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INSTRUÇÃO Nº 3.03.

18/2016-CG

SETORIZAÇÃO E GESTÃO
OPERACIONAL

Estabelece critérios para a setorização e gestão do policiamento


no Estado de Minas Gerais

Belo Horizonte
2016
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).
Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG.
Circulação restrita.

M663i MINAS GERAIS. Polícia Militar. Instrução nº 3.03.18/2016 – CG. Estabelece


critérios para Setorização e Gestão do Policiamento no Estado de Minas Gerais –
Belo Horizonte: Comando-Geral, 2016.
40 p.
1. Setorização. 2. Gestão - policiamento. 3. Malha protetora.I. Comando- Geral –
PMMG. II. Título.
CDU: 351.745
CDD: 352.2

Ficha catalográfica elaborada pela Secretaria de Pesquisa do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação/APM – PMMG.

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BPM - Batalhão de Polícia Militar

CAD - Controle de Atendimento e Despacho

CG - Comando-Geral

Cia PM - Companhia de Polícia Militar

CONSEP - Conselho Comunitário de Segurança Pública

CPU - Coordenador de Policiamento da Unidade

DDQOD - Detalhamento e Desdobramento do Quadro de Organização e Distribuição

DIAO - Diretriz Integrada de Ações e Operações

GDO - Gestão do Desempenho Operacional

GEPAR - Grupo Especial de Policiamento em Áreas de Risco

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

ISP - Inteligência de Segurança Pública

MG - Minas Gerais

PIB - Produto Interno Bruto

PM - Polícia Militar / Policial Militar

PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais

REDS - Registro de Eventos de Defesa Social

RPM - Região de Polícia Militar

UEOp - Unidade de Execução Operacional

ZQC - Zona quente de Criminalidade


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 8

2 OBJETIVOS...................................................................................................... 10
2.1 Geral ................................................................................................................. 10
2.2 Específicos ........................................................................................................ 10

3 PRESSUPOSTOS PARA A SETORIZAÇÃO ................................................... 12


3.1 Treinamento e participação da Tropa ............................................................... 12
3.2 Setorização de efetivo ....................................................................................... 12
3.3 Setorização de recursos logísticos .................................................................... 12
3.4 Definição da sede física do setor ...................................................................... 13
3.5 Conhecimento e domínio do local de atuação .................................................. 13
3.6 Participação da comunidade ............................................................................. 13
3.7 Policiamento de proximidade e ênfase no policiamento a pé............................ 14
3.8 Fixação de metas por setor ............................................................................... 15
3.9 Ênfase na prevenção ........................................................................................ 15
3.10 Análise criminal setorizada ................................................................................ 17

4 ORIENTAÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO DA SETORIZAÇÃO ................... 18


4.1 Aspectos iniciais ................................................................................................ 18
4.2 Efetivação da setorização ................................................................................. 18
4.2.1 Critérios para definição dos setores .......................................................... 19
4.2.2 Nomenclatura dos setores ......................................................................... 23
4.2.3 Adequação dos sistemas informatizados e de georreferenciamento ........ 23
4.3 Relevância quanto à incidência criminal nos setores ........................................ 26

5 GESTÃO OPERACIONAL DO SETOR ............................................................ 28


5.1 Etapas para a gestão operacional ..................................................................... 29
5.1.1 Sensibilização............................................................................................. 29
5.1.2 Mobilização................................................................................................. 30
5.1.3 Sedimentação............................................................................................. 30
5.2 Compreensão dos papéis ................................................................................. 31
5.3 Atribuições dos gestores operacionais .............................................................. 31
5.3.1 Comandante Regional ................................................................................ 32
5.3.2 Comandante de UEOp ............................................................................... 32
5.3.3 Comandante de Companhia ....................................................................... 32
5.3.4 Comandante de Setor ................................................................................ 33
5.4 Atribuições do Policial Militar lotado no setor .................................................... 34
5.5 Avaliação do desempenho operacional............................................................. 35

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 37

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38
INSTRUÇÃO Nº 3.03.18/16-CG

Estabelece critérios para a setorização e gestão


do policiamento no estado de Minas Gerais.

1 INTRODUÇÃO

Dentre os problemas enfrentados pela sociedade brasileira na atualidade,


destaca-se o aumento crescente da criminalidade violenta que vem trazendo
intranquilidade para o cotidiano das pessoas.

A desorganização da comunidade de modo geral, influenciada pela crescente


individualidade, contribui para a recusa de viver de forma coletiva, enfraquecendo
cada vez mais os princípios e valores que direcionam o bem comum.

As organizações policiais, por seu turno, vez que materializam a segurança


pública, são demandadas pelas expectativas sociais de um ambiente mais seguro e
pacífico.

As atividades exercidas por grande parte das Polícias Militares, quando do


cumprimento da missão constitucional, apresentam mudança progressiva do modelo
convencional de polícia para um modelo baseado na filosofia de polícia comunitária,
possibilitando cada vez mais uma maior proximidade com a comunidade.

Acompanhando a assertiva de Perrow (1976), que menciona que “as


organizações são criadas para produzir alguma coisa”, vê-se que a Polícia Militar,
como organização constituída, necessita acompanhar o processo rotineiro de
mudanças no cotidiano, na busca por uma prestação de serviço mais desejável e
aceito pela comunidade.

A Polícia Militar apresenta ainda particularidades que a distinguem de modo


definitivo e visível de todos os órgãos. A própria autoridade, manifestada pela farda
e pela ostensividade, destaca o fato de que seu universo é inerente a tudo e a todos.
À Polícia cabe cuidar da ordem estabelecida pelo Estado sobre todos os que estão
submetidos à sua autoridade, com o papel explícito de refrear ações ilícitas e
egoísticas individuais em nome da produção da segurança coletiva.

8
Busca-se, por meio do profissionalismo, a eficácia no tratamento da
criminalidade e a eficiência na aplicação da lei, respeitando-se, sobretudo, a
dignidade da pessoa humana e os direitos individuais.

A atribuição de responsabilidade territorial não é algo novo para a Instituição


Policial Militar que, desde sua origem, atua com o formato de Batalhões,
Companhias, Pelotões, Destacamentos e Subdestacamentos, que respondem
perante a sociedade pelos eventos de defesa social que ocorrem na respectiva área
de atuação.

