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BRIGADA MILITAR
CADERNO TÉCNICO DE POLICIAMENTO MOTORIZADO
2016
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BRIGADA MILITAR
CADERNO TÉCNICO
POLICIAMENTO MOTORIZADO
Subcomandante-Geral
Coronel QOEM Andreis Silvio Dal'Lago
Equipe de Colaboradores
Autores
Maj QOEM Claudiomir Souza de Oliveira
Cap QOEM Heraldo Leandro dos Santos
Revisor
Major QOEM Fábio Behrend Silveira
Formatação
1º Sargento QPM1 Fabiano Amaral Miranda
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Sumário
1. INTRODUÇÃO 5
2. BASE LEGAL 7
3. CONCEITOS BÁSICOS 7
4. DESDOBRAMENTOS DO POLICIAMENTO MOTORIZADO 9
4.1 PROCESSO DE POLICIAMENTO MOTORIZADO - FASE 1 - ASSUNÇÃO DO SERVIÇO 9
4.2 PROCESSO DE POLICIAMENTO MOTORIZADO - FASE 2 – DURANTE A EXECUÇÃO DO
SERVIÇO 17
4.3 PASSAGEM DE SERVIÇO DO PATRULHAMENTO MOTORIZADO 33
4.4 PATRULHAMENTO MOTORIZADO COM MOTOCICLETAS 34
5. CONCLUSÃO 35
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36
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1. INTRODUÇÃO
o correto e racional emprego deste importante vetor, desde os atos preparatórios à entrada
de serviço, – o conhecido GALOPE (expressão que exploraremos melhor no
desenvolvimento deste caderno) – até a execução do serviço propriamente dito, otimizando
esse recurso como fator de deslocamento e aliando a isso as corretas e boas técnicas de
execução de patrulha motorizada.
Diante da importância do emprego do patrulhamento motorizado, surge a
necessidade de preservação da viatura policial através de boas práticas a serem adotadas
pelo efetivo, pelo motorista e pelo escalão superior na gestão do recurso material. Atitudes
como realizar a manutenção adequada, cuidar da viatura durante o seu emprego no
policiamento, comunicar os problemas mecânicos e elétricos, manter seu bom estado de
limpeza e conservação, e acompanhar os consertos e trocas de peças (confirmar a
qualidade do serviço prestado e das peças) são fatores determinantes para o
prolongamento da vida útil da frota e para minimizar as possibilidades de acidentes que
podem comprometer a integridade física ou a vida do efetivo, em razão de deficiência
apresentada pelo recurso material.
A patrulha motorizada pode ser empregada em sua fração mínima – que se
considerou ser de 02 (dois) policiais militares – até a execução de ações de patrulhas
táticas, equipes estas compostas geralmente por até 04 (quatro) militares – e, em caráter
excepcional, com mais policiais, sendo esta formatação prevista somente para fins de
trabalhos operacionais especiais, instrução ou deslocamentos administrativos. Além disso,
há o policiamento motorizado com uso de motocicletas, o que será abordado adiante com
maior detalhamento.
As técnicas e táticas aqui contidas – e doravante apresentadas – têm como objetivo
principal dotar o militar de habilidades técnicas essenciais e necessárias para o
desempenho do patrulhamento motorizado e dos diversos tipos de ações decorrentes.
Estas técnicas e táticas foram desenvolvidas por policiais militares, baseadas tanto nas
experiências de vários anos de serviço operacional, como em cursos de especialização
desenvolvidos dentro da Instituição e fora dela, nas Forças Armadas, na Força Nacional de
Segurança Pública e em outras Polícias Militares da Federação, conforme citado nas
referências bibliográficas, contudo, foram adaptadas à realidade do Estado do Rio Grande
do Sul, de forma que possam ser empregadas e executadas, localmente, com segurança e
eficiência. Os procedimentos aqui descritos visam servir de doutrina e fonte de consulta
dentro da Corporação, chancelando o objetivo final da comissão nomeada pelo
Comandante-Geral da Instituição, no entanto, deve-se ter em mente que por melhor que
seja nossa Corporação, sua administração e seus instrutores, o aprendizado é avalizado
pelas competências agregadas em inteligência, cultura, esforço de aprender, dedicação e
idealismo profissional de seus homens. Em síntese: O ser humano é o elemento essencial
da atividade.
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2. BASE LEGAL
3. CONCEITOS BÁSICOS
profissional de viatura policial nas vias públicas e que possui a indispensável habilitação para a
condução de veículos de emergência, sendo conhecedor da legislação específica. O condutor de
viatura policial é o encarregado de certificar-se das boas condições de uso e funcionamento do
equipamento, bem como de preencher o diário de bordo e demais documentos de controle
afetos a sua missão.
