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GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

02º CURSO DE ASSUNTOS INTERNOS

02º CAI I/2018

Disciplina

LEGISLAÇÃO BÁSICA POLICIAL MILITAR

Instrutor: CAP PM QOA RG 51.647 Luís Carlos da Silva.

Instrução ministrada em 20/09/2018.

Objetivo: Conhecer as principais legislações que envolvem os


militares estaduais.

UNIDADES DIDÁTICAS

UNIDADE I

1.1) Esfera de ação do R-9 e competência para sua aplicação;

1.2) Julgamento das transgressões;

1.3) Classificação e tipo das transgressões

1.4) O artigo 11 e 30 do R-9 e suas aplicações;

1.5) Concurso de crime e transgressão disciplinar;

1.6) Modificação na aplicação das punições;

1.7) Relação das transgressões disciplinares previstas


UNIDADE II

2.1) Dos deveres policial militar;

2.2) Da violação das obrigações e deveres;

2.3) Dos crimes militares e transgressões disciplinares;

2.4) Dos direitos e prerrogativas do policial militar e a atividade de assuntos

Internos;

2.5) A exclusão do serviço ativo e a atividade de assuntos internos;

2.6) Das disposições gerais no Estatuto da PMERJ.

Notas de Instrução

Unidade Didática I

1.1.a Esfera de ação do R – 9 (Decreto 6.579 – 05 Mar 83).

Art. 8º - Estão sujeitos a este regulamento os Policiais


Militares na ativa1 e os na inatividade.

1
Vide Lei 443, de 01 jul. 81 – Art. 3º - Os integrantes da Polícia Militar, em razão de sua destinação
constitucional, formam uma categoria de servidores do Estado e são denominados policiais-militares.

§ 1º - Os policiais-militares encontram-se em uma das seguintes situações:

1. Na ativa:

a) os policiais-militares de carreira;

b) os incluídos na Polícia Militar voluntariamente, durante os prazos a que se obrigaram a servir;

c) os componentes da reserva remunerada da Polícia Militar, quando convocados; e

d) os alunos de órgãos de formação de policiais-militares da ativa.

2.Na inatividade:

a) na reserva remunerada, quando pertencem à reserva da Corporação e percebem remuneração do


Estado, porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convocação;
Parágrafo Único - Os alunos dos Órgãos de Formação de
Policiais Militares também estão sujeitos aos regulamentos, normas e prescrições
dos Estabelecimentos em que estejam matriculados.

Observação n.º 1.

Súmula 56 do STF
Militar reformado não está sujeito à pena disciplinar.
Data de aprovação do enunciado: Sessão Plenária de 13.12.1963.
Fonte: Supremo Tribunal Federal - STF.
Sítio: http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia
Acesso realizado em 19 Set 18.

O verbete acima teve como origem o Mandado de Segurança de


número 38.410 – Estado da Guanabara, tendo como autoridade coatora o Ministro da
Marinha e como paciente o Almirante (5 estrelas) Carlos Penna Botto, que exercia as
funções de presidente da Cruzada Brasileira Anticomunista e da Confederación
Interamericana de Defesa del Continente;

Insta por oportuno asseverar que o Verbete do Enunciado da Súmula


Predominante do Colendo STF não se aplica aos militares inativos do Estado do Rio
de Janeiro, tanto a Lei estadual 443/81 como o RDPMERJ dispõe que estão sujeitos à
esfera de ação (normas disciplinares), os militares estaduais da ativa e da inatividade
(reserva remunerada e reformado).

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

Seção III

b) reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores, estão dispensados,
definitivamente, da prestação de serviço na ativa, mas continuam a perceber remuneração do Estado.

*c) reserva remunerada e, excepcionalmente, os reformados, executando tarefa por tempo certo. (NR)
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL
E DOS TERRITÓRIOS (Redação da EC 18/1998)

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros


Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação da EC 18/1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos


Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art.
40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as
matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos
respectivos governadores. (Redação da EC 20/1998);

Em atenção ao princípio federativo, atribui – se a lei estadual dispor


sobre “direitos, deveres e outras situações especiais dos militares, consideradas as
peculiaridades de suas atividades”. Portanto, também os militares estaduais inativos se
sujeitam ao poder disciplinar da Administração Pública nos termos e limites da lei;

Foi público em Bol da PM de número 142 – 02 Ago 99, folhas


25/33, parecer da douta Procuradoria Geral do Estado – Procuradoria de Pessoal – PG
– 04, parecer de número 002/99 – LFRS/PG – 04, que no seu ementário sustenta, in
verbis:

“ As transgressões funcionais dos servidores


militares não devem ser interpretadas de maneira análoga àquelas imputadas aos
servidores civis, posto que tais obrigações, baseadas que são em rigores
hierárquicos inaplicáveis a estes últimos, almejam a preservação da honra de
toda a Corporação Militar, justificando- se assim, o apenamento de inativos, se
incorrem em faltas funcionais tipificadas em lei. Ademais, simples disposição
sumular, ainda que editada pela Suprema Corte, não tem o condão de sepultar o
princípio federativo, que confere aos Estados – membros, por força de regra
constitucional, a prerrogativa de estabelecer em lei os direito e deveres dos
servidores militares estaduais”.

A Colenda Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do


Estado do Rio de Janeiro, no processo de n.º 0057233-40.2006.8.19.0001
(2007.054.00022), autuado em 05 Fev 07, em Embargos infringentes concedeu a
ordem e desconstituiu a sanção disciplinar aplicada ao militar reformado, sustentando
que os art. 8º e 9º do RDPMERJ, devem ser interpretados restritivamente, para
abranger, além dos ativos, apenas os militares inativos em reserva remunerada , que
podem ser convocados ao serviço ativo;
Em sentido oposto consta a decisão da Colenda Quarta Câmara Cívil
do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, processo de n.º 0219228-
18.2013.8.19.0001, julgamento em 09 Mai 18, in verbis:

“... APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO ADMINISTRATIVO.


