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FACULDADE DA POLÍCIA

MILITAR DE SANTA CATARINA


CURSO DE FORMAÇÃO DE CABOS

TÓPICOS DE
TÉCNICAS ELEGISLAÇÃO
OPERAÇÕES
DE POLÍCIA OSTENSIVA
INSTITUCIONAL
CORONEL PM JARDEL CARLITO DA SILVA
@ 2022. TODOS OS DIREITOS DE REPRODUÇÃO SÃO RESERVADOS À POLÍCIA MILITAR DE
SANTA CATARINA. SOMENTE SERÁ PERMITIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL DESTA PUBLI-
CAÇÃO, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Edição, Distribuição e Informações:


Faculdade da Polícia Militar de Santa Catarina - FAPOM
Diretoria de Instrução e Ensino. Educação a Distância - DIE/EAD
Av. Me. Benvenuta, 265 - Trindade, Florianópolis - SC, 88035-001
www.pm.sc.gov.br

FICHA TÉCNICA

POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA - PMSC


COMANDANTE GERAL - Coronel PM Marcelo Pontes
SUBCOMANDANTE - Coronel PM Evandro de Andrade Fraga
CHEFE DE ESTADO MAIOR - Coronel PM Jardel Carlito da Silva

FACULDADE DA POLÍCIA MILITAR - FAPOM


ACADEMIA DA POLÍCIA MILITAR DA TRINDADE - APMT
DIRETOR GERAL - Coronel PM Ricardo Alves da Silva
CHEFE DIVISÃO DE ENSINO - Tenente-coronel PM Alfredo Schuch

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD


CHEFIA - Tenente Coronel PM Alexandre Alberto Kleine
SECRETÁRIA EAD - 2º Sargento PM Lucélia Eler
PEDAGOGA - Juliana Costa Müller
DESIGNER EDUCACIONAL - Arice Cardoso Tavares
DESIGNER GRÁFICO - Mayara Atherino Macedo

EQUIPE DE ELABORAÇÃO
AUTOR - Coronel PM Jardel Carlito da Silva
PROJETO GRÁFICO - Mayara Atherino Macedo
DIAGRAMAÇÃO - Fábio Luiz Raulino e Mayara Atherino Macedo
DESIGN EDUCACIONAL - Grayce Lemos
REVISÃO TEXTUAL E GRAMATICAL - Vera Lúcia Andrade Bahiense

EADFEV2022
Sumário
Minicurrículo do Professor4 Níveis de risco da ocorrência Situações de abordagens por
47 níveis76
Capítulo 1 RESUMO49 RESUMO82
PREPARAÇÃO PARA O
SERVIÇO
Capítulo 3 Capítulo 6
Introdução6 TÉCNICAS DE BUSCA POLICIAMENTO
PESSOAL E USO DE OSTENSIVO MOTORIZADO
Da condição mental, física e
ALGEMAS
técnica7 Procedimentos operacionais
Busca pessoal52 da
Condição mental8
Modalidade de busca pessoal guarnição 84
Condição física9 55 Policiamento ostensivo
Condição técnica10 Técnicas de busca pessoal56 motorizado diurno87

Do fardamento11 uso de algemas59 Policiamento ostensivo


motorizado noturno90
Os policiais militares fardados Técnicas de uso de algemas
12 61 Uso da lanterna92

Dos equipamentos15 RESUMO64 Técnicas de empunhadura de


lanterna95
Das viaturas16
Capítulo 4 Abordagem de
RESUMO18 POLICIAMENTO pessoa a pé96
OSTENSIVO A PÉ
Abordagem veicular –
Capítulo 2 Policiamento automóvel97
TÉCNICAS POLICIAIS ostensivo a pé67
PRELIMINARES Abordagem a
Procedimentos gerais68 motocicleta101
Comunicação21
RESUMO71 Abordagem em ônibus106
Verbalização22
Procedimentos108
Conceitos táticos24 Capítulo 5
ABORDAGEM POLICIAL Acompanhamento ou
Uso progressivo da força41
perseguição de veículo
Abordagem policial73
Pirâmide de emprego da suspeito110
força42 Requisitos da abordagem74
Condução de preso em
Uso letal da força46 Princípios da abordagem75 viatura114
Sumário
RESUMO118 Variáveis psicológicas patrulha urbana159
das competições
Atividades críticas162
desportivas136
Capítulo 7
ABORDAGEM EM Erros a serem evitados162
Tumultos e distúrbios139
EDIFICAÇÕES RESUMO163
Conduta do
Abordagem em Edificações: policiamento140
combate em ambiente Capítulo 11
confinado122 RESUMO142 CONTROLE DE
DISTÚRBIO CIVIL
Técnicas De Entrada126
Capítulo 9
Entrada limitada BARREIRA POLICIAL Controle de
israelense127 distúrbio civil165
Conceito e objetivos144
Entrada cruzada127 Funções do Pelotão de
Efetivo145 Choque166
Entrada em gancho128
Execução148 Formações do pelotão
RESUMO129 de choque168
Atividades críticas151
Formações básicas169
Capítulo 8 Erros a serem evitados152
OPERAÇÕES DE POLÍCIA Formação ofensiva – linha
RESUMO153
OSTENSIVA 170

Capítulo 10 Atuação da tropa de área nos


Policiamento em praças movimentos sociais171
PATRULHA URBANA
desportivas131
PATRULHA URBANA155 Acompanhamento dos
Missão geral132 Movimentos Sociais172
Tipos de Patrulha156
Missão específica133 Linha de contenção nos
Funções do efetivo157 movimentos sociais173
Armamento da tropa134
Tipos de progressão158 RESUMO175
Postos de policiamento
em praças desportivas135 Sequência das ações para REFERÊNCIAS176
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR
Graduação
Curso de Formação de Oficiais, PMSC.
Bacharel em Administração de Empresas, UNIVILLE.

Especialização
Polícia Comunitária, UNISUL.
Administração da Segurança Pública, UNISUL.
Curso de Altos Estudos em Política e Estratégia, PMSC.

Cursos de Formação
Curso de Socorro Pré-Hospitalar, PMSC.
JARDEL CARLITO DA SILVA Curso de Operações RAID, 8º BPM.
CORONEL PM
Curso de Táticas Policiais 8º BPM.
Chefe do Estado Maior
Curso de Segurança de Dignitários, Polícia Federal.
Curso de Táticas Avançadas de Combate Urbano.
Instrutor das disciplinas:
Curso de Especialização e Comando em Policiamento
Técnicas de Polícia Ostensiva
Ambiental, CPMA.
e Operações de Polícia
Ostensiva, nos Cursos de
Formação de Soldados,
Curso de Formação de
Cabos, Curso de Formação
de Sargentos e Curso de
Formação de Oficiais, no
Centro de Ensino da Polícia
Militar, desde o ano de 2003.
CAPÍTULO 1

PREPARAÇÃO PARA
O SERVIÇO

Imagem: PMSC
Imagem: PMSC
INTRODUÇÃO
Neste capítulo, trataremos sobre a apresen-
tação pessoal, as condições mentais, físicas
e técnicas necessárias ao policial militar para
o exercício de suas atribuições constitucio-
nais, perpassando temáticas como os cui-
dados com o fardamento, os equipamentos
de proteção individual e coletiva, bem como
sobre os procedimentos quando da assun-
ção da viatura.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 1 7


PREPARAÇÃO PARA O SERVIÇO • DA CONDIÇÃO MENTAL, FÍSICA E TÉCNICA

DA CONDIÇÃO MENTAL,
FÍSICA E TÉCNICA

Para a execução das diversas mis- suas atribuições constitucionais, per-


sões que lhe são afetas, os policiais passando temáticas como os cuidados
militares necessitam de uma boa pre- com o fardamento, os equipamen-
paração para a assunção do serviço. tos de proteção individual (EPEI) e
Sendo assim, aqui trataremos sobre a coletiva (EPC), bem como sobre os
apresentação pessoal, as condições procedimentos quando da assunção
mentais, físicas e técnicas necessárias da viatura.
ao policial militar para o exercício de

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 1 8


PREPARAÇÃO PARA O SERVIÇO • CONDIÇÃO MENTAL

CONDIÇÃO MENTAL

A exposição diária a situações adversas,


violência, falta de condições de traba-
lho, risco de vida e até mesmo à falta de
reconhecimento da sociedade, faz com
que os policiais militares, muitas vezes,
sofram de estresse e tenham sua saúde
mental abalada.

O exercício da atividade policial exige


do policial militar uma conduta técnica,
fundamentada no respeito às leis e ao
cidadão, bem como perfeito equilíbrio
emocional, sendo estes requisitos de
uma boa condição mental.

A Polícia Militar de Santa Catarina deve


garantir a saúde mental de seus inte- boa noite de sono antes de assumir o
grantes através da disponibilização de serviço, evitar ingerir bebidas alcoólicas
serviço de atendimento psicológico, do no dia anterior ao seu turno de serviço.
incentivo à atividade física e, também, Afinal, o cansaço, o sono e o álcool são
da valorização do policial militar. Porém, elementos que podem vir a causar al-
há a necessidade da contrapartida do terações comportamentais e prejudicar
policial militar, que deve praticar exer- sua capacidade de reação e raciocínio,
cícios físicos regularmente, respeitar colocando sua vida e a de terceiros em
seus períodos de descanso, tendo uma risco

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 1 9


PREPARAÇÃO PARA O SERVIÇO • CONDIÇÃO FÍSICA

CONDIÇÃO FÍSICA
A atividade física visa trabalhar dire-
tamente na melhoria de um conjunto
de atributos relacionados ao dia a dia,
Dessa maneira, estando bem prepara-
do, o policial terá maiores condições
de decisão no momento de atender as
ocorrências que lhe são solicitadas.

O policial militar deve compreender que


necessita manter permanentemente
as condições físicas adequadas para
o bom desempenho de suas funções,
levando em consideração que a ativi-
dade física deve ser exercitada não só
durante o seu curso de formação, mas
também como uma rotina diária, a fim
de lhe proporcionar a condição adequa-
da para o atendimento das ocorrências.

O atendimento de ocorrências pode exi- Corridas de longa duração são raras na


gir um grande esforço físico, que pode atividade policial, porém o condiciona-
se traduzir no uso de força física para mento aeróbico é essencial para manter
conter um suspeito (condicionamento o policial militar preparado, para longas
anaeróbico) ou em uma corrida intensa patrulhas ou até mesmo para a rotina
e curta para capturar um suspeito. desgastante do serviço.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 1 10


PREPARAÇÃO PARA O SERVIÇO • CONDIÇÃO TÉCNICA

CONDIÇÃO TÉCNICA

Para o desenvolvimento
da atividade policial
militar se exige, além da
condição mental e física
do profissional de segu-
rança pública, uma boa
condição técnica, que se
traduz no conhecimen-
to das técnicas e táticas
policiais militares e na
habilidade de trabalho
com os mais diversos
tipos de equipamentos,
seja de segurança ou
de tecnologias policiais
Imagem: PMSC

(armamentos letais ou
não letais, PMSC Mobi-
le, algema, tonfa etc.).

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 1 11


Imagem: PMSC
DO FARDAMENTO

Parece básico e desnecessário falar Corporação, identificando o ânimo


sobre a apresentação pessoal e pre- profissional e entusiasmo pela carreira.
paração do uniforme para o serviço Dessa forma, a apresentação pessoal
policial militar a alunos-cabos, mas do policial militar deve ser impecável,
vamos fazer um breve estudo sobre a pois reflete a imagem da Corporação.
Diretriz de Procedimento Permanente Ao se apresentar para o serviço, o poli-
nº 021/11/CMDG. cial militar deve estar com a barba bem
feita, coturno/sapato engraxado e po-
O capricho e o zelo com as peças do lido, fardamento limpo e bem passado,
uniforme e sua apresentação pessoal cinto e coldre bem ajustados à cintura,
demonstram o respeito e o amor à metais polidos e higiene adequada.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 1 12


PREPARAÇÃO PARA O SERVIÇO • DO FARDAMENTO

Os policiais militares fardados

Devem sempre estar com o


uniforme (bem apresentável),
botas/sapatos e peças metálicas
do fardamento limpos.

Não devem utilizar o uniforme


excessivamente justo.

Devem utilizar a cobertura


quando em ambiente externo
(fora de edificações) e quando
em serviço.

Somente poderão utilizar tintu-


ras no cabelo em tons naturais.

Quando portarem aparelho de


telefonia celular deverão acomo-
dá-lo de forma discreta.

Ao utilizarem óculos de qualquer


natureza (de sol ou de grau)
deverão valer-se de modelos
cuja armação seja na cor preta
ou prateada, em dimensões dis-
cretas, com lentes na cor branca,
marrom, verde ou fumê, sendo
proibidas lentes espelhadas.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 1 13


PREPARAÇÃO PARA O SERVIÇO • DO FARDAMENTO

Quando portarem óculos, mas Poderão, nos termos do regula-


estes não estiverem sendo mento de uniformes, utilizar som-
utilizados, deverão mantê-los brinha ou guarda-chuva.
presos à camisa ou camiseta, na
parte central da frente, junto ao É vedado o uso de tatuagem em
primeiro botão ou espaço equi- qualquer parte do corpo que faça
valente. Fica proibido portá-lo apologia: a ideologia terrorista ou
na abertura do bolso destinada extremista contrária às instituições
à caneta, no cinto de guarnição, democráticas; violência ou que
sobreposto na cobertura, na faça apologia à criminalidade; ideia
testa ou nos cabelos. ou ao ato libidinoso; intolerância
por preconceito de raça, credo,
Poderão conduzir bolsas, mo-
sexo ou origem; ofensas às Policias
chilas, pastas e equivalentes
Militares, Forças Armadas, ao
em tons com predominância
decoro militar, bons costumes e
nas cores preta ou marrom,
em proporções adequadas ao aos valores e deveres éticos dos
porte pessoal, observando a integrantes da Corporação; ou ato
forma de condução adequada ofensivo aos direitos humanos.
ao fardamento que estiver
trajando: - suspensa segura pela
mão ou a tiracolo com o 3º e 4º
uniformes; presa às costas (no
caso de mochila) somente com
o uniforme operacional, exceto
quando estiver de serviço.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 1 14


PREPARAÇÃO PARA O SERVIÇO • DO FARDAMENTO

Os policiais militares masculinos fardados:

1. devem usar o cabelo cortado no 2. devem usar o bigode aparado no


padrão aparado baixo, devidamen- limite dos lábios, a barba raspada e
te penteado, costeletas aparadas as unhas curtas;
(no máximo 1,5 cm a partir da
curvatura superior da junção da 3. é autorizado o uso de anéis, pulsei-
orelha com a cabeça); ras e “correntes de pescoço”, desde
que eles sejam discretos.

As policiais militares femininas fardadas:

1. deverão usar os cabelos nos pa- 2. poderão usar maquiagem, po-


drões curto (rente à nuca), médio rém deverá ser sempre em tons
(somente para cabelos lisos, sem discretos;
ultrapassar a altura da gola da
camisa da farda) ou longo (presos 3. deverão manter as unhas sempre
em coque com rede, trança única aparadas e curtas, sendo opcional
ou preso na altura da nuca (tipo o uso de esmalte;
“rabo de cavalo”), sendo que os
4. poderão usar anéis, pulseiras,
grampos e a rede, quando utiliza-
correntes e brincos (desde que
dos, devem ser na cor do cabelo
pequenos e discretos), sendo que
ou mais próxima dele. No caso de
se tiverem pedras, essas deverão
cabelos longos, observar:
ser pequenas. É proibido o uso
• em serviço administrativo de tatuagens, piercings ou outros
ou operacional: coque baixo, adereços aparentes;
trança única ou preso na
5. deverão estar sempre com as
altura da nuca;
pernas depiladas e, quando da
• em situações sociais: preso utilização de uniformes com sapa-
em coque, podendo, em tos, utilizar meias finas, sem brilho
situações de gala variar para e da cor da pele (exceto quando
penteado preso discreto; for o 1° uniforme – Gala e Gala
Cadete, que a cor será de acordo
• na prática desportiva: presos com o prescrito no RUPMSC).
na altura da nuca.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 1 15


PREPARAÇÃO PARA O SERVIÇO • DOS EQUIPAMENTOS

DOS EQUIPAMENTOS

Atualmente, boa parte dos policiais durante o dia; e, b) luvas de látex, a fim
militares possuem o kit policial militar, de fazer revistas em suspeitos ou locais
que é composto por: cinto com coldre, com pouca higiene.
colete balístico, pistola .40, munições,
espargidor de gás pimenta, algema com Os equipamentos coletivos a serem
chave, porta tonfa e tonfa. Aqueles que utilizados durante o serviço, devem ser
ainda não o possuem, devem se armar selecionados de acordo com a natureza
e equipar nas reservas de armamento do serviço a ser executado e a pecu-
dos quartéis onde trabalham. Ressal- liaridade da missão, das habilitações
ta-se que é necessário antes do início requeridas ao uso do equipamento,
de cada serviço proceder à verificação observando o que diz a diretriz perma-
de funcionamento dos equipamentos, nente nº 35/2011/CMDOG. Assim, o
como: a) verificar a validade e condi- policial militar deve analisar a necessi-
ções das placas do colete balístico, lote dade de arma longa e qual tipo (fuzil,
das munições e do espargidor de gás CTT .40, calibre 12), faca/facão, muni-
pimenta; b) verificar a limpeza e siste- ção ou algemas extras, colete refletivo,
ma de funcionamento do armamento; cones, bafômetro, escudo, aríete etc.
c) verificar se a algema está fechando/
travando e se está com as chaves da
mesma; e, d) verificar se o coldre está

Imagem: ACISBS / panoramasbs.org.br


bem afixado ao cinto, se possui as
presilhas de fixação ao cinto da calça,
se a fivela está integra. Há, ainda,
equipamentos que não fazem parte do
kit policial, mas que são essenciais ao
serviço, como: a) lanterna - essencial
no serviço noturno e muito útil mesmo

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 1 16


Imagem: PMSC
DAS VIATURAS

A assunção de serviço no policiamen- na viatura, a seleção e preparação dos


to ostensivo motorizado constitui equipamentos necessários ao desem-
momento de suma importância para penho das atividades.
o êxito do mesmo. É quando se fará
a transmissão de informações prove- Na guarnição de serviço existem res-
nientes do turno anterior, se receberá ponsabilidades afetas ao motorista e ao
as diretrizes do policiamento do dia, patrulheiro que ficam definidas pelas
se fará a vistoria de primeiro escalão situações expostas na sequência.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 1 17


PREPARAÇÃO PARA O SERVIÇO • DAS VIATURAS

1. Ao motorista que sai de SISP Móvel do aplicativo


serviço: transmite todas da PMSC e entregar o kit
as alterações relativas à PMSC Mobile com o tablet
viatura e ao motorista ligado e deslogado, ao
seguinte; providencia a patrulheiro que assume o
limpeza da viatura; acom- serviço.
panha o motorista que
entra de serviço na visto- 3. Ao motorista que assume
ria de primeiro escalão na o serviço: realiza a manu-
viatura. tenção de primeiro esca-
lão na viatura, acompa-
2. Ao patrulheiro que sai de nhado do motorista que
serviço: solicita permissão deixa o serviço; faz cons-
ao Comandante do poli- tar qualquer alteração no
ciamento para deslocar relatório de serviço.
ao local da passagem de
serviço; transmite todas as 4. Ao patrulheiro que assu-
alterações, informações e me o serviço: seleciona e
ordens relativas ao serviço prepara os equipamentos
ao patrulheiro que assume de uso coletivo, de acor-
o serviço; retira todos os do com a natureza do ser-
equipamentos de uso cole- viço; cadastra a guarnição
tivo da guarnição e entrega PM e a viatura na CRE/
no setor responsável; co- COPOM, tornando-a
munica o término do turno disponível para o serviço.
de serviço à CRE/COPOM; Logar o PMSC Mobile e
e, se trabalha com o PMSC todos os seus aplicativos.
Mobile, deve deslogar do
Imagem: Freepik

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 1 18


CAPÍTULO 1

RESUMO

Preparar-se para o serviço, damente antes de assumir seu


exige dedicação e disciplina, turno de serviço, evitando a
por parte dos policiais militares, ingestão de bebidas alcoólicas
na observação dos detalhes e excesso de trabalho em ativi-
imprescindíveis para uma boa dades extra corporação, afinal,
apresentação pessoal e com- o cansaço, o álcool podem
portamentos que se traduziram gerar uma situação de estresse
na transmissão da sensação de que influenciará na capacidade
segurança a sociedade. de reação e decisão do policial
militar.
No capítulo 1, vimos os tópicos
elencados a seguir. • Condição Física: a PMSC
deve oportunizar espaço
• Condição Mental: a PMSC para atividade física aos poli-
deve garantir a saúde mental ciais militares, mas é respon-
de seus integrantes através da sabilidade do policial militar
disponibilização de serviço de buscar o condicionamento
atendimento psicológico, do adequado, a fim de suportar
incentivo à atividade física e o desgaste e a fadiga de-
através da valorização do poli- correntes do serviço policial
cial militar. Já o policial militar, militar.
necessita descansar adequa-

19
• Condição Técnica: à PMSC • Equipamentos: no serviço
cabe o treinamento e capaci- diário, o policial militar deve
tação do efetivo. Ao policial portar os equipamentos
militar, cabe a seleção ade- de proteção individual
quada do equipamento para constantes do kit policial
o cumprimento das missões militar, acrescido de outros
diárias, de acordo com sua necessários à rotina diária ou
habilitação nos armamentos missões a serem cumpridas.
e equipamentos.
• Viaturas: a passagem de
• Fardamento: a apresentação serviço entre as guarnições
pessoal demonstra o respei- de uma viatura não constitui
to e o amor à Corporação, uma simples passagem das
devendo o policial militar chaves à próxima guarnição.
atentar ao que consta no É o momento em que se
Regulamento de Uniformes transmite todas as alterações
da PMSC. A apresentação do serviço anterior e as mis-
pessoal do policial militar sões a serem executadas no
deve ser impecável, devendo turno; a manutenção e vis-
se apresentar com a barba toria da viatura, bem como a
bem feita, coturno/sapato escolha dos equipamentos a
engraxado e polido, farda- serem utilizados.
mento limpo e bem passado,
cinto e coldre bem ajustados
a cintura, metais polidos e
higiene adequada.

20
CAPÍTULO 2

TÉCNICAS POLICIAIS
PRELIMINARES

Imagem: PMSC
COMUNICAÇÃO

Imagem: PMSC
A comunicação por gestos ou sina- A comunicação por gestos, assim
lização tática como alguns chamam, como a verbalização, deve ser clara,
não é técnica a ser aplicada exclusi- concisa e exagerada, levando-se em
vamente a times táticos ou grupos consideração a visibilidade, a dis-
de operações especiais, mas sim a tância e o ânimo dos policiais. Uma
todas as guarnições policiais quando gesticulação tímida pode se tornar
a situação exige disciplina de ruídos duvidosa para o outro policial e levá-
e não podemos verbalizar, usar rádios -lo a interpretação errônea.
comunicadores ou mesmo o aparelho
de celular na comunicação. Quando o policial militar for se comu-
nicar por sinais, deve usar a mão fraca
Sempre que a guarnição policial e de forma alguma deve desviar sua
estiver envolvida em uma ação ou atenção olhando para o outro policial
operação policial e não puder ter sua com quem quer se comunicar. Deve
localização revelada, a comunicação manter a atenção no perigo imediato
por gestos deve ser empregada. ou caminho a ser seguido (objetivo).

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 22


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • VERBALIZAÇÃO

VERBALIZAÇÃO
• gestos: quando a ação exigir silêncio
absoluto; e,

• voz: através da verbalização alta e


clara da ordem ou orientação.