Diário de Bordo: documento onde é realizado o registro de todos os dados atinentes
do processo motorizado (em automóvel ou motocicleta), em áreas urbanas ou rurais, que possui
como características principais a mobilidade, a capacidade de abranger áreas mais amplas e a
possibilidade de apoio aos demais processos de policiamento.
Jornada de Patrulhamento Motorizado: a experiência recomendada para Rádio
Patrulhamento é de que o turno de serviço não seja superior a doze horas. Para que o serviço
tenha maior eficiência é necessário que se observe rigorosamente o binômio “baixa velocidade”
e “atitude expectante”.
Manutenção Preventiva: é a manutenção veicular realizada de forma periódica e
pane, destinada a recolocar uma peça ou componente em condições de executar a função a que
se destina.
Patrulhamento Motorizado: Conjunto de ações adotadas pelo policial militar desde
de maior robustez, maior capacidade para transporte de pessoal e espaço para equipamentos
de uso tático.
Patrulhamento urbano motorizado: É o ato de realizar atividade móvel de
fiscalização, reconhecimento, observação e proteção por parte do policial em área edificada com
concentração populacional, utilizando-se do processo de policiamento motorizado, com viatura
de quatro ou duas rodas.
Policiamento urbano com motocicletas: É o patrulhamento motorizado com uso de
sua entrada de serviço – GASOLINA (ou o combustível previsto para o veículo a ser operado) –
ÁGUA (líquido de arrefecimento do motor) – LIMPEZA (estado de conservação e limpeza geral
do veículo) – ÓLEO (lubrificante utilizado e previsto para cada tipo de veículo) – PNEUS (estado
de conservação dos quatro pneus instalados para a rodagem, bem como do pneu reserva –
estepe – incluindo a calibragem) – ELETRECIDADE (faróis, indicadores luminosos de mudança
de direção, luzes indicadoras de acionamento de freios, marcha à ré, dispositivos luminosos de
emergência). No caso de alterações de qualquer dos itens acima expostos, estas deverão ser
consignadas em Diário de Bordo próprio e personalizado e no caso do apontamento de
situação que impossibilite a utilização do veículo dentro das previsões citadas e em desacordo
com as previsões expressas no Código de Trânsito Brasileiro, a viatura não será empregada,
devendo ser imediatamente encaminhada para os necessários reparos, dentro da maior
brevidade possível.
Foto 01 – Para fins didáticos, a foto acima e as demais fotos seguirão a seqüência imposta pela sigla “GALOPE” – GASOLINA
(combustível), ÁGUA (líquido de arrefecimento), LIMPEZA, ÓLEO, PNEUS e ELETRICIDADE. Na ilustração acima, destaca-se a
importância de que o motorista certifique-se exatamente qual o combustível utilizado para a viatura que irá dirigir. Não
raras vezes, em especial no caso de caminhonetes e pick ups os abastecedores dos postos credenciados realizam o
abastecimento com óleo diesel em motores movidos a gasolina e vice-versa.
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Foto 02 – Após certificar-se qual o combustível correto a ser abastecido na viatura, o motorista verifica a quantidade de
combustível existente no tanque, girando a chave do contato para a posição “on” e realizando a leitura. Esse procedimento
é tão essencial quanto os demais para o início da operação da viatura, tendo em vista as possíveis situações de consumo de
combustível a qual o equipamento será submetido durante a execução do serviço.
Foto 03 – Antes de realizar o acionamento do motor, o motorista verifica o nível do líquido de arrefecimento, especificado
conforme o fabricante. Em caso de alterações de nível, (podendo este ser mais baixo ou mais alto que o previsto), o
motorista deverá realizar o completamento ou o esvaziamento, conforme o caso. Em caso de dúvida, deverá ser consultado
o manual do proprietário, onde constam os níveis e o líquido adequado a ser empregado.
Foto 04 – Verifica-se as condições gerais de limpeza externa e interna da viatura. Para fins de convenção, em regra a
guarnição que sai de serviço deverá, sempre que possível, entregar a viatura limpa para o emprego no turno seguinte. Um
equipamento sujo e mal cuidado reflete não somente uma imagem de desleixo do seu próprio operador, mas também da
própria imagem da Brigada Militar.
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Foto 05 – Antes de realizar o acionamento do motor, o motorista verifica o nível do óleo lubrificante do motor, especificado
conforme o fabricante e de acordo com as marcações constantes na vareta, geralmente identificada por uma alça de cor
amarela. Em caso de alterações de nível, podendo este ser mais baixo ou mais alto que o previsto, o motorista deverá
realizar o completamento ou o esvaziamento, conforme o caso. Em caso de dúvida, deverá ser consultado o manual do
proprietário, onde constam os níveis e o tipo de óleo adequado, conforme o caso.
