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Aula 1 Linguagem e língua

A linguagem não é apenas mediadora das relações do homem com o mundo que o
cerca e com seus semelhantes. Mais do que isso, A LINGUAGEM CONSTITUI E
TORNA POSSÍVEIS ESSAS RELAÇÕES. Pode-se mesmo dizer que as relações que
por meio dela se elaboram e se estabelecem são tão variadas e distintas quantas são
as possibilidades de expressão verbal do homem. A linguagem coloca-se entre o
homem e o mundo que o cerca como uma espécie de mapa que o orienta para a
percepção das coisas e das relações entre as coisas. ASSIM COMO O MAPA
ESTRUTURA O TERRITÓRIO PARA QUEM O PERCORRE, A LÍNGUA ORGANIZA O
MUNDO COMO UMA ESTRUTURA DOTADA DE SIGNIFICADO.
Ela não é uma fotografia da realidade, mas, antes, uma forma socialmente adquirida de
interpretá-la e torná-la assunto de nossos atos de comunicação. PELA POSSE DA
LINGUAGEM, O HOMEM LIBERTA-SE DAS CIRCUNSTÂNCIAS IMEDIATAS: pode,
com o auxílio da memória ou da imaginação, nomear seres não presentes na situação
de fala; pode reportar-se a experiências passadas, revivê-las e levar seu ouvinte ou
leitor a experimentar sensações análogas às que experimentou; pode projetar
experiências futuras, pode criar seres que compõem cenários imaginários e participam
de acontecimentos imaginários. Isso é possível graças à capacidade humana de criar
símbolos e servir-se deles na comunicação.
Por exemplo, o desenho da mão com o dedo indicador posto verticalmente sobre os
lábios unidos significa um pedido de silêncio. Essa figura tem um valor simbólico,
transmite uma informação constante, de validade geral. É essa “constância do
significado” que caracteriza o símbolo e garante a autonomia da linguagem em relação
às coisas reais ou imaginárias a que o símbolo se refere. AS PALAVRAS SÃO, DE UM
MODO GERAL, SÍMBOLOS. A linguagem verbal representa, ou simboliza, como um
todo, o universo real em que o homem vive o o universo imaginário que ele cria.

A linguagem como conhecimento e como comunicação

Qualquer pessoa minimamente informada sabe que a linguagem é um instrumento de


comunicação e que ela está presente no dia a dia de cada um de nós, em cada
instante de nossas vidas, servindo para a interação de dois ou mais indivíduos ou,
muitas vezes, para o indivíduo “falar consigo mesmo”. “Falamos mentalmente”, falamos
sozinhos, “falamos” nos sonhos etc. A função social da comunicação entre pessoas é,
seguramente, a mais evidente tarefa desempenhada pela linguagem. No entanto, esta
mesma função está relacionada a outra da qual depende: a função simbólica,
responsável pela relação entre o indivíduo e o conjunto de experiências da realidade.
A língua, é claro, não é apenas um meio de comunicação; ela é, antes de tudo, um
sistema de categorias que permite ao homem organizar o mundo em uma estrutura
dotada de sentido. As línguas ditas “naturais” (o português, o inglês, o russo etc.) são
formas de conhecimento coletivamente constituídas no seio das sociedades ao longo
de sua experiência história. Noutras palavras, o mundo experimentado pelo homem
não entra em sua consciência de forma bruta e caótica, mas estruturado por meio das
categorias da linguagem, isto é, sob a forma de conhecimento. Assim estruturadas, as
experiências do mundo se tornam conteúdos da consciência comunicáveis no discurso.

Aula 2 texto, contexto e coerência

Conceitos de texto
- Beaugrande (1997, p. 10) ”UM EVENTO COMUNICATIVO em que convergem
ações LINGUÍSTICAS, CULTURAIS, SOCIAIS e COGNITIVAS”.
- Cavalcante (2016, p.17) São UNIDADES DE LINGUAGEM DOTADAS DE
SENTIDO, que cumprem UM PROPÓSITO COMUNICATIVO direcionado a um certo
público, numa SITUAÇÃO ESPECÍFICA DE USO, dentro de uma DETERMINADA
ÉPOCA, em UMA DADA CULTURA em que se situam os participantes desta
enunciação.

Concepções de texto:
Decodificação das ideias: O texto entendido como um produto da codificação de um
emissor a ser decodificado pelo ouvinte, bastando, para sua compreensão, apenas o
domínio do código linguístico (conjunto de estruturas da língua). A ênfase, nessa
concepção reside na ideia de que a principal função do texto seria transmitir
informações a um interlocutor passivo.
Processo de interação: Texto tomado como um evento no qual os sujeitos são vistos
como agentes sociais que levam em consideração o contexto sociocomunicativo,
histórico e cultural para a construção dos sentidos e das
referências dos textos.