A forma mais comum associada à


verbalização no meio policial se dá
quando há a necessidade de se emitir
ordens a um cidadão. Nesse caso, o
policial deve emitir a verbalização de
forma clara, firme e objetiva, sempre
iniciada com a palavra POLÍCIA e uma
ORDEM indicativa da ação desejada.
A verbalização deve ser constante entre
Por exemplo:
os integrantes da guarnição policial,
principalmente no atendimento de ocor-
“ POLÍCIA, PONHA AS MÃOS NA
rências, quando a informação das in-
tenções de cada policial deve ficar bem CABEÇA... VIRE-SE DE COSTAS...”
clara e qualquer anormalidade visuali-
“ POLÍCIA, LARGUE A ARMA...
zada deve ser externada aos membros
AFASTE-SE DA ARMA E DEITE NO
da guarnição. A verbalização pode ser
CHÃO...”
realizada através da comunicação por:

• rádios: havendo o equipamento, A verbalização não deve ser confundida


proporciona agilidade nas comu- com gritaria, repetições e uso de gírias
nicações que podem ser transmi- que, ao contrário do efeito previsto,
tidas a um grande contingente, pode confundir os suspeitos e os ou-
simultaneamente; tros policiais.
Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 23
TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • VERBALIZAÇÃO

A Polícia Militar de Santa Catarina “Senhor(a), esta ocorrência está sen-


utiliza câmeras individuais com o obje- do gravada por câmera policial!”
tivo de registrar as interações entre o
policial militar e o cidadão, durante o Havendo a prisão do cidadão, o
atendimento de ocorrências policiais, policial militar, obrigatoriamente, de-
abordagens, operações e eventos. Caso verá dar a “voz de prisão” ao cidadão,
o policial esteja fazendo uso da câme- verbalizando:
ra, deverá ter atenção especial à ver-
balização, pois será necessário deixar “Eu sou ... (Posto/ graduação e nome)
claro ao cidadão que a ocorrência está e o Senhor (a) está preso pelo crime
sendo filmada, alertando: (descrever a infração penal/mandado
de prisão), tendo o direito de perma-
“Senhor(a), esta ocorrência está sen- necer em silêncio.
do gravada por câmera policial!”
No caso de apreensão de menor:
Se tal procedimento na ocorrência Eu sou ... (Posto/ graduação e nome),
representar risco indevido ao policial, e o senhor (a) está sendo apreendido
risco de morte a outrem ou for ina- pelo ato infracional (descrever o ato
dequado dada as circunstâncias, por infracional/mandado de prisão), tendo
demandar resposta imediata do policial o direito de permanecer em silêncio.
militar (uso de força, prisão de agente)
e não sendo possível a verbalização
inicial, após a contenção da ocorrência,
deverá ser informado:

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 24


Imagem: PMSC
CONCEITOS TÁTICOS
P E R I G O I M E D I ATO

É o ponto, local ou situação em um ambiente e verificar pontos não visíveis


ambiente onde existe a maior probabili- na observação direta, pois de lá pode
dade de surgir uma ameaça física contra surgir uma ameaça: a) se há pessoas ou
o policial. animais no ambiente que representem
risco; e, b) se há pessoas com armas ou
A identificação do perigo imediato é objetos e seu real potencial de gerar
fundamental para o policial decidir ferimento ou morte. Seu deslocamen-
aonde ir e o que fazer. Dessa forma, é to, ação de busca ou reação deve ser
importante saber que ao chegar numa prioritariamente no perigo imediato
ocorrência o policial deve observar o identificado.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 25


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

P O S T U R A TÁT I C A

É a postura corporal do policial em si-


tuações de risco, estando em condições
de oferecer resposta imediata a uma
agressão física. O policial militar, em
situação de normalidade ou no atendi-
mento de ocorrências de nível-I, deve
manter sempre uma posição de expec-
tativa ou entrevista, que se traduz na
postura tática, sem empunhadura de
arma. Deve manter sempre a postura
de “caçador e não de caça”.

Estando o policial militar empu-


nhando arma de fogo, deve ado-
tar uma das posições da página a
seguir.

Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 26


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

Posição 1 ou Posição SAS:

Arma empunhada junto ao corpo,


cano levemente direcionado para
baixo, usada em composições de
filas, durante as abordagens.

Posição 2 ou Posição Pronto Baixo:

Arma empunhada com o cano


voltado para baixo (ângulo apro-
ximado de 45º em relação ao
corpo), usada em deslocamentos,
varreduras e abordagens.

Posição 3 ou Posição Pronto Emprego:

Arma empunhada ao nível dos


olhos (pouco abaixo, evitando
visão de túnel), paralela ao solo,
usada em deslocamentos, varre-
duras e abordagens.
Imagens: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 27


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

Em todas as posições descritas, o po-


licial militar deverá empunhar a arma O dedo indicador da mão forte
com o dedo fora do gatilho (reto), so- deve ser mantido fora do ga-
mente posicionando o dedo no gatilho tilho, estendido, em contato
no momento do disparo, independente- com a armação da arma, sendo
mente da quantidade e tipos de dispo- direcionado ao gatilho apenas
sitivos de segurança da arma. no momento do disparo.

Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 28


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

A postura tática do policial exige ainda um comporta-


mento disciplinado de controle de armas baseado em
três princípios elencados a seguir.

1 2 3

Terceiro Olho Visão de Túnel Controle de armas

A arma sempre acom- É uma constrição do Controle da arma:


panha a direção do campo visual que sempre desviar o
olhar do policial, que resulta na perda da cano da arma da
manterá os dois olhos visão periférica. Para direção de pessoas
abertos. evitar a visão de túnel, não suspeitas ou de
o PM deverá olhar por outros policiais.
cima da arma, mesmo
quando empunhada
na altura dos olhos,
evitando fechar
um dos olhos, pois
restringirá a área de
cobertura.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 29


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

CONTROLE DE ÁREA

Durante deslocamentos, entradas, 3. Disciplina de ruídos: deve se


varreduras e outras ações de risco, manter o silêncio como forma de
o policial deve estar em condições
aumentar a percepção do am-
de dominar completamente a área
biente.
ou ambiente em que se encontre
presente. É uma responsabilidade
individual e coletiva que poderá co-
4. Audição de túnel: é uma redução
locar em risco a sua vida e a de seus
companheiros. da capacidade auditiva gerada
pelo estresse da ocorrência, difi-
O controle de área compreende o cultando o processo de comuni-
domínio total do ambiente através
cação entre os policiais militares.
dos pontos que seguem.
Este fenômeno é observado
1. Proteção 360º: todos os lados de- normalmente em conjunto com a
vem estar dominados. Visão de Túnel e acontece quan-

2. Pontos distantes: os locais mais do o policial militar está focado


profundos, elevados ou distantes no evento crítico e não consegue
devem ser observados. ouvir “mais nada”.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 30


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

CONE DA MORTE

O nome “cone da morte” (também sua posição. Devemos saber, ainda,


conhecido como funil fatal ou cone que durante o patrulhamento notur-
fatal) é decorrente do local de maior no em áreas de risco ou no atendi-
probabilidade de atrair disparos mento de ocorrências, devemos evi-
contra os policiais. Geralmente, os tar proteções logo abaixo de luzes de
cones da morte são locais lógicos postes, pois o policial pode ser visto
de entrada ou presença de policiais. com facilidade e se tornar um alvo.
Observa-se, também, que poderá
decorrer da silhueta e da faixa de Outros exemplos de cone da morte
luz projetada por uma abertura. As são: corredores, escadas, becos (pela
portas e corredores são os locais em dificuldade de encontrar proteções);
que os agressores estarão atentos interior da própria Vtr PM (nos patru-
para reagir contra a entrada de poli- lhamentos em áreas de risco ou locais
ciais, fazendo a visada e tiros naquela que possam vir a servir de emboscada
direção. Dessa forma, o policial não para a guarnição policial. Os policiais
deve se expor no vão livre dessas devem desembarcar e patrulhar a pé,
aberturas, devendo fazer a passagem pois entrando com a viatura, esta se
por eles de forma rápida, com uso de tornará alvo fácil para disparos). O es-
técnicas de varredura e, se possível, cudo balístico numa situação de Com-
sob cobertura de um parceiro. bate em Ambiente Fechado – CQB (o
único cone da morte que favorece o
Um cuidado especial que o policial policial, pois a tendência dos disparos
deve ter é em relação ao posiciona- que sejam direcionados ao escudo
mento do sol ou luz artificial às suas balístico). A formação “High-Low” é
costas, evitando a projeção da sua ideal para progressão em corredores e
sombra no ambiente, denunciando becos.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 31


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

Exemplos de Cone da Morte


Fonte: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 32


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

PROGRESSÕES equilíbrio do corpo e a estabilidade


da arma no caso de necessidade de
São os deslocamentos em uma área efetuar um disparo.
urbana ou rural, em situação que ofe-
reça risco ou não. Deve ser feita usan- • Deslocamento a Retaguarda: é exe-
do o conceito do controle de área e do cutada fazendo o movimento inverso
uso constante de proteções (abrigos). do deslocamento frontal, colocando
primeiro a ponta do pé e, depois, o
calcanhar. Neste deslocamento, o
policial deve fazer uso da visão peri-
férica, a fim de evitar obstáculos.
DICA
Os deslocamentos podem ser feitos
Realize um planejamento mental rá-
por lanços ou diretos, em velocidades
pido, a fim de responder as seguintes
variadas.
perguntas: Para onde vou? Por onde
vou? Como vou? Quando vou? • Velocidade de Cobertura: des-
locamento lento, progressivo,
Os deslocamentos táticos individuais usado em situações de terrenos
são os que seguem. desconhecidos.

• Deslocamento Frontal: também co- • Velocidade de Busca: deslocamento


nhecido por caminhada tática. Adote moderado, usado para domínio rá-
uma postura tática e, quando iniciar pido de um ambiente ou para atingir
o deslocamento à frente, mantenha um ponto predeterminado.
essa postura e plataforma de tiro. As • Velocidade de Assalto: deslocamen-
pernas devem ficar semiflexionadas, to rápido e direcionado, usado quan-
joelhos próximos, corpo levemente do a situação exige ação dinâmica.
inclinado para frente. A caminhada
ocorre colocando primeiro o calca- O policial não deve se deslocar sozinho
nhar no solo e, depois, a planta do e, durante os deslocamentos, os poli-
pé. Dessa forma, o policial mantém o ciais podem usar formações variadas.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 33


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

FORMAÇÕES

1. Em Coluna: um policial se posta atrás do


outro, mantendo a segurança à frente, flan-
co direções opostas e retaguarda.

2. Siamesa (em L e 180º): a siamesa em


“L”pode ser empregada em deslocamento
ou para manter a segurança estacionado,
1
sempre direcionado uma arma para frente,
e outra, lateralmente, de acordo onde se
supõe vir um perigo.

A siamesa 180º também pode ser empregada


em deslocamento ou para manter a seguran-
ça estacionado, um policial faz segurança à
frente e o outro, à retaguarda, mantendo o
armamento em condições de uso nas posi-
ções 2 ou 3.

3. High-Low: o ponta de vanguarda 1 desloca


em silhueta baixa tendo apoio de fogo do
2
ponta de vanguarda 2, que desloca em
pé, junto ao ponta 1. Também pode ser
executada com os policiais parados, com o
primeiro homem na posição de joelhos e o
segundo homem, de pé, ambos com as ar-
mas direcionadas à frente. Especial cuidado
Imagem: PMSC

deve existir pelo segundo homem, que


nunca deve deixar sua arma varrer a cabeça 3
ou qualquer parte do homem à frente.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 34


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

T É C N I C A S D E VA R R E D U R A

1. Tomada de Ângulo: consiste em abrir seu


campo visual, mantendo-se próximo da
proteção (abrigo) até um metro e meio apro-
ximadamente, porém evitando o “Efeito Imã”.
Isso fará com que domine a área não visua-
lizada, mantendo a proteção. Quanto maior
seu ângulo de abertura, maior a percepção
sem perder a proteção. A cobertura (gorro do
policial militar) não deverá ser preocupação
1
primordial, pois decorrente do posiciona-
mento frontal para o objetivo do policial
militar, a pala não denunciará sua presença.

2. Rápida Olhada: técnica utilizada quando não


for possível fazer a tomada de ângulo. Con-
siste em urna rápida jogada de cabeça para o
interior do local a ser varrido, retornando ime-
diatamente para o local de proteção. A arma
empunhada acompanha o movimento da
2 cabeça, pronta para o emprego, se necessário,
observando a técnica do 3º olho. Caso no
primeiro movimento você não consiga visua-
lizar o ambiente e identificar ou não ameaças,
deve mudar de posição para refazer a rápida
olhada.

3. Espelhos: consiste em usar um pequeno


espelho fixado em uma haste. É ideal para
Imagens: PMSC

situações de alto risco, como observar no


3 interior de móveis, buracos, sótão e outros
locais elevados.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 35


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS
Imagens: PMSC

O uso do terreno para se proteger é ocultação e aproximação furtiva dos


uma habilidade essencial, uma vez que policiais. Estas se dividem em abrigos e
em situação de confronto com arma de coberturas, conforme segue.
fogo, a melhor defesa é a imediata pro-
• Abrigo: é todo elemento no cenário
teção atrás de um abrigo ou cobertura
da ocorrência que lhe ofereça pro-
antes de atacar. Caso seja necessário
teção balística contra disparos. Ex.:
responder ao fogo, o policial deve fazer
vidro balístico, muro de pedra, bloco
se deslocando para uma proteção.
do motor da viatura, paredes de con-
Nunca deve permanecer em local des- creto etc.
protegido para responder ao fogo.
• Cobertura: é todo elemento no
As proteções podem ser compostas por cenário da ocorrência que permita
elementos naturais ou artificiais, equi- ocultar da linha de visão do suspeito
pamentos ou ambientes que ofereçam em relação ao policial militar, mas
segurança aos policiais militares contra que não oferece a proteção balística
possíveis agressões armadas. As prote- contra disparos. Ex.: porta da viatura,
ções também envolvem elementos que paredes de madeira, pequenas árvo-
possam contribuir para dissimulação, res ou folhagens etc.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 36


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

Não é incomum o policial desprezar


abrigos e coberturas em um confronto
armado, respondendo ao fogo adver- Importante
sário de local aberto/desprotegido,
fato que muitas vezes leva a grave Para ajudar no planejamento da
ocorrência e saber definir melhor
ferimento ou morte. É imprescindível os locais que poderão servir de
que, ao chegar numa área de risco ou abrigo e cobertura, utilize os seus
conhecimentos sobre o ciclo OODA.
para o atendimento de uma ocorrência,
Observe o local como um todo,
o policial observe o local exato do fato, dimensione a cena, procure identificar
prováveis pessoas envolvidas e locais o número de envolvidos e o ânimo dos
mesmos, a presença de arma de fogo ou
que poderão servir de abrigo para vítimas feridas/fatais, pontos de abrigo
um deslocamento seguro. Cada lanço ou cobertura; oriente-se com base na
até o ponto da ocorrência deve estar sua experiência e conhecimento das
técnicas policiais; decida com base no
planejado, considerando os pontos de observado e seu conhecimento técnico,
abrigos disponíveis no terreno. a estratégia a ser utilizada para o
atendimento da ocorrência, peça apoio
Agora que sabemos o conceito poli- se necessário; aja, ponha em prática
o que você decidiu. Fique atento à
cial de abrigo e cobertura e também
evolução da cena da ocorrência para
como planejar sua utilização, vamos tomar novas decisões, de acordo com as
ver algumas situações que poderão novas percepções observadas.

se apresentar no terreno e que não


podemos desprezar como meios
de proteção em situações de risco.
Faz-se necessário salientar que em
todas as situações abaixo apresen-
tadas, é imprescindível observar o
calibre e o projétil utilizado pelo
oponente, pois isso poderá interfe-
rir nas suas escolhas de proteção.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 37


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

1. Uso de veículos: en-


contramos facilmente
veículos na maioria dos
locais de atendimento
de ocorrência, podendo,
inclusive, fazer uso da
própria viatura policial.
Nesses casos, algumas
partes do veículo po-
dem servir como abrigo,
tais como o posiciona-
mento: atrás do veículo,
ao lado do veículo, na 1
altura das rodas, ao
lado do veículo atrás
do bloco do motor e
no interior do veículo,
atrás da coluna ou do
motor. Outras partes
do veículo, como portas
e para-lamas, servem
apenas como cobertura,
pois não protegem dos
disparos. Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 38


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

2. Uso de edificações: o uso de


paredes, muros e postes po-
dem servir como um abrigo
adequado, mas para isso o
policial deverá analisar o ma-
terial utilizado na construção
(caso seja uma construção de
madeira ou de tijolo cru, se
constituirão coberturas, pois
serão facilmente transfixa-
2 dos; já paredes construídas
com tijolos ou blocos de
concreto, revestidos com
reboco ou cerâmica, serão
abrigos) e do posicionamento
tático correto. Outras partes
da edificação, como portas,
Imagens: PMSC

móveis, divisórias e cercas


de madeira, embora protejam
da visão, não protegem dos
disparos.

3 3. Uso de acidentes do terreno:


o uso de acidentes do terreno,
como valas, meio-fio, eleva-
ções de terra e árvores,muitas
vezes são ignorados em
confrontos urbanos, o que
representa um grande erro,

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 39


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

pois esses acidentes de terreno por


vezes pode ser a única proteção
para o policial naquele momento.
Então, deitar-se com a barriga
voltada para cima ao lado de um
meio fio, jogar-se numa vala no
momento de um confronto armado
pode salvar sua vida, sendo uma
proteção muito útil até a localiza-
ção e deslocamento para um abrigo
mais adequado.

4. Uso de camuflagem: o uso de


camuflagem para se proteger das

Imagem: Amber Clay / Pixabay


vistas do oponente é normalmente
ignorado em confrontos urbanos,
mas pode ser útil até a localização
e deslocamento para um abrigo
4
adequado.

5. Uso de sombras: o uso de áreas


escuras é normalmente buscado em
confrontos urbanos, podendo ser
útil até a localização e deslocamento
para um abrigo adequado. Entretan-
to, existe sempre um risco grande de
que a posição seja iluminada por um
facho de luz oriundo do farol de um
veículo ou do acendimento de uma
luz, revelando a posição do policial ao
oponente.
Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 40
TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • CONCEITOS TÁTICOS

O posicionamento correto do No efeito avestruz, o policial, ao se


policial militar nos abrigos e co- abrigar, não leva em consideração o
berturas é essencial para eficácia posicionamento do oponente, dei-
da técnica. Posicionar-se de forma xando exposta parte ou a totalidade
equivocada, deixando parte do do seu corpo, causando ao policial
corpo exposta ao adversário ou uma falsa sensação de segurança.
não levando em consideração a
posição do oponente, pode levar Já no efeito imã, o policial busca se
o policial a ser alvejado. Os erros abrigar muito próximo (encostado)
mais comuns observados são os da proteção, restringindo a visão do
denominados efeito avestruz e local e, consequentemente, perden-
efeito imã. do o controle da área e segurança.

Efeito Avestruz Efeito Imã


Fonte: PMSC Fonte: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 41


Imagem: PMSC
USO PROGRESSIVO DA FORÇA
Força pode ser definida como toda do na resposta do policial (SENASP,
intervenção compulsória sobre o indiví- 2006; BRASIL, 2006).
duo ou grupo de indivíduos, reduzindo
ou eliminando sua capacidade de auto- A Secretaria Nacional de Segurança
decisão (SENASP, 2006; BRASIL, 2006). Pública apresenta alguns modelos de
uso progressivo da força como FLETC,
O Uso Progressivo da Força é a ex- GILLIESPIE, REMSBERG, PHOENIX,
pressão utilizada para determinar, NASHVILLE E CANADENSE. Os
regular e disciplinar o dever legal modelos variam no formato (gráficos,
do uso da força policial. Consiste círculos, tabelas) e no nível de força,
em um processo de avaliação prévia avaliação da atitude do cidadão e
do policial em relação ao cidadão percepção de risco SENASP, 2006)
abordado ou infrator, passando pela (BRASIL, 2006). porém todos têm um
seleção adequada de opções de força objetivo comum, auxiliar os policiais
pelo policial, em resposta ao nível de na tomada de decisão e seleção ade-
submissão daquele indivíduo, findan- quada da força.
Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 42
TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • PIRÂMIDE DE EMPREGO DA FORÇA

PIRÂMIDE DE EMPREGO DA FORÇA


Na Polícia Militar de Santa Catarina Para cada grau de submissão do cidadão
utilizamos o modelo FLETC adaptado, abordado, existe uma ação de resposta
que consiste numa pirâmide de uso de do policial na mesma ordem: presença
força. Nessa pirâmide, a percepção do física, verbalização, controle de contato,
policial quanto ao agressor está disposta controle físico, força não letal e força
em seis níveis de submissão à ordem: letal. Ao centro da pirâmide existe uma
ato que requer intervenção policial, seta com ponta dupla, indicando que a
cooperativo ou resistente verbal, resis- seleção de força pode crescer ou regre-
tência física passiva, resistência física dir, dependendo da reação do cidadão
ativa, agressão não letal e agressão letal. abordado às ordens emanadas.

Pirâmide de uso da força padrão PMSC da Força (PMSC)


Adaptado do Modelo de FLETC (GRAVES & CONNOR, 1994,: p. 8)

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 43


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • USO PROGRESSIVO DA FORÇA

NÍVEIS DE SUBMISSÃO DO CIDADÃO ABORDADO

1. Ato que requer intervenção policial. tente de resistência, envolvendo


O cidadão encontra-se realizando um ações físicas voltadas para impedir
ato incivilizado ou apresenta atitude a atuação policial. Ex.: o cidadão
suspeita. Ex.: cidadão deitado no ban- abordado empurra o policial com a
co da parada de ônibus, impedindo o intenção de fuga ou evitar a busca
seu uso. pessoal/aplicação da algema.