Destarte, a Polícia Militar identificou como estratégia mais adequada na


produção de melhores serviços de segurança preventiva, a subdivisão do espaço
territorial, alocando recursos em seus respectivos espaços físicos, com a devida
responsabilidade na gestão, bem como no monitoramento baseado na análise
criminal e na produção de conhecimento de inteligência, com ênfase na
aproximação da PMMG à comunidade, ao que se denomina setorização.

A presente norma estabelece, então, princípios metodológicos para a


setorização e gestão do policiamento. Determina, portanto, os parâmetros
estruturais para definição do setor como unidade de gestão dos serviços
operacionais, com o objetivo de aproximar os policiais militares, principalmente os
administradores de segurança pública, dos problemas e das especificidades locais,
utilizando a responsabilidade compartilhada. Tal responsabilidade deve ser
entendida como a capacidade de “responder por”, viabilizando o policial militar
resolver as questões que afetam a qualidade de vida da população.

Pretende-se, assim, definir os padrões de setorização e consequente gestão


do policiamento, visando otimizar a organização do espaço territorial sob
responsabilidade das Companhias, de forma a otimizar o policiamento ostensivo
desenvolvido pelas Unidades de Execução Operacional (UEOp) da PMMG.

Nessa perspectiva, o modelo de gestão da rotina operacional da PMMG deve


ser alicerçado na intervenção estratégica do policiamento comunitário, oferecendo
ao policial um espaço territorial (setor) em que possa identificar demandas, planejar
ações adequadas ao tratamento do fenômeno criminal e contribuir para o
fortalecimento da sensação de segurança, em harmonia com os anseios da
comunidade.

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Estabelecer critérios para a setorização do espaço geográfico nos municípios


do estado de Minas Gerais e para a gestão da rotina operacional baseada nas áreas
de responsabilidade das Unidades da PMMG.

2.2 Específicos

a) Estabelecer critérios técnicos e geográficos para definição dos setores.

b) Organizar, estruturar e operacionalizar a divisão territorial das Companhias


PM, além da gestão da malha protetora das UEOp da PMMG, principalmente no
primeiro esforço operacional, potencializando os resultados em conformidade com a
filosofia de polícia comunitária.

c) Personalizar as ações de prevenção criminal, conforme as demandas e


expectativas de segurança das populações assistidas.

d) Propiciar melhores condições de trabalho para que o policial militar se


aproxime ainda mais da população, de forma que as ações e operações a serem
desencadeadas estejam alinhadas com o anseio da comunidade.

e) Disponibilizar serviços específicos voltados à prevenção criminal,


orientados pelos anseios, necessidades, dinâmicas e particularidades que se
apresentam nos territórios.

f) Colaborar para a gestão eficiente dos recursos humanos e logísticos


disponíveis, visando fazer frente às demandas operacionais de cada localidade, de
forma a atender as expectativas de segurança das populações assistidas.

g) Contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, incumbindo


aos policiais militares uma atuação como agentes potencializadores do civismo, da
coesão social e de segurança pública.

h) Dinamizar a construção de um ambiente de confiança e cooperação,


estimulando a mobilização e participação comunitária na resolução de problemas,

10
fomentando nas pessoas o sentimento de interação junto ao poder público, como
força de reivindicação e fiscalização.

i) Fortalecer o policiamento ostensivo, desenvolvendo atitudes proativas e


positivas de prevenção e antecipação aos problemas, empregando racionalmente os
meios considerados com vistas à reciprocidade entre comunidade e Polícia Militar.

j) Atribuir ao comandante de setor, conforme o conceito de responsabilidade


territorial, aliado ao conceito de responsabilidade compartilhada, a missão de
fomentar e desenvolver estratégias para a melhoria da segurança e qualidade de
vida da comunidade local.

k) Realizar patrulhamento preventivo, com base em análise criminal


setorizada, direcionando o emprego dos policiais para as zonas quentes de
criminalidade, com vistas a prevenir e reprimir o crime.

11
3 PRESSUPOSTOS PARA A SETORIZAÇÃO

Para que o processo de setorização ocorra de forma satisfatória, alguns


pressupostos básicos deverão ser observados, conforme detalhado a seguir.

3.1 Treinamento e participação da Tropa

Todo o efetivo das unidades operacionais deverá receber treinamento


específico sobre o contido nesta Instrução, de forma que o processo de setorização
seja desenvolvido de forma sólida e efetiva. Com o treinamento e a conscientização
de todos os envolvidos, nos diversos níveis, as medidas trarão maior legitimidade e
resultados positivos em termos de policiamento comunitário.

3.2 Setorização de efetivo

A permanência (fixação) do policial no respectivo setor de atuação deve ser


objeto de constante atenção por parte dos comandantes, uma vez que contribui
significativamente para a identificação dos policiais com a respectiva comunidade,
fazendo com que os problemas passem a ser conhecidos em profundidade e haja
maior continuidade nas ações desenvolvidas pela Policia Militar.

Consequentemente, haverá maior interação, confiança e accountability1 entre


as partes envolvidas, o que se traduzirá em maior agilidade no atendimento às
demandas de proteção e socorro a comunidade.

3.3 Setorização de recursos logísticos

A setorização de recursos deve ser almejada de forma a facilitar e tornar mais


eficientes as atividades do setor, cuidando para que não sejam criados obstáculos
ou demandas que redundem em sobrecarga para o sistema de atendimento. Por
isso, a setorização logística deve concentrar-se no que for possível fixar no setor de

1
Termo da língua inglesa, que pode ser traduzido para o português, como responsabilidade com
ética e que remete à obrigação de membros de um órgão administrativo ou representativo de prestar
contas a instâncias controladoras ou a seus representados. Outro termo usado numa possível versão
portuguesa é responsabilização.

12
policiamento.

Por outro lado, não é interessante proceder a setorização de determinados


serviços que, por sua natureza, ultrapassem o espaço territorial das Cias e Setores,
como no caso da Base Comunitária Móvel, Patrulha de Prevenção à Violência
Doméstica, dentre outros.

3.4 Definição da sede física do setor

Sempre que possível, os comandos devem envidar esforços no sentido de


estabelecer bases físicas para os setores, que servirão de referência da PMMG para
a população, facilitando o acesso ao gestor responsável pelo policiamento no setor.

