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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ainda com atraso, sem necessariamente apontar o


DEFINIÇÃO agente causador
• Obrigação que incumbe a uma pessoa de reparar • Não se baseia na culpa do agente, mas do serviço
o prejuízo causado a outra, por fato próprio ou como um todo (Culpa Anônima)
por fato de pessoas ou coisas que dela dependam DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA – basta que se
• O prejuízo causado pode ocorrer por ação ou comprovem três elementos, quais sejam:
omissão, em ambas as hipóteses com dolo ou • a conduta de um agente público
culpa • o dano causado a terceiro (usuário ou não do
• É consequência jurídica patrimonial do serviço)
descumprimento da relação obrigacional • o nexo de causalidade entre o fato lesivo e o dano
FINALIDADE – adotada no Brasil a partir da Constituição de 1946. A

• Restabelecer o status quo ante ao afrontado, partir de 1988, a responsabilidade civil objetiva do

tentando, quando possível, recuperar a situação Estado passou a ser admitida, também, para o dano

antiga, minorando sofrimento ou prejuízo moral

• Não sendo possível o restabelecimento, DO RISCO INTEGRAL:

ameniza se o abalo sofrido por meio de – não admite excludente da responsabilidade

indenização pecuniária – Acolhe-se, no Brasil, a teoria do risco integral NOS

TEORIAS SEGUINTES CASOS:

• DA IRRESPONSABILIDADE DO ESTADO – The king • material bélico

can do not wrong: Estado não respondia por seus • atividades nucleares

atos, era sujeito irresponsável • dano ambiental

• RESPONSABILIDADE COM PREVISÃO LEGAL – O – admite excludente de responsabilidade

Estado, que, até então, agia irresponsavelmente, – é a teoria adotada como regra pelo direito brasileiro

passa a ser responsável, em casos pontuais, – a responsabilidade objetiva do Estado pode ser

sempre que houvesse previsão legal específica excluída pelo afastamento de qualquer um dos seus

para responsabilidade. Eram situações muito elementos (conduta, dano ou nexo) – a culpa

restritas exclusiva da vítima, o fato de terceiro, o caso fortuito

DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA e a força maior são exemplos (rol exemplificativo) de

• Necessária comprovação de alguns elementos: excludentes da responsabilidade objetiva do Estado,

• conduta do Estado vez que afastam o elemento conduta (na seara

• Dano ambiental é diferente)

• nexo de causalidade RESPONSABILIDADE NA CF/88

• elemento subjetivo (culpa ou o dolo do agente) • Art. 97, § 6º

• Base no Código Civil de 1916, ora revogado • Art. 43 CC/02 – A responsabilidade do Estado é

DA CULPA DO SERVIÇO objetiva, mas a responsabilização do agente, perante

• A vítima apenas deve comprovar que o serviço foi o Estado, é subjetiva (comprovação de dolo ou culpa)

mal prestado ou prestado de forma ineficiente ou AGENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL


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• Pessoas jurídicas de Direito Público CONDUTA


– Administração direta (União, Estados, DF, • Comissiva:
Municípios) – a regra é a responsabilidade objetiva
– Administração indireta (autarquias e fundações) – a responsabilização pode recair sobre conduta
– OBS: Sociedades de economia mista e empresas estatal lícita, com fundamento no princípio da
públicas sé se incluem aqui, se criadas para a isonomia (um particular não pode arcar sozinho com o
prestação de serviços ônus de uma conduta estatal que busca atender o
• Particulares prestadores de serviço público por interesse de toda a coletividade)
delegação – também pode recair sobre conduta estatal ilícita,
– Concessionárias com fundamento no princípio da legalidade
– Permissionárias de serviços • Omissiva:
• Quando o particular prestador do serviço ou – a regra é a responsabilidade subjetiva, segundo a
entidade da administração indireta causa o dano, corrente majoritária
por conduta de seus agentes, a responsabilidade – se a responsabilidade é subjetiva, significa que
da concessionária (ou entidade da administração depende de conduta ilícita, a qual decorre da
indireta) é objetiva e o Estado tem inobservância de um dever legal
responsabilidade subsidiária - e objetiva - por esta – além da ilicitude, o dano deve ser evitável
atuação – Obs.: furto em via pública – a despeito da
CONTROVÉRSIA inobservância do dever legal de segurança por parte
• dano causado a terceiro, não usuário do serviço do Estado, o dano (furto) era inevitável. Via de regra,
público, também enseja responsabilidade objetiva, o Estado não responde por esse fato. Só haveria
pois a própria constituição não diferencia usuário ou responsabilização do Estado se o dano fosse evitável,
não usuários do serviço... ex.: policial que ficou inerte diante do delito que
• responsabilidade é objetiva somente em relação aos acabara de ser praticado na sua presença
usuários. Perante os não-usuários, sua DANO
responsabilidade é apenas subjetiva.. • precisa ser jurídico (lesão a direito) e certo
QUANTO AO SUJEITO (determinado ou determinável)
• Responsabilidade primária: • nas condutas lícitas o dano, além de jurídico e certo,
– a pessoa jurídica acionada responde pelos atos dos precisa ser especial, isto é, particularizado (vítima
seus próprios agentes individualizada), bem como anormal
• Responsabilidade secundária: NEXO DE CAUSALIDADE
– o Estado responde pelos atos do agente de outra • Como regra, o Brasil adotou a teoria da causalidade
pessoa jurídica, ex.: Estado que responde pelos atos adequada:
do agente da concessionária. – o Estado responde desde que sua conduta tenha
– a responsabilidade é subsidiária, após o sido determinante para o dano causado
esgotamento do patrimônio da pessoa jurídica • As condutas posteriores que causem danos a um
responsável pelo agente causador do dano terceiro, alheias à vontade do Estado, excluem a
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responsabilidade do Poder Político (teoria da – Logo, a hipótese expressa na constituição de


interrupção do nexo causal) responsabilidade do Estado por erro jurisdicional
• EXCLUDENTES: ocorreria nos casos de prisão por erro judiciário
– Caso Fortuito
– Força Maior
– Culpa Exclusiva da Vítima
• Nas questões relacionadas a seara ambiental,
prevalece a responsabilidade objetiva
RESPONSABILIDADE PELO SIMPLES FATO DE OBRA
• O simples fato de uma obra existir poderá vir a
causar um dano ao particular. Nestes casos é
irrelevante saber quem está executando a obra.
Ocorrendo o prejuízo, ter se-á a responsabilidade
objetiva do Estado
RESPONSABILIDADE POR ATO LEGISLATIVO
• Situação excepcional, sendo necessários dois
requisitos:
– Dano específico a alguém
– Ato normativo declarado inconstitucional, por meio
de ação direta em sede de controle concentrado pelo
STF
RESPONSABILIDADE POR ATO JURISDICIONAL
• ENTENDIMENTO MAJORITÁRIO:
– Irresponsabilidade por atos jurisdicionais típicos
• Princípio da recorribilidade das decisões judiciais
• O exercício da atividade jurisdicional reflete parcela
da soberania do Estado, não sujeita à
responsabilização geral
• Art. 5º, LXXV da CF
– O Estado assume o risco de aplicar a pena privativa
de liberdade e, por isso, se torna objetivamente
responsável pelos danos que dele decorram
– A prisão além do tempo da sentença não é ato
jurisdicional, é ato administrativo exercido
posteriormente à decisão judicial, em sede de
cumprimento e execução da pena.

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