Foto 06 –, A inspeção dos pneus e seu estado geral de rodagem está diretamente ligada à segurança e à estabilidade do
veículo, em especial quando são executadas manobras evasivas. Pneus desgastados, com a banda de rodagem desalinhada
e mal balanceados comprometem diretamente a segurança da guarnição e de terceiros. Sendo um veículo de emergência, é
essencial que os pneus estejam sempre em condições de trafegabilidade. A calibragem correta, dependendo da
configuração em que a viatura será empregada, bem como o número de operadores que ela transportará no turno de
serviço deverá ser observada de acordo com os critérios especificados para cada modelo, conforme o manual do fabricante
do veículo e dos pneus.
Foto 07 – A correta inspeção deste item implica obrigatoriamente a verificação do pneu reserva (estepe), não esquecendo
também da análise de sua calibragem.
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Foto 08 – As partes elétricas da viatura, incluindo as condições da bateria, têm seu uso iniciado quando o PM executa a
abertura das portas e as luzes internas são acionadas. Para fins de segurança, recomenda-se que este item seja configurado
para o não-acionamento, tendo em vista a exposição dos policiais durante o embarque e desembarque, em especial
durante o período noturno. Visando a preservação da bateria, recomenda-se que esta inspeção seja realizada já com o
motor acionado. No caso da foto acima, o PM iniciará a verificação das condições gerais acionando o botão de comando de
luzes, passando a agir conforme as fotos seguintes.
Foto 09 – Com o apoio de um colega, o motorista inicia a checagem das luzes externas pelo acionamento das sinaleiras, e
em seguida dos faróis propriamente ditos, alternando luz baixa e luz alta, de modo fixo e no modo de sinalização da luz alta
(“passing”). Neste momento, também testará os indicadores de mudança de direção dianteiros e o “pisca-alerta” deste
mesmo setor.
Foto 10 – Em procedimento similar ao descrito na foto anterior, será realizada a mesma inspeção, agora na parte traseira
da viatura, não esquecendo de acionar o pedal do freio, para que seja checada as luzes de indicação de acionamento deste,
além da luz de engate da marcha à ré.
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Foto 11 – Em se tratando a viatura policial de veículo de emergência, que necessita ser vista e ouvida quando em
deslocamento, não pode o motorista iniciar sua operação sem verificar as condições dos dispositivos sonoros e luminosos
de emergência – sirene e “giroflex”. Essa inspeção, também poderá ser realizada com o auxílio de um colega.
Foto 12 – Finalizando o procedimento, o motorista realizará a inspeção da funcionalidade do rádio transceptor VHF,
acionando seu botão “on/off” e escutando a rede-rádio por breves momentos. Essa ação, além de proporcionar a
verificação do correto funcionamento, servirá para verificar se não existe alguma ocorrência de vulto em andamento e que
assim necessite de prioridade de rede. Não se confirmando essa condição, realizará a chamada do PDR – Posto Diretor de
Rede – de forma a verificar como seu sinal está sendo recebido. Também deverá modular os canais, em especial os canais
dos OPM limítrofes com sua área de ação, para fins de solicitação de apoio ou reforço, em caso de necessidade.
Fazer o uso do colete balístico, o qual é obrigatório toda vez que for sair para o
patrulhamento;
Fiscalizarem-se mutuamente quanto à postura e compostura no patrulhamento;
Saberem que, antes do embarque para o patrulhamento, se algum patrulheiro
carregar consigo quantia de dinheiro acima do normal para os eventuais gastos com
alimentação, emergências, etc, deve de imediato comunicar ao Comandante da guarnição,
bem como junto aos demais companheiros de serviço, para se evitar qualquer suspeita
havendo ocorrência envolvendo numerário;
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Evitar brincadeiras físicas ou de outras formas que possam gerar conflito entre os
componentes da guarnição, bem como gargalhadas desmedidas quando entrar em
patrulhamento;
Ter consciência de falar sempre em tom de voz adequado a cada situação
apresentada;
Observar que jamais jogar lixo ou objetos pela janela da viatura;
Evitar gestos obscenos ou usar palavras de baixo nível, que possam ser
observados/ouvidos por alguém fora da viatura;
Não permanecer desabotoado, com fardamento desalinhado, descoberto ou em
atitudes que denigram a imagem da corporação ou que sejam incompatíveis com o proceder
de um profissional sério e competente;
Não realizar serviços de interesse particular durante o patrulhamento;
Saber que a segurança da guarnição somente é relativamente relaxada quando a
viatura estiver estacionada no interior de quartéis, postos policiais militares e/ou similares,
sendo que mesmo assim esta nunca ficará sozinha;
Em regra, um patrulheiro não deverá ficar sozinho quando em serviço, priorizando
a presença de, no mínimo, 02 (dois) integrantes independente de qual seja a situação;
Lembrar que a guarnição nunca se desfaz, sempre agindo como unidade.
