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UNIVERSE OF THE

MIND Semiotic Theory of Culture


1-Semiotic space
Ate ao inicio da 2ª secção os argumentos de Yuri Lotman seguem um padrao geral onde se começa
por se tomar um ato de comunicação unico ,analisando as relações que se estabelecem entre o
destinatario,mas esta analise pressupoem que o estudo deste caso isolado ira lançar luz sobre todas
as caracteristicas principais da simiose e que estas caracteristicas possam depois ser extrapoladas
para o processo simbiotico amplo,o que nao acontece no exemplo dado por yuri lotman,um
esquema que incorpora um remetente ,um destinatario e um canal de coneção entre os dois não
constitui um sistema funcional,para este sistema funcionar este sistema deve estar integrado no
espaço semiotico,ou seja todos os participantes do ato de comunicação devem ter alguma
experiencia em comunicar,o que isto indica é que a experiencia simiotica deve preceder o ato
simiotico.

Utilizando do conceito de biosfera de Vernadsky,Lotman apresentanos o conceito da Semiosfera,que


o autor define como o espaço semiotico necessario para o a existencia e funcionamento das
linguas,esta esfera esta em constante interação com os ideomas e tambem os precede.Resudindo a
linguagem a um aglomerado de espaços semioticos com limites defenidos.na autodescrição
gramatica.Fora da Semiosfera não pode existir comunicação nem linguagem .Um sistem de canal
unico serve para bem transmitir sinais simples mas nao serve para transmitir informação complexa e
por isso um poderia imaginar que sistemas como o que lotman apresenta é artificil mas o proporio
afirma que em circunsatancias naturais sistemas de outro tipo existem mostrnaod que o dualismo
semiotico é a forma minima de organização de um sistema semiotico funcional.O binarismo e a
assimetria sao as duas greandes leis que governam qualquer sistema semiotico real ,no entanto o
binarismo é necessariamanete entendido como um principio realizado na pluralidade pois um lingua
que seja recem formada é por sua vez subdividida num principio binario ,cada cultura tem uma
predesposiçao para um mecanismo de subdivisao do seu proprio idioma (dando o exemplo do
cinema e da sua subdivisão em categorias )Outra informação importnate é que o conjunto de
línguas num campo cultural ativo está constantemente em mudança, e o valor axiológico e posição
hierárquica do elementos nele estão sujeitos a mudanças ainda maiores. Ao mesmo tempo, em todo
o espaço da semiose, do caolão e gíria de moda para grupos etários, há também uma renovação
constante de códigos.Assim podemos ver que qualquer linguagem acaba por estar imersa num
espaço semiótico e só pode funcionar por interação com esse espaço.A unidade de semiose( o
menor mecanismo de funcionamento) não é entao a linguagem isolada mas sim todo o espaço
semiotico da cultura,a semisfera é entao o resultado mas tambem a condição para o
desenvolvimento cultural ,Lotman estabelece entao uma comparação entre a sua semiosfera e a
biosfera de Vernadsky A semiosfera é marcada por sua heterogeneidade. As linguagens que
preenchem o espaço semiótico são várias e se relacionam umas com as outras ao longo de um
espectro que vai desde a tradução mútua completa até a intraduzibilidade mútua igualmente
completa
A heterogeneidade é definida tanto pela diversidade de elementos como por suas diferentes
funções Portanto, se fizermos a experiência mental de imaginar um modelo de um espaço semiótico
onde todas as linguagens surgiram ao mesmo tempo e sob a influência dos mesmos impulsos, ainda
não teríamos uma única estrutura de codificação, mas um conjunto de sistemas conectados, mas
diferentes,utilizando o exemplo do Romantismo.Passando de seguida a observar que necessario
tambem pensar no facto que linguas diferentes circulão em periodos diferentes ,ou seja algumas
partes da semiosfera podem pode estar no romantismo enquanto outras ja evoluiram para o pos
moderno Além disso, em todos os estágios de desenvolvimento há contatos com textos vindos de
culturas que antes estavam além das fronteiras de uma dada semiosfera , Assim podemos ver que
em qualquer seção sincrônica da semiosfera, diferentes línguas em diferentes estágios de
desenvolvimento estão em conflito, e alguns textos estão imersos em línguas que não são as suas,
enquanto os códigos para decifrá-los podem estar totalmente ausentes,utilizando o exemplo do
museuo, onde exposições de diferentes períodos estão em exibição, juntamente com inscrições em
línguas conhecidas e desconhecidas e instruções para decodificá-las; além disso, existem as
explicações dadas pela equipe do museu, planos de passeios e regras para o comportamento dos
visitantes. Esta é uma imagem da semiosfera,onde todos os elementos estão em correlações
dinâmicas,em constante mudança.

