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Caderno

Metodologico
´
Gestao
~ do
DESEMPENHO
OPERACIONAL
Belo Horizonte
2024
GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Romeu Zema Neto

COMANDANTE GERAL DA PMMG


Cel PM Rodrigo Piassi do Nascimento

CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA PMMG


Cel PM Marcelo Ramos de Oliveira

DIRETOR DE OPERAÇÕES DA PMMG


Cel PM Flávio Godinho Pereira

CENTRO DE GERENCIAMENTO E ANÁLISE DE DADOS


Ten Cel PM Luiz Henrique Vitor Soares

ELABORAÇÃO
2º Ten PM André Arruda Martins
1º Sgt PM Adriano Felipe Malaquias
1º Sgt PM Leonardo Martins Miranda
2º Sgt PM Anderson Daniel de Oliveira Alves
3º Sgt PM Karine de Morais Oliveira Santana
3º Sgt PM Sirleide Pereira Amaro
3º Sgt PM Flávia Oliveira Morais
3º Sgt PM Carla de Freitas Damião

PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO


1º Sgt QPR Aurélio Rodrigues de Lima

REVISÃO
Maj PM Frederico Martins de Paula Neto

CONTATOS E INFORMAÇÕES
Centro de Gerenciamento e Análise de Dados - CGA
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900
Telefone: (31) 3915-3077
E-mail: cga@pmmg.mg.gov.br
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 5
2 METODOLOGIA ......................................................................................................................... 6
2.1 Panorama dos Indicadores .................................................................................................. 6
3 INDICADORES ........................................................................................................................... 7
3.1 INDICADORES DE RESULTADO ............................................................................................. 7
3.1.1 INDICADOR DE MORTES VIOLENTAS (IMV) ................................................................. 7
3.1.2 INDICADOR DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (ICCP) ............................................. 10
3.1.2.1 Contagem de vítimas na ocorrência ............................................................... 11
3.1.2.2 Relação entre vítimas de furto e de roubo na Unidade .................................. 11
3.1.3 INDICADOR DE MORTES NO TRÂNSITO (IMT) ............................................................. 12
3.2 INDICADORES DE ESFORÇO ................................................................................................. 14
3.2.1 INDICADOR DE PRISÃO QUALIFICADA (IPQ) ............................................................... 14
3.2.1.1 Mandados de Prisão ....................................................................................... 15
3.2.1.2 Verificação de envolvimentos anteriores do detido ........................................ 15
3.2.1.3 Cômputo dos presos por mandado de prisão ................................................. 16
3.2.1.4 Bases de dados do indicador ........................................................................... 16
3.2.1.5 Unidades especializadas ................................................................................. 16
3.2.2 INDICADOR DE RESPOSTA QUALIFICADA (IRQ) ........................................................... 16
3.2.2.1 Contagem de presos (PMV + PCCP) ................................................................. 17
3.2.2.2 Contagem de registros (Registros MV + Registros CCP) .................................. 17
3.2.2.3 Unidades especializadas .................................................................................. 17
3.2.2.4 Especificidades da abordagem de indivíduo em atitude suspeita ................... 18
3.2.3 INDICADOR DE PRISÃO DE REINCIDENTES POLICIAIS (IPRP) ....................................... 18
3.2.3.1 Contagem de presos (PABR + PACR) ................................................................ 19
3.2.3.2 Reincidência policial - conduções passadas .................................................... 19
3.2.3.3 Reincidência policial - condução atual ............................................................ 19
3.2.3.4 Total de Registros Grupos BRAVO e CHARLIE (TRGB + TRGC) .......................... 20
3.2.2.5 Unidades especializadas ................................................................................. 20
3.2.2.6 Especificidades da abordagem de indivíduo em atitude suspeita ................... 20
4 INDICADOR DE DESEMPENHO (NINE BOX) .............................................................................. 21
4.1 QUADROS DE CORRELAÇÃO (NINE-BOX DE INDICADOR) .................................................... 22
4.1.1 Gráficos de dispersão .................................................................................................. 23
4.2 QUADRO NINE-BOX GERAL .................................................................................................. 24
4.2.1 Indicadores IMV, ICCP e IMT ....................................................................................... 24
4.2.2 Indicadores IPQ, IRQ, IPRP .......................................................................................... 25
4.3 CORRELAÇÃO ENTRE O GRUPO DE INDICADORES DE ESFORÇO E O GRUPO DE INDICADORES
26
DE RESULTADO ..............................................................................................................................
4.4 ACOMPANHAMENTO POR MEIO DE REUNIÕES .................................................................. 26
4.5 METAS TÁTICAS E OPERACIONAIS ........................................................................................ 26
5 AUDITORIAS EM REDS .............................................................................................................. 27
5.1 AUDITORIAS DE INCLUSÃO .................................................................................................. 27
5.1.1 DAS AUDITORIAS PARA CORREÇÃO DE CAMPOS PARAMETRIZADOS .......................... 28
5.1.2 DAS AUDITORIAS PARA ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADE TERRITORIAL ............... 28
5.1.2 DAS AUDITORIAS DE INCLUSÃO DE REGISTROS SEM NENHUMA VÍTIMA .................. 29
5.2 DAS AUDITORIAS SOLICITADAS PELAS UEOP E UDI ............................................................. 30
5.2.1 DAS AUDITORIAS EM CAMPOS DO REDS .................................................................... 30
5.2.1.1 Do processo de auditorias em campos do REDS .............................................. 30
5.2.1.2 Aspectos importantes sobre o processo de auditorias em campos do REDS ... 31
5.2.2 Das auditorias de quantidades .................................................................................... 32
5.2.2.1 Do processo de auditorias de quantidades ...................................................... 32
5.2.3 DAS DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE AS AUDITORIAS EM REDS SOLICITADAS PELAS UEOP
33
E UDI .............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 34
ANEXO A - QUADROS DESCRITIVOS DOS INDICADORES ............................................................ 35
ANEXO B - FATOR DE PROPORCIONALIDADE PARA O INDICADOR DE CRIMES CONTRA O
44
PATRIMÔNIO ................................................................................................................................
ANEXO C – MEDIANA DO QUANTITATIVO DE PRISÕES/APREENSÕES POR MANDADO JUDICIAL
45
EM ABERTO, PARA O INDICADOR DE INDICADOR DE PRISÃO QUALIFICADA (IPQ) ....................
1 INTRODUÇÃO
5

A trajetória do Caderno de Desdobramento das Metas dos Indicadores de Gestão do


Desempenho Operacional (GDO) reflete a constante evolução e aprimoramento das práticas
adotadas pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Inicialmente concebida pela Diretriz nº
3.01.07/2015-CG, a GDO emergiu como um instrumento essencial, estabelecendo parâmetros,
organizando e disciplinando a avaliação do desempenho operacional.

Diante das avaliações dos anos anteriores, a necessidade de atualização se revelou imperativa,
impulsionada pela Instrução nº 8001.2/2022-CG. Esta nova diretriz não apenas redefiniu
parâmetros, mas também promoveu uma revisão e modernização integral da GDO, resultando
em edições subsequentes do Caderno Metodológico. A 6ª edição, lançada em 2024, emerge
como um testemunho da contínua busca pela excelência, alinhando-se de maneira precisa
com a Instrução nº 8007.2/2023-CG.

Esta última edição não se limita a uma mera atualização - ela introduz inovações substanciais nas
fórmulas de cálculo, propiciando o estabelecimento de metas dos indicadores de desempenho
para o ano em questão. Um destaque significativo é a adoção de novos indicadores, rompendo
a situação atual rumo a definição de metas cada vez mais realistas.

Os indicadores delineados no Caderno Metodológico servem como pilares para a avaliação


da efetividade das medidas implementadas pela PMMG no combate e prevenção da
criminalidade. Este compromisso está intrinsecamente alinhado às premissas estabelecidas
pelo Plano Estratégico 2024-2027, destacando-se na perspectiva da Sociedade os macro-
objetivos de “Aumentar a segurança e a sensação de segurança”, “Proporcionar acesso a
serviços de segurança de qualidade” e “Combater as organizações criminosas”1.

Nesse contexto, a 6ª edição do Caderno Metodológico não apenas consolida uma ferramenta
essencial de gestão, mas também reafirma o compromisso da PMMG com a excelência e a
eficácia em suas operações.

1 MINAS GERAIS. PMMG (2023). Plano Estratégico 2024 - 2027, p. 35.

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


2 METODOLOGIA
6
2.1 PANORAMA DOS INDICADORES

Na presente edição, foram alterados os indicadores que constavam na versão anterior do


Caderno, promovendo uma revisão abrangente e criteriosa, alinhada à atual GDO e ao Plano
Estratégico 2024-2027, e incorporados indicadores criteriosamente selecionados para fornecer
uma visão mais precisa e congruente com os objetivos de médio e longo prazos da Instituição.

Outra importante proposição a partir dos novos indicadores é a aproximação com os parâmetros
de acompanhamentos das ações realizados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública
(SENASP) por meio do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (SINESP), que
reune e consolida dados de cada uma das vinte e sete das secretarias de Segurança Pública
nos estados da Federação.

Este documento se propõe a explorar detalhadamente cada um desses indicadores, fornecendo


uma compreensão aprofundada de suas peculiaridades e relevância no contexto operacional.
Consequentemente, essa abordagem mais detalhada contribuirá significativamente para o
entendimento e a aplicação efetiva desses indicadores na gestão e avaliação de resultados.

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


3 INDICADORES
7
Na Gestão de Desempenho Operacional 2024 as avaliações, em todos os níveis da Organização,
serão formadas por indicadores de resultado e de esforço. São os indicadores de esforço que
constroem os indicadores de resultados. Ambos são imprescindíveis para medir o desempenho
de uma organização. A combinação equilibrada de indicadores de resultado e de esforço foi
julgada fundamental para garantir que a Organização não apenas alcance seus objetivos finais,
mas também otimize seus processos internos. Um sistema de gestão de desempenho eficiente
não deve focar apenas nos resultados a curto prazo, mas também na eficiência e eficácia das
atividades que levam a esses resultados.

3.1 INDICADORES DE RESULTADO

Conforme Instrução Nº 8007.2/2023 - CG, Gestão de Desempenho Operacional, os Indicadores


de Resultado são indicadores menos gerenciáveis e que possuem uma relação direta com os
objetivos organizacionais. São conhecidos como indicadores construídos, de resultados ou de
controle2.

3.1.1 INDICADOR DE MORTES VIOLENTAS (IMV)

Homicídios (lesão fatal) + Roubo (lesão fatal)


+ Lesão corporal (lesão fatal) + Tortura (lesão fatal)
Fórmula: IMV = x 100.000
População

O IMV busca medir, efetivamente, o número de pessoas que morreram em razão de ações
intencionais e com uso da violência, independente da categorização que tenha sido preenchida
no REDS.
Compreender a gama complexa e altamente diversificada de ameaças e fenômenos que
impulsionam e se cruzam produzindo a violência letal, desde a dinâmica interpessoal ao
crime organizado a contextos sócio-culturais locais e regionais, é fundamental para prevenir e
reduzir homicídios, não somente poupar vidas perdidas devido à violência todos os anos, mas
também criar ambientes mais propícios ao sentimento de segurança para a população.