Ter em mente que, em ocorrência, toda pessoa que entrar na viatura para ser
conduzida à delegacia de polícia será revistada pelo patrulheiro da própria guarnição que o
conduzirá, mesmo que se tenha notícia de que o conduzido já tenha sido submetido à
revista pessoal por outra guarnição. No caso de encaminhamento de conduzido preso por
outra guarnição, esse procedimento é obrigatório e imprescindível para o prosseguimento
das ações conseguintes;
Estar consciente de que, ao entrar de serviço, a atenção dos patrulheiros deve
estar toda voltada para suas áreas de atuação e o serviço policial;
Observar que, em regra, durante o patrulhamento as janelas da viatura estarão
sempre abertas para permitir melhor visualização e agilidade. Em caso de chuva a
guarnição pode procurar um local coberto (um posto de combustível, por exemplo) para
estacionar a viatura, desembarcando da mesma, em local visível ao público;
Deverão ser evitadas olhadelas indiscretas para mulheres (paquera) durante o
patrulhamento;
Estar ciente e anotar todas as ocorrências, informações e alertas repassados via
rede de rádio, telefonia ou qualquer outro meio de comunicação disponível, sobre veículos
(suspeitos, roubados, furtados), pessoas (desaparecidas, procuradas, suspeitas) e etc., o
que confere maior eficiência e segurança no serviço policial;
Saber que deverão desembarcar da viatura nas ocorrências e ao atender as
pessoas que necessitam de apoio;
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Evitar permanecer com o rosto voltado para dentro da viatura, mesmo que seja
para conversar com um integrante da guarnição, a fim de estar observando constantemente
o que ocorre no entorno;
Interagir com as partes solicitantes somente durante o tempo necessário ao
atendimento da ocorrência, à prestação das devidas informações/orientações, à colheita de
informes e etc., a fim de poder retornar o mais rapidamente possível ao patrulhamento.
Manter todas as armas em posição de segurança dentro da viatura;
Jamais aceitar qualquer tipo de retribuição material ou pecuniária ofertada em
razão do exercício da função policial;
Ter consciência de que não deve fumar ou fazer uso de bebidas alcoólicas no
interior da viatura;
Apoiar os servidores militares de outras modalidades de patrulhamento que
estejam necessitando de apoio;
Estar sempre ciente de qual o local exato em que está atuando (observar placas
de endereçamento, bem como placas comerciais que sirvam de referência);
Alertar toda a guarnição quando qualquer patrulheiro observar algo de anormal
em sua zona de atuação;
Saber que a guarnição atrai a atenção do público, por isso os patrulheiros devem
agir com cordialidade, transmitindo imagem de seriedade e profissionalismo;
Quando for fazer um lanche ou uma refeição, nunca permanecer com as costas
voltadas para a entrada do estabelecimento comercial e estar sempre atento com a própria
segurança e da guarnição. Nesse caso, deve-se fazer revezamento, 01 ou 02 policiais
realizarão a pausa por vez, conforme quantitativo de ocupantes da viatura, devendo, em
qualquer hipótese, 01 policial realizar a segurança da guarnição;
Sempre deixar o material bélico em condições de pronto emprego;
Todos da guarnição devem estar plenamente aptos a manusear qualquer
equipamento ou armamento que esteja disponível à equipe;
Ter consciência de que não deve utilizar armamento ou equipamento para o qual
não possui instrução;
Devem as guarnições estar preparadas para atender todos os tipos de
ocorrências, principalmente as de maior gravidade e complexidade, observando-se as
previsões doutrinárias, de modo a adotar os devidos procedimentos, em especial para
àquelas ocorrências caracterizadas como de crise;
A utilização do telefone celular por qualquer componente da guarnição quando em
patrulhamento será feita de forma moderada e rápida. Em abordagens de alto risco o celular
não deverá ser utilizado, a não ser em caso de solicitação de um apoio de emergência;
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É quem deve se interagir com terceiros por ocasião das abordagens policiais.
outras autoridades;
Fiscalizar toda a documentação de serviço produzida pela guarnição;
consentimento;
A área de patrulhamento que cabe à vigilância do Primeiro Homem é o amplo campo
de visão à frente da viatura, a lateral e a retaguarda do lado direito (com uso do espelho
retrovisor da viatura);
É quem opera o rádio da viatura e efetua o acionamento dos dispositivos luminosos e
como pela revista pessoal, enquanto o segundo homem fará a sua segurança; Daí a
necessidade de firmeza e educação em suas atitudes com o público.