A sede do Setor será uma instalação física, devidamente identificada, sempre


que possível localizada em área estratégica, assim considerado o local de maior
concentração de tráfego de veículos e pessoas.

Deverá funcionar também como ponto de registro de ocorrências,


contribuindo para agilizar o atendimento comunitário em situações de adversidade.

3.5 Conhecimento e domínio do local de atuação

A setorização pressupõe que cada guarnição conheça em profundidade os


problemas e peculiaridades de seu local de atuação. Assim, é de fundamental
importância que o comandante de setor realize um estudo minucioso do espaço
geográfico sob sua responsabilidade, permitindo o reconhecimento e a identificação
das características e rotinas locais. Devem ser elencados pontos sensíveis e
vulneráveis para vitimização; cidadãos infratores atuantes e residentes no setor;
vítimas potenciais e repetidas; vias de acesso; meios de transporte; stakeholders2;
presença ou ausência do Poder Público; dentre outros aspectos.

3.6 Participação da comunidade

A participação da comunidade na setorização é primordial de fundamental

2
É uma palavra em inglês cujo objetivo é designar as pessoas e grupos mais importantes para um
planejamento estratégico ou plano de negócios, ou seja, as partes interessadas.

13
importância para fortalecer e legitimar as ações da Policia Militar, por meio da
interação e busca conjunta para a solução dos diversos problemas que afetam a
qualidade de vida dos cidadãos.

Para tanto, a comunidade deve ser chamada a participar do processo de


melhoria local e de promoção da paz, expressando suas opiniões e sugestões,
permitindo um feedback3 constante das ações desenvolvidas pela PM.

A cada demanda gerada pela comunidade, a Policia Militar, por meio do


comandante do setor ou equipe de atendimento comunitário, deverá produzir uma
resposta específica e dirigida a quem tiver gerado a demanda.

3.7 Policiamento de proximidade e ênfase no policiamento a pé

Uma das condições precípuas de efetivação da filosofia de polícia comunitária


é o policiamento de proximidade. Deve-se buscar a confiança e o reconhecimento
do cidadão, tanto pelo convívio diário, quanto pela demonstração de profissionalismo
e transparência na atuação policial, de forma a fortalecer os mecanismos de
accountability.

Para obter esse resultado, o policial militar, sempre que possível, deve ser
fixado em um mesmo local de atuação, para que possa conhecer muito bem o seu
setor, participando efetivamente da formulação e execução das estratégias de
policiamento de proximidade, podendo assim ser chamado a prestar contas sobre o
seu desempenho e os resultados do seu trabalho.

A realização de policiamento a pé, no respectivo setor/subsetor, pelo menos


três vezes por semana, permitirá que haja essa proximidade. O policial militar tornar-
se-á conhecido naquela comunidade e também conhecerá as pessoas e lideranças
locais, por nome e sobrenome. Esse reconhecimento cotidiano é que legitimará a
atuação da PMMG.

3
Palavra inglesa que significa realimentar ou dar resposta a um determinado pedido ou
acontecimento.

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3.8 Fixação de metas por setor

A setorização do policiamento, nos moldes da presente Instrução, pressupõe


também a definição de metas setorizadas, visando estimular e solidificar a sensação
de empoderamento e a responsabilidade territorial, não somente por parte do
comandante de setor, mas também por todos os militares que nele atuam.

Para tanto, a referência principal será a Diretriz que regula a Gestão do


Desempenho Operacional na PMMG e os indicadores decorrentes do Plano
Estratégico em vigor, conforme abordado de forma mais detalhada na Seção 5 desta
Instrução.

3.9 Ênfase na prevenção

A PMMG em sua missão Constitucional de prevenção criminal e manutenção


da ordem deve propiciar o fortalecimento da segurança pública e consequente
melhoria da qualidade de vida do cidadão. A prevenção se consolida a partir de
ações desenvolvidas pela Polícia Militar e também pela sociedade com o intuito de
inibir o potencial infrator de cometer algum crime, evitando assim a ocorrência do
fenômeno criminal.

O desenvolvimento da prevenção está baseado na presença constante de


mecanismos de controle do ambiente e dos agentes pré-dispostos ao cometimento
do crime, com consequente redução das oportunidades de cometimento do crime.
Segundo Garcia-Pablos (2006, p.313), a prevenção pode ser classificada em três
fases distintas: prevenção primária, secundária e terciária.

A prevenção primária está relacionada com as ações que serão tomadas


antes da eclosão do problema criminal, de forma a neutralizá-lo. A prevenção
secundária está focada na manifestação dos problemas criminais, cujas ações são
direcionadas ao local da incidência criminal ou para aqueles que são seus
protagonistas. A prevenção terciária é destinada ao cidadão encarcerado e tem
como objetivo reintegrá-lo a sociedade para que não venha cometer crime
novamente.

Em relação à prevenção terciária, deve-se ter um efetivo acompanhamento do


cidadão ressocializado ou em processo de ressocialização, de modo a não repetir a

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prática delitiva. Assim, os responsáveis pelos setores devem receber informações
atualizadas rotineiramente dos cidadãos que já cumpriram penas ou estão em
regime semiaberto, em liberdade condicional ou cumprindo pena restritiva de
direitos.

Além das prevenções primária, secundária e terciária, segundo Rolim (2006,


p.113), as políticas de prevenção podem ser separadas com base na natureza das
estratégias empregadas, sendo classificadas como Prevenção no Desenvolvimento
Individual; Prevenção Comunitária; Prevenção do Sistema de Justiça Criminal e
Prevenção Situacional.

Consideradas as características de cada um dos termos apresentados por


Rolim (2006), é particularmente interessante a prevenção situacional, pois consiste
na redução das oportunidades para a prática delitiva e também uma maximização
dos riscos para sua execução. Neste tipo de prevenção, busca-se diminuir as
possibilidades de sucesso do infrator, deixando-o inseguro para o cometimento do
crime.

Segundo Ron Clarke (1992, apud ROLIM, 2006, p.136), o infrator vai levar em
consideração para o cometimento do crime, o esforço que lhe será exigido para a
sua prática, o risco que vai correr para praticá-lo e o tamanho da recompensa que
vai alcançar após o cometimento.