2 Escola Nacional de Administração Pública (2021). Guia referencial para construção e análise de
indicadores. p. 13.

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


Complementarmente, as taxas de morte violenta (não autoprovocada) são reconhecidas como
ferramenta de mensuração relevante de todo o estado da violência interpessoal de uma dada
8 sociedade, tanto nacional como internacionalmente. Isso se dá não apenas pela natureza
impactante do crime, mas porque o homicídio doloso é um dos indicadores mais facilmente
mensuráveis e comparáveis para monitoramento.

A cifra negra, que se refere aos crimes não relatados ou não registrados, é geralmente menor
para homicídios em comparação a outros crimes. Isso significa que as taxas de homicídio
relatadas são mais próximas da realidade e a disponibilidade de dados confiáveis possibilita
comparações temporais e geográficas. Essas comparações podem fornecer insights valiosos
para pesquisadores, formuladores de políticas e autoridades encarregadas da aplicação da lei
na compreensão dos padrões e fatores subjacentes ao crime violento.

Além disso, as definições de crime contra a vida tendem a ter maior homogeneidade de
definição do que outros crimes em diferentes contextos históricos e nacionais, dado que
matar um outro membro do mesmo grupo social encontra virtualmente condenação universal
e as estatísticas de homicídios são, portanto, consideradas relativamente fiáveis e válidas -
tanto a nível nacional como para comparações longitudinais e transnacionais. Sendo, pois, um
indicador facilmente mensurável, o homicídio é tido na ciência da criminologia e da sociologia
como um proxy razoável para a aferição e comparação da quantidade de crimes violentos em
geral (na ausência de outros dados), bem como um indicador robusto dos níveis gerais de
violência interpessoal em uma localidade3.

A ideia, como indicador de resultado, é avaliar qual o resultado amplo da segurança pública
em reduzir as mortes violentas e não somente aquelas que tenham, de forma direta e clara,
relação de causalidade com a estratégia policial militar. Isso porque o indicador deve indicar
situações de anormalidade para que medidas de preservação da ordem pública, incluindo as
que buscam a tranquilidade pública, estejam no alcance do comando ao observar o diagnóstico.

O IMV irá computar todos os crimes em que se verifica o resultado morte da vítima e em que
haja:

● Crime de homicídio (assassinato) de uma pessoa por outra pessoa (elemento objetivo);
● A intenção do agressor de matar ou ferir gravemente a vítima, mesmo que por meio de
outros crimes (elemento subjetivo);
● A morte de uma pessoa quando a lei considerar o autor responsável, mesmo que na
ausência de dolo no resultado final (elemento legal).

3 UNODC (2019). Global Study on Homicides 2019, p. 7. https://www.unodc.org/documents/


data-and-analysis/gsh/Booklet1.pdf

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


Como não há marcação em campo parametrizado sobre o “dolo” do resultado morte no REDS
e como, em alguns casos, o policial relator do REDS não possui elementos suficientes para
a classificação exata conforme a intenção do autor, adota-se o padrão internacionalmente 9
reconhecido4 de pessoas mortas e que não tiveram lesão autoprovocada e em que houve
algum tipo de ação violenta, mesmo que inicialmente diversa do homicídio.

O filtro terá carga com base nas naturezas indicadas na fórmula em que a morte da vítima
conste nos campos parametrizados do REDS (natureza e grau da lesão fatal), entretanto, o
indicador irá somar os casos em que a morte violenta for informada pela PCMG através da
BISP, bem como durante auditorias realizadas pelo CGA/DOP.

Para análise da viabilidade do IMV foi verificado se os dados disponíveis permitem a apuração
dos fenômenos criminais que envolvem mortes violentas. A apuração do indicador foi
considerada viável cumprindo os seguintes critérios de apuração, utilizando-se a população
referente ao Censo IBGE 2022 e tendo como fonte a Base Integrada de Segurança Pública
(BISP):

Tipo de Envolvimento no REDS: Vítima (Grupo);

1) Natureza do Envolvido: B01.121 - Homicídio, C01.157 - Roubo, B01.129 - Lesão Corporal,


B02.001 - Tortura;
2) Grau da Lesão do Envolvido: Fatal;
3) Unidade Federativa: MG;
4) Registros da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo;
5) Contagem de vítimas.

Para determinar onde ocorreu o fato serão consideradas as Unidades de Área Militar,
incluindo locais públicos (tais como rodovias não delegadas ou estabelecimentos prisionais)
ou privados. Registros realizados por Unidades sem responsabilidade territorial (como CPE,
CPMAMB, CPRV e UDI da atividade-meio) são computados na Unidade de Área do fato.

4 A esse respeito, vide UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME (2015). International
Classification Of Crime For Statistical Purposes (ICCS), p. 34.
https://www.unodc.org/documents/data-and-analysis/statistics/crime/ICCS/ICCS_English_2016_web.
pdf, bem como UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME (2023). Global Study on Homicides
2023, p. 7. https://www.unodc.org/documents/data-and-analysis/gsh/2023/Global_study_on_
homicide_2023_web.pdf

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3.1.2 INDICADOR DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (ICCP)

10 [(ROUBO x F∝R) + (EXTORSÃO x F∝R) + (FURTO x 1)]


Fórmula: ICCP = x 100
População

O Plano Estratégico 2024-2027 da PMMG elegeu como sua primeira diretriz “Aumentar a
segurança e a sensação de segurança”, admitindo que “a redução da criminalidade impacta na
sensação de segurança dos cidadãos”.5

A mensuração da quantidade de vítimas de roubo, furto e extorsão, bem como do índice


derivado de crimes contra o patrimônio para cada grupo de cem habitantes é essencial para
balizar políticas e estratégias governamentais voltadas à segurança pública.

Complementarmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou uma


medição da sensação de segurança da população brasileira via Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios Contínua (PNAD-Contínua). Nessa pesquisa, que divulgou que cerca de 20% dos
brasileiros sentem-se inseguros ao caminhar pelas ruas sozinhos de dia e aproximadamente
52% temem pela sua integridade no período noturno, os crimes contra o patrimônio, em
especial roubos e furtos foram utilizados como marcadores6.

Por outro lado, enquanto a quantidade média de vítimas para cada registro nos crimes contra
o patrimônio manteve-se relativamente estável quando comparados os registros de 2018 com
2023 em todo o estado, há necessidade de aprofundar o entendimento sobre localidades
específicas onde houve alteração nessa proporção. Essa constatação leva à necessidade
de ajuste no indicador, alterando a contagem do número de ocorrências registradas para o
número de vítimas totais (independentemente da quantidade de registros).

Finalmente, foi dado um peso maior aos crimes violentos de roubo e extorsão em relação aos
registros de furto, de modo a indicar à tropa a valoração institucional na prevenção de fatos
que causem perturbação mais grave à ordem pública e que, por conseguinte, tenham maior
condão de criar um ambiente inseguro junto à comunidade ordeira em cada fração.

Conhecendo os índices de crimes contra o patrimônio, a PMMG pode direcionar recursos


de forma mais eficiente, concentrando esforços onde há uma maior incidência. Em igual
sentido, entender as tendências dos crimes patrimoniais permite que os comandantes
locais desenvolvam estratégias de prevenção mais eficazes e intervenham de maneira mais
direcionada, visando reduzir a criminalidade.

5 MINAS GERAIS (2023). Plano Estratégico 2024 - 2027, p. 40.


6 IBGE (2022). Vitimização: Sensação de segurança 2021. https://biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/livros/liv101984_informativo.pdf

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


3.1.2.1 Contagem de vítimas na ocorrência

O indicador avalia a quantidade de vítimas de roubo, furto e extorsão considerando registros 11


realizados pela Polícia Militar e Polícia Civil. Ocorrências com mais de uma vítima, mesmo que
tenham o mesmo número de REDS, irão consequentemente computar mais de uma vez no
indicador.

Em registros de crimes contra o patrimônio onde o alvo do evento tipicamente comporta mais
de uma vítima, tais como ônibus coletivo, hotéis, hospedarias ou comércios, cada vítima deve
necessariamente ser cadastrada de forma individual pelo policial militar relator.

Cumpre ressaltar que não existe possibilidade jurídica de registro de ocorrência de crime
contra o patrimônio sem a inclusão de, ao menos, uma vítima no campo de envolvidos - sendo
vedada essa conduta. No caso de um registro em nome de pessoa jurídica, caso o gerente do
estabelecimento seja cadastrado como “SOLICITANTE” ou como “REPRESENTANTE LEGAL”, o
relator deve obrigatoriamente criar um segundo envolvido como “VÍTIMA” que pode ser o
CNPJ da empresa, sendo vedado constar essa informação meramente no histórico.

3.1.2.2 Relação entre vítimas de furto e de roubo na Unidade

F ∝ R = Relação de proporcionalidade das vítimas de roubo em relação às vítimas de furto,


do ano de 2023. Este fator será fixo, utilizado durante todo o ano e fornecido pelo CGA. O fator
de proporção F ∝ R visa respeitar a realidade de cada Unidade de Área atribuindo proporção,
que será utilizada como peso durante todo o ano.

Para análise da viabilidade deste indicador, foi verificado se os dados disponíveis permitem a
apuração dos fenômenos criminais das naturezas selecionadas. A apuração do indicador foi
considerada viável cumprindo os seguintes critérios de apuração, utilizando-se a população
referente ao Censo IBGE 2022 e tendo como fonte a Base Integrada de Segurança Pública
(BISP):
1) Tipo de Envolvimento no REDS: Vítima (Grupo);
2) Natureza do Envolvido: C01.155 - Furto, C01.157 - Roubo, C01.158 - Extorsão;
3) Modalidade: Consumado e Tentado;
4) Unidade Federativa: MG;
5) Registros da Polícia Militar e Polícia Civil;
6) Contagem de vítimas.

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Para determinar onde ocorreu o fato serão consideradas as Unidades de Área Militar,
incluindo locais públicos (tais como rodovias não delegadas ou estabelecimentos prisionais)
12 ou privados. Registros realizados por Unidades sem responsabilidade territorial (como CPE,
CPMAMB, CPRV e UDI da atividade-meio) são computados na Unidade de Área do fato.

3.1.3 INDICADOR DE MORTES NO TRÂNSITO (IMT)

VFAT (Vítimas Fatais em Acidentes de Trânsito)


Fórmula: IMT = x 100.000
População
A criação de um Indicador de Mortes em Acidentes de Trânsito é essencial para compreender
e monitorar a segurança viária. Essa métrica é justificada pela significativa e trágica perda de
vidas humanas que ocorre em decorrência de acidentes nas vias públicas.