Mesmo sendo o primeiro homem o responsável a emanar as ordens dadas aos
suspeitos, não deve ser tolher a iniciativa necessária dos demais componentes da guarnição,
tendo em vista que, a depender da situação que surge, é necessária a verbalização por parte
dos demais membros da guarnição.
Quando parar em semáforo, deixar uma distância do carro da frente que permita uma
no início do serviço e, caso a mesma não ofereça segurança, informa de imediato para que seja
feita a troca ou o reparo necessário, bem como a baixa da mesma, se for o caso;
Providencia o preenchimento do Diário de Bordo da viatura, antes de assumir o
serviço;
Estará sempre atualizado quanto ao conhecimento do local de atuação (vias
saber que, mesmo em situação de emergência e possuindo prioridade de trânsito (art. 29, inc.
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VII, CTB), deve dirigir defensivamente, de modo a evitar acidentes que coloquem em risco a vida
e a integridade física da guarnição e de terceiros.
Deve reduzir a velocidade da viatura próximo ao local da ocorrência, a fim de
qualquer atividade;
No patrulhamento o seu campo de visão é à frente da viatura, lateral esquerda e
permanece próximo à viatura para também fazer a sua segurança (de forma ostensiva ou
dissimulada, conforme o caso) e para conduzi-la;
No momento da estabilização da abordagem é salutar que faça uso de arma longa
e transeuntes que se aproximem do local da ação policial, bem como avisará a guarnição em
caso de perigo;
Deve sempre estar em condições de executar um retorno ágil com a viatura;
e mesmo assim, com todos os cuidados necessários e sinais de advertência acionados, devendo
ter certeza de que sua conduta não causará danos para guarnição e para terceiros;
A viatura é de sua responsabilidade, contudo, caso a guarnição se distancie ou
precise adentrar em locais de difícil acesso para o veículo, o motorista deve fechar as portas e
janelas, armar-se com arma longa, pegar o rádio portátil e colocar-se em posição estratégica,
onde tenha ampla visão do veículo policial e fique protegido, não admitindo que alguém ninguém
se aproxime da viatura ou de si próprio para não ser surpreendido;
Utilizar o giroflex (luzes intermitentes vermelhas) da viatura conforme orientação do
Comando.
do banco do motorista;
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Comandante da Guarnição sempre que for determinado, e no término do turno de trabalho, para
confecção do relatório de serviço;
Responsável pela localização de logradouros no guia da cidade e a consequente
equipamento;
Quando em deslocamento no patrulhamento motorizado, realizar a observação do seu
do motorista, tendo em vista que este estará com as mãos ocupadas e com a atenção voltada
para o trânsito.
Ficar atento aos veículos que ultrapassem a viatura.
Foto 13 – No caso de emprego de guarnição motorizada com 2 (dois) Policiais, ambos participam frontalmente e
diretamente da abordagem, tendo em vista a ampliação da possibilidade do uso da força letal contra eventual resposta
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armada à abordagem. Destaca-se que nessa modalidade não existe condição de se estabelecer segurança à retaguarda,
voltando-se totalmente as atenções da guarnição para a fonte de risco.
Foto 14 – Detalhe do posicionamento tanto do patrulheiro como do motorista da viatura - ambos permanecem com a
metade do corpo dentro da viatura, não realizando o desembarque total. O objetivo disso é a rápida retomada de posições
dentro do veículo, no caso de fuga do suspeito.
Foto 15 – Detalhe do posicionamento do patrulheiro na posição de “3º Homem” como responsável pela segurança à
retaguarda da guarnição. A presença do 3º homem na equipe proporciona maior domínio dos acontecimentos do lado
oposto ao foco da guarnição. Inicialmente, o 3º homem desembarca e permanece colado à viatura, o que permitirá seu
rápido embarque em caso de necessidade. A partir do momento em que o 1º e o 2º homem dominarem a situação, este
deverá procurar uma posição em que possa ter ampla visão do cenário, realizando tanto a segurança à retaguarda, - o que
o fará prioritariamente - quanto dos policiais que interagem com a pessoa abordada.
