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O SIGNIFICADO DOS SIGNOS EM NÍVEIS

LEXICAIS, FRASAIS E TEXTUAIS.


INTRODUÇÃO

O homem ao nascer está condicionado a incorporar a língua do seu grupo social, assim
sendo, dominá-la é um dos pressupostos necessários para a participação plena da
cidadania, pois é através desta que estabelece comunicação, acessa informações, se
expressa, constrói seu conhecimento de mundo e o produz. Baseada nesses paradigmas a
educação deve estar comprometida em garantir condições para que os saberes linguisticos
possam ser utilizados para o exercício pleno da cidadania. O assunto que se aborda permite-
nos compreender que os paradigmas linguisticos e gramaticais se encontram vinculados à
idéia do uso da língua, que estes exigem maior ou menor compreensão dos elementos
linguisticos e gramaticais que direcionam o processo comunicativo. Há de ser conceber que
todo processo sustenta-se anteriormente no conhecimento de mundo do indivíduo e no
contexto vivido pelos usuários, porque sendo a linguagem uma forma de expressar juízos,
descrever ações, estados ou fenômenos ou exteriorizar emoções ela se faz através de um
sistema de signos cuja interpretação semântica permite-nos compreender que a escolha
automática do tópico frasal ou textual está vinculado a uma unidade semântico-pragmática:
semântica, por constituir-se de significados distintos de cada uma das frases ou palavras
isoladas; pragmática, por constituir um ato comunicativo destinado a atuar no leitor/ouvinte.

“ A linguagem é algo trivial em nossa vida social. Os homens falam tão natural e
espontaneamente como caminham .Estão tão acostumados a falar e aprendem a fazê-lo tão
inconscientemente, começando na infância passando à préado-lescencia e desta a
juventude que nem se detêm para observar como começam a falar. ( CÂMARA, Joaquim
Mattoso.Historia da Lingüística. 6ª ed. Editora Vozes. Petrópolis, Rj)

A linguagem para os estudiosos como o Prof. Mattoso é algo visceral, porém é necessário
que se esteja atento ao conteúdo pragmático- semântico no sentido de não incorrer em
dubiedade do conteúdo lexical que ilustram o vocabulário do produtor/falante/ ouvinte/ leitor/,
pois a linguagem é criação social que leva em conta o contexto situacional, as diversas
formas lingüísticas que se convencionou também escrita. A escrita é senão uma nova
invenção social que permite que o pensamento humano seja transcrito em CÓDIGOS, assim
cada palavra constitui um SIGNO, permitindo que a idéia e o significante sejam refleti-dos
segundo o meio social e cultural do qual o produtor/falante faz parte.

Ao levar-se em conta o fator social como elemento primeiro, verifica-se que a sociedade
sendo estruturada de forma complexa, não furtará que o usuário se aproprie dos significados
utilizados pela sua comunidade revelando-se , pois a linguagem é a marca do status social
do indivíduo e sua identidade enquanto ser social.
Nesse sentido urge atentar para melhor compreender que as classes superiores que detém o
poder econômico, político e educacional tentam impor regras, pois consideram assim seus
traços linguisticos corretos e assim esforçando-se para preservá-los, pois a intensidade do
impacto junto às classes menos favorecidas do poder são suplantadas pela linguagem
“correta” das classes dominantes.

O estudo do significado das palavras, nos permitirá tentar compreender as marcas


lingüísticas de determinadas comunidades, pois a conseqüências indelé-vel de uma
sociedade está contemporizada no seu fundamento de origem, sendo assim a comunidade
institui normas lingüísticas, contexto e história para compreender o significado. SIGNO E
SIGNIFICANTE se encontram, e assim expressam pensamento. A sutileza do pensamento
leva a uma análise da linguagem, pois esta denuncia como o indivíduo processa as
informações externas, que se associam a valores culturais, morais e assim representar o
homem sociológico, filosófico e ontológico.
O QUE É SIGNIFICAR