Os últimos levantamentos da ONU mostram que os acidentes de trânsito representam a


principal causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos no mundo. Segundo os dados oficiais,
mais de 1,2 milhão de pessoas perdem a vida em acidentes de trânsito todo o ano no mundo7.
Somente no ano de 2021, o total de mortes em acidentes de trânsito alcançou 2,3% de todos
os óbitos no mundo, computando aproximadamente 3 vezes mais vítimas do que as mortes
violentas intencionais, ligadas aos homicídios8.

No Brasil, conforme dados do DataSUS anualmente ocorrem mais de 30 mil mortes em


acidentes de trânsito, computando um quarto das causas externas de mortalidade - dado que
se replica no estado de Minas Gerais. Somente em 2022, cerca de 83% das vítimas fatais de
acidentes de trânsito no estado encontravam-se em idade economicamente ativa, estando
quase um terço abaixo dos 30 anos de idade9.

A redução das taxas de mortes em acidentes de trânsito é, pois, crucial para o estabelecimento
de um ambiente de sensação de segurança subjetiva pela sociedade, principalmente porque
influencia diretamente a forma como uma parte da população (em especial pais e responsáveis)
enxerga os riscos afetos a seus entes queridos (geralmente os jovens). Essa sensação de
segurança não é apenas uma percepção subjetiva, mas está intrinsecamente ligada à confiança
que as pessoas depositam na capacidade das autoridades em garantir a integridade e proteção
nas vias públicas.

7 United Nations (2010). General Assembly Adopts Text Proclaiming Decade of Action for Road
Safety (2011-2020), Aimed at Reducing Traffic-Related Deaths, Injuries. https://press.un.org/en/2010/
ga10920.doc.htm
8 Roser (2021). Causes of death globally: what do people die from?. https://ourworldindata.
org/causes-of-death-treemap
9 Brasil. Ministério da Saúde (2024). Mortalidade geral - 1996 a 2022. http://tabnet.datasus.gov.
br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10br.def

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


Dado que taxas mais altas de mortalidade em acidentes de trânsito aumentam a percepção de
risco entre os cidadãos, ao reduzir essas taxas, as pessoas tenderiam a se sentir menos expostas
a perigos não só nas vias públicas, resultando em uma sensação psicológica de segurança que 13
afetaria diretamente o comportamento e a qualidade de vida como um todo.

É preciso lembrar que este indicador não diz respeito somente às rodovias, pois contempla
todo o trânsito urbano. De igual maneira, o indicador será aferido de acordo com a Unidade
com responsabilidade territorial pelo local do acidente, tenha ele ocorrido em via urbana
municipal, estadual ou federal.

Sempre que necessário, as Unidades podem buscar orientações junto ao escalão superior para
o estabelecimento de convênios para incremento de rotinas de policiamento ostensivo nos
municípios e delegação de rodovias.

Para análise da viabilidade deste indicador foi verificado se os dados disponíveis permitem
a apuração do fenômeno da natureza selecionada. A apuração do indicador foi considerada
viável cumprindo os seguintes critérios de apuração, utilizando-se a população referente ao
Censo IBGE 2022 e tendo como fonte a Base Integrada de Segurança Pública (BISP):
1 Tipo de Relatório: Boletim de Ocorrência de Acidente de Trânsito;
2 Tipo de Envolvimento no REDS: Vítima (Grupo);
3 Natureza do Envolvido: T00.009 - Acidente de Trânsito com Vítima;
4 Grau de Lesão: Fatal;
5 Unidade Federativa: MG;
6 Registros da Polícia Militar e Polícia Civil;
7 Contagem de vítimas.

Para determinar onde ocorreu o fato serão consideradas as Unidades de Área Militar,
incluindo locais públicos (tais como rodovias não delegadas ou estabelecimentos prisionais)
ou privados. Registros realizados por Unidades sem responsabilidade territorial (como CPE,
CPMAMB, CPRV e UDI da atividade-meio) são computados na Unidade de Área do fato.

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


3.2 INDICADORES DE ESFORÇO
14
A Gestão de Desempenho Operacional classifica como Indicadores de Esforço como os que
podem ser gerenciados e que exige atenção específica capaz de direcionar os resultados
desejados. São conhecidos como indicadores construtores, drivers ou direcionadores10. Eles
relatam como o trabalho é executado através de métricas óbvias e objetivas.

3.2.1 INDICADOR DE PRISÃO QUALIFICADA (IPQ)

(CMPIF x 10) + ( CMPAMV x 3) + (CMPAAVD x 1) + (CMPACCP x 1)


Fórmula: IPQ = x 100
Md (CMP)

O Plano Estratégico 2024-2027 traz no bojo da diretriz “Aumentar a segurança e a sensação


de segurança” como objetivo estratégico de “aumentar o custo do crime”. Conceitualmente,
o aumento do custo do crime se dá por meio da dissuasão ou incapacitação de agentes
motivados à prática delitiva. A incapacitação pode ser resumida como “fazer o criminoso
cumprir integralmente a pena a qual foi condenado”, seja ela prisão ou multa11.

Este indicador pretende moldar o comportamento da tropa na repressão qualificada que gere
a incapacitação através do cumprimento de mandado de prisão ou mandado de apreensão
(no caso dos adolescentes).

Dessa forma, acredita-se que a qualificação da repressão direcionada a indivíduos condenados,


foragidos ou com mandado de prisão preventiva ou provisória direciona o emprego operacional
para a prisão qualificada, ao contrário do alegado encarceramento em massa em que as prisões
ocorrem sem uma estratégia definida.

Por se tratar de indivíduos com mandado de prisão entende-se que já passaram pelo escrutínio
do MP e Judiciário, ou seja, trata-se da aplicação de medida que gera a incapacitação de
indivíduos com comprovada capacidade de infligir dano à sociedade. Nessa senda, mesmo
aparentando ser um indicador repressivo, ele tem um caráter preventivo significativo.

O foco prioritário serão os integrantes de facções criminosas, de modo a estimular um


comportamento da tropa que resulte na incapacitação de membros dessas organizações e
iniba a sua atuação e expansão em Minas Gerais.

10 Escola Nacional de Administração Pública (2021). Guia referencial para construção e análise de
indicadores. p. 13.
11 BECKER, G S. Crime and punishment: An economic approach. Journal of political economy, v.
76, n. 2,p. 169-217, 1968. https://www.jstor.org/stable/1830482

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


Os focos secundários são indivíduos que tenham mandado de prisão ou apreensão e possuam
registro em boletim de ocorrência em que figurem como autor de quaisquer dos crimes
monitorados pelo IMV, ICCP e de crime de violência doméstica, independente do crime 15
pelo qual o mandado judicial tenha sido expedido. Em caso de mais de um registro, será
contabilizado unicamente o de maior peso.

Para cálculo deste indicador serão considerados os seguintes critérios:

3.2.1.1 Mandados de Prisão

Indivíduo relacionado na aba ”Envolvidos” do REDS, cujo marcador “Mandado de prisão válido
atualmente” esteja marcado “SIM” e que este mesmo envolvido seja cadastrado no REDS com
uma das seguintes opções nos campos respectivos:
Campo “Prisão/Apreensão”:
− “Flagrante de crime/contravenção”;
− “Flagrante de ato infracional”;
− “Mandado Judicial”;
− “Recaptura”;
− “Outras prisão/apreensão” ou
− “TCO/Flagrante infração de menor potencial ofensivo”.

3.2.1.2 Verificação de envolvimentos anteriores do detido

Do Indivíduo preso/apreendido conforme item anterior, será feita uma busca nos registros do
REDS, anteriores à data do cumprimento do mandado, em que este esteja como:
a) Cadastrado como Indivíduo “faccionado”, em banco a ser disponibilizado pela DINT ao
CGA, o qual possibilita a junção com o banco de dados REDS, contido na BISP, através de
alguma variável comum nos dados pessoais do preso. Neste caso, todos os indivíduos
constantes do banco, independente de interstício temporal;
b) Indivíduo conduzido como preso/apreendido em ocorrências constantes no rol de
naturezas do IMV (‘B01.121’,’C01.157’, ‘B02.001’,’B01.129’), nos cinco anos anteriores
e no ano de monitoramento;
c) Indivíduo conduzido como preso/apreendido em ocorrências de Violência Doméstica,
assim caracterizada a partir das relações de conjugalidade entre autor e vítima, nos
cinco anos anteriores e no ano de monitoramento;
d) Indivíduo conduzido como preso/apreendido em ocorrências do indicador CCP (Roubo,
Furto e Extorsão), nos cinco anos anteriores e no ano de monitoramento.

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


3.2.1.3 Cômputo dos presos por mandado de prisão

16 Em relação ao Mandado de Prisão serão considerados somente os registros da Polícia Militar. Já


em relação aos envolvimentos anteriores do Indivíduo preso/apreendido serão contabilizados
todos os registros na base do REDS, a partir de 2018 e no ano de monitoramento, desde que a
prisão pelo mandado de prisão em aberto seja posterior aos registros, considerando os REDS
da Polícia Militar e Polícia Civil.

3.2.1.4 Bases de dados do indicador

a) Registros REDS
Fonte: Base Integrada de Segurança Pública (BISP).
Contagem: número de presos por mandado.
b) Indivíduos faccionados
A base de indivíduos faccionados será disponibilizada periodicamente pela Diretoria de
Inteligência (DINT) às Agências Regionais e de Área, com difusão por meio do SIPOM. O
CGA/DOP não terá gestão sobre essa base e, por isso, não receberá pedidos de inclusão de
indivíduos como faccionados.

3.2.1.5 Unidades especializadas

A distribuição dos eventos levará em conta as Unidades de Área Militar, mas as instalações
correcionais as Unidades Especializadas (CPE, CPMAMB e CPRV) e as entidades sem
responsabilidade territorial, como o Batalhão Metrópole, Academia da Polícia Militar e
atividades de apoio, estarão vinculadas à Unidade de Área do incidente.

3.2.2 INDICADOR DE RESPOSTA QUALIFICADA (IRQ)

PMV x 3 + PCCP x 1
Fórmula: IRQ = x 100
(Registros MV x 3 + Registros CCP x 1)

A GDO versão 2024, em alinhamento com o Plano Estratégico 2024-2027 da PMMG, volta o
foco da atividade operacional para o aumento da segurança e da sensação de segurança da
população mineira, sendo os indicadores auxiliares neste processo.

Por outro lado, esse indicador se liga diretamente às medidas de resultado propostas na GDO
2024, com a expectativa de moldar comportamentos e direcionar esforços para os objetivos
determinados pelo nível estratégico da Instituição.