Foto 16 – Detalhe da correta posição do transporte da arma de proteção coletiva em uma guarnição com 3 policiais, para
fins de pronto emprego. Destaca-se que esse posicionamento é recomendado por proporcionar maior controle do cano do
armamento, independentemente da mão mais forte do operador. Em nenhuma hipótese se utiliza o armamento de
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proteção coletiva apontado para cima ou para fora da janela da viatura. No caso das sub-metralhadoras e carabinas, fica
facultado ao operador o rebatimento da coronha, para fins de transporte e facilitação do desembarque, mas este deve
estar treinado para realizar a extensão da coronha rapidamente por ocasião do início da abordagem.
a) EM TRANSEUNTES
Mudança repentina de comportamento (mudança de direção, parada em casas
batendo palmas ou fingem chamar alguém, quando haver mais de um, se separarem,
agacharem, correrem, etc.);
Homens portando bolsas de mulher;
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b) EM VEÍCULOS
Placas velhas em veículos novos;
Veículos sem placas ou entortadas;
Veículos com placas de outros estados;
Veículos com películas muito escuras;
Veículos novos em péssimo estado de conservação;
Arrancadas bruscas ou mudanças de direção sem motivo;
Excesso de velocidade e outras infrações de trânsito de natureza grave;
Faróis apagados a noite;
Casal no banco traseiro do veículo e o banco de passageiro dianteiro vazio (não
sendo táxi);
Homem conduzindo o veículo e um ou mais homens no banco traseiro;
Condutores que sinalizam com o farol alto ao cruzar a viatura;
Veículos na frente da viatura que fazem uso constante de freios (luz de freio), sem
necessidade aparente;
Táxi com casal de passageiro em que a mulher vai sentada no banco de
passageiros dianteiro e o homem atrás;
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c) EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS
Atentar para as cercanias dos estabelecimentos bancários, sempre com pelo
menos algumas dezenas de metros de antecedência (veículos mal estacionados com as
portas abertas; indivíduos em motocicletas; pessoas paradas na entrada do estabelecimento
ou do outro lado da via pública; pessoas que saem correndo de dentro do estabelecimento;
gritos e estampidos vindo do interior do local; etc.);
Ao passar pelo estabelecimento observar o local onde fica o caixa;
Observar o fundo do estabelecimento (balcões, portas, entradas), atentando para
atitudes e expressões corporais das pessoas;
Estabelecimentos vazios, quando ainda em funcionamento;
Portas abaixadas ou fechadas parcialmente ou totalmente em horário que
deveriam estar completamente abertas;
Pessoas no caixa e outras aguardando em veículos;
Pessoas próximas ao vigia do estabelecimento;
Os vigias do banco com os coldres vazios ou todos juntos em um dos cantos do
local;
Pessoa (cliente ou funcionário) junto ao caixa do estabelecimento, com aparência
de medo, nervosismo ou pressa;
Uma pessoa transitando constantemente próximo a um estabelecimento
(sondando para agir depois);
Pessoas que fiquem postergando a realização de seus afazeres no interior de
estabelecimento bancário, de modo que aparentem estar esperando a oportunidade de dar
início a fato ilícito em horário próximo ao encerramento das atividades.
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d) EM CAIXAS ELETRÔNICOS
Número excessivo de pessoas em seu interior;
Vidros cobertos por jornais, lonas ou outros materiais, no período noturno;
Estabelecimento sem iluminação em horário que deva estar funcionando;
Pessoas suspeitas próximas aos locais onde funcionem caixas eletrônicos;
Pessoas e veículos, durante a madrugada, em frente ou próximos aos locais que
possuam caixas eletrônicos em seu interior.
Fumaça no interior de estabelecimentos onde funcionem caixas eletrônicos;
e) EM RESIDÊNCIAS
Veículos parados de forma suspeita (mal estacionados, com portas abertas e
condutor aguardando ao volante);
Portões e portas da casa, abertos;
Pessoas carregando objetos (aparelhos eletrônicos, como televisão, som,
computadores, etc.) para dentro de veículos ou mesmo transportando-os a pé para fora da
casa;
Gritos ou outros sons suspeitos vindos de dentro da casa;
Pessoas em atitude suspeita, paradas na entrada da casa ou próximas a ela;
f) EM ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS
Antes de efetuar a parada no estabelecimento comercial, observar a
movimentação nos arredores, bem como no seu interior, visando evitar que a guarnição seja
surpreendida pela atuação de criminosos que lá estejam cometendo infrações penais;
Ao atender uma ocorrência em estabelecimento comercial, deve a guarnição
desembarcar da viatura e posicionar-se estrategicamente, enquanto o motorista estaciona a
viatura;
Havendo necessidade de compra de algum material (tais como água, lanche,
pilha, etc.) por parte da guarnição, apenas um policial deverá adentrar ao estabelecimento
comercial, ficando os demais fazendo a segurança externa.