Com base nessas lições, o policiamento lançado nos setores deve obedecer
às diretrizes da Polícia Militar com ênfase na prevenção à ocorrência do delito. Tal
estratégia visa o acompanhamento da mutabilidade e mobilidade do crime,
considerando a necessidade de mobilização da comunidade e demais órgãos
públicos nas questões problemáticas do setor, haja vista os variados desafios
envolvidos na promoção da segurança pública e da paz.

Os militares lançados no setor devem estar atentos a qualquer demanda


criminal, mesmo que seja uma demanda em potencial. A antecipação ao crime
torna-se a chave para o pleno funcionamento da atuação preventiva, vez que
contribui para a redução do medo e insegurança da comunidade presente em cada
setor, aumentando, por conseguinte, a confiança das pessoas nos serviços
prestados pelo policial militar.

O policiamento comunitário deve ser empregado com foco na interação com a

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comunidade, visando a prevenção criminal. O comandante do setor deve conhecer e
se fazer conhecido, frequentar os diversos círculos da comunidade (empresariais,
religiosos ou estudantis), garantindo assim que todos possam fazer parte no
enfrentamento preventivo às ações delituosas. Para isto, é fundamental que os
parceiros se sintam confiantes e seguros para compartilharem ideias e informações
úteis.

3.10 Análise criminal setorizada

A análise criminal produzida no âmbito das Unidades e Companhias deverá


contemplar a setorização, de modo a se compreender o fenômeno criminal dentro da
realidade de cada setor.

Cada setor possui uma realidade e os padrões detectados ensejarão em


respostas específicas. Ou seja, é necessário conhecer os dados e adotar respostas
e estratégias pontuais, conforme a demanda.

Assim, cada comandante de setor deve avaliar constantemente a migração


criminal no tempo e no espaço por meio de acompanhamentos diários. Sugere-se o
monitoramento da criminalidade por bairro, levando em consideração a migração do
crime em face das intervenções preventivas e repressivas da Policia Militar.

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4 ORIENTAÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO DA SETORIZAÇÃO

4.1 Aspectos iniciais

A setorização funciona como célula de referência na produção dos serviços


de segurança pública a fim de remodelar o policiamento ostensivo, com ênfase na
orientação territorial. O modelo tem como princípios inspiradores: maior proximidade
da população e a oportunidade de descentralização e modernização da prestação
dos serviços policiais oferecidos ao público.

Trata-se, portanto, de uma metodologia de segurança com foco preventivo,


cujo procedimento consiste em organizar o local de atuação, com o objetivo de atuar
especificamente junto à comunidade e em atenção aos problemas que afetam a
qualidade de vida.

Os setores serão delimitados com base nas características socioeconômicas,


demográficas e culturais, com observância aos problemas de segurança pública
locais, como concentração de crimes de homicídios e crimes contra o patrimônio, os
quais deverão ser alvo de constante análise criminal, visando à definição, dentro do
setor, das estratégias para a prevenção criminal.

Havendo disponibilidade de recursos, é interessante que o setor possua uma


estrutura física administrativa, contudo, sem que isso caracterize compartilhamento
de comando, tampouco se confunda com um posto de policiamento.

O policiamento do setor constitui-se em primeiro esforço de policiamento e,


para tanto, deve ser desenvolvido com base nas orientações previstas nas diretrizes
da PMMG.

Embora tenha seu foco no policiamento preventivo, a repressão qualificada e


imediata nos casos de ilícitos penais é de responsabilidade dos policiais que atuam
no setor, acionando-se, caso necessário, os demais níveis de esforços.

4.2 Efetivação da setorização

No espaço territorial de responsabilidade de cada Companhia existem bairros


e comunidades com características socioeconômicas, demográficas e culturais

18
distintas, merecendo por parte do gestor de segurança pública, um tratamento
específico e diferenciado.

Como processo natural de aproximação da população e com vistas a atender


o espaço territorial de responsabilidade de cada Companhia, esta deve ser
subdividida em setores, sob responsabilidade de oficial subalterno, admitindo-se o
emprego de praça na função de oficial.

A subdivisão das Companhias em setores potencializa a aplicação dos


princípios de polícia comunitária, além de proporcionar a organização mais racional
para atendimentos específicos aos grupos sociais existentes em uma localidade. O
setor passa a ser referência para a resolução de problemas e para a produção de
serviços de segurança pública.

Essa subdivisão possibilita também uma visão mais detalhada e apropriada


às demandas no campo da segurança pública, facilitando o atendimento à
comunidade local. Ainda, proporciona ao policial militar responsável pelo setor o
exercício real do papel de gestor de segurança pública, com todas as implicações
decorrentes, transformando-o num “comandante de polícia local”.

Para aproximar ainda mais o gestor de segurança pública de seu espaço


territorial de referência, define-se a função de Comandante de Setor de
Policiamento, cujo profissional é responsável pelo planejamento do emprego de
efetivo e recursos materiais em sincronia com a demanda local.

4.2.1 Critérios para definição dos setores

A formação dos setores deve respeitar uma área de abrangência específica,


baseada em critérios técnicos e objetivos, de forma a proporcionar condições aos
seus integrantes para atingir os resultados desejados, quais sejam: a aproximação
com a comunidade, redução da criminalidade e o aumento da segurança objetiva e
subjetiva.

Para que a setorização atinja o efeito desejado na gestão dos recursos


operacionais, com consequente melhoria da prestação de serviços de segurança
pública para a sociedade, alguns critérios técnicos devem ser observados por
ocasião da definição e delimitação espacial do setor.

