecipada requerida em caráter antecedente, a decisão que concede a tutela após seu integral cumprimento; CERTA.
não faz coisa julgada, mas pode ser desafiada por ação rescisória; Art. 28-A, §6° c/c §13º
↳ art.304, §6º, CPC/15 - A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a § 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos
estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou ao MP para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal.
invalidar, proferida em ação ajuizada por 1 das partes, nos termos do §2º deste artigo. A §13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente
ação prevista no §2º do art. 304 se trata de uma ação revisional e não de ação rescisória. decretará a extinção de punibilidade.

➸em caso de revogação da tutela de urgência, a parte será responsabilizada por dano ➸especificar outras condições, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do
processual, além de responder pelo prejuízo causado à parte contrária em ação própria. investigado;
↳Art. 302, §único, CPC/15 - A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver ➸reduzir a pena pecuniária até a metade, nas hipóteses de ser a única condição aplicável.
sido concedida, sempre que possível. (*não existe).

Os acordos penais ou processuais já eram conhecidos do sistema de justiça criminal João requereu o REGISTRO DE SUA CANDIDATURA, perante a JUSTIÇA ELEITORAL,
brasileiro, mas assumiram um destaque notável a partir da amplitude que se deu ao instituto para concorrer a CARGO ELETIVO no âmbito da União. Maria ingressou com ação de
da colaboração premiada. O FORMATO CONSENSUAL traz para o processo penal a impugnação ao registro, sob o argumento de que João estaria com a sua cidadania passiva
possibilidade de uma atuação resolutiva que afasta uma perspectiva demandista. O restringida, por estar cumprindo pena restritiva de direitos (PRD), em substituição à pena
resultado disso é um nítido empoderamento do MP. No entanto, o Magistrado, até então privativa de liberdade, aplicada, pela Justiça Estadual, em processo penal no qual fora
protagonista no modelo de processo penal conflitivo, continua com papel relevante na condenado com sentença transitada em julgado. A tese de Maria:
sistemática do acordo de não persecução penal (ANPP). Nesse particular, compete ao JUIZ
de direito do processo de conhecimento:
➸ DEVE SER ACOLHIDA, pois a condenação penal, ainda que aplicada pena restritiva de João construiu uma suntuosa mansão de veraneio AO LADO DE UM LEITO DE UM RIO e
direitos (PRD) nos termos descritos, configura óbice, enquanto produzir efeitos, a que João em Área de Preservação Permanente (APP), com considerável supressão de vegetação.
concorra a um cargo eletivo; Constando a ocorrência de GRAVES DANOS AMBIENTAIS e de ILEGAL ATIVIDADE
↳A condenação de pena em regime aberto, a condenação substituída por serviços à causadora de impacto ambiental, o MP ajuizou ação civil pública, pleiteando a demolição da
comunidade (PRD), o cumprimento da pena em prisão domiciliar ou em livramento edificação ilegal e o reflorestamento da área degradada. Na contestação, João alegou que,
condicional TAMBÉM SUSPENDEM OS DIREITOS POLÍTICOS. inobstante não tenha obtido prévia licença para a construção, o Município tinha ciência da
↳A substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos não impede a construção de sua casa, eis que fiscais de meio ambiente estiveram no local e não lavraram
suspensão dos direitos políticos. No julgamento do RE 179.502/SP, rel. min. Moreira Alves, auto de infração. Assim, argumenta o réu que o poder público quedou-se inerte, devendo ser
firmou-se o entendimento no sentido de que não é o recolhimento do condenado à prisão aplicada a teoria do fato consumado, pois a construção já ocorreu há dez anos. Consoante
que justifica a suspensão de seus direitos políticos, mas o JUÍZO DE REPROVABILIDADE jurisprudência do STJ, a tese defensiva:
expresso na condenação. [RE 577.012 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 9-11-2010, 1ª ➸ não merece prosperar, pois não se admite a aplicação da TEORIA DO FATO
T, DJE de 25-3-2011.] CONSUMADO em tema de DIREITO AMBIENTAL, que equivaleria a perpetuar e perenizar
↳Para o STF, a hipótese de suspensão abrange também as condenações pela prática de um suposto direito de poluir que vai de encontro ao postulado do meio ambiente
CRIMES CULPOSOS e CONTRAVENÇÕES PENAIS. Ainda para o STF (Pleno, RE ecologicamente equilibrado.
179.502/SP), não afastam a suspensão dos direitos políticos os benefícios penais que só ↳Súmula 613-STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de
impliquem suspender o cumprimento da pena (tais como o LIVRAMENTO CONDICIONAL e Direito Ambiental.
o SURSIS PENAL). O que é a TEORIA DO FATO CONSUMADO? Segundo a teoria do fato consumado, as
↳A própria CF, em seu art. 15, inciso III, estabelece a suspensão dos direitos políticos em situações jurídicas consolidadas pelo decurso do tempo, amparadas por decisão judicial, não