Koch (2002) e Costa Val (1999) destacam, ainda, que a atividade textual não se realiza
exclusivamente por meio dos elementos linguísticos presentes na superfície do texto,
nem só por seu modo de organização, mas leva em conta também o CONHECIMENTO
DE MUNDO DO SUJEITO, suas práticas comunicativas, sua cultura, sua história, para
construir os prováveis sentidos do evento comunicativo.
"Fundamentamo-nos, pois, em uma concepção sociocognitivo-interacional de língua,
que privilegia os sujeitos e seus conhecimentos em processos de interação. O lugar
mesmo da interação – como já dissemos – é o texto, cujo sentido ”não está lá”, mas é
construído, considerando-se, para tanto, as ”sinalizações” textuais dadas pelo autor e
os conhecimentos do leitor, que, durante todo o processo de leitura, deve assumir uma
atitude ”responsiva ativa”. Em outras palavras, espera-se que o leitor concorde ou não
com as ideias do autor, complete-as, adapte-as, etc." (KOCH e ELIAS, 2006, p. 12)

Tipos de conhecimento

O conhecimento linguístico: compreende todo o conhecimento que o leitor possui sobre


o uso das regras da língua, de seu complexo sistema, que inclui: a relação entre o som
e o sentido das palavras, as regras morfológicas e sintáticas da língua e o uso do
léxico. Como se vê, o leitor/ouvinte utiliza tudo o que sabe, consciente ou
inconscientemente, sobre o funcionamento da língua para interpretar o texto.

b) Conhecimento de mundo ou enciclopédico: pode ser adquirido tanto formal quanto


informalmente e se encontra armazenado na memória de longo termo (ou memória
permanente) de um indivíduo. Durante a leitura, esse conhecimento é ativado em
momentos oportunos e é essencial para a compreensão do texto.

C) Conhecimento interacional: ocorre sempre que, ao interagirmos por meio


da linguagem, precisamos mobilizar e ativar conhecimentos referentes às
formas de interação. A partir desse conhecimento, somos capazes de
iniciar e terminar certas formas de comunicação; sabemos, por exemplo,
o que dizer a quem quando entramos em uma loja ou em uma lanchonete;
ou quando participamos de um velório, ou de um aniversário.

Contexto
Para atribuir sentidos a um texto, vimos que é preciso mobilizar vários conhecimentos.
Compreendemos a importância dos elementos linguísticos presentes na superfície
textual (chamada de cotexto) na forma de organização do texto; ao mesmo tempo, já
sabemos que os sentidos não existem nas palavras em si, mas são construídos na
interação locutor-texto-interlocutor.
Já que o sentido não está somente nas palavras, onde mais estará? Nos diversos
contextos. De modo prático, podemos definir o contexto como ”TUDO AQUILO QUE,
DE ALGUMA FORMA, CONTRIBUI PARA, OU DETERMINA A CONSTRUÇÃO DO
SENTIDO”. (KOCH e ELIAS, 2006, p. 59).

Coerência

Certamente, sempre que alguém produz um texto, em qualquer modalidade, tem a


intenção de se fazer entender, ou seja, de ser coerente para seus possíveis
destinatários.
Todo texto tem, portanto, a sua coerência. Ocorre, porém, que alguns trechos ou
aspectos podem apresentar problemas de incoerência apenas local, aquela que se
verifica somente em algumas partes do texto.
Podemos concluir que a coerência é um princípio de interpretabilidade, ou seja, a
coerência de um texto não se manifesta apenas através da decodificação de seus
elementos linguísticos, mas de uma série de fatores extralinguísticos e pragmáticos
inerentes à construção de sentidos. Tais conhecimentos são acionados, sempre,
durante a interação, e variam de acordo com cada situação comunicativa.

Textos incoerentes

Essa é uma questão que divide os linguistas: alguns afirmam que sim, que há o não
texto ou o texto sem sentido algum. É o que defendem Beaugrande e Dressler (1981),
quando dizem que um texto incoerente é aquele em que o receptor (leitor ou ouvinte)
não consegue descobrir qualquer continuidade de sentido, seja pela discrepância entre
os conhecimentos ativados, seja pela inadequação entre conhecimentos e o seu
universo cognitivo. De acordo com essa posição, temos também Marchuschi (1983),
que defende a existência de textos incoerentes.
Já outros autores afirmam o oposto: não há textos incoerentes, todos os textos seriam,
em princípio, aceitáveis. Afinal, quem se ocuparia em produzir algum texto para não ser
alcançado, em alguma medida, pelos possíveis interlocutores? É o que também
defende Charolles ([1978] 1988) em seu estudo sobre problemas de coerência textual.
Para esse autor, há textos incoerentes apenas quando houver inadequação à situação
de comunicação, levando em conta intenção comunicativa, objetivos, destinatário,
regras socioculturais, outros elementos da situação, uso dos recursos linguísticos etc.
Caso contrário, o texto será coerente, ainda que apresente problemas de coerência
local.

Metaregras de coerência

CONTINUIDADE: Retomada de elementos e ideias no decorrer do texto. Tais


repetições conferem unidade ao texto.
PROGRESSÃO: apresentação de informações novas, que fazem o sentido progredir.
NÃO CONTRADIÇÃO: o texto deve respeitar princípios lógicos elementares.
ARTICULAÇÃO: refere-se à maneira como os fatos e conceitos apresentados no texto
se encadeiam e se organizam, ou seja, como se relacionam um com os outros.