AÇÃO ANULATÓRIA DE PAD. IMPROCEDÊNCIA. EXCLUSÃO DA PMERJ A
BEM DA DISCIPLINA. POLICIAL MILITAR REFORMADO. SUJEIÇÃO AO
CONSELHO DE DISCIPLINA. POSSIBILIDADE. ARTIGOS 12, §3º e 47, §2º, DA
LEI ESTADUAL N° 443/81 C/C ARTIGOS 8º e 9º DO DECRETO Nº 6.579/83.
INAPLICABILIDADE DO ENUNCIADO Nº 56 DO STF. MANUTENÇÃO DA
SENTENÇA.
Pretensão do apelante no sentido da anulação do ato
administrativo que o excluiu da PMERJ, com seu retorno à condição anterior,
percebendo os benefícios da aposentadoria por invalidez.
Poder Judiciário que não deve imiscuir-se no mérito do ato
administrativo, em observância ao princípio da separação dos poderes, cabendo-
lhe tão somente verificar se a sanção imposta foi legítima e se o PAD observou as
regras legais e constitucionais pertinentes.
Segundo entendimento do STJ e do STF é possível a
submissão de policiais militares inativos ou reformados ao Conselho de
Disciplina quando houver previsão na legislação local. Incidência, no caso
concreto, das disposições contidas na Lei Estadual n° 443/81 (Estatuto
dos Policiais Militares do Estado do Rio de Janeiro) e no Decreto Estadual n°
6.579/83 (Regulamento Disciplinar da PMERJ), que possibilitam expressamente a
aplicação da pena de exclusão a militares submetidos a PAD.
Ato de exclusão do recorrente da PMERJ, ex officio, a bem
da disciplina, que atendeu ao dever de observância, em sede administrativa, das
garantias constitucionais atinentes ao contraditório e à ampla defesa, corolário
do devido processo legal (art. 5º, LIV, LV, CRFB/88).
DESPROVIMENTO DO RECURSO.

AGRAVO DE INSTRUMENTO 2008.002.16085


AGRAVANTE: COSME DOS REIS DUARTE AGRAVADO: ESTADO DO RIO DE
JANEIRO RELATOR: DES. MARCO ANTONIO IBRAHIM Administrativo.
Bombeiro Militar. Decisão agravada que indeferiu liminar em mandado de
segurança impetrado contra ato administrativo que aplicou sanção disciplinar a
bombeiro militar reformado. Legalidade. Aplicação da Lei 3403/2000 que criou a
Corregedoria Geral Unificada abrangendo as Unidades da Polícia Civil, da
Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar. Mesmo reformado, o policial-
militar continua sujeito aos padrões disciplinares da Caserna, do que resulta a
legalidade da instauração do Processo Administrativo Disciplinar.
Inaplicabilidade do verbete sumular nº 56 do c. Supremo Tribunal Federal.
Inteligência do artigo 47 § 2° da Lei 443/81 no sentido de poder a praça que
estiver na reserva remunerada ou reformada ser submetido a Conselhos de
Disciplina. Recurso desprovido.
(Grifei)

Art. 9º - As disposições deste Regulamento se aplicam também


aos Policiais Militares na inatividade, quando, ainda que em meio civil, se
conduzam de modo a prejudicar os princípios da Hierarquia, da Disciplina, do
respeito e do Decoro Policial Militar, incluídas as manifestações por intermédio da
imprensa.
1.1.b Competência para sua aplicação;

Autoridades competentes para aplicar as punições disciplinares.

Competência ao Cargo e não ao Grau Hierárquico

Art. 10 - A competência para aplicar as prescrições contidas


neste Regulamento é conferida ao cargo 2
e não ao grau hierárquico 3, sendo
competentes para aplicá-las:

2
Cargo, vide art. 19 e §§, da Lei 443/81, in verbis:

Art. 19 - Cargo policial-militar é um conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades cometidos a


um policial-militar em serviço ativo.

§ 1º - O cargo policial-militar a que se refere este artigo é o que se encontra especificado nos Quadros
de Organização ou previsto, caracterizado ou definido como tal em outras disposições legais.

§ 2º - As obrigações inerentes ao cargo policial-militar devem ser compatíveis com o correspondente


grau hierárquico e definidas em legislação ou regulamentação própria.
3
A hierarquia militar consiste na ordenação da autoridade em níveis diferenciados, dentro da estrutura
da Corporação. A ordenação se faz por postos ou graduações e, dentro de um mesmo posto ou
graduação, se faz pela antiguidade no posto ou na graduação.
I - O Governador do Estado, a todos os integrantes da Polícia
Militar;
II - O Comandante-Geral, aos que estiverem sob seu comando;
III - O Chefe do Estado Maior, o Comandante do Policiamento da
Capital, o Comandante do Policiamento do Interior, os Comandantes de Área e os
Diretores dos Órgãos de Direção, aos que servirem sob suas ordens e em OPM
subordinadas;
IV - O Subchefe do Estado-Maior, o Ajudante-Geral e os
Comandantes de OPM, aos que estiverem sob suas ordens;
V - Os Subcomandantes de OPM, Chefes de Seção, de Serviços e de
Assessorias, cujos Cargos sejam privativos de Oficiais Superiores, aos que servirem
sob suas ordens;
VI - Os demais Chefes de Seção, Comandantes de
Subunidades Incorporadas e Destacadas e de Pelotões Destacados, aos que servirem
sob suas ordens.
Parágrafo Único - A competência conferida aos Chefes de Seções
de Órgãos de Direção é extensiva aos Chefes de Serviços e de Assessorias,
limitando-se, contudo, às ocorrências relacionadas com as atividades inerentes ao
serviço de suas respectivas repartições

Observação n.º 2.