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


Sendo assim, uma forma de aferir a resposta imediata dada pela PMMG frente à criminalidade
é medindo a relação entre a quantidade de prisões efetuadas e o total de crimes registrados.
Espera-se que a atuação da PMMG frente às demandas da população interfira diretamente 17
na sensação de segurança por parte da sociedade, em especial com a resposta de prisão /
apreensão ligada à criminalidade violenta.
O indicador IRQ traz a análise da relação entre quantidade de presos/apreendidos nas
ocorrências em que houve a prisão de autor de MV (Mortes Violentas) e CCP (Crimes Contra
o Patrimônio) e o quantitativo total de crimes dessas mesmas naturezas.

Para cálculo deste Indicador serão considerados os seguintes critérios:

3.2.2.1 Contagem de presos (PMV + PCCP)

Registros no REDS com indivíduos presos/apreendidos, em FLAGRANTE DELITO, FLAGRANTE


DE ATO INFRACIONAL OU TCO/FLAGRANTE INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO,
em que a NATUREZA DO ENVOLVIDO cadastrada esteja relacionada entre aquelas constantes
nos Indicadores IMV ou ICCP;

3.2.2.2 Contagem de registros (Registros MV + Registros CCP)

O denominador do Indicador será extraído do banco de dados REDS, considerando as naturezas


constantes nos Indicadores IMV ou ICCP.

Por se tratar de um indicador com verificação do esforço institucional, as prisões contabilizadas


(PMV e PCCP), bem como os registros de naturezas MV e CCP são apenas aqueles registrados
pela Polícia Militar.

As prisões de policiais militares em virtude de letalidade em confronto não serão contabilizadas


no indicador.

3.2.2.3 Unidades especializadas

A distribuição dos fatos considerará as Unidades de Área Militar e as prisões de Unidades


Especializadas (CPE, CPMAMB e CPRV) ou sem responsabilidade territorial (Batalhão
Metrópole, Academia da Polícia Militar e atividade-meio) ficam na Unidade de Área do fato.
Não serão realizadas auditorias de mudança de área relativas ao numerador desse indicador
- prisões - em caso de atuação da guarnição fora da área de responsabilidade da Unidade.
(exemplo, guarnição do 98º BPM realiza prisão na área do 99º BPM, a prisão computará no
indicador do 99º BPM).

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


3.2.2.4 Especificidades da abordagem de indivíduo em atitude suspeita

Conforme a Nota Técnica nº 05/2015 - DAOp no item 3.6.3 permanece a recomendação


18
de que o “registro de prisão/apreensão de autores de crimes (com ou sem recuperação/
localização do bem ou valor), posterior ao registro da ocorrência devem ser registrados como
A05.000- AVERIGUAÇÃO DE PESSOA/VEÍCULO EM ATITUDE SUSPEITA” na natureza principal.
É importante salientar que para efeito de contabilização do IRQ, o registro do A05.000,
independe do recurso de associação do registro.

Para a contabilização da prisão do autor de IMV e ICCP, é necessário que a NATUREZA DO


ENVOLVIDO seja preenchida com a natureza do crime que originou a prisão. Essa conduta,
possibilitará a busca automatizada pelo sistema, sem, contudo, causar duplicidade de registros
no indicador de resultados.

3.2.3 INDICADOR DE PRISÃO DE REINCIDENTES POLICIAIS (IPRP)

(PABR + PACR)
Fórmula: IPRP = x 100
(TRGB + TRGC)

O Plano Estratégico 2024-2027 traz no bojo da diretriz “Aumentar a segurança e a sensação


de segurança” o objetivo estratégico de “aumentar o custo do crime”. Conceitualmente, o
aumento do custo do crime se dá por meio da dissuasão ou incapacitação de agentes motivados
à prática delitiva. A dissuasão é produzida pelo risco de ser preso, através da atualizada
previsão legal de comportamentos criminais e a eficiência das polícias em impedir ou capturar
os infratores12.
Estudos ligados às trajetórias criminais e curso de vida13 mostram que uma pequena parcela
dentre as amostras observadas é responsável pelo cometimento de uma larga porcentagem
de todos os atos (“ofensores crônicos”).
Cabe ressaltar que, de maneira diferente do conceito jurídico de reincidência criminal - que
depende de uma condenação transitada em julgado14, o conceito de recidiva, repetência ou
reincidência policial visa observar a quantidade de vezes em que um indivíduo é conduzido
pela prática de delito, independente do tratamento recebido pelo judiciário sobre o caso15.

12 BECKER, G S. Crime and punishment: An economic approach. Journal of political economy, v.


76, n. 2,p. 169-217, 1968. https://www.jstor.org/stable/1830482
13 FARRINGTON, David P.. Developmental And Life-Course Criminology: Key Theoretical And
Empirical Issues-The 2002 Sutherland Award Address*. Criminology, [s.l.], v. 41, n. 2, p.221-225, maio
2003. https://doi.org/10.1111/j.1745-9125.2003.tb00987.x
14 JESUS, D. (2020). Direito Penal – Parte Geral. v. 1. p. 611.
15 CRUFT; KRAMER & REIFF (2011). Crime, Punishment, and Responsibility. pp. 27-36

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


O indicador tem por finalidade verificar as ações de combate à criminalidade com foco principal
na prisão dos autores contumazes de crimes contra à vida e contra o patrimônio, moldando
o comportamento dos comandantes e da tropa no sentido de destinar recursos e esforços 19
para a prisão dessa parcela de “ofensores crônicos”, especialmente com a eleição de alvos
prioritários em cada realidade local.

3.2.3.1 Contagem de presos (PABR + PACR)

A reincidência policial para fins do indicador leva em conta o REDS do conduzido na condição
de preso tanto no primeiro quanto nos delitos subsequentes. Para a contabilização da prisão do
autor de crime do indicador IPRP será considerada a NATUREZA DO ENVOLVIDO que for preso
(Flagrantes de Crime/Contravenção, Flagrante de Ato Infracional, Mandado judicial, Recaptura
e Outras Prisões / Apreensões, TCO/Flagrante infração de menor potencial ofensivo).

​​ se tratar de um indicador com verificação do esforço institucional, as prisões contabilizadas


Por
(PMV e PCCP), bem como os registros de naturezas MV e CCP são apenas aqueles registrados
pela Polícia Militar.

3.2.3.2 Reincidência policial - conduções passadas

A reincidência policial observada para fins deste indicador inicia contando a ocorrência (REDS)
da primeira prisão/apreensão do autor, que pode estar dentro de qualquer Grupo criminal, a
partir de 2022. Esses registros são os efetuados tanto pela Polícia Militar quanto pela Polícia
Civil. (em resumo, para a GDO 2024 a primeira condução do indivíduo pode ter ocorrido por
uso de entorpecentes, dano ou furto simples - bem como homicídio, roubo ou receptação - nos
anos de 2022 ou 2023).

3.2.3.3 Reincidência policial - condução atual

Por outro lado, para o cômputo da prisão atual - aquela que dispara o indicador - serão
consideradas apenas as prisões no ano corrente, nas seguintes NATUREZAS DO ENVOLVIDO:
Homicídio (B 01.121), Lesão Corporal (B 01.129), Roubo (C 01.157) e Receptação (C 01.180)
- tentados ou consumados, registros efetuados pela Polícia Militar. (o indivíduo SOMENTE
contará como reincidente se, após aquela primeira condução ter ocorrido, por qualquer
natureza, for preso/apreendido por algum dos 04 tipos criminais exemplificados acima.)

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


3.2.3.4 Total de Registros Grupos BRAVO e CHARLIE (TRGB + TRGC)

20 Para o quantitativo de crimes são considerados os registros efetuados pela Polícia Militar e
Polícia Civil que sejam do Grupo B ou C, Classe 01 - crimes contra a pessoa ou patrimônio,
exclusivamente previstos no código penal.

3.2.2.5 Unidades especializadas

A distribuição dos fatos considerará as Unidades de Área Militar e as prisões de Unidades


Especializadas (CPE, CPMAMB e CPRV) ou sem responsabilidade territorial (Batalhão
Metrópole, Academia da Polícia Militar e atividade-meio) ficam na Unidade de Área do fato.

Não serão realizadas auditorias de mudança de área relativas ao numerador deste indicador
- prisões - em caso de atuação da guarnição fora da área de responsabilidade da Unidade.
(exemplo, guarnição do 98º BPM realiza prisão na área do 99º BPM, a prisão computará no
indicador do 99º BPM).

3.2.2.6 Especificidades da abordagem de indivíduo em atitude suspeita

Conforme a Nota Técnica nº 05/2015 - DAOp no item 3.6.3 que recomenda que o “registro
de prisão/apreensão de autores de crimes (com ou sem recuperação/ localização do bem ou
valor), posterior ao registro da ocorrência devem ser registrados como A05.000 - AVERIGUAÇÃO
DE PESSOA/VEÍCULO EM ATITUDE SUSPEITA” na natureza principal. É importante salientar que
para efeito de contabilização, o registro do A05.000, independe do recurso de associação do
registro. Para a contabilização da prisão do autor de crime do indicador IPRP, a fórmula de
extração exige que a NATUREZA DO ENVOLVIDO seja preenchida com a natureza do crime que
originou a prisão, possibilitando a busca automatizada pelo sistema.

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


4 INDICADOR DE DESEMPENHO (NINE BOX)
21
A Matriz Nine Box é uma representação gráfica que organiza os desempenhos das Unidades de
Execução Operacional da Polícia Militar em nove quadrantes, levando em consideração seus
resultados e esforços. Trata-se de uma ferramenta simples e altamente eficaz, cuja finalidade é
analisar os gestores sob duas perspectivas cruciais: o desempenho demonstrado (RESULTADO)
e a dedicação empregada (ESFORÇO)16.

A matriz tem dois eixos: o eixo do esforço (horizontal), eixo X da matriz, com 3 boxes que
avalia o esforço das UEOP para os indicadores analisados e o eixo do resultado (vertical), eixo
Y, também com 3 boxes, que analisa o resultado para cada indicador. Assim, teremos cada
desempenho das UEOP com base em indicadores de resultados e esforços que se posicionam
em uma matriz de nove caixas. Os atributos são avaliados em uma escala de três níveis: baixo,
moderado e alto.

1 2 3
ENIGMA FORTE ALTO
RESULTADO RESULTADO POTENCIAL
RESULTADO

4 5 MÉDIO 6
BAIXO FORTE
ESFORÇO ESFORÇO E ESFORÇO
RESULTADO

7 8 9
INSUFICIENTE BAIXO ENIGMA
RESULTADO ESFORÇO

ESFORÇO

16 BRASIL. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES (2018). Matriz 9 BOX: como usa-la para identificar
as lideranças? https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/portal-da-estrategia/artigos-gestao-
estrategica/matriz-9-box-como-usa-la-para-identificar-as-liderancas

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


Cada uma das nove categorias, conhecidas como “boxes”, possui características distintas e,
por conseguinte, requer um tratamento diferenciado em relação às demais. Quanto mais para
22 cima estiver, maior o potencial. Quanto mais para a direita estiver, maior o esforço. A posição
de cada UEOP na matriz de nove caixas é determinada pela interseção da soma dos resultados
dos indicadores.