Considerando que Semântica é o estudo do significado, isto é a ciência das significações,


em que são suscitadas questões sobre significado tais como: Significado é a imagem
acústica ou visual? Tudo tem significado? Diante desses questionamentos há se esperar de
que tudo que nos cerca obedece a significações basta intermediarmos o contexto com os
sons e imagens, focalizarmos nossa atenção teremos a consciência teórica de que a
linguagem e a comunicação se fazem.
Significado é então o efeito realmente produzido por um signo: é aquilo que é
concretamente experimentado em cada ato de interpretação, levando em consideração o
intérprete e a condição do ato, e, diferenciando-sede outra interpretação.
Significação, portantoé o efeito produzido sobre o intérprete , ou melhor é o efeito
interpretativo do intérprete ao receber a informação através de um signo, que pode despertar
sentimentos e assim produzir efeito significativo.

Considera-se que as formas lingüísticas são símbolos e valem pelo que significam. São
ruídos bucais, mas ruídos significantes. É a constante que tem elo com o cognitivo de forma
que determinado significado se eleva a elemento de uma língua. Não há nenhuma relação
entre o semantema (ou lexema ou morfema lexical – unidade léxica, que compõe o
léxico) gato a um certo animal doméstico a não ser o uso que se faz desse semantema para
referir-se a esse animal. Cada língua "recorta" o mundo objetivo a seu modo, o que Humboldt
chama "visão do mundo". Registre-se a existência da linguagem figurada, a metáfora, uso de
uma palavra por outra, subjazendo à segunda a significação da primeira. Há que se levar em
conta a denotação (significado mais restrito) e a conotação (halo de emoção envolvendo o
semantema – cama / leito) e assim a significação é subjetiva.

Significar é senão nominar seres com nomes cujos conteúdos semânticos e gramaticais
descrevem e reconhecem objetos e idéias a que palavra se refere.
Apesar de tratar-se de um exercício simples, torna-se bastante complexo , principalmente
para denominar aos substantivos abstratos que caracterizam significações provenientes do
mundo das idéias, ou referir-se e reconhecer os sentidos das gradações de adjetivos. Os
problemas das significações ou sentidos são áreas da Semântica que se propõe em
reconhecê-los.

Ao considerarmos o referente ou significante com várias denominações identifica-se melhor


as intenções.

Ex: Estou no mesmo barco(1) que você para compreender semântica.

Vou de barco (2 ) para Santarém.

Na primeira palavra em grifo(1) tem-se o significado de situação embaraçosa, tendo portanto


valor conotativo. Já no segundo em grifo (2) tem-se o sentido literal ou denotativo de
embarcação de transporte de passageiros em ambiente aquático.

Sabe-se, portanto que dessa ambigüidade criam-se situações que vão depender do
contexto, dessa forma significar torna-se mais diluída, sem que se busque o "sentido exato".

A contextualização tão necessária para o entendimento do significado, passou a ser


estudada pela Semântica do contexto, pois esta estuda o significado no momento em que o
vocábulo é aplicado. Admite-se a caracterização do sentido Pragmático quando os sentidos
dos termos se adequem ao usuário, seus interlocutores e o momento em que é realizada a
enunciação.

Socorro! ( pode ser um pedido de auxilio, se estiver diante de uma situação de perigo
associada à entonação, por outro lado pode ser um mulher sendo chama para próximo a
enunciador), tudo depende do contexto.
Desse modo a realização do enunciado reorienta o sentido para que o interlocutor reconheça
seu significado.

Não é à Semântica que cabe o estudo das significações atreladas ao contexto, mas sim, o
estudo do significado fora do uso, ou seja " em primeiro nível, como se fosse virtual para ser
atualizado nos contextos".

Deve-se considerar que estudo dos semantemas é difícil, pois são em número infinito e sua
significação fluída, sujeita às variações sincrônica, sintópica etc. A polissemia faz da
significação dos semantemas um conglomerado de elementos e não um elemento
único: ele anda no mundo da lua / anda pisando em ovos/ anda triste. Quanto à significação
interna dos morfemas, (ou gramema ou morfema gramatical) ela se distribui nas categorias
gramaticais que enquadram um dado semantema numa gama de categoria – gênero,
número etc – para maior economia da linguagem.