Foi editada na data de 15 Mai 00, a lei de número 3.403, que criou
no âmbito do Poder Executivo Estadual, a Corregedoria Geral Unificada das Unidades
da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, a CGU integra a
estrutura básica da Secretaria de Estado de Segurança Pública;

Lei 3.403, de15 Mai 00.

Art. 1º - Fica instituída, no âmbito do Poder Executivo, a


Corregedoria Geral Unificada das Unidades da Polícia Civil, da Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros Militar, dirigida por um Corregedor Geral, ocupante de cargo em
comissão símbolo SS;
Art. 2º - Compete à Corregedoria Geral Unificada das Unidades da
Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, além do que vier a
ser prescrito no regulamento:

I – Receber sugestões sobre o aprimoramento de seus serviços,


reclamações e notícias de irregularidades e abuso de poder relacionadas a policiais
civis e militares estaduais;
II – Instaurar procedimentos, inclusive processos administrativos,
para apurar infrações disciplinares de natureza grave imputadas a policiais civis, a
oficiais e praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar;
III – Sem prejuízo das correições internas das Polícias Civil e
Militar, bem como do Corpo de Bombeiros Militar, desenvolver atividades
correcionais nas unidades policiais civis e militares e dos bombeiros militares;
IV – Apurar infrações penais e sua autoria, imputadas a policiais
civis;
V – Apurar infrações penais, inclusive militares e sua autoria,
imputadas a policiais militares e a bombeiros militares;
Obs.
Decreto – Lei nº 1.002, de 21 Out 69.
Art. 7º - A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas
seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições:
..............................................................

VI – Promover a instauração do Conselho de Justificação e do


Conselho de Disciplina, bem como da Comissão de Revisão Disciplinar, a que se
refere a Lei nº 427, de 10 de junho de 1981, os quais, assim, passam a ser vinculados à
Corregedoria Geral Unificada;
Art. 3º - Incumbe ao Corregedor Geral da Corregedoria Geral
Unificada das Unidades da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
Militar:
I – O exercício das competências da Corregedoria Geral Unificada;
II – Avocar quaisquer procedimentos disciplinares em andamento em
outras unidades da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar;
III – presidir as apurações da competência da Corregedoria Geral
Unificada;
IV – aplicar todas as sanções disciplinares aos servidores militares e
civis elencadas nos respectivos estatutos, com base nos procedimentos da
Corregedoria Geral Unificada, ressalvado o disposto nos incisos V e VI deste artigo;
V – propor ao Governador, quando for o caso, a aplicação da
penalidade de demissão a policiais civis;
VI – propor ao órgão competente do Poder Judiciário, quando for o
caso, a aplicação das penalidades de demissão, exclusão ou licenciamento
compulsório a militares estaduais e encaminhar ao Governador a decisão judicial para
fins de cumprimento;
VII – escolher e designar os membros do Conselho de Justificação,
do Conselho de Disciplina e da Comissão de Revisão Disciplinar a que se refere o
inciso VI do artigo 2º desta Lei.
As disposições e atribuições da CGU foram regulamentadas pelo
Decreto de número 27.789, de 22 Jan 01.

DECRETO Nº 27.789 DE 22 DE JANEIRO DE 2001

Art. 1º - A Corregedoria Geral Unificada das Polícias Civil, Militar


e Corpo de Bombeiros, criada pela Lei nº 3.403, de 15 de maio de 2000, integra a
estrutura básica da Secretaria de Estado de Segurança Pública, na forma do Decreto nº
26.742, de 13 de julho de 2000, sendo dirigida por um Corregedor Geral ocupante de
cargo de provimento em comissão de símbolo SS, nomeado pelo Governador do
Estado, dentre pessoas de notável saber jurídico e comprovada experiência
profissional.
Parágrafo único – O Corregedor Geral será substituído em seus
afastamentos legais e impedimentos eventuais, por um Corregedor Auxiliar a ser
designado pelo Secretário de Estado de Segurança Pública.
Art. 3º - Compete à Corregedoria Geral Unificada, sem prejuízo das
competências atribuídas ao Secretário de Estado de Segurança Pública e ao Secretário
de Estado de Defesa Civil, na forma da legislação vigente:
I – Receber sugestões sobre o aprimoramento de seus serviços,
reclamações e notícias de irregularidades e abuso de poder relacionadas a policiais
civis, policiais militares e bombeiros militares estaduais, atuando, ainda, em
iniciativas e programas de cunho informativo e educativo sobre suas finalidades;
II – Instaurar procedimentos para apurar infrações disciplinares de
natureza grave imputadas a policiais civis, a oficias e praças da Política Militar e do
Corpo de Bombeiros Militar, inclusive aquelas que caracterizam atos de improbidade
administrativa; (Sindicância patrimonial)
III – diligenciar junto aos Corregedores Internos para que sejam
instaurados os procedimentos para a apuração de infrações disciplinares, devendo
estes comunicarem, periodicamente, o andamento, bem como o resultado ao
Corregedor Geral;
IV – Sem prejuízo das correições internas das Polícias Civil e Militar
e do Corpo de Bombeiros Militar, desenvolver atividades correcionais nas unidades
policiais civis e militares, e dos bombeiros militares;
V – Diligenciar para que sejam apuradas, na forma prevista no § 1º
do art. 2º da Lei nº 3.403, de15 de maio de 2000, infrações penais e sua autoria,
imputadas a policias civis, subordinadas às prescrições da legislação processual penal,
devendo a autoridade comunicar, periodicamente, o andamento, bem como o resultado
ao Corregedor Geral;
VI – Diligenciar para que sejam apuradas, na forma prevista no § 2º
do art. 2º da Lei nº 3.403, de 15 de maio de 2000, infrações penais e militares e sua
autoria, imputadas a policiais militares e bombeiros militares, observadas as
prescrições da legislação processual penal militar, devendo a autoridade comunicar,
periodicamente, o andamento, bem como o resultado ao Corregedor Geral;
VII – promover a instauração do Conselho de Justificação e do
Conselho de Disciplina, bem como da Comissão de Revisão Disciplinar, a que se
refere a Lei nº 427, de 10 de junho de 1981, quando a apuração dos fatos tiver sido
iniciado na Corregedoria Geral Unificada onde tramitará as investigações, ficando a
ela vinculadas tais Comissões e Conselhos;
VIII – decidir nos procedimentos administrativos que visam
apurar infrações disciplinares de natureza grave os recursos interpostos dos atos
punitivos de policias civis e militares e bombeiros militares, provenientes das
respectivas corporações.
§ 1º - Das decisões do Corregedor Geral nos processos
administrativos de que trata o inciso II deste artigo caberá recurso ao Secretário de
Estado de Segurança Pública ou ao Secretário de Estado de Defesa Civil, interposto no
prazo de 10 (dez) dias, contados da ciência da decisão;
§ 2º - Da decisão referida no inciso VIII deste artigo caberá recursos
ao Governador do Estado, interposto no prazo de 10 (dez) dias contados da ciência da
decisão, o qual será previamente encaminhado ao Secretário de Estado de Segurança
Pública ou ao Secretário de Estado de Defesa Civil, que se manifestará
fundamentadamente.
Jurisprudência