A evolução da cultura é bastante diferente da evolução biológica, a palavra 'evolução' pode ser
bastante enganosa pois A evolução biológica envolve a extinção de espécies e a seleção natural, Algo
semelhante acontece na história da tecnologia: quando um instrumento se torna obsoleto pelo
progresso técnico, ele encontra um lugar de descanso em um museu arte, no entanto, as obras que
chegam até nós de períodos culturais remotos continuam a desempenhar um papel no
desenvolvimento cultural como fatores vitais O que "funciona" não é a seção temporal mais recente,
mas toda a história acumulada de textos culturais. O ponto de vista evolucionário padrão na história
literária vem da influência das idéias evolucionárias nas ciências naturais

A estrutura da semiosfera é assimétrica,estas assimentrias derivam das correntes de tradução que


permeiao a semiosfera. A tradução é um mecanismo primário de consciência. Expressar algo em
outra língua é uma forma de entendê-lo. E uma vez que, na maioria dos casos, as diferentes línguas
da semiosfera são semioticamente assimétricas, ou seja, não têm correspondências semânticas
mútuas, então toda a semiosfera pode ser considerada como um gerador de informação.Esta
assimetria esta presente na relação entre o centro da semiosfera e a periferia .No centro da
semiosfera estão formadas as línguas mais desenvolvidas e estruturalmente organizadas e, em
primeiro lugar, a língua natural dessa cultura.Nenhuma linguagem pode funcionar sem estar imersa
na semiosfera e nenhuma semiosfera pode existir sem a linguagem natural no seu nucleo.A
organização da semiosfera passa por varias etas cendo A forma mais elevada e o ato final da
organização estrutural de um sistema semiótico é quando ela se descreve. Este é o estágio em que
as gramáticas são escritas, os costumes e as leis são codificados. Quando isso acontece, porém, o
sistema ganha a vantagem de uma maior organização estrutural, mas perde suas reservas internas
de indeterminação que lhe conferem flexibilidade, elevada capacidade de informação e potencial de
desenvolvimento dinâmico,o estágio de autodescrição é uma resposta necessária à ameaça de muita
diversidade dentro da semiosfera: o sistema pode perder sua unidade e definição e se desintegrar.
Quer tenhamos em mente a linguagem, a política ou a cultura, o mecanismo é o mesmo: uma parte
da semiosfera,no processo de autodescrição, cria sua própria codificação e de seguida existe um
esforço para estender esta codificação para toda a semiosfera ,os contemporaneos eram seguir
estas normas classificando apenas o que se alinha nestas normas como ação,tudo aquilo que não
alinhar com estas normas é classificado como sem sentido ou irrelevante para registro ,ou seja não
existe Assim se forma uma lista de coisas que nunca aconteceram mesmo tendo acontecido O
exemplo dado por Lotman é o de, Andreas Capellanus, autor de De Amore (c.1184-5), um tratado
bem conhecido sobre as normas do amor cortês, codificou cuidadosamente o amor cortês e
estabeleceu os padrões de fidelidade, silêncio, serviço devotado, castidade, cortesia e assim por
diante para o amante; no entanto, ele não teve nenhum escrúpulo em violar uma garota da aldeia,
uma vez que, de acordo com sua imagem de mundo, ela "por assim dizer não existia", e as ações que
a envolviam por assim dizer também não existiam, já que estavam fora do domínio da semiótica.

A imagem do mundo criada desta forma será percebida por seu contemporâneos como realidade.
Na verdade, será sua realidade na medida em que aceitarem as leis dessa semiótica. E as gerações
posteriores (incluindo estudiosos), que reconstroem a vida naqueles dias a partir de textos, irão
imbuir a ideia de que a realidade cotidiana era mesmo assim..Mas a relação a metanivel
semiosferico com a realidade coitidiana seram sempre complexas.Pois se no nucleo for criando uma
idiliazação ,nas periferias esta idialização estar em contradição com a realidade Se no centro da
semiosfera a descrição dos textos gera as normas, na periferia as normas, invadindo ativamente a
prática "incorreta", gerarão textos corretos de acordo com elas.Outra coisa que se deve ter em
mente é que as camadas da semiosferas consideradas como marginais nunca teram representadas
no retrato idializado da cultura vigente,seram considerados como inisistentes

Mas a unidade do espaço semiótico da semiosfera é realizada não apenas por formações
metaestruturais: ainda mais crucial é o fator unificador da fronteira, que divide o espaço interno da
semiosfera do externo, seu interior de seu exterior

2-Bonderies
Para Lotman,como ja foi referido, "todo espaço semiótico pode ser considerado um mecanismo
unificado (se não um organismo),ou seja o conceito de semiosfera esta intrinsecamente conectada
com a homogenidade e singularidade,mas ao mesmo tempo o espaço semiótico é marcado pela
heterogêneadade, ou seja, é composto por estruturas conflitantes.