Os elementos lexicais que fazem parte do acervo do falante de uma língua podem ser:

– simples –guarda
– compostos – guarda-roupa

– complexos – da cor de burro na carreira (são sintagmáticos)

– textuais – orações,hinos (são pragmáticos, não entram nos dicionários de língua, a não ser
por comodidade. O conceito de mesa não está contido em "o problema está à mesa, vamos
discuti-lo")

Nem todo lexema é, portanto, uma palavra, às vezes é um conjunto, em geral


idiomático: tucum sapecado (duro), nabos em saco etc
Nas alterações sofridas nas relações entre as palavras estão as chamadas figuras de
retórica clássica:

1) Metáfora – Considerando-se a metáfora estética, revificadora da linguagem admite-se


também as metáforas naturais da língua corrente, que são clichês metafóricos que podem ou
não ser catacrese.(metáfora de hábito lingüístico) formam-se habitualmente com nomes de:

*partes de corpo humano: dente de alho, cabeça de cebola, etc.;

* coisas, objetos e utensílios da vida cotidiana: tapete de relva, laços matrimoniais , vaso de
lágrimas, etc.;

*animais: essa mulher é uma fera; é uma gata etc.;

*vegetais: maçã do rosto, árvore genealógica, etc.;

*fenômenos físicos: Vale de lágrimas, é um furação essa mulher, etc. ;

Enfim a metáfora estabelece sempre uma comparação abreviada

2) Metonímia – transferência do nome de um objeto a outro, com o qual guarda alguma relação de:

– autor pela obra – Ler Machado de Assis.

– agente pelo objeto – Comprar um Portinari.

– causa pelo efeito – Viver do seu trabalho.

– continente pelo conteúdo – Comeu dois pratos.

– local pelo produto – Fumar puro Bahia ( fumo de rolo )[1]

- nome de divindades pela esfera das funções, atribuições ou atributos : Netuno= mar, Ceres =
agricultura. etc.

- continente pelo conteúdo:tomar um cálice de vinho, comer uma caixa de bombons.;

etc

3) Sinédoque: Esta é uma figura de pensamento ou significação (para alguns é caso de metonímia
porque a diferença entre uma e outra é muito sutil) . Autores diversos discutem a conceituação assim
como Lausberg [2]( op cit . Garcia. M.Othon p. 114) ensina-nos que tanto metonímia como sinédoque
se "baseia numa relação não mentada", não sendo portanto comparativa como a metáfora mas
qualitativa que justifica a metonímia e quantitativa como no caso da sinédoque. Outros autores como
Augusto Magne, René Welleck teorizam acerca da metonímia e sinédoque, mas é Roman Jakobson
que parece apresentar uma justificativa para adoção dos termos vez porque os termos apresentam
um traço de contigüidade e que a diferença entre ambos é insignificante.

– parte pelo todo – Completar 15 primaveras

– singular pelo plural – O português chegou à América em 1500

4) Catacrese – extensão do sentido de uma palavra a objetos ou ações que não possuem
denominação própria – embarcar no ônibus; o pé da mesa

No levantamento da tipologia das relações entre as palavras assinalam-se ainda os fenômenos


da sinonímia, antonímia, homonímia, polissemia e hiponímia.

O que é signo

Antes de compreendermos o significado de signo é necessário que compreendamos o que é


linguagem..

Linguagem é qualquer sistema de signos simbólicos empregados para permitir a


intercomunicação, expressar idéias, e sentimentos que são elementos de cunho consciente e
individual.