2. Cooperativo ou resistência verbal. 5. Agressão não letal.


No primeiro caso, cidadão obedece O cidadão dirige as suas ações
prontamente todos os comandos e físicas, a mão livre ou utilizando ob-
solicitações do policial. Já na resis- jetos, para a produção de lesões no
tência verbal, o cidadão não acata policial ou outras pessoas no local,
as ordens emanadas do policial, mas sem a capacidade de letalidade.
questionando verbalmente a ordem Ex.: o cidadão reage à abordagem
legal. Ex.: o cidadão abordado se desferindo socos e chutes ou uti-
recusa a obedecer a ordem legal, lizando objetos que, conforme seu
justificando o motivo verbalmente, uso, não geram letalidade.
como“sou pai de família, não sou
6. Agressão letal.
bandido”.
O cidadão utiliza ou cria a possibili-
3. Resistência física passiva. dade concreta de uso da força para
O cidadão oferece um nível de resis- produzir lesões graves ou letais. A
tência corporal, com objetivo de im- agressão letal não está vinculada
pedir o cumprimento de uma ordem a armas de fogo ou brancas tradi-
legal, sem configurar ameaça e/ou cionais, mas sim a qualquer arma,
agressão física a policiais ou tercei- instrumento, equipamento ou objeto
ros. Ex.: cidadão abordado abraça que possua capacidade letal se em-
um poste evitando ser revistado. pregada contra o policial ou terceiro.
Ex.: cidadão reage a abordagem e
4. Resistência física ativa. utiliza uma barra de ferro para agre-
O cidadão oferece um nível consis- dir o policial.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 44


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • USO PROGRESSIVO DA FORÇA

OPÇÕES DE FORÇA POLICIAL

1. Presença física do policial. impacto (bastão, cassetete, tonfa,


O policial utiliza a sua postura e bastão retrátil), espargidor de agente
posicionamento ostensivo para químico, equipamento elétrico de
obter a cooperação do cidadão. Ex.: controle (SPARK ou TASER).
posicionamento em locais visíveis e
estratégicos, adotando postura de 4. Técnicas de Controle físico.
entrevista/postura de prontidão. O policial utiliza as técnicas de
verbalização acrescidas de força,
2. Verbalização. técnicas e/ou equipamentos de
O policial se posiciona adequada- domínio corporal, objetivando o
mente e utiliza técnicas de verbaliza- controle físico do agente agressor,
ção para obter a cooperação e a sub- com o emprego da força necessária
missão do cidadão. Ex.: abordagem para superar a resistência ativa e
verbal, aconselhamento, advertência, obter a submissão do agressor. Ex.:
orientação persuasiva, determina- verbalização, condução involuntária
ção, ordem legal. do cidadão abordado, imobilizações/
pontos de pressão, algemamento,
3. Técnicas de controle de contato. armas de impacto (bastão, cassetete,
O policial utiliza as técnicas de ver- tonfa, bastão retrátil), espargidor de
balização acrescidas de técnicas e/ agente químico, equipamento elétri-
ou equipamentos de domínio cor- co de controle.
poral, objetivando o controle físico
do agente agressor, com o emprego 5. Força não letal.
da força necessária para superar a O policial utiliza as técnicas de
resistência passiva e obter a submis- verbalização acrescidas de técnicas
são do agressor. Ex.: verbalização, e/ou equipamentos de domínio cor-
condução involuntária do cidadão poral, objetivando cessar a agressão
abordado, imobilizações/pontos de não letal, com o emprego da força
pressão, algemamento, armas de necessária para superar agressão e

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 45


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • USO PROGRESSIVO DA FORÇA

obter a submissão do agressor. Equi- forma, a correta avaliação do nível de


pamentos que podem ser utilizados: força a ser escolhido para chegar ao
armas de impacto, espargidor de objetivo desejado é muito importante.
agente químico, equipamento elétri-
co de controle, uso de munições de Existem variáveis que influenciam no
impacto controlado. nível de força a ser aplicada, como
número de policiais envolvidos, ida-
6. Força letal. de, sexo dos suspeitos, habilidades
O policial utiliza as técnicas de técnicas em defesa pessoal dos po-
verbalização acrescida do uso de liciais envolvidos, armas disponíveis
arma de fogo para obter a submissão
ao suspeito, suspeito com problema
do cidadão ou a neutralização da
psicológico, exaustão física do policial.
agressão.
São situações que devem ser avaliadas
O uso da força em um nível abaixo do pelo policial para escolha da força a ser
necessário poderá expor o policial ou aplicada para resolver a situação, sendo
terceiro a perigo; já usar a força em que em alguns casos o policial terá que
nível acima do necessário poderá ser elevar a força aplicada e, em outros,
considerado abuso de poder. Dessa poderá diminuir.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 46


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • USO LETAL DA FORÇA

USO LETAL DA FORÇA

se identificar como policial e fazer


uma advertência clara da intenção de
utilizar a arma de fogo, deixando prazo
Imagem: Derwin Edwards / Pexels

suficiente para que o aviso possa ser


respeitado, exceto se tal procedimento
colocar em risco a segurança do policial,
implicar em perigo de morte ou lesão
grave para outras pessoas ou se mostrar
inadequado ou inútil, levando-se em
O uso da arma de fogo pelos policiais conta as circunstâncias do caso.
encontra amparo nos Princípios Básicos
para o Uso da Força e Arma de Fogo Simplificadamente, o uso letal da força
(PBUFAF, ONU, 1990), em seu item só poderá ser feito quando estritamen-
de n° 09, que diz que os policiais não te inevitável à proteção da vida. Isto
devem fazer uso de meios letais contra significa que o policial utilizará de força
pessoas, salvo em caso de legítima de- letal após ter avaliado que a vida de
fesa, contra ameaça de morte ou grave pessoas ou sua própria vida, encontra-
ferimento; para impedir a perpetração -se em risco.
de crime que envolva séria ameaça à
vida; para efetuar a prisão de alguém
que represente risco à vida e resista a
autoridade; ou para impedir a fuga de
tal indivíduo, e isso apenas nos casos
Importante
em que outros meios menos extre- O tiro de advertência, intimidativo
(para cima ou para baixo), em veículos
mados revelem-se insuficientes para
em fuga e a troca de tiros com
atingir seus objetivos. Já o Princípio n° ocupantes de veículo em fuga, não é
10, PBUFAF, preceitua que o policial técnica policial empregada na PMSC.

antes de fazer uso letal da força, deve

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 47


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • NÍVEIS DE RISCO DA OCORRÊNCIA

NÍVEIS DE RISCO DA OCORRÊNCIA

Aos atendimentos de Circunstâncias que caracterizam uma


ocorrência sempre será
atribuído um nível de
1 ocorrência de nível 1 (baixo risco)
1. Não estão presentes as circunstâncias
risco, relacionado não que caracterizam os dois níveis de risco
ao tipo de atendimen- posteriores.
to específico (crime,
contravenção, auxílios Circunstâncias que caracterizam uma
etc.), mas sim, às suas
circunstâncias.
2 ocorrência de nível 2 (médio risco)

1. Há fundada suspeita de que:


Por meio do nível de • pessoa está no local com ferimentos ou
risco atribuído a cada em situação que gere perigo de morte; ou
ocorrência, será estabe- • autor do fato está no local e armado; ou
lecida a prioridade de • autor do fato está no local e possui reco-
atendimento, o tipo de nhecido grau de periculosidade; ou
deslocamento e o nível • autor do fato não está no local, mas aca-
de abordagem a pessoas, bou de cometer o delito.
veículos e edificações.
2. Autor do fato não está no local, mas acabou
Os níveis de risco atri- de cometer o delito e fugir.
buídos aos atendimentos 3. Pessoa em atitude suspeita.
de ocorrência são TRÊS,
como segue. 4. O ânimo das partes no local (discussão etc.)
pode levar a um agravamento da situação.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 48


TÉCNICAS POLICIAIS PRELIMINARES • NÍVEIS DE RISCO DA OCORRÊNCIA

Circunstâncias que caracterizam uma


3 ocorrência de nível 3 (alto risco)
1. Pessoa no local com ferimentos ou em situa-
ção que gere perigo de morte.

2. Autor do fato no local e armado.

3. Autor do fato no local e com reconhecido


grau de periculosidade.

4. O ânimo das partes no local (tumulto, vias


de fato, possibilidade de linchamento etc.)
pode levar a um agravamento da situação,
gerando perigo de morte para qualquer uma
das partes.

Destaca-se que a definição do nível de risco da


ocorrência poderá variar durante todo o atendi-
mento, evoluindo para um nível de maior gravida-
de ou regredindo para um nível menor, de acordo
com as novas informações recebidas ou observa-
das na cena da ocorrência, momento em que os
procedimentos subsequentes serão adequados à
nova definição do nível de risco.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 2 49


CAPÍTULO 2

RESUMO

• O conhecimento dos diversos por parte do cidadão suspeito.


conceitos táticos levará o po- Para cada nível de submissão
licial militar a estar preparado do cidadão suspeito: ato que
para as diversas intervenções requer intervenção policial,
exigidas na atividade policial. cooperativo ou resistente
Lembre-se de que não existe verbal, resistência física pas-
uma escala de importância siva, resistência física ativa,
entre os conceitos táticos, agressão não letal e agressão
mas sim saber executá-los letal, existe um nível de força
com precisão e saber pensar policial correspondente:
taticamente, a fim de escolher presença física policial, verba-
a técnica individual a ser uti- lização, controle de contato,
lizada em cada situação, vi- controle físico, força não letal
sando minimizar os riscos no e força letal.
atendimento das ocorrências.
• O uso da força em um nível
• A seleção adequada do nível abaixo do necessário poderá
de força policial a ser aplica- expor o policial ou terceiro a
do no atendimento de uma perigo. Usar a força em nível
ocorrência policial, depende acima do necessário poderá
diretamente da percepção do ser considerado abuso de
nível de resposta e submissão poder.

50
• O uso da força letal só pode- de atendimento, o tipo de
rá ser feito quando estrita- deslocamento e o nível de
mente inevitável à proteção abordagem a pessoas, veícu-
da vida, própria ou de tercei- los e edificações. As ocorrên-
ro. Ressalta-se ainda, que tiro cias Nível-I são aquelas em
de advertência, intimidativo que não estão presentes as
(para cima ou para baixo) em circunstâncias que caracte-
veículos em fuga e a troca de rizam os níveis posteriores;
tiros com ocupantes de veí- as ocorrências de Nível-II
culo em fuga, não é técnica são caracterizadas por uma
policial empregada na PMSC. fundada suspeita sobre uma
série de circunstâncias ou
• Os níveis de risco da ocor- pessoas e na ausência do
rência são divididos em três: autor do crime no local dos
Nível-I (baixo risco), Nível-II fatos, enquanto nas ocorrên-
(médio risco) e Nível-III (alto cias Nível-III, temos a confir-
risco). Do nível de risco mação das circunstâncias ou
atribuído a cada ocorrência, a presença do autor dos fatos
será estabelecida a prioridade no local do crime.

51
CAPÍTULO 3

TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL


E USO DE ALGEMAS

Imagem: Bill Oxford / Unsplash


BUSCA PESSOAL

A busca pessoal encontra amparo na


atividade policial de acordo com a
regulamentação contida no Código
de Processo Penal, do art. 240 ao 249
(BRASIL,1941).

Art. 244, CPP - A busca pessoal


independerá de mandado, no caso
de prisão ou quando houver funda-
da suspeita de que a pessoa esteja
na posse de arma proibida ou de
objetos ou papéis que constituam
corpo de delito, ou quando a me-
dida for determinada no curso de
busca domiciliar.

Art, 249, CPP - A busca em mulher


será feita por outra mulher, se não
importar retardamento ou prejuízo
da diligência (BRASIL, 1941).

Quando tratamos da busca pessoal no


curso de uma fundada suspeita, não
nos resta muita dúvida, haja vista o
disposto no art. 244 do CPP (BRASIL,
1941). Mas, sabemos que a maioria das
buscas pessoais na atividade policial
Imagem: PMSC

decorrem de abordagens a indivíduos


em atitude suspeita, e aí aparecem

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 3 53


TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL E USO DE ALGEMAS • BUSCA PESSOAL

dúvidas sobre a legalidade ou não de razoabilidade, proporcionalidade


desse procedimento. Assim, faremos e motivação, sempre no interesse
algumas considerações sobre o caso: público e para preservação da ordem
o Estado possui o que denominamos pública. A busca imotivada pode levar
poder de polícia, é esse poder que ao campo da ilegalidade, caracterizan-
permite aos policiais militares a rea- do abuso de poder.
lização de abordagens e revistas em
civis quando entenderem necessário, a O art. 249 do CPP, trata da busca pes-
fim da preservação da segurança e da soal em mulher, estabelecendo que: “A
ordem pública. Dessa forma, quando busca em mulher será feita por outra
a Polícia Militar atua realizando busca mulher, se não importar retardamen-
pessoal, fora dos casos previstos no to ou prejuízo da diligência”. Dessa
Código de Processo Penal, não atua forma, a busca pessoal em mulher,
na ilegalidade, porque suas ações preferencialmente, será realizada por
preventivas não dependem do CPP, uma policial feminina, mas não ha-
pois decorrem da própria Constituição vendo policial feminina na guarnição
Federal, em seu art. 144, § 5º (BRASIL, poderá, excepcionalmente, ser reali-
1988), quando estabelece que às Polí- zada por policial militar masculino, de
cias Militares cabem a polícia ostensiva forma respeitosa, legal e sem causar
e a preservação da ordem pública, bem constrangimento à mulher. Orienta-
como no direito administrativo (poder -se, sempre que possível, arrolar uma
de polícia), decorrente de sua condição testemunha civil para que presencie
de polícia de segurança pública, assim a busca e confirme que não houve
realizam a busca pessoal no estrito nenhuma irregularidade ou abuso por
cumprimento do dever legal. Da mes- parte do policial militar. Cabe, ainda,
ma forma, tem que ficar claro que para ressaltar que não podemos determinar
realizar uma busca pessoal o policial que uma mulher civil proceda à busca
militar necessita de pressupostos fáti- pessoal em outra mulher suspeita, pois
cos que a autorizem, ou seja, necessita o poder de polícia não se transfere.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 3 54


TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL E USO DE ALGEMAS • BUSCA PESSOAL

Importante salientar que o momento objetos ilícitos, coisas obtidas por


da busca pessoal em pessoas sus- meios criminosos e outros. No cur-
peitas do cometimento de ilícitos so da busca pessoal, o policial está
penais é um momento crítico, de autorizado a revistar bolsas, malas,
alto nível de estresse para o policial pastas e veículos (automóveis, mo-
e para o abordado, mas destaca-se tocicletas, embarcações, aviões etc.)
que a segurança da guarnição policial compreendidos na esfera da custódia
passa, obrigatoriamente, por uma da pessoa. Ocorrendo como única
busca pessoal bem executada. A exceção, há necessidade de mandado
busca pessoal é a técnica policial que judicial quando o veículo é destinado
consiste na inspeção do corpo e das à habitação do indivíduo, no caso de
vestes de alguém para apreensão de trailers, cabines de caminhão, barcos,
elementos de convicção ocultados, entre outros, quando se inserirem no
tais como: armas e munições, drogas, conceito jurídico de domicílio.

Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 3 55


TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL E USO DE ALGEMAS • MODALIDADES DE BUSCA PESSOAL

Modalidade de busca pessoal

a fim de localizar armas, objetos peri-


gosos ou materiais ilícitos.

Busca Completa: utilizada quando do


encarceramento de presos ou quando
a busca minuciosa não foi capaz de
dissipar uma fundada suspeita, sendo
realizada em um recinto fechado onde
o cidadão é despido para a revista.

Sistema Universal ou Global (Orga-


nizações das Nações Unidas): é o
Imagem: PMSC

sistema normativo global, formado


por uma série de tratados e pactos de
proteção aos direitos humanos no âm-
Busca Ligeira: utilizada normalmente à bito das Nações Unidas (ONU). A Or-
entrada de eventos culturais e despor- ganização das Nações Unidas (ONU)
tivos, de forma rápida, a fim de iden- surgiu com o fim da Segunda Guerra
tificar a presença de armas ou objetos Mundial, na qual os países signatários
perigosos. propunham medidas para evitar a
ocorrência de conflitos armados entre
Busca Minuciosa: utilizada no decorrer as nações mundiais. A ONU foi criada
de uma abordagem para averiguar uma com o escopo de promover a melhoria
fundada suspeita, efetuar prisão em da qualidade de vida dos indivíduos, a
flagrante ou cumprir um mandado de manutenção da paz, o progresso social
prisão, de forma metódica e cuidadosa, e preservação dos direitos humanos.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 3 56


TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL E USO DE ALGEMAS • TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL

Técnicas de busca pessoal

BUSCA PESSOAL MINUCIOSA


EM CIDADÃO EM PÉ E APOIADO

1. O cidadão é posicionado de costas to, axilas, braço, antebraço, ombros,


para o policial militar, apoiado com cabeça, costas e pernas, parte exter-
as duas mãos em uma superfície ver- na e interna (em especial tornozelo
tical, mantendo as pernas afastadas e região da virilha).Não esquecer de:
e os pés distantes da parede. tirar o chapéu ou boné e examiná-lo;
apalpar o colarinho; retirar os calça-
2. O policial militar com a arma no col- dos, verificando meia e calçados, se
dre e o coldre travado, posiciona-se à necessário. Apalpar todo o vestuário
retaguarda do cidadão, com a perna do suspeito, inclusive esvaziar todos
correspondente ao coldre recuada e os bolsos, colocando o conteúdo no
protegida. A perna que vai à frente chão, sob as vistas do cidadão.
é centralizada entre as pernas do
revistado com o pé na linha dos cal- 5. Depois, repetirá o processo do outro
canhares, a mão fraca apoia, pressio- lado (no exemplo, o esquerdo).
nando na altura da região lombar do
6. Por último, o policial militar mandará
cidadão.
abrir a boca e levantar a língua,
3. Com a mão forte, o policial militar verificará as mãos, depois revistará
apalpa o corpo do suspeito. carteira, bolsas, pochetes, mochilas
e sacolas, permitindo que o cidadão
4. O policial militar revistará primeiro visualize a busca, não esquecendo
um lado do corpo do cidadão (por de fazer uma varredura no local onde
exemplo, o direito), iniciando pela re- estava o cidadão, em busca de qual-
gião abdominal: cintura, barriga, pei- quer objeto suspeito.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 3 57


TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL E USO DE ALGEMAS • TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL

BUSCA PESSOAL MINUCIOSA a mão fraca para segurar o cidadão


EM CIDADÃO EM PÉ pelas mãos, mantendo-o levemente
desequilibrado.
1. Na busca minuciosa com o cidadão
em pé serão realizados os mesmos 3. Caso haja algum tipo de reação, o
procedimentos da busca de pé e policial militar empurra o revistado
apoiado. Porém, pela ausência de para frente, em direção ao chão.
apoio, as mãos do cidadão serão 4. Seguem os procedimentos de busca
posicionadas sobre a cabeça com os pessoal tratados anteriormente, aten-
dedos entrelaçados. A mão fraca irá
tando para a região dos tornozelos.
segurar as mãos do cidadão, deslo-
cando-o levemente para trás, para BUSCA PESSOAL MINUCIOSA
mantê-lo desequilibrado, e a mão E M C I D A D Ã O D E I TA D O
forte iniciará a busca seguindo os
procedimentos detalhados na busca 1. O cidadão é posicionado de costas
em um cidadão a pé e apoiado. para o policial militar, deitado e com a
barriga no solo, com os braços aber-
BUSCA PESSOAL MINUCIOSA tos, palmas das mãos voltadas para
EM CIDADÃO DE JOELHOS cima, pernas cruzadas e flexionadas.
1. O cidadão é posicionado de costas 2. O policial militar, com a arma no col-
para o policial militar, ajoelhado com dre e o coldre travado, posiciona-se à
os pés cruzados um sobre o outro retaguarda do cidadão, com a perna
e as mãos sobre a cabeça, com os correspondente ao coldre recuada
dedos entrelaçados. e protegida, enquanto o pé fraco é
2. O policial militar com a arma no colocado entre os joelhos do cida-
coldre e o coldre travado, posicio- dão, utilizando o próprio joelho para
na-se à retaguarda do cidadão, com evitar que este descruze as pernas.
a perna correspondente ao coldre 3. Com a mão forte, o policial militar
recuada e protegida, enquanto apalpa o corpo do suspeito se-
com o outro pé imobiliza os pés do guindo a sequência estabelecida
cidadão. Ao mesmo tempo, utiliza anteriormente.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 3 58


TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL E USO DE ALGEMAS • TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL

4. O policial militar aplicará a algema no 5. Os demais procedimentos se-


cidadão e, posteriormente, comple- guem o padrão estabelecido
tará a busca pessoal, podendo rea- anteriormente.
lizar a busca pessoal com o cidadão
deitado ou em pé.

1 2
Busca Pessoal de Pé e Apoiado. Busca Pessoal em Pé.
Imagens: PMSC

3 4
Busca Pessoal de Joelhos. Busca Pessoal Deitado.

Quando, em decorrência da abordagem, sos à retaguarda, com as mãos na cabeça,


for necessária a realização de busca procedendo, em seguida, à busca pessoal
pessoal em um grupo de pessoas (três ou no cidadão. Ao concluir a busca pessoal
mais), o policial militar encarregado da no primeiro, determinará que retorne ao
realização da busca pessoal determinará seu lugar (posição inicial), assim proceden-
que o cidadão a ser revistado, dê dois pas- do até o último cidadão abordado.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 3 59


TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL E USO DE ALGEMAS • USO DE ALGEMAS

USO DE ALGEMAS
Imagem: PMSC

A Lei nº 7210, Lei de Execuções Pe- Em junho de 2008, foi editada a Lei nº
nais, de 11 de julho de 1984 (BRASIL, 11.689, de 9 de junho de 2008 (BRASIL,
1984),foi a primeira que tratou sobre o 2008), que alterou o procedimento do
uso de algemas no Brasil, porém afirma- júri previsto no CPP. Esta lei e tratou
va categoricamente que o tema deveria também o uso de algemas, porém
ser regulamentado por decreto. Em apenas no plenário do Júri. O art. 474
2008, foi publicada a súmula vinculante estabelece que:
nº 11, do STF (BRASIL, 2008). Mas, de
fato, a regulamentação foi publicada “§ 3º Não se permitirá o uso de algemas
somente em 2016, com o Decreto nº no acusado durante o período em que
8.858, de 26 de setembro de 2016 permanecer no plenário do júri, salvo
(BRASIL, 2016), que veio para disciplinar se absolutamente necessário à ordem
o emprego de algemas. dos trabalhos, à segurança das teste-

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 3 60


TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL E USO DE ALGEMAS • USO DE ALGEMAS

munhas ou à garantia da integridade durante o período em que se encontrar


física dos presentes. (Incluído pela Lei hospitalizada.
11.689/2008)”
O ato de algemar significa que a pes-
O Decreto nº 8.858, de 26 de setembro soa está presa (Decreto nº 19.903)
de 2016 (BRASIL, 2016), tem como (SÃO PAULO, 1950) e, para tanto,
diretrizes, a dignidade da pessoa hu- será imobilizada para que haja uma
mana e a proibição de que qualquer condução segura, tanto para o poli-
pessoa seja submetida a tortura, trata- cial quanto para a pessoa que está
mento desumano ou degradante. Este sendo conduzida. Há que se ter em
decreto, em suma, reeditou a Súmula mente que o fato de algemar gera nas
Vinculante nº 11, do STF, permitindo pessoas uma sensação de constran-
o emprego de algemas nos casos de gimento e incapacidade, motivo pelo
resistência, fundado no receio de qual muitas vezes há reação por parte
fuga ou perigo à integridade própria da pessoa em aceitar tal condição. A
ou alheia, causado pelo preso ou por utilização da algema tem como signi-
terceiros. Tendo sido verificada a ex- ficado para o capturado que ele terá
cepcionalidade do uso das algemas, sua integridade física preservada e
a circunstância deve ser justificada seu direito à vida respeitado.
por escrito. Também inclui a situação
especial das mulheres em trabalho O policial deve justificar o uso da al-
de parto ou logo após, situação em gema para manutenção da integridade
que o uso de algemas é proibido, no física do policial na sua lida diária com
trajeto da parturiente entre a Unidade os transgressores das leis, a fim de mini-
Prisional e a Unidade H após o parto, mizar os riscos decorrentes da profissão.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 3 61


TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL E USO DE ALGEMAS • TÉCNICAS DE USO DE ALGEMAS

Técnicas de uso de algemas

TÉCNICA DE ALGEMA EM
CIDADÃO EM PÉ E APOIADO

1. O policial militar empunha a algema algema para manter o controle do


com a mão forte, pelos elos, de for- cidadão, enquanto busca a outra
ma que as partes móveis fiquem vol- mão, levando-a às costas do cidadão.
tadas para o seu próprio antebraço.
4. O policial militar aplica a algema
2. Estando o cidadão com as mãos no outro pulso, sem desmanchar a
apoiadas em uma superfície vertical, empunhadura.
braços afastados, pernas abertas e 5. Com a mão fraca, o policial militar
afastadas da parede, o policial militar verifica o trancamento das partes
aplica a algema no pulso do cidadão, móveis e trava a algema.
do mesmo lado de sua “mão forte”,
sem desfazer a empunhadura da 6. Ao final da técnica de algemas, as
algema, leva às costas do cidadão. duas mãos estarão posicionadas às
costas do cidadão, com as palmas das
3. Após algemar a mão do cidadão pre- mãos voltadas para fora e as fecha-
so, o policial militar utiliza a própria duras da algema voltadas para cima.
Imagem: PMSC

Fotos: Técnica de Algema de Pé e Apoiado

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 3 62


TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL E USO DE ALGEMAS • TÉCNICAS DE USO DE ALGEMAS

TÉCNICA DE ALGEMA EM
CIDADÃO EM PÉ

1. Estando o cidadão de pé, com as


mãos na cabeça e com os dedos en-
trelaçados, o policial faz a pegada com
sua mão fraca nas mãos do suspeito.

2. O procedimento na aplicação da alge-


ma em cidadão de pé, segue os passos
da aplicação da algema no cidadão em
pé e apoiado, visto anteriormente.

TÉCNICA DE ALGEMA EM
CIDADÃO DE JOELHOS

1. Estando o cidadão de joelhos, com as


pernas cruzadas e as mãos na cabeça
com os dedos entrelaçados, o policial
faz a pegada com sua mão fraca nas
mãos do suspeito.