TRIBUNAL DE JUSTIÇA SEXTA CÂMARA CÍVEL


Apelação Cível n° 0513728-24.2015.8.19.0001
Apelante: FÁBIO GARCIA DE AZEVEDO
Apelado: ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RELATORA: DES. TERESA DE ANDRADE
Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 2018

APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA.


COMPETÊNCIA. CORREGEDORIA GERAL UNIFICADA. INSTAURAÇÃO DE
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE.
PENA DE DEMISSÃO. POSSIBILIDADE. LEI ESTADUAL 3.403/2000.
MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.
1- Mandado de Segurança visando anulação de ato
administrativo de exclusão de Soldado da Polícia Militar, com base em
procedimento administrativo instaurado para apurar falta grave supostamente
cometida pelo Impetrante.
2- Pretensão autoral de reintegração aos quadros da
corporação.
3- Procedimento Administrativo regular, com observância
dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
4. Alegação de que o Corregedor Geral da Corregedoria
Geral Unificada da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Estado do Rio
de Janeiro não seria competente para impor a penalidade de demissão.
5- O artigo 3º da Lei nº 3.403/2000 garante ao Corregedor-
Geral da CGU a competência para a aplicação de qualquer penalidade às praças
da PMERJ.
6- A norma prevista no Decreto nº 41.139/08 não pode se
sobrepor ao previsto na Lei 3.403/00.
7- Inexistência de qualquer ilegalidade a inquinar o ato de
exclusão.
8- O devido processo legal foi observado e a decisão
administrativa bem fundamentada.
9- Controle de legalidade do ato, que não apresenta
qualquer vício a ensejar sua anulação.
10- Imputação de conduta gravíssima, incompatível com a
disciplina e o pundonor militares.
11. Manutenção da Sentença.
12- NEGATIVA DE PROVIMENTO AO RECURSO.
(Grifei).

Sindicância Patrimonial

Pode-se conceituar sindicância patrimonial como o procedimento


investigativo de caráter sigiloso e não punitivo destinado a apurar suspeitas e indícios
de enriquecimento ilícito, verificados a partir da incompatibilidade observada entre a
renda e o acréscimo patrimonial dos agentes públicos. Dessa maneira, cumpre destacar
que a instauração de uma sindicância patrimonial pode se dar a partir do
conhecimento, pela Administração Pública, de uma notícia de enriquecimento ilícito
de agente público

Decreto 43.483 – 27 Fev 12.

Art. 1° - A declaração dos bens e valores que integram o patrimônio


privado de agentes públicos da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar, no âmbito do Poder Executivo Estadual, bem como sua
atualização, conforme previsto na Lei Federal nº 8.429, de 02 de junho de 1992, e na
Lei nº 8.730, de 10 de novembro de 1993, observarão as normas deste Decreto.

Art. 2° - A posse e o exercício em cargo, emprego ou função pelos


agentes citados no art. 1º ficam condicionados à apresentação, pelo interessado, de
declaração dos bens e valores que integram o seu patrimônio, bem como os do cônjuge,
companheiro, filhos ou outras pessoas que vivam sob a sua dependência econômica,
excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
Parágrafo Único – A declaração de que trata este artigo compreenderá
imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações e qualquer outra espécie de bens e
valores patrimoniais localizados no país ou no exterior.
Art. 5° - Será instaurado processo administrativo disciplinar
contra o agente público que se recusar a apresentar declaração dos bens e valores na
data própria, ou que a prestar falsa, ficando sujeito à penalidade prevista no § 3º do
art. 13 da Lei Federal nº 8.429, de 02 de junho de 1992.

LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.

Dispõe sobre as sanções aplicáveis


aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito
no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta, indireta ou fundacional e dá
outras providências.

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam


condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores (DBV) que
compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal
competente.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço
público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a
prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
..........................