Logo, entende-se por signo comoa unidade concreta ou abstrata, real ou imaginária que se
encontram ordenadas, leva ao conhecimento de algo, sendo de natureza psíquica e estando
unidos em nosso cérebro , pelo elo da associação :

Audição fonação

Percebe-se que os indivíduos se acham unidos pela linguagem, diante disso o signo lingüístico une
duas faces o: a imagem acústica = significante, e o conceito – significado . O signo lingüístico dessa
forma une um conceito a um a imagem acústica tendo este som: impressão psíquica, representação
que dele nos perpassa uma imagem de cunho sensorial, logo o conceito e imagem é algo puramente
abstrato.

O signo linguístico é , pois uma entidade psíquica de duas faces: o conceito e a imagem acústica"[3]

O signo lingüístico obedece dois princípios primordiais :

1 – Arbritarietade do signo- o laço que une significado e significante é arbritário, logo o signo
linguístico é arbritário .

2 – O caráter linear do significante[4] – sendo de natureza auditiva, desenvolve-seno tempo,


retirando características peculiares do tempo :

* representa uma extensão;

* essa extensão é mensurável.


Para Pierce o conceito de signo resume-se em representar alguma coisa para alguém daí a formação
obedecer a etapas:

1ª. – Se formará na mente (semiose)da pessoa;

2ª - Criada na mente do interpretante;

3º - A coisa representada é reconhecida como objeto.

Signo é senão a palavra, o desenho, o som, é algo que transcende o aspecto linguístico, é uma
substância sensível que está associada ao fator mental, ao espírito que tem por função permitir a
comunicação.

Dessa feita a constituição de imagens a partir de um signo linguístico compreende todos os traços
semânticos que se formam a partir de um dado cognitivo, permitirão ao indivíduo o reconhecimento
de mundo, seu contexto e a função comunicativa utilizar os lexemas adequados com cada uma das
situações exigidas.

Os questionamentos acerca do signo remontam a história da Grécia, quando filósofos nominalistas


detiveram-se a defender que a denominação dada aos seres"feita sem nenhuma motivação"aparente
, mas de forma arbitrária, enquanto que os naturalistas concebiam que o signo traz em se bojo uma
explicação coerente para o seu nome, já que retoma determinadas propriedades de semelhanças e
diferençasque melhor nomeiam. Diante desse, embate resta-nos compreender se todo nome provêm
de uma designação motivada, não arbitrária e dependente a seu referente.

Modernamente estudiosos aceitam de forma consensual que as línguas evoluem e as palavras


sofrem em sua forma e sentido suja memória de origem se dissipa no decorrer da história. Admitem
também os estudiosos que um nome possue em sua faz inicial de inicio de seu emprego intrínseca e
direta com o contexto situacional.

Relações lexicais de sinonímia, antonímia, homonímia e paronímia

Sinonímia

O estudo da língua nos permite vivenciar e reconhecer que toda língua dispõe de um léxico que se
propõe em completar a gramática, cujos lexemas se encontram enumerados em um vocabulário. No
entanto compreende-se que nem todos os lexemas são palavras, porém, muitos são lexemas
sintagmáticos. Sabe-se no entanto que os lexemas não têm um número determinado de significados
distintos.

Centrados nos conceitos de significados, entende-se que estes podem ter o caráter: descritivo,
expressivo e social. A sinonímia cognitiva ou referencial é que é a base da semântica.

Ex: pai, papai, papaizinho e paizão.

Os falantes de uma língua sempre têm necessidade de utilizar a Sinonímia como forma de aproximar
ou distanciar o ouvinte do emissor, porém é a forma mais utilizada para demonstrar o conhecimento
lexical fato este que só se consegue com muita leitura.
Levando-se em consideração apode-se afirmar que não há sinônimos perfeitos, mas, sim, palavras,
que em determinados contextos lingüísticos, podem ser substituídas por outras significações
correspondentes. Por exemplo: branco é sinônimo de alvo em alguns contextos, mas não em todos.
Exemplos:

 Tecido branco = tecido alvo


 Alcançar o meu alvo = ?

Observe-se ainda que a escolha sinonímica vai depender dos registros técnicos ou cultos. Por
exemplo: peito - seio - busto - dor de cabeça - cefaléia ou cefalgia são usados em diferentes
contextos.

