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2
PCN BNCC
TEXTO
Ponto de Ponto de
partida chegada
3
Não há língua
sem texto!
4
Texto 1
5
TEXTO
O texto, unidade comunicativa, corporifica ideias e avaliações
compartilhadas socialmente e conformadas de acordo com
convenções apropriadas para cada tipo de troca; é
programado de acordo com as intenções do produtor, que são
direcionadas a um leitor/interpretador presumido. É preciso,
portanto, re-conhecer o(s) código(s), os arranjos textuais, seus
modelos genéricos, a intencionalidade e a temática
recorrentes para cada tipo de texto, além de todo o
conhecimento acumulado acerca do mundo que o sustenta.
6
Textos 2 e 3
#nãoénão
7
Ler é, até certo ponto, reconhecer,
identificar, interpretar. Desse ponto
em diante, é compreender, avaliar,
criticar.
8
Texto 4
9
“
O ato de ler ultrapassa o código, contempla a
organização dos signos, perscrutando um sentido
contextualizado, amarrado naquilo que se
identifica de textos anteriores, de outros autores,
de outros ambientes, de outros sujeitos.
10
Sobre o título
“Leituras, identidades e
seleção de textos”
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Leituras
✘ Ato de ler = construção interativa do sentido de um texto, seja
ele escrito, oral, imagético ou multissemiótico – com destaque
aos gêneros digitais, mais recentemente.
✘ Estímulo ao desenvolvimento da capacidade crítica dos
estudantes, a fim de que eles, leitores em formação, sejam
efetivamente levados a construir o sentido – e a reconstruí-lo se
for preciso – na relação estreita entre a leitura da palavra (e de
outras linguagens) e a leitura do mundo que os cerca, tornando-
os sujeitos de suas próprias leituras – e não alvo de ideias pré-
fabricadas.
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Identidades (significativas)
✘ O caráter dialógico da construção interativa de sentidos
textuais, que se funda na relação entre o eu e o outro,
enfatiza a pertinência de se resgatar o conceito de
identidade como conjunto de características pelas quais são
reconhecidos não só os recursos discursivos (gêneros de
textos, seus modos de organização, sua motivação
semiótica) e os rituais das trocas comunicativas, mas,
sobretudo, os indivíduos e as coletividades representados
nos textos. Todos esses elementos são considerados
identidades significativas.
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Seleção de textos
✘ A seleção (contextualizada) de textos na sala de aula deve partir
das sugestões feitas pelos alunos até que, por analogia de forma
ou de conteúdo, o professor também proponha algo de seu
universo, ou de um universo diferente daquele trazido pelos
estudantes.
✘ Com o objetivo de a escola promover o multiletramento dos
alunos, um ponto importante relacionado à seleção de textos
abrange, então, a necessidade da inclusão de obras multimodais,
de gêneros discursivos próprios do universo digital, assim como
aqueles considerados mais populares ou marginais, ou da cultura
de massa, sempre na direção da diversidade cultural a que o leitor
frequentemente estará exposto.
14
“
“Da mesma maneira, imbricada à questão dos multiletramentos, essa
proposta considera, como uma de suas premissas, a diversidade
cultural. Sem aderir a um raciocínio classificatório reducionista, que
desconsidera as hibridizações, apropriações e mesclas, é importante
contemplar o cânone, o marginal, o culto, o popular, a cultura de
massa, a cultura das mídias, a cultura digital, as culturas infantis e
juvenis, de forma a garantir uma ampliação de repertório e uma
interação e trato com o diferente.” (BRASIL, 2018, p. 72)
15
A apreensão dos sentidos
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Em sentido amplo, ler
é “um processo de
compreensão de
expressões formais e
simbólicas, não
importando por meio
de que linguagem”. Maria Helena
Martins
17
Níveis de leitura
Maria Helena Martins
✘ Sensorial → percepção
✘ Emocional → reação afetiva; patemização
✘ Racional (≠ intelectual) → relações lógicas,
inferências, acionamento de conhecimento
prévio e de esquemas mentais; filtro cultural;
estereótipos e preconceitos.
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Aldo Bizzocchi (2001)
“A partir de percepções sensoriais, construímos
representações mentais que permitem adquirir novos
dados da experiência e reconhecer dados anteriormente
adquiridos. (...) Aplicamos ao real um filtro biológico e outro,
cultural, transformando dados de nossa experiência em
conceitos e, em consequência, em signos, por meio dos
quais pensamos, constituindo um universo semiótico
tridimensional (eu-aqui-agora), onde interagem os
conceitos.”