19
Assim, para dimensionamento e setorização observar-se-ão os seguintes
parâmetros:

a) Limite territorial da Companhia: o setor constitui uma subdivisão do espaço da


Companhia, portanto a delimitação destes deve estar circunscrita ao limite máximo
da subárea.

b) Efetivo empregado e serviços a serem executados: a ativação de um serviço


no setor deve possibilitar sustentabilidade operacional em consonância com o
emprego dos recursos humanos disponíveis.

c) População: deve-se levar em consideração, fundamentada nas características


específicas dos bairros, dos fatores econômicos e indivíduos que,
independentemente de momento censitário ali habitam a maior parte do ano.
Atenção deve ser dada quanto ao movimento da população flutuante, representado
pelo conjunto de indivíduos presentes em determinado espaço territorial, em
períodos de curta duração, sejam por motivos recreativos, negócio, assistência à
saúde, estudo, trabalho, feriados prolongados e dentre outros. Esta densidade
populacional canaliza diversos problemas que acabam impactando os órgãos de
Segurança Pública, especificamente a Polícia Militar, fator que influencia no
planejamento e consequente emprego dos recursos humanos e logísticos no setor.

d) Incidência criminal: para o estabelecimento dos setores deve ser considerado


o volume e natureza dos delitos praticados, pois essas circunstâncias exigirão da
Polícia Militar (ou dos órgãos integrados) a adoção de medidas quanto ao
enfrentamento da criminalidade e para mobilização comunitária, buscando sempre
uma avaliação técnica sobre os fenômenos criminais.

e) Atuação de organização criminosa: se há ramificação de organização


criminosa em vários bairros, deve-se observar tal aspecto no estabelecimento do
setor, analisando os infratores envolvidos e suas práticas delitivas, a fim de
proporcionar ações preventivas e de repressão qualificada que gerem benefícios e
segurança para a população local.

f) Características geográficas: devem ser levados em consideração aspectos


como vias de acesso aos bairros do setor, barreiras físicas, extensão territorial e
topografia. Em áreas menos densas, por exemplo, existe a tendência de se
estabelecerem setores de grandes dimensões, contudo, tal fato não pode ser um

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fator dificultador para o desenvolvimento das atividades de polícia de proximidade,
principalmente quanto à mobilização social.

g) Existência de atividades comerciais:

- áreas de grande concentração comercial reforçam e até induzem a delimitação de


um setor em face dos vínculos que interferem no seu raio de influência;

- localização de distritos industriais que possuem características muito peculiares,


notadamente nas grandes cidades, e são detentores de interesses muito
específicos, por vezes convergentes ou divergentes da comunidade residente,
comerciantes, público flutuante, dentre outros;

- áreas hospitalares acabam estimulando o comércio local (farmácias, laboratórios,


restaurantes, hotéis, por exemplo), além da movimentação de pessoas da cidade e
de municípios vizinhos, além da consequente ocupação dos estacionamentos em
vias públicas;

- instituições de ensino que, embora possuam trânsito de pessoas em horários


específicos, ocasionam um aumento do fluxo e da quantidade de veículos
estacionados em via pública, dentre outros fatores;

- estabelecimentos prisionais, em face da instalação residencial de pessoas,


normalmente familiares de detentos. Esse fator, em pouco tempo, leva à expansão
irregular da comunidade circunvizinha e, pelas circunstâncias envolvidas, pode
resultar em uma série de outros problemas;

- terminais rodoviários, ferroviários e aeroportuários que levam à exploração


comercial por diversos segmentos, caracterizando a região pela heterogeneidade,
bem como pela frequente incidência de solicitação de intervenções policiais, em
especial pelo fluxo diário da população.

h) Atributos socioeconômicos e culturais:

- padrão populacional, conforme as características de criação do bairro, analisando o


poder aquisitivo e questões financeiras;

- infraestrutura do bairro, existência de saneamento básico, posturas municipais de


construções e outras características específicas que diferenciem determinada
localidade;

21
- capital social que é constituído por redes, organizações civis e pela confiança
compartilhada entre as pessoas, fruto de sua própria interação social;

- mobilização social que ocorre quando um grupo de pessoas, uma comunidade ou


uma sociedade decide e age com um objetivo comum, buscando, diariamente,
resultados decididos e desejados por todos;

- coesão social, o que acaba caracterizando e remetendo à exata noção de


“comunidade”, seja no enfrentamento aos problemas locais, seja em virtude de uma
condição socioeconômica privilegiada;

- similaridade de problemas, considerando que nem sempre a delimitação do setor


ocorrerá em face da observância de delimitação física, mas principalmente em face
da similaridade de problemas, podendo alcançar partes de bairros e, às vezes, não
alcançará nenhum bairro em sua totalidade.

i) Aglomerados urbanos: a influência dos aglomerados urbanos nos bairros que


os circundam deve ser objeto de análise. Deve-se avaliar, dentre outros aspectos,
indicadores de população residente, população flutuante, Produto Interno Bruto
(PIB), distribuição de renda, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), tipos e
intensidade de atividades econômicas ou comerciais desenvolvidas, informações
estas consideradas importantes à implantação da setorização.

j) Demanda por registro de ocorrências: deve-se levar em consideração a


quantidade e natureza dos fatos registrados que podem impactar na necessidade e
disponibilidade dos recursos humanos e logísticos a serem empregados.

k) Existência do Grupo Especial de Policiamento em Área de Risco (GEPAR):


pela singularidade do serviço e local de atuação, apresenta-se como indicador na
definição do setor da Cia PM com responsabilidade territorial, uma vez que a ação
de repressão qualificada e as ações preventivas desenvolvidas possibilitam o
estabelecimento de um espaço geográfico definido.

l) Associações comunitárias e CONSEP: atuação destas entidades junto à


comunidade local possibilita um levantamento fiel das demandas sociais,
proporcionando legitimidade e eficiência das ações policiais militares. Deve-se
avaliar o projeto urbanístico da Prefeitura que delimita os bairros, visando, inclusive,
o estabelecimento harmônico de Conselhos Comunitários de Segurança Pública,

22
conciliados às associações de bairro existentes, pois já carregam o perfil e os
anseios da comunidade local.

m) Áreas urbano-rurais, parques ou regionalização do município pelo


agrupamento de bairros: as barreiras físicas (naturais ou artificiais) acabam se
transformando num delimitador de uma determinada comunidade e podem
influenciar nos hábitos e costumes, instalando-se a interdependência comunitária.
Deve-se considerar ainda que a acessibilidade facilita o intercâmbio entre
comunidades, situação que se torna um meio de influência cultural, social e de
interdependência, o que pode interferir na delimitação do setor.

A quantidade de setores em uma Cia PM deverá ser proporcional à


quantidade de pelotões previstos no DDQOD para a subárea. Contudo, os setores
poderão ser divididos em subsetores, dependendo da conveniência e necessidade,
para atribuição de responsabilidades e melhoria da interação dos policiais militares
com a comunidade.