Sabendo que o sinônimo é a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que
apresentam significados iguais ou semelhantes como em:

Distante - afastado, remoto.

Os sinônimos se dizem completos, quando são intercambiáveis no contexto em questão. São


perfeitos quando intercambiáveis em todos os contextos, o que é muito raro, a não ser em termos
técnicos.

Considerando a opinião de Silva Borba ( 1971: 131 ) , que para haja sinonimia é necessário que haja
o contexto e nenhuma mudança no sentido cognitivo.

Ex: Essa frase é contra a moralidade.

Essa frase é amoral.

Fica no subtendido qua as duas tem o mesmo significado semântico porque a vogal a, é sinônimo
de contra.Concluem-se então que só o aspecto cognitivo é capaz de gerar sinônimos.

Por exemplo:

a – "Eu dirijo e Deus me guia"

Considerando que as palavras em grifo podem tem a mesma significação no léxico da língua
portuguesa. Dirijo: verbo dirigir de 3ª conjugação, 1ª pessoa presente do indicativo que possue dentro
deste contexto o significado denotativo de conduzir. Nota-se que a primeira para tem valor semântico
inferior à segunda palavra que é Guia, do verbo guiar 1ª conjugação, 3ª pessoa do singular, presente
do indicativo . A segunda palavra tem valor conotativo de superioridade por tratar-se de Deus, e que
acima de tudo ela Guia como uma estrela, ou melhor o valor semiótico ou semântico liga-se aos
céus. A superioridade dá-se pela denotação que identifica a semelhança de guiar característica das
estrelas de grande brilho.

Reconhece-se que a sinonímia completa entre lexemas é relativamente rara , e que a sinonímia
absoluta é realmente restrita a vocabulários altamente especializados assim como nos termos
médicos.
Quanto à sinonímia, os lexemas podem ser completamente sinônimos ou não, conforme sejam
intercambiáveis em todos os contextos ou não. A sinonímia total é muito rara, só ocorre em termos
científicos. A distinção é, por vezes, sutil, inclui o fator eufemismo. Podemos dizer que um lexema se
relaciona a outros pelo sentido e se relaciona com a realidade pela denotação. Sentido e denotação
são interdependentes. Isomorfia total entre duas línguas é difícil, ocorre mais freqüentemente em
empréstimos decorrentes de intercâmbios cultural (Ex. a palavra camisa, herdada pelos romanos
aosiberos). A análise componencial coloca a tese de serem os lexemas de todas as línguas
complexos de conceitos atomísticos universais como os fonemas são complexos de traços
atomísticos universais (possivelmente). Assim o lexema mulher pode ser descrito pelos traços adulto,
feminino, humano, em relação a homem que seria adulto, não-feminino, humano. Nem todo lexema é
passível de análise componencial (a análise componencial ajuda a distinguir homonímia de
polissemia).

As palavras em que a significação corresponde aos semas[5] genéricos e específicos constituem a


palavra em sentido conotativo, ao contrário, isto é, a denotação é o elemento estável da significação
de uma palavra é constituida por elementos não subjetivo, por outro lado a conotação é constituída
por elementos subjetivos, que variam segundo o contexto.

" Em alguns sistemas semântico sindica-se como denotação de um símbolo a classe de coisas reais
que o emprego do símbolo abarca."

( Garcia M. Othon, Comunicação em Prosa Moderna. p. 178-179)

"É necessário que reflitamos acerca de determinadas trações, podem vir no escopo da frase
expressões idiomáticas o que poderá vir comprometer a tradução" [6]. Comento dessa forma porque
as relações sintagmáticas podem divergir em função do contexto, pois as mesmas podem também
estão vinculadas ao âmbito das categorias gramaticais tais como casualidade, tempo, modo. etc...
Além de que o significado das sentenças vincula-se a interpretação da Semântica e do enunciado à
Pragmática.

