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Carla Mateus Chiziane

Ficha de Leitura

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

Abril
Carla Mateus Chiziane

Ficha de Leitura

Ficha de Leitura a ser apresentada ao


Departamento de Ciências de
Linguagem/FCLCA para avaliação
na cadeira de DPIV sob orientação da
Prof. Dra Orlanda Gomane.

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo
Abril
Referência Bibliográfica Tipo de Obra
AZEVEDO, F. Metodologia de Língua Obra de carácter cientifico
Portuguesa. Porto, Porto Editora, 2010.

Págs. Resumo Observações

21 Didática da leitura

AZEVEDO (2010: 21) define leitura como uma técnica que capacita o
sujeito para poder alcançar outras metas. O seu principal objetivo é fazer
com que a criança adquira a destreza necessárias para poder
compreender o significado da palavra escrita ou impressa.

Aprendizagem da leitura Há uma


necessidade de
A investigação teórica mais recente demostrou que o sucesso na
a escola
aprendizagem da leitura depende dos seguintes factores:
assumir as
 As experiências anteriores da criança no domínio da oralidade; práticas da
 O contato da criança com práticas da leitura; oracia para
 A motivação e o reconhecimento social da importância e com os catapultar e
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produtos culturais. refrocar os
factores
Para AZEVEDO (2010: 22) citando FERNADES (2004:57) “o
descritos pelo
processo da leitura depende dos processos psicolinguísticos do que dos
autor.
processos perceptivo motores. Sendo assim, o processo formal de
leitura, criar atividades que permitam desenvolver a consciência
fonológica da criança. Para este autor
a concepção
interativa da
Para este autor a concepção interativa da leitura permite-nos descobrir
leitura permite-
que os bons leitores são aqueles que mais facilmente processam a
nos descobrir
informação textual, compreendendo o texto.
que os bons
De acordo IRWN (1986) a compreensão leitora “ é uma atividade leitores são
complexa e resulta da interacção de processos cognitivos específicos”. aqueles que
De acordo com o autor acima citado existem cinco processos usados mais
pelo leitor. facilmente
processam a
 Microprocessos têm a ver com a capacidade de reconhecer
informação
palavras, de agrupar as unidades sintácticas e identificar a ideia
textual,
principal de cada frase;
compreendend
 Processos integrativos - a capacidade de processar a coesão
o o texto.
frásica e de inferir informações não explicita;
 Macroprocessos - capacidade de compreender a organização
interna do texto, parafraseá-lo identificando o tema e o assunto
do mesmo;
 Processos elaborativos - o leitor competente se envolve
activamente no processo de leitura, ou seja, além do que esteja
escrito, o leitor elabora previsões sobre o texto, cria imagens
mentais ou modifica o seu ambiente cognitivo.
 Processo metacognitivo - a disponibilidade de remediação
sempre que o bom leitor se depara com problemas de
compreensão em todos processos anteriormente descritos.

CRUZ (2007:51) afirmando que registam, por um lado, processos de


nível inferior/microprocessos, que envolvem a descodificação,
reconhecimento ou identificação de palavras escritas, e processos a nível
superior/macroprocessos que se referem a compreensão de uma frase ou
texto.

Modelos explicativos do processo de leitura

A complexidade do acto da leitura, particularmente a confluência de


perspectivas que ora enfatizam a importância do reconhecimento visual
das letras, por via das correspondias grafema-fonema, como via para o
processamento semântico do texto, ora a relevância dos conhecimentos
prévios do leitor e as suas hipóteses inicias na interpretação do texto.
Modelos ascendentes

Os modelos ascendentes consideram que o leitor parte da identifica dos


grafemas: estes são combinados com silabas, que depois de unidas dão
origem a lexemas, os quais, por sua vez, se usam em frases. Unidas as
frases, surge, então, o texto.

Supõem igualmente que a aprendizagem da leitura se deve iniciar pelas


competências de nível inferior (grafemas e fonemas), destacando, assim,
24 os processos de decifração.

Modelos descendentes

Os modelos descendentes entendem a leitura como um processo inverso


ao dos modelos ascendentes. Partem do princípio que ler é compreender.
O leitor antecipa o sentido do texto, o qual será confirmado ou infirmado
pela leitura. Ao leitor é atribuído um papel activo na gestão do processo
da leitura. Neste modelo valoriza-se a via visual-semântica como meio
de acesso ao sentido.

Modelos interactivos

Os modelos ascendentes e os modelos descendentes pressupõem a


circulação da informação apenas num sentido, sem permitem a
influência de componentes posteriores em componentes previas.

Modelos interactivos compensatórios

Como o próprio nome indica, trata-se de modelos de aprendizagem da


leitura em qualquer nível do sistema pode comunicar qualquer outro
nível independente das suas posições.

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27 A leitura do texto em voz alta.

A leitura do texto em voz alta mostra-se um bom excelente indicador de


influência e, nessa medida, deve ser exercitada com regularidade nas
aulas de Língua Portuguesa.

Esta verbalização do texto em voz alta, pode ser feita em poemas e textos
dramáticos através da leitura expressiva e afectiva.

Sugere-se, metodologicamente, que esta atividade seja sempre


precedida por uma leitura silenciosa, por todos alunos.

Didática dos textos literários

Características do leitor competente Leitor Competente

Para que um leitor seja considerado competente é necessário que este


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consiga consegue activar, com eficácia os saberes que fazem parte da
sua competência enciclopédica e os seus quadros de referência
intertextuais. Deve ter uma competência retórica e pragmática. Deve
dialogar com o texto e os seus contextos.

 O protocolo da ficcionalidade;
 O protocolo de relevância textualmente apresentada;
 O protocolo da plurissignificação.

1.Protocolo da ficcionalidade.
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Os actos de fala expressos pelo mundo do texto não podem ser lidos
como uma cópia ou um espelho do mundo empírico e histórico-social
do sujeito leitor.

30 Os leitores devem bloquear a referência imediata desses actos ao mundo


empírico, considerando o mundo construído pelo texto como um
“mundo possível”, contrafactual ou não factual conforme nos mostra
Silva (1983: 201)

Segundo SIEGFRIED (1987:206) ensina-nos que “a aceitação deste


31 protocolo não invalida a pertinência do texto”. Acrescenta, ainda, que
este texto é capaz de suscitar nos seus leitores uma modificação
substancial dos seus ambientes cognitivos.

2.Protocolo de relevância da informação textualmente apresentada.

Este protocolo é concebido como complexa organização semiótica.

AZEVEDO (2010: 31) considera que “o protocolo de relevância da


informação textualmente apresenta ensina o leitor que num texto
literário, jamais existe informação que possa ser considera da
excedentária ou sumplentar”

Ao leitor é-lhe reconhecido um importante papel enquanto co-construtor


activo dos significados textuais.
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3.Protocolos da Plurissignificação.

Este protocolo ensina ao leitor que as construções literárias constituem


complexos objetos semióticos onde a multiplicidade potencial de
leitores ou de interpretação.

Um leitor hábil e competente deve ser capaz de interagir adequada a


lucrativamente com a multiplicidade de textos.

Em síntese, formar leitores significa torná-los capazes de manifestar os


seguintes comportamento:

a) Ler voluntariamente e com frequência;


b) Ler uma variedade de materiais;
c) Ter confiança em si próprios enquanto leitores;
d) Ler para melhorarem as suas vidas;
e) Serem capazes de partilhar com os outros aquilo que foi lido;
32 f) Ler para expandirem os seus horizontes;
g) Serem capazes de refletirem criticamente acerca dos textos lidos.
h) Serem capazes de recomendar livros e leituras aos outros;

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