O carater homegeneo da semiosfera permite que a semiosfera possa ser classificada como unica e
distinta de outras semiosferas.Esse espaço homogêneo faz fronteira com outras semiosferas,
consideradas pela semiosfera de Lotman como culturas, não-culturas ou mesmo anticulturas. Cada
cultura (semiosfera) precisa de outra cultura para definir sua essência e limites. As margens da
semiosfera tornam-se, assim, um espaço de extrema importância. É nesse contexto que surge a
noção Lotman de fronteira :um divisor abstrato e imaginário que possibilita a troca de informações
entre a semiosfera e o espaço ao seu redor

Lotman denomina processo de recebimento de novas informações, vindas do espaço extra-


semiótico, de tradução, Neste processo, a informação é recodificada em códigos que são aceitos na
semiosfera em consideração. Além disso, é um processo bilateral, pois ocorre quando um texto da
semiosfera sai de seus limites e é assimilado por outras semiosferas. Portanto, a fronteira é um
fenômeno ambíguo, pois não apenas separa uma semiosfera de outras semiosferas, mas também as
une. Portanto, pertence a ambos os espaços. No entanto, a fronteira também é um fenômeno em
movimento, por isso realmente depende do ponto de vista do observador: se for vista de fora,
provavelmente alguns elementos da fronteira, entendidos por sua própria semiosfera como
estranhos, serão considerados parte dela

O conceito de semiosfera e a noção de fronteira derivam de oposições fundamentais da cultura


humana: a separação do mundo em "nosso mundo" e o "mundo estranho" em "cosmos" e "caos"
Em alguns casos, as fronteiras semióticas tornam-se semelhantes às fronteiras geográficas: por
exemplo, é possível definir a semiosfera da cultura russa ou brasileira. Noutros casos, as fronteiras
podem ser históricas e, como tal, a semiosfera da cultura russa do século 19 é diferente da
semiosfera russa de hoje Lotman diz nos que é ate possivel definir a semiosfera em termos
temporais: o dia (horário das atividades diárias e habituais) é contornado pela noite, que se
transforma em um anti-tempo, caracterizado por um anti-comportamento

Se compararmos a semiosfera a um país, sua área limítrofe costumava ser considerada habitada por
bárbaros, tribos "primitivas" e assim por diante. Segundo Lotman , 15 quando esse espaço
marginalizado chegar ao fim, ele será reinventado, pois a semiosfera precisa de “bárbaros” e “caos”
para manter sua vitalidade

Existe uma diferença entre o centro da semiosfera e as periferias perto das fronteiras ,enquanto o
centro é mais inativo, incapaz de evoluir, a periferia, por outro lado, é extremamente dinâmica
devido à contínua troca de informações com o espaço extra-semiótico. Para Lotman, o contato com
o espaço extra-semiótico é um processo que enriquece e renova a semiosfera e, por isso, seus
limites tornam-se essenciais para a produção de novos sentidos.

Este processo inclui dois componentes. Em primeiro lugar, embora a semiosfera seja entendida
como uma unidade homogênea, ela é composta por diversos textos que interagem por meio de
diferentes linguagens da cultura (música, pintura, literatura etc.). Uma condição mínima para a
existência da semiosfera é a heterogeneidade interna, a semiosfera não é estável; pelo contrário, é
extremamente dinâmico. As línguas e os textos culturais estão em constante diálogo. Eles se
multiplicam e lutam por uma posição central. Como discutimos, os processos que ocorrem na
periferia (próximo à fronteira) da semiosfera são mais dinâmicos do que aqueles que ocorrem no
centro (núcleo), que são mais estáveis. Os textos da periferia estão em contato com o espaço alheio
e representam um catalisador da cultura, produzindo novos sentidos e novos textos.

