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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL


DISCIPLINA: LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS

SÍNTESE DE ESTUDOS PARA A PROVA

Caros estudantes, com vistas a poder auxiliar seus estudos para a prova, apresento a seguir
uma síntese dos conteúdos trabalhados até o presente momento da disciplina.
Para iniciar, os tópicos que estarão presentes na prova e para os quais solicito sua atenção
ao retomarem os materiais de estudo são os seguintes:
● a leitura – concepções, importância e lugar no meio acadêmico, as finalidades e
estratégias de leitura e os níveis de conhecimento envolvidos na leitura;
● a produção textual – concepções sobre texto, elementos de textualidade, tipologia e
gêneros textuais;
● coesão e coerência – definições, relações entre elas e reconhecimento das diferentes
formas de coesão e de coerência, bem como sua aplicação.
● o processo de redução da informação – a paráfrase, o resumo e o esquema.

A Leitura
Conforme já discutido, ​a leitura é um ​processo abrangente e amplo e está presente na
nossa vida constantemente. Podemos ler tudo o que está à nossa volta nas suas diferentes
manifestações de linguagem. Lemos imagens, sons, palavras, sinais, comportamentos etc. para
nos situar no mundo e diante dos outros.
Ler é a possibilidade de ter acesso ao mundo das ideias e dos pensamentos; é o exercício
de intercâmbio entre as informações recebidas e o conhecimento prévio do leitor; é o exercício de
decifrar códigos (escritos ou não); é o exercício da capacidade de formar nossa própria visão e
explicação sobre os problemas que encontramos; ler é compreender o mundo e a realidade que
nos cerca; ler é um ato político e uma prática social, pois, pela leitura, atribuímos significação
àquilo que é próprio do ser humano: sua capacidade de interagir e manifestar-se pela linguagem.
Lemos por diversas razões e com várias finalidades​. Lemos para nos divertir, para estudar,
para procurar respostas a perguntas, para tomarmos conhecimento geral sobre algo, para seguir
instruções, etc.
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A leitura no meio acadêmico assume especial importância, porque é através dela que
podemos ter acesso aos conhecimentos construídos pela humanidade nas diversas áreas do saber.
A leitura nos possibilita a apropriação de informações e a transformação destas em
conhecimentos. Um estudante de nível superior que efetivamente queira construir suas
aprendizagens sempre adotará uma postura de leitor sujeito, ou seja, fará do contato com os
textos um espaço para aprender, estudar, analisar, sintetizar e interpretar o que está sendo lido.
Ultrapassará a postura passiva de receber informações e repeti-las. Será capaz de transformá-las
em aprendizagens.
Obs.: Para ampliação dessas reflexões, retomem as considerações feitas no Fórum da
primeira semana de estudo.

As estratégias de leitura
Para aplicarmos as estratégias de leitura em um texto, devemos seguir as três etapas
básicas: antes, durante e depois da leitura.
- ​Antes da leitura​, há três tarefas a serem feitas: observar os elementos de pré-leitura,
como autor, público-alvo, veículo de publicação, nível de linguagem, etc.; fazer previsões do que
trata o texto a partir do título, do autor e de elementos extratextuais como imagens, fotos,
gráficos; por fim, levantar quais são os conhecimentos prévios necessários para o entendimento
completo do texto. Esses conhecimentos prévios são divididos em: conhecimento linguístico, que
envolve a decodificação da língua e do significado de seus vocábulos; conhecimento textual, que
envolve o conhecimento de outros textos e/ou autores relacionados no texto lido; e
conhecimento de mundo, que envolve conhecimentos em diferentes áreas do saber, gerais ou
específicos.
- No ​durante a leitura,​ há um esforço do leitor no sentido de entender o texto plenamente,
por meio das previsões que vão sendo criadas à medida que a leitura avança e,
consequentemente, das respostas às perguntas advindas dessas previsões. Além disso, nesta
etapa, o leitor deve ser capaz de fazer um resumo das ideias principais do texto.
Já, ​depois da leitura​, surgem as perguntas que não receberam respostas adequadas ou que
suscitaram dúvidas, além de reflexões acerca do tema do texto e associações com outros textos e
ou ideias. A partir daqui, é possível reduzir informação do texto lido e passar a produzir textos
como o esquema e o resumo.
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O processo de produção textual – texto, elementos de textualidade, contexto