2. O procedimento na aplicação da
algema em cidadão de joelhos segue
os passos da aplicação da algema
no cidadão em pé e apoiado, visto
anteriormente.
Imagem: PMSC

Fotos: Técnica de Algema em Pé/Joelhos

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 3 63


TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL E USO DE ALGEMAS • TÉCNICAS DE USO DE ALGEMAS

TÉCNICA DE ALGEMA EM mão direita) do cidadão sem desfazer


C I D A D Ã O D E I TA D O a empunhadura da algema, levando-
-a às costas do cidadão.
1. O policial militar determina que o
cidadão deite com os braços e per- 6. Após algemar a mão forte, o policial
nas abertas. militar utiliza a própria algema para
2. O policial militar determina que o manter o controle do cidadão, en-
cidadão cruze as pernas e que, em quanto busca a sua mão fraca, levan-
seguida, as dobre. do-a às costas do cidadão.

3. O policial militar se aproxima e, com 7. O policial militar aplica a algema


a perna esquerda, pressiona as per- ao outro braço, sem desmanchar a
nas cruzadas do cidadão contra suas empunhadura.
costas, imobilizando-as.
8. Com a mão fraca, o policial militar
4. O policial militar empunha a alge- verifica o trancamento das partes
ma com a mão forte, pelos elos, móveis e trava a algema.
de forma que as partes móveis
9. Ao final, as duas mãos estarão
fiquem voltadas para o seu próprio
posicionadas às costas do cidadão
antebraço.
com as palmas das mãos voltadas
5. O policial militar aplica a algema no para fora e as fechaduras da algema
pulso da “mão forte” (comumente a voltadas para cima.
Imagem: PMSC

Fotos: Técnica de Algema Deitado

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 3 64


CAPÍTULO 3

RESUMO

• A busca pessoal é a técnica cial feminina. Não havendo


policial que consiste na ins- policial feminina, um policial
peção do corpo e das vestes militar masculino poderá
de alguém para apreensão realizar a busca pessoal, aten-
de elementos de convicção tando para legalidade (mo-
ocultados, tais como: armas tivação) e respeito. Quando
e munições, drogas, objetos houver a necessidade do poli-
ilícitos, coisas obtidas por cial militar realizar uma busca
meios criminosos e outros. pessoal em uma mulher,
No curso da busca pessoal, sempre que possível, deverá
o policial está autorizado a arrolar uma testemunha. Não
revistar bolsas, malas, pas- havendo policial feminina na
tas e veículos (automóveis, guarnição, mas havendo na
motocicletas, embarcações, sua circunscrição, a guarnição
aviões etc.). A busca pessoal deverá solicitar a sua presen-
poderá ser executada sempre ça no local da ocorrência.
que houver motivação para
• As modalidades de busca
tal procedimento, por situa-
pessoal são: a) Busca Ligeira,
ções de fundada suspeita ou
normalmente utilizada na
atitude suspeita.
entrada de show e even-
• A busca pessoal em mulher tos desportivos; b) Busca
deverá ser realizada, prefe- Minuciosa, a mais comum,
rencialmente, por uma poli- utilizada no curso de uma

65
abordagem a fim de debelar do uso ser justificada por
fundada suspeita, no curso escrito. Também proíbe o
de prisão em flagrante ou uso de algemas em mulheres
mandado de prisão; e, c) durante o trabalho de parto,
Busca Completa, utilizada no trajeto da parturiente
quando do encarceramento entre a Unidade Prisional
de preso ou quando a busca e a Unidade Hospitalar, e
minuciosa não dissipou a logo após o parto, durante o
fundada suspeita, sendo o período em que se encontrar
cidadão despido e realizada hospitalizada.
busca no corpo e vestes em • O uso de algemas significa
local fechado. As Técnicas que o cidadão está preso e
de Busca Pessoal são: busca terá sua integridade física
pessoal de pé, busca pessoal preservada e seu direito à vida
de pé sem apoio, busca de respeitado. Para o policial, o
joelhos e busca pessoal uso da algema busca a ma-
deitado. nutenção de sua integridade
• O uso de algemas no Brasil física, em razão da lida diária
foi regulamentado através do com os transgressores das
leis, a fim de minimizar os ris-
Decreto-lei nº 8.858/2016,
cos decorrentes da profissão.
permitindo o emprego de
algemas nos casos de resis- • As técnicas de uso de algema
tência, fundado receio de são: técnica de algema de pé,
fuga, ou perigo à integridade técnica de algema de pé sem
própria ou alheia, causado apoio, técnica de algema de
pelo preso ou por terceiros, joelhos e técnica de algema
devendo a excepcionalidade deitado.

66
CAPÍTULO 4

POLICIAMENTO
OSTENSIVO A PÉ

Imagem: PMSC
Imagem: PMSC
POLICIAMENTO OSTENSIVO A PÉ
O policiamento ostensivo a pé é o O policiamento ostensivo a pé é exe-
processo de policiamento que mais traz cutado preferencialmente em locais e
aproximação da Polícia Militar com a horários movimentados, acessíveis ao
comunidade, pelo estreito contato que reforço de outros policiais militares pró-
proporciona junto aos moradores e ximos ou patrulhas motorizadas e com
comerciantes. Isso reflete em um maior o perfil de baixo risco de confronto.
respeito da comunidade pela atividade A utilização mais comum do policia-
policial, na possibilidade de coletar mento ostensivo a pé é no policiamen-
informações importantes à segurança to de trânsito urbano, policiamento em
pública, bem como dissuadir possíveis centros comerciais, policiamento em
ações delituosas por parte de marginais. escolas e policiamento em bairros.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 4 68


POLICIAMENTO OSTENSIVO A PÉ | PROCEDIMENTOS GERAIS

PROCEDIMENTOS GERAIS
Imagem: PMSC

Antes de assumir o turno de serviço no Não havendo cartão programa, o po-


policiamento ostensivo a pé, o policial licial militar deve priorizar locais com
militar deve verificar qual será o setor a aglomeração de pessoas, como: cen-
ser policiado, se houve ocorrências de tros/estabelecimentos comerciais (ban-
destaque nesse setor e se há missões cos, postos de combustíveis, lotéricas,
extraordinárias programadas. Ainda supermercados, joalherias etc.), praças
nesse sentido, deve verificar se o setor e estabelecimentos de ensino.
ao qual foi destinado tem roteiro es-
pecífico (entre parenteses (cartão pro- A aproximação de pontos vulneráveis à
grama/PMSC Mobile - programação ação de criminosos, como bancos, lo-
operacional), a fim de que possa se- téricas, postos de combustíveis, levará
gui-lo, bem como qual tipo de sistema em consideração medidas de seguran-
de comunicação irá se ligar ao escalão ça, como: aproximar pela calçada opos-
superior e COPOM/CRE190. ta, visualização à distância, visando

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 4 69


POLICIAMENTO OSTENSIVO A PÉ | PROCEDIMENTOS GERAIS

sinais de anormalidade, visualização


progressiva do interior da edificação
ou ponto perigoso, interação com as
pessoas do estabelecimento.

Durante o policiamento ostensivo a pé, o


policial militar deve manter uma postura
proativa, mantendo atenção ao que
ocorre à sua volta, alternando a obser-
vação entre pessoas, veículos e objetos
mais próximos e mais distantes, visando
antecipar alguma situação perigosa ou
que exija a sua intervenção.

Durante o deslocamento, o policial deve


buscar a máxima visibilidade a fim de

Imagem: PMSC
garantir a ostensividade, sem descuidar
da segurança, observando as proteções
(abrigos e coberturas) no trajeto para o
A correção de postura e atitude do
caso de necessidade de atuação.
policial militar durante o policiamento
O policial militar deve ficar atento ostensivo a pé transmitirá profissiona-
também às oportunidades de interação lismo e atenção, sendo vedado fumar e
com a comunidade, visando conhecer realizar tarefas particulares, entre outras
pessoas, locais e peculiaridades de atitudes que revelam falta de zelo para
sua área de patrulhamento, bem como com o serviço. Deve, ainda, evitar con-
coletar informações. Todas as observa- versas particulares ao telefone, desne-
ções colhidas que possam ser úteis ao cessárias ou muito longas, desatenção
serviço de inteligência e ao policiamen- olhando redes sociais (whatsapp/face-
to comunitário devem ser registradas e book/instagram), bem como conversas
repassadas ao comando imediato. com cidadão, sem interesse ao serviço.
Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 4 70
POLICIAMENTO OSTENSIVO A PÉ

POLICIAMENTO OSTENSIVO
A PÉ POR 02 POLICIAIS
M I L I TA R E S
O policiamento ostensivo a pé por 02
policiais militares seguirá o mesmo pa-
drão de procedimentos adotados para
o policiamento por 01 policial militar
devendo este, manter postura correta
e atenção ao serviço, evitando que o
policiamento se transforme “em pas-
Imagem: PMSC

seio”. O policial militar deverá evitar, por


exemplo, distrair-se, observando vitrines
e promoções (é diferente de observar o
interior de um estabelecimento comer-
POLICIAMENTO OSTENSIVO A cial em busca de suspeitos), conversando
P É P O R 0 1 P O L I C I A L M I L I TA R excessivamente com seu companheiro.
O policiamento ostensivo a pé, por 01 A dupla poderá conversar, sem o menor
policial militar é executado necessaria- problema, porém, sem perder a atenção
mente em locais e horários movimen- ao serviço.
tados, acessíveis ao reforço de outros
policiais próximos ou patrulhas moto- C O M P O R TA M E N TO
INCIVILIZADO
rizadas e com o perfil de baixo risco de
confronto. Comportamento incivilizado é, em
resumo, o comportamento humano
Por estar sozinho, o policial militar que foge às regras de aceitação social,
deverá manter atenção constante, porém, não se caracteriza crime ou
evitando distrações que possam gerar contravenção. Por exemplo: o cidadão
situações de perigo, seguindo os proce- sentado no encosto do banco da praça
dimentos citados anteriormente. com os pés sobre o assento; o cidadão
que está pisando na grama, em local
onde há sinalização proibindo etc.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 4 71


CAPÍTULO 4

RESUMO

• O policiamento ostensivo a • No policiamento ostensivo a


pé é a modalidade de policia- pé é vedado fumar, realizar
mento que mais traz proximi- tarefas particulares entre
dade com o cidadão, sendo outras atitudes que revelam
executado preferencialmente falta de zelo para com o ser-
em locais e horários movimen- viço. Deve ainda evitar con-
tados, acessíveis ao reforço de versas de celular particulares
outros policiais militares próxi- desnecessárias ou muito
mos ou patrulhas motorizadas longas, bem como conversas
e com o perfil de baixo risco sem interesse ao serviço com
de confronto, como: trânsito cidadãos.
urbano, policiamento em cen-
tros comerciais, policiamento • O policiamento ostensivo a
em escolas e policiamento em pé será executado por um
bairros. policial ou em dupla, obser-
vadas as possibilidade de
• Durante o policiamento os- reforço e local com perfil de
tensivo a pé o policial, deve baixo risco de confronto.
manter uma postura proativa,
mantendo sua observação • Comportamento incivilizado
em pessoas, veículos e ob- é o comportamento humano
jetos mais próximos e mais que foge às regras de aceita-
distantes. ção social, mas não constitui
crime ou contravenção penal.

72
CAPÍTULO 5

ABORDAGEM POLICIAL

Imagem: PMSC
ABORDAGEM POLICIAL

A abordagem pode ser classificada de


acordo com dois critérios, conforme
segue.

M O T I VA Ç Ã O I N I C I A L D A
ABORDAGEM
Imagem: PMSC

• Para interromper um crime em


andamento.

É a ação policial de atuar em uma • Para cumprir uma ordem judicial.


situação que exija intervenção policial, • Para confirmar uma situação de atiu-
aproximando-se, interpelando, identi- de ou de fundada suspeita.
ficando e procedendo a busca de um
• Para averiguar comportamento
ou mais cidadãos, que pode resultar na
incivilizado.
prisão, advertência ou orientação das
Pessoas envolvidas. • Para efetuar uma averiguação de
rotina.
A abordagem é um dos meios pelo qual
• Para orientar.
a Polícia Militar promove a segurança
pública e preserva a ordem pública,
através de ações preventivas ou SITUAÇÃO DOS CIDADÃOS
ABORDADOS
repressivas.
• Abordagem de pessoas a pé.
Nem toda abordagem policial irá gerar
uma busca pessoal, mas toda busca pes- • Abordagem de pessoas em veículos.
soal provém de uma abordagem policial. • Abordagem de pessoas em
edificações.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 5 74


ABORDAGEM POLICIAL • REQUISITOS DA ABORDAGEM

Requisitos da abordagem

Como uma ação de força, a abordagem • Proporcionalidade: a técnica de


deve atender aos requisitos preconi- abordagem nesta situação é propor-
zados para o uso da força, conforme
cional à situação?
segue.

• Legalidade: a abordagem nesta si- • Conveniência: a abordagem nesta


tuação é legal? situação é conveniente em relação

• Necessidade: a abordagem nesta ao momento e ao local da interven-


situação é necessária? ção policial? 
Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 5 75


ABORDAGEM POLICIAL • PRINCÍPIOS DA ABORDAGEM

Princípios da abordagem

Da mesma forma, como uma ação


tática, a abordagem deve atender aos
cinco princípios a seguir.

Imagem: PMSC
• Segurança: a segurança dos policiais
militares, de outras pessoas no local
e das próprias pessoas abordadas, é
obtida pela avaliação e planejamento • Ação vigorosa: a demonstração de
correto, visando a superioridade segurança e disposição para o uso
técnica, de armamento ou mesmo de progressivo da força pelos policiais
pessoas. militares age como um dissuasor de
possíveis tentativas de reação por
• Surpresa: baseada na aproximação
parte do cidadão abordado.
discreta, utilização de ângulos e de-
sencadeamento ordenado das ações • Unidade de comando: apenas um
de abordagem. policial militar deverá orientar as

• Rapidez: uma vez revelada a intenção ações da guarnição, bem como


de abordar, o controle da situação é verbalizar os comandos aos cida-
garantido pela rapidez com que os dãos abordados, a fim de evitar
policiais militares tomam posição e as contradições e dificuldade de
obtêm a submissão dos abordados. compreensão.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 5 76


ABORDAGEM POLICIAL • SITUAÇÕES DE ABORDAGENS POR NÍVEIS

SITUAÇÕES DE ABORDAGENS
POR NÍVEIS

Sempre que houver uma


situação de abordagem
a pé, e a guarnição PM
for composta por dois ou
mais policiais militares,
será empregada a técnica
da “descompactação”, ou
seja, os policiais militares
se afastarão lateralmente
para desviar e dividir
a atenção do cidadão
abordado.

ABORDAGEM NÍVEL- I
Imagem: PMSC

ABORDAGEM NÍVEL- II

ABORDAGEM NÍVEL - III

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 5 77


ABORDAGEM POLICIAL • SITUAÇÕES DE ABORDAGENS POR NÍVEIS

A B O R D A G E M N Í V E L- I

A Abordagem Nível–I é empregada para intervir em


comportamento incivilizado ou averiguação de rotina.

A Abordagem Nível–I é empregada • Informe à central de comunicações o


para intervir em comportamento incivi- início da abordagem.
lizado ou averiguação de rotina e deve
ser feita a partir dos procedimentos a • Aproxime-se com segurança.
seguir.
• Mantenha uma distância segura do
• Empregue o Ciclo OODA (Observar agente.
– Orientar – Decidir – Agir).
• Identifique-se.

• Adote posição de entrevista (postura


tática - arma no coldre).
OBSERVAR
• Oriente ou advirta o cidadão de
forma persuasiva, utilizando verbali-
zação firme e clara.
AGIR ORIENTAR • Aguarde o cumprimento da orienta-
ção ou advertência.

• Agradeça a colaboração do cidadão


abordado.

DECIDIR • Afaste-se com segurança (nunca dê


as costas para o cidadão abordado).

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 5 78


ABORDAGEM POLICIAL • SITUAÇÕES DE ABORDAGENS POR NÍVEIS

A B O R D A G E M N Í V E L- I I

A Abordagem Nível–II é empregada para


verificar atitude ou fundada suspeita.

Essa abordagem deverá sempre ser • Informe à central de comunicações o


feita por pelo menos dois policiais mili- início da abordagem.
tares. Quando for realizada por 01 (um) • Solicite apoio.
policial militar, deve seguir os procedi-
mentos a seguir. • Aproxime-se com segurança.
• Aguarde a chegada do apoio.
• Empregue o Ciclo OODA (Observar
– Orientar – Decidir –Agir). Quando não for possível aguardar a
chegada do apoio, o policial militar
atuando isoladamente deverá utilizar o
grau máximo de segurança:
OBSERVAR
• Identifique-se: “POLÍCIA!”
• Efetue a abordagem verbal:
“Fique de costas para mim, com as duas
mãos na cabeça” OU “apoie as duas
AGIR ORIENTAR
mãos na parede e afaste as pernas” OU
“Fique de joelhos e cruze as pernas”
“Aguarde nesta posição, sem se mover”
• Informe ao apoio.
DECIDIR • Aguarde o apoio em posição segura.
• Nesta abordagem a arma estará em-
punhada na posição 2 ou 3.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 5 79


ABORDAGEM POLICIAL • SITUAÇÕES DE ABORDAGENS POR NÍVEIS

A abordagem para averiguar uma atitude ou fundada


suspeita, por 02 (dois) ou mais policiais militares, será
procedida da seguinte forma.

• Empregue o Ciclo OODA (Observar • O segundo policial militar coloca


– Orientar – Decidir –Agir). a arma no coldre, trava o coldre e
• Informe à central de comunicações o aproxima-se pelas costas do cidadão
início da abordagem. abordado.

• Aproxime-se com segurança, de • O segundo policial militar efetua a


arma na mão na posição 1 ou 2. busca pessoal no cidadão abordado.

• Descompacte a formação, afastan- • Caso a suspeita seja confirmada,


do-se do outro policial militar. justificando a prisão, o segundo poli-
cial militar aplica a algema, conclui a
• Aproxime-se com segurança. busca pessoal e inicia a entrevista.
• Identifique-se: “POLÍCIA!” • Caso a suspeita não seja confirmada
• Efetue a abordagem verbal: após a busca, o segundo policial mili-
tar determina ao cidadão que vire de
“Fique de costas para mim com as frente para ele e inicia a entrevista.
duas mãos na cabeça” OU “apoie as
• Caso a suspeita não seja confirmada,
duas mãos na parede e afaste as per-
o policial militar responsável pela
nas” OU “fique de joelho e cruze as
verbalização, explicando o motivo da
pernas” (dependendo da situação).
abordagem, agradece a colaboração
“Aguarde nesta posição, sem se e disponibiliza os serviços da polícia
mover militar.
• Afaste-se com segurança.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 5 80


ABORDAGEM POLICIAL • USO DE ALGEMAS

A B O R D A G E M N Í V E L- I I I

A abordagem Nível-III é empregada para interromper


crime em andamento ou cumprir mandado de prisão.

A abordagem para interromper crime grau máximo de segurança, conforme


em andamento ou cumprir mandado segue.
de prisão deverá sempre ser feita por • Com a arma empunhada na posição
pelo menos dois policiais militares. 3, busque um abrigo.
Por isso, um policial militar atuando
• Identifique-se: “POLÍCIA!”
isoladamente, diante desta situação,
procederá como disposto a seguir. • Efetue a abordagem verbal:

• Empregue o Ciclo OODA (Observar “Fique de costas para mim, com as


– Orientar – Decidir –Agir). duas mãos na cabeça; deite no chão
• Informe à central de comunicações o devagar; cruze as pernas; flexione
início da abordagem. (dobre) os joelhos e estique os braços;
vire as palmas das mãos para cima,
• Solicite apoio. para que eu possa vê-las;
• Aproxime-se com segurança e man- Aguarde nesta posição, sem se mover”
tenha-se abrigado.
• Informe ao apoio.
• Aguarde a chegada do apoio.
• Aguarde o apoio em uma posição
Quando não for possível aguardar a segura. A partir daí, os procedi-
chegada do apoio, o policial militar mentos são os mesmos já vistos na
atuando isoladamente deverá utilizar o ABORDAGEM NÍVEL II.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 5 81


ABORDAGEM POLICIAL • USO DE ALGEMAS

A abordagem para interromper crime do-se do outro policial militar.


em andamento ou cumprir mandado • Aproxime-se com segurança;
de prisão será procedida conforme
exposto a seguir. • Identifique-se: “POLÍCIA!”

• Empregue o Ciclo OODA (Observar • Efetue a abordagem verbal:


– Orientar – Decidir –Agir). “Fiquem de costas para mim, com
as duas mãos na cabeça” OU “apoie
as duas mãos na parede e afaste as
pernas” OU “fique de joelhos e cruze
OBSERVAR as pernas” OU “deite no chão deva-
gar; cruze as pernas; flexione (dobre)
os joelhos e estique os braços; vire as
palmas das mãos para cima, para que
eu possa vê-las; (dependendo da
AGIR ORIENTAR
situação)

• Aguarde nesta posição, sem se


mover.
• O segundo policial militar coloca a
DECIDIR arma no coldre, trava o coldre e se
aproxima pelas costas dos cidadãos
abordados e os algema.
• Informe à central de comunicações o • O segundo policial militar efetua
início da abordagem. a busca pessoal nos cidadãos
• Aproxime-se com segurança, com a abordados.
arma na posição 3. • Após a busca pessoal, o segundo
• Descompacte a formação, afastan- policial militar inicia a entrevista.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 5 82


CAPÍTULO 5

RESUMO

Abordagem é a ação policial pidez, Ação Vigorosa e Unidade


de atuar em uma situação de Comando (SSRAU).
que exija intervenção policial, Sempre que houver uma
aproximando-se, interpelando, situação de abordagem, de-
identificando e procedendo a ve-se observar a técnica da
busca de um ou mais cidadãos, descompactação, que consiste
que pode resultar na prisão, no afastamento lateral entre
advertência ou orientação das os policiais, a fim de desviar e
pessoas envolvidas. dividir a atenção do cidadão
Como uma ação de força abordado.
sobre o cidadão, sempre que Abordagem Nível-I - emprega-
o policial for proceder uma da para intervir em comporta-
abordagem, deve observar se mento incivilizado ou averigua-
os requisitos da abordagem ção de rotina.
estão presentes: legalidade, Abordagem Nível-II - empre-
necessidade, proporcionalidade gada para verificar atitude ou
e conveniência. fundada suspeita.
Os princípios da abordagem Abordagem Nível-III - empre-
visam a segurança e o controle gada para interromper crime
na abordagem policial. São em andamento ou cumprir
eles: Segurança, Surpresa, Ra- mandado de prisão.

83
CAPÍTULO 6

POLICIAMENTO OSTENSIVO
MOTORIZADO
Imagem: PMSC
Imagem: PMSC
PROCEDIMENTOS
OPERACIONAIS DA GUARNIÇÃO

Os procedimentos operacionais de uma guarnição com-


posta por dois policiais militares são bem definidos, tanto
no campo de responsabilidade visual durante o patrulha-
mento, quanto nas funções dentro da viatura.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 85


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DA GUARNIÇÃO

COMANDANTE DA GUARNIÇÃO PM –
1º HOMEM

• Tem responsabilidade pelo campo de visão à


frente e na lateral direita da viatura, buscando
olhar bem à frente para depois ir aproximando
o campo visual (estabelecimentos comerciais,
transeuntes, veículos à direita etc.).
• Também observa a retaguarda através do es-
pelho retrovisor direito (este deve ser regulado,
possibilitando a utilização pelo motorista e
Cmt GuPM).
• É quem efetua o acionamento da sirene e gi-
roflex, quando necessário, e opera o rádio da
VtrPM.
• Em princípio, é quem emana as ordens dadas
aos suspeitos, sem, contudo, tolher a iniciativa
necessária dos demais componentes da GuPM.

Imagem: PMSC
• Nas abordagens, é responsável pela segurança
e coordenação completa da ocorrência.
• Faz uso do farolete (quando disponível) no
policiamento.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 86


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DA GUARNIÇÃO

M OTO R I S TA – 2 º H O M E M

• Responsável por dirigir a viatura com


segurança e destreza.
• No policiamento ostensivo motoriza-
do, o seu campo de visão é à frente e
à esquerda (principalmente veículos
que trafegam no contrafluxo).
• Também faz uso dos espelhos retrovi-
sores externos e internos para auxiliar
no patrulhamento da retaguarda.
• Nas abordagens, é o responsável pela
busca pessoal e veicular.

Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 87


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO DIURNO

POLICIAMENTO OSTENSIVO
MOTORIZADO DIURNO

• Os policiais deverão fazer uso da co-


bertura e adotar postura que trans-
mita profissionalismo e atenção.
• Obedecer a legislação de trânsito.
• Utilizar o cinto de segurança durante
o patrulhamento e deslocamento
para ocorrências. O cinto de segu-
rança poderá ser retirado quando
em patrulhamento em áreas de risco
ou estiver chegando ao local da
ocorrência.
Imagem: PMSC

• Havendo cartão programa preesta-


belecido (PMSC Mobile), a guarnição
policial deverá seguir o mesmo.
As observações e orientações rela- Não havendo cartão-programa, a
cionadas ao policiamento ostensivo guarnição policial deverá priorizar o
motorizado diurno são basicamente patrulhamento em pontos sensíveis
as mesmas do policiamento ostensivo ou vulneráveis à ação de criminosos,
a pé, ressalvadas as características tais como áreas com grande circula-
peculiares ao processo de policiamento ção de pessoas ou comércios, praças,
ostensivo motorizado. estabelecimentos de ensino, esta-
belecimentos bancários, lotéricas,
Alguns procedimentos relacionados à
postos de combustíveis, farmácias,
condução da Vtr PM são importantíssi-
panificadoras, mercados etc.
mos e serão descritos a seguir.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 88


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO DIURNO

• Quando não estiver empenhada


para atendimento de ocorrências, a
guarnição policial, deverá realizar o
policiamento ostensivo preventivo,
adotando uma velocidade de patru-
lhamento baixa, não excedendo a 40
Km/h, mantendo os vidros da viatura
abertos, a fim de possibilitar à guar-
nição policial estar atenta a atitudes

Imagem: PMSC
ou indivíduos suspeitos, bem como
transmitir segurança à comunidade.
• Os Postos de Observação (P-115/
Viatura em Permanência) deverão • Nos Postos de Observação (P-115),
ser realizados em locais de interes- os policiais militares deverão proce-
se estratégico para segurança da der da seguinte forma: desembarcar
comunidade ou locais de grande da viatura posicionando-se ao seu
visibilidade pública, devendo a lado, atentos ao que se passa em
guarnição comunicar o local exato à todos os flancos e copiando a rede
CRE/COPOM, bem como estacionar rádio. Recomendando-se ainda,
a viatura de forma que permita o sempre que possível, que um policial
deslocamento para qualquer direção, proceda policiamento ostensivo a
sem a necessidade de manobras. pé nos arredores, mantendo contato
Caso o local ofereça obstáculo que visual com o parceiro na viatura. O
sirva de proteção, a viatura deverá policiamento ostensivo a pé poderá
ser posicionada de forma que a reta- ser executado pela dupla de policiais
guarda da guarnição fique protegida. militares, se houver aparelho de
rádio portátil, mantendo o contato
visual com a viatura.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 89


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO DIURNO

Imagem: PMSC
• Durante o atendimento de ocorrên- de emergência gozam de prioridade no
cias/emergências, as viaturas ao ne- trânsito e podem circular livremente,
cessitar cruzar vias preferenciais ou no entanto não devemos esquecer que
focos semafóricos fechados, o poli- o fluxo de trânsito flui normalmente e
cial militar deverá “PARAR, OLHAR, há motoristas que têm restrições e limi-
VERIFICAR A POSSIBILIDADE DE tações individuais. Dessa forma, transi-
PROSSEGUIR E SEGUIR”. tar acima da velocidade limite para via,
• Acionar os dispositivos sonoros e ultrapassar sinal semafórico vermelho,
luminosos de emergência da viatura estacionar em locais proibidos, podem
PM nos deslocamentos para os ser- ser adotados pelas viaturas, desde que
viços de urgência, a fim de alertar os adotados procedimentos de segurança.
demais condutores de veículos. Os Entende-se por prestação de serviço
dispositivos podem ser desligados de urgência os deslocamentos realiza-
antes de chegar ao local da ocor- dos pelas viaturas policiais em circuns-
rência, a fim de privilegiar o fator tâncias que necessitem de brevidade
surpresa. para o atendimento, sem a qual haverá
As viaturas policiais no atendimento grande prejuízo à incolumidade pública.
Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 90
POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO NOTURNO

POLICIAMENTO OSTENSIVO
MOTORIZADO NOTURNO

O policiamento ostensivo motorizado • Durante o policiamento ostensivo


noturno segue as orientações de proce- motorizado a Gu PM deverá manter
dimentos do patrulhamento diurno, sen- o dispositivo luminoso (“giroflex”) li-
do complementado com procedimentos gado, a fim de manter a ostensivida-
específicos para emprego da Vtr PM no de do policiamento e garantir a sen-
período noturno, conforme segue. sação de segurança à comunidade.

Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 91


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO NOTURNO

co de drogas, com a observação dos


chamados “olheiros do tráfico”.

• O motorista da Gu PM também deve-


rá tomar cuidado especial no momen-
to da chegada no local da ocorrência,
evitando que os faróis da Vtr PM ilu-
minem outros policiais militares que
já estejam no local, expondo as Gu’s
PM a situações de risco.

• Quando da abordagem propriamente


dita, o motorista deverá posicionar a
• A Gu PM deverá ter cuidado especial Vtr PM, sempre que possível, de ma-
nas situações de abordagem, evi- neira que os faróis iluminem o local
tando que os dispositivos luminosos da abordagem, buscando também
ofuscar os olhos da pessoa que será
denunciem a chegada da Gu PM, à
abordada, utilizando o “farol alto”.
distância, devendo desligá-los ao
aproximar-se do local da ocorrência. • Quando no deslocamento houver
De acordo com a análise de cada mais de uma Vtr PM, as que estão
situação, até mesmo os faróis po- deslocando a retaguarda estarão
derão ser desligados, objetivando a iluminando as Vtr’s, com seus faróis,
surpresa na abordagem. Observe, que se deslocam à frente. Para cada
porém, que em determinadas si- caso, se requer uma análise “in loco”,
tuações, os faróis alto encobrirão porém é conveniente que as Vtr´s
a silhueta da VtrPM, dificultando a que se deslocam atrás, acionem a
identificação por parte do abordado, “luz baixa” ou até mesmo apaguem
principalmente em situações de tráfi- seus faróis.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 92


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • USO DA LANTERNA

USO DA
Foto de Steve Johnson / Pexels

LANTERNA

Na escuridão, o ser humano não c) Botão de acionamento na parte


enxerga bem, isso é fato. Por isso, ao traseira.
se preparar para assumir o serviço, o
d) Que não atrapalhe o manuseio da
policial militar deve considerar que em
arma.
algum momento pode ter a necessi-
dade de atuar em um ambiente com e) Possua o “Fiel”.
baixa luminosidade, durante o dia ou à Não basta ter a lanterna, o policial
noite, numa busca em uma edificação militar deve saber manusear a lanterna
abandonada ou mesmo numa busca em conjunto com sua arma, a fim de
veicular. Nessa situação, a importância enxergar melhor e estar preparado para
do emprego da lanterna no serviço agir numa eventualidade durante uma
policial militar é indiscutível.
situação de busca.
No uso policial, recomenda-se que
Para o uso adequado da lanterna, o
a lanterna tenha as características a
policial militar deverá conhecer as téc-
seguir.
nicas e táticas para cada situação, ou
a) Dimensões compactas. seja, terá que saber o que fazer e saber
b) Boa capacidade de iluminação, sen- como fazer. Somente assim, terá a van-
do capaz de ofuscar (cegar) momen- tagem tática desejada pelo emprego da
taneamente o suspeito. lanterna.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 93


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • USO DA LANTERNA

Para saber o que fazer e como fazer, • orientar;


primeiramente temos que entender
• movimentar.
as cinco funções da lanterna, segundo
Massad Ayoob: Numa ação em área com pouca lumi-
nosidade, o policial militar deverá focar
a) encontrar o caminho no escuro;
sua atenção em seu objetivo, adotar
b) identificar o alvo antes do disparo; procedimentos técnicos e táticos a
c) ofuscar (“cegar”) momentaneamente fim de garantir pronta resposta às
o opositor; situações que aparecerem, ligando sua
d) emprego como instrumento de auto- lanterna pelo tempo suficiente para
defesa (cassetete), se for resistente; e, se orientar ou identificar se o que está
vendo constitui ou não uma ameaça.
e) iluminar o alvo para um disparo
preciso.
Para se orientar, o ideal é que o policial
Com base nas funções da lanterna para militar, ao iluminar o local, faça uma
o serviço policial, passaremos a discor- “fotografia mental” do local, identifi-
rer sobre os procedimentos para o uso cando acessos e proteções, fazendo em
da lanterna, segundo três conceitos: seguida uma movimentação, mudando
• iluminar; seu posicionamento.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 94


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • USO DA LANTERNA

Identificar o alvo é essencial, o policial ou no manuseio da lanterna nesses lo-


militar deve se certificar se o que vi- cais, deve evitar as seguintes situações:
sualiza constitui uma ameaça ou não, a) operar com a lanterna acesa cons-
pois somente poderá empregar a força tantemente, isso denunciará a pre-
diante de ameaça confirmada. sença do policial e o transformará
Ao operar em um ambiente com pouca em um alvo;
luminosidade, o policial militar deve b) direcionar o foco de luz nos olhos
direcionar o foco de luz da lanterna nos de outros policiais, pois levará em
olhos do suspeito, ofuscando tempo- média de 15 a 20 segundos para
rariamente sua visão por alguns segun- se adaptar novamente ao ambiente
dos (cegueira momentânea), obtendo escuro, reduzindo a capacidade de
uma vantagem tática para dominar o atuação e proteção;
suspeito. c) iluminar outros policiais que estive-
Temporariamente cego, o suspeito rem no local, pois isso denuncia o po-
não conseguirá identificar o policial, sicionamento destes, sujeitando-os a
determinar o número de policiais na agressões/disparos de oponentes;
ação, procurar rotas de fuga, localizar d) quando no interior de edificações,
proteções ou armas. principalmente diante de cones da
morte (portas, corredores e escadas),
Resumidamente, se o policial militar evitar se proteger em áreas mais ilu-
domina o local, consegue se movimen- minadas do que a que irá fazer a bus-
tar e identificar o suspeito, ele trans- ca e possa ter suspeito homiziado;
forma sua lanterna numa opção de
uso progressivo da força, pelo impacto e) o uso de “apontadores laser” não é
psicológico causado, gerando confusão recomendado para ações em baixa
e temor ao suspeito. luminosidade, pois sua única função
será a de demarcar o ponto do impac-
O policial militar durante uma operação to do tiro, sem fazer a identificação
em ambiente com pouca luminosidade do alvo, como ocorre com a lanterna.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 95


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • TÉCNICAS DE EMPUNHADURA DE LANTERNA

Técnicas de empunhadura de lanterna

TÉCNICA HARRIES

Com a arma na posição 3 (pronto


emprego), o policial militar empunha-
rá a lanterna com a mão de tiro fraca,
posicionando-a de forma cruzada
com a mão da empunhadura de tiro
forte, com o dorso (costas) das mãos
juntas e apoiadas, pressionando
uma contra a outra, dando firmeza à
empunhadura (esta posição possibi-
lita ao policial militar uma condição
Imagem: PMSC

similar à da dupla empunhadura de


tiro, propiciando mais estabilidade
à arma e precisão no momento do
disparo).

TÉCNICA TORRE

Com a lanterna empunhada na mão


fraca, a posiciona sob a coronha da
arma, apoiando a mão da empu-
nhadura da arma sobre a mão fraca.
(Esta posição não fornece estabilida-
de no momento do tiro, pois a arma
Imagem: PMSC

estará empunhada por apenas uma


das mãos – empunhadura simples).

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 96


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • TÉCNICAS DE EMPUNHADURA DE LANTERNA

ABORDAGEM DE PESSOA A PÉ
A técnica de abordagem de pessoa a pé
empregando viatura PM segue o mesmo
padrão da abordagem em que o policial
militar se encontra a pé, de acordo com
o respectivo nível da abordagem.

O motorista deverá posicionar a viatura


PM, sempre que possível, de frente
para o cidadão abordado, respeitando
uma distância de segurança, que pode-
rá variar entre 3 e 5 metros.

A abordagem será feita com os po-


liciais militares semidesembarcados,
ou seja, com a porta de viatura PM
aberta, posicionados ainda no interior
da viatura PM, com o corpo levemente
projetado para fora. Imagens: PMSC

A partir do momento em que a viatura


PM estiver posicionada, a sequência da
abordagem, verbalização com o cida-
dão abordado, seguirá o mesmo padrão
já definido anteriormente, de aborda- posicionado para a busca pessoal, os
gem de pessoas a pé: “POLÍCIA!PARA- policiais militares deixarão sua posição
DO!.. Coloque as Mãos ...” abrigada atrás da Vtr PM, empregando
a técnica de descompactação e inician-
Depois que o cidadão abordado estiver do os procedimentos de busca pessoal.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 97


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ABORDAGEM VEICULAR – AUTOMÓVEL

ABORDAGEM VEICULAR – AUTOMÓVEL


Ao proceder à abordagem, a guar- com cautela e segurança, observando
nição PM deverá observar algumas com rigor as técnicas de abordagem
circunstâncias importantes, como a já repassadas, jamais negligenciando
conveniência da abordagem, dando a segurança das pessoas que circulam
preferência a locais de pouco movi- pelas imediações.

mento, sempre que possível. Quando Estando todos os requisitos da aborda-


houver necessidade de abordagem em gem satisfeitos, passaremos a detalhar
locais onde o trânsito de pedestres e os procedimentos de uma abordagem a
veículos seja intenso, deverá proceder veículo automóvel.

1º 2º
O R D E M D E PA R A D A POSICIONAMENTO
AO VEÍCULO D A V I AT U R A P M PA R A
SUSPEITO. ABORDAGEM.

Estando o veículo em movimento, Após a parada do veículo suspeito, a


o policial militar deve adotar viatura PM adotará uma distância míni-
primeiramente medidas para de- ma de segurança, que variará de 3 a 5
terminar a parada do automóvel metros em relação ao veículo aborda-
suspeito, através do acionamento do, buscando alinhar o rodado direito
dos dispositivos sonoros e lumi- da viatura PM com o rodado traseiro
nosos da viatura PM, podendo, esquerdo do veículo abordado.
ainda, gesticular reforçando a
determinação da parada. Impor-
tante ressaltar que durante esse
procedimento, a guarnição PM
jamais poderá emparelhar a via-
tura com o veículo suspeito, pelo
Imagem: PMSC

risco que tal manobra representa


à segurança dos policiais.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 98


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ABORDAGEM VEICULAR – AUTOMÓVEL

3º ABORDAGEM POLICIAL .

Os policiais militares semidesembar-


5º POSICIONAMENTO
DOS CIDADÃOS
ABORDADOS.
cados, ou seja, com a porta da viatu-
ra PM aberta, posicionados ainda no O Comandante determinará
interior da viatura PM, com o corpo que todos os ocupantes se
levemente projetado para fora. O posicionem na traseira do
motor da viatura deve permanecer veículo, colocando-os em
ligado na fase inicial da abordagem, posição de revista, com as
a fim de proporcionar imediata mãos na cabeça. Eles também
perseguição se o veículo abordado poderão ser posicionados
tentar se evadir, sendo desligado no com as mãos apoiadas no
momento que os policiais deixarem a veículo.
viatura.

4º VERBALIZAÇÃO. 6º DESEMBARQUE DA
V I AT U R A P M .

Assim que todos os ocupan-


O Comandante da guarnição deter-
tes estiverem em posição de
minará ao motorista que desligue
revista, na parte traseira do
o motor (caso esteja ligado) e que
veículo abordado, os policiais
todos os ocupantes desembarquem
militares abandonarão seu
imediatamente do veículo, com as
local abrigado na viatura PM,
mãos na cabeça, de costas para a
posicionando-se para a busca
guarnição PM, deixando as portas
pessoal, empregando a técni-
do veículo abertas, pois esse proce-
ca de descompactação.
dimento facilitará posteriormente a
varredura no interior do veículo.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 99


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ABORDAGEM VEICULAR – AUTOMÓVEL

7º VA R R E D U R A
PRELIMINAR
DO VEÍCULO
9º VERIFICAÇÃO DO
P O R TA - M A L A S D O
VEÍCULO.
ABORDADO.
Concluída a busca pessoal, será
Antes de proceder à busca feita a verificação do porta-malas
pessoal, um dos policiais do veículo. Não será permitido usar
militares (de preferência o o motorista ou qualquer ocupante
Comandante) deverá proce- para fazer a abertura do porta-ma-
der à varredura do interior las do veículo, devendo este ser
do veículo abordado, com o aberto por um policial militar.
objetivo de verificar se está
totalmente vazio, evitando Obs.: Também poderá ser executada
ser surpreendido por algum a mesma técnica com o policial militar
de joelhos.
ocupante que permaneceu
deitado nos bancos ou no
assoalho do veículo.

8º BUSCA PESSOAL .

Após a varredura no inte-


rior do veículo, deverá ser
iniciada a busca pessoal
nos ocupantes do veículo,
podendo ser empregada a
técnica com ou sem apoio,
adotando os procedimentos
Imagens: PMSC

de acordo com o nível da


abordagem.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 100


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ABORDAGEM VEICULAR – AUTOMÓVEL

10º BUSCA VEICULAR. 11º CHECAGEM


D O C U M E N TA L .

Concluída a busca no porta-malas Terminado os procedimen-


do veículo, deverá ser iniciada a tos de busca, que propor-
busca completa no seu interior. cionam a segurança neces-
Inicialmente, o policial militar dirá sária ao desenvolvimento
para o responsável pelo veículo da entrevista, inicia-se a
acompanhar visualmente a busca, checagem documental,
tomando o cuidado para deixá-lo pessoal e relacionada à
numa posição que não ofereça ris- legislação de trânsito.
co. Na continuação, deverá repar-
tir o veículo em setores, a fim de
não esquecer de nenhuma parte e Importante salientar que os
iniciar a busca. Após o término da policiais militares não deverão
busca, deverá ter cuidado, ainda, permitir ou determinar que
com a parte de baixo do veículo e ocupantes do veículo apanhem
o perímetro onde se desenvolveu qualquer objeto ou documento
a abordagem, a fim de verificar em seu interior, devendo este ser
que nada foi dispensado pelos apanhado pelos próprios policiais
ocupantes. militares, mesmo depois de rea-
lizada a busca veicular, evitando,
assim, qualquer reação agressiva
contra a guarnição PM.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 101


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ABORDAGEM A MOTOCICLETA

ABORDAGEM A MOTOCICLETA


POSICIONAMENTO
D A V I AT U R A P M
PA R A A B O R D A G E M .

Após a parada da motocicleta


suspeita, a viatura PM adotará
uma distância mínima de se-
gurança, que variará de 3 a 5
Imagem: PMSC

metros em relação ao veículo


abordado.

1º O R D E M D E PA R A D A A O
VEÍCULO SUSPEITO.
3º ABORDAGEM
POLICIAL.
Estando a motocicleta em movi-
mento, o policial militar deve adotar Os policiais militares semidesem-
primeiramente medidas para deter- barcados, ou seja, com a porta
minar a parada do automóvel sus- da viatura PM aberta, posiciona-
peito, através do acionamento dos dos ainda no interior da viatura
dispositivos sonoros e luminosos PM, com o corpo levemente
da viatura PM, podendo ainda ges- projetado para fora. O motor da
ticular a determinação da parada. viatura deve permanecer ligado
Importante ressaltar que durante na fase inicial da abordagem, a
esse procedimento, a guarnição PM fim de proporcionar imediata
jamais poderá emparelhar a viatura perseguição se a motocicleta
com a motocicleta suspeita, pelo abordada tentar se evadir, sendo
risco que tal manobra representa à desligado no momento que os
segurança dos policiais. policiais deixarem a viatura.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 102


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ABORDAGEM A MOTOCICLETA

4º VERBALIZAÇÃO.

O Comandante da guarnição
6º BUSCA PRELIMINAR
D O O C U PA N T E

PM determinará ao condutor O policial militar encarregado


que desligue o motor do veículo da busca pessoal, fará a “pe-
e coloque as mãos na cabeça gada” idêntica à da busca em
(capacete). pessoa em pé (sem apoio), rea-
lizando, em seguida, uma busca
pessoal preliminar, revistando,

5º DESEMBARQUE DA em suma, a cintura e as costas


V I AT U R A P M . do condutor e, também, embai-
xo das pernas dele. O condutor
Assim que o ocupante estiver ainda estará de capacete.
posicionado com as mãos no
capacete, sobre a moto, os
policiais militares abandonarão
seu local abrigado na viatura
PM, posicionando-se para
uma busca pessoal preliminar,
empregando a técnica de
descompactação.
Imagem: PMSC
Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 103


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ABORDAGEM A MOTOCICLETA

7º R E T I R A D A D O C A PA C E T E E
D E S E M B A R Q U E D A M OTO C I C L E TA

Realizada a busca pessoal


preliminar, o policial militar
determinará a retirada do
capacete pelo motociclista e o
desembarque da motocicleta,
devendo posicionar-se atrás da
motocicleta, com as mãos na
cabeça e de costas para guar-

Imagem: PMSC
nição PM.

8º BUSCA PESSOAL

Logo após o cidadão estar dis-


posto em posição de submissão,
conforme nível de abordagem, o
policial militar complementará a

Imagem: PMSC
busca.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 104


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ABORDAGEM A MOTOCICLETA

9º B U S C A N A M OTO C I C L E TA

O policial militar solicitará que o condutor


acompanhe visualmente a busca na mo-
tocicleta, tomando cuidado para deixá-lo
em uma posição que não ofereça risco.
Depois, iniciará a busca na motocicleta,
verificando espaço entre as carenagens,
abaixo do banco, possíveis espaços falsos
no tanques de combustível, faróis, espe-
lhos e, ao final,o local ao redor da aborda-
gem (busca de perímetro).

10º C H E C A G E M D O C U M E N TA L

Terminados os procedimentos de busca,


que proporcionam a segurança necessária
ao desenvolvimento da entrevista, inicia-
-se a checagem documental, pessoal e
relacionada à legislação de trânsito.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 105


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ABORDAGEM A MOTOCICLETA

Havendo dois ocupantes na motoci- te na cintura, costas e embaixo das


cleta, o 5º Passo passa a ter a seguinte pernas do condutor e, na sequência,
redação: O policial militar encarregado puxará o passageiro para trás e repetirá
da busca pessoal, fará a “pegada” idên- o procedimento nele. Ambos os ocu-
tica à da busca em pessoa em pé (sem pantes ainda estarão de capacete. Os
apoio), no passageiro da motocicleta, demais procedimentos são idênticos
forçando seu tronco para frente, sobre aos anteriores, adaptados para dois
o condutor. Em seguida, realiza uma ocupantes.
busca pessoal preliminar, primeiramen-
Imagens: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 106


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ABORDAGEM EM ÔNIBUS

ABORDAGEM EM ÔNIBUS

A abordagem em ônibus será


executada quando do cometi- COMANDANTE DA
GUARNIÇÃO
mento de crime no interior de
transporte coletivo, quando utili- Responsável pelo comando e con-
zado como meio de fuga de delin- trole da operação policial. Deverá
quentes, quando houver suspeita definir a missão que cada policial
que indivíduo em seu interior irá realizar e fazer a preleção ao
estiver transportando arma ou efetivo, repassando os detalhes da
qualquer substância, objeto ou missão a ser executada.
equipamento ilícito ou qualquer
outro meio proibido.
SEGURANÇA DE
Para realização dos procedimen-
VA N G U A R D A
tos policiais com segurança, faz-
-se necessário um efetivo mínimo É o responsável pela segurança
para abordagem. Cada policial externa à vanguarda do ônibus.
deverá executar uma função e as Posiciona-se à frente do ônibus,
missões serão atribuídas a cada de forma que possa observar se
um, conforme segue. alguém tenta escapar do ônibus
ou livrar-se de algo ilícito pelas
janelas do lado oposto ao da porta
e faz a segurança de todo períme-
tro dianteiro.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 107


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ABORDAGEM EM ÔNIBUS

SEGURANÇA DE R E V I S TA D O R
R E TA G U A R D A

Faz a segurança na parte Responsável pela busca


externa à retaguarda do ôni- pessoal nos passageiros e no
bus. Posiciona-se à retaguar- interior do ônibus.
da do ônibus, de forma que
possa observar se alguém
tenta escapar do ônibus ou
livrar-se de algo ilícito pelas M OTO R I S TA
janelas do lado oposto ao da
porta e faz a segurança de É o responsável pela segu-
todo perímetro traseiro. rança da viatura PM. Fica na
escuta do rádio, anota men-
sagens e faz as checagens
necessárias junto ao Centro
SELECIONADOR de Operações.