3-Dialogue mechanisms
De acordo com Lotman, o diálogo é uma característica ontológica da semiosfera: significado sem
comunicação não é possível. Assim, poderíamos dizer, que o diálogo precede a linguagem e dá
origem a mesma

Uma vez que todos os níveis da semiosfera são um grupo aparentemente interconectado de
semiosferas, cada um deles é simultaneamente participante do diálogo (como parte da semiosfera),
e do espaço de diálogo (a semiosfera como um todo).

A própria situação dialógica deve ser entendida antes do diálogo, uma vez que “a necessidade de
diálogo, a situação dialógica, precede tanto o diálogo real quanto a existência de uma linguagem na
qual conduzi-lo”. A unidade geradora de significado mínimo - na verdade, a base do todos os
processos de construção de significado são a intersecção parcial de duas linguagens em diálogo.
Assim, o diálogo é inseparável da dinâmica, uma vez que um sistema dialógico envolve o
entrelaçamento dinâmico de estruturas Um diálogo, de acordo com Lotman, tem as seguintes
propriedades:

A existência de duas partes semelhantes, mas diferentes Toda comunicação humana normal começa
com a suposição de que o falante e o ouvinte não são idênticos. Transmissão de informação discreta,
viz. diálogo é a troca mútua de informações em que as partes se revezam na transmissão de suas
mensagens. A inclusão de elementos de uma língua estrangeira no texto a ser traduzido, uma vez
que este texto, junto com sua tréplica, deve formar um texto unificado a partir de

algum terceiro ponto de vista. Caso contrário, qualquer diálogo é impossível

A possibilidade de diálogo baseia-se em uma série de pré-requisitos: A homogeneidade e


heterogeneidade simultâneas dos elementos

A tendência de aumentar a semelhança entre os dois diferentes

participantes para facilitar a compreensão. A tendência de maximizar a diferença entre os dois


participantes diferentes para ampliar o valor da informação comunicada.

A tensão entre essas duas tendências é uma condição de possibilidade para o diálogo, pois se a
tendência homogeneizante vencer, o diálogo e a comunicação se desmoronam na trivialidade,
enquanto se a tendência diferenciadora vence, o diálogo e a comunicação tornam-se impossíveis por
falta de terreno comum.

4-The semiosphere and the problem of plot


O enredo é um conceito sintagmático e, conseqüentemente, envolve a vivência do tempo. Portanto,
temos a ver com duas formas tipológicas de eventos, que correspondem a dois tipos de tempo:
cíclicos e lineares Em culturas arcaicas, o tempo cíclico predomina. Textos criados de acordo com as
leis do tempo cíclico não são, em nosso sentido, textos de enredo e, em geral, são difíceis de
descrever em nossas categorias normais

A primeira coisa que os impressiona é a ausência das categorias de início e fim: o texto é pensado
como um sistema constantemente repetido sincronizado com os processos cíclicos da natureza: com
a alternância das estações do ano, do dia e noite, com os ciclos das estrelas a vida não é vista como
uma linha que vai do nascimento à morte, mas como um ciclo infinitamente repetido. A história,
então, pode começar em qualquer ponto, e esse ponto servirá como um começo para a narrativa
que é uma manifestação parcial do Texto sem começo nem fim. Esse tipo de narrativa não visa
informar aos ouvintes de algo que eles não sabiam, mas é um mecanismo para garantir a
continuidade do fluxo dos processos cíclicos na própria natureza.

Outra característica associada à ciclicidade é a tendência de tornar certos caracteres idênticos entre
si. O mundo cíclico dos textos mitológicos forma um sistema de várias camadas com características
claramente definidas de organização topológica. Isso significa que ciclos como os dos dias e das
noites, dos anos, das mortes e nascimentos humanos ou divinos, são considerados homeomórficos.
Por essa razão, embora noite / inverno / morte sejam em muitos aspectos diferentes, sua
semelhança neste modo de pensar não é uma metáfora como pode parecer à mente moderna; pois
eles são uma e a mesma coisa.

A função do mito como mecanismo central de formação de texto é criar uma imagem do mundo,
estabelecer identidade entre esferas distantes. Na verdade, ele desempenha muitas das funções da
ciência em culturas pré-científicas. Ao estabelecer iso e homeomorfismos e reduzir a diversidade do
mundo a imagens invariáveis, estimulou muitas realizações culturais de tipo puramente científico,
como calendários e astronomia

Os textos gerados pelo mecanismo central de formação de texto classificam,estratificar e ordenar.