No caso em que um setor se achar contido por outro setor, não haverá
relação de subordinação entre eles. Como exemplo, cita-se o caso de um
aglomerado que se localiza dentro de um bairro: o aglomerado pode ser um setor e
o bairro pode ser outro setor independente do primeiro.

4.2.2 Nomenclatura dos setores

Para fins de articulação dos setores, estes serão projetados e identificados


por numeração sequencial por UEOp e por Cia PM, seguidos do sequencial do
setor.

A título de exemplo, o 2º setor da 20ª Companhia do 16º Batalhão seria


descrito da seguinte forma: Setor 16.20.2: “16” indica o 16º BPM, “20” indica a 20ª
Cia PM e “2” indica o 2º setor de policiamento da Companhia. A numeração é
sequencial de acordo com a quantidade de setores existentes em cada Cia.

4.2.3 Adequação dos sistemas informatizados e de georreferenciamento

Após a divisão dos setores em cada UEOp, com base nos critérios
estabelecidos nesta Instrução, estes deverão ser atualizados nos sistemas

23
informatizados, conforme norma específica, uma vez que a base cartográfica do
Sistema Geosite é atualmente a fonte oficial de dados de localização geográfica da
PMMG e do Sistema Integrado de Defesa Social.

O Geosite fornece os endereços georreferenciados para o Registro de


Eventos de Defesa Social (REDS) em todo o estado de Minas Gerais e para o
Controle de Atendimento e Despacho (CAD), sendo relevante para construção da
estatística espacial (mapeamento criminal, responsabilidade territorial, ZQC etc.). O
sistema Geosite, no entanto, foi desenvolvido e concebido para permitir a definição
do SETOR.

Figura 01 – Exemplo da delimitação da 3ª Cia PM do 1º BPM

Para delimitação da 3ª Cia PM do 1º BPM foram criados quatro setores,


conforme a seguir:

24
Figura 02 – Exemplo da delimitação da 3ª Cia PM do 1º BPM por setores

Outro exemplo pode ser verificado no município de Muriaé. Na Figura 03 pode


ser visualizada a delimitação da 76ª Cia PM:

Figura 03 – Exemplo da delimitação da 76ª Cia PM do 47º BPM

25
Na Figura 04 verifica-se os setores que compõem a 76ª Cia PM do 47º BPM.

Figura 04 – Exemplo da delimitação da 76ª Cia PM do 47º BPM em setores

A nomenclatura dos setores será definida no sistema, obedecendo-se a


numeração estabelecida para os setores, de forma a gerar um identificador único,
fundamental para os relacionamentos em sistema de banco de dados, facilitando a
coleta de dados e o planejamento.

4.3 Relevância quanto à incidência criminal nos setores

Considerando a incidência de crimes violentos, aferida através da estatística e


tendo por supedâneo as orientações contidas na Diretriz que trata da Gestão do
Desempenho Operacional (GDO), os setores terão maior significância quanto ao
emprego dos recursos humanos e logísticos no policiamento, conforme descrito a
seguir:

a) Relevância 1 – elevada incidência de crimes violentos:

Esse setor, devido às características e peculiaridades de alguns locais,


necessita de maior concentração de esforços operacionais suplementares, visando a
contenção da criminalidade.

26
b) Relevância 2 – média incidência crimes violentos:

Os esforços operacionais de suplementação devem ser proporcionais à


especificidade da demanda e às características socioeconômicas e culturais locais.

c) Relevância 3 – baixa incidência de crimes violentos:

Setor que apresenta uma capacidade preventiva que proporciona elevada


sensação de segurança, dada a pouca incidência criminal.

27
5 GESTÃO OPERACIONAL DO SETOR

A gestão do policiamento setorizado deve ter como foco principal o emprego


eficiente dos recursos disponíveis, visando atender as demandas sociais de forma
coordenada e harmônica, por meio da adoção de estratégias e ações que
contribuam efetivamente para a prevenção criminal.

As demandas verificadas englobam os espaços geográficos, a concentração


de incidência criminal, a reincidência sistêmica, além de altas taxas de vitimização
demonstradas por diagnósticos.

Abrangem de igual modo, o clamor social, as mobilizações comunitárias, as


denúncias e os pleitos de proteção apresentados pela população. Da mesma forma,
incluem-se as leituras de ambiente elaboradas pelos policiais militares que
desenvolvem o policiamento ostensivo na área de responsabilidade da Fração PM
considerada.

A modernização das práticas operacionais, focada na garantia da dignidade


da pessoa humana, a promoção dos direitos e liberdades fundamentais e a
prevenção criminal, reveste-se na quebra de paradigma, abrindo espaço para uma
gestão operacional que prima por uma atuação sistêmica em que todos
compartilhem a responsabilidade pela solução dos problemas, abandonando-se a
premissa de que exista um único órgão ou indivíduo responsável pelas respostas
frente ao fenômeno da criminalidade.

O estado de Minas Gerais apresenta realidades bastante heterogêneas


quanto ao desenvolvimento social, econômico e estrutural das regiões e municípios,
configurando-se em um desafio à prestação de serviços de polícia ostensiva de
forma eficiente e que atenda às demandas e realidades locais.

Com a finalidade de configurar uma resposta especificamente adaptada ao


conteúdo das demandas, contemplam-se dois modelos operacionais diferenciados:

a) O territorial, com foco na prevenção criminal, baseado na proximidade e


interação comunitária, atendendo aos pressupostos e filosofia da Polícia
Comunitária;

b) O recobrimento, sustentado na especialização, nas respostas a fenômenos

28
criminais ou violentos ou potencialmente violentos que exijam respostas estratégicas
e altamente qualificadas, quer por sua dimensão, quer por sua repercussão, quer
por sua complexidade.

Para ambos os modelos, as ferramentas de análise criminal e de análise de


Inteligência de Segurança Pública (ISP) tem por objetivo identificar os fatores que
envolvem a criminalidade, em termos qualitativos e quantitativos, bem como,
identificar as variáveis que se relacionam com esses fatores, apresentando
correlações entre si, ou não, servindo de ponto de partida para o planejamento
operacional.

5.1 Etapas para a gestão operacional

A gestão operacional eficiente deve trilhar as etapas de sensibilização,


mobilização e sedimentação.

No processo de sensibilização todos os envolvidos, desde o nível estratégico


até o nível de execução devem ser informados dos procedimentos a serem
adotados, vantagens e desvantagens do modelo de policiamento.