O Nine Box busca por um equilíbrio entre os resultados alcançados e os esforços realizados
por cada UEOP. Isso implica que não apenas os resultados finais, mas também os esforços
dedicados são considerados importantes na avaliação do desempenho.

4.1 QUADROS DE CORRELAÇÃO (NINE-BOX DE INDICADOR)

Serão criados três gráficos Nine Box para analisar as correlações entre os resultados do
Indicador de Mortes Violentas (IMV) e o Indicador de Prisões Qualificadas (IPQ), o Indicador
de Respostas Qualificadas (IRQ) e o Indicador de Prisão de Reincidentes Policiais (IPRP). Além
disso, serão gerados outros três gráficos Nine Box para avaliar as relações entre o Indicador
de Crimes contra o Patrimônio e os mesmos indicadores: Indicador de Prisões Qualificadas
(IPQ), Indicador de Respostas Qualificadas (IRQ) e Indicador de Prisão de Reincidentes Policiais
(IPRP).

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


4.1.1 GRÁFICOS DE DISPERSÃO

23
Com o intuito de oferecer uma perspectiva gerencial abrangente do indicador, essas análises
de correlação também serão efetuadas por meio de gráficos de dispersão. Esses gráficos
consideraram a relação entre os indicadores IMV e ICCP com os indicadores de esforço.

Um gráfico de dispersão é uma representação gráfica que utiliza pontos para mostrar a
relação entre duas variáveis numéricas distintas. Cada ponto no gráfico corresponde aos
valores de duas variáveis; uma variável é representada ao longo do eixo X e a outra ao longo
do eixo Y. Gráficos de dispersão são usados para observar relações entre variáveis, identificar
tendências, clusters ou padrões de distribuição, e podem sugerir a existência (ou ausência) de
uma correlação entre as variáveis17.

A título de exemplo, o gráfico acima mostra a correlação entre os indicadores de Morte Violenta
(resultado) e de Prisões Qualificadas (esforço) em 2023 para as UDI da PMMG. Ele indica uma
correlação de efetividade, ou seja, quanto mais prisões, menos homicídios na Região.

17 Agresti & Franklin (2012). Statistics: The Art and Science of Learning from Data.

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


4.2 QUADRO NINE-BOX GERAL
24
Complementarmente, será criado um sétimo quadro nine-box que avaliará a correlação entre
todos os indicadores de resultado e esforço em um único gráfico. Essa análise exigirá algumas
etapas de preparação e normalização dos dados para fins de compatibilizar suas grandezas.

4.2.1 INDICADORES IMV, ICCP E IMT

a) Primeiramente será identificado o MAIOR resultado entre as RPM / UEOp;


b) O resultado de cada uma das RPM / UEOp será dividido por esse valor MÁXIMO, para
se obter um valor entre 0 (zero) a 1 (um), o qual será chamado de NORMALIZAÇÃO;
c) Por fim, será aplicado o seguinte cálculo ao valor obtido:
(NORMALIZAÇÃO x 3).

N
INDICADOR RESULTADO = 3 - ( X 3)
max N

Exemplo: Considerando o resultado do IMV das Unidades da 20ª RPM, primeiramente é


calculado o valor máximo entre as Unidades, neste caso 21,52. Por fim, é realizada a fórmula
do indicador, qual é: 3 menos o resultado de N dividido por max N, multiplicado por 3.

Este procedimento deve ser realizado para todos os Indicadores de Resultado (IMV, ICCP, IMT).

Tabela: Resultado do IMV por UEOp, 20ª RPM - Jan-2024

Fonte: BISP

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


4.2.2 INDICADORES IPQ, IRQ, IPRP

25
a) Primeiramente será identificado o MAIOR resultado entre as RPM / UEOp;
b) Esse resultado MAIOR será dividido pelo resultado de cada RPM / UEOp ( nessa
etapa uma inversão em relação à etapa 2 do item anterior, necessária para adequar
os parâmetros de cálculo, considerando que indicadores de esforço têm polaridade
oposta - quanto maior, melhor);
c) Do resultado do cálculo anterior, cada uma das RPM / UEOp será dividido por este
valor, para se obter um valor entre 0 a 1, o qual será chamado de NORMALIZAÇÃO;
d) Por fim, do valor resultante será realizado o seguinte cálculo:
(NORMALIZAÇÃO X 3).

N*
INDICADOR ESFORÇO = 3 - ( X 3)
max N*

max N
N* =
N
Exemplo: Considerando o resultado do IPQ das Unidades da 20ª RPM, primeiramente é
calculado o valor máximo entre as Unidades, neste caso 20,32. Após, calcula-se o valor de N*
de cada Unidade, através da divisão do max N com o N. Após o cálculo do N* de cada Unidade,
calcula-se o max N*, neste exemplo será 1,71. Por fim, é realizada a fórmula do indicador, qual
é: 3 menos o resultado de N* dividido por max N*, multiplicado por 3.

Tabela: Resultado do IPQ por UEOp, 20ª RPM - Jan-2024

Fonte: BISP

Se o indicador de esforço (IPQ, IRQ ou IPRP) registrar zero, sua pontuação no nine box também
será automaticamente zero, sem a necessidade de aplicar qualquer fórmula. Este procedimento
deve ser realizado para todos os Indicadores de Esforço (IRQ, IPQ, IPRP).

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


4.3 CORRELAÇÃO ENTRE O GRUPO DE INDICADORES DE ESFORÇO E
O GRUPO DE INDICADORES DE RESULTADO
26
Para realizar uma análise abrangente com todos os indicadores:
a) Compile os resultados normalizados de cada indicador após a aplicação dos cálculos
específicos mencionados anteriormente somando todos os indicadores por eixos;
b) Analise o indicador global resultante, considerando a escala de 0 a 3, onde valores mais
altos indicam melhor desempenho;
c) Por fim, após o somatório, dividir o resultado encontrado por 3, para que o eixo do
Nine Box continue variando de 0 a 3.

∑3k=1 (Indicadores de Resultado)


INDICADOR GERAL DE RESULTADO = [ ]
3
∑3 (Indicadores de Esforço)
INDICADOR GERAL DE ESFORÇO = [ k=1 ]
3

4.4 ACOMPANHAMENTO POR MEIO DE REUNIÕES


Ao identificar indicadores com desempenho abaixo do esperado, é crucial realizar uma análise
aprofundada para compreender as razões por trás desses resultados.
● O acompanhamento do desempenho das UEOp será realizado por meio de
reuniões. Essas reuniões servirão para discutir os indicadores, metas, progresso
e possíveis ajustes nas estratégias.

4.5 METAS TÁTICAS E OPERACIONAIS

As Unidades do Nível Tático e do Nível Operacional têm a liberdade de pactuar novos


indicadores e metas. Isso permite uma certa autonomia e flexibilidade nessas unidades para
ajustar suas metas com base nas necessidades específicas ou nas mudanças nas circunstâncias
operacionais.
Ressalta-se que, embora as Unidades do Nível Tático e do Nível Operacional possam estabelecer
novos indicadores e metas, o nível estratégico não monitora esses indicadores. Isso implica que
o nível estratégico pode focar em indicadores e metas de mais alto nível, enquanto permite
flexibilidade nas unidades de níveis inferiores.
Essas considerações sugerem uma abordagem estratégica e flexível, buscando uma gestão
equilibrada do desempenho, com a participação ativa das unidades de níveis táticos e
operacionais na definição de seus próprios indicadores e metas. O acompanhamento por
meio de reuniões reforça a importância da comunicação e do ajuste contínuo para atingir os
objetivos organizacionais.

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


5 AUDITORIAS EM REDS
27
O REDS é o módulo informatizado dos registros de fatos que possui o objetivo de constituir
uma base de dados única, formada pela totalidade dos Eventos de Defesa Social do Estado de
Minas Gerais.

Nesse contexto, a Polícia Militar de Minas Gerais avalia o desempenho das suas UEOp e
UDI por meio do acompanhamento dos indicadores instituídos por este documento. Tais
indicadores estabelecem parâmetros de acompanhamento criminal e de produtividade, ou
seja, indicadores de resultado e de esforço que possuem base nos REDS do estado de Minas
Gerais.

As UDI e as UEOp realizam monitoramento tanto quantitativo quanto qualitativo dos registros,
especialmente aqueles que impactam diretamente nos indicadores, independentemente da
origem do Órgão responsável pelo registro. Assim, por vezes, constatam-se erros ou equívocos
que comprometem a confiabilidade do banco de dados.

Para assegurar a precisão na apuração dos indicadores, utiliza-se a ferramenta de auditoria,


atualmente subdividida em duas abordagens distintas. As Auditorias de Inclusão, que são
aquelas realizadas de ofício pelo CGA; e as Auditorias Solicitadas pelas UEOp e UDI. Essa prática
visa retificar eventuais equívocos identificados no REDS, aprimorando assim a confiabilidade
dos dados para análise dos indicadores estatísticos.

A seguir, cada uma dessas vertentes será minuciosamente detalhada.

5.1 AUDITORIAS DE INCLUSÃO

A Instrução 8007.2/2023 (GDO 5ª Edição) recomenda que o “CGA deverá publicar relatório
trimestral de análise de execução dos processos da GDO, buscando identificar desvios e
consequências não pretendidas. Em todos os níveis, os processos da GDO deverão ser objeto
de supervisão conforme diretriz específica”18.

Para o fiel cumprimento dessa determinação, serão instituídas pela Subseção de Controle
de Qualidade do CGA/DOP ferramentas de apuração, controle e correção de registros que,
porventura, estejam em desacordo com as normas Institucionais, bem como com as diretrizes
do presente caderno metodológico.

18 MINAS GERAIS. PMMG (2023). Instrução nº 8007.2/2023 - GDO 5ª Edição - CG. p.31

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


Nesse sentido, poderão ser realizadas auditorias de inclusão de REDS em que os campos
parametrizados não correspondam à descrição do histórico (exemplo, ocorrências encerradas
28 como fato tentado, mas em que o resultado tenha efetivamente se concretizado ou ocorrências
com emprego de violência registrados com naturezas típicas de fatos sem violência ou
ocorrências com divergência entre o tipo de envolvimento e a descrição da conduta).

5.1.1 DAS AUDITORIAS PARA CORREÇÃO DE CAMPOS PARAMETRIZADOS

Periodicamente, também serão apurados os índices de preenchimento de campos essenciais


como “NÃO INFORMADO” / “IGNORADO” / “DESCONHECIDO” visando apoiar os comandos
em todos os níveis no entendimento destes possíveis gaps informacionais (por exemplo nos
campos de meio utilizado, causa presumida).

