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• CAPÍTULO 6 – Responsabilidade Estatal

6.1 Introdução

- “É a obrigação que tem o Estado de indenizar os danos patrimoniais ou morais que


seus agentes, atuando em seu nome, causem à esfera juridicamente tutelada dos
particulares”.

- A atuação do agente é imputada ao Estado > considerada uma atuação da própria


Administração Pública/Estado.

- Art. 37 § 6º CF.

- “responderão pelos danos que seus agentes, nesta qualidade”.

- O fato gerador da responsabilidade varia de acordo com a natureza da norma jurídica


que o contempla.

6.2 Evolução da Responsabilidade Estatal

a) Irresponsabilidade do Estado

- Teoria Feudal/Regalista (goza de regalias).

- Essa teoria era própria dos Estados Absolutistas.

- Concepção político - teológica que sustentava a origem divina do poder.

- Os governantes eram considerados representantes de Deus: “o rei não cometia erros”.

b)Teoria da responsabilidade com culpa +/- até 1946

Fundamento da responsabilidade estatal era a noção de CULPA

- Teoria Subjetiva/Mista/Civilista.
- A vítima para receber a indenização deveria demonstrar a ocorrência simultânea de 4
requisitos: ato, dano, nexo causal e culpa/dolo.

- Cabia ao particular prejudicado o ônus de demonstrar o elemento subjetivo:


dolo/culpa.

c) Teoria Objetiva

- Teoria da Responsabilidade Sem Culpa/Publicista/Risco Administrativo

- Afasta a necessidade de comprovar o elemento subjetivo e fundamenta o dever de


indenizar na noção de risco.

- A vítima para ser indenizada deve comprovar três requisitos: ato, dano e nexo causal.

- “Quem presta um serviço público assume o risco dos prejuízos que eventualmente
causar, independente da existência de dolo ou culpa”.

- Transfere o debate sobre culpa/dolo para a ação regressiva ação do Estado x agente,
após a condenação estatal na ação indenizatória.

- É a teoria adotada pela CF/88, que reconhece a existência de excludentes do dever de


indenizar.

- A administração pública pode tentar eximir-se (excludente/afasta) ou atenuar (culpa


concorrente/atenua/reduz) a sua obrigação de indenizar.

-A administração buscando afastar sua responsabilidade poderá demonstrar alguma


excludente de sua responsabilidade.

1) culpa exclusiva da vítima >Ocorre quando o prejuízo é conseqüência da intenção


deliberada do próprio prejudicado.

2) força maior/caso fortuito > Acontecimento involuntário/imprevisível/incontroláve

A corrente majoritária não diferencia caso fortuito da força maior.

Mas tem outra posição que diz que Força Maior seria eventos imprevisíveis e
inevitáveis, já o Caso Fortuito seria evento interno (ex:quebra o freio de uma viatura).
Assim, o caso fortuito não é exclusão da responsabilidade estatal.

3) culpa de terceiro > Ocorre qdo o prejuízo advêm de outras pessoas, estranhas à
administração.
- A administração buscando atenuar sua responsabilidade poderá demonstrar que houve
culpa recíproca/concorrente para a produção do efeito danoso (“concausas”)

ATENUANTE > reduz a responsabilidade do Estado. A vítima contribui para o evento


danoso.

- Pressuposto da responsabilidade civil: dano/prejuízo (material/patrimonial ou moral).

- Art. 37 §6º CF

“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços


públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa”.

- A administração buscando atenuar sua responsabilidade poderá demonstrar que houve


culpa recíproca/concorrente para a produção do efeito danoso (“concausas”)

ATENUANTE > reduz a responsabilidade do Estado. A vítima contribui para o evento


danoso.

- Art. 37 §6º CF

“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa”.

TODAS as pessoas jurídicas de direito público: UNIÃO, ESTADOS, DF,


MUNICÍPIOS E AUTARQUIAS.

Pessoas jurídicas de direito privado que PRESTAM SERVIÇOS PÚBLICOS:


EMPRESA PÚBLICA E SOC. ECONOMIA MISTA.

DELEGATÁRIOS DE SERVIÇOS PÚBLICOS (respondem pelos danos causados aos


terceiros usuários de serviços públicos ou não usuários)

- “Art. 37 §6º CF” - regula a responsabilidade objetiva da administração pelos danos


causados pela atuação de seus agentes (comportamento comissivo).

- Teoria Subjetiva/Culpa Administrativa/Culpa Anônima > deve ser provado que o


Estado foi negligente; que a atuação regular do Estado seria suficiente para evitar o
dano > “Omissão antijurídica”
Nos casos de omissão do Poder Público, segundo a jurisprudência/doutrina majoritária
(Celso A. Bandeira de Melo) o Estado seria responsabilizado com base na Teoria
Subjetiva/Culpa.

- Além dos 3 requisitos, a vítima tem que demonstrar a culpa/dolo do agente. Mas, a
partir da sua hipossuficiência que decorre da posição de inferioridade da vítima diante
do Estado, deve ser observada a inversão no ônus da prova - o Estado é que deve
comprovar que não agiu com culpa ou dolo.

- São casos em que o Estado deixa de agir e devido a tal inação/inércia, não impede um
resultado lesivo > ocorrendo um “dano por omissão”.

A omissão que gera responsabilidade é aquela violadora de um dever de agir > os danos
por omissão são indenizáveis somente quando configurada omissão dolosa ou culposa >
“Omissão antijurídica”

Omissão dolosa - o agente público encarregado de praticar a conduta decide omitir -se
e, por isso, não evita o prejuízo.

