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Avaliação Diagnóstica 2019

Material Estruturado para o


Trabalho com os Descritores
do SPAECE

D22 - Reconhecer os efeitos


de humor e ironia
Autora: Aline Alice Silva Cordeiro
Material Estruturado para o trabalho com os descritores do SPAECE

Caro(a) professor(a),

Este material estruturado foi elaborado com o intuito de apoiá-lo no


planejamento de aulas com foco no descritor D22, presente na matriz de avaliação
do SPAECE. Tal descritor refere-se à habilidade de reconhecer os efeitos de
humor e ironia.
Nós, da Secretaria, estamos mobilizados no sentido de contribuir e
valorizar o ofício de ensinar a fim de elevar os estudantes de nossa rede ao nível
adequado de aprendizagem.

Equipe COADE
Secretaria da Educação do Estado do Ceará
Comentários referentes ao conteúdo abordado nesta unidade

A partir de constatação obtida por meio do Sistema Permanente de Avaliação da


Educação Básica do Ceará (SPAECE) 2018, na disciplina de Língua Portuguesa, no ensino
médio, foi detectado que o descritor vinte e dois (D22), que consiste em reconhecer os
efeitos de humor e ironia, apresentou o sétimo pior rendimento no estado do Ceará com
50,18% de aproveitamento.
Com base nesses dados, elaboramos este material a fim de dar suporte ao professor
na sua jornada pedagógica, sugerindo orientações que podem colaborar para trabalhar, em
diferentes níveis de dificuldade, o D22, com o intuito de atenuar os obstáculos inerentes a
essa habilidade no desempenho dos nossos estudantes.
O ato de compreender, interpretar e intervir no meio que nos cerca requer uma
adequada habilidade leitora a ser desenvolvida no percurso das experiências obtidas no
decorrer de nossa vida. No âmbito escolar, essa habilidade é exercitada diariamente,
perfazendo todas as etapas de desenvolvimento cognitivo do estudante.
No documento Escola Aprendente, o qual serve de matriz curricular à educação
ofertada pela rede estadual, é dito que o estudante do 3º ano do ensino médio deve ter
entre suas habilidades e competências a capacidade de:

• Compreender, na leitura do texto escrito o significado, as relações dos fatos


elaborados, estabelecendo relação com outros textos e seu universo de referência
(de acordo com as condições de produção/recepção).
• Ler, interpretar e reconhecer diferentes gêneros textuais (literários, jornalísticos,
técnico-científicos, instrucionais, epistolares, humorísticos, publicitários, digitais,
etc.) associando-se às sequências discursivas básicas (narração, exposição,
argumentação, descrição e injunção).
• Comparar o estabelecimento de diferentes relações de sentido (CEARÁ, 2009, pág.
32).

Já na matriz de avaliação do SPAECE, que é um subconjunto das habilidades


elencadas no documento citado anteriormente, o descritor da habilidade referente aos
efeitos de humor e ironia pode ser avaliado dentro de uma perspectiva de cinco níveis, que
são:
 D22N4 – Inferir efeito de humor e de ironia em tirinhas.
 D22N6 – Reconhecer ironia e efeito de humor em crônicas, entrevistas e
tirinhas.
 D22N8 – Reconhecer ironia e efeitos de sentido decorrentes da repetição de
palavras em sinopses e em poemas.
 D22N9 – Inferir efeito de humor e ironia em tirinhas e charges.
 D22N10 – Inferir efeito de ironia na fala do narrador em fragmentos de
romance.