As classes de palavras podem apresentar características de uso próprias em função de opiniões e


impressões a ela aderidas, seja dos usuários em relação ao referente que elas simbolizam ou dos
usuários em relação ao subgrupo de usuários que as praticam. Este perfil é a conotação da palavra.
A Conotação atende elementos deus o geral ou restrito a contextos, situações, grupos, épocas, e
além de atender a um sentido de um dado contexto. Além do mais agrega-se à palavra juízos
impressões logo toda vez que uma palavra conotada é usada em situação alheia ao seu perfil típico
de uso o resultado é estranhamento, sensação por parte do receptor de uma inadequação, de que
algo está errado no discurso.

Podemos encontrar dentro da língua termos referencialmente sinônimos mas não efetivamente
sinônimos. Os dois termos apontam para o mesmo referente mas aparecem nos discursos em
distribuição complementar, ou seja, nos contextos em que se usa um não se usa outro.

Isso se deve a impressões e opiniões agregadas a cada termo acerca do referente.


Ex: Música sertaneja. ( Boa qualidade)

Música caipira. ( Má qualidade)

Palavras com referente mutável contexto a contexto, receptor a receptor

Ex: A palavra 'burguês'. Para um historiador, o burguês é o morador do burgo que desencadeia a
revolução industrial. Para um marxista, burguês é o explorador da sociedade. Para um adepto da
contracultura, o burguês é o símbolo da decadência da sociedade de consumo. O referente é o
mesmo para todos os emissores, mas cada um deles agrega à palavra diferentes impressões e
opiniões.

Palavras ligadas a dados contextos

Certas palavras só são adequadas ou toleráveis em dadas situações, tipos de discurso, ocasiões.
Exemplo: o chulo. Os termos considerados chulos só costumam aparecer em contextos informais,
pois somente nesses contextos eles são tolerados. Para contextos formais existem equivalentes
próprios.

A palavra é típica de um grupo, região, época ou estilo

Exemplos: gírias, regionalismos e jargões. Os termos que são marca de um grupo ficam impregnados
das impressões e opiniões que a comunidade tem sobre ele. Se as gírias, via de regra, são
execradas pela comunidade conservadora é porque a comunidade não aceita o grupo que as pratica
e não por execração à gíria em si.

Cumpre distinguir homonímia de polissemia, o que nem sempre é fácil. A distinção pode ser:

– descritiva – considerando ser a palavra um feixe de semas, se entre duas palavras com a
mesma forma, houver um sema comum, diz-se ser um caso de polissemia (Ex: coroa –
adorno para a cabeça ou trabalho dentário). Em caso contrário, será homonímia (Ex pena –
sofrimento ou revestimento do corpo das aves) .

– diacrônica – se as palavras provém do mesmo léxico, diz-se ocorrer um caso de


polissemia;(Ex: cabo – acidente geográfico e fim de alguma coisa) No contrário, ocorrerá um
caso de convergência de formas (Ex: canto – verbo cantar e ângulo).

O estudo da homonímia e da polissemia envolve, portanto, o problema de significação, principalmente universal, e de significação,

marginalmente ocasional. Quando a mesma forma fônica cobre significações diferentes, embora correlatas, tem-se a polissemia;

quando cobre significações completamente diferentes, tem-se a homonímia. A polissemia envolve matizes emocionais, é determinada

pelo contexto; constitui, às vezes, linguagem figurada e linguagem literária. A tarefa do ouvinte é fazer uma seleção entre as

significações alternativas, por meio do contexto em que se acha o signo. Diz-se serem os homônimos lexemas iguais e palavras

diferentes, isto é, com conteúdo semântico diferente. Como os lexemas também podem se apresentar com mais de uma forma, a

descrição de homonímia precisa ser refinada para se distinguir homonímia parcial de homonímia total, considerando-se aqui a não

coincidência entre língua escrita e falada.


Já a polissemia só ocorre com lexemas simples. É, por vezes, difícil distingui-la de homonímia. Um
dos critérios é o etimológico, não relevante na linguagem estrutural. O principal, aqui, é haver relação
entre significados. Permanece o problema do dicionário: deve haver uma ou mais de uma entrada
lexical? Ex: pupila – parte do olho / menor de que se deve cuidar – têm a mesma etimologia. Mas
deve-se considerar a relação sincrônica entre os Significados. O fato de a língua sofrer alterações
dificulta o problema.