Eles reduzem o mundo de anomalias e surpresas que envolve a humanidade com norma e ordem.
Mesmo que esses textos, conforme os recontamos em nossa língua, pareçam ser enredos, eles não o
são realmente. Os textos engendrados pelo mecanismo central de formação de texto classificam,
estratificam e ordenam. Eles reduzem o mundo de anomalias e surpresas que cerca a humanidade à
norma e à ordem. Mesmo que esses textos, conforme os recontamos em nossa língua, pareçam ser
enredos, eles não são realmente tais. Mesmo que a narração seja sobre a morte e o
desmembramento de um deus e sua subsequente ressurreição, esta não é uma narrativa de enredo
em nosso sentido, uma vez que esses eventos são pensados como inerentes a uma parte particular
do ciclo e, portanto, repetidos através dos tempos. A regularidade da repetição os torna não uma
ocorrência anômala e acidental, mas uma lei imanente ao mundo. O mecanismo de geração de texto
cíclico central não pode, tipologicamente falando, existir por conta própria: deve ter em oposição a
ela um mecanismo de produção de texto organizados de acordo com o tempo linear e que registra
não regularidades, mas sim anomalias.

Devemos, aliás, observar as diferentes pragmáticas dessas

tipos de texto contrastantes antiquíssimos. Textos mitológicos, por causa de suas leis espaciais e
topológicas, enfatizam as leis estruturais do homeomorfismo: equivalências são traçadas entre a
disposição dos corpos celestes e partes do corpo humano, entre as estações do ano e a duração da
vida humana, e assim por diante .

Isso resulta em uma situação semiótica elementar, ou seja, toda mensagem tem que ser
interpretada, ou traduzida, à medida que é transformada em signos de outro nível. Uma vez que o
microcosmo do mundo interno de um ser humano é identificado com o macrocosmo do universo,
toda narrativa é percebida como algo intimamente relevante para cada membro da audiência.

O moderno enredo-texto é fruto da interação e mútua interferência desses dois tipos primordiais de
textos (texos literarios e mitologicos). Mas, como o processo de interação deles foi longo e
prolongado por um imenso período de tempo, sua história não foi simples nem uniforme.Devido a
quebra do mecanismo ciclico do tempo nos textos deu origem a uma onda de traduçoes
romantisadas que lotman chama de pseudo mitos,com um carater novelisticso que se tornaram a
imagem que um pensa quando pensa em mitologia.

Desta tradução resulataram varios problemas sendo o primeiro e o mais obvio a perda da
Isomorfia(semelhança entre as formas) dos niveis textuais,Desta perda de semelhança resulta que
diferentes nomes utilizados para o mesmo personagem separaram se em diferentes personagens.Os
textos traduzidos passaram a ter variso herois o que nos texos originais seriam impossivel.

A mudança da construção cíclica (eventos continuamente repetir a ordem primordial do Ciclo


eterno,) a um linear (cada evento é substituído pelo próximo e o que retrocede ao passado deixa de
existir),envolve uma profunda restruturação do texto levando a que seja irrelevante se usamos
versoes classicas ou romanjtisadas na reconstrução das origens mitologicas do texto,Lotman diz nos
que na verdade textos posteriores fornecem materiais mais frutifero para este tipo de estudo.

Lotman da o exemplo da peça “Thge comedy of Errors” onde segundo lotman dois personagens são
divididos em 4 dois pares de gemeos ,segundo lotmans se o texto for retraduzido para de novo de
linear para ciclico os personagens acabam por se refundir devido a semelhança de identidade entre
o para de nobres e o par de comicos.Lotman levanta a possibilidade que estes duplos possam ter
sido usado para criar intriga ou ,usando o exemplo de Dostoevsky,como modelo para demonstrar a
complexidade da personalidade humana,um exemplo dado por lotman para ilustrar este ponto é o
da peça de Shakespeare “As You Like It”,onde os personagen se dividem em pares equivalentes as
que um pare vive na floresta e outro na corte estabelecendo relações a partir do principio da
distribuição complementar,ou seja se um se mudar para a floresta o outro muda para a corte e os
personagens é como se eles nao se podessem encontrar,um novo paralelismo de personagens
surgue no meio da peça com a introdução das mulheres que lotman diz serem um hipostase(termo
grego que se refere a naturea de algo) dos personagens principais.Todos estes pares de personagens
acabam por repetir os mesmos tipos de ações e relações ao lingo da peça.Lotman suguere que estes
duplos são resultados de uma rescrição de um texto ciclico em linear.Lotmans fala que no sentido
tipológico, a situação primordial é quando um espaço da trama é dividido por uma fronteira em uma
esfera interna e uma externa, e um personagem tem a possibilidade de trama de cruzar essa
fronteira. Uma dedução que podemos fazer disso é que quanto mais o mundo dos personagens é
combinado em um (um herói, um obstáculo), mais próximo está do tipo mitológico primordial de
organização estrutural, A poesia lírica, por estar ligada a um enredo "eu-ele / a" ou "eu-você", é
obviamente, nesse sentido, o mais "mitológico" dos gêneros literários modernos.