discursivo-enunciativo, tipologias e gêneros
Quando falamos em produção textual, estamos nos referindo a um processo em que estão
presentes vários elementos que o definem. Sempre há uma situação que gera a produção de um
texto e nesta situação estão envolvidos: um autor/falante/interlocutor que tem
objetivos/finalidades; um receptor/leitor/público a quem se dirige o texto; um assunto sobre o
qual se fala/escreve. Estes elementos , que são externos ao texto e que o geram, constituem o
que denominamos de ​contexto discursivo- enunciativo​.
Os textos têm uma estruturação linguística e textual própria de cada tipologia e gênero
textual. Neste último item estão envolvidos os processos de coesão e coerência.
Um ​texto​ pode ser definido como :
− uma ​unidade de linguagem em uso​, cumprindo uma função identificável numa dada
situação de uso;
− uma ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade
sociocomunicativa ( vinculada a uma situação de comunicação com caráter social e de interação) ,
semântica ( de sentido) e formal (estrutural).
Importante: o texto tem um caráter de processo ( em permanente construção na interação
com o leitor/receptor e com as situações ) e nunca pode ser visto como um produto acabado.
Dependendo da situação e dos objetivos, os textos assumem diferentes formas e usos.
Dessa concepção surgem as noções de tipologia e gênero textual.
As ​tipologias dizem respeito à forma de estruturação de base dos textos e relacionam-se
aos objetivos dos sujeitos produtores de textos. A narração, a descrição, a prescrição, a explicação,
a argumentação (dissertação) e a definição são tipologias textuais. Se queremos relatar
experiência, por exemplo, temos a narração; se queremos caracterizar seres, temos a descrição, e
assim por diante.
Os ​gêneros textuais relacionam ao uso, onde temos a junção de um objetivo específico a
um formato de texto com linguagem, público e outros elementos situacionais específicos. A
propaganda, as cartas, as fábulas, as piadas, as entrevista, os relatórios, os artigos, etc., são
considerados gêneros textuais.
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Coesão e Coerência
A coesão e a coerência dizem respeito à forma de organização dos textos. A ​coesão
refere-se ao estabelecimento de relação entre os elementos que compõem os enunciados. A
coesão pode ser estabelecida pelos elementos anafóricos e ou de articulação.
No primeiro caso, temos os elementos que retomam outros utilizados nos enunciados, de
modo a evitarem-se repetições e instaurar a progressão da informação. No segundo caso – a
articulação – estabelecem-se relações de sentidos entre orações e frases, como causa (porque, na
medida em que, em função de...), conclusão (portanto, assim, dessa forma, por isso...),
conformidade (como, conforme, consoante, de acordo com..) ,oposição (mas, contudo,
entretanto, todavia...), etc. .
A ​coerência é um processo que se dá a partir de fatores de ordem linguística, discursiva,
cognitiva., cultural e interacional. Importante – nem todo texto coeso é coerente. Às vezes
encontramos textos que formalmente têm as relações estabelecidas, mas que, apesar disso, se
constituem em enunciados incoerentes. Ex.: A celebração da Páscoa, que sempre ocorre no mês
de setembro no Brasil, envolveu toda a população daquela pequena cidade.

O processo de redução da informação


Reduzir informação é um processo que deve ser feito depois de aplicar as estratégias de
leitura num texto. Para tanto, há regras que podem ser aplicadas. São elas: ​apagamento, seleção,
construção e generalização​.
Além das regras, há princípios que regem esse processo de redução de informação:
economia e fidelidade​. Alguns dos produtos desse processo estudados por nós são o esquema, o
resumo e a paráfrase.
Destacamos aqui a importância de você parafrasear um texto original no momento de
reduzi-lo. A ​paráfrase é​ um processo em que o leitor, a partir de um texto original, reescreve as
ideias com suas palavras, reestruturando frases, escolhendo novos vocábulos, porém dizendo a
mesma coisa. Não é mera cópia! Para parafrasear de forma competente, são aplicadas as quatro
regras de redução de informação! Não existe uma paráfrase correta para um determinado trecho
ou texto, mas sim paráfrases mais adequadas ou menos adequadas. Tudo depende do objetivo
que se tem.
O ​esquema pode ser de três tipos: por tópicos, por períodos e por gráficos. Já o ​resumo é
produzido a partir de um processo de retextualização do esquema. Ou seja, a partir da estrutura
do esquema, produzem-se frases, num processo de paráfrase do texto original, ligadas por meio
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de conectivos, num texto coeso e coerente – uma espécie de miniatura do texto original, contudo
escrita com suas palavras.

Resenha
A resenha é um gênero acadêmico de texto que tem por objetivo apresentar, de forma
sintética e sistematizada, o nosso olhar sobre outros textos: do que eles tratam, como abordam as
temáticas, como se organizam, qual sua relevância etc.
Vimos nos nossos estudos dois tipos:
- a resenha crítica
- e a resenha temática.

Resenha Crítica
Na resenha crítica, tomamos um único texto fonte e sistematizamos as informações nele
constantes a partir da nossa visão sobre o texto original.

Resenha Temática
A ​resenha temática é um tipo de resenha caracterizada por abordar ​vários textos
cuja ​temática seja a mesma​, ou seja, ​textos que tratem sobre um mesmo assunto​.
A sistemática para a produção das resenhas deve obedecer aos mesmos princípios
adotados na elaboração de um texto que traz redução de informação de outro(s) texto(s):
economia e fidelidade

Diferença entre resumo e resenha


No resumo​, mantemos com fidelidade as ideias/fatos do texto original na mesma ordem
em que foram apresentados no texto original. Não há a apresentação de posicionamento crítico
neste tipo de texto.
Na resenha​, além de manter a precisão e fidelidade das informações, há a perspectiva do
resenhador sobre o texto, temática abordada e forma de organização, com a apresentação de seu
posicionamento crítico.

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