Ao considerar o ser pensante como ser atuante e cidadão, faz-se necessário trilhar o
caminho de explorar uma leitura de mundo de modo crítico, racional. Saber detectar, na
leitura de mundo, a intenção comunicativa expressa no texto através do reconhecimento
dos efeitos de humor e ironia é uma das habilidades necessárias para desencadear um
nível adequado de proficiência leitora.
Será a partir dessa lógica que exploraremos a discussão em torno das orientações
pedagógicas que sugeriremos para o professor trabalhar em sala de aula, realizando as
adaptações que julgar necessárias a fim de obter rendimentos exitosos no descritor em
estudo.
Realizar a inferência de reconhecer os efeitos de humor e ironia em uma publicação
(verbal/ não verbal) mobiliza, no âmbito da leitura e produção de sentido, diversas
estratégias sociocognitivas que acionam alguns sistemas de conhecimento, tais como o
conhecimento linguístico, o conhecimento enciclopédico e o conhecimento interacional.
É o que aponta os estudos realizados por Koch (2018), que fundamentará o enfoque
da linha de análise do descritor em questão.
Considerando o impacto que esses sistemas de conhecimento surtem na
compreensão e produção de sentido da habilidade requerida pelo descritor em estudo,
delinearemos uma síntese das definições apontadas pela autora nos tópicos a seguir a fim
de proporcionar uma perspectiva panorâmica dos conceitos que sustentarão a base
sociocognitiva para o estudo proposto neste material estruturado.

➢ Conhecimento linguístico: abrange o conhecimento gramatical e lexical. Baseados


nesse tipo de conhecimento, podemos compreender: a organização do material
linguístico na superfície textual; o uso dos meios coesivos para evitar a remissão ou
sequenciação textual; a seleção lexical adequada ao tema ou aos modelos
cognitivos ativados.
Analisemos o emprego desse conhecimento na situação proposta no texto abaixo:
Fonte: O Estado de São Paulo, 17. set. 2004.

O emprego do termo mas confere ao texto lido oposição à ideia pressuposta,


considerado, por isso, elemento relevante na leitura em relação à tirinha. No caso, se é
mão única, espera-se que seja a certa.

➢ Conhecimento enciclopédico ou conhecimento de mundo: Refere-se a


conhecimentos gerais sobre o mundo, bem como a conhecimentos alusivos a
vivências pessoais e eventos espácio-temporalmente situados, permitindo a
produção de sentidos.

Fonte: O Estado de São Paulo, 6 set. 2004.

No texto lido, pressupõe-se que o leitor saiba, pelo conhecimento de mundo, que a
leitura dinâmica é um método caracterizado por técnicas que propiciam uma leitura com
muita rapidez e que há quem recorra a esse método para justificar “uma olhadinha” (e
claro, sem pagar) em livros, revistas e jornais expostos em bancas de jornais, livrarias ou
lugares afins, caso contrário a compreensão do texto estará comprometida. Na figura em
destaque, a pressuposta desculpa dada por leitores, que funciona como justificativa para
“ler sem pagar” é usada na tirinha como justificativa para o pagamento.
➢ Conhecimento interacional: Refere-se às formas de interação por meio da
linguagem e engloba os conhecimentos: Ilocucional; comunicacional;
metacomunicativo; superestrutural.

➢ Conhecimento Ilocucional: Permite-nos reconhecer os objetivos ou propósitos


pretendidos pelo produtor do texto, em uma dada situação interacional.

➢ Conhecimento comunicacional:
Diz respeito à:
- quantidade de informação necessária, numa situação comunicativa concreta, para
que o parceiro seja capaz de reconstruir o objetivo da produção do texto;
- seleção da variante linguística adequada a cada situação de interação;
- adequação do gênero textual à situação comunicativa;

➢ Conhecimento metacomunicativo: É aquele que permite ao locutor assegurar a


compreensão do texto e conseguir aceitação pelo parceiro dos objetivos com que é
produzido.

➢ Conhecimento superestrutural: Permite a identificação de textos como exemplares


adequados aos diversos eventos da vida social. Envolve também conhecimentos
sobre as macrocategorias ou unidades globais que distinguem vários tipos de textos,
bem como sobre a ordenação ou sequenciação textual em conexão com os
objetivos pretendidos.