Ezequiel Theodoro da Silva (1981)
“A leitura não pode ser confundida com decodificação de
sinais, com reprodução mecânica de informações ou com
respostas convergentes a estímulos escritos pré-
elaborados. Esta confusão nada mais faz do que decretar a
morte do leitor, transformando-o em consumidor passivo
de mensagens não-significativas e irrelevantes. (...) O ato de
ler sempre envolve apreensão, apropriação e transformação
de significados, a partir de um documento escrito. Leitura
sem compreensão e sem recriação do significado é
pseudoleitura.”
✘ Adotamos aqui a concepção de leitura fundada na interação
(FERES, 2016; CAVALCANTE, 2012; KOCH; ELIAS, 2006) – ou
seja, em um processo dialógico, acionado pelo leitor diante
do material significativo que se lhe apresenta e o afeta.
✘ A escola é colocada diante do desafio de pensar em uma
pedagogia da leitura cujas atividades captem o leitor em
formação, provocando-o a pensar, refletir, criar
expectativas, interpretar, compreender e questionar aquilo
que se impõe como direcionamento, estimulando o
estudante a investir seu conhecimento prévio e suas
vivências na construção de sentido dos textos, a partir de
“seu” mundo – e a “desconfiar” do que lê.
21
1º passo
a materialidade do texto:
observação das identidades significativas e
das convenções comunicativas
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Texto 5
E então a gente foi almoçar e tinha fígado de novo. Por que é que
as pessoas têm mania de comer essas porcarias? Na casa da Fanny,
outro dia tinha dobradinha. Na minha casa, quando eu tiver uma casa só
minha, vai ter bife com batata frita todo dia!
Então minha tia chegou e começou a encher, que eu estava
muito magra – “essa menina precisa comer es-tu-pi-da-men-te”.
(ROCHA, 1986, p. 7)
De repente dá certo (1986), de Ruth Rocha, teve sua primeira edição em 1986. Tendo como
protagonista uma adolescente, Beatriz, que precisa aprender a conviver com Pedro, filho do novo
marido de sua mãe, a história atrai os leitores adolescentes, que, em geral, conseguem se identificar
com o comportamento e as inquietações das personagens. Narrativa pouco extensa, dinâmica, de fácil
captação do leitor da fase do Fundamental II.
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“Não!”, de Marta Altés Texto 6
(Brinque-Book, 2012)
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27
Texto 7
28
2º passo
o processo de interpretação
29
Dois níveis de compreensão
INFERÊNCIAS
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1º NÍVEL DE CONSTRUÇÃO DE SENTIDO NA
PERSPECTIVA DO SUJEITO INTERPRETANTE
CHARAUDEAU (2019)
processo inferencial
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Expressões nominais, ilustrações, símbolos visuais,
SENTIDO “LITERAL”
IDENTIFICAÇÃO
símbolos sonoros, gestos, expressões fisionômicas
(INFERÊNCIA INTERNA)
etc.
Elementos repetidos, expressões sinônimas, formas
COESÃO TEXTUAL
pronominais, expressões referenciais, hiperônimos,
(COERÊNCIA INTERNA)
hipônimos, conectores, paralelismos etc.
Contrato comunicativo estabelecido pelo gêneros
INFERÊNCIAS
SIGNIFICAÇÃO
Caulos,
Errar é humano
(1977)
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SENTIDO “LITERAL”
Imagens de cafifas.
IDENTIFICAÇÃO
Expressão de alegria e de tristeza.
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Texto 9
20/04/2022
38
ESTRATÉGIAS DE
ELEMENTOS ACIONADORES
INTERPRETAÇÃO
Imagem de Mariele Franco.