Nos casos em que o militar tiver contato pessoal com o envolvido cadastrado, é essencial
que preencha os dados como CPF, Cútis, orientação sexual e/ou identidade de gênero19, entre
outros. Cabe esclarecer que o conceito de informação “autodeclarada” não significa que o
policial militar somente deve constá-la no REDS se o cidadão a oferecer. Muito pelo contrário,
significa que o registrador deve ativamente questionar o envolvido sobre esses dados.

Complementarmente, com base na inclusão de acesso aos dados do PCNET na BISP poderão,
ainda, ser instituídos relatórios gerenciais de coordenação com base na natureza de instauração
/ encerramento de inquéritos policiais pela Polícia Civil.

5.1.2 DAS AUDITORIAS PARA ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADE TERRITORIAL

As Unidades de Execução Operacional em todos os níveis deverão envidar esforços para que
todos os registros produzidos pela tropa sejam georreferenciados e contenham informação de
Unidade de Área Militar em seus campos parametrizados.

O print abaixo, extraído do sistema REDS, mostra um exemplo de ocorrência corretamente


preenchida, que possibilita a extração automática dos dados.

19 BRASIL. (2023). Resolução nº 1, de 19 de setembro de 2023 - Conselho Nacional dos Direitos


das Pessoas LGBTQIA+

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


29

Ainda assim, o CGA/DOP deverá estabelecer filtros de controle com vistas a identificar as
ocorrências que se enquadrem nos parâmetros da GDO e que não tenham sido registradas
com atribuição automática de Unidade de Área Militar - em especial pela alocação automática
das ocorrências à fração com responsabilidade pelo município do fato.

No caso das ocorrências registradas nos municípios com mais de uma UEOp de responsabilidade
ou quando o registro não contiver o nome do município (ou este for inválido na base), poderá
ser realizada alocação manual com base em dados qualitativos, como leitura de histórico.

Em igual sentido, as UDI poderão ser instadas a realizarem a confirmação de endereços lançados
como inválidos no sistema para fins de distribuição exata entre suas UEOp, em especial nos
municípios em que há mais de uma Unidade com Responsabilidade Territorial.

5.1.3 DAS AUDITORIAS DE INCLUSÃO DE REGISTROS SEM NENHUMA VÍTIMA

Caso seja verificado que há registro com as características típicas dos indicadores que
dependem de análise da quantidade ou do grau de lesão das vítimas em uma ocorrência e a
mesma não possuir nenhum indivíduo cadastrado como esse tipo de envolvimento, poderão
ser realizadas auditorias manuais.

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


5.2 DAS AUDITORIAS SOLICITADAS PELAS UEOP E UDI
30
Apesar do alto grau de comprometimento dos profissionais de segurança pública em
relação ao correto preenchimento dos registros produzidos por eles e da excelência do
Sistema REDS, distorções são verificadas nos bancos de dados oficiais utilizados pela PMMG.
Consequentemente, esses equívocos, por mais sutis que sejam, podem interferir negativamente
na produção de uma análise criminal de qualidade.

Nesse cenário, a Instrução Nº 8007.2/2023 - CG, atual Gestão do Desempenho Operacional,


estabelece que o CGA deve buscar identificar desvios e consequências não pretendidas;
atualmente, essa constatação se dá por meio das auditorias em REDS. Assim, percebe-se que
esse processo possui papel primordial na detecção e correção de divergências apresentadas
como forma de aumentar a transparência e a fidedignidade do banco de dados utilizado pela
Instituição.

Desde o início do ano de 2021, foi implementado no Sistema de Gestão Operacional (SIGOp) o
Módulo de Auditorias que, atualmente, é a ferramenta utilizada para o ajuste dos dados.

5.2.1 DAS AUDITORIAS EM CAMPOS DO REDS

Neste processo, o CGA realiza auditorias de acordo com os apontamentos feitos pelas UEOp
por meio das UDI, para que não fiquem prejudicadas nos indicadores.

5.2.1.1 Do processo de auditorias em campos do REDS

- A P3/UEOp detecta possíveis inconsistências em REDS por meio de auditorias realizadas por
seus analistas criminais;

- Posteriormente, a P3/UEOp alimenta o Módulo de Auditorias do SIGOp com todos os REDS


auditados em sua área de responsabilidade que, por sua vez, são direcionados para a P3/UDI;

- A P3/UDI recebe os dados a serem auditados e realiza uma prévia análise, com o objetivo
de verificar se a solicitação de correção tem justificativa técnica para tramitar o pleito;
posteriormente, caso concorde com os argumentos apresentados pela Unidade, os REDS são
direcionados ao CGA, via sistema, até o 1º dia útil de cada mês;

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


- Após parecer da P3/UDI, os REDS chegam à tela do CGA e, de acordo com a ordem cronológica
de ingresso, são analisados por militares do Centro;
31
- Os analistas conferem minuciosamente as demandas enviadas e apreciam os motivos dos
pedidos de auditorias;

- Após a validação do CGA, caso o pleito seja aprovado, o pedido de auditoria passa a surtir
efeitos nos respectivos indicadores do SIGOp;

- Caso a P3/UDI discorde dos argumentos apresentados pela P3/UEOp, após a reprovação, de
acordo com a justificativa preenchida por aquela Unidade, será enviada uma mensagem para
a caixa da P3/UEOp. Se a demanda for reprovada pelo CGA, a mensagem aportará nas caixas
da P3/UDI e P3/UEOp;

- Se a demanda for aprovada pelo CGA, a mensagem aportará nas caixas da P3/UDI e P3/UEOp;

- A reprovação emitida pela P3/UDI ou pelo CGA não obsta que a P3/UEOp reabra novas
solicitações com a apresentação de novos argumentos.

5.2.1.2 Aspectos importantes sobre o processo de auditorias em campos do REDS

- CONFLITO DE RESPONSABILIDADE TERRITORIAL: a solicitação de alteração de responsabilidade


territorial do REDS entre UEOp de UDI distintas deverá ser enviada ao CGA com os respectivos
pareceres técnicos de ambas as partes envolvidas. Este Parecer Técnico deverá apresentar
dados georreferenciados, além de outras informações comprobatórias;

Caso o pedido de alteração de responsabilidade territorial se dê entre UEOp da mesma UDI,


esta será a responsável por fazer o acerto no Módulo de Auditorias do SIGOp;

- ALTERAÇÕES DA CODIFICAÇÃO DA NATUREZA DA OCORRÊNCIA E NATUREZA DO ENVOLVIDO:


as solicitações de alteração da codificação da Natureza da Ocorrência e/ou Natureza do
Envolvido atribuída a um REDS deverão vir devidamente fundamentadas e acompanhadas de
parecer técnico do Assessor Jurídico da respectiva UEOp ou UDI;

- FATO PRETÉRITO: após auditoria, caso seja constatado no histórico ou por meio de
documentos complementares diligenciados pela UEOp/UDI que o campo parametrizado do
registro apresenta data/hora inconsistente, esse poderá ser alterado;

- FATO OCORRIDO EM OUTROS ESTADOS: também não serão considerados, após apontamento
da UEOp/UDI, os fatos ocorridos em outros estados da Federação.

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


5.2.2 DAS AUDITORIAS DE QUANTIDADES

32
Neste processo, o CGA realiza o acerto nos quantitativos não contabilizados pelos sistemas
e/ou contabilizados de forma equivocada, de acordo com os apontamentos realizados pelas
UEOp/UDI.

5.2.2.1 Do processo de auditorias de quantidades

- A P3/UEOp detecta possíveis inconsistências em REDS por meio de auditorias realizadas por
seus analistas criminais;

- Posteriormente, a P3/UEOp alimenta o Módulo de Auditorias do SIGOp com todos os REDS


auditados em sua área de responsabilidade que, por sua vez, são direcionados para a P3/UDI;

- A P3/UDI recebe os dados a serem auditados e realiza uma prévia análise, com o objetivo
de verificar se a solicitação de correção tem justificativa técnica para tramitar o pleito;
posteriormente, caso concorde com os argumentos apresentados pela Unidade, os REDS são
direcionados ao CGA, via sistema, até o 1º dia útil de cada mês;

- Após parecer da P3/UDI, os REDS chegam à tela do CGA e, de acordo com a ordem cronológica
de ingresso, são analisados por militares do Centro;

- Os analistas conferem minuciosamente as demandas enviadas e apreciam os motivos dos


pedidos de auditorias;

- Após a validação do CGA, caso o pleito seja aprovado, o pedido de auditoria passa a surtir
efeitos nos respectivos indicadores do SIGOp;

- Caso a P3/UDI discorde dos argumentos apresentados pela P3/UEOp, após a reprovação, de
acordo com a justificativa preenchida por aquela Unidade, será enviada uma mensagem para
a caixa da P3/UEOp. Se a demanda for reprovada pelo CGA, a mensagem aportará nas caixas
da P3/UDI e P3/UEOp;

- Se a demanda for aprovada pelo CGA, a mensagem aportará nas caixas da P3/UDI e P3/UEOp;

- A reprovação emitida pela P3/UDI ou pelo CGA não obsta que a P3/UEOp reabra novas
solicitações com a apresentação de novos argumentos.

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


5.2.3 DAS DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE AS AUDITORIAS EM REDS SOLICITADAS
PELAS UEOP E UDI
33
- As auditorias em REDS não devem ser interpretadas como regra. Após constatarem
recorrências de pedidos, as P3/UDI devem propor instruções aos militares a fim de que sejam
evitadas as repetições de erros;

- Caso o pedido de auditoria seja encaminhado após o 1º dia útil de cada mês, as alterações
somente terão efeitos no Relatório da GDO do mês posterior;

- Serão apenas aceitos pedidos de auditorias do ano corrente;

- Excetuam-se os pedidos que se referem às transições anuais, cujos quais devem ser feitos até
o 3º dia útil do mês de janeiro do ano corrente, a fim de que os sistemas e Relatório da GDO
sejam atualizados com dados do fechamento do ano anterior;

- As P3/UEOp e P3/UDI não devem medir esforços para apresentarem documentos


complementares que facilitem a análise por parte do CGA;

- As alterações realizadas pelo CGA surtem somente efeitos estatísticos, dessa forma não há
alteração no Banco de Dados do REDS;

- Caso os documentos enviados pelas P3/UEOp e P3/UDI não sejam suficientes para a análise
do CGA, o Centro poderá solicitar que elas realizem diligências junto a outros Órgãos;

- As P3/UDI possuem autonomia para iniciarem solicitações ao identificarem equívocos em um


REDS; ou seja, não é necessário que aguardem solicitações das P3/UEOp.

Quartel em Belo Horizonte, 07 de fevereiro de 2024.