Dialogando com esses conhecimentos, é necessário considerar o conceito de


contexto sociocognitivo para sustentar a compreensão do descritor em estudo.
De acordo com Koch (2018, p. 57), a leitura é uma atividade altamente complexa de
produção de sentidos que se realiza, evidentemente, com base nos elementos linguísticos
presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas que requer a
mobilização de um vasto conjunto de saberes.
Subjacente à essa concepção de leitura, encontra-se o pressuposto segundo o qual
o sentido de um texto não existe a priori, mas é construído na interação sujeito-texto. Assim
sendo, na e para a produção de sentido, necessário se faz considerar o contexto.
Koch (2018) entende como contexto sociocognitivo o pressuposto no qual duas
pessoas partilhem parcialmente para que possam se compreender mutuamente.

Em outras palavras, seus conhecimentos (enciclopédico, sociointeracional,


procedural, textual, etc) devem ser, ao menos em parte, compartilhados, uma
vez que é impossível duas pessoas partilharem exatamente os mesmos
conhecimentos.
Ao entrar em uma interação, cada um dos parceiros já traz consigo sua
bagagem cognitiva, ou seja, já é, por si mesmo, um contexto. A cada
momento da interação, esse contexto é alterado, ampliado, e os parceiros se
veem obrigados a ajustar-se aos novos contextos que se vão originando
sucessivamente (KOCH, 2018, p. 61).

Bras, Tereza Yamashita; Bras, Luiz. Folha de São Paulo, 21 maio 2005. Folhinha, p. 8.

No texto lido, o conceito de casamento e o contexto em que o assunto é


compreendido não apresenta o mesmo paradigma para as pessoas envolvidas no diálogo,
tratando-se de uma classificação mais formal e categórica para a mãe e, constituindo uma
classificação mais leve e lúdica para a filha, quando assume traços de uma brincadeira
junina a partir dos elementos característicos (pipoca, bolo de aipim, quentão, fogueira, etc.)
desse festejo regional. Desse modo, a definição de casamento, para a mãe, ajustou-se a
um novo contexto que foi alterado pela percepção apresentada pela filha.
Em linhas gerais, os interlocutores situam o seu dizer em um determinado contexto –
que é constituinte e constituitivo do próprio dizer – e vão alterando, ajustando ou
conversando esse contexto no curso da interação.
Analisando o estudo por esse enfoque, percebe-se a contribuição do contexto para a
compreensão e interpretação do descritor em estudo, além do diálogo que esse contexto
abre com coerência textual, situação de interação imediata, a situação mediata (entorno
sociopolítico-cultural) e o contexto cognitivo dos interlocutores. Elementos esses essenciais
para o amadurecimento e aperfeiçoamento de aproveitamento do descritor em estudo nos
textos e discussões sociais que compartilhamos em nossa rotina, de modo a refinarmos a
nossa percepção acerca da temática explorada, situando-nos enquanto cidadãos
formadores e transformadores do entorno social que constituímos.
Para Koch (2018, p. 63), o contexto cognitivo dos interlocutores reúne todos os tipos
de conhecimentos arquivados na memória dos atores sociais, que necessitam ser
mobilizados por ocasião do intercâmbio verbal:
• o conhecimento linguístico propriamente dito;
• o conhecimento enciclopédico, quer declarativo (conhecimento que recebemos
pronto, que é introjetado em nossa memória “por ouvir falar”), quer episódico
(“frames”, “scripts”) (conhecimento adquirido através da convivência social e
armezanado em “bloco”, sobre as diversas situações e eventos da vida cotidiana (cf.
Koch, 1997);
• o conhecimento da situação comunicativa e de suas regras (situacionalidade);
• o conhecimento superestrutural ou tipológico (gêneros e tipos textuais);
• o conhecimento estilístico (registros, variedades de língua e sua adequação às
situações comunicativas);
• o conhecimento de outros textos que permeiam a nossa cultura (intertextualidade).

Assim sendo, um estudo de texto sem a consideração do contexto é altamente


insuficiente, por diversas razões:
• Certos enunciados são ambíguos, mas o contexto permite fazer uma interpretação
unívoca. Observem-se os pares de enunciados abaixo:

Ao chegar à cidade, a jovem dirigiu-se a um banco: precisava munir-se de algum


dinheiro para fazer compras.