Responsável pela triagem


dos veículos a serem abor- SEGURANÇA/
dados. Após determinar a R E V I S TA D O R
parada do ônibus, o sele-
cionador acompanhará o Caso exista disponibilidade
Comandante da guarnição de efetivo, serão empregados
PM na abordagem, quando na busca pessoal (segurança
este adentrar ao ônibus para ou revistador), devendo ser
comunicar sobre a operação escalada uma policial militar
e repassar as determinações feminina, para a busca pes-
aos passageiros. soal em mulheres.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 108


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ABORDAGEM EM ÔNIBUS

Procedimentos
Imagens: PMSC

1. O Selecionador, observando as ca- do veículo. Deverá orientar a todos


racterísticas ou informações sobre o passageiros que desembarquem
ônibus a ser abordado, e determina a e tragam consigo seus pertences,
sua parada. como bolsas, sacolas, mochilas etc.

2. Imediatamente após a parada do 3. Na hipótese de o ônibus ter 2 ou 3


ônibus, o Comandante da guarnição portas, no momento que o Coman-
PM adentra ao ônibus acompanhado dante adentrar ao ônibus, na porta
pelo Selecionador (ambos com arma da frente, para emanar as ordens,
curta empunhada na posição 1 ou um revistador e seu segurança aden-
2) e informa aos passageiros que se trarão nas demais portas, fazendo a
trata de Operação Policial Militar, segurança do Comandante, ajudando
determinando que todos os homens no controle de possíveis ameaças.
desembarquem. Caso o ônibus este-
ja lotado, pode optar pelo desembar- 4. Na medida que as pessoas ou gru-
que em grupos, de forma que o nú- po de pessoas desembarcarem do
mero de pessoas a serem revistadas ônibus, o Comandante da guarnição
não ultrapasse a extensão da lateral PM determinará que se posicionem

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 109


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • PROCEDIMENTOS

apoiados na lateral do ônibus em 7. No caso de a revista ocorrer por


posição de revista, onde será proce- grupo de pessoas, o grupo revistado
dida a busca pessoal. será encaminhado a local específico
determinado pelo Comandante da
5. Em princípio, mulheres e crianças guarnição PM até que se termine
não desembarcarão, sendo revis- a busca em todos passageiros e
tadas no interior do ônibus. Caso veículo. A segurança será feita pelo
exista policial feminina na composi- motorista da viatura PM.
ção da guarnição PM, as mulheres
também desembarcarão, sendo 8. Ao término da busca pessoal nos
revistadas normalmente. ocupantes, o veículo também deve
ser minuciosamente revistado, ob-
6. Motorista e cobrador também deve- servando espaços existentes entre
rão ser revistados, sendo informados os bancos ou sob os bancos, onde
dos motivos pelo Comandante da possam ser escondidas armas.
guarnição PM, pois poderão estar
dando cobertura, mediante ameaça/ 9. Após a busca ao veículo, deverá ser
coação, guardando armas, objetos ou realizada busca nos bagageiros, no
produtos de crime. ponto de parada de ônibus e seus
arredores.
Imagens: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 110


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ACOMPANHAMENTO OU PERSEGUIÇÃO DE VEÍCULO SUSPEITO

ACOMPANHAMENTO OU
PERSEGUIÇÃO DE VEÍCULO SUSPEITO

Afinal, a Polícia pode perseguir ou deve está se evadindo por motivos banais,
acompanhar o veículo suspeito? Esse como: CNH vencida, menor de idade
tema já gerou muita controvérsia no ao volante, medo da polícia, já teve
meio policial, fruto talvez de orienta- passagem pelo sistema prisional, porém
ções recebidas nos cursos de formação no momento não representa ameaça
no passado. Mas, fato é que o art. 302, à integridade física dos policiais, bem
do Código de Processo Penal prevê, como não cometeu qualquer crime ou
nos casos que constituem a situação tem pendência com a justiça. Assim,
de flagrante, a perseguição do suspei- reforçamos que fazer uso de arma de
to logo após o ato delituoso. Dessa fogo para parar veículo em fuga não
forma, apresentadas fundadas razões é técnica policial aceita na PMSC.
para abordagem policial e o indivíduo Outro ponto importante a ser frisado,
empreende fuga, existe de fato uma é a questão do respeito às normas de
fundada suspeita que fundamente uma trânsito, pois apesar de os veículos
perseguição por parte da Polícia, desde de emergência gozarem de priorida-
que fique clara a ordem policial de pa- de no trânsito, em momento algum
rada ao suspeito. podem deixar de tomar os cuidados
indispensáveis à segurança do trânsito.
Vencida a polêmica sobre a possibili- Portanto, ao avançar semáforos ou
dade de a Polícia realizar perseguições. preferenciais, é preciso parar e olhar
O que tem de ficar claro é que existem para cruzar, trafegar sobre calçadas/
procedimentos e cuidados a serem calçadões ou contramão de direção so-
seguidos durante uma perseguição. mente em última hipótese e com muita
Muitas vezes, o indivíduo perseguido cautela, ou seja, faça uma análise da

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 111


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ACOMPANHAMENTO OU PERSEGUIÇÃO DE VEÍCULO SUSPEITO

conveniência da perseguição e, se hou- caracteriza perseguição, nesses casos


ver risco a terceiro ou à guarnição, é poderemos ter mais êxito se a guarni-
preferível permitir a fuga momentânea ção policial captar o máximo de infor-
e tentar bloqueios viários e barreiras mações, como: características dos en-
policiais. volvidos, dados do veículo utilizado na
fuga, direção tomada na fuga e quanto
Outro procedimento que tem de ficar tempo se passou do fato delituoso
claro que, para haver perseguição, é até a chegada da viatura e repassar à
preciso que o policial tenha o veículo rede PMSC, para que viaturas em áreas
em fuga à vista. Sair com a viatura po- próximas possam verificar se o veículo
licial em alta velocidade numa direção em fuga está passando lá. Depois, pode
por indicação de uma testemunha não realizar buscas pelo local.
Imagens: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 112


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ACOMPANHAMENTO OU PERSEGUIÇÃO DE VEÍCULO SUSPEITO

PROCEDIMENTOS

Identificar o veículo em Caso haja a necessidade de


fuga através de consulta à avançar semáforos ou vias
placa ou às características preferenciais, fazê-lo com
repassadas, ou mesmo das segurança para a guarnição e
características dos ocupan- demais condutores de veícu-
tes do veículo. los e pedestres. Lembre-se,
sempre, antes de cruzar
Informar à CRE/ COPOM PARE, OLHE E SIGA;
do início da perseguição.
Transmitir as informações à
Acionar os sistemas sono- CRE/COPOM com voz clara
ros e luminosos da viatura e firme, sem afobação ou
PM, a fim de emitir ordem pânico, repassando a caracte-
clara de parada ao veículo rística do veículo perseguido,
suspeito, podendo inclu- a fim de propiciar que outras
sive, por gestos, reforçar a viaturas executem um cerco/
ordem. barreira policial emergencial.
Dirigir a viatura PM com Informar na rede rádio os
agilidade, podendo exce- locais por onde se desen-
der a velocidade máxima volve o acompanhamento/
permitida para a via, porém perseguição do veículo.
sempre observando possí-
vel desatenção de conduto-
res de veículos e pedestres.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 113


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • ACOMPANHAMENTO OU PERSEGUIÇÃO DE VEÍCULO SUSPEITO

PROCEDIMENTOS

Caso julgue necessário, Caso o acompanhamento/


solicitar que a CRE/COPOM perseguição a veículo suspei-
acione a aeronave do BAPM to seja realizado por motoci-
para auxiliar na perseguição cleta PM, esta se limitará a
do veículo suspeito, a fim transmitir informações sobre
de não perder o veículo de as suas características e o
vista ou que ele consiga se trajeto tomado pelo veículo
misturar ao trânsito ou se em fuga, a fim de possibilitar
esconder em casas, gara- montagem de dispositivo de
gens de prédios ou estacio- barreira policial emergencial
namento. Dessa forma, o por guarnições da PM de
acionamento deve ser feito apoio.
no início da perseguição,
enquanto o veículo está à Caso a guarnição policial jul-
vista da guarnição PM. gue que do acompanhamen-
to/perseguição reste risco à
Adotar os procedimentos integridade física dos policiais
padrão de abordagem no ou terceiros, deve permitir a
caso de parada do veículo fuga momentânea do veículo
perseguido. suspeito, limitando-se a trans-
mitir características e rumo
tomado pelo mesmo.

Importante
Existe uma ordem do Comando Geral da PMSC que proíbe
perseguição de veículos suspeitos por viaturas do tipo: van, Kombi,
micro-ônibus ou caminhões, em razão da falta de segurança e
incapacidade desses veículos para uma perseguição.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 114


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • CONDUÇÃO DE PRESO EM VIATURA

CONDUÇÃO DE
PRESO EM VIATURA
A condução do preso em viatura po-
licial a repartição pública competente
(delegacia, fórum, hospital) deve ser
revestida de procedimentos técnicos
que garantam a segurança dos poli-
ciais, bem como da pessoa presa. O
policia militar deve, ainda, assegurar

Imagem: PMSC
a proteção do preso contra exposição
desnecessária e manutenção da inte-
gridade física e moral.

O transporte de presos em viaturas


policiais é regido pela Lei nº 8.653/93
e pela resolução do CONTRAN nº
626/16, que, em suma, determina
a proibição do transporte de presos
em compartimentos de proporções
reduzidas, com ventilação deficiente
ou ausência de luminosidade (BRASIL,
1993). Excepcionalizado o transporte
provisório e precário, por motivo de
força maior, de pessoas que cometeram
crimes em compartimento de carga de
viaturas policiais. Outro dispositivo que
regula o transporte de presos/apreendi-

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 115


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • CONDUÇÃO DE PRESO EM VIATURA

dos é o Estatuto da Criança e do Adoles-


cente - ECA, que prevê, em seu art. 178,
que o autor de ato infracional não pode
ser transportado em compartimento fe-
chado de veículo policial (BRASIL, 1993).

Nos casos onde houver ameaça potencial


à integridade física dos policiais, o preso
poderá ser conduzido no compartimento

Imagem: PMSC
guarda preso, porém não se configurando
tal ameaça, o preso será conduzido no
interior da viatura policial, conforme pro-
cedimento padrão de condução de presos
em viatura.

Uma viatura PM com compartimento


guarda preso pode conduzir a quantidade
de presos especificadas no compartimen-
to, mais dois presos no banco traseiro. Já
em viaturas sem compartimento guarda-
-presos poderão ser conduzidos no má-
ximo dois presos. Havendo mais presos
a serem transportados, o apoio de outra
viatura deverá ser chamado. Em hipótese
alguma presos poderão ser transportados
em lugares diversos desses dois previs-
tos, como por exemplo: porta-malas de
veículos tipo sedã ou carroceria aberta de
picape.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 116


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • CONDUÇÃO DE PRESO EM VIATURA

C O N D U Ç Ã O D E 0 1 P R E S O E M V I AT U R A P M
S E M C O M PA R T I M E N T O G U A R D A P R E S O

O preso jamais deverá ser condu- pernas do preso ou fuga. Deve,


zido atrás do banco do motorista. ainda, travar a porta.
O preso deve estar algemado com O patrulheiro deverá ir sentado
as mãos para trás e ser posiciona- atrás do banco do motorista, ao
do no banco traseiro da viatura, lado do preso conduzido. Sendo o
atrás do banco do patrulheiro. patrulheiro destro, e consequen-
O patrulheiro deverá colocar o temente sua empunhadura de
cinto de segurança no preso e arma na mão direita, deverá retirar
posicionar o banco do patrulheiro a arma do coldre, passando-a para
o mais para trás possível, a fim a mão esquerda.
de dificultar a movimentação das
Imagens: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 117


POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO • CONDUÇÃO DE PRESO EM VIATURA

C O N D U Ç Ã O D E 0 2 P R E S O S E M V I AT U R A P M
S E M C O M PA R T I M E N T O G U A R D A P R E S O

O preso jamais deverá ser ro o mais para trás possível, a fim


conduzido atrás do banco do de dificultar a movimentação das
motoristas. pernas dos presos ou fuga. Deve,
ainda, travar a porta.
Um preso deve ser posicionado
no banco traseiro da viatura, O patrulheiro deverá ir sentado
atrás do banco do patrulheiro atrás do banco do motorista,
e, o outro, ao lado do primeiro, ao lado dos presos conduzidos.
em uma posição centralizada. Os Sendo o patrulheiro destro, e
presos também podem ser alge- consequentemente sua empu-
mados um ao outro, mantendo nhadura de arma na mão direita,
as mãos para trás para condução. deverá retirar a arma do coldre,
passando-a para a mão esquerda.
O patrulheiro deverá colocar o
cinto de segurança nos presos e
posicionar o banco do patrulhei-
Imagens: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 6 118


CAPÍTULO 6

RESUMO

Os procedimentos operacionais patrulhar em velocidade de até


de uma guarnição composta 40Km/h, a fim de transmitir os-
por dois policiais militares são tensividade e poder observar o
bem definidos, ao motorista que acontece durante o trajeto.
cabe uma direção segura e res-
ponsabilidade sobre o campo Apesar não fazer parte do kit
visual à frente e à esquerda, operacional PM, a lanterna é
além da retaguarda. Já o pa- um equipamento importante e
trulheiro, fica responsável pelo versátil, devendo ser utilizada
campo visual à frente e à direi- mesmo durante o serviço diur-
ta, bem como pela comunica- no. As funções da lanterna são:
ção, acionamento dos sistemas encontrar o caminho no escuro,
sonoros e luminosos da viatura identificar o alvo antes do
e operação de equipamentos. disparo, ofuscar a visão do opo-
nente, instrumento de autode-
Durante o policiamento osten- fesa (se resistente) e iluminar o
sivo motorizado diurno, quan- alvo para um disparo preciso. A
do a viatura estiver realizando técnica de uso padrão da PMSC
P-115 (Posto de Observação é a Harries, sendo admitida
Parada), o policial deve desem- ainda a técnica Torre.
barcar da viatura, ficar atento
às comunicações e realizar pa- Na abordagem de pessoa a pé,
trulhamento nos arredores. No a guarnição deve posicionar a
P-409 (Patrulhamento) deve viatura, sempre que possível,

119
CAPÍTULO 6

de frente para o cidadão abor- 9. verificação de porta malas;


dado, guardando uma distância 10. busca veicular; e, por fim,
de 3 a 5 metros, procedendo
11. a checagem documental.
a abordagem semidesem-
barcados. Após o cidadão Assim como na abordagem a
estar em posição de revista, veículos, a abordagem a mo-
os policiais deixam a viatura
tocicletas deve seguir alguns
(descompactando) e adotam os
passos:
procedimentos da abordagem a
cidadão a pé. a) de parada ao veículo
suspeito;
Na abordagem a veículo, a guar-
b) posicionamento da viatura
nição PM deve seguir 11 passos
para abordagem;
determinados, a saber:
c) a abordagem policial;
1. ordem de parada ao veículo
suspeito; d) a verbalização;

2. posicionamento da viatura e) o desembarque da viatura;


para abordagem; f) a busca preliminar dos ocu-
3. abordagem policial; pantes da moto;
4. a verbalização; g) a retirada do capacete e de-
5. dos cidadãos suspeitos; sembarque da moto;

6. desembarque da viatura; h) a busca pessoal;


7. varredura preliminar do veí- i) a busca na motocicleta; e, por
culo suspeito; fim,
8. busca pessoal; j) a checagem documental.

120
CAPÍTULO 6

A abordagem a ônibus deve ser ordem de parada a um veículo


realizada no curso de cometi- suspeito e esse empreender
mento de crime no interior de fuga, tendo o veículo à sua vista,
transporte coletivo, quando retransmitindo informações à
utilizado como meio de fuga de rede rádio da PMSC, atentando
delinquentes, quando houver para os cuidados com o trânsito
suspeita que indivíduo em seu de veículo e pedestres. Havendo
interior estiver transportando risco à guarnição ou a terceiros,
arma ou qualquer substância, deve-se permitir a fuga momen-
objeto ou equipamento ilíci- tânea do veículo suspeito.
to, ou qualquer outro meio
proibido. Tendo como procedi- A condução de presos em via-
mentos principais: a) a seleção tura deve, preferencialmente,
do ônibus sob suspeita; b) a ser realizada em viaturas que
determinação da descida dos tenham compartimento para
suspeitos em grupo; c) a busca guarda de presos. Não havendo
pessoal em todos os ocupantes esse dispositivo, a guarnição
(homens, mulheres, cobrador e poderá conduzir no máximo
motorista); e, d) busca no inte- dois presos por viatura. Os pre-
rior, bagageiro e proximidades sos deverão estar algemados
do ônibus. com as mãos para trás, dispos-
tos na viatura atrás do banco
O acompanhamento/persegui- do patrulheiro que sentará
ção a veículo suspeito é proce- atrás do banco do motorista
dimento adotado na PMSC. A para fazer a segurança durante
perseguição acontecerá sempre o trajeto.
que a guarnição PM der uma

121
CAPÍTULO 7

ABORDAGEM EM
EDIFICAÇÕES
Imagem: PMSC
ABORDAGEM EM EDIFICAÇÕES:
COMBATE EM AMBIENTE CONFINADO

Combate em Ambiente Confinado, ou, ainda, por falta de treinamento ou


conhecidos internacionalmente pela desconhecimento das técnicas.
sigla CQB (Close Quartee Battle), são
Uma guarnição policial no serviço
técnicas e táticas utilizadas quando
diário, seja no patrulhamento diário ou
a proximidade com o alvo é mínima,
em operação policial, ao realizar busca
desenvolvendo-se normalmente
num ambiente confinado, necessita de
em ambientes urbanos como casas,
conhecimento técnico para realizar um
apartamentos, corredores e quartos. intenso e cauteloso trabalho de abordar
São responsáveis por um expressivo e localizar fontes de perigo em uma
número de policiais mortos em serviço. área confinada (residência, loja, oficina,
Algumas dessas baixas têm como causa mecânica etc.). Dessa forma, elencamos
o descaso do próprio policial, que não abaixo alguns procedimentos técnicos
dá a devida importância ao que apren- a serem observados na atuação policial
de em sua formação e treinamentos durante uma abordagem a edificações.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 7 123


ABORDAGEM EM EDIFICAÇÕES • COMBATE EM AMBIENTE CONFINADO

Você estará em desvantagem. to de reagir, pode levá-lo a


Ao entrar em uma edificação, morte. Mantenha uma postura
são inúmeras as desvantagens tática, com a arma em pronto
dos policiais em relação aos emprego, utilizando-se da
marginais. Os espaços dos cô- técnica do Terceiro Olho para
modos são pequenos, as cober- varrer e dominar o ambiente.
turas existentes são mínimas e
nem sempre há disponibilidade Use técnicas de retenção de
de iluminação. Somado a tudo arma.
isso, os marginais podem se Ao passar por vãos e aberturas
esconder e escolher um local (portas), a arma deve ser reco-
para fazer uma emboscada, lhida junto ao corpo (posição
tornando a busca uma ativida- 2), para que não seja arrancada
de extremamente perigosa. da sua mão por um oponente
escondido do outro lado.
Aplique as técnicas e táticas
adequadas. Trabalhe sempre em dupla.
Examinar minuciosamente um Considerando que a busca seja
ambiente exige muita cautela realizada por duas pessoas,
e, acima de tudo, o emprego somente uma deve se mover
adequado de técnicas e táticas de cada vez. Assim, enquanto
eficazes. um faz a cobertura (e atira,
se for o caso), o outro realiza
Adote uma postura ofensiva. a progressão, alternando-se
Adotar uma atitude defensiva, os papéis à medida que se
mantendo sua arma dentro do avança. Também é importante
coldre ou, quando fora dele, lembrar que se deve tomar
apontada para o alto ou para cuidado para não atingir o
baixo, aguardando o momen- próprio companheiro. Aquele

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 7 124


ABORDAGEM EM EDIFICAÇÕES • COMBATE EM AMBIENTE CONFINADO

que está na posição mais à Use as proteções existentes


retaguarda não deve apontar no ambiente.
a arma para as costas daquele Dentro do possível, permane-
que está à frente. ça atrás de barricadas e não
se movimente cruzando as
Preencha os espaços. pernas para evitar a perda do
Cada policial tem uma área de equilíbrio corporal.
responsabilidade no ambiente
onde faz a busca. Desta forma, Cuidado ao atravessar esca-
um policial deve confiar no das e corredores.
outro e não se preocupar em O problema em atravessar
“limpar” a área de responsabi- corredores ou descer e subir
lidade do outro. escadas se resume à falta de
uma rota segura de fuga. É
Seja silencioso. possível se deslocar, tanto
Ao atravessar corredores e sa- para frente como para trás,
lões, poderão ser encontradas mas muito difícil a movimen-
muitas portas que darão para tação lateral. Isto cria um tipo
quartos, despensas e armários. de “funil fatal”, que propicia
Abrir qualquer porta e entrar um excelente palco para uma
sem averiguar o que existe emboscada.
por trás dela é muito perigoso.
Concentre-se, portanto, em Seja rápido ao atravessar
realizar movimentos silen- corredores.
ciosos. Ruídos causados por Após entrar em um corredor,
sapatos, chaveiros, arrastar-se é aconselhável atravessá-lo o
na parede, podem chamar a mais silenciosamente possível
atenção, assim como alertar e com toda rapidez até alcan-
para a localização de quem çar o seu final. Não quer dizer
efetua a busca. que o policial vá atravessar

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 7 125


ABORDAGEM EM EDIFICAÇÕES • COMBATE EM AMBIENTE CONFINADO

o local correndo, ele apenas forçando-o a lhe enfrentar.


caminhará rápido. Então é que Desse modo, se houver opção,
se realiza a busca visual no realize as buscas descendo a
próximo ponto de entrada. escadaria. Mantenha a arma
na técnica do terceiro olho e
Prefira realizar buscas des- varra as laterais tão bem quan-
cendo escadarias. to o faz com a parte superior
Vale lembrar que em escadas às suas costas.
é sempre mais fácil combater
de cima para baixo. Afinal, se Antes de realizar uma entra-
perde menos tempo descendo da, use técnicas de varredura.
uma escada do que subindo. A fim de conseguir obter a
Além do que, será baixada uma visão do ambiente a ser pene-
via de escape para o marginal, trado, recomenda-se o uso de
proporcionando talvez a sua técnicas de varredura, como
captura por outros policiais rápida olhada, tomada de ân-
que eventualmente estejam do gulo e espelhos.
lado de fora do prédio. Subin-
do, você encurrala o oponente,

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 7 126


ABORDAGEM EM EDIFICAÇÕES • TÉCNICAS DE ENTRADA

TÉCNICAS DE ENTRADA

As técnicas de passagem pela porta te, produzindo uma área de alto risco
são: Entrada Cruzada, Entrada em Gan- quando de sua passagem.
cho, Entrada Mista (mistura de técnicas)
e Entrada Limitada, para progressões As portas no Brasil normalmente têm
lentas e furtivas. tamanhos padrão (variando entre 70 e
80 centímetros de largura), podendo
Com exceção da entrada mista, as de- estar posicionadas no centro ou no
mais técnicas de passagem pela porta canto das paredes da edificação. O
requerem relativa velocidade durante posicionamento das portas são deter-
sua execução. Isso porque as portas são minantes para escolha das técnicas de
exemplares clássicos de Cone da Mor- movimentação.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 7 127


ABORDAGEM EM EDIFICAÇÕES • TÉCNICAS DE ENTRADA

Entrada limitada israelense


É desenvolvida conforme sugere sua à rápida olhada da varredura, só que o
nomenclatura. A entrada limitada con- policial não retorna ao abrigo/cobertu-
siste na técnica onde o policial se proje- ra do batente da porta, permanecendo
ta parcialmente ao ambiente, contudo, na posição e visualizando o canto do
sem adentrar. A projeção é semelhante recinto.