LUIZ HENRIQUE VITOR SOARES, TEN CEL PM


CHEFE DO CGA

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
34
CRUFT; KRAMER & REIFF (2011). Crime, Punishment, and Responsibility. Oxford: Oxford Press,
2011.

ENAP - ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Guia referencial para construção e


análise de indicadores. Brasília: ENAP, 2021. Disponível em: https://repositorio.enap.gov.br/
bitstream/1/6154/1/GR%20Construindo%20e%20Analisando%20Indicadores%20-%20Final.
pdf. Acesso em 14 Jan. 24.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Vitimização: Sensação de


segurança 2021. Rio de Janeiro: IBGE, 2022. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/livros/liv101984_informativo.pdf. Acesso em: 22 Jan. 2024.

JESUS, D. Direito Penal - Parte Geral. v. 1. 12ed. São Paulo: Saraiva, 2020.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Diretriz de Gestão do Desempenho


Operacional: Estabelece parâmetros, organiza e disciplina a Gestão do Desempenho
Operacional na Polícia Militar de Minas Gerais - Comando-Geral: Belo Horizonte, 2015.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Diretriz nº 8002.2/2020-CG - Estabelece


diretrizes para a Gestão do Desempenho Operacional na Polícia Militar de Minas Gerais. 3ª
edição revisada. Comando-Geral: Belo Horizonte, 2020b.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Instrução nº 8007.2/2023-CG: Gestão do


Desempenho Operacional. 5ª edição. Assessoria de Desenvolvimento Organizacional. Belo
Horizonte, 2023.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Diretriz Geral para Emprego Operacional
nº 3.01.01/209 - Regula o emprego operacional da Polícia Militar de Minas Gerais. Belo
Horizonte, 2019b.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Plano Estratégico 2024-2027. Belo Horizonte,
2023.

UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME - UNODC. Global Study on Homicides.
Vienna, 2019. Disponível em: https://www.unodc.org/documents/data-and-analysis/gsh/
Booklet1.pdf. Acesso em: 22 Jan.2024.

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


ANEXO A - QUADROS DESCRITIVOS DOS INDICADORES
35
Indicador de Mortes Violentas (IMV)

O Indicador tem por finalidade aferir taxa de mortes violentas em Minas Gerais,
Descrição tendo como parâmetro as naturezas de homicídios, roubo, lesão corporal e tortura,
sendo qualquer das naturezas com o resultado morte.
Unidade de
Taxa.
medida

Fonte Base Integrada de Segurança Pública (BISP).

Polaridade Quanto menor, melhor.

Homicídios (lesão fatal) + Roubo (lesão fatal)


+ Lesão corporal (lesão fatal) + Tortura (lesão fatal)
Fórmula de Fórmula: IMV = x 100.000
cálculo População

(*) Para qualquer das naturezas é necessário o grau de lesão “fatal”.

O IMV irá computar todos os crimes em que se verifica o resultado morte da vítima
em que haja:

1. Crime de homicídio (assassinato) de uma pessoa por outra pessoa (elemento


objetivo)

A intenção do agressor de matar ou ferir gravemente a vítima, mesmo que por meio
de outros crimes (elemento subjetivo)

A morte de uma pessoa quando a lei considere o autor responsável, mesmo que na
ausência de dolo no resultado final (elemento legal)

2. Como não há marcação em campo parametrizado sobre o “dolo” do resultado


Notas do
morte no REDS e como, em alguns casos, o policial relator do REDS não possui
usuário
elementos suficientes para a classificação exata conforme a intenção do autor,
adota-se o padrão internacionalmente reconhecido² de pessoas mortas e que (1)
não tiveram lesão autoprovocada e (2) em que houve algum tipo de ação violenta,
mesmo que inicialmente diversa do homicídio.

3. O filtro terá carga com base nas naturezas indicadas na fórmula em que a morte da
vítima conste nos campos parametrizados do REDS (natureza & grau da lesão fatal),
entretanto o indicador irá somar os casos em que a morte violenta for informada
pela PCMG através da BISP, bem como durante auditorias realizadas pelo CGA/DOP.

4. Crimes registrados pela Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal e Sistema
Socioeducativo.

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


Indicador de Crimes Contra o Patrimônio (ICCP)

36 O Indicador tem por finalidade avaliar a quantidade de vítimas de roubo, furto e


Descrição extorsão considerando a relação de proporcionalidade das vítimas de furto em
relação às vítimas de roubo, em Minas Gerais.
Unidade de
Taxa.
medida

Fonte Base Integrada de Segurança Pública (BISP).

Polaridade Quanto menor, melhor.

[(ROUBO x F∝R) + (EXTORSÃO x F∝R) + (FURTO x 1)]


Fórmula: ICCP = x 100
População

Sendo:
Fórmula de
cálculo O indicador avalia a quantidade de vítimas de roubo, furto e extorsão
(PMMG+PCMG)

F ∝ R = Relação de proporcionalidade das vítimas de furto em relação às vítimas de


roubo, do ano de 2023. Este fator será fixo, utilizado durante todo o ano e fornecido
pelo CGA.
Para análise da viabilidade deste Indicador, foi verificado na BISP se os dados disponíveis
permitem a apuração dos fenômenos criminais das naturezas selecionadas, sendo
considerado os seguintes critérios de apuração:

1. Tipo de Envolvimento no REDS: Vítima(*) (Grupo)


2. Natureza do Envolvido: C01.155 - Furto, C01.157 - Roubo, C01.158 - Extorsão
3. Unidade Federativa: MG
4. Registros da Polícia Militar e Polícia Civil
5. Contagem de vítimas
Notas do
6. População: IBGE (Censo 2022)
usuário
7. Para determinar onde ocorreu o fato serão consideradas as Unidades de Área
Militar e os registros do CPE, CPMAMB e CPRV ficam na Unidade de Área do fato.
8. O fator de proporção F ∝ R visa respeitar a realidade de cada Unidade de Área
atribuindo proporção, que será utilizada como peso durante todo o ano.

(*) Nas ocorrências em que a natureza do envolvido for furto (C01.155) e não
houver envolvido cadastrado como vítima, será contabilizado o quantitativo
de solicitantes. Caso haja ocorrência com envolvido cadastrado como vítima e
envolvido cadastrado como solicitante, será contabilizado somente o quantitativo
de vítimas.

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


Indicador de Mortes em Acidentes de Trânsito (IMT)

O indicador verifica a taxa de mortes em decorrência de acidentes de trânsito, no 37


Descrição
estado de Minas Gerais.

Unidade de
Taxa.
medida

Fonte Base Integrada de Segurança Pública (BISP).

Polaridade Quanto menor, melhor.

VFAT (Vítimas Fatais em Acidentes de Trânsito)


Fórmula: IMT = x 100.000
População
Fórmula de
cálculo Sendo:

VFAT: Vítimas fatais em acidentes de trânsito

Para análise da viabilidade deste Indicador, foi verificado na BISP se os dados


disponíveis permitem a apuração do fenômeno da natureza selecionada, sendo
considerado os seguintes critérios de apuração:

1. Tipo de Relatório: Boletim de Ocorrência de Acidente de Trânsito


2. Tipo de Envolvimento no REDS: Vítima (Grupo)
3. Natureza do Envolvido: T00.009 - Acidente de Trânsito com Vítima
Notas do 4. Grau de Lesão: Fatal
usuário 5. Unidade Federativa: MG
6. Registros da Polícia Militar e Polícia Civil
7. Contagem de vítimas
8. População: IBGE (Censo 2022)

Para determinar onde ocorreu o fato serão consideradas as Unidades de Área Militar
e os registros do CPE, CPMAMB e CPRV ficam na Unidade de Área do fato.

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


Indicador de Prisão Qualificada (IPQ)

O indicador tem por finalidade aferir o esforço das unidades aplicado na prisão/
38 apreensão de indivíduos com Mandado de Prisão em aberto e que sejam integrantes
Descrição
de facções criminosas ou tenham envolvimento criminal anterior como autor
(categorias específicas).
Unidade de
Taxa.
medida
(1) Prisões: Base Integrada de Segurança Pública (BISP)
Fonte
(2) Membros de facções: Diretoria de Inteligência (DINT).

Polaridade Quanto maior, melhor.

(CMPIF x 10) + ( CMPAMV x 3) + (CMPAAVD x 1) + (CMPACCP x 1)


Fórmula: IPQ = x 100
Md (CMP)

Sendo:

IPQ = Indicador de Prisão Qualificada.


CMPIF = Prisão / Apreensão de Integrante de Facção Criminosa com mandado de
prisão em aberto atualmente*. (Fonte: DINT - DEPEN). (PMMG)
CMPAMV = Prisão / Apreensão de preso pretérito por Morte Violenta com mandado
de prisão em aberto atualmente*. (PMMG)
Fórmula de CMPAAVD = Prisão / Apreensão de preso pretérito por Violência Doméstica com
cálculo mandado de prisão em aberto atualmente*. (PMMG)
CMPACCP = Prisão / Apreensão de preso pretérito por crimes contra o patrimônio
(Roubo, Furto e Extorsão) com mandado de prisão em aberto atualmente*. (PMMG)
Md (CMP) = Mediana do Total de Prisão / Apreensão por Cumprimento de Mandado
de Prisão no ano de 2023. (PMMG)

* O mandado de prisão/apreensão pode ser por qualquer natureza, bem como


o REDS em que foi registrada a prisão do indivíduo com o mandado em aberto
atualmente.

** A mediana calculada com base no ano anterior será a mesma utilizada durante o
ano de monitoramento.

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


Para cálculo deste Indicador serão considerados os seguintes critérios:
1. Em relação ao Mandado de Prisão:
Indivíduo relacionado na aba “Envolvidos” do REDS, cujo marcador “Mandado 39
de prisão válido atualmente” esteja marcado “SIM” e que este mesmo envolvido seja
cadastrado no REDS com uma das seguintes opções na variável “Prisão/Apreensão”:
Flagrante de crime/contravenção, Flagrante de ato infracional, Mandado Judicial,
Recaptura;
Outras prisão/apreensão ou TCO/Flagrante infração de menor potencial ofensivo.

2. Em relação aos envolvimentos anteriores do Indivíduo preso/apreendido:


Do Indivíduo preso/apreendido conforme item anterior, será feita uma busca
nos registros do REDS, anteriores à data do cumprimento do mandado, em que este
esteja como:
Cadastrado como Indivíduo “faccionado”, em banco a ser disponibilizado pela
DINT ao CGA, o qual possibilita a junção com o banco de dados REDS, contido na
BISP, através de alguma variável comum nos dados pessoais do preso. Neste caso,
todos os indivíduos constantes do banco, independente de interstício temporal;
Indivíduo conduzido como preso/apreendido em ocorrências constantes no
rol de naturezas do IMV (‘B01.121’,’C01.157’, ‘B02.001’,’B01.129’), nos cinco anos
anteriores e no ano de monitoramento;
Indivíduo conduzido como preso/apreendido em ocorrências de Violência
Notas do Doméstica, assim caracterizada a partir das relações de conjugalidade entre autor e
usuário vítima, nos cinco anos anteriores e no ano de monitoramento;
Indivíduo conduzido como preso/apreendido em ocorrências do indicador CCP
(Roubo, Furto e Extorsão), nos cinco anos anteriores e no ano de monitoramento.