Ao chegar à cidade, a jovem dirigiu-se a um banco: precisava descansar um pouco,


antes de enfrentar a dura jornada que teria pela frente.

• O contexto permite preencher as lacunas do texto, isto é, estabelecer os elos


falantes, por meio de inferências-ponte, como se pode ver em:

O empregado alimentou os pássaros. Os grãos de alpiste foram logo devorados.

O navio aproximava-se do porto. Os marinheiros preparavam-se para lançar as


âncoras.

• Os fatores contextuais podem alterar o que se diz:

“Que bela surpresa você me aprontou”, dito por alguém num momento de fúria não será
entendido como uma expressão de alegria.
Comentários pedagógicos referentes aos exercícios desta unidade

Nesse momento, elencamos uma sequência de tarefas distribuídas em níveis de


dificuldade gradativa, partindo do elementar para o complexo, a fim de desenvolver a
habilidade de reconhecer o efeito decorrente de humor e ironia em nossos estudantes e,
assim, prepará-los para diferentes situações comunicativas de habilidade leitora.

Etapa 1: Iniciemos a nossa tarefa reconhecendo o momento em que o autor explora,


através da análise das informações contidas no texto, o efeito de divertir, considerando as
estratégias empregadas pelos personagens para se sobressaírem da situação problema
que se encontram envolvidos a fim de serem premiados com o pequeno queijo de cabra.

Leia o texto abaixo.

O caboclo, o padre e o estudante

Um estudante e um padre viajavam pelo sertão, tendo como bagageiro um caboclo.


Deram-lhe numa casa um pequeno queijo de cabra. Não sabendo dividi-lo, mesmo porque
chegaria um pequenino pedaço para cada um, o padre resolveu que todos dormissem e o
queijo seria daquele que tivesse, durante a noite, o sonho mais bonito, pensando
engabelar todos com os seus recursos oratórios. Todos aceitaram e foram dormir. À noite,
o caboclo acordou, foi ao queijo e comeu-o. Pela manhã, os três sentaram à mesa para
tomar café e cada qual teve de contar o seu sonho. O padre disse ter sonhado com a
escada de Jacob e descreveu-a brilhantemente. Por ele, ele subia triunfalmente ao céu. O
estudante, então, narrou que sonhara já dentro do céu à espera do padre que subia. O
caboclo sorriu e falou: - Eu sonhei que via seu padre subindo a escada e seu doutor lá
dentro do céu, rodeado de amigos. Eu ficava na terra e gritava: - Seu doutor, seu padre, o
queijo! Vosmincês esqueceram o queijo. - Come o queijo, caboclo! Come o queijo,
caboclo! Nós estamos no céu, não queremos queijo. O sonho foi tão forte que eu pensei
que era verdade, levantei-me, enquanto Vosmincês dormiam e comi o queijo...

01) A finalidade principal do texto é


A) informar.
B) conscientizar.
C) denunciar.
D) divertir.
E) relatar.
Fonte: BEIQ.

Etapa 2: Já nesta etapa, o efeito de humor presente no texto encontra-se na interação


estabelecida entre a professora e os estudantes no estudo do verbo. Ao indagá-los sobre
os exemplos dessa classe gramatical, ela é surpreendida pelo resultado das respostas
apresentadas, realizando intervenções de pronúncia das palavras sugeridas como
respostas. Ao final da discussão, obtém uma resposta inicialmente favorável, mas ao
solicitar uma contextualização do termo, percebe que a estudante se valeu das investidas
acumuladas dos colegas no decorrer do diálogo para compor a aplicação do termo que
inicialmente estava correto, tornando-o, então, inapropriado.

Leia o texto abaixo.