Jurisprudência

Vigésima Primeira Câmara Cívil


Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
Processo n.º 0023469-17.2016.8.19.0000

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL


CIVIL E ADMINISTRATIVO. QUEBRA DE SIGILO FISCAL EM PROCESSO
ADMINISTRATIVO. POSSIBILIDADE. ARTIGO 198, §2º DO CTN. Agravo de
instrumento contra decisão que indeferiu a tutela provisória para suspender
a sindicância de bens patrimoniais instaurada em face do agravante perante a
Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Estado de Segurança do Estado do
Rio de Janeiro. Arguição de uso de prova ilícita, uma vez que se determinou a
quebra do sigilo fiscal do recorrente sem autorização judicial e, ainda, sem a
formação do contraditório. Rejeição. Despicienda a autorização judicial para a
obtenção de dados acobertados pelo sigilo fiscal nas hipóteses do artigo 198, § 2º,
do CTN, o que é o caso dos autos. Demais disso, não há notícia de que a Suprema
Corte tenha declarado a inconstitucionalidade da referida norma, sendo certo ainda
que não houve pedido incidental nesse sentido. De toda forma, pretensão recursal
do agravante, sob o fundamento de proteção ao direito constitucional à privacidade
dos dados, implica o afastamento da incidência de lei, o que esbarra no óbice de
ausência de competência deste órgão fracionário para tanto. Súmula Vinculante nº.
10. Não ocorrência de cerceamento de defesa. Com efeito, não há qualquer razão
para que o investigado seja intimado antes da obtenção das informações solicitadas
à autoridade fiscal. Importante, sim, é que lhe seja conferida a ampla defesa,
inclusive com a oportunidade de impugnar as conclusões do laudo pericial. Decisão
que não apresenta manifesto descompasso com a lei ou com a evidente prova dos
autos. Súmula 59 deste Tribunal. RECURSO DESPROVIDO. EFEITO
SUSPENSIVO CASSADO.

LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966

Dispõe sobre o Sistema Tributário


Nacional e institui normas gerais de direito tributário
aplicáveis à União, Estados e Municípios

Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a


divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida
em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de
terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades.

§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos


no art. 199, os seguintes:

§ 2º O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da


Administração Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a
entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que
formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo.

2) Julgamento das transgressões;

Para uma correta dosimetria das condutas desviantes adotadas pelos


militares estaduais, faz – se necessário uma análise em conjunto de todo o capítulo II,
do título II, ou seja, os art. 15, 16, 17, 18 e 19;

Art. 15 - O julgamento das transgressões deve ser precedido de


um exame e de uma análise que considerem:
I - Os antecedentes do transgressor;
II - As causas determinantes das transgressões;
III - A natureza dos fatos ou dos atos que as constituírem;
IV - As consequências que dela possam advir.

3.1) Classificação das Transgressões 4 5

NORMAS PARA CLASSIFICAÇÃO E APLICAÇÃO DE PUNIÇÕES DISCIPLINARES –


4

RECOMENDAÇÕES. Vide do Bol da PM n.º 111, de 19 Jun 86, fls. 38.

Este Comando recomenda aos Cmt, Ch e Dir. que ao analisarem as transgressões disciplinares,
observem o disposto nos art. 20 e 21 do RDPM, para classifica-las em leve, média ou grave. Neste
último caso, deverão ser enquadradas, apenas aquelas que sem configurar crime, afetem o sentimento
do dever, a honra pessoal e o decoro da classe.

Outrossim, na dosagem das punições, deverão ser observadas os limites quantitativos e qualitativos do
art. 35 do RDPM. Assim, a transgressão leve não poderá ser punida com prisão, da mesma forma que a
transgressão grave só pode ser punida com prisão no mínimo.

(Nota n.º 0160 de 19 Jun 86, do GCG).

Sentimento do Dever consiste no envolvimento a uma tomada de consciência perante o caso


concreto, ou seja, realidade, implicando no reconhecimento da obrigatoriedade de um comportamento
militar coerente, justo e equânime;

Honra Pessoal é a qualidade íntima do militar estadual que se conduz com integridade, honestidade,
honradez e justiça, observando com rigor os deveres morais que tem consigo e seus semelhantes;
Art. 20 - A transgressão da disciplina deve ser classificada, desde
não haja causa de justificação, em:
I - Leve;
II - Média;
III - Grave.
Parágrafo Único - A classificação da transgressão compete a
quem couber aplicar a punição, respeitadas as considerações estabelecidas no Art. 15
deste Regulamento.
Art. 21 - A transgressão da disciplina deve ser classificada como
grave quando, não chegando a configurar crime, constitua ato que afete o
sentimento do dever, a honra pessoal, o Pundonor Policial Militar ou o decoro da
classe.
Art. 22 - A punição disciplinar objetiva o fortalecimento da
disciplina.
Parágrafo Único - A punição deve ter em vista o benefício
educativo ao punido e a coletividade a que ele pertence.

3.2) Tipo das transgressões;

Art. 23 - As punições disciplinares a que estão sujeitos os Policiais


Militares, segundo a classificação resultante do julgamento da transgressão, são
as seguintes, em ordem crescente de gravidade:
I - Advertência6;

Decoro da Classe é a qualidade do militar estadual baseada no respeito próprio dos companheiros e da
comunidade para a qual serve, visando o melhor e mais digno desempenho da profissão militar.

5
Vide item de número 2.6 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da Polícia
Militar do Estado do Rio de Janeiro, publicado no Bol da PM n.º 032, de 14 Fev 85.

2.6 Falta Grave - Além do disposto no art. 21 será classificada como faça grave toda transgressão que,
assim, haja sido classificada por determinação do Comandante – Geral, em publicação prévia em
Boletim da PM.

6
Vide folha de número 37, do Bol da PM n.º 141, de 10 Ago 10.
PUNIÇÃO DE ADVERTÊNCIA – PUBLICIDADE DO ATO PUNITIVO - DETERMINAÇÃO
Considerando a redação do artigo 23 do Decreto Estadual n.º 6.579 de 05 de março de 1983
(RDPMERJ) que trata sobre o rol de punições disciplinares, conferindo-lhes eficácia com a publicação
desses em Boletim da PM, conforme regra do artigo 32, §2º do mesmo regulamento;

Considerando que, apesar da desnecessidade de sua publicação, implícita no artigo 24 e parágrafos do


RDMERJ e explícita no item 2.11.4 das suas Instruções Complementares (Bol PM n.º 072 de 28-
SET2000), a punição de advertência enseja, por parte do policial militar transgressor, a possibilidade
de recurso contra o referido ato punitivo, em conformidade com os artigos 38, caput c/c 56, § único do
mesmo regulamento;