SENTIDO “LITERAL”
40
(Baseado em Emediato, 2007)
3º passo
Fomento da criticidade:
representação e representatividade
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Texto 10
HUMOR E CRÍTICA
SOCIAL: circuito
triangular de
comunicação: o
produtor, o leitor e o
alvo da crítica
42
Identidades significativas = recursos discursivos,
rituais comunicativos, indivíduos e coletividades
43
“
“O Eixo Leitura compreende as práticas de linguagem que decorrem
da interação ativa do leitor/ouvinte/espectador com os textos
escritos, orais e multissemióticos e de sua interpretação, sendo
exemplos as leituras para: fruição estética de textos e obras
literárias; pesquisa e embasamento de trabalhos escolares e
acadêmicos; realização de procedimentos; conhecimento, discussão e
debate sobre temas sociais relevantes; sustentar a reivindicação de
algo no contexto de atuação da vida pública; ter mais conhecimento
que permita o desenvolvimento de projetos pessoais, dentre outras
possibilidades.” (BRASIL, 2018, p. 71)
44
“
“Da mesma maneira, imbricada à questão dos multiletramentos,
essa proposta considera, como uma de suas premissas, a
diversidade cultural. Sem aderir a um raciocínio classificatório
reducionista, que desconsidera as hibridizações, apropriações e
mesclas, é importante contemplar o cânone, o marginal, o culto,
o popular, a cultura de massa, a cultura das mídias, a cultura
digital, as culturas infantis e juvenis, de forma a garantir uma
ampliação de repertório e uma interação e trato com o
diferente.” (BRASIL, 2018, p. 72)
45
Seleção de textos de
acordo com a BNCC
6º a 9º anos
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Com “exercício de interpretação mediada pelo professor”,
entendemos toda atividade de leitura acompanhada pelo
professor, com o objetivo de observação das marcas textuais que
levam a inferências (internas e externas) no processo de
interpretação, necessário para que se alcance a compreensão
global do texto. Não se trata exclusivamente de questionários
sobre textos, mas de roteiros de leitura, organizados pelo professor
e seguidos pelos estudantes por meio de sua mediação, voltados
para a decifração dos signos e dos códigos e para o
estabelecimento da relação entre texto e contexto e, em
consequência, para sua compreensão.
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CAMPO JORNALÍSTICO-MIDIÁTICO
(notícias, reportagens, cartas do leitor, resenhas críticas, crônicas,
anúncios publicitários, memes, charges, dentre outros)
Texto 11
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COMPETÊNCIA IDENTIDADES SIGNIFICATIVAS INFERÊNCIAS
51
COMPETÊNCIA IDENTIDADES SIGNIFICATIVAS INFERÊNCIAS
Externas, relacionadas
AXIOLÓGICA Valor atribuído à cor da pele (em destaque na descrição das
aos valores instituídos
pessoas); racismo; abuso de poder e injustiça social.
socialmente.
Externas, relacionadas
PRAXEOLÓGICA Gênero manchete e sua (apenas) aparente imparcialidade no ao conhecimento sobre
relato de fatos. as trocas
comunicativas.
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Campo da atuação da vida pública
(regimento, projeto cultural, carta aberta, carta de solicitação, carta
de reclamação, abaixo-assinado, petição on-line, requerimento, turno de
fala em assembleia e em reuniões, edital, proposta, ata, parecer,
enquete, relatório) Texto 13
Agora já sem clima de amor.
Na tarde de ontem, dia dos namorados, eu estava esperando minha namorada em frente ao
shopping Leblon
Quando do nada me aparecem esses dois jovens com as seguintes frases:
“VOCÊ PEGOU ESSA BICICLETA ALI AGORA, NAO FOI?”
“É SIM, ESSA BICICLETA É MINHA!” - replicou a jovem moça
E daí, eu sem entender nada, fui tentar mostrar pros dois que a bicicleta é minha, com fotos
antigas com ela, chave, o que foi possível naquele momento de segundo.
Porém eu só consegui provar que a bicicleta é minha, quando sem minha autorização, o lindo
rapaz pega o cadeado da minha bicicleta e tenta abrir
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Frustrado com sua tentativa, ele diz que não me acusou, afinal, o rapaz só estava perguntando...
Moral da história, esses filhos da puta não aguentam nos ver com nada, no mesmo lugar que
eles?! Piorou
Eu não era alguém pedindo esmola ou vendendo jujuba...
Um preto numa bike elétrica?! No Leblon???!
Aaah só podia ser, eu acabei de perder a minha, foi ele...
São coisas que encabulam o racista.
Eles não conseguem entender como você está ali sem ter roubado dele, não importa o quanto
você prove
Então eu quero que todos vão se foder, quem pensa igual, quem acha que é mimimi, mas
principalmente quem não vê maldade em situações como essa. Isso não foi um desespero de
quem foi furtado, isso o é o desespero do racista quando vê a gente perto.