Outro problema que surgue devido a tradução é que as categorias de início e fim do texto passam a
ter uma função de modelagem enfatizada. Depois que um texto se desprende do ritual e adquire
existência verbal independente em uma disposição linear, automaticamente o início e o fim dele são
enfatizados. Nos mitos cíclicos que derivam desta base, pode-se perceber o ordem dos eventos, mas
não é possível estabelecer prazos para o narrativa: cada morte é seguida por um renascimento e
rejuvenescimento, e eles, por sua vez, são seguidos por envelhecimento e morte.

Outras características do rompimento da estrutura mitológica milenar é o rompimento das relações


isomórficas(de igualdade). Assim, por exemplo, a Eucaristia deixou de ser uma ação equivalente ao
sepultamento (e equivalente também ao sofrimento e desmembramento - que, por um lado, está
associada ao comer e partir a comida, e, por outro lado, era para exemplo idêntico às torturas de
uma cerimônia de iniciação, que também era a morte em uma nova roupagem) e se tornou um
“sinal”. A categoria de começo não é tão marcada nas lendas embora tenha encontrado expressão
na forma de aberturas e situações definidas

Os começos foram muito mais marcados em textos culturalmente periféricos, como crônicas. Na
descrição de um acontecimento extraordinário, dizer quem o começou 'ou' como tudo começou ', é,
mesmo para o leitor moderno, como dar uma explicação causal,lotman da o exemplo de um classico
livro russo que conta a origem ada terra russa.

A tradução de textos mitológicos em narrativas lineares tornou possível que esses dois tipos polares
de textos (aqueles que descrevem o curso regular dos eventos e aqueles relacionados com o desvio
anedótico do curso) influenciem um ao outro.Essa interação determinou em grande parte o destino
subsequente dos gêneros narrativos,Lotman fala da morte como um estado temporario,um estado
de transição,Lotman denota esta ideia como presente em varios mitos,sitando os trabalhos de
vladimir proop,que sobre este femenomeno diz nos que é possivel estabelecer uma conecção entre
as varias aparições de femenomeno nas mitologias a uma mitologia ciclica de vida-morte-
ressurreiçao(renovaçao),dando o exemplo da obra “Desobediência” a passagem do personagem de
criança para homem refleta o esquema mitologico, o fim da infancia representa o fim de uma
primeira vida para um ressureição como adulto. Já assinalamos que, na mente moderna, as
estruturas arcaicas de pensamento perderam seu conteúdo e, portanto, podem ser comparadas às
categorias gramaticais da linguagem; essas estruturas formam a base da sintaxe de grandes seções
de texto narrativo. Mas, como sabemos no texto literário, há um processo constante de troca: o que
na linguagem perdeu significado semântico independente sofre na literatura uma semanticização
secundária e vice-versa. Portanto, há também um ressurgimento secundário da narrativa mitológica
que deixa de ser um organizador puramente formal das sequências de texto e adquire novos
significados que muitas vezes nos devolvem consciente ou involuntariamente ao mito. Um exemplo
indicativo disso foi o romance de Morávia descrito acima. A imagem suscitada pela tecnologia
moderna (o trem e o túnel) é uma expressão sugestiva do complexo mitológico mais arcaico
(transição para um novo estado sendo como a morte e novo nascimento; a corrente: morte - relação
sexual - renascimento; entrada na escuridão e reemergência dela como um modelo invariável de
todas as transformações possíveis). Aqui temos um belo exemplo do mecanismo que ativa a camada
mitológica na estrutura da arte moderna.

Lotman passa em seguida a retomar o tema da cultura,falando sobre o centro legislador da cultura
genericamente derivado do nucleo mitologico primordial,e como ele reconstroi o mundo como algo
totalmente ordenado,todoso os textos neste grupo estao organicamente conectados,o que se pode
ver divo a capacidade de agrupar estes textos todos numa unica frase.Em oposiçao o sistema de
texto perifericos reconstroi o mundo on o caos e a desordem predominam,ao contrario do textos
centrais ,estes textos perifericos não podem ser organizados num unico texto,esta incapacidade de
ser reunido deriva do facto de que estas narrativas tomam em si anomalias e exceções como partes
de si,o que desorganiza o quadro do mundo,a expreção negativa deste grupo encontra se nos
acontecimentos tragicos ,o expreção positiva deste grupo expressa se nos milagres na solução dos
conflitos tragicos atraves do que se acredita ser menos esperado e menos provavel,mas devido a
dificuldade de coneção dos textos perifericos estes textos milagrosos de final nunca chegam a ser
uma solução final.