Perguntas para a coerência de um texto


1) O texto apresenta continuidade? As ideias e conceitos estão presentes ao longo de
todo o texto?
2) O texto apresenta progressão? Em algum momento, há repetição de uma ideia ou
fato, sem acrescentar nada de novo?
3) O texto consegue ser não contraditório? Em algum momento se nega o que foi
afirmado anteriormente ou vice-versa? Desconsiderou-se algum fato anterior de modo
a contrariar o que está sendo dito agora? De alguma maneira, foi violado o mundo
textual que se pretendeu representar?
4) O texto está articulado? Suas partes estão localizadas corretamente? Há algo em
excesso? Há algo que falta para que o leitor compreenda bem a ligação de uma ideia
com outra?

Aula 3 - Gêneros textuais

Gêneros são formas verbais de ação social relativamente estáveis realizadas em textos
situados em comunidades de práticas sociais e em domínios discursivos específicos
(BAKHTIN, 1992).

São ESTÁVEIS na medida em que executamos um gênero através de um modelo,


praticado por outras pessoas. Por exemplo, quando escrevemos um bilhete,
baseamo-nos em modelos pré-estabelecidos. São RELATIVAMENTE estáveis porque
podem mudar com o tempo, assim como podem surgir novos gêneros. Por exemplo, a
carta pessoal pode desaparecer e dar lugar definitivo ao e-mail.

Gêneros são FORMAS VERBAIS porque os textos se manifestam, sobretudo, através


da linguagem verbal. São DE AÇÃO SOCIAL porque a linguagem verbal é o meio por
excelência da comunicação humana.

São SITUADOS EM COMUNIDADES PRÁTICAS E DOMÍNIOS


DISCURSIVOS ESPECÍFICOS porque o gênero depende da situação de discurso e da
prática social. Por exemplo, o gênero jaculatória ou ladainha é usado em lugares
específicos e por pessoas de determinada crença.

No processo de leitura e construção de sentido dos textos, levamos em conta que a


escrita/fala baseiam-se em formas padrão e relativamente estáveis de estruturação e é
por essa razão que, cotidianamente, em nossas atividades comunicativas, são
incontáveis as vezes em que não somente lemos textos diversos, como também
produzimos ou ouvimos enunciados, tais como: “escrevi uma carta”, ”recebi o e-mail”,
”achei o anúncio interessante”, ”o artigo apresenta argumentos consistentes”,”fiz o
resumo do livro”, ”a poesia é de um autor desconhecido”, ”li o conto”, ”a piada foi boa”,
”que tirinha engraçada”, ”a lista é numerosa”.
E a lista é numerosa mesmo!!! Tanto que estudiosos que objetivaram o levantamento e
a classificação de gêneros textuais desistiram de fazê-lo, em parte porque os gêneros
existem em grande quantidade,em parte porque os gêneros, como práticas
sociocomunicativas, são dinâmicos e sofrem variações na sua constituição, que, em
muitas ocasiões, resultam em outros gêneros, novos gêneros. Basta pensarmos, por
exemplo, no e-mail ou no blog, práticas sociais e comunicativas decorrentes das
variações da carta e do diário.

Competência metagenérica
Competência que possibilita a produção e a compreensão de gêneros textuais, e até
mesmo que os denominemos.

Composicionalidade, conteúdo e estilo


Na perspectiva bakhtiniana, um gênero pode ser assim caracterizado:
• São tipos relativamente estáveis de enunciados presentes em cada esfera de troca:
os gêneros possuem uma FORMA DE COMPOSIÇÃO, UM PLANO
COMPOSICIONAL;
• Além do plano composicional, distinguem-se pelo CONTEÚDO TEMÁTICO E PELO
ESTILO;
• Trata-se de entidades escolhidas, tendo em vista as esferas de necessidade temática,
o conjunto dos participantes e a vontade enunciativa ou a intenção do locutor, sujeito
responsável por enunciados, unidades reais e concretas da comunicação verbal.

Do ponto de vista da composição dos gêneros, deve-se levar em conta a forma de


organização, a distribuição das informações e os elementos não verbais: a cor, o
padrão gráfico ou a diagramação típica, as ilustrações.
Do ponto de vista do conteúdo temático, na poesia predomina a expressão dos
sentimentos do sujeito, sujeito esse que fala de si e dá vazão a emoções,
constituindo-se, preponderantemente, na primeira pessoa.
Por sua vez, no artigo de opinião, veiculado em revistas ou jornais, o conteúdo,
geralmente, consta de acontecimentos de ordem política, econômica, social, histórica
ou cultural, e raramente sobre acontecimentos ou vivências pessoais. Por último, na
tirinha, o conteúdo esperado é a crítica bem-humorada a coisas do mundo, modos de
comportamento, valores, sentimentos.
Em se tratando de estilo, na poesia, há a expressão máxima do trabalho do autor nas
escolhas realizadas para a constituição do dizer; no artigo de opinião, geralmente,
exige-se característica do estilo de comunicação formal, dirigida a um grupo
privilegiado social, econômica e culturalmente; na tirinha, apesar da escassez do
espaço, há forte expressão do trabalho do autor marcada, geralmente, por maior grau
de informalidade.