Considerando os princípios esculpidos no artigo 37, caput da Constituição da República/1988 e no rol


dos artigos 2º c/c 75 da Lei Estadual n.º 5.427 de 01 de abril de 2009;

Considerando a normatização sobre a aplicação das punições disciplinares, pública em Bol PM n.º 071
de 27ABR2010 e a sua consequente divulgação ao policial militar, através do Termo de Ciência de
Recebimento de Punição Disciplinar (Bol PM n.º 040 de 01SET2009);

Este Comandante Geral, no uso de suas atribuições previstas no artigo 74 do RDPMERJ, determina que
as punições disciplinares de advertência sejam públicas em Boletim Disciplinar Reservado, seguindo-
se a regra do item 13 da 3ª parte do Bol PM n.º 016 de 29JUL2009 e alterando a redação do item 1 da
4ª parte do Bol PM n.º 072 de 28SET2000 da seguinte forma:

“2.11.4. A punição de ADVERTÊNCIA, registrada na ficha disciplinar e pública em Boletim


Disciplinar Reservado, deverá ser cancelada, automaticamente, decorridos 03 (três) anos de efetivo
serviço, a contar da data do referido registro, desde que não tenha sofrido qualquer outra punição no
período mencionado.”

(TOMEM CONHECIMENTO AS OPM´S INTERESSADAS)

(Nota nº 2375 – 10Ago10 – CIntPM/SACPP/RUP).

ENUNCIADOS ADMINISTRATIVOS

Enunciado n.º 01

O cancelamento da sanção disciplinar deverá constar da ficha disciplinar do


militar beneficiado, com menção à publicação em que foi materializado e sem citação da
sanção cancelada.

Enunciado n.º 02
II - Repreensão;
III - detenção;
IV - Prisão e prisão em separado;
V - Licenciamento e exclusão a bem da disciplina.

4. O artigo 11 e 30 do R-9 e suas aplicações;

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:

........................................................................

A anulação da sanção disciplinar deverá importar em sua total supressão da ficha


disciplinar do militar beneficiado.

Enunciado n.º 03

O cancelamento de sanção disciplinar não confere à ficha disciplinar o caráter


“negativo
(Ref. Bol da PM n.º 179 – 27 Set 16, fls. 113).
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar
ou crime propriamente militar, definidos em lei;

Lei nº 5427 de 01 Abr 09

ESTABELECE NORMAS
SOBRE ATOS E PROCESSOS
ADMINISTRATIVOS NO
ÂMBITO DO ESTADO DO RIO
DE JANEIRO E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.

DOS DEVERES DO ADMINISTRADO

Art. 4º - São deveres do administrado perante a Administração, sem


prejuízo de outros previstos em ato normativo:
I. expor os fatos conforme a verdade;
II. proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III. não agir de modo temerário;
IV. prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar
para o esclarecimento dos fatos.

Obrigação de Participar Fato Contrário à Disciplina 7 8 9 10

7
Lei 443/81

Art. 12 - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar. A autoridade e a


responsabilidade crescem com o grau hierárquico.

...................................................

§ 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e


disposições que fundamentam o organismo policial-militar e coordenam seu funcionamento regular e
harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos
componentes esse organismo.
§ 3º - A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias da
vida, entre policiais-militares da ativa, da reserva remunerada e reformados.

8
Vide o art. 38, § 1º e § 2º, do RDPMERJ.

Art. 38 ............................................................................................
§1º - O tempo de detenção ou prisão, antes da respectiva publicação em
Boletim, não deve ultrapassar 72 horas.
§2º - A contagem do tempo de cumprimento da punição vai do momento em que o
punido é recolhido até aquele em que for posto em liberdade.

Bol da PM n.º 071 – 27 Abr 10, fls. 44.

INSTRUÇÕES COMPLEMENTARES AO RDPMERJ -


DETERMINAÇÃO.
............................................................

4- No caso de aplicação das medidas de pronta intervenção


repressiva (artigo 11, parágrafo 2º e artigo 30, parágrafo único, todos do RDPMERJ),
em consonância com o número 4 do item 14 da 3ª parte do Bol PM n.º 016 de
29JUL2009, cessados os motivos do recolhimento do transgressor, o mesmo deverá
ser posto imediatamente em liberdade.

INSTRUÇÕES COMPLEMENTARES AO REGULAMENTO


DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (R-9)
- Bol da PM nº 32, DE 14 Fev 85.

2.3. PRONTA INTERVENÇÃO REPRESSIVA


2.3.1. Na prisão, como pronta intervenção para preservar a disciplina e o Decoro da Corporação, a
autoridade a que se refere o § 2º do Art.11, em cujo nome for efetuada, é aquele à qual está
diretamente subordinado, para fins disciplinares, o transgressor.
2.3.2. Esquivando-se o transgressor de esclarecer em que Organização Policial Militar serve, a prisão
será efetuada em nome do Comandante-Geral e, a recusa constitui transgressão disciplinar em conexão
com a principal.

2.4. PRAZOS PARA SOLUÇÃO.


Art. 11 - Todo Policial Militar que tiver conhecimento de fato
contrário à disciplina, deverá participar ao seu Chefe Imediato, por escrito ou
verbalmente. Neste último caso, deve confirmar a participação, por escrito, no prazo
máximo de 48 horas:
§1º - A parte de que trata este artigo deve ser clara, concisa e
precisa, conter os dados capazes de identificar as pessoas e coisas envolvidas, o local
a data e hora da ocorrência e caracterizar as circunstâncias do fato, sem tecer
comentários ou opiniões pessoais.
§2º - Quando, para a preservação da disciplina e do decoro da
Corporação, a ocorrência exigir uma pronta intervenção do Policial Militar de
maior antiguidade que presenciar ou tiver conhecimento do fato, mesmo sem que
possua ascendência funcional sobre o transgressor, deverá tomar imediatas e

2.4.1. Quando o prazo de 48 (quarenta e oito) horas previsto no caput do Art. 11 expirar em dia não útil
ficará prorrogado até o término do expediente do primeiro dia útil subsequente, não sendo tal
disposição aplicável quando houver a prisão com base no § 2º do Art. 11.