No interior do estabelecimento comercial, e mesmo após os cuidados na chegada,
a guarnição deve permanecer atenta à segurança e sem tomar distância excessiva da
viatura, mantendo contato visual com a mesma e com a porta de entrada do
estabelecimento;
Evitar mais de uma viatura em um mesmo estabelecimento, salvo para o
atendimento de ocorrência;
A guarnição motorizada deve buscar conhecer a rotina dos estabelecimentos
comerciais de sua área de atuação, a fim de poder constatar qualquer anormalidade
aparente em seu funcionamento.
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g) EM HOSPITAIS
Ao chegar a um hospital e for observado um número excessivo de viaturas, o
responsável pela guarnição deve apenas verificar se há necessidade de apoio à guarnição
responsável pela ocorrência (arrolamento de testemunhas, localização de vítimas,
preservação do local do fato, etc.) em não se fazendo necessário, retira-se em seguida;
Não se aglomeram policiais no pronto socorro, pois, normalmente, acabam por
atrapalhar as equipes médicas (os policiais passam a conversar alto sobre outros assuntos;
passam a parabenizar os colegas pela ocorrência - atitudes estas que chamam a atenção
dos civis, e dão conotação negativa ao serviço policial).
h) EM ESTABELECIMENTOS PÚBLICOS
O motorista não deve parar a viatura em local que possa atrapalhar a entrada e
saída de outros veículos;
O Comandante de guarnição deve sempre procurar a autoridade ou os agentes
responsáveis pelo local;
O relacionamento com os funcionários deve ser profissional e amistoso;
Em qualquer local público os patrulheiros deverão evitar as brincadeiras entre si,
as gargalhadas desmedidas, as olhadelas indiscretas para mulheres e quaisquer outras
atitudes que demonstrem falta de postura e compostura.
lo legal e formalmente;
Sempre solicitar que seja oficiado e realizado Exame de Corpo de Delito, visando
resguardar a guarnição;
Jamais descuidar da segurança do preso enquanto este não for recolhido à
carceragem. Também deve manter-se vigilante para possíveis tentativas de fuga enquanto
estiver na Delegacia de Polícia;
Solicitar ao Delegado cópia do Auto de Exibição e Apreensão, desde que haja objetos
a serem apreendidos;
Após a elaboração dos autos, efetuar a leitura do seu depoimento e estando de
forma que não haja necessidade de repetir mensagens, devendo o patrulheiro, obrigatoriamente,
anotar o que foi transmitido;
Comunicações longas poderão ser transmitidas por outros meios (telefone ou mesmo
demais se calam;
Sempre que chamado via rádio pela Sala de Operações o Comandante de guarnição
responderá informando o local onde se encontra e a situação. Ex: “PB Av. João Pessoa com Av.
Ipiranga, situação S/N.” ou "40 na Av. Getúlio Vargas, proximidades da PUC, S/N.”;
Sempre entrar na escuta antes de transmitir para evitar interferência indevida nas
comunicações entre outros postos da rede. Por ocasião da entrada de serviço, deverá agir da
mesma forma, ligando o rádio e não modulando imediatamente, aguardando para fins de
verificação de existência de transmissões prioritárias ou urgentes;
Transmitir somente o que for estritamente necessário;
trânsito, não parando sobre calçadas e faixas de pedestres, na contramão da via pública, em fila
dupla, etc.;
A viatura sempre deve estacionar em condições de pronto deslocamento (com a
frente voltada para a rua, ou, quando paralela a guia da calçada, nunca entre dois veículos sem
que haja espaço para manobras rápidas de saída) para, em caso de emergência, sair com a
maior brevidade possível, atentando para a segurança própria, de outros veículos e pedestres;
As janelas da viatura que ficaram voltadas para o lado da via pública devem ser
fechadas;
Sempre deve haver um componente da guarnição próximo à viatura, o qual ficará
permanecido na escuta do rádio deverá informá-lo das novidades, exceto quando receber
comunicado urgente, situação em que deverá cientificá-lo de imediato, através de um breve
toque de sirene ou via celular, se for o caso;
Quando em locais onde não seja possível realizar o retorno, a exemplo de becos e
vielas, a viatura efetuará manobra de marcha à ré, com a guarnição desembarcada fazendo a
segurança e auxiliando o motorista na execução das manobras;
Toda parada e estacionamento deve ser feita em local que não impeça ou atrapalhe a
local que irá atrapalhar a entrada e saída de outros veículos ou em local destinado as viaturas da
delegacia;
Nunca descuidar da segurança do preso e dos equipamentos e armamentos;
Auto de Prisão em Flagrante, momento este que será dado ciência ao Auxiliar ou Oficial de
Serviço Externo do OPM;
A primeira pessoa a ser ouvida no auto de prisão em flagrante é o condutor (não
necessariamente quem efetuou a prisão, mas quem irá apresentar o preso ao Delegado de
plantão), seguido das testemunhas, da vítima e, por fim, do indiciado (art. 304 do CPP).