Ela não tem ideia de quem levou sua bicicleta, mas a primeira coisa que vem a sua cabeça é que
algum neguinho levou
E pra você, que é pretin igual eu, seja cuidadoso ao andar em lugares assim. Eles vão te culpar,
pra depois verem o que aconteceu.
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COMPETÊNCIA IDENTIDADES SIGNIFICATIVAS INFERÊNCIAS
Externas, relacionadas
REFERENCIAL O episódio de racismo vivido pelo enunciador do texto
ao conhecimento de
e fartamente noticiado; “lugar de fala”. mundo.
Externas, relacionadas
AXIOLÓGICA Acusação relacionada à cor da pele; racismo; abuso de poder e
aos valores instituídos
injustiça social; marcas de representatividade.
socialmente.
Externas, relacionadas
PRAXEOLÓGICA Gênero CARTA ABERTA e a expressividade/subjetividade no ao conhecimento sobre
relato de fatos. as trocas
comunicativas.
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campo das práticas de estudo e pesquisa
apresentação oral, palestra, mesa-redonda, debate, artigo de divulgação
científica, artigo científico, artigo de opinião, ensaio, reportagem de divulgação
científica, texto didático, infográfico, esquemas, relatório, relato (multimidiático)
de campo, documentário, cartografia animada, podcasts e vídeos de divulgação
científica
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Texto 14
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COMPETÊNCIA IDENTIDADES SIGNIFICATIVAS INFERÊNCIAS
Internas, relacionadas à
LINGUAGEIRA Gráfico e suas convenções; linhas, eixo, escalas etc. identificação dos signos
e dos códigos.
Externas, relacionadas
REFERENCIAL Título do gráfico e da reportagem indicam o tema e
ao conhecimento de
despertam informações anteriores. mundo.
Externas, relacionadas
AXIOLÓGICA
Racismo estrutural. aos valores instituídos
socialmente.
Externas, relacionadas
PRAXEOLÓGICA Gênero “infográfico” e notícia, orientando para a criação de ao conhecimento sobre
expectativa relacionada a dados objetivos. as trocas
comunicativas.
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Campo artístico-literário
peças teatrais, músicas e filmes, slams, canais de booktuber, resenhas (com
comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações) em
jornais, blogs e redes sociais, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema,
teatro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos,
fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto
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Texto 15
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Excerto
O colo de minha avó eram as minhas férias. Por que eu não podia ser igual a uma
Naquele janeiro, fui para o sítio. princesa?
A minha casa tem guarita, portão eletrônico, Ela não repetiu “minha filha, você é uma
cachorro. O sítio tem mato, rio, sapos. princesa”. Mas riu bastante. Minha neta,
que tipo de princesa você quer ser?
Ela percebeu. Na hora.
Nem precisei não brincar com borboletas Hã? Como assim “que tipo de princesa”?
e não contar estrelas.
Acho que falei com os olhos. Minha avozinha riu mais ainda,
como sabiá na laranjeira.
Minha avó me deu um banho,
cantando enquanto jogava água em mim.
No balde, muitas folhas.
A água tinha perfume e carinho.
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COMPETÊNCIA IDENTIDADES SIGNIFICATIVAS INFERÊNCIAS
Externas, relacionadas
AXIOLÓGICA Racismo estrutural; reconstrução de identidade;
aos valores instituídos
representatividade. socialmente.
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COMPETÊNCIA IDENTIDADES SIGNIFICATIVAS INFERÊNCIAS
Externas, relacionadas
REFERENCIAL “Mostração” de uma favela diversa daquela que a
ao conhecimento de
mídia apresenta; “lugar de fala”. mundo.
Externas, relacionadas
AXIOLÓGICA
Combate à segregação socioespacial. aos valores instituídos
socialmente.
Externas, relacionadas
PRAXEOLÓGICA Gênero CONTO ILUSTRADO e a ao conhecimento sobre
expressividade/subjetividade na descrição da favela. as trocas
comunicativas.
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Texto 17
Esta é a história de uma mulher que cometeu um crime que a humanidade não perdoa.
Recusou-se a ser vítima. Eva Rodrigues preenchia todos os requisitos para a sentença. Era
mulher: coitada. Era negra: coitada. Era pobre: coitada. Ainda não era tudo. Eva nasceu de um
parto sofrido. Teve paralisia cerebral. O corpo todo tremia, ela derrubava a comida, caminhava
mal, era toda um desajeito. À Eva, o mundo reservava apenas um destino: o de ser coitada. Eva
poderia estender a mão e pedir esmolas. E receberia olhares de profunda pena. Em troca da
moeda, devolveria ao doador o alívio não apenas da caridade, mas outro, secreto: a garantia de
que a deformidade, assim como a loucura, está sempre no outro.