Apesar do fato de que em cada cultura real podemos escolher um grau de orientação para qualquer
um desses mecanismos geradores de textodeve assumir a presença de ambos os centros, de tensão
entre eles e sua influência mútua. Cada um desses grupos, enquanto luta para alcançar a posição de
liderança na hierarquia daquela cultura, tem o seu efeito sobre o seu parceiro;durante a luta eles
esforçam se não so para serem o dominante mas tambem para tornar o oponente uma
representação parcial deles mesmos.

O conflito dialógico entre os dois agrupamentos textuais primordiais assume outra luz a partir do
momento em que a arte nasce (queremos dizer momento não em um sentido cronológico, porque,
embora logicamente possamos distinguir o período artístico do pré-artístico, não podemos fazer tão
historicamente).

Vimos como, como resultado do desenrolar linear de um texto mitológico, o único herói primordial é
dividido em pares e em grupos. Mas o processo oposto também acontece. Quando, como resultado
da tradução em um sistema linear, as categorias de início e fim "são enfatizadas, isso não significa
necessariamente que essas categorias sejam identificadas com os limites biológicos de uma vida
humana; na verdade, isso é bastante tarde fenômeno. Na lenda e em textos semelhantes a ela, a
segmentação do tempo de vida humano em seções contínuas pode ser realizada de uma forma que
é bastante inesperada para a mente moderna.

O enredo é um meio poderoso de dar sentido à vida. Só quando narrativa formas surgissem caso as
pessoas aprendessem a distinguir o aspecto do enredo da realidade, ou seja, a dividir o fluxo não
discreto de eventos em várias unidades discretas, ligando essas unidades por interpretações
semânticas e organizando-as em cadeias ordenadas por interpretações sintagmáticas. A essência do
enredo está na seleção dos eventos, que são discretos unidades do enredo, dando-lhes então um
significado e uma ordem temporal ou causal ou alguma outra. Quanto mais as pessoas adquirem
liberdade do automatismo da genética planejamento, o mais importante é para eles construir
tramas de eventos e comportamento. Mas, para fazer tais esquemas e modelos, eles precisam
conhecer a linguagem. A linguagem original da trama literária teve esse papel; mais tarde, tornou-se
mais complicado e se afastou dos esquemas elementares que estivemos discutindo neste capítulo.
Como qualquer linguagem, a linguagem da trama, para poder transmitir e modelar um conteúdo,
deve ser separada desse conteúdo. Os modelos surgidos em tempos arcaicos são separados das
mensagens reais, mas podem servir de material para a construção textual das mensagens. Então,
devemos lembrar que na arte, a linguagem e o texto mudam constantemente de lugar e de função.
Ao criar textos de enredo, a humanidade aprendeu a distinguir enredos na vida e em esta forma de
dar sentido à vida

5-Symbolic spaces
De acordo com Lotman, os mitos sempre funcionam circulando a vida, insistindo em pontos de
mudanças naturais radicais e expressando o sentido do tempo cíclico. A expressão simbólica do
tempo cíclico pode ser encontrada nas histórias que explicam a existência de dias e noites, mortes e
nascimentos, troca natural das estações. Os mitos garantem “a continuidade do fluxo dos processos
cíclicos na própria natureza”. As características das histórias míticas mantidas na tradição oral
costumam ser contadas a partir de qualquer ponto. Mitos são textos sem começo e fim certos. Os
mitos são estruturados por meio de sequências em que o herói entra no espaço fechado e sai dele, e
esse padrão pode ser “infinitamente multiplicado”. Em todas as sociedades tradicionais e básicas, os
mitos também dão significado ao ambiente.