A professora pergunta para a Mariazinha:


— Mariazinha, me dê um exemplo de verbo.
— Bicicreta! — respondeu a menina.
— Não se diz “bicicreta”, e sim “bicicleta”. Além disso, bicicleta não é verbo. Pedro, me diga
você um verbo.
— Prástico! — disse o garoto.
— É “plástico”, não “prástico”. E também não é verbo. Laura, é sua vez: me dê um exemplo
correto de verbo — pediu a professora.
— Hospedar! — respondeu Laura.
— Muito bem! — disse a professora. Agora, forme uma frase com este verbo.
— Os pedar da bicicreta é de prástico!

Fonte: https://micarlamichelle.wordpress.com/2015/09/29/efeitos-de-sentido-a-ironia-e-o-humor/

02) Em qual trecho reside o efeito de humor cumulativo do texto lido:


A) Bicicreta!
B) Prástico!
C) É “plástico”, não “prástico”. E também não é verbo.
D) Hospedar!
E) Os pedar da bicicreta é de prástico!

Etapa 3: Neste momento, o estudante, através do reconhecimento do emprego das


estratégias de humor e ironia presentes nas primeiras etapas, é capaz de detectar as
intenções comunicativas que perpassam a relação estabelecida na reflexão dos
personagens do texto com o emprego da ironia a fim de alertar sobre as consequências do
desmatamento para o meio ambiente ao realizar o trocadilho entre os termos meio e inteiro.

Leia o texto abaixo.

Disponível em: <https://pensandoprafrente.blogspot.com>. Acesso em: 25 nov. 2014. (P120208F5_SUP)

03) Para alertar sobre as consequências do desmatamento, esse texto usa a estratégia
A) da abordagem social, pois relata as dificuldades dos moradores de áreas rurais.
B) da investigação, devido à dúvida demonstrada pelas duas crianças.
C) da ironia, fazendo um trocadilho com as palavras “meio” e “inteiro”.
D) do discurso infantil, apresentando um diálogo entre duas crianças.
E) do senso comum, devido à generalização pelo uso da palavra “homem”.
Fonte: BEIQ.

Etapa 4: Compreendido, na terceira etapa de nossos estudos, que a ironia é um recurso


expressivo para evidenciar também problemas sociais, o estudante detectará, com mais
propriedade, a análise da charge apresentada abaixo ao associar que o fato apresentado
no primeiro quadrinho remete a uma situação na Síria que, na charge, transporta a ideia de
forma metafórica na qual as pessoas no Brasil são assaltadas com os preços elevados,
retratados nas demais imagens, sendo assim o fato irônico do texto.

Leia a charge.

DUKE. Disponível em: <http://dukechargista.com.br>.

04) A ironia contida na charge visa o fato


A) ocorrido na Síria em que uma criança, que vive em um ambiente de incessante guerra
civil, confunde uma máquina fotográfica com uma arma.
B) do aumento significativo dos preços dos produtos e das contas a serem pagas, em
decorrência da crise econômica vivenciada no país.
C) das pessoas não poderem realizar suas atividades diárias por causa do medo de serem
assaltadas.
D) do comparativo da violência presente na Síria com a violência que ocorre no Brasil.
E) de que a palavra arma pode ter diversos significados em diferentes contextos.
Fonte: BEIQ.
Etapa 5: Nessa ocasião, o estudante deverá perceber a ironia presente no suporte
apresentado abaixo, atentando-se para o conhecimento de mundo a fim de relacionar o
aquecimento global ao aumento de temperatura, conduzindo o autor da imagem a retratar,
de maneira cômica, a mudança de hábitos quanto ao tamanho das peças íntimas em
resposta a esse estado patológico ambiental.

05)

Considerando as informações verbais e não verbais trazidas no texto a respeito do


aquecimento global, verifica-se a intenção de

A) expor os diferentes tamanhos de peças íntimas no período de aquecimento global.


B) informar a evolução da peça íntima das mulheres do século XVIII até século XXI.
C) satirizar os diferentes tamanhos das peças íntimas do século XVIII até século XXI.
D) relacionar o aumento da temperatura como causa da diminuição da peça íntima.
E) catalogar os diferentes tamanhos de peças íntimas durante o aquecimento global.