Do ponto de vista da composição dos gêneros, deve-se levar em conta a forma de


organização, a distribuição das informações e os elementos não verbais: a cor, o
padrão gráfico ou a diagramação típica, as ilustrações.
Do ponto de vista do conteúdo temático, na poesia predomina a expressão dos
sentimentos do sujeito, sujeito esse que fala de si e dá vazão a emoções,
constituindo-se, preponderantemente, na primeira pessoa.
Por sua vez, no artigo de opinião, veiculado em revistas ou jornais, o conteúdo,
geralmente, consta de acontecimentos de ordem política, econômica, social, histórica
ou cultural, e raramente sobre acontecimentos ou vivências pessoais. Por último, na
tirinha, o conteúdo esperado é a crítica bem-humorada a coisas do mundo, modos de
comportamento, valores, sentimentos.
Em se tratando de estilo, na poesia, há a expressão máxima do trabalho do autor nas
escolhas realizadas para a constituição do dizer; no artigo de opinião, geralmente,
exige-se característica do estilo de comunicação formal, dirigida a um grupo
privilegiado social, econômica e culturalmente; na tirinha, apesar da escassez do
espaço, há forte expressão do trabalho do autor marcada, geralmente, por maior grau
de informalidade.

Variabilidade de gêneros

A noção de gêneros textuais é respaldada em práticas sociais e em saberes


socioculturais, porém os gêneros podem sofrer variações em sua unidade temática,
forma composicional e estilo;
• Todo e qualquer gênero textual possui estilo; em alguns deles, há condições mais
favoráveis (gêneros literários), em outros, menos favoráveis (documentos oficiais, notas
fiscais), para a manifestação do estilo individual;
• Os gêneros não são instrumentos rígidos e estanques, o que quer dizer que ”a
plasticidade e a dinamicidade não são características intrínsecas ou inatas dos
gêneros, mas decorrem da dinâmica da vida social e cultural e do trabalho dos autores”
(ALVES FILHO, 2005, p. 109).
• Os gêneros não se definem por sua forma, mas por sua função. O texto ”Final feliz?”,
por exemplo, é representativo de que um gênero pode assumir a forma de outro e,
ainda assim, continuar pertencendo àquele gênero (no caso do exemplo, o artigo de
opinião assumiu o formato de receita, mas continuou, por sua função, um artigo de
opinião). Esse fenômeno alusivo à hibridização ou mescla de gêneros é denominado
de intertextualidade intergêneros (MARCHUSCHI, 2002, p. 31).
Gêneros textuais e intergeneracidade
A hibridização ou a intertextualidade intergêneros é o fenômeno segundo o qual um
gênero pode assumir a forma de um outro gênero, tendo em vista o propósito de
comunicação. Não raro, pode ser verificado em anúncios, tirinhas e até mesmo em
artigos de opinião.

Gêneros textuais e heterogeneidade tipológica

Os gêneros são formados por sequências diferenciadas denominadas tipos textuais.


Portanto, devemos ter em vista que a noção de gênero não se confunde com a noção
de tipo.
É partindo desse pressuposto que ADAM (1991) afirma que uma narrativa ou uma
descrição diferem uma da outra e também de outras narrativas e outras descrições. As
sequências reconhecidas como descritivas, por exemplo,
compartilham um certo número de características do conjunto – uma sensação familiar
que incita o leitor a reconhecê-las como sequências descritivas mais ou menos típicas,
mais ou menos canônicas.
Marchuschi (2002, p. 23) afirma que ”os tipos textuais constituem sequências
linguísticas ou sequências de enunciados e não são textos empíricos”. Teoricamente,
os tipos são designados como narrativos, descritivos, argumentativos,expositivos ou
injuntivos.
O autor enfatiza que os gêneros textuais são constituídos por dois ou mais tipos, em
geral. A presença de vários tipos textuais em um gênero é denominada de
heterogeneidade tipológica.

Aula 4 - Gêneros textuais: suporte, hipergênero e hipertexto

Este capítulo se propõe a trabalhar o conceito de gênero na perspectiva sócio-histórica


e dialógica. Discutimos a respeito da estabilidade que caracteriza os gêneros
discursivos, a partir do momento em que há recorrência de padrões genéricos, tanto no
que diz respeito à forma quanto à função, e da mudança, quando os usuários
necessitam adaptar as formas convencionalizadas a novos propósitos que vão
surgindo sócio-histórica e culturalmente.
Esses gêneros que emergiram no último século no contexto das mais diversas mídias
criam formas comunicativas próprias com um certo hibridismo que desafia as relações
entre oralidade e escrita e inviabiliza de forma definitiva a
velha visão dicotômica ainda presente em muitos manuais de ensino de língua. Esses
gêneros também permitem observar a maior integração entre os vários tipos de
semioses: signos verbais, sons, imagens e formas em movimento.