2.4.3. Os limites de prazo previstos no § 4º do Art. 11 para solução de Partes, não corresponde,
necessariamente, a limites para apuração dos fatos delas constantes. Quando a autoridade solucionar a
Parte, determinando a instauração de IPM ou Sindicância, a apuração dos fatos poderá ocorrer em
prazo superior àqueles limites.

2.4.4. O motivo da não solução, no prazo de 4 (quatro) dias úteis e a consequente prorrogação pelo
prazo de 20 (vinte) dias, conforme o disposto no § 4º do Art. 11 deverá ser mencionado por ocasião da
publicação da solução.

2.4.7. Quando o prazo de 72 (setenta e duas) horas, disposto no § 1º do Art.38, expirar em dia não útil,
ficará prorrogado até o término do expediente do primeiro dia útil subsequente.

2.4.8. Primeiro dia útil subsequente. Ex.: carnaval - ser preso na 6ª feira só é colocado em liberdade na
4ª feira de cinzas
2.17.4. O tempo em que o punido tiver sido preso ou detido, anterior à publicação, será computado,
qualquer que seja a punição privativa de liberdade, que lhe for imposta.

9
Vide Bol da PM n.º 180, fls. 31, de 20 Set 84.
10
PRISÃO DISCIPLINAR SEM NOTA DE PUNIÇÃO RECOMENDAÇÃO –
REPUBLICAÇÃO – PUNIÇÃO INDEVIDA. Vide Bol da PM n.º 187, fls. 35/36, de 28 Set 90.
enérgicas providências, podendo, se for o caso, prendê-lo em nome da autoridade
competente, à qual, pelo meio mais rápido, dará ciência da ocorrência e das
providências em seu nome tomadas.
§3º - Nos casos de participação de ocorrência com Policial
Militar de OPM diversa daquela a que pertence o signatário da parte, será este
direta ou indiretamente notificado da solução dada, no prazo máximo de 6 (seis)
dias úteis. Expirando este prazo, deve o signatário da parte, comunicar a citada
ocorrência à autoridade a que estiver subordinado.
§4º - A autoridade a quem a parte disciplinar é dirigida deve dar
solução no prazo máximo de quatro dias úteis, podendo, se necessário, ouvir as
pessoas envolvidas, obedecidas as demais prescrições regulamentares. Na
impossibilidade de solucioná-la nesse prazo, o motivo deverá ser publicado em
boletim e, desse modo, o prazo poderá ser prorrogado por até 20 (vinte) dias.
§5º - A autoridade que receber a parte, não sendo competente para
solucioná-la, deve encaminhá-la a seu superior imediato.

Art. 30 - O recolhimento de qualquer transgressor à prisão,


sem nota de punição publicada em Boletim Interno da OPM, só poderá ocorrer
por ordem das autoridades referidas nos incisos I, II, III, do Art. 10 deste
regulamento.
Parágrafo Único - O disposto neste artigo não se aplica no caso
configurado no §2º do Art. 11, ou quando houver:
1) presunção ou indício de crime;
2) embriaguez;
3) ação de psicotrópicos;
4) necessidade de averiguação;

5. Concurso de crime e transgressão disciplinar;

Art. 13 - Transgressão disciplinar é qualquer violação dos princípios


da ética, dos deveres e das obrigações Policiais Militares, na sua manifestação
elementar e simples, e qualquer ação ou omissão contrária aos preceitos estatuídos
em leis, regulamentos, normas ou disposições, desde que não constituam crime.
6. Modificação na aplicação das punições.

Modificações na Aplicação das Punições 11

Art. 43 - A modificação na aplicação da punição pode ser realizada


pela autoridade que a aplicou ou por outra superior e competente, quando tiver
conhecimento de fatos que recomendem tais procedimentos.

1) Anulação;
2) Relevação;
3) Atenuação;
4) Agravação.

Art. 44 - A anulação 12 13 14 15
da punição consiste em tornar sem
efeito a sua aplicação.
§1º - a anulação deve ser concedida quando for comprovada a
ocorrência de injustiças ou ilegalidades na sua aplicação.
§2º - A anulação far-se-á em obediência aos seguintes prazos:

11
Vide art. 50, do presente Decreto.
12
Vide art. 80, da CERJ/89, in verbis: A administração pública tem o dever de anular os
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, bem como a faculdade de revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados neste caso os direitos adquiridos, além de
observado, em qualquer circunstância, o devido processo legal.
13
Regulamentado pela Lei nº 3870, de 24.06.02, que regulamenta o artigo 80 da Constituição
Estadual.
14
Enunciado da Súmula do STF n.º 473, in verbis, A administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.
15
Vide Enunciado Administrativo de número 2, in verbis, A anulação da sanção disciplinar
deverá importar em sua total supressão da ficha disciplinar do militar beneficiado,

(Ref. Bol da PM n.º 179 – 27 Set 16, fls. 113).


