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As excludentes afastam o nexo de causalidade entre a conduta e o dano, salvo a culpa recíproca que, dada
sua natureza, não afasta totalmente a responsabilidade, acarretando apenas a atenuação proporcional da
indenização.
Danos provocados por multidão: Em regra, os danos causados por atos de multidões não geram
responsabilidade civil do Estado, tendo em vista a inexistência do nexo de causalidade, pois tais
eventos são praticados por terceiros (fato de terceiro) e de maneira imprevisível ou inevitável (caso
fortuito/força maior). Não há ação ou omissão estatal causadora do dano. Excepcionalmente, o Estado
Será responsável:
a. Previsibilidade: Quando comprovadas a ciência prévia da manifestação coletiva.
b. Evitabilidade: Possibilidade de evitar a ocorrência de danos
Não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por
pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga
e a conduta praticada. STF. Plenário. RE 608880, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre
de Moraes, julgado em 08/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 362) (Info 993).
Obs. As EP e SEM exploradoras de atividade econômica em sentido estrito não integram o rol de
pessoas em que recai a regra da responsabilidade objetiva.
Há responsabilidade objetiva de empresas que prestam serviços públicos mesmo em relação aos danos
que sua atuação cause a terceiros não usuários do serviço público. STF RE 591.874
Para incidir a responsabilidade objetiva do Estado, se faz necessário que o ato lesivo seja praticado por
pessoa na condição de agente público.
Não haverá responsabilidade objetiva nos casos em que o agente público, assim definido, lese dano de
terceiro em atuação que não esteja relacionada a sua condição de agente público.
Estende-se ao Estado a responsabilidade objetiva quando esse atuar como garante, mesmo que os danos
não tenham sido diretamente causados por atuação de seus agentes.
Quando não decorrer de uma atuação de agentes públicos, e sim de outras circunstâncias, o Estado somente
poderá ser obrigado a indenizar à luz da teoria da culpa administrativa, se a vítima comprovar que o dano
decorreu da omissão culposa da administração pública.
Condição de garante: O Estado, na condição de garante, sempre será responsabilizado objetivamente,
com base na teoria do risco administrativo.
SÚMULA 652 STJ A responsabilidade civil da administração pública por danos ao meio ambiente, decorrente
de sua omissão no dever de fiscalização, é de caráter solidário, mas de execução subsidiária.
Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o
Estado é responsável pela morte de detento. Adota-se, portanto, a teoria do risco administrativo, admitindo as
chamadas excludentes. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016
(repercussão geral) (Info 819).
A omissão do poder público em adotar medidas destinadas a solucionar problemas como a superlotação e a
falta de condições mínimas de saúde e de higiene em presídios pode acarretar a obrigação de indenizar os
detentos mantidos em situação degradante. RE 580.252
Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus a
indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação de
arbitrariedade flagrante (STF, RE 724.347, Tribunal Pleno, j. em 26/02/2015)
Em caso de acidente automobilístico decorrente da má conservação de estradas administrada por autarquia
estadual, o STJ entende pela responsabilidade SUBSIDIÁRIA do Estado (STJ, REsp 1.137.950/RS, Rel.
Ministro Castro Meira, 2ª Turma, DJe de 30/03/2010; STJ, AgRg no REsp 875.604/ES, Rel. Ministro
Humberto Martins, 2ª Turma, DJe de 25/06/2009)
Nos casos de dano nuclear a responsabilidade civil do poder público será sempre objetiva, inclusive nos
casos de omissão estatal, específica ou genérica. (Art. 21, XXIII, d). Alguns defendem que fora adotada a
teoria do risco integral.
REPARAÇÃO DO DANO
Poderá se dar na esfera administrativa, se houver acordo, ou por meio de ação judicial de indenização.
Responsabilidade da administração: Não é cabível o ajuizamento de ação de indenização fundada no (§
6.º do art. 37) da CF diretamente contra o agente público, muito menos a formação de um litisconsórcio
passivo.
AÇÃO DE REGRESSO
É cabível ação de regresso contra o agente que, atuando nessa qualidade, quando comprovado dolo ou
culpa, causar dano, caso a administração seja condenada a indenizar o dano que o seu agente causou a
terceiro.
Natureza Jurídica: A ação de regresso tem status de ação própria, autônoma, e não se realizará por meio
de denunciação de lide.
INCORRETA! O direito de regresso da administração, em face do servidor causador do dano ao
particular, pode ser exercido mediante denunciação da lide e ação de regresso.
Pressupostos
a. Condenação do Estado na ação indenizatória
b. Trânsito em julgado da decisão condenatória
c. Dolo ou culpa do agente
d. Ausência de denunciação da lide na ação indenizatória
PRAZO PRESCRICIONAL
Art. 37, § 5.º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer
agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.
Lei 9.494/97 Tutela antecipada contra a fazenda pública. Art. 1º-C. Prescreverá em 5 (cinco)
anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de
direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos.
Aplica-se o prazo prescricional quinquenal - previsto no art. 1º do Dec. n. 20.910/1932 - às ações
indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública, e não o prazo prescricional trienal - previsto no art. 206, §
3º, V, do CC/2002. STJ REsp 1.251.993-PR, Rel. Min. Mauro Campbell, julgado em 12/12/2012.
É quinquenal o prazo de prescrição da ação indenizatória decorrente de acidente de trânsito ocasionado por
empresa particular prestadora de serviço público, cuja vítima é relativamente incapaz. STF. 2ª Turma. ARE.
1382159 AgR/RJ, Rel. Min. Nunes Marques, Julgado em 28/03/2023.
As responsabilidades civil, administrativa e penal são cumulativas e, em princípio, independentes.
a. Condenação criminal do servidor: À luz do princípio da subsidiariedade e fragmentariedade
penal, os elementos presentes na ação penal terão forte impacto no resultado das demais
responsabilidades, há vista ser o direito penal responsável por tutelar os bens jurídicos mais
relevantes.
b. Absolvição por inexistência do fato ou pela negativa de autoria: Caso demitido, será reintegrado.
Eventual condenação cível também poderá ser desconstituída.
c. Absolvição por ausência de provas: Não interfere nas demais esferas.
Falta residual: Fato que não acarreta condenação na esfera penal, mais configura ilícito administrativo e
cível.
SÚMULA 18 STF Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a
punição administrativa do servidor público.
O Estado responde subsidiariamente por danos materiais causados a candidatos em concurso público
organizado por pessoa jurídica de direito privado (art. 37, § 6º, da CRFB/88), quando os exames são
cancelados por indícios de fraude. STF. Plenário. RE 662405, Rel. Luiz Fux, julgado em 29/06/2020
(Repercussão Geral – Tema 512) (Info 986 – clipping).