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Dourados
2022
SUMÁRIO
1. NOÇÕES GERAIS.................................................................................................. 03
Nessa situação, é possível que o Estado fique obrigado a indenizar a pessoa que teve
danos por um ato lícito praticado pelo agente público, O Superior Tribunal de Justiça já
decidiu que “o Estado tem obrigação de reparar tanto o dano decorrente de ação lícita, quanto
ilícita. O que muda são as características para que o dano seja tomado como ressarcível”.
É certo que , “os danos decorrentes de atividade ilícita são sempre antijurídicos e devem
reunir somente duas características para serem reparados, serem certos e não eventuais e
atingirem situação legítima, capaz de traduzir um direito, ou ao menos um interesse legítimo.
Já os danos oriundos de atividade lícita demandam outras duas características para serem
suscetíveis de reparação, serem anormais, inexigíveis em razão do interesse comum, e serem
especiais, atingindo pessoa determinada ou grupo de pessoas”
Portanto, “a responsabilidade objetiva do Estado em decorrência de atos comissivos
lícitos depende da configuração de violação a direito pelo ato estatal, de que resulte dano real
especifico e anormal a justificar o dever de reparação”.
Sobre esse tema o Supremo Tribunal Federal entendeu que, dada a *natureza estatal das
atividades exercidas pelos serventuários titulares de cartórios e registros extrajudiciais,
exercidas em caráter privado, por delegação do Poder Público", há “responsabilidade objetiva
do Estado pelos danos praticados a terceiros por esses servidores no exercício de tais funções,
assegurados O direito de regresso contra o notário, nos casos de dolo ou culpa (C.F., art. 37, §
6º)
Além disso, o STF em sua decisão frisa que “responde o Estado pelos danos causados
em razão de reconhecimento de firma considerada assinatura falsa". Isso porque “em se
tratando de atividade cartorária exercida à luz do artigo 236 da Constituição Federal, a
responsabilidade objetiva é do notário, no que assume posição semelhante à das pessoas
jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos - 8 6º do artigo 37 também da
Carta da República”.
Cabe destacar que o Estado terá direito de regresso contra o titular da serventia
causadora do dano. E este terá também direito de regresso contra o funcionário que
originariamente cometeu o erro ou ilícito danoso. Mormente porque “em princípio, a
responsabilidade dos titulares de Cartórios Extrajudiciais é pessoal e intransmissível.
Contudo, o art. 22 da Lei 8.935/94 assegura o exercício, por estes, do direito de regresso em
face de seus prepostos nas hipóteses de dolo ou culpa”.
Assim, para uma maior explicação vemos que: “se um preposto do Cartório”, na
qualidade de Oficial Substituto, atesta a regularidade de uma matrícula e, posteriormente, ao
assumir a titularidade do Cartório, cancela a mesma matrícula cuja legitimidade atestara, é
possível que o prejudicado ajuíze diretamente em face dele uma ação para apurar sua
responsabilidade civil. “Isso porque, nas hipóteses em que haja dolo ou culpa, seria dele de
todo o modo, a responsabilidade final pelo incidente”.
Por fim “O Estado responde objetivamente pelos danos causados a terceiros em
decorrência a atividade notarial, cabendo direito regresso contra o causador do dano no caso
de dolo e culpa, nos termos do artigo 37, § 6 º da Constituição Federal”.
REFERÊNCIAS