CAUSALIDADE entre conduta e dano; ADMINISTRATIVO Essa responsabilidade - RESPONSABILIDADE CIVIL DA abre mão de alguns elementos: 1º ADMINISTRAÇÃO elemento subjetivo, não precisa No Direito Brasileiro a provar dolo ou culpa; 2º Ilicitude, Responsabilidade Civil era subjetiva no CC/16 não precisa demonstrar a ilicitude da (ou seja, tinha que demonstrar o dolo ou culpa). conduta, se essa conduta tiver dado A partir da CF/46 no Brasil se aplica em Responsabilidade Objetiva do Estado. causa a um dano, haverá Logo a CF/88 em nada inovou, responsabilidade objetiva. ela só manteve o que já havia desde 46. I – CONDUTA: Tem que Prevista no Art. 37, §6º, CF é o ser de um agente público, e ele deve que regulamenta: estar atuando nessa qualidade de § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito agente. privado prestadoras de serviços públicos II –DANO: Tem que ser responderão pelos danos um dano jurídico, um dano que que seus agentes, nessa qualidade, causarem a cause um prejuízo a alguém terceiros, assegurado o especificamente, mesmo que seja direito de regresso contra o responsável nos casos de moral. dolo ou culpa. III – NEXO DE Logo, todo mundo que presta CAUSALIDADE: O Brasil adota a serviço público responde objetivamente. chamada Teoria da Causalidade Ex: Empresa concessionária transportando uma pessoa, o ônibus freia e a adequada. Para que haja a pessoa cai no ônibus e morre. A Empresa responsabilidade, tem que se provar responde objetivamente, e o Estado também que a conduta do agente pública por responde objetivamente. Empresa de maneira primária e Estado de maneira subsidiária. si só, foi suficiente para causar o dano ao particular. Não importa se a vítima é usuária ou não do serviço público. Para excluir a Se for exploradora de atividade responsabilidade do estado tem que econômica, é direito privado. excluir um dos três elementos. RESPONSABILIDADE Qualquer situação que exclua OBJETIVA é aquela que se baseia em conduta, dano ou nexo, exclui a três elementos objetivos: responsabilidade do estado. Existem três que são mais famosas: Caso I – CONDUTA; Professor: Moisés Góes fortuito, força maior e culpa o estado, basta demonstrar que o dano decorreu da má prestação do serviço. exclusiva da vítima. Tem que provar o nexo da causalidade da má prestação do serviço com o Tudo isso decorre da Teoria do dano. Risco Administrativo (Teoria adotada no Brasil). A atividade administrativa é arriscada, e por isso ele tem responsabilidade objetiva sobre todos os danos que decorram desse risco. TEORIA DO RISCO CRIADO / DO RISCO Há 03 exceções da teoria do risco SUSCITADO: administrativo, adotando-se a Teoria do Risco Toda vez que o Estado cria uma Integral: situação de risco. Dessa situação decorre um Para a TEORIA DO RISCO dano. Nesses casos, mesmo que não haja INTEGRAL, a responsabilidade continua sendo conduta direta do agente público, o estado objetiva, mas nesse caso não há as hipóteses responde objetivamente. de excludentes, o estado será sempre Essa teoria será aplicada sempre responsabilizado. que o estado tiver alguém ou alguma coisa sob 1° Dano Nuclear: A possibilidade sua custódia, ele responde objetivamente pela de dano dele é muito forte. Nesse caso não há sua conduta. exclusão pela culpa exclusiva da vitima. Ex: PRESCRIÇÃO: caso de Goiânia césio 37. O CC, quanto a reparação civil é de 2° Dano Ambiental causado pelo 03 anos. ente público. O STJ entende que se aplica a Teoria do Risco Integral. (se decorrer de uma Já a ação civil contra o estado, omissão do estado, a responsabilidade é de prescreve em 05 anos tanto em Pessoa Jurídica execução subsidiária, primeiro cobra-se do de Direito Público, quanto em Pessoa Jurídica poluidor direto, se ele não pagar, cobra-se do de Direito Privado que presta serviço público. estado). CASO DE MARIANA DAS BARRAGENS EM MINAS GERAIS. TEORIA DA DUPLA GARANTIA (criada pelo 3° Crimes cometidos a bordo de STF): Aeronaves que estejam sobrevoando o estado brasileiro e danos decorrentes de ataques Na interpretação do art. 37, terroristas. São situações em que o estado se parágrafo sexto. torna garantidor, diante da impossibilidade de A Vitima tem uma garantia de que cobrar o sujeito que praticou o ato. pode cobrar do Estado. RESPONSABILIDADE DO ESTADO EM CASO DA O Agente tem uma garantia de NÃO CONDUTA DO AGENTE: que só pode ser cobrado pelo estado, por uma Quando o dano decorre ação de regresso. (Não se admite que a vítima justamente da não atuação do agente público cobre diretamente do estado). (responsabilidade por omissão), trata-se de Isso ocorre pelo Princípio da uma responsabilidade subjetiva do estado. Ela Impessoalidade. Porque o agente público nada se baseia na chamada culpa do serviço / Culpa mais é do que o estado agindo. anônima. Nesses casos, para se responsabilizar Professor: Moisés Góes Obs: STJ entendeu recentemente Cuidado: Não há indenização no que se a vitima quiser cobrar diretamente do caso do sujeito ser absolvido e ter ficado preso agente ela pode. Só que nesse caso ela assume cautelarmente durante o processo. todo o risco, por exemplo, tem que provar dolo e culpa. RESPONSABILIDADE DECORRENTE DE OBRA DENUNCIAÇÃO À LIDE: PÚBLICA: - A vitima cobra do estado, e o - Decorrente da má execução da estado cobra do agente. obra: Nesse caso tem que verificar quem está - Art. 70, CPC, autoriza a vitima a executando a obra. Se for diretamente pelo cobrar do Estado, e o Estado cobra do agente, estado, a responsabilidade objetiva será direta ele autoriza que sempre que houver ação de do Estado. Se for um empreiteiro, ele não é regresso, ser possível a Denunciação à Lide. prestador de serviço público, ele é um executor de obras. Nesse caso será regido pelo Direito - O STF entende que não é possível Privado, o Estado só responderá se ficar a denunciação a lide. Pois, se traz o agente para demonstrado que ele seja omisso no dever de participar da ação junto com o Estado, você fiscalizar o contrato. acabaria trazendo ele pra questão de dolo ou culpa, isso seria uma “ampliação subjetiva do - Pelo simples fato da obra (dano mérito da ação”, nesse caso quebraria para a decorre do Dano em si): Nesse caso a vitima o seu direito de Responsabilidade Responsabilidade é sempre do Estado e Objetiva, onde não seria necessário cobrar objetiva. Porque o dano não é decorrente da demonstrando dolo ou culpa. execução da obra, e sim da obra em si.
RESPONSABILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS: O que está ensejando o dano não
é se a obra foi má ou bem feita, decorre só da A regra é a irresponsabilidade do obra em si. estado, porque a lei é geral e abstrato.
Exceção: O Estado responderá se a QUESTÕES FGV
Lei causar um dano direto a alguém e essa lei seja inconstitucional. Ex: Lei que trate de 01. (SEFIN/RO - AUDITOR - 2018): Marcos Túlio, reduzir salário de servidores. motorista de ônibus da empresa "Mais Bus", concessionária de serviço municipal de RESPONSABILDIADE POR DECISÕES JUDICIAIS: transporte de passageiros, ao se desviar de uma placa de metal que se desprendeu de um A princípio as decisões judiciais caminhão à sua frente, acabou por atropelar não ensejam Responsabilidade Civil do Estado. Cícero, ciclista, que usava a faixa exclusiva para A decisão judicial é recorrível, e não bicicletas. indenizável. Considerando o caso exposto, assinale a A regra geral é Irresponsabilidade afirmativa correta. do Estado por Decisão Jurisdicional. A - A responsabilidade pela reparação dos prejuízos recai apenas sobre o Município, ente Exceção: Art. 5°, LXXV – O estado concedente do serviço público, de forma indenizará aquele que ficar preso por erro objetiva. judiciário. Nesse caso gera Responsabilidade B - A responsabilidade pela reparação dos Objetiva do Estado. Pode haver Ação de prejuízos recai apenas sobre a empresa de ônibus, concessionária do serviço, de forma Regresso se ficar provado que o Juiz agiu com objetiva. Dolo (nesse caso não é dolo ou culpa), tem que C - A responsabilidade da empresa de ônibus, demonstrar que o Juiz agiu de má-fé. concessionária do serviço, é subjetiva, tendo em vista que Cícero não era usuário do serviço. Professor: Moisés Góes D - A responsabilidade da empresa de ônibus, C - da culpa, sendo o dever de indenizar concessionária do serviço, é objetiva, podendo o influenciado pela culpa, tanto do agente público Município responder de forma subsidiária. como da vítima. E - Tanto a empresa de ônibus quanto o D - da falta administrativa, não sendo o dever de Município respondem de forma objetiva e indenizar afastado pela culpa exclusiva da vítima. solidária pelos prejuízos causados a Cícero. E - do risco social baseada na culpa do agente, sendo o dever de indenizar afastado pela culpa 02. (SEFIN/RO - AUDITOR - 2018): A sociedade exclusiva da vítima. do Poder Judiciário e do empresária W, que recebeu concessão do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. município Sigma para prestar o serviço de transporte urbano de passageiros, foi citada em uma ação civil de reparação de danos, sob o fundamento de que um de seus ônibus, durante o serviço, colidira com outro veículo, daí resultando lesões graves no motorista deste último. À luz da sistemática constitucional afeta à responsabilização civil das concessionárias de serviço público, é correto afirmar que a responsabilidade da sociedade empresária W A - é objetiva, apesar de o dano ter sido causado a um indivíduo que não era usuário do serviço. B - é subjetiva, já que o dano foi causado a não- usuário do serviço, sendo exigida a culpa do motorista do ônibus. C - somente seria objetiva em relação ao dano causado ao usuário do serviço. D - é subjetiva, pois somente a Administração Pública direta e indireta pode responder de modo objetivo. E - é objetiva, desde que demonstrada a culpa do motorista do ônibus e seu vínculo empregatício.
03. (SEPOG/RO - ANALISTA - 2017):
Determinado ente federativo passou a figurar no polo passivo de uma ação civil de reparação de danos, sob o argumento de que Pedro, servidor público do referido ente, no exercício da função, ao conduzir o veículo de um órgão estadual, atropelara e dera causa à morte de Maria. Apesar disso, existiam provas robustas de que Pedro cumprira integralmente as normas de trânsito e o acidente decorrera do comportamento inadequado de Maria. À luz da narrativa acima, , na seara afeta à responsabilidade civil do Estado por atos comissivos, mais especificamente em relação à possibilidade de o comportamento de Maria afastar o dever de indenizar, a teoria adotada pela Constituição da República é a A - do risco integral, não sendo o dever de indenizar afastado pela culpa exclusiva da vítima. B - do risco administrativo, sendo o dever de indenizar afastado pela culpa exclusiva da vítima.