Suporte e gênero de discurso

Muitos gêneros estão intrinsecamente relacionados a algo que os apresenta. Essa


entidade que veicula o gênero é designada, nos estudos do texto e do discurso, por
suporte, elemento que auxilia no reconhecimento e até mesmo na escolha de
determinado gênero discursivo.
De acordo com Marchuschi (2003, p.08), o suporte (ou portador) é um “lócus físico ou
virtual com formato específico que serve de base ou ambiente de fixação do gênero
materializado como texto”.
A relação entre gênero e suporte é tão estreita que não raro percebemos a tomada de
um por outro.
Assim, folder, outdoor, pôster, panfleto, dicionário são vocábulos que nomeiam suportes
de gêneros diversos (programação de evento, anúncio, verbete etc.), mas não chega a
ser incomum serem usados para designar gêneros.
Nesse sentido, podemos dizer, por exemplo, que o suporte folder é um dos fatores que
definem a programação de um folder, tanto na apresentação, quanto na formatação e
na composição da mensagem, uma vez que esta deve se adaptar a sua superfície
física.
Qualquer superfície física pode servir para a materialização de um gênero, mas o autor
considera que os suportes podem ser convencionais ou incidentais. Os convencionais
foram elaborados com a função própria de fixar textos.

O hipergênero
Um suporte convencional pode ser, na verdade, um hipergênero. O jornal, por exemplo,
é um típico exemplar de suporte convencionado que eu tenho denominado de
hipergênero, uma vez que é um gênero constituído por vários outros gêneros.
O jornal, para além do conjunto das folhas de papel, apresenta uma abertura (a
primeira página) e um conjunto de seções organizadas de modo mais ou menos
característico. Os gêneros, no jornal, resultam e ganham características específicas a
partir dessa organização

Gêneros digitais e hipertextualidade


Como vimos, sendo os gêneros do discurso tipos relativamente estáveis de enunciados
que servem para realizar propósitos comunicativos particulares de uma determinada
comunidade, é natural que, dependendo do lugar onde eles se apresentem, haja
algumas particularidades as quais certamente, interferirão na construção do sentido do
texto.
Na internet, por exemplo, deparamo-nos com o hipertexto. Como nos diz Xavier (2002,
p. 171), o hipertexto ”é uma forma híbrida, dinâmica e flexível de linguagem que dialoga
com outras interfaces semióticas, adiciona e acondiciona à sua superfície formas
outras de textualidade”.
Trata-se, na concepção do autor, de um espaço no qual tem lugar um modo digital de
enunciar e construir sentido diferente do que tínhamos nas dimensões do texto
impresso, na medida em que os modos de enunciar (visual, auditivo ou verbal) são
possíveis por meio de uma determinada tecnologia, a que ele chama de tecnología
enunciativa.

AULA 5 e 6 - Sequências textuais

Heterogeneidade composicional das sequências textuais

Todo texto é constituído de sequências.Para Bronckart (1999), as sequências


textuais são unidades estruturais,relativamente autônomas, organizadas em fases, que,
por sua vez, podem combinar uma ou mais proposições. Essa infraestrutura pode ser
observada na figura ao lado.

A noção de sequência textual tem origem em Adam (1992), para quem as sequências
textuais se definem como uma ”rede relacional hierárquica”, relativamente autônoma,
dotada de uma organização interna formada de um conjunto de macroproposições
(”fases”na terminologia de Bronckart), que, por sua vez, se constituem de proposições.
Um princípio caro à proposta de Adam é que todo texto apresenta uma sequência
dominante, em relação à qual se organizariam as demais sequências dominadas ou
inseridas.

No exemplo 1, observamos a combinação de duas sequências textuais, a narrativa e a


dialogal, mas a primeira se sobrepõe a esta última, pois o objetivo do texto é, de fato,
contar algo, no caso uma anedota. Trata-se de um evento situado em determinado
tempo e um dado espaço, que apresenta uma transformação dos personagens
conforme as ações se desenrolam.

As sequências discursivas básicas (ou os tipos textuais)

NARRAÇÃO
Trata-se do relato de fatos ocorridos no mundo real ou fictício. Sua característica mais
básica é o desenvolvimento de uma cronologia, a partir da sequência dos fatos ou dos
conectores de valor temporal.

DESCRIÇÃO
Com frequência, encontra-se essa sequência dentro do texto narrativo. Descrever é
atribuir características a um personagem, a um local, a um processo. É a descrição que
nos permite detalhar as cenas e imaginá-las. Enquanto a narração prototípica tem ideia
de movimento, a descrição mais básica é estática.

DISSERTAÇÃO
Trata da exposição de assuntos de modo sistemático, como ocorre nos textos
informativos. Com frequência, associa-se à dissertação o traço argumentativo, que
apresenta a defesa de um ponto de vista, para persuadir um auditório.

INJUNÇÃO
Trata-se do pedido, da sugestão ou da ordem. Característica principal dos anúncios
publicitários, por exemplo.