3. Em relação ao Mandado de Prisão serão considerados somente os registros da


Polícia Militar. Já em relação aos envolvimentos anteriores do Indivíduo preso/
apreendido serão considerados todos os registros na base do REDS, nos cinco anos
anteriores e no ano de monitoramento, desde que a prisão pelo mandado de prisão
em aberto seja posterior aos registros, considerando os REDS da Polícia Militar e
Polícia Civil.
4. Fonte: Base Integrada de Segurança Pública (BISP).
5. Contagem de presos por mandado.
6. A base de indivíduos faccionados será disponibilizada periodicamente pela
Diretoria de Inteligência (DINT).
7. Para determinar onde ocorreu o fato serão consideradas as Unidades de Área
Militar e as prisões do CPE, CPMAMB e CPRV ficam na Unidade de Área do fato;

8. Não serão realizadas auditorias de mudança de área relativas ao numerador desse


indicador - prisões - em caso de atuação da guarnição fora da área de responsabilidade
da Unidade.
EXEMPLO: Guarnição do 98º BPM realiza prisão na área do 99º BPM, a prisão
computará no indicador do 99º BPM.

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


Indicador de Resposta Qualificada (IRQ)

40 Descrição
O indicador traz a análise da relação entre as ocorrências em que houve a prisão de
autor de MV e CCP e o quantitativo total de crimes dessas mesmas naturezas.

Unidade de
Taxa.
medida

Fonte Base Integrada de Segurança Pública (BISP).

Polaridade Quanto maior, melhor.

PMV x 3 + PCCP x 1
Fórmula: IRQ = x 100
(Registros MV x 3 + Registros CCP x 1)

Sendo:
PMV = Quantidade de Presos/Apreendidos pelas naturezas do Indicador de Mortes
Fórmula de Violentas (PMMG)
cálculo PCCP = Quantidade de Presos/Apreendidos pelas naturezas do Indicador de Crimes
contra o Patrimônio (PMMG)
Registros MV = Quantidade de registros das naturezas do Indicador de Mortes
Violentas (PMMG)
Registros CCP = Quantidade de registros das naturezas do Indicador de Crimes
contra o Patrimônio (PMMG)

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


Para cálculo deste Indicador serão considerados os seguintes critérios pelo Centro de
Gerenciamento e Análise de Dados (CGA):

1. Registros no REDS com indivíduos presos/apreendidos, em FLAGRANTE DELITO, 41


FLAGRANTE DE ATO INFRACIONAL OU TCO/FLAGRANTE INFRAÇÃO DE MENOR
POTENCIAL OFENSIVO, em que a NATUREZA DO ENVOLVIDO cadastrada esteja
relacionada entre aquelas constantes nos Indicadores IMV ou ICCP.

2. O denominador do Indicador será extraído do banco de dados REDS, considerando


as naturezas constantes nos Indicadores IMV ou ICCP.

3. As prisões contabilizadas (PMV e PCCP), bem como os Registros de naturezas MV


e CCP serão apenas aqueles registrados pela Polícia Militar.

4. As prisões de Policiais Militares em virtude de letalidade não serão contabilizadas


no indicador.

5. Contagem de presos = (PMV + PCCP)

6. Contagem de registros = (Registros MV + Registros CCP )

Notas do 7. Para determinar onde ocorreu o fato serão consideradas as Unidades de Área
usuário Militar e as prisões do CPE, CPMAMB e CPRV ficam na unidade de área do fato;

8. Conforme a Nota Técnica nº 05/2015 - DAOp no item 3.6.3 permanece a


recomendação de que o “registro de prisão/apreensão de autores de crimes (com ou
sem recuperação/localização do bem ou valor), posterior ao registro da ocorrência
devem ser registrados como A05.000- AVERIGUAÇÃO DE PESSOA/VEÍCULO EM
ATITUDE SUSPEITA” na natureza principal. É importante salientar que para efeito de
contabilização do IRQ, o registro do A05.000, independe do recurso de associação
do registro.

Para a contabilização da prisão do autor de IMV e ICCP, é necessário que a


NATUREZA DO ENVOLVIDO seja preenchida com a natureza do crime que originou a
prisão, possibilitando a busca automatizada pelo sistema.

9. Não serão realizadas auditorias de mudança de área relativas ao numerador desse


indicador - prisões - em caso de atuação da guarnição fora da área de responsabilidade
da Unidade.

EXEMPLO: Guarnição do 98º BPM realiza prisão na área do 99º BPM, a prisão
computará no indicador do 99º BPM.

CADERNO METODOLÓGICO DE GESTÃO DE DESEMPENHO OPERACIONAL - GDO


Indicador de Prisão de Reincidentes Policiais (IPRP)

42 O indicador verifica as prisões de autores reincidentes em relação ao total de crimes


Descrição
registrados nos grupos B e C.

Unidade de
Taxa.
medida

Fonte Base Integrada de Segurança Pública (BISP).

Polaridade Quanto maior, melhor.

(PABR + PACR)
Fórmula: IPRP = x 100
(TRGB + TRGC)

Sendo:

PABR = Total de presos pelo crime de Homicídio (B 01.121), Lesão Corporal (B 01.129)
Fórmula de - tentados ou consumados, que sejam reincidentes policiais. (PMMG)
cálculo
PACR = Total de presos pelo crime de Roubo (C 01.157) e Receptação (C 01.180) -
tentados ou consumados, que sejam reincidentes policiais. (PMMG)

TRGB = Total de registros de crimes do Grupo B, Classe 01 – B01 - (PMMG+PCMG)

TRGC = Total de registros de crimes do Grupo C, Classe 01 – C01 - (PMMG+PCMG)

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


Para cálculo deste indicador foram utilizados os seguintes critérios:
1. A reincidência policial observada para fins desse indicador iniciará contando a
ocorrência (REDS) da primeira prisão/apreensão do autor, que pode estar dentro de 43
qualquer Grupo criminal, a partir de 2022. Esses registros são os efetuados tanto pela
Polícia Militar quanto pela Polícia Civil.
Em resumo, para a GDO 2024 a primeira condução do indivíduo pode ter ocorrido
por uso de entorpecentes, dano ou furto simples - bem como homicídio, roubo ou
receptação - nos anos de 2022 ou 2023.
2. Por outro lado, para o cômputo da reincidência policial serão consideradas apenas
as prisões no ano corrente, nas seguintes NATUREZAS DO ENVOLVIDO: Homicídio
(B 01.121), Lesão Corporal (B 01.129), Roubo (C 01.157) e Receptação (C 01.180) -
tentados ou consumados, registros efetuados pela Polícia Militar.
O indivíduo SOMENTE contará como reincidente se, após aquela primeira condução
ter ocorrido, por qualquer natureza, for preso/apreendido por algum dos 04 tipos
criminais exemplificados acima.
3. A reincidência policial para fins do indicador leva em conta o REDS do conduzido na
condição de preso tanto no primeiro quanto nos delitos subsequentes.
4. Para o quantitativo de crimes são considerados os registros efetuados pela Polícia
Militar e Polícia Civil que sejam do Grupo B ou C, Classe 01 - crimes contra a pessoa
ou patrimônio, exclusivamente previstos no código penal.

PRISÕES/APREENSÕES:
1. Flagrantes de Crime/Contravenção, Flagrante de Ato Infracional, Mandado Judicial,
Notas do Recaptura e Outras Prisão / Apreensão, TCO/Flagrante infração de menor potencial
usuário ofensivo;
2. Para a contabilização da prisão do autor de crime do indicador IPRP será considerada
a NATUREZA DO ENVOLVIDO;
3. Órgão Unidade de Registro: Polícia Militar;
4. Numerador: Contagem de presos (PABR + PACR)
5. Denominador: Contagem de registros (TRGB + TRGC)
6. Para determinar onde ocorreu o fato serão consideradas as Unidades de Área
Militar e as prisões do CPE, CPMAMB e CPRV ficam na unidade de área do fato;
7. Não serão realizadas auditorias de mudança de área relativas ao numerador desse
indicador - prisões - em caso de atuação da guarnição fora da área de responsabilidade
da Unidade.
EXEMPLO: Guarnição do 98º BPM realiza prisão na área do 99º BPM, a prisão
computará no indicador do 99º BPM.

NOTA TÉCNICA:
Conforme a Nota Técnica nº 05/2015 - DAOp no item 3.6.3 que recomenda
que o “registro de prisão/apreensão de autores de crimes (com ou sem recuperação/
localização do bem ou valor), posterior ao registro da ocorrência devem ser registrados
como A05.000 - AVERIGUAÇÃO DE PESSOA/VEÍCULO EM ATITUDE SUSPEITA” na
natureza principal. É importante salientar que para efeito de contabilização, o registro
do A05.000, independe do recurso de associação do registro.
Para a contabilização da prisão do autor de crime do indicador IPRP, a fórmula
de extração exige que a NATUREZA DO ENVOLVIDO seja preenchida com a natureza
do crime que originou a prisão, possibilitando a busca automatizada pelo sistema.

Quartel em Belo Horizonte, 07 de fevereiro de 2024.

LUIZ HENRIQUE VITOR SOARES, TEN CEL PM


CHEFE DO CGA

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ANEXO B - FATOR DE PROPORCIONALIDADE PARA O INDICADOR DE
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
44

Tabela 01: Fator de proporcionalidade para o Indicador de Crimes Contra o Patrimônio (ICCP), por RPM

Tabela 02: Fator de proporcionalidade para o Indicador de Crimes Contra o Patrimônio (ICCP), por UEOp

Quartel em Belo Horizonte, 07 de fevereiro de 2024.

LUIZ HENRIQUE VITOR SOARES, TEN CEL PM


CHEFE DO CGA

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS


ANEXO C – MEDIANA DO QUANTITATIVO DE PRISÕES/APREENSÕES
POR MANDADO JUDICIAL EM ABERTO, PARA O INDICADOR DE
45
INDICADOR DE PRISÃO QUALIFICADA (IPQ)

Tabela 01: Mediana do quantitativo de prisões/apreensões por Mandado Judicial em aberto em aberto,
para o Indicador de Prisão Qualificada (IPQ), por RPM

Tabela 02: Mediana do quantitativo de prisões/apreensões por Mandado Judicial em aberto em aberto,
para o Indicador de Prisão Qualificada (IPQ), por UEOp

Quartel em Belo Horizonte, 07 de fevereiro de 2024.

LUIZ HENRIQUE VITOR SOARES, TEN CEL PM


CHEFE DO CGA

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