Entrada cruzada

Na entrada cruzada, os policiais estão


posicionados um em cada lado da
porta, atravessando-a em movimento
semelhante a uma cruz ou “X”. É reco-
mendada para ocasiões em que a porta
se encontra fechada e o policial neces-
sita checar a maçaneta ou aplicar uma
técnica de arrombamento. O ponto
fraco dessa técnica é o lapso temporal,
ainda que breve, que leva o segundo
policial para adentrar no ambiente,
oportunizando uma agressão ao primei-
ro policial pelo canto que ainda não foi
coberto.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 7 128


ABORDAGEM EM EDIFICAÇÕES • TÉCNICAS DE ENTRADA

Entrada em gancho

Esta deve ser utilizada quando não for


possível fazer as entradas descritas
anteriormente. Na entrada em gancho,
os policiais também estão posicionados
um em cada lado da porta e, ao aden-
trarem a porta, fazem um movimento
em gancho. A dificuldade dessa técnica
está na súbita troca de direção e de
áreas pré-visualizadas pelos policiais.

Existe ainda a possibilidade de uma


entrada mista, onde os policiais posicio-
nados um atrás do outro, em um lado da
entrada. Quando adentram, um executa
uma curva em gancho e o outro, cruza
a porta dirigindo-se ao outro lado a ser
“limpo”. A entrada mista é caracterizada A entrada mista é muito recomendada
pela mescla de técnicas, gancho-cruza- nas progressões lentas, furtivas, cuja
da, que permite que a dupla de policiais prioridade é a segurança dos policiais
coreografe o momento de passagem e não é necessário imprimir grandes
pela porta, permitindo que ambos aden- velocidades durante o deslocamento.
trem simultaneamente ao ambiente e
em condições de tiro. Nessa progressão, Em qualquer técnica de passagem, o
os dois policiais estão do mesmo lado policial sempre deverá checar a porta,
da porta e esta já se encontra aberta. A empurrando-a com o cano do próprio
dificuldade desta técnica reside no en- armamento ou com cotovelo da mão
trosamento dos policiais e nas diversas fraca, com a finalidade de verificar se
larguras de portas. não há qualquer alteração.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 7 129


CAPÍTULO 7

RESUMO

O combate em ambientes con- O uso de proteções no inte-


finados são técnicas e táticas rior de edificações deve ser
utilizadas quando a proximi- preocupação constante. Na
dade com o alvo é mínima, de- travessia de corredores e esca-
senvolvendo-se normalmente das, o policial deve ser rápido
em ambientes urbanos, como e silencioso, a fim de não ser
casas, apartamentos, corredo- pego desprotegido ou ter sua
res e quartos. posição revelada. Nas escada-
rias, se possível, faça a busca
Ao abordar e entrar numa
de cima para baixo, pois isso
edificação, os policiais sem-
torna a busca mais fácil e dá
pre estarão em desvantagem
um canal de escape ao suspei-
frente ao suspeito, que pode
to, evitando o confronto.
se abrigar e programar uma
emboscada. Dessa forma, os Existem três técnicas de
policiais devem sempre adotar entrada em ambientes: 1) en-
uma postura ofensiva, man- trada cruzada; 2) entrada em
tendo postura tática com arma gancho; e, 3) entrada limitada
empunhada ao nível dos olhos, israelense.
sempre trabalhando em dupla e
varrendo o ambiente.

130
CAPÍTULO 8

OPERAÇÕES DE POLÍCIA
Imagem: PMSC

OSTENSIVA
Imagem: Caio Resende / Pexels
POLICIAMENTO EM PRAÇAS
DESPORTIVAS
No policiamento ostensivo em praças essas ações se traduzem em compor-
desportivas, o policial militar irá lidar, tamentos incivilizados que deverão
na maioria das vezes, com pessoas de ser acompanhados atentamente pelo
bem e que durante o transcorrer do policiamento do evento, a fim de não
evento poderão liberar suas tensões e gerar tumultos ou confusões, sempre
emoções, visto que no anonimato das lembrando que, nesses casos, não
multidões podem adotar comporta- estamos lidando com marginais.
mentos que não teriam em sociedade
pelas limitações impostas. Por vezes,

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 8 132


OPERAÇÕES DE POLÍCIA OSTENSIVA • POLICIAMENTO EM PRAÇAS DESPORTIVAS

Missão geral

1. Prevenir crimes e contravenções no interior e


nas áreas circunvizinhas da praça desportiva,
além das necessárias medidas de controle de
trânsito.

2. Garantir a integridade física das pessoas que


compareceram aos eventos esportivos, me-
diante execução do policiamento ostensivo.

3. Impedir a generalização de tumultos e de-


sordem, medidas repressivas convenientes,
objetivando fazer retornar ao clima de norma-
lidade e continuidade do evento esportivo.
Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 8 133


OPERAÇÕES DE POLÍCIA OSTENSIVA • POLICIAMENTO EM PRAÇAS DESPORTIVAS

Missão específica

1. Policiar nas praças desportivas os


postos prioritários e normais, man-
tendo-se atenta e em condições de
reunir-se com rapidez, a fim de fazer
frente a distúrbios parciais ou gene-
ralizados em um só local ou em vários
locais distintos, devendo, para tal fim,
estar devidamente instruída.

2. Diferenciar o marginal, comumente


combatido, do assistente, pois este
último somente sai de sua norma de
conduta por provocação ou por um
erro do árbitro ou, ainda, pelo mal
desempenho de um atleta.

Imagem: PMSC
3. Diferenciar em suas ações de poli-
ciamento, o árbitro, os auxiliares e o
pessoal da imprensa, mantendo-se
imparcial quanto à disputa.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 8 134


POLICIAMENTO EM PRAÇAS DESPORTIVAS • ARMAMENTO DA TROPA

ARMAMENTO DA TROPA
Na área interna ao estádio/ginásio
a tropa não deverá portar arma
de fogo, em razão do contato
direto com os torcedores, em
uma área onde o uso de arma
letal não é conveniente pelo risco
a terceiros e ao próprio policial
que, em um tumulto, pode ter sua
arma retirada. Oficiais e tropa de
operações especiais/choque/PPT
estão autorizadas ao uso de arma
de fogo. Graduados podem ser
autorizados pelo Comandante do
policiamento.

Nas áreas externas ao estádio/


Imagem: PMSC

ginásio (estacionamentos e ruas


próximas) policiadas, o efetivo
está autorizado ao porte de arma
de fogo.

Os casos de agressões a tiro serão


resolvidos por ações extremas,
quando as circunstâncias exigirem
e quando os outros recursos fo-
rem esgotados; para isso, sempre
que possível, deverá ser lançado o
escalão de Operações Especiais.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 8 135


POLICIAMENTO EM PRAÇAS DESPORTIVAS • POSTOS DE POLICIAMENTO

POSTOS DE POLICIAMENTO
EM PRAÇAS DESPORTIVAS
Os postos serão divididos em
POSTOS QUE
permanentes e temporários.
NORMALMENTE DEVEM
Postos permanentes são aque- SER POLICIADOS
les que, após análise da Polícia
• Locais de estacionamento.
Militar, serão considerados fixos,
tendo policiamento para todos • Bilheterias.
os jogos. Postos temporários • Postos de arrecadação.
são aqueles que contam com
• Catracas e locais de entrada de
policiamento somente para de-
público.
terminados jogos, em razão de
características peculiares àquele • Embocaduras e corredores.
evento. • Vestiários de atletas e árbitros.
• Bares.
• Escolta de árbitros.

• Postos de comando.
• Arquibancadas.
• Tribunas.
• Local da disputa.
• Locais de aglomeração, que permi-
tam a ação de punguistas, trombadi-
nhas e assaltantes.
• Outros locais necessários, conforme
análise do Comandante.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 8 136


POLICIAMENTO EM PRAÇAS DESPORTIVAS • VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS DAS COMPETIÇÕES DESPORTIVAS

VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS DAS


COMPETIÇÕES DESPORTIVAS

Os espectadores, quando acobertados


pelo anonimato das grandes massas, REAÇÕES DO
geralmente deixam de raciocinar e PÚBLICO
agir como indivíduo isolado, passando
a reagir na proporção em que aquela Os fatores psicológicos acima
reage, uma vez que sofre influências de mencionados conduzem os
fatores psicológicos, como: espectadores a reagirem agres-
sivamente e até violentamente
• número de espectadores presentes; a estímulos muitas vezes insig-
nificantes. Tal comportamento
• sugestões das torcidas;
coletivo e contagiante revela-se,
• contágio pelo clima reinante no jogo; normalmente, através de:
• provocações verbais;
• novidade, pela falta de participação
em outros jogos; • impropérios;
• arremesso de objetos;
• anonimato;
• fogos de artifício;
• expansão das emoções reprimidas;
• arremesso de sacos plásticos
• imitação de outros torcedores. contendo líquidos (água e
outros);
• tiros de arma de fogo.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 8 137


POLICIAMENTO EM PRAÇAS DESPORTIVAS • VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS DAS COMPETIÇÕES DESPORTIVAS

BRIGAS E DESORDENS

No caso de brigas e desordens, a tirando-se os responsáveis do local,


tropa deve agir rapidamente, a fim podendo-se deixar policiais militares
de evitar que a situação se torne um para garantir o restabelecimento da
conflito generalizado. As brigas sim- ordem, enquanto se fizer necessário.
ples e desordens são resolvidas re-

I N VA S Õ E S D E C A M P O

Caso a tropa seja utilizada como • manter atitude correta e marcial;


meio de preservação e dissuasão de • agir, sem romper a cadeia de
invasão de campo, deve: comando;
• ser disposta com a frente voltada • as invasões de campo em massa
para o público; serão resolvidas com emprego
• não desviar a atenção para onde de ações de choque, formação
se desenvolve a partida, principal- em linha, com o intuito de
mente quando o público se mani- empurrar os invasores para um
festa, evitando invasão de campo lugar designado, normalmente
ou arremesso de objetos; uma via de saída;
• não agredir fisicamente os tor- • nos estádios não se corre, nem se
cedores, devendo conduzi-los permite correr;
para fora do campo utilizando os • movimento de tropa em veloci-
conhecidos meios de condução; dade atraem a atenção do públi-
• dispor-se de modo a proteger a co e podem conduzir a correrias
arbitragem; e pânico.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 8 138


POLICIAMENTO EM PRAÇAS DESPORTIVAS • VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS DAS COMPETIÇÕES DESPORTIVAS

PÂ N I C O

O pânico deve ter suas causas pre- • explosões, acidentais ou não;


vistas, quando isso for possível, de
• abalos na estrutura do estádio;
modo a se evitar a sua ocorrência.
Se vier a ocorrer, as vias de acesso • fenômenos atmosféricos;
deverão ser abertas a tempo, para
permitir a vazão da massa e evitar • desabamentos;
acidentes, com mortos ou feridos.
• acidentes coletivos;
Estar preparado para necessidade
de acionar veículos de socorro e • incêndios;
avisar hospitais.
• falsos alarmes;
Além das causas já citadas, o pâ-
• comemorações exacerbadas;
nico pode resultar das seguintes
causas: • outras causas.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 8 139


POLICIAMENTO EM PRAÇAS DESPORTIVAS • TUMULTOS E DISTÚRBIOS

TUMULTOS E DISTÚRBIOS

O controle de tumultos e distúrbios no 1. Limitação do Uso de Agen-


interior de praças desportivas deve ser tes Químicos.
planejado com antecedência e por locais, de Dentro de praças des-
modo que a ação física da tropa aproveite a portivas, ou mesmo sua
arquitetura existente, uma vez que as ações proibição, é devido ao fato
no interior de praças desportivas impõem de ginásios e estádios não
limitações de uso de agentes químicos e terem saídas o suficiente
bombas de efeito moral. para escoamento do pú-
blico facilmente, sendo
quase um fator de risco aos
espectadores.

2. Limitação do Uso de Bom-


bas de Efeito Moral.
Por razões semelhantes ao
uso de agentes químicos,
bombas de efeito moral não
devem ser utilizadas dentro
de ginásios e estádios, por-
que resultam em pânico.
Imagem: G1

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 8 140


POLICIAMENTO EM PRAÇAS DESPORTIVAS • CONDUTA DO POLICIAMENTO

CONDUTA DO POLICIAMENTO

No decorrer do desenvolvimento do
policiamento em praças desportivas, o
efetivo deverá adotar as condutas elen-
cadas a seguir.

D A C O N D U TA N A PA R T E E X T E R N A
D A S P R A Ç A S D E S P O R T I VA S

• Preservar a segurança e a ordem específicos da administração do


através de ações de policiamento estádio, devendo encaminhar
ostensivo. tais problemas aos funcionários
• Zelar pela segurança dos bens nas quando por este solicitado e para
áreas de estacionamentos e adja- garantir a ordem.
centes à praça desportiva.
• Não se atribui ao policiamento a
• Proporcionar segurança à torcida vigilância de entradas clandesti-
adversária na entrada e na saída nas ou sub-reptícias (escaladas
da praça desportiva. de muros), por pessoas que
• Realizar o controle de trânsito no se furtam ao pagamento de
local e adjacências. ingressos, sendo tal atividade
• Os componentes dos postos não competência da administração
devem tentar resolver problemas do estádio.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 8 141


POLICIAMENTO EM PRAÇAS DESPORTIVAS • CONDUTA DO POLICIAMENTO

D A C O N D U TA N A
PA R T E I N T E R N A
DAS PRAÇAS
D E S P O R T I VA S

• O policiamento não deve se


preocupar com a condução da
partida em si, o que é atribui-
ção da justiça desportiva.
• O policiamento não se preocu-
pa com quem deve ter acesso
ao interior do campo, isso é
atribuição dos funcionários do
estádio.
• A tropa ou sua fração, só ultra-
passará as linhas que delimitam
o local da realização da partida,
quando:
Imagem: PMSC

1. a arbitragem solicitar;
2. a arbitragem estiver em sé-
rio risco;
3. houver quebra do princípio
da legalidade, como briga
envolvendo jogadores, torci-
da, imprensa e outros;
4. houver invasão do campo.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 8 142


CAPÍTULO 8

RESUMO

No policiamento em praças ções especiais/choque/PPT


desportivas, a Polícia Militar estão autorizados a portar
lida, em sua esmagadora maio- armamento nas áreas internas.
ria, com pessoas de bem e tem
que saber diferenciar o trata- Brigas e desordens devem ser
mento dispensado a este cida- resolvidas rapidamente, a fim
dão ao de possíveis marginais. de evitar a generalização do
tumulto, devendo os envolvi-
O efetivo em policiamento na dos serem retirados do estádio
área externa das praças despor- de futebol.
tivas deve portar equipamento
de proteção individual com- No caso de pânico por parte
pleto, a fim de proporcionar a dos espectadores, a Polícia Mi-
preservação da ordem pública e litar deve atuar ajudando a levar
o controle de trânsito local. o público às saída que devem
ser abertas.
O efetivo em policiamento nas
áreas internas das praças des- O uso de agentes químicos e
portivas deve estar equipada, bombas de efeito moral têm
porém sem portar arma de restrições de uso nas partes
fogo, em razão das restrições internas de praças desportivas,
de uso de equipamento letal. pois podem gerar pânico nas
Oficiais e equipes de opera- pessoas.

143
CAPÍTULO 9

BARREIRA POLICIAL

Imagem: PMSC
Imagem: PMSC
CONCEITO E OBJETIVOS
A barreira policial consiste numa pessoas, estejam embarcadas (automó-
operação policial que poderá ser de- veis, motocicletas, bicicletas) ou a pé,
sencadeada de forma programada ou visando retirar de circulação criminosos
emergencial, realizada através da insta- que acabaram de cometer um delito
lação de postos de checagem fixos e/ ou marginais procurados pela justiça;
ou móveis montados em vias públicas apreender armas e drogas; recuperar
pré-determinadas (normalmente em objetos produto de atividades crimino-
vários locais simultaneamente), consi- sas (furto, roubo etc.).
derando ocorrência policial específica
ou a incidência de ocorrências policiais, A checagem da documentação re-
locais de risco e rotas onde usualmente lacionada à legislação, ao veículo e
circulam marginais. condutor (trânsito – CNH, CRLV) – não
é prioridade inicial, sendo feita num
O objetivo principal é estabelecer o segundo momento, após obtida segu-
controle, fiscalização e inspeção de rança para prosseguir com a inspeção.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 9 145


BARREIRA POLICIAL • EFETIVO

EFETIVO

Não há um efetivo ideal


para execução de uma COMANDANTE
barreira policial, mas não
deverá ser executada com Será o responsável pelas decisões, controle
menos de 02 (dois) policiais e organização da operação, cabendo a ele as
militares. Havendo menos seguintes atribuições:
que 05 (cinco) policiais mili-
• coordenar a montagem do dispositivo da
tares na operação, haverá a
barreira policial;
necessidade de algum acu-
mular alguma função. Os • ministrar a preleção ao efetivo, determi-
policiais militares na execu- nando a função a ser cumprida por cada
ção de uma barreira policial, integrante da operação;
desempenharão as funções, • fiscalizar o funcionamento da barreira poli-
elencadas na sequência. cial, adotando ações corretivas em caso de
necessidade;
• autorizar a utilização da cama de faquir ou
do ouriço, atentando para a oportunidade
de sua utilização, as características do
local onde está sendo realizada a barreira
policial e, principalmente, a segurança dos
policiais militares e usuários da via;
• confeccionar o relatório da operação bar-
reira policial.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 9 146


BARREIRA POLICIAL • EFETIVO

SELECIONADOR A N OTA D O R

Será responsável por: Será o responsável por:


• estar atento ao fluxo de veícu- • registrar as informações quanti-
los, buscando identificar veícu- tativas da barreira policial para a
los e/ou ocupantes suspeitos; produção do relatório;
• selecionar os veículos e • realizar a checagem das informa-
direcionar para as áreas de ções e consultas aos sistemas de
abordagem. informações, por meio de tablet
ou por meio de CRE/COPOM.

R E V I S TA D O R

Será o responsável por:


• proceder à abordagem no veícu-
lo selecionado;
• proceder à busca pessoal nos
ocupantes do veículo;
• proceder à busca veicular;
• proceder à identificação dos
ocupantes de veículo;
• proceder à fiscalização de trân-
Imagem: PMSC

sito (documentação do condutor


e veículo).

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 9 147


BARREIRA POLICIAL • EFETIVO

DICA
SEGURANÇA
No caso da barreira poli-
cial ser composta de 3 a 5
Será o responsável pela segurança
policiais militares, deverão
da área e do revistador, executando
ser priorizadas as funções
as seguintes atribuições:
de segurança e revistador.
• prover segurança para o desempe-
Se a barreira policial for
nho das funções do revistador;
composta por 2 policiais
• prover segurança no perímetro de militares, um assumirá as
atuação da barreira policial; funções de selecionador
e revistador, enquanto o
• prover segurança para os cidadãos
outro se encarregará pela
que se encontram no dispositivo
segurança da operação
da barreira policial;
(segurança de área e do
• empregar a cama de faquir ou ou- revistador).
riço, após autorização do Coman-
dante da barreira policial.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 9 148


BARREIRA POLICIAL • EXECUÇÃO

EXECUÇÃO

A fim de estabelecer a correta sequên-


cia das ações a serem adotadas pelos
policiais militares, primeiramente pre-
cisamos definir qual o tipo de barreira
policial a ser montada.

BARREIRA POLICIAL
PROGRAMADA

Operação com planejamento especí-


fico, visando estabelecer o controle, a
fiscalização e a inspeção de pessoas
embarcadas (automóveis, motocicletas
e bicicletas) ou a pé, considerando, no
planejamento, a incidência estatística
de ocorrências policiais (locais de ris-
co e rotas onde usualmente circulam
marginais).

BARREIRA POLICIAL
EMERGENCIAL

Imagem: PMSC
Operação decorrente de ocorrência po-
licial eventual ou evento específico, com
planejamento rápido, que visa impedir
a fuga de marginais que acabaram de
cometer um crime, deter suspeitos em
fuga, apreender armas, drogas e objetos
produtos de atividades criminosas.
Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 9 149
BARREIRA POLICIAL • EXECUÇÃO

SEQUÊNCIA DAS AÇÕES

Identificar o local e horário lidade, orientando o efetivo


adequado para a realização a respeito da ocorrência
da operação Barreira Policial que motivou a realização
Programada. da barreira (Barreira Policial
Emergencial).
Definir o provável roteiro do
marginal/suspeito em fuga Comunicar o início da opera-
e instalar a barreira com agi- ção à CRE/COPOM.

Montar o dispositivo da barreira policial, da seguinte forma:

1. estabelecer a segurança da mesmo sentido, direcionar os


área; veículos na direção da faixa de
2. iniciar o controle de trânsito menor velocidade;
no local da instalação da 4. montar o dispositivo do início
barreira, a fim de diminuir a
para o final, a fim de propor-
velocidade dos veículos na
cionar maior segurança aos po-
via;
liciais durante esta atividade;
3. definir o local para abordagem
dos veículos (local reservado e 5. sinalizar a barreira policial com
seguro). Nas vias com duas ou placas informativas e sinais
mais faixas de rolamento no luminosos (se houver).

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 9 150


BARREIRA POLICIAL • EXECUÇÃO

definir, de acordo com o dispositivo


montado, quantos veículos e/ou
pessoas serão abordados simultanea-
mente na área de abordagem;

posicionar os policiais no dispositivo;

iniciar a abordagem de veículos e/ou


pessoas.

Encerrar a Barreira Policial da seguin-


te forma:

1. cessar os procedimentos de
abordagem;

2. finalizar as abordagens e procedi-


mentos que estão em andamento;

3. desmontar a barreira do final para


o início do dispositivo;

4. embarcar o efetivo;

5. comunicar o término da Operação


à CRE/COPOM;

6. deslocar para OPM ou o local da


próxima operação;

7. confeccionar o relatório da opera-


ção (Comandante).

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 9 151


BARREIRA POLICIAL • ATIVIDADES CRÍTICAS

Atividades críticas

• Comunicar à CRE/COPOM quando tempo (chuva ou neblina), no sentido


algum veículo desobedecer à ordem de priorizar a segurança dos policiais
de parada na barreira policial, repas- militares e usuários da via.
sando, via rádio, a direção tomada
• Determinar a interrupção temporária
pelo veículo e redirecionamento
da barreira no caso de formação
da abordagem para outro local, de
de engarrafamentos, retomando-a
maneira coordenada e segura. O Co- tão logo a situação do tráfego se
mandante da barreira policial poderá normalize.
autorizar o deslocamento da viatura
para realizar perseguição com o intui- • Posicionar as viaturas policiais em-
to de realizar a abordagem policial. pregadas na barreira policial em locais
estratégicos e de fácil acesso à via,
• Cancelar ou suspender temporaria- propiciando agilidade em caso de
mente a operação em caso de mau necessidade de emprego.

Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 9 152


BARREIRA POLICIAL • ERROS A SEREM EVITADOS

Erros a serem evitados

• Realizar uma barreira policial com • Selecionar mais veículos do que a


apenas 01 (um) policial militar. capacidade de abordagem.