Omissão culposa - a falta de ação do agente público não decorre de sua intenção
deliberada em omitir-se, mas deriva da negligência na forma de exercer a função
administrativa.

Assim, para que os danos decorrentes de atos de terceiros ou de fenômenos da natureza


gerem para o Estado obrigação de indenizar, é necessário que a pessoa que sofreu o
dano prove que para determinado resultado danoso concorreu determinada omissão da
Adm. Pública, na modalidade “culpa administrativa”.

Ex: Particular que telefona p polícia para avisar de um assalto e o policial não faz nada
p impedir.

Chuvas que causam prejuízos em razão da falta de manutenção dos bueiros pelo Poder
Público - se ficar comprovado que os serviços prestados pela Administração foram
ineficientes (o dano era evitável), ela será responsabilizada.

Particular teve direito a indenização pelo Estado, ao ter sua casa invadida pelos
integrantes do movimento sem terra e depois de ordem judicial mandando reforçar o
policiamento, fica omisso.
Grupos de pessoas se formando com mostras de hostilidade, a polícia é avisada a tempo
e não comparece > há várias lojas comerciais que forma quebradas > o Estado será
obrigado a reparar os prejuízos.

- Se um aluno de escola pública acarretar lesão a outro aluno dentro da escola... um


preso matar o outro na cadeia... doente internado em hospital público e sofre um dano
físico... o Estado deverá ser responsabilizado?

- A responsabilidade objetiva das concessionárias e permissionárias de serviços


públicos abrange os terceiros não usuários do serviço público? Ou abrange somente os
usuários?

Obs: Relações de Custódia – Responsabilidade objetiva na modalidade Risco


Administrativo.

São situações em que o ente público tem o dever de garantir a integridade das pessoas e
bens custodiados.

Nessas situações a responsabilidade estatal é objetiva inclusive quanto a atos de


terceiros.

O Estado tem o dever de indenizar a vítima do dano, mesmo que a conduta lesiva não
tenha sido praticada por agente público.

Ex.: preso morto na cadeia por outro detento; a criança vítima de briga dentro de escola
pública; bens privados danificados em galpão da Receita Federal.

Preso assassinado na cadeia por outros detentos durante rebelião gera dever de o Estado
indenizar a família. Entretanto, se a morte teve causas naturais (força maior) ou foi
proveniente de suicídio (culpa exclusiva da vítima), não há dever de indenizar.

Quanto ao fato de terceiro, não constitui excludente da responsabilidade nos casos de


custódia, em razão do mais acentuado dever de vigilância e de proteção atribuído ao
Estado nessas relações de sujeição especial.

Assim, para que os danos decorrentes de atos de terceiros ou de fenômenos da natureza


gerem para o Estado obrigação de indenizar, é necessário que a pessoa que sofreu o
dano prove que para determinado resultado danoso concorreu determinada omissão da
Adm. Pública, na modalidade “culpa administrativa”.
Ex: Particular que telefona p polícia para avisar de um assalto e o policial não faz nada
p impedir.

Chuvas que causam prejuízos em razão da falta de manutenção dos bueiros pelo Poder
Público - se ficar comprovado que os serviços prestados pela Administração foram
ineficientes (o dano era evitável), ela será responsabilizada.

Particular teve direito a indenização pelo Estado, ao ter sua casa invadida pelos
integrantes do movimento sem terra e depois de ordem judicial mandando reforçar o
policiamento, fica omisso.

Grupos de pessoas se formando com mostras de hostilidade, a polícia é avisada a tempo


e não comparece > há várias lojas comerciais que forma quebradas > o Estado será
obrigado a reparar os prejuízos.

- Se um aluno de escola pública acarretar lesão a outro aluno dentro da escola... um


preso matar o outro na cadeia... doente internado em hospital público e sofre um dano
físico... o Estado deverá ser responsabilizado?

- A responsabilidade objetiva das concessionárias e permissionárias de serviços


públicos abrange os terceiros não usuários do serviço público? Ou abrange somente os
usuários?

Obs: Relações de Custódia – Responsabilidade objetiva na modalidade Risco


Administrativo.

São situações em que o ente público tem o dever de garantir a integridade das pessoas e
bens custodiados.

Nessas situações a responsabilidade estatal é objetiva inclusive quanto a atos de


terceiros.

O Estado tem o dever de indenizar a vítima do dano, mesmo que a conduta lesiva não
tenha sido praticada por agente público.

Ex.: preso morto na cadeia por outro detento; a criança vítima de briga dentro de escola
pública; bens privados danificados em galpão da Receita Federal.

Preso assassinado na cadeia por outros detentos durante rebelião gera dever de o Estado
indenizar a família. Entretanto, se a morte teve causas naturais (força maior) ou foi
proveniente de suicídio (culpa exclusiva da vítima), não há dever de indenizar.
Quanto ao fato de terceiro, não constitui excludente da responsabilidade nos casos de
custódia, em razão do mais acentuado dever de vigilância e de proteção atribuído ao
Estado nessas relações de sujeição especial.

- Ação de indenização

- Ação de regresso

Obs.: Teoria/modalidade do Risco Integral

variação radical da responsabilidade objetiva

exacerbação da responsabilidade civil da administração

sustenta que a comprovação de ato/dano/nexo é suficiente para determinar condenação


estatal em qualquer circunstância.

não admite qualquer excludente da responsabilidade estatal

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