Classificação e caracterização das sequências textuais


O conteúdo temático de um texto pode ser organizado por maio de seis sequências
básicas: narrativa, argumentativa, explicativa, descritiva, injuntiva e dialogal. Essas
sequências desempenham funções específicas, sendo compostas por fases que
constituem modelos prototípicos. No entanto, dependendo do propósito comunicativo e
das escolhas feitas pelo agente produtor de textos, essas fases podem variar quanto à
extensão e ao número de proposições e, ainda, quanto à sua distribuição e à
organização no interior da sequência.

Características da sequência narrativa

Transmite uma história que, organizada em um enredo, evolui no tempo e no espaço.


Os acontecimentos da narrativa se organizam em UMA LINHA TEMPORAL.

ELEMENTOS DA NARRATIVA

Narrador
Observador: conta a história objetivamente como um espectador. Ex.: o narrador de
Chapeuzinho Vermelho/ relator de parecer jurídico.
Intruso: embora seja um espectador da história, o narrador tece comentários
próprios,entrosados ou não com a história narrada, sobre os acontecimentos, a vida da
personagem.
Podendo, inclusive, usar primeira pessoa. Exemplo: Machado de Assis, em sua obra,
se dirige ao leitor ou a história: “Caro leitor...”; “Já vimos, no capítulo anterior, que esta
segunda opinião é a única verdadeira”. Personagem: o narrador é um dos personagens
da história (normalmente o protagonista).Exemplo: O Diário de Anne Frank.

PERSONAGENS
principais: os que participam mais efetivamente da história. Os protagonistas e
antagonistas exemplificam os personagens principais.
secundários: menos relevantes à narrativa. A trama não trata de suas histórias, apenas
participam da história de outrem.

TEMPO
Cronológico: segue a sequência linear da história (início, meio e fim).
Psicológico: quebra a linearidade da narrativa.
Histórico: é referente ao momento histórico em que os fatos são narrados. Ex.: Isso
ocorrera no século XIX.
Do flashback: quando o personagem retoma fatos passados pela memória.

ESPAÇO
Físico: referente ao lugar concreto, genérico: praça, igreja, casa, escola.
Social: referente às condições socioeconômicas do lugar: fora para o asilo (traz ideia
de abandono, por exemplo).

Fases da narrativa:
Situação inicial: estágio inicial de equilíbrio, que é modificado por uma situação de
conflito ou tensão.
Complicação: fase marcada por momento de perturbação e de criação de tensão.
Ações (para o clímax): fase de encadeamento de acontecimentos que aumentam a
tensão.
Resolução: momento de redução efetiva da tensão para o desencadeamento.
Situação final: novo estado de equilíbrio;
Avaliação: comentário relativo ao desenvolvimento da história.
Moral: momento de explicitação da significação global atribuída à história.

Características da sequência descritiva

Para Platão e Fiorin (2012), a descrição “é o tipo de texto em que se relatam as


características de uma pessoa, de um objeto ou de uma situação qualquer, inscritos em
certo momento estático no tempo”. Os autores ressaltam que o texto descritivo não
relata mudança de estado que ocorre no tempo, apenas retrata as propriedades e os
aspectos que os elementos descritos em certo estado, tomando-os como se
estivessem parados no tempo.
No texto descritivo, podem ocorrer tanto características objetivas (físicas, concretas),
quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve). A
finalidade da descrição é transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa
mente mediante os sentidos. Dificilmente, há textos descritivos puros. Normalmente,
articulam-se com a narração.

FASES DA SEQUÊNCIA DESCRITIVA


Ancoragem: tema da descrição, em geral uma forma nominal, ou o título;
Aspectualização: enumeração dos diversos aspectos do tema; Relacionamento:
associação com outros elementos, geralmente por comparações ou metáforas;
Reformulação: retomada do tema-título.

E
DIFERENÇAS ENTRE NARRAÇÃO E DESCRIÇÃO

NARRAÇÃO:
Plano da figura – os acontecimentos/ações são os elementos mais relevantes, que não
podem ser extraídos do enredo. Foco na passagem do tempo – recorre-se a
marcadores temporais (um dia, depois, então, etc.). Verbos de natureza dinâmica (de
movimento: comprou, correu, matou, etc.),com predominância do pretérito perfeito).
DESCRIÇÃO:
Plano de fundo – ajuda a construir o cenário e as personagens. Enquanto o enredo não
pode prescindir da narração, ele pode não ter sequências descritivas.
Sem passagem de tempo (ideia de estaticidade – fotografia). Uso de verbos estáticos e
de ligação (ser, viver, haver, etc.) e uso do pretérito imperfeito. Desacelera a narrativa.
Predomínio de adjetivos/ locuções adjetivas e substantivos.Definida pelas seguintes
operações: identificação,localização e qualificação.

TIPOS DE DESCRIÇÃO
OBJETIVA:
É aquela em que o observador se limita ao valores exteriores, aproximando-se o mais
possível da realidade,sem emitir juízos de valor. Mas, na verdade, salvo as
descrições técnicas ou científicas, toda descrição revela, emmaior ou menor grau, a
impressão que o autor tem daquilo que descreve, pois não existe texto sem intenção.
Os relatórios de natureza acadêmica e jurídica tendem a ser objetivos (com exceção da
narrativa valorada, usada na petição inicial, por exemplo)

SUBJETIVA:
É aquela em que o observador emite juízos de valor, salienta determinadas
características que o impressionam. Portanto, o que está sendo descrito é filtrado pelo
observador; interessa o que ele quer ver.