Vencida a etapa, inicia-se a mobilização, momento em que serão definidos e


atribuídos os papéis além de organizar o ambiente de trabalho. A sedimentação
implica a fase permanente e contínua da operacionalização da gestão por demanda,
tornando-se parte integrante da rotina de serviço.

5.1.1 Sensibilização

A difusão do preceito contido neste documento deverá ocorrer de forma


ampla e irrestrita, através de seminários e treinamentos técnicos, buscando atingir
todo o público interno que irá lidar com o assunto, buscando:

a) conscientizar os policiais sobre a importância e eficácia da setorização como


forma de distribuição de funções e responsabilidade, fazer com que o PM se sinta
parceiro do projeto;

b) despertar na população a importância da participação de cada um em prol da


segurança do setor, mas especificamente da localidade onde residem ou

29
frequentem, permitindo sua participação direta na elaboração das políticas públicas
de segurança.

5.1.2 Mobilização

Nesta etapa serão levadas a efeito as ações para funcionamento da gestão


operacional, cujos objetivos são:

a) propiciar melhores condições para que o policial militar se aproxime ainda


mais da população, de forma que as ações e operações a serem desencadeadas
guardem relação com o anseio da comunidade;

b) criar instrumentos que venham permitir o mapeamento dos locais de risco


existentes no setor, propiciando canalização racional e lógica de esforços
operacionais;

c) canalizar para cada setor recursos materiais e humanos suficientes para fazer
face à demanda operacional encontrada;

d) estabelecer acompanhamento sistemático da evolução criminal no setor, no


intuito de tratar mais racional e eficazmente o fenômeno.

5.1.3 Sedimentação

O devido acompanhamento dos resultados alcançados funciona como um


processo de retroalimentação do sistema, possibilitando o seu aperfeiçoamento.

Nesta etapa é colhido o feedback dos militares que participaram do processo


de setorização e verificado o grau de satisfação da comunidade atendida,
promovendo a avaliação do policiamento realizado em determinado período de
tempo.

A realização de reuniões mensais entre o Comando da Unidade e os


Comandantes de Companhia e de setores, para avaliação do processo de
setorização, é fundamental para consolidação e aperfeiçoamento contínuo da gestão
operacional.

30
5.2 Compreensão dos papéis

A responsabilidade dos gestores de segurança pública deve proporcionar:

a) personalização da prestação de serviço, uma vez que o policiamento será


lançado de acordo com a demanda específica de cada setor;

b) aproximação do policial militar com a comunidade, visando identificar e buscar


soluções conjuntas para os problemas locais;

c) maior conhecimento dos problemas em cada setor pelos policiais militares,


considerando que esses policiais podem ser escalados nos mesmos setores,
passando a conhecer o ambiente de atuação com detalhes, inclusive sobre os
infratores atuantes.

O Comando de um setor pressupõe a responsabilidade por gerir as


demandas locais, garantindo assim o funcionamento das atividades planejadas.

O Comandante do Setor de Policiamento deve manter o contato estreito com


os Comandantes de níveis superiores, de forma que apresente suas necessidades
de recobrimento, reforço e implementação de serviços com foco na prevenção e,
eventualmente, na retomada da tranquilidade no local de atuação. Ele deve,
inclusive, opinar sobre o emprego do efetivo e recursos logísticos no espaço
territorial, gerindo os recursos disponíveis de acordo com a real demanda, colocando
em prática a “Gestão por Demanda”.

Para o desenvolvimento adequado das ações e operações é fundamental a


participação do Coordenador de Policiamento da Unidade (CPU) ou função
equivalente. Esse profissional deve conhecer as estratégias em funcionamento nos
vários setores, de modo que mantenha a coordenação dos turnos de serviço com a
menor alteração do planejamento possível, contribuindo, assim, para atingir os
resultados pretendidos.

5.3 Atribuições dos gestores operacionais

Para a gestão operacional das atividades é fundamental a definição dos


papéis de cada gestor envolvido, bem como o nível de responsabilidade de cada um
dentro dos limites de sua competência.

31
Entendendo que a gestão operacional abrange várias instâncias e,
consequentemente, várias funções (Comandante de RPM, de UEOp, de Companhia
e de Setor), é necessário considerar cada nível de decisão, conforme detalhado a
seguir.

5.3.1 Comandante Regional

Cada RPM deverá criar o respectivo plano de setorização, visando cumprir o


previsto na presente Instrução.

5.3.2 Comandante de UEOp

Ao Comandante de UEOp cabe a responsabilidade de implementar a


setorização na área da Unidade, seguindo as diretrizes do respectivo Comando
Regional e mantendo a devida coordenação e controle dos recursos empregados.

5.3.3 Comandante de Companhia

O Comandante de Cia é o responsável pelo desenvolvimento da setorização


na respectiva subárea, devendo:

a) Proceder a setorização, conforme orientações técnicas e reavaliar


periodicamente a formação dos setores, conforme incidência criminal ou demandas
reiteradas, propondo adaptações e ajustes na geografia e gestão dos setores.

b) Responsabilizar-se pela mobilização social e pelo gerenciamento de contatos


comunitários na subárea, procurando conhecer e se relacionar com as lideranças
locais.

c) Participar de reuniões com lideranças comunitárias, comerciantes, diretores


de escolas, empresários, dentre outros, prestando o devido suporte aos
Comandantes de Setores e estimulando a busca conjunta para a solução de
problemas locais.

d) Convidar outros atores governamentais para participar da discussão dos


problemas da subárea, com ênfase na setorização, tais como o Ministério Público,
Ouvidorias de Polícia, Defensorias Públicas, prefeituras e suas secretarias,

32
subprefeituras e agências que prestam serviços básicos, como fornecimento de
energia elétrica, saneamento, água, etc.

e) Realizar análise criteriosa dos recursos disponíveis e, com base nas


ferramentas de diagnósticos, juntamente com o Comandante de Setor, alocar
recursos de maneira inteligente e efetiva, potencializando a presença policial, bem
como resposta rápida a demandas emergentes e previsíveis.

f) Efetivar ações e operações de intervenção na subárea, bairros, vilas e


aglomerados sob sua responsabilidade, conforme demandas recebidas do Comando
da Unidade ou identificadas localmente, mesmo que não sejam definidas como
crimes violentos, mas que possam causar instabilidade.

g) Acompanhar as atividades e empenhos operacionais dos setores, com a


finalidade de realizar ajustes e orientação à tropa quanto à importância do
cumprimento das estratégias delineadas pelo Comando da UEOp, bem como o
imprescindível envolvimento de cada policial no cumprimento da missão, investindo
em ações para o exato conhecimento e engajamento como parceiro no projeto.

h) Apoiar o Comandante de Setor, atuando como facilitador na solução da


demanda operacional, bem como alocando efetivo e viaturas de acordo com a
estratégia operacional previamente desenhada.

i) Oportunizar nos treinamentos a participação dos policiais militares na


discussão específica de cada setor.

j) Apresentar necessidades ao Comandante do Batalhão para suprir carências e


possibilitar a solução dos problemas da subárea, sobretudo aos fatos que mais
causam inquietação popular e ruptura da harmonia social.