caso de condenação criminal transitada em julgado ENQUANTO DURAREM OS SEUS devem ser desconstituídas, em razão do princípio da segurança jurídica e da estabilidade
EFEITOS. das relações sociais (STJ, REsp 709.934, 2004).
↳De acordo com a Lei da Ficha Limpa, a condenação por decisão de órgão judicial colegiado ↳A teoria do fato consumado se aplica para violações ao meio ambiente? NÃO. Ex.: João
também torna inelegível o candidato. construiu uma casa em uma área de proteção ambiental (APA), com a autorização do
Município. Muitos anos mais tarde, o MP ajuizou ação civil pública requerendo a demolição
João, aprovado em concurso público para ingresso na carreira da magistratura do Estado do da construção e a recomposição da vegetação do local. João não poderá invocar a teoria do
Paraná, foi instado, quando de sua nomeação, a apresentar, no ato de posse, declaração fato consumado. Se fosse aceita essa teoria, isso significaria que se estaria admitindo a
pública de seus bens. Tendo em vista que nunca havia exercido qualquer função pública perpetuação do direito de poluir, degradar o meio ambiente.
preteritamente, João entendeu que a exigência de tal declaração violava seu direito à → STJ: Haverá a demolição mesmo que a construção irregular tenha sido feita com
intimidade. Sabe-se, ainda, que João, seja diretamente como pessoa natural, seja por meio autorização dos órgãos ambientais? SIM. Constatado que houve edificação irregular em
de qualquer pessoa jurídica, nunca firmou com o poder público qualquer negócio jurídico, área de preservação permanente, o fato de ter sido concedido licenciamento ambiental, por
nem recebeu verba pública a qualquer título, sempre tendo atuado profissionalmente como si só, não afasta a responsabilidade pela reparação do dano causado ao meio ambiente,
advogado autônomo. De acordo com o Código de Organização e Divisão Judiciárias do mormente quando reconhecida a ilegalidade do aludido ato administrativo (STJ, AgInt nos
Estado do Paraná (Lei Estadual nº 14.277/2003), no ato de posse, João: EDcl no AREsp 359.140, 2017).
➸ deverá apresentar declaração pública de seus bens, sob pena de não se consumar o → De fato, para o STJ, e, a aceitação da teoria equivaleria a perpetuar o suposto direito de
ato, ou de anulá-lo, CASO JÁ INVESTIDO; poluir, de degradar, indo de encontro ao postulado do meio ambiente equilibrado, BEM DE
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO JUDICIÁRIAS DO ESTADO DO PARANÁ - lei USO COMUM DO POVO essencial à qualidade sadia de vida. (...) STJ. 1ª Turma. AgRg no
estadual nº 14.277/2003: Art. 75. §2º. No ATO DE POSSE, o Juiz deverá apresentar RMS 28.220/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 18/04/2017. Noutros
declaração pública de seus bens, sob pena de não se consumar o ato, ou de anulá-lo, caso termos, não há direito adquirido à degradação ambiental. *Este entendimento restou
já investido. consolidado no enunciado sumular nº 613 do STJ, segundo o qual “Não se admite a
Art. 76. O PRAZO PARA O JUIZ ENTRAR EM EXERCÍCIO é de 30 dias, contados da aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental”.
publicação do ato oficial de nomeação, prorrogável por idêntico período mediante
solicitação do interessado. Em sede de processo administrativo disciplinar (PAD) instaurado após sindicância
patrimonial em face de servidor público federal, foi-lhe aplicada a penalidade de DEMISSÃO
DO SERVIÇO PÚBLICO, tendo em vista a constatação de variação patrimonial a inquinar de nulidade o Processo Administrativo Disciplinar; a descrição dos fatos ocorridos,
descoberto. Inconformado, o servidor demitido impetra mandado de segurança visando a desde que feita de modo a viabilizar a defesa do acusado, afasta a alegação de ofensa ao
anular o ato demissório e argumenta, preliminarmente, a nulidade do PAD por ter sido princípio da ampla defesa. STJ. 1ª Seção. MS 19.726/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia
instaurado com base em denúncia anônima; por não lhe ter sido assegurada defesa técnica; Filho, julgado em 13/12/2017.
e por ter havido a posterior alteração da capitulação legal. Além disso, o impetrante também
sustenta a inexistência de provas inequívocas das irregularidades e a incongruência entre a ➸é nula a decisão adotada em PAD no qual não tenha sido assegurada ao indiciado a
conduta apurada e a pena de demissão. Considerando a narrativa fática hipotética acima, é defesa técnica por advogado, conforme jurisprudência dos Tribunais Superiores.
correto afirmar que: ↳Súmula Vinculante 5: A FALTA DE DEFESA TÉCNICA por advogado no (PAD) processo
➸ desde que DEVIDAMENTE MOTIVADA e com amparo em INVESTIGAÇÃO ou administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
SINDICÂNCIA, admite-se a instauração de PAD com base em denúncia anônima;
↳Súmula 611-STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou
sindicância, é permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base em
denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração.