Antonímia

É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes,
contrários assim como :

Ex: afastado – perto, próximo

Na antonímia há relações substitutivas de sentido. Nesse sentido acredita-se que não há vocábulos
contrários tão perfeitos, porque o emprego dependedo contexto situacional.

A importância da antonimia se dá pela incontibilidade, e a oposição entre sentidos, é uma das


relações estruturais básicas nos vocabulários de todas as línguas.

Encontra-se em nosso léxico vários casos distintos de oposição de sentido:

Casado- solteiro;

Acima- abaixo.

Assim devemos interpretar a antonímia de uma maneira mais ampla ou mais restrita a alguns
estudiosos ampliam o conceito de forma cobrir outras instâncias de incompatibilidade de sentido,
assim: vermelho, branco, azul etc. são antônimas, sendo então uma relação estrutural básica em
todos os sentidos.

Juntas as relações substitutivas e sintagmáticas de sentido dão determinados a campos lexicais sua
estrutura semântica específica..

Ex; Deus proteja as mulheres bonitas, e as feias se der tempo.

Trata-se de vocábulos que se antagonizam dentro do léxico caracterizando o efeito da antonímia


numa relação de oposição de sentido entre palavras bonitas x feias.

Nessa relação, o significado sendo social redireciona para o campo semântico de que as mulheres
bonitas ( sendo preferidas) carecem da urgência efetiva de que sejam protegidas e eternizadas
enquanto bekas; as feias simplesmente que seja protegidas não com urgência ou efetividade como
as bonitas. Dentro da linguagem conotativa enquanto sentença, entende-se que o " caminhoneiro"
privilegia as mulheres, especialmente as bonitas.

Homonímia

Compreendendo a homonímia como a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de
possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica podemos classificá-la em:
• Homógrafas heterofônicas ( ou homógrafas) - são as palavras iguais na escrita e diferentes na
pronúncia.

Ex.: gosto ( substantivo)gosto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo gostar)


Conserto ( substantivo)conserto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo consertar)

• Homófonas heterográficas ( ou homófonas) - são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na


escrita.

Ex.: cela (substantivo) - sela ( verbo)

Cessão (substantivo) - sessão (substantivo)

Cerrar (verbo) -serrar ( verbo)

• Homófonas homográficas ( ou homônimos perfeitos) - são as palavras iguais na pronúncia e na


escrita.

Ex.: cura (verbo) - cura ( substantivo)

Verão ( verbo) - verão ( substantivo)

Cedo ( verbo ) - cedo (advérbio)

Alguns autores referem-se que apesar dos sentidos se aproximarem na polissemia tem algo em
comum , no entanto quanto dois ou mais significados da mesma palavra se separam de tal modo que
não se perceba nenhuma conexão evidente entre eles a polissemia dá lugar à homonímia, ficando
destruída a unidade semântica do vocábulo.

Ex;Seja paciente na estrada para não ser paciente no hospital.

Paronimia

Paronímia é a semelhança gráfica e/ou fonética entre palavras. É o caso dos pares de palavras
anteriormente expostas.

Outros exemplos de parônimos: Acender (atear fogo) ascender (subir), acento (sinal
gráfico) assento (cadeira), acerca de (a respeito de) a cerca de (distância aproximada) .

A paronimia envolve signos que possuem semelhança ente a grafia e o som, porém essas palavras
se distanciam pelo contexto que são empregadas e pela sua origem.

Ex: No teatro do poder,todos são formados em artes cínicas.

As palavras que faz confundir é senão as palavras teatro e cínicas.

Teatro é um termo que nos aproxima da parônima que é empregada nessa sentença, que é a palavra
cênica..
A palavra Cênica se origina da palavra cena relativo a ação do teatro onde os atores interpretam seus
papeis;

O vocábulo Cínico provém do termo Cinismo que é uma filosofia desenvolvida na antiguidade que
professavam a moral ascética e um desdém absoluto as convenções sociais.

