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AULA 5
Você já parou para pensar quando aprendeu a ler? Como aprendeu a ler?
Quais eram as suas expectativas sobre ser leitor? Convido você a pensar sobre
isso e colocar no papel suas lembranças sobre a leitura. Para ajudar nessa tarefa
que proponho, não posso deixar de trazer as sábias palavras de Freire (1989, p.
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TEMA 1 – LEITURA – CONCEPÇÕES
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que possa compreender o que está posto, posicionar-se sobre o texto,
argumentar a respeito do assunto com vistas à construção de outros saberes,
que vão se interligando e construindo um leitor cada vez mais engajado e
consciente de seus posicionamentos.
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TEMA 3 – INTERTEXTUALIDADE
Quantas vezes você já leu um texto e fez conexões com outros textos?
Sim, porque, ao produzirmos um texto, é bastante recorrente que busquemos
apoio em outros textos. De acordo com Kock e Elias (2007, p. 86), “a
intertextualidade ocorre quando em um texto está inserido outro texto (intertexto)
anteriormente produzido, que faz parte da memória social da coletividade”.
A intertextualidade faz parte do processo de escrita como elemento
constituinte e constitutivo dela, porque, como afirma Bakhtin (1992, p. 291),
“cada enunciado é um elo da cadeia muito complexa de outros enunciados”. Isto
é, o discurso é construído com base em outros conhecimentos, saberes e vão
sendo ressignificados e adaptados para outras situações de uso.
A intertextualidade é um fato importante para o estabelecimento dos
gêneros e tipos textuais, já que pode estabelecer relações ou fazer distinções.
Isso porque, como afirma Kristeva (2001, citada por Marcuschi, 2008, p. 131),
“qualquer texto se constrói como um mosaico de citações e é a absorção e
transformação de um outro texto”. Vale destacar que a intertextualidade é um
processo que acontece tanto na linguagem verbal como não verbal. Para
exemplificar, veja a imagem abaixo:
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A campanha publicitária da ANT deixou a modelo da obra de Leonardo da
Vinci sem cabelos. A obra Monalisa del Giocondo já foi recriada em várias outras
textualizações. E quem já ouviu a música “Monte Castelo” do grupo Legião
Urbana? Leia um trecho dessa música: “Ainda que eu falasse a língua dos
homens / E falasse a língua dos anjos / Sem amor eu nada seria / É só o amor!
É só o amor / Que conhece o que é verdade”. Esse trecho faz referência a um
soneto famoso de Camões e à carta de São Paulo aos Coríntios, na Bíblia.
Essas correlações entre os textos podem acontecer de forma explícita,
isto é, quando há a citação direta da fonte do intertexto, como acontece em
resumos, resenhas, artigos. Podem também fazer referência à forma e ao
conteúdo, ou seja, quando utilizamos um gênero textual específico em outro
contexto diferente daquele utilizado inicialmente. É o que acontece quando
temos um conto de fadas apresentado na forma de uma história em quadrinhos.
Também pode ocorrer intertextualidade dos nossos próprios textos com o de
terceiros quando, ao produzirmos um texto, usamos provérbios sem autoria
própria. Por exemplo: “Diga-me com quem andas e te direi quem és” e “De grão
em grão a galinha enche o papo”. Estes são provérbios sem autoria e usados
em diferentes práticas textuais.
Portanto, podemos dizer que a intertextualidade ocorre tomando como
base a soma do conhecimento de mundo do leitor aos conhecimentos
enciclopédicos e aos conhecimentos interacionais que, juntos, colaboram para a
construção de sentidos dos textos.
TEMA 4 – COERÊNCIA
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João Carlos vivia em uma pequena casa construída no alto de uma
colina, cuja frente dava para leste. Desde o pé da colina se espalhava
em todas as direções, até o horizonte, uma planície coberta de areia.
Na noite em que completava trinta anos, João, sentado nos degraus
da escada colocada à frente de sua casa, olhava o sol poente e
observava como a sua sombra ia diminuindo no caminho coberto de
grama. De repente, viu um cavalo que descia para sua casa. As
árvores e as folhagens não o permitiam ver distintamente; entretanto
observou que o cavalo era manco. Ao olhar de mais perto verificou que
o visitante era seu filho Guilherme, que a vinte anos tinha partido para
alistar-se no exército, e, em todo esse tempo, não havia dado sinal de
vida. Guilherme, ao ver seu pai, desmontou imediatamente, correu até
ele, lançando-se nos seus braços e começando a chorar. (Koch;
Travaglia, 1995, p. 32-33)
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provocam percepções diferentes, de acordo com o conhecimento desse sujeito,
de seus discursos e saberes individuais.
TEMA 5 – INFERÊNCIAS
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contexto, com outro objetivo, dentro de outro gênero, as demais questões
poderiam ser levadas em consideração.
Portanto, a inferência é uma atividade mental apoiada em contextos
socioculturais e em um contexto específico.
NA PRÁTICA
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FINALIZANDO
Quadro 1 – Glossário
• 1. Captar ideias
Concepções de • 2. Reconhecer intenções
leitura • 3. Construir sentidos
• 1. Superficial
Níveis de leitura • 2. Intermediário
• 3. Profundo
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REFERÊNCIAS
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