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

FASES DA SEQUÊNCIA ARGUMENTATIVA

As fases do texto argumentativo são diferentes das fases da narrativa. Isso se deve à
finalidade de cada sequência textual. Quando se escolhe uma sequência narrativa,
tem-se o propósito de relatar um acontecimento, por isso as fases da narração estão
todas ligadas a esse objetivo. Por outro lado, uma sequência argumentativa visa a
defender um ponto de vista, uma tese, e os argumentos para sustentá-la vão sendo
gradativamente apresentados.
Tese inicial ou premissas: contextualização ou inserção da orientação argumentativa,
propondo uma constatação de partida.
Argumentos: apresentação de dados que direcionam a uma provável conclusão.
Contra-argumentos: apresentação de dados que se opõem à argumentação.
Conclusão: nova tese consequente aos argumentos e contra-argumentos/ proposição
de solução.

O gênero "texto argumentativo"


TEMA POLÊMICO
INTRODUÇÃO: Contextualização + Tese
DESENVOLVIMENTO: Argumentos,Contra-argumentos
CONCLUSÃO:Refutação de um dos argumentos e sustentação de outro.

PROBLEMA SOCIAL
INTRODUÇÃO: Contextualização + Tese
DESENVOLVIMENTO: Argumentos (causa-efeito obrigatoriamente)
CONCLUSÃO: Solução / proposta de intervenção

Tipos de argumentos:
Prótese,Causa-efeito, Ilustração,De autoridade,De oposição,De analogia,De senso
comum,Ad hominem,A fortiori,A simili,Etc.

Alguns tipos de argumentos


Argumento de autoridade
É a citação de autores renomados, autoridades num certo domínio do saber, numa
área da atividade humana, para corroborar uma tese, um ponto de vista. O uso de
citações, de um lado, cria a imagem de que o falante conhece bem o assunto que está
discutindo, porque já leu o que sobre ele pensaram outros autores; de outro, torna os
autores citados fiadores da veracidade de um dado ponto de vista.

Argumento baseado no consenso


As matemáticas trabalham com axiomas, que são proposições evidentes por si
mesmas e, portanto, indemonstráveis: o todo é maior do que a parte; duas quantidades
iguais a uma terceira são iguais entre si, etc. Outras ciências trabalham também com
máximas e proposições aceitas como verdadeiras, numa certa época, e que, portanto,
prescindem de demonstração, a menos que o objetivo de um texto seja demonstrá-las.
Podem-se usar, pois, essas proposições evidentes por si ou universalmente aceitas,
para efeitos de argumentação.

Argumento baseado em provas concretas


É baseado em dados apresentados que são pertinentes, suficientes, adequados,
fidedignos. Por exemplo, se alguém disser que um determinado candidato não é
competente administrativamente porque não sabe português, estará fazendo um
raciocínio falacioso, porque o fato de saber português não é pertinente para a
conclusão de que alguém seja competente para administrar, uma vez que não há
implicação necessária entre o conhecimento linguístico de alguém e a qualidade de
bom administrador.

Argumentos com base no raciocínio lógico


Diz respeito às próprias relações entre proposições e não à adequação entre
proposições e provas. A argumentação baseia-se nas relações de causa e
consequência.

Argumento da competência linguística


Em muitas situações de comunicação (discurso político, religioso, pedagógico, etc.)
deve-se usar a variante culta da língua. O modo de dizer dá confiabilidade ao que se
diz. Utilizar também um vocabulário adequado à situação de interlocução dá
credibilidade às informações veiculadas. Se um médico não se vale de termos
científicos ao fazer uma exposição sobre suas experiências, desconfiamos da validade
delas. Se um professor não é capaz de usar a norma culta, achamos que ele
desconhece sua disciplina. Além disso, contribui para persuadir a utilização de
diferentes mecanismos linguísticos.

Nem todo texto é argumentativo mas todo texto tem argumentatividade


É um lugar-comum na linguística atual a afirmação de que a argumentatividade é
intrínseca à linguagem humana e de que, portanto, todos os enunciados são
argumentativos.
Ducrot propõe que se introduza um “componente retórico” nos modelos destinados a
explicar o uso da linguagem. Esse módulo ocupar-se-ia do sentido do enunciado em
uso, isto é, numa situação de comunicação.
Ao mesmo tempo, postular-se-ia um componente linguístico (semântico) que trataria do
sentido atribuído à proposição na língua. Dessa forma, ele incorpora a questão da
retórica e da argumentação no domínio pragmático-semântico.
Assim, por exemplo, o componente semântico conferiria ao enunciado está chovendo
demais a significação de que, no momento da enunciação, ocorre o fenômeno
meteorológico da chuva numa quantidade muito grande. No entanto. Esse enunciado
poderia ser usado em diferentes situações de comunicação: por dois viajantes num
aeroporto, aguardando a partida de um avião; um juiz de futebol durante uma peleja
esportiva; por uma mãe a um filho que se prepara para fazer sua corrida matinal. O
componente retórico atribui a esse enunciado, a cada uma dessas situações, uma
significação efetiva, que poderia ser parafraseada, respectivamente, por exemplo, da
seguinte maneira: a) o avião deve atrasar-se, pois não há teto para decolagem; b) vou
paralisar a partida, pois não há condições de continuar; c) acho melhor você não fazer
sua corrida agora.