Semanticamente é uma crítica velada aos poderes públicos a quem atribuem o desrespeito à
sociedade, subtraindo os direitos constitucionais, morais cujas prerrogativas garantem a vida cidadã.
Ao utilizar o termo teatro foi para que a palavra se diluísse em cena e minimizasse o insulto
codificado na placa do caminhão.

III – O QUE É TEXTO

No ensino da língua materna, Língua Portuguesa, é comum professores aterem-se a ensinar a língua
escrita com intuito de obter do aluno um domínio maior das habilidades lingüísticas até certo ponto
complexas, de forma que atenda o complexo mundo das estruturas mentais que garantem a
aprendizagem.

As experiências que antecedem a aprendizagem dentro da visão não são imutáveis, mas garantem
melhor aproveitamento para o conhecimento da língua e a concepção do significado de mundo a
partir do domínio linguístico.

"Es sencillo que um individuo alcancesin ningún tipo de formaciones poco exigentes desde o punto de
vista comunicativo, comoson por ejemplo nuetros habituales espacios de ócio."( TESO Enrique del y
NÚÑEZ. Rafael. Semântica y Pragmáticadel texto comum. p. 17)

A escola recente-se pela necessidade urgente de rever o ensino da língua materna, pois a
complexidade de experiências de seus educandos em contato com novas tecnologias tem garantido
a diversidade de novas linguagens o permite que a língua portuguesa sofra os efeitos negativos,
considerando que a língua padrão sofra a intervenção, sem, contudo obstruir o sucesso dos
indivíduos em relação às suas necessidades comunicativas.

Por outro lado se o texto é uma unidade de interação comunicativa e é uma manifestação normal dos
processos comunicativos, a escola deve atender o educando oferecendo-lhe oportunidades de
comunicação e interação social, mesmo considerando que a unidade mínima produzida, seja
observada a dimensão significativa pois este – o texto – apresenta-se como elemento de trocas de
experiências linguisticas e esta troca é senão a unidade.

Sabe-se que o contexto lingüístico e extralinguisitco se acentuam quando produzimos um texto, diz-
se que o mesmo é a nossa imagem refletida, principalmente quando se trata do gênero epistolar, pois
a "alma " é refletida signitivamente e nessa circunstância o efeito simbólico da história de cada um é
traduzida.

Não devemos referendar os demais gêneros textuais como tradução de um mundo interior quanto no
gêneroepistolar, mas compreender que a escrita é a transmissão mais estável de um grupo social
que desnudam o individuo.
" En la lengua escrita se puedem producir muchas decodificaçciones para uma sola emisión. Um
libro, escrito uma sola vez por um hablante, puede sucessivamente leido por muchos receptores a
partir de esa emisión. Se la emisión fuera oral, cada nuevo receptor o grupo de receptores requeira
que se lê retrasmitiera el original, haciêndose así más fácil la sucesión de errores. ."( TESO Enrique
del y NÚÑEZ. Rafael. Semântica y Pragmáticadel texto comum. p. 34-35)

Decodificar um texto escrito depende muito do receptor, pois o estágio da intimidade deste com a
leitura, com os signos e com a visão de mundo, porém como falante de uma língua, ao produzir o
texto oral torna-se mais fácil para a compreensão, mesmo sabendo que o mesmo texto podeenxertar-
se de erros, mas o valor do ato comunicativo ajusta-se ao emissor .

Sabe-se que a nossa comunicação obedece um trajeto linear no processo comunicativo: a emissão, a
transmissão e a recepção.Daí comentar um textoé enveredar-seno abstrato e decodificar o universo
pessoal do emissor, é permitir-se imparcial e mergulhar no universo epistemológico do produtor,
porém levando-se em conta a transmissão deve-se atentar para o universo pragmático ou contextual
do emissor, pois a recepção é fundamental para a compreensão do processo comunicativo.

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