Etapa 6: Para compreender a proposta deste suporte, faz-se necessário ativar os


conhecimentos do leitor para os fatores contextuais à campanha de conscientização de
trânsito seguro no período do Carnaval, percebendo que o autor do texto realiza um
questionamento enfraquecendo a concomitância das ações beber e dirigir, apreendendo a
ironia presente no apelo realizado pelo comando em orientar o condutor a preservar a vida
para não deixar a viúva para os outros.
06)

Fonte: https://borafazer.wordpress.com/2011/12/15/bandeirantes-outdoor-3/

A frase: “Mas a viúva é bonita?” sugere no texto

A) que os homens não se importam com suas esposas.


B) que os homens não têm certeza se as viúvas são bonitas.
C) que as mulheres viúvas deixadas pelo marido são bonitas.
D) que o marido vai morrer e deixar a esposa para os outros.
E) que as pessoas vão se apaixonar pela viúva bonita.
Fonte: BEIQ (Adaptada).

Na questão abaixo, realizamos uma projeção da abordagem do descritor em estudo


no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Com o propósito de refinar a habilidade
leitora dos nossos estudantes, utilize, com os conhecimentos levantados neste material,
um estudo da questão proposta abaixo a fim de contribuir para o aprofundamento da
habilidade leitora em diferentes contextos comunicativos.
No fragmento de Memórias Póstumas de Brás Cubas apresentado a seguir, espera-se
que o leitor depreenda, através do estilo irônico empregado pelo autor, a caracterização,
conduzida pelo narrador-personagem, em detalhar o perfil sociocomportamental que
delineia a moral do cunhado Cotrim.

Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía um
caráter ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele durante os anos que se
seguiram ao inventário de meu pai. Reconheço que era um modelo. Arguíam-no de
avareza, e cuido que tinham razão; mas a avareza é apenas a exageração de uma virtude,
e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor é o saldo que o déficit. Como era
muito seco de maneiras, tinha inimigos que chegavam a acusá-lo de bárbaro. O único fato
alegado este particular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço, donde
eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele só mandava os perversos e os
fujões, ocorre que, tendo longamente contrabandeado em escravos, habituara-se de certo
modo ao trato um pouco mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não se pode
honestamente atribuir à índole original de um homem o que é puro efeito de relações
sociais. A prova de que o Cotrim tinha sentimentos pios encontrava-se no seu amor aos
filhos, e na dor que padeceu quando perdeu Sara, dali a alguns meses; prova irrefutável,
acho eu, e não única. Era tesoureiro de uma confraria, e irmão de várias irmandades, e até
irmão remido de uma destas, o que não se coaduna muito com a reputação da avareza;
verdade é que o benefício não caíra no chão: a irmandade (de que ele fora juiz) mandara-
lhe tirar o retrato a óleo.
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.

07) Obra que inaugura o Realismo na literatura brasileira, Memórias póstumas de Brás
Cubas condensa uma expressividade que caracterizaria o estilo machadiano: a ironia.
Descrevendo a moral de seu cunhado, Cotrim, o narrador-personagem Brás Cubas refina a
percepção irônica ao:
A) acusar o cunhado de ser avarento para confessar-se injustiçado na divisão da herança
paterna.
B) atribuir a “efeito de relações sociais” a naturalidade com que Cotrim prendia e torturava
os escravos.
C) considerar os “sentimentos pios” demonstrados pelo personagem quando da perda da
filha Sara.
D) menosprezar Cotrim por ser tesoureiro de uma confraria e membro remido de várias
irmandades.
E) insinuar que o cunhado era um homem vaidoso e egocêntrico, contemplado com um
retrato a óleo.

Fonte: ENEM 2014.


REFERÊNCIAS

CEARÁ. Secretaria da Educação. Metodologias de Apoio: matrizes curriculares para


ensino médio. Fortaleza: SEDUC, 2009.

KOCH, Ingedore Villaça e ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto.
São Paulo: Contexto, 2018.

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