• Iniciar a barreira policial sem que • Ter como prioridade inicial a fis-
o Comandante tenha definido as calização de trânsito (este proce-
funções de cada policial. dimento dever ser realizado como
última etapa da abordagem na
• Efetuar tiro de advertência (para barreira policial).
cima ou para o chão) a veículo em
fuga.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 9 153


CAPÍTULO 9

RESUMO

A barreira policial consiste das ou a pé, visando retirar de


em uma operação policial que circulação criminosos que aca-
poderá ser desencadeada de baram de cometer um delito
forma programada ou emer- ou marginais procurados pela
gencial, realizada através da justiça; apreender armas e
instalação de postos de che- drogas; recuperar objetos pro-
cagem fixos e/ou móveis mon- duto de atividades criminosas.
tados em vias públicas pré-
-determinadas, considerando As funções executadas em
ocorrência policial específica uma Operação Barreira Policial
ou a incidência de ocorrências são: Comandante, seleciona-
policiais, locais de risco e rotas dor, segurança, revistador e
onde usualmente circulam anotador. Havendo efetivo
marginais. Visa estabelecer reduzido, as funções prioriza-
o controle, a fiscalização e a das serão as de segurança e
inspeção de pessoas, embarca- revistador.

154
CAPÍTULO 10

Imagem: PMSC
PATRULHA URBANA
PATRULHA URBANA

Patrulha é uma força com valor e com-


posição variável, disposta em formação
determinada, destacada para cumprir
missões de reconhecimento, de combate
ou da combinação de ambas.

Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 156


PATRULHA URBANA • TIPOS DE PATRULHA

Tipos de Patrulha

PAT R U L H A D E PAT R U L H A D E C O M B AT E
RECONHECIMENTO
A missão da patrulha de combate é
A missão da patrulha de reconhecimen- caracterizada pela ação ou operação
to é caracterizada pela ação ou ope- policial militar restrita, destinada a
ração policial militar com o propósito proporcionar segurança a comunidade,
de confirmar ou buscar dados sobre capturar criminosos, armas e outros
pessoas, terreno ou outros aspectos produtos ilícitos.
de interesse em determinado ponto,
itinerário ou área. Com o recrudescimento constante da
criminalidade e aumento dos aglome-
É necessário enfatizar que a patrulha rados urbanos, ocorreu a formação de
de reconhecimento deve estar pre- organizações criminosas armadas em
parada para possíveis confrontos que diversas favelas das grandes capitais
possam advir em consequência da ação brasileiras, sendo preciso um prepa-
de criminosos. ro técnico mais apurado das forças
públicas.

Algumas Forças Policiais estão prepa-


radas para atuar com a filosofia deste
tipo de patrulha, a qual tem como obje-
tivo deter criminosos organizados nos
Imagem: Giovani Silva / PMSC

aglomerados urbanos.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 157


PATRULHA URBANA • FUNÇÕES DO EFETIVO

Funções do efetivo

P O N TA D E VA N G U A R D A SEGURANÇA DE FLANCO
O 1º e o 2º homens executam a função O 5º homem exerce a função de segu-
de ponta na patrulha, eles darão ritmo rança de flanco. É o responsável por
e cadência aos demais integrantes. cuidar das laterais, lajes e construções
Estes integrantes devem ser ágeis e durante o percurso.
conhecedores de todo o planejamento
da missão. Pelos pontos que eles pas- SUBCOMANDANTE
sarem todos deverão também passar.
O 6º homem é o subcomandante. Ocu-
É necessário que estejam utilizando
pará a função de Comandante com sua
armas de longo alcance.
possível morte e também ficará res-
ponsável para cuidar das laterais, lajes
C O M A N D A N T E D A PAT R U L H A
e construções durante o percurso.
O 3º homem será o Comandante
da Patrulha. Fica a seu critério a SEGURANÇA DE
posição que ocupará durante o des- R E TA G U A R D A
locamento para melhor orientar seus
O 7º e 8º homens exercem a função de
subordinados.
segurança de retaguarda, normalmente
fazem uso de armas de longo alcance.
HOMEM DE LIGAÇÃO OU ALA
É necessário enfatizar que pode haver
O 4º homem fará a ligação entre os
a meia volta da patrulha. Caso a situa-
pontas, o Comandante e os demais
ção evolua a tal ponto de não ser mais
integrantes. Ele será o responsável pela
seguro a sua progressão, nesta ocasião,
revista ou busca pessoal dos suspeitos.
os pontas terão a função segurança de
retaguarda e vice-versa.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 158


PATRULHA URBANA • TIPOS DE PROGRESSÃO

Tipos de progressão

As formas de progressão da patrulha CONSIDERAÇÕES SOBRE OS


variam de acordo com a geografia do TIPOS DE PROGRESSÕES
terreno e periculosidade do local a ser O tipo de formação será definido antes
patrulhado: do início da missão. Durante o trajeto
poderão ocorrer mudanças no tipo de
• ponto a ponto;
formação para adequar ao meio e per-
• centopeia, e, curso trilhado.

• híbrida. Na progressão, o combatente deve


adotar uma postura de caçador, com
sua arma em posição pronto baixo ou
pronto emprego, fazendo visada em
pontos que possam vir a provocar peri-
gos (perigo imediato), nunca deixando
seu companheiro na sua linha de tiro.

Na passagem por aberturas, portas e


janelas, o policial deverá varrer o local,
até a total passagem, evitando a sur-
presa e agressão de criminosos.
Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 159


PATRULHA URBANA • SEQUÊNCIA DAS AÇÕES PARA PATRULHA URBANA

Sequência das ações para patrulha urbana

1 L E VA N TA R A S I N F O R M A Ç Õ E S

• Conhecer a geografia do local além da existência de olheiros


é fundamental para o emprego que alertem sobre a presença
da patrulha. policial.

• Verificar todo o itinerário da • Considerar os horários de


Patrulha (rotas de aproximação entrada e saída de turnos de
dos policiais militares, rotas de serviço de empresas, escolas,
fuga de suspeitos etc.). etc., evitando pôr pessoas ino-
centes a possíveis confrontos
• Verificar as previsões meteo- armados.
rológicas, buscando identificar
a possibilidade de mau tempo • Identificar o tipo de constru-
(chuva), durante a operação, ção predominante na área
que possa comprometer a sua patrulhada, a fim de prever as
execução. consequências de possíveis
confrontos armados (capacida-
• Identificar o grau de periculo- de de transfixação dos calibres
sidade dos criminosos, tipos etc.).
de armas, crimes cometidos,

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 160


PATRULHA URBANA • SEQUÊNCIA DAS AÇÕES PARA PATRULHA URBANA

2 P R E PA R A Ç Ã O D O E F E T I V O

• Repassar aos policiais militares • Realizar o briefing em uma


a situação (o que encontrarão nova reunião com o efetivo,
no local), missão (o que farão) agora equipado e pronto para
e a forma de execução (como o deslocamento, momento em
farão). que o Comandante repassará o
planejamento, esclarecerá dú-
• Definir as funções e equipa- vidas, ouvirá sugestões e che-
mentos coletivos e individuais cará todos os equipamentos
dos integrantes da patrulha. (individuais e coletivos) que
serão utilizados na patrulha.
• Definir o horário de briefing e
de deslocamento.

3
D E S L O C A R PA R A O
4
COMUNICAR O INÍCIO DA
L O C A L D A PAT R U L H A PAT R U L H A A C R E / C O P O M

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 161


PATRULHA URBANA • SEQUÊNCIA DAS AÇÕES PARA PATRULHA URBANA

5 E X E C U Ç Ã O D A PAT R U L H A

• Desembarcar no local determi- sidade de orientação a cida-


nado pelo planejamento. dãos, abordagem a suspeitos,
motocicletas e veículos, busca
• Organizar equipe, conforme
em edificações e possíveis
determinado pelo Comandante
prisões/apreensões.
da patrulha.
• Coletar as informações quan-
• Iniciar a progressão, conforme
titativas para a produção do
o planejado, podendo haver
relatório.
alteração pelo Comandante da
patrulha, por decisão própria • Deixar o local com segurança e
ou sugestão do homem ponta atenção a possíveis agressões.
de vanguarda.
• Comunicar o término da Ope-
• Percorrer o itinerário planeja- ração à CRE/COPOM.
do, adequando-se à realidade
encontrada, tais como neces-

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 162


PATRULHA URBANA • SEQUÊNCIA DAS AÇÕES PARA PATRULHA URBANA

Atividades críticas

• Executar a passagem por becos, • Realizar a abordagem de vários


corredores, portas, janelas e planos suspeitos armados.
elevados sem utilizar as técnicas
• Escolher o efetivo que comporá a
de varredura e terceiro olho.
patrulha.

Erros a serem evitados


• Não comunicar à CRE/COPOM o insuficiente os equipamentos de
início e o término da Operação ou patrulha.
qualquer alteração ocorrida.
• Executar atos de indisciplina de
• Transpor ou passar por áreas sons e luzes durante a patrulha.
críticas sem utilizar as técnicas de
• Não realizar o controle de cano
varredura, de funil fatal, de perigo
durante o deslocamento, bem
imediato e de terceiro olho.
como em situações de confrontos
• Ter informações desatualizadas armados.
sobre o itinerário.
• Ter a presença de outras guarnições
• Escolher de forma equivocada ou incursionando no mesmo local.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 163


CAPÍTULO 10

RESUMO

Patrulha é uma força com valor ta de vanguarda, comandante,


e composição variável, disposta homem de ligação ou ala, segu-
em formação determinada, des- rança de flanco, subcomandan-
tacada para cumprir missões de te e segurança de retaguarda.
reconhecimento, de combate
ou da combinação de ambas. As formas de progressão da
patrulha variam de acordo com
As funções desempenhadas em a geografia do terreno.
uma patrulha urbana, são: pon-

164
CAPÍTULO 11

CONTROLE DE
DISTÚRBIO CIVIL

Imagem: PMSC
Imagem: PMSC

CONTROLE DE DISTÚRBIO CIVIL


As tropas de choque fazem parte da • controle de distúrbios civis;
história da humanidade, pois desde a • rebelião em estabelecimento
Civilização Romana seu emprego foi prisional;
direcionado para novas conquistas e
manutenção de reis, imperadores, esta- • praças desportivas e grandes
dos e garantias públicas e individuais. eventos;
• reintegração de posse rural e urbana;
As ações de uma tropa de choque ultra-
passam a missão primeira de controle • desinterdição de via; e,
de distúrbios civil, sendo o treinamento • operações químicas.
deste efetivo o conjunto de inúmeras
técnicas, táticas, conhecimentos espe- Tropa de Choque deve ser sinônimo de
cíficos de materiais e conceitos, além disciplina, autocontrole e resistência à
do condicionamento exaustivo para o fadiga. Esta tropa deve ser cumpridora
controle da agressividade e do medo. de ordens e preparada para, muitas
vezes, superar a inferioridade numérica
Fazem parte das missões específicas do pela técnica e tática, tendo como obje-
Batalhão de Polícia de Choque: tivo principal a restauração da paz e da
ordem.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 11 166


CONTROLE DE DISTÚRBIO CIVIL • FUNÇÕES DO PELOTÃO DE CHOQUE

Funções do Pelotão de Choque

COMANDANTE DO PELOTÃO – 1º ou SARGENTO COMANDANTE DE GRU-


2º Tenente tem a função de comandar PO – é o responsável pela correção e
efetivamente o pelotão de choque nas orientação da fração sob seu comando.
ações de controle de distúrbios, sendo Tem a obrigação de fazer com que
o responsável quanto ao seu emprego as ordens do Cmt sejam cumpridas a
operacional nos casos em que atue contento, evitando que ocorra o isola-
como apoio isoladamente. mento e atos isolados de seus homens
durante a ação.
SARGENTO AUXILIAR – é o substituto
direto em casos de baixa ou impedi- ESCUDEIROS – são os responsáveis
mento do Comandante do pelotão. É o pela proteção do pelotão contra tiros
auxiliar do comando para controle dos ou arremesso de objetos.
homens durante a ação de controle de
tumultos. LANÇADORES – são os encarregados
de lançar, manualmente a munição quí-
mica de arremesso.
Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 11 167


CONTROLE DE DISTÚRBIO CIVIL • FUNÇÕES DO PELOTÃO DE CHOQUE

ATIRADORES – são os encarregados SEGURANÇA – é o encarregado da


de lançar, através de armamen- segurança do pelotão embarcado, em
to próprio, a munição química de deslocamento ou não, e da viatura,
autopropulsão. quando estacionada, em conjunto com
o motorista.
HOMEM EXTINTOR – é o encarregado
da operação do extintor de incêndio MOTORISTA – encarregado pelo trans-
quando a tropa operar a pé, com a porte da tropa e quando a viatura esti-
finalidade de proteção contra bombas ver estacionada. Auxilia na segurança
incendiárias arremessadas pela massa. da tropa.

Comandante de pelotão CMT

Sargento auxiliar AUX

Comandantes de grupos G3 G1 G2

E03 E01 E02

E06 E04 E05

Escudeiros
E09 E07 E08

E12 E10 E11

Lançadores L15 L3 L14

Atiradores A18 A16 A17


Imagem: PMSC

Segurança, motorista e homem-extintor S21 M19 He20

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 11 168


CONTROLE DE DISTÚRBIO CIVIL • FORMAÇÕES DO PELOTÃO DE CHOQUE

FORMAÇÕES DO PELOTÃO DE CHOQUE

As formações de um pelotão de choque xa Emassada, Formação Guarda Alta,


dividem-se em tipos, conforme segue. Formação Guarda Alta Emassada e
Formação Tartaruga.
a) Formações Básicas: Coluna por Dois
e Coluna por Três. d) Formação de Ataque: Carga de
Cassetetes.
b) Formações Ofensivas: Linha,
Cunha, Escalão a Direita e Escalão à Para efeito de estudo, veremos aqui so-
Esquerda. mente as formações básicas e uma das
formações ofensivas, a linha, por ser a
c) Formações Defensivas: Formação mais utilizada quando da atuação das
Guarda Baixa, Formação Guarda Bai- tropas de área em movimentos sociais.
Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 11 169


FORMAÇÕES DO PELOTÃO DE CHOQUE • FORMAÇÕES BÁSICAS

Formações básicas

A primeira providência a ser adota- FORMAÇÃO COLUNA POR


da pelo Comandante do pelotão de TRÊS
choque é colocar sua tropa em forma. Esta formação será empregada para
Utilizaremos a formação em colunas de que o Comandante do pelotão possa
pelotão mais precisamente por 03 (três) checar as alterações no seu efetivo,
colunas. Assim, teremos duas forma- bem como para que cada integrante
ções, conforme segue. saiba sua função/atribuição no pelotão.

Comandante de pelotão CMT

Sargento auxiliar AUX

Comandantes de grupos G3 G1 G2
Imagem: PMSC

E03 E01 E02

Formação Coluna por Dois E06 E04 E05

Escudeiros
E09 E07 E08
FORMAÇÃO COLUNA POR
DOIS
E12 E10 E11
A formação em coluna por dois é utili-
zada para empregar a tropa taticamen-
Lançadores L15 L3 L14
te, isto é, dela poderemos partir para
qualquer outra formação de controleAtiradores
A18 A16 A17
Imagem: PMSC

de distúrbio civil, bem como facilita os


deslocamentos rápidos.
Segurança, motorista e homem-extintor S21 M19 He20

Formação Coluna por Três

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 170


FORMAÇÕES DO PELOTÃO DE CHOQUE • FORMAÇÃO OFENSIVA – LINHA

Formação ofensiva – linha

LINHA
Essa formação é realiza-
da com a finalidade de
dispersar a turba, obri-
gando o deslocamento
da massa às vias de fuga.
Esta formação é utilizada
na grande maioria das
missões devido à sua
flexibilidade, facilidade
de controle por parte do
Imagem: PMSC

comandante do pelo-
tão e proteção de seus
componentes.

A L L E E E E E E E E E E E E L A A

G G G

E CMT

S AUX S
Imagem: PMSC

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 171


ATUAÇÃO DA TROPA DE ÁREA NOS MOVIMENTOS SOCIAIS

ATUAÇÃO DA TROPA DE ÁREA


NOS MOVIMENTOS SOCIAIS

Ficou esclarecido que as manifesta-


ções públicas são garantidas a toda a
sociedade brasileira e previstas pela
constituição federal.

Neste viés, a Polícia Militar é quem


proporciona segurança ao cidadão que
busca se manifestar, preservando a
ordem pública através de ação de polí-
Imagem: PMSC

cia ostensiva, de forma integrada com


a sociedade, visando o exercício pleno
da cidadania.
empregar grupos de pronto emprego
É neste escopo que surgem ações
que tenham a doutrina da tropa de
específicas das atuações ostensivas,
choque, deixando a tropa de área des-
para preservar a ordem pública e res-
tinada às ações preventivas.
taurar em caso de quebra da ordem. As
atuações em casos de quebra da ordem No que concerne ao batalhão de área, as
devem ser entendidas como uma ação diversas atuações de sua competência
extrema, por ser uma ação que pode são necessárias para o bom andamento
resultar em grandes danos materiais das manifestações públicas, no que trata
e lesões corporais, com isso, busca-se a preservação da ordem pública.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 172


ATUAÇÃO DA TROPA DE ÁREA NOS MOVIMENTOS SOCIAIS •
ACOMPANHAMENTO DOS MOVIMENTO SOCIAIS

Acompanhamento dos Movimentos Sociais

O acompanhamento dos manifestan-


tes é uma ação preventiva que busca
garantir o direito constitucional de se
manifestar, preservando a integridade
física dos participantes, pois, sabe-se
que, por vezes, nem todos concordam
com as manifestações, sendo neces-
sária a presença ostensiva da polícia
militar para evitar a quebra da ordem.

Também se busca com o acompanha-


Imagem: PMSC

mento dos manifestantes, evitar que


ocorram atos de vandalismo, e quando
aconteça seja identificado e reprimido
de imediato. Por isso, a importância de se empregar
o maior esforço possível na preserva-
Entende-se que um direito consti- ção do policiamento responsável para
tucional não deva prevalecer sobre as ações preventivas, realizando o
os demais direitos constitucionais acompanhamento dos manifestantes,
garantidos, com isso, o direito de se buscando-se realizar o equilíbrio entre a
manifestar alicerçado na Constituição garantia constitucional dos movimentos
Federal (art. 5º, XVI) não ampara práti- sociais e a preservação da liberdade dos
cas ilícitas e que atentam sobremaneira direitos constitucionais, como o direito
contra as demais liberdades e ao direito de ir e vir, evitando o fechamento de
de ir e vir (CF, art. 5º, XIV) das pessoas. vias exclusivas e acessos às pontes.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 173


ATUAÇÃO DA TROPA DE ÁREA NOS MOVIMENTOS SOCIAIS •
LINHA DE CONTENÇÃO NOS MOVIMENTOS SOCIAIS

Linha de contenção nos movimentos sociais


Imagem: PMSC

Assim como o acompanhamento de maior número de policiais disponíveis,


manifestantes, as linhas de contenções sendo desta forma, utilizada pela tropa
devem ser realizadas por tropas de de área.
batalhão de área, sendo esta função de
extrema importância para a preserva- A atuação dos policiais do batalhão de
ção da ordem pública. área como linha de contenção, traz le-
gitimidade, além da legalidade, quando
Este tipo de atuação busca preservar se há a quebra da ordem, no momento
bens públicos e privados, bem como em que se utiliza a repressão imediata
impedir o acesso a locais que possam para a restauração.
interferir no direito de ir e vir das
pessoas, com isto a importância de se A linha de contenção é uma estratégia
realizar este tipo de atuação com o utilizada para se evitar o confronto

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 174


ATUAÇÃO DA TROPA DE ÁREA NOS MOVIMENTOS SOCIAIS •
LINHA DE CONTENÇÃO NOS MOVIMENTOS SOCIAIS

com o manifestante. Os locais em que Como toda a missão, a linha de con-


os manifestantes não devam ter aces- tenção deve ser entendida como uma
so, devem ser preservados por linhas atuação necessária para todo o sucesso
humanas. da operação, sendo de extrema impor-
tância ser devidamente comandada,
Contudo, sabe-se que muitas vezes principalmente no momento em que
estas linhas de contenções são ultra- tiver que retirar os policiais para a atua-
passadas pelos manifestantes, cau- ção da tropa de pronto emprego.
sando muitos danos materiais e lesões
corporais neste momento.

Neste cenário, as tropas de pronto


emprego restauram a ordem com a
utilização da força necessária, sendo
de extrema importância os policiais
que realizam a missão de linha de con-
Imagem: PMSC

tenção saberem como proceder neste


momento.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva • Capítulo 10 175


CAPÍTULO 11

RESUMO
As formações de uma tropa alta, guarda alta emassada e
de choque são divididas em: tartaruga.
formações básicas, ofensivas,
defensivas e de ataque. A formação de ataque é consti-
tuída pela carga de cassetetes.
As formações básicas são: co-
luna por dois e coluna por três. O acompanhamento dos mani-
A partir delas, podemos atribuir festantes é uma ação preventi-
funções a cada membro do va que busca garantir o direito
pelotão e verificar alterações. constitucional de se manifestar,
Delas, também, podemos partir preservando a integridade física
para qualquer formação. dos participantes, pois, sabe-se
que, por vezes, nem todos con-
As formações ofensivas são: cordam com as manifestações,
linha, cunha, escalão a esquer- sendo necessária a presença
da e escalão à direita. Nosso ostensiva da polícia militar para
estudo focou-se na formação evitar a quebra da ordem.
em linha, por ser a mais utili-
zada pelos batalhões de área A linha de contenção é uma
no acompanhamento e linhas estratégia utilizada para se evi-
de contenção de movimentos tar o confronto com os mani-
sociais. festantes. Os locais em que os
manifestantes não devam ter
As formações defensivas são: acesso devem ser preservados
formação guarda baixa, guar- por linhas humanas.
da baixa emassada, guarda

176
REFERÊNCIAS
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subche-
fia para Assuntos Jurídicos. Código de Processo Pe-
nal. Decreto-Lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
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SÃO PAULO. Decreto nº 19.903, de 30 de outubro de


1950. Dispõe sobre o uso de algemas. Disponível em:
https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/de-
creto/1950/decreto-19903-30.10.1950.html. Acesso
em: 24 nov. 2021.

_____. Presidência da República. Casa Civil. Sub-


chefia para Assuntos Jurídicos. Lei Nº 7.210, de 11
de julho de 1984. Altera os arts. 1.583 e 1.584 da
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2008/Lei/L11698.htm. Acesso em 26 nov.
2021.

_____. Decreto nº 8.858, de 26 de setembro de 2016.


Regulamenta o disposto no art. 199 da Lei nº 7.210,
de 11 de julho de 1984 - Lei de Execução Penal. Dis-
ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2015-2018/2016/decreto/d8858.htm. Acesso em
26 nov. 2021.

_____. Ministério da mulher, da família e dos direitos


humanos. Secretaria nacional dos direitos da crian-
ça e do adolescente. Conselho nacional dos direitos
da criança e do adolescente. Estatuto da Criança e
do Adolescente Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescen-

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva | Capítulo 1 |177


REFERÊNCIAS
te e dá outras providências. Disponível em: https://
www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/crian-
ca-e-adolescente/estatuto-da-crianca-e-do-adoles-
cente-versao-2019.pdf. Acesso em: 24 nov. 2021.

BRASIL. Presidência da República. Lei 8653, de 10 de


maio de 1993. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/1989_1994/l8653.htm. Acesso
em: 26 nov. 2021.

SÃO PAULO. Decreto nº 19.903, de 30 de outubro


de 1950. Dispõe sobre o uso de algemas. Disponível
em: https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/
decreto/1950/decreto-19903-30.10.1950.html.
Acesso em: 24 nov. 2021.

Princípios básicos sobre uso da força e armas de fogo.


Adotados pelo Oitavo Congresso das Nações Unidas
para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delin-
quentes, realizado em Havana, Cuba, de 27 de Agos-
to a 7 de Setembro de 1990. Disponível em: http://
www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/ajus/prev20.htm.
Acesso em: 26 nov. 2021.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal – STF. Súmula vin-


culante nº 11, de 14 de agosto de 2008. Disponível
em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/se-
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_____. Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN.


Resolução 626, de 19 de outubro de 2016. Dispo-
nível em: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/
assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/
resolucao_no_626_de_19_de_outubro_de_2016.pdf.
Acesso em: 26 nov. 2021.

Técnicas e Operações de Polícia Ostensiva | Capítulo 1 |178

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