➸na via do mandado de segurança, admitem-se a discussão e o exame a respeito da


suficiência do conjunto fático-probatório constante do PAD;
↳É pacífico o entendimento no âmbito do STF e do STJ de que o mandado de segurança
não é a via adequada para o exame da suficiência do [conjunto fático-probatório] constante
do Processo Administrativo Disciplinar - PAD, a fim de verificar se o impetrante praticou ou
não os atos que lhe foram imputados e que serviram de base para a imposição de
penalidade administrativa, porquanto o RITO DO MS exige prova pré-constituída e
inequívoca do direito líquido e certo invocado. Nesse sentido: MS 21.544/DF, Rel. Ministro
MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2017, DJe
07/03/2017; MS 21.985/DF, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 10/05/2017, DJe 19/05/2017.

➸na via do mandado de segurança, não se admite a VALORAÇÃO DA CONGRUÊNCIA


entre a conduta apurada e a capitulação da pena de demissão aplicada no PAD;
↳Admite-se, na via do MS, VALORAR A CONGRUÊNCIA entre a conduta apurada no
procedimento disciplinar e a capitulação legal utilizada pela autoridade julgadora para aplicar
a pena de demissão - na espécie, art. 132, IV, da Lei n. 8.112/90, combinado com art. 11,
inciso I, da Lei n. 8.429/92 -, buscando, dessa forma, preservar a correta aplicação do
princípio da legalidade. (MS 17.151/DF, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 13/02/2019, DJe 11/03/2019)

➸no PAD, a alteração da capitulação legal imputada ao indiciado enseja sua nulidade, com
fundamento no princípio da tipicidade fechada;
↳ À semelhança do que acontece no processo penal, no PAD, a alteração da capitulação
legal imputada ao acusado não enseja nulidade, uma vez que o indiciado se defende dos
fatos nele descritos e não dos enquadramentos legais.
↳O indiciado se defende dos fatos que lhe são imputados e não de sua classificação legal,
de sorte que a posterior alteração da capitulação legal da conduta, não tem o condão de

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