O motorista deve evitar dirigir acima do limite de velocidade, de modo que só exceda
este limite em casos estritamente necessários e plenamente justificáveis, a fim de que sejam
evitados acidentes automobilísticos que venham a ceifar a vida da guarnição, que é o bem mais
precioso para a instituição.
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Nunca se atira num veículo que está apenas tentando a fuga, nem mesmo
visando os pneus. A guarnição não deve esquecer que pode ser apenas um cidadão
dirigindo sem a CNH ou um usuário de entorpecente assustado. Mesmo que os ocupantes
atirem contra a guarnição, há a possibilidade da existência de reféns no veículo (no porta
malas ou mesmo no banco de trás), além de pedestres no entorno, que podem ser atingidos
pelos disparos. Na dúvida não se deve atirar, mas sim manter distância prudente e tentar
capturá-lo no cerco. Nunca é demais lembrar que o tiro feito num momento de tensão, do
interior de uma viatura em movimento é por demais impreciso e pode atingir uma terceira
pessoa;
Caso seja possível a realização do disparo, os componentes da guarnição devem
ter cuidado para não usarem o mesmo lado da viatura, evitando a possibilidade de acidente
de tiro. Lembrar, ainda, que a reação será sempre proporcional à agressão;
Caso o veículo suspeito provoque um acidente e prossiga na fuga, a guarnição
que faz o acompanhamento seguirá o fazendo, informará à Sala de Operações do ocorrido,
e esta solicitará outra viatura da área atenda a ocorrência;
Quando o veículo suspeito for abordado, os seus ocupantes receberão ordem
para desembarcar e, ato contínuo, deitar-se no solo, logo após serão presos, algemados e
revistados. Os feridos serão socorridos e os demais levados à Delegacia de Polícia da área
para autuação;
Jamais o patrulheiro deve acompanhar sozinho um suspeito em fuga, bem como
permitir que a viatura fique abandonada;
Homiziando-se o suspeito em matagal, a guarnição deve acionar imediatamente
os apoios necessários para o cerco e a busca, preservando ao máximo o local para a
utilização de cães de faro, caso seja possível dispor desse recurso;
No acompanhamento em áreas socialmente vulneráveis onde haja altos índices
de crime e violência ou locais similares, a guarnição deverá aguardar a chegada do Oficial
responsável pelo serviço ou o que tenha a responsabilidade territorial, para só após adotar
as demais providências e, caso seja decidido por incursionar, atentar para a progressão com
cautela e a máxima segurança possível, utilizando-se de cobertas e abrigos (cuidado
também com relação a buracos, valas, dobras do terreno, erosão, buracos, etc.,
principalmente à noite);
Via de regra, a retirada de algemas de pessoa presa deve ser feita somente na
Delegacia de Polícia;
As algemas serão empregadas em pessoas violentas ou quando houver a
potencial probabilidade de que pessoas calmas tornem-se violentas, o que pode ocorrer,
principalmente, se estiverem sob efeito de substâncias tóxicas ou alcoolizadas;
A necessidade do uso de algemas se justifica quando houver resistência por parte
do preso, quando haja fundado receio de que este irá tentar fugir, bem como quando o
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preso expuser a perigo a própria integridade física, de terceiros ou dos policiais. Ocorrendo
uma dessas situações é lícito o uso de algemas, desde que policial justifique a medida por
escrito. Se assim não fizer, o policial poderá sofrer responsabilização disciplinar, cível e
criminal, assim como a prisão poderá ser anulada, além de haver a possibilidade de o preso
pleitear a responsabilização do Estado. Tal entendimento está concretizado na Súmula
Vinculante nº 11 do Supremo Tribunal Federal (STF).
O uso da sirene serve para proporcionar prioridade de trânsito, devendo ser
utilizada apenas em casos de emergência, nos limites do estabelecido pelo Código de
Trânsito Brasileiro. Em qualquer outra situação deverá haver justificativa plausível para o
seu uso. Ao se aproximar do local do fato delituoso a sirene deve ser desligada, a fim de se
evitar fuga do delinquente.
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Administrativo. São Paulo. Celso Bastos
Editora, 2002.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro. 16ª Ed. São Paulo.
Forense, 1992.