Fases da sequência expositiva (ou explicativa)

Uma sequência explicativa, diferentemente das sequências anteriores, tem como


finalidade maior responder a uma pergunta, que pode ser “por quê”?, “como?”, “o
quê?”, “para quê?”, visando, principalmente, a apresentar razões e informações acerca
de algo.
Constatação inicial: afirmação que se apresenta como incontestável; este é um dos
traços que mais distinguem esta sequência da argumentativa, porque a constatação
inicial aparenta não abrir espaço para o jogo da argumentação/contra-argumentação; o
fato é apresentado como dado e será apenas justificado;
Problematização: questionamento (por quê, como, o quê, para quê) da afirmação
inicial;
Resolução: explicação do questionamento proposto;Conclusão/avaliação: reformulação
da constatação inicial.

A dissertação-expositiva, também chamada de texto expositivo ou exposição, é o tipo e


texto em que são apresentadas as informações a respeito de um determinado tema ou
assunto. Esse tipo de texto é o mais utilizado em meios acadêmicos, científicos,
jornalísticos, informativos, objetivos, técnicos.
Assim, o texto dissertativo analisa e interpreta a realidade a partir de conceitos
abstratos (científicos, filosóficos, religiosos) e pode adotar duas características mais
gerais: uma centrada no sujeito que expressa determinada opinião – subjetiva; e outra
centrada na própria opinião e em sua fundamentação – objetiva.
Dessa maneira, a dissertação deve apresentar um discurso generalizante, dirigido a um
interlocutor de perfil genérico, por essa razão que os textos expositivos são os mais
utilizados em discursos da ciência, da filosofia, em livros didáticos, em divulgação
científica. Quanto à estrutura deve apresentar três momentos.

CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS E ESTRUTURAIS


DISSERTAÇÃO-EXPOSITI DISSERTAÇÃO-ARGUME
VA NTATIVA

OBJETIVOS EXPOR/CONVENCER DEFENDER/PERSUADIR

ESTRATÉGIAS APRESENTAÇÃO DE APRESENTAÇÃO DE


FATOS/PROVAS PONTO DE VISTA
CONCRETAS (TALVEZ JUNTO A FATOS
E PROVAS)

TIPO DE REGISTRO FORMAL PADRÃO OU FORMAL PADRÃO OU


COLOQUIAL COLOQUIAL
TENSO TENSO

TEMPO VERBAL PRESENTE PRESENTE


PREDOMINANTE

PESSOA DO DISCURSO 3ª PESSOA 3ª PESSOA

TIPO DE LINGUAGEM OBJETIVA OBJETIVA

FUNÇÃO DA FUNÇÃO REFERENCIAL FUNÇÃO


LINGUAGEM APELATIVA/REFERENCIA
PREDOMINANTE L

Sequência Injuntiva

A sequência injuntiva consiste em uma entidade com propósito autônomo:


a partir dela, os interlocutores ou produtores de texto visam a alcançar um determinado
efeito, ou simplesmente persuadir seu destinatário a realizar alguma ação. Esse tipo de
sequência apresenta uma sucessão de ações instrucionais, realizadas pela presença
de formas verbais no imperativo ou no infinitivo.
A configuração dessa sequência ocorre, principalmente, com o objetivo de dar ordens,
aconselhar, orientar, dar instruções, expressar convites.

Fases da sequência dialogal

A sequência dialogal é dominante em textos sob a forma de diálogo ou conversação


comum, materializando-se em diferentes modos de enunciação. Numa conversa, cada
vez que um interlocutor fala, podemos dizer que está se estabelecendo uma troca
conversacional. Pode-se entender também essa sequência como uma sucessão de
réplicas realizadas por dois ou mais interlocutores, na qual um responde ou intervém
no turno de fala do outro.
Esse tipo de sequência tem a particularidade de ter, como fases, turnos de fala, que,
por sua vez, são produzidos no universo real – tais como as conversas que tecemos
face a face ou virtualmente – ou de modo ficcional – como é o caso dos diálogos em
uma peça de teatro ou cinema. (SACKS, SCHEGLOFF e JEFFERSON,2005)
Abertura: estabelecimento da interação inicial, em geral, do tipo fática (com formas
rituais de começo de conversa, apenas para manter o contato), atendendo a
convenções sociais; exemplo: “bom dia”, “olá”, “tudo bem?”, “e aí?”;
Operações interacionais: construção de trocas comunicativas da interação verbal;
Fechamento: encerramento do diálogo, com fórmulas fáticas rituais de fim de conversa,
tais como: “tchau”,“até mais”, “falou”, “valeu”.

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