5.3.4 Comandante de Setor

Juntamente com o Comandante de Cia, o Comandante de Setor é


responsável pelo desenvolvimento da setorização no espaço geográfico sob sua
responsabilidade, acompanhando efetivamente todas as ações desenvolvidas. Deve
realizar as seguintes atividades:

a) Promover e participar de reuniões comunitárias, visando identificar e buscar


soluções para os problemas da comunidade, bem como manter os cidadãos

33
informados das ações desenvolvidas pela PM no setor.

b) Desenvolver ações conjuntas com a comunidade e demais atores do Sistema


de Defesa Social, com foco na resolução de problemas e demandas de segurança
pública que estejam interferindo na qualidade de vida dos cidadãos.

c) Estimular a criação de Redes de Proteção Preventiva no setor, visando


contribuir para o aumento da sensação de segurança e redução criminal.

d) Propor projetos de Polícia Comunitária específicos às necessidades das


comunidades do setor.

e) Incentivar os cidadãos a denunciarem a prática de crimes e outros atos


ilícitos, por meio do Disque-Denúncia Unificado (DDU).

f) Conhecer e manter contato frequente com stakeholders do setor (lideranças


comunitárias e religiosas, diretores de escolas, comerciantes, empresários, etc).

g) Elaborar os cartões-programas dos serviços específicos do setor, tendo por


base as demandas da comunidade e a incidência criminal local.

h) Oportunizar nos treinamentos a participação dos policiais militares nas


questões relativas ao setor.

i) Assessorar e apoiar o Comandante de Cia no processo de setorização e na


gestão operacional da subárea, encaminhando-lhe as demandas que necessitam de
intervenção no setor.

5.4 Atribuições do Policial Militar lotado no setor

O PM empregado ordinariamente no setor também possui um importante


papel na concretização do processo de setorização e na consolidação da filosofia de
Polícia Comunitária. Suas atribuições estão descritas a seguir:

a) Interagir com a comunidade e suas lideranças, utilizando-se dos canais de


comunicação disponíveis e tornando-se conhecido do público.

b) Estar atento às demandas e necessidades demonstradas pela comunidade


atendida.

c) Sugerir o desenvolvimento de estratégias com a finalidade de auxiliar na


solução dos problemas identificados, auxiliando o comandante de setor.

34
d) Reportar ao respectivo comandante de setor a respeito das necessidades
verificadas.

Vale asseverar que todas as atividades realizadas devem ser registradas no


módulo REDS, por meio da codificação adequada prevista na DIAO, visando
contribuir para a avaliação contínua das ações desenvolvidas.

5.5 Avaliação do desempenho operacional

A aferição do desempenho operacional nos setores deverá estar alicerçada


na Diretriz que trata da GDO, norma que contém uma metodologia científica de
análise do fenômeno criminal, indicação de respostas/ações para contenção e
minoração da problemática de aumento criminal e do grau de insegurança da
população.

Os indicadores de gestão serão utilizados para diagnóstico das demandas e


posterior avaliação dos resultados, classificando os dados disponíveis.

A avaliação representa um importante instrumento gerencial, na medida em


que deve ser utilizada durante todo o ciclo da gestão, subsidiando desde o
planejamento e formulação de uma intervenção, o acompanhamento de sua
implementação, além dos consequentes ajustes a serem adotados de acordo com
os resultados alcançados.

Para avaliação objetiva da criminalidade deverão ser utilizados os indicadores


estabelecidos na GDO, bem como os demais indicadores operacionais decorrentes
do Plano Estratégico, que constarão nos Planos Táticos e Operacionais.

Para tanto, os Comandantes de Cia estabelecerão as metas de cada setor,


tendo como referência as metas definidas para as respectivas Cias. Também
poderão ser criados indicadores específicos para determinados setores, frente aos
problemas identificados em reuniões comunitárias e por meio da análise criminal.

É importante que seja realizada a análise qualitativa das informações, de


forma a verificar a motivação dos crimes, perfil dos ofensores e modus operandi,
relação dos crimes com quadrilhas e gangues e perfil das vítimas.

Para a avaliação da sensação de segurança, as reuniões comunitárias e


visitas comunitárias se tornam importantes ferramentas de feedback. Além disto,

35
podem ser utilizadas pesquisas de satisfação, com apoio das Seções de
Comunicação Organizacional das Unidades.

36
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta Instrução apresenta um conceito de se fazer policiamento baseado na


gestão setorizada, com ênfase na aplicação da filosofia de Polícia Comunitária.

O processo de setorização apresentado atribui responsabilidades a todos os


níveis de gestão, principalmente para o Comandante de Companhia e para o
Comandante de Setor, chegando até o operador do serviço que atende diretamente
a comunidade.

Conhecer a realidade local é imprescindível para que as ações adequadas


sejam realizadas de forma antecipada, coerente, lógica e, principalmente, acertada.
Espera-se que o sucesso seja alcançado nesse grande desafio social de mudanças
e quebras de paradigmas, para que a Polícia Militar tornar-se cada dia mais eficiente
na sua tarefa de proporcionar segurança e qualidade de vida.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.

QCG em Belo Horizonte, 23 de junho de 2016.

(a) MARCO ANTÔNIO BADARÓ BIANCHINI, CEL PM


Comandante-Geral

37
REFERÊNCIAS

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Federativa do Brasil. Brasília,DF, 1.988.
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