Lotman pensa que cada cultura desenvolve certos “espaços simbólicos ou geografia cultural”, ao dar
a espaços específicos acesso ao sagrado ou sobrenatural. Descrevendo os espaços nos tempos
medievais, Lotman aponta para espaços simbólicos conhecidos, como paraíso, inferno ou
purgatório, que são derivados da distinção cristã entre os reinos terrestre e celestial. Inferno e
paraíso são apenas duas pedras angulares da geografia medieval. Era comum para a mente medieval
dividir os países em pagãos e cristãos, enquanto os pagãos eram vistos como pecadores e terrestres.
Agora, essa distinção é interessante porque o terreno, o pagão e o pecador são unificados em
oposição ao cristão, celestial e moral. A associação do espaço geográfico com o significado moral foi
a base da geografia medieval que funcionou como suporte à ideologia cristã. Em apoio ao seu tópico
dos espaços morais geográficos na Idade Média, Lotman analisou interessantes discussões
teológicas na Rússia nas quais foi argumentado que o Jardim do Éden realmente existe em um
verdadeiro sentido geográfico e está localizado a leste da Índia. A um verdadeiro lugar geográfico foi
adicionada a associação com o clima ameno, abundância de águas doces e primavera perpétua. A
discussão teológica e as apresentações podem ser encontradas não apenas no Cristianismo
Ortodoxo da Rússia, mas também esses conceitos foram discutidos no Ocidente, dos quais o mais
conhecido é a obsessão com o país distante do Preste João, várias vezes descrito como um real
geográfico lugar perto do Jardim do Éden, onde se podem encontrar junto com o mundo animal
normal as criaturas míticas. Em oposição aos lugares próximos ao Éden, o inferno era geralmente
apresentado como um lugar que envolve fogo e gelo e um ambiente desagradável para se viver.

6-Some conclusions
A humanidade, imersa no seu espaço cultural, sempre cria em torno de si mesma uma esfera
espacial organizada. Esta esfera inclui ideias e modelos semióticos e atividade recreativa das
pessoas, uma vez que o mundo que as pessoas criam artificialmente (agrícola, arquitetônico e
tecnológico) correlaciona-se com os seus modelos semióticos.

A importância dos modelos espaciais criados pela cultura reside no fato de que, ao contrário de
outras formas básicas de modelagem semiótica, os modelos espaciais são construídos não numa
base verbal e discreta, mas num continuum icônico.

Sua base são textos icônicos visualmente visíveis e a verbalização deles é secundária. Esta imagem
do universo pode ser melhor dançada do que contada, melhor desenhada, esculpida ou construída
do que explicada logicamente. O trabalho do hemisfério direito do cérebro aqui é primário. Mas as
primeiras tentativas de autodescrição dessa estrutura envolvem inevitavelmente o nível verbal com
a tensão semântica concomitante entre as imagens semióticas contínuas e discretas do mundo.

A imagem espacial do mundo é multifacetada: inclui tanto o

universum mitológico e modelagem científica e 'senso comum' cotidiano. Toda pessoa normal tem
essas (e muitas outras) camadas que formam uma mistura heterogênea que funciona como um
todo. Na mente do homem moderno, há uma mistura de ideias newtonianas, einsteinianas (e
mesmo pós-einsteinianas) com imagens profundamente mitológicas, bem como hábitos persistentes
de ver o mundo em seu sentido cotidiano. Contra este substrato podem ser vistas imagens criadas
pela arte ou ideias científicas mais profundas e também o

transcodificação constante de imagens espaciais na linguagem de outros modelos.

O resultado é o mecanismo semiótico complexo que está em constante

movimento.

A imagem espacial do mundo criada pela cultura está situada, por assim dizer, entre a humanidade e
a realidade exterior da Natureza e é constantemente atraída para esses dois pólos. Volta-se para a
humanidade em nome do mundo exterior de quem é a imagem, enquanto a experiência histórica do
homem sujeita essa imagem a constantes retrabalhos, buscando precisão em sua representação do
mundo. Mas essa imagem é sempre universal, enquanto o mundo é dado aos seres humanos pela
experiência apenas parcialmente. A contradição entre esses dois aspectos mutuamente associados é
inevitável e inerradicável; juntos, eles formam o plano universal de conteúdo e expressão, e o
reflexo do conteúdo na expressão é inevitavelmente não totalmente preciso.

Não menos complexas são as relações entre os seres humanos e os

imagem espacial do mundo. Por um lado, a imagem é criada por

o homem e, por outro lado, forma ativamente a pessoa nele imersa. Aqui é possível traçar um
paralelo com a linguagem natural. Poderíamos dizer que a atividade gerada pelos seres humanos em
direção ao modelo espacial tem sua origem no coletivo, enquanto a tendência inversa atinge o
indivíduo. Mas também há um paralelo na linguagem poética, que cria uma personalidade que tem
um efeito reverso no coletivo. Como no

processo de formação da linguagem, portanto, no processo de modelagem espacial, tanto

tendências são ativas

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