Eva rebelou-se. Decidiu que não seria coitada. Que o mundo se virasse com isso. (...)
O que não perdoam a Eva é, sendo mulher, negra, pobre e deficiente física, ter completado a
universidade. E neste país. (...) 70
COMPETÊNCIA IDENTIDADES SIGNIFICATIVAS INFERÊNCIAS
Externas, relacionadas
REFERENCIAL Descrição de uma mulher com características para ser
ao conhecimento de
discriminada socialmente. mundo.
Externas, relacionadas
AXIOLÓGICA Combate ao preconceito estrutural, de gênero e
aos valores instituídos
contra os portadores de necessidades especiais. socialmente.
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Desfragmentação das aulas de LP
✘ Ainda que seja realmente preciso um momento
dedicado a algum aspecto gramatical; outro, para
leitura mediada; e outro, para produção de textos, essas
atividades precisam mostrar uma continuidade,
migrando de uma tarefa para outra em torno de algum
aspecto comum, eleito para estudo. É uma opção
pedagógica factível, mas exigente de algum tempo para
elaboração de atividades em sequência e em
convergência.
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✘ É preciso que a escola esteja atenta para não voltar a
priorizar o trabalho quase exclusivo do texto escrito
(formal e/ou canônico) e da norma padrão sem
proporcionar uma interface entre os conhecimentos,
sem oferecer uma variedade ampla de textos, de
gêneros discursivos, de ambientes de comunicação, que
aguce a observação da abundância de formas e de
intencionalidades próprias da comunicação humana –
incluindo a indispensável entrada da multimodalidade
como objeto de estudo/ensino-aprendizagem.
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• Destaca-se, mais uma vez, o importante papel do
trabalho com o texto literário na escola, principalmente
por talvez ser essa a única oportunidade de o aluno
entrar em contato com esse tipo de bem cultural, que
desenvolve, de modo singular, não só a capacidade
interpretativa do leitor, mas sua humanidade. A leitura de
contos, crônicas literárias, poemas (em suas variadas
vertentes, incluindo letras de música, raps, slams) oferece
uma experiência estética e ética inestimável, que não
deve ser ignorada.
75
referências
✘ ANTONIO, Luiz. Uma princesa nada boba. Ilustrações de Biel Carpenter. São Paulo: Cosac
Naify, 2011.
✘ BIZZOCCHI, Aldo. Cognição: como pensamos o mundo. Ciência Hoje, v. 30, n.º 175, setembro
de 2001.
✘ BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
✘ CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2012.
✘ CHARAUDEAU, Patrick. Compreensão e interpretação: interrogações em torno de dois
modos de apreensão do sentido nas ciências da linguagem. 2019. Disponível em
https://ciadrj.letras.ufrj.br/wp-content/uploads/2019/11/ARTIGO-CHARAUDEAU-
20193.pdf. Acesso em: 06 jan. 2022.
✘ EMEDIATO, Wander. Contrato de leitura, parâmetros e figuras do leitor. In: MARI, Hugo;
WALTY, Ivete; FONSECA, Maria Nazareth (orgs.). Ensaios sobre leitura 2. Belo Horizonte,
MG: Editora PUC Minas, 2007.
76
✘ FERES, Beatriz dos Santos. O ato de ler numa perspectiva
interativa: os níveis de construção de sentido dos textos. In: DIAS,
André; FERES, Beatriz dos Santos; ROSÁRIO, Ivo da Costa do (orgs.).
Leitura e formação do leitor: cinco estudos e um relato de
experiência. Rio de Janeiro; 7Letras, 2016. p. 29-42
✘ JÚNIOR, Otávio. Da minha janela. São Paulo: Companhia das
Letrinhas, 2019.
✘ KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os
sentidos do texto. 2.ed. São Paulo: Contexto, 2006.
✘ MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 1982.
✘ ROCHA, Ruth. De repente dá certo. Ilustr. Graça Lima. 14. ed. Rio de
Janeiro: Salamandra, 1986.
✘ SILVA, Ezequiel Theodoro. O ato de ler. São Paulo: Cortez, 1981.
77