1) em qualquer tempo e em qualquer circunstância, pelas
autoridades especificada nos incisos I, II do Art. 10 deste regulamento;
2) no prazo de 60 dias, pelas demais autoridades.
Anulação Concedida Consiste em Liberdade Imediata

§3º - A anulação, se concedida durante o cumprimento da punição,


importa ser o punido posto imediatamente em liberdade.
Art. 45 - A anulação da punição deve eliminar toda e qualquer
anotação ou registro de sua aplicação, nas alterações do Policial Militar.
Art. 46 - A autoridade que tome conhecimento de comprovada
ilegalidade ou injustiça na aplicação de punição e não tenha competência para anulá-
la ou não disponha dos prazos referidos no §2º do Art. 44 deste regulamento, deve
propor a anulação à autoridade competente, fundamentadamente.
Relevação
Art. 47 - A Relevação de punição consiste na suspensão de
cumprimento da punição imposta.
Parágrafo Único - A Relevação da punição deve ser concedida:

1) quando ficar comprovado que foram atingidos os objetos


visados 16
com a aplicação da mesma, independentemente do tempo de punição a
cumprir;
2) por motivo de passagem de Comando, data de aniversário da
OPM ou data nacional, quando já tiver sido cumprida pelo menos metade da punição.
Atenuação

Art. 48 - A atenuação consiste na transformação da punição


proposta ou aplicada em outra menos rigorosa, se assim o exigir o interesse da
disciplina e da ação educativa do punido.
Agravação 17

16
Vide art. 22, do presente Decreto.
17
Lei 5.427/09.

Art. 63 - O órgão ou autoridade competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar,
Art. 49 - A agravação é a transformação da punição proposta ou
aplicada em outra mais rigorosa, se assim o exigir o interesse da disciplina e da
ação educativa do punido.
Parágrafo Único - A prisão em separado é considerada como
uma das formas de agravação de punição de prisão para Praça.

São Competentes Para Anular, Relevar e Agravar.

Art. 50 - São competentes para anular, relevar, atenuar e agravar


as punições impostas por si ou por seus subordinados as autoridades discriminadas
no Art. 10, devendo esta decisão ser justificada em Boletim.

7. Relação das transgressões disciplinares previstas

Art. 24 - Advertência18 - é a forma mais branda de punir. Consiste


em uma admoestação 19
feita verbalmente ao transgressor, podendo ser em caráter
reservado ou ostensivo.
§1º - Quando feita ostensivamente, a advertência, poderá sê-lo na
presença de superior, no círculo de seus pares ou na presença de toda ou parte da
OPM.
§2º - A advertência por ser verbal, não constará das alterações
do punido, devendo, entretanto, ser registrado em sua ficha disciplinar.
Art. 25 - Repreensão - é a punição que, publicada em boletim,
não priva o punido da liberdade.
Art. 26 - Detenção - consiste no cerceamento da liberdade do

anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida.


Parágrafo Único - Se o órgão ou autoridade administrativa com competência para julgar o
recurso concluir pelo agravamento da situação do recorrente, deverá, antes do julgamento definitivo,
notificá-lo para que formule alegações, sem prejuízo da adoção de medidas de eficácia imediata, nos
casos de urgência e interesse público relevante.
18
Vide Bol da PM 072, de 28 Set 00.
19
Advertência, reprimenda, observação crítica, censura.
punido, o qual deve permanecer no local que lhe for determinado, normalmente
o quartel, sem ficar, no entanto, confinado.
§1º - O detido comparece a todos os atos de instrução e serviços.
§2º - Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicou a
punição, o Oficial ou o Aspirante-a-Oficial pode ficar detido em sua residência.
Art. 27 - Prisão - consiste no confinamento do punido em local
próprio ou designado para tal.
§1º - Os Policiais Militares de diferentes círculos de Oficiais e
Praças estabelecidos no Estatuto dos Policiais Militares não poderão ficar presos no
mesmo compartimento.

Licenciamento e Exclusão a Bem da Disciplina 2021 22 23 24

Art. 31 - Licenciamento e Exclusão a bem da disciplina


consiste no afastamento, ex officio, do Policial Militar das fileiras da Corporação,
conforme prescrito no Estatuto dos Policiais Militares.
§1º - O licenciamento a bem da disciplina deve ser aplicado à
Praça sem estabilidade assegurada25 , mediante a simples análise de suas alterações26 ,
20
Lei 443/81.

Art. 48 - São direitos dos policiais-militares:

..........................................
IV - nas condições ou nas limitações impostas na legislação e regulamentação própria:
1 - a estabilidade, quando praça com 10 (dez) ou mais anos de tempo de efetivo serviço;

Sobre tempo de serviço vide art. 129 e ss. Lei 443/81.


21
Licenciamento, praças sem estabilidade, respondem a Comissão de Revisão Disciplinar,
CRD, PORTARIA/PMERJ nº 0407, de 10 Fev 12, público em Bol da PM n.º 028.
22
Exclusão, praças com estabilidade, respondem a Conselho de Disciplina, decreto 2.155/78.
23
Demissão, Oficiais, Lei 427/81.
24
Alunos de Centro de formação (APM Dom João VI e CFAP 31 VOL), respondem a CED,
Conselho Escolar de Disciplina, Bol da PM n.º 035, de 19 Fev 01, tais conselhos tramitam a cargo da
DGEI, sendo exceção a atuação da CIntPM, que não possui atribuição;
25
Vide art. 41, da CRFB/1988 e art. 48, IV, 1, da Lei 443, de 01 Jul 81.
26
Vide inciso LV, art. 5º, da CRFB/1988.
por iniciativa do Comandante da OPM, ou por ordem das autoridades relacionadas
nos incisos I, II e III do Art. 10 deste regulamento, quando:
1) a transgressão afetar o sentimento do dever, a honra pessoal,
o Pundonor Policial Militar e o decoro da classe;
2) no comportamento “mau” verificar – se a impossibilidade a
impossibilidade de melhoria de comportamento, conforme o disposto neste
regulamento.
§2º - A exclusão27 a bem da disciplina deve ser aplicada ao
Aspirante-a-Oficial 28
e à Praça com estabilidade assegurada, de acordo com o
prescrito no Estatuto dos Policiais Militares.

Tenham um excelente final de curso.


Contatos.
WhatsApp (21) 97952-8844.
luiscarlos@cintpm.rj.gov.br.
Boa tarde.

27
Vide art. 91, da Lei 443, de 01 Jul 81.
28
Vide art. 47, da Lei 443, de 01 Jul 81.

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