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EXPLORAÇÃO DE LEITURA PARA A COMPREENSÃO LITERAL,
INTERORETATIVA E CRITICA
Compreensão Leitoral
A relação ler e compreender tem sido uma constante no dia a dia da escola. Relatos e pesquisas
realizadas nesse campo apontam deficiências na aprendizagem decorrentes das dificuldades de
interpretação nas mais diversas formas que os textos se apresentam.
Ao receber um texto, o leitor aplica seus próprios códigos ou esquemas cognoscitivos e o seu
patrimônio de conhecimento, às circunstâncias da leitura (contexto), que segundo Orlandi (l996) em
Interpretação; Autoria, Leitura e efeitos do trabalho simbólico.
Nesse sentido o texto "original" é uma ficção, ou melhor é uma função de historicidade, num processo
retroativo.(...)o texto em sua materialidade, como uma "peça" com suas articulações, todas elas
relevantes para a construção do ou dos sentidos. (ORLANDI, 1996, p.14).
O processo de compreensão em leitura implica assim em construção do sentido do texto. Para tanto o
leitor necessita ativar a memória, ativação essa que está diretamente relacionada ao seu
conhecimento prévio, que Ferrero (1987, p.
15) assim descreve: “ toda leitura é interpretação, e o que o leitor é capaz de compreender e de
aprender através da leitura depende fortemente daquilo que o leitor conhece e acredita a priori, ou
seja antes da leitura".
A dificuldade com a leitura não está somente na aquisição e domínio de um sistema de notação e de
transformação do oral, mas no modo como a escrita, competência cultural ligada ao mundo sócio-
econômico-político, tem sido retratada pela escola e conseqüentemente o devido papel da leitura e as
atividades mentais que devem ser elaboradas nas atividades de ler. Assim, a leitura será vista como
habilidade lingüística, percebendo a relação existente entre fala, leitura e a escrita, e suas
multiciplicidades de fatores que intervém no processo destas aprendizagens (aquisição do
conhecimento, desenvolvimento emocional da criança, evolução de seu processo de interação
social).
Segundo Rosenblatt (1980), Apud Ferrero (1987) em Os processos de leitura e escrita. (p.15):
Para compreender o processo de leitura, devemos compreender de que maneira o leitor, o escritor e
o texto contribuem para ele. Uma vez que (...) "a leitura implica uma transação entre o leitor e o texto,
as características do leitor são tão importantes para a leitura como as características do texto.
(ROSENBLATT (1980), Apud Ferrero, 1987, p.15).
A competência do leitor é fundamental para o seu êxito no processo de ler e compreender. Mas
também há que se considerar o propósito, a cultura social, o conhecimento prévio, o controle
lingüístico, as atitudes e os esquemas conceituais. O que o leitor é capaz de compreender e de
aprender depende fortemente do que conhece e acredita, a priori antes da leitura.
Segundo Giasson (1998), apud Braga e Silvestre (2002) Construindo o leitor competente:
A compreensão na leitura não pode dar-se se não houver nada com que o leitor possa relacionar a
nova informação fornecida pelo texto. Para compreender, o leitor deve estabelecer relações entre o
novo (o texto) e o conhecido (os seus conhecimentos anteriores). (BRAGA E SILVESTRE, 2002, p.
22).
Na realidade, o autor utiliza na leitura o que ele já sabe o conhecimento adquirido ao longo de sua
vida. Que Freire (1986, p.11) assim descreve: "(...) a leitura do mundo precede a leitura da palavra
e que a posterior leitura desta não pode prescindir a leitura daquela". É mediante a interação de
diversos níveis de conhecimento como o conhecimento lingüístico, o textual, o conhecimento de
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O conhecimento lingüístico, segundo Kleiman (1989, p.13) em Texto e Leitor "desempenha um papel
central no processamento do texto", em que as palavras se agrupam em unidades ou frases maiores,
significativas. À medida que as palavras são percebidas a mente é ativada para construir significados.
Nessa atividade o primeiro passo é o agrupamento em frases, processo pelo qual é chamado de
1texto. Como o conhecimento que se tem sobre nossas ações. Por exemplo: ir ao dentista, assistir a
uma aula, porque já se pode descrevê-los como conhecimentos estruturados, (porque já estão
ordenados) e parcial (inclui o que é mais genérico e previsível das situações) sobre um assunto,
evento ou situações típicas. O conhecimento parcial estruturado em nossa memória é chamado de
esquema, podendo determinar em grande parte expectativas sobre a ordem natural das coisas,
permite economia, na comunicação, visto que deixa implícito aquilo que é típico de uma situação, e
seletividade na codificação ao se usar palavras com as quais se tenta descrever para outro
experiências, utilizando o léxico necessário para que o interlocutor compreenda a mensagem
transmitida.
A leitura é assim uma atividade de busca pelo leitor, no seu passado de lembranças e
conhecimentos, daqueles que são relevantes à compreensão do texto, fornecendo pistas e sugerindo
caminhos, mas que certamente não esclarece tudo o que seria possível de esclarecer.
A produção escrita que se encontra disponível não é um produto isolado, não ocorre no vazio, mas é
resultante da integração de um complexo mundo sócio-econômico, que, segundo Josette Jolibert
(1997), apud Braga (2002) Construindo o leitor competente.
(... ) A observação e a análise desses índices devem ser incorporadas à leitura para que o aluno-leitor
"enxergue" que a produção escrita é uma atividade comunicativa, dotada de uma função social,
realizada em uma determinada situação, que abrange tanto o conjunto de enunciados que lhe deu
origem quanto as condições em que foi produzido. (BRAGA, 2002, p.25).
O grande desafio das escolas, hoje, é explorar a leitura em todas as áreas do conhecimento,
delineando objetivos específicos para sua exploração, que segundo Kleiman (1989, p.30) as
atividades de leitura ora desenvolvidas, são, muitas vezes, "difusas e confusas, (...) se constituindo
apenas em pretexto para cópias, resumos, análise sintática, e outras tarefas de ensino de língua".
Nesse sentido, reforça a necessidade de que seja fornecido um objetivo, propósitos claros para a
leitura, pois a capacidade de compreender e lembrar de forma seletiva de uma informação está
diretamente relacionada ao propósito da leitura. A citada autora considera uma "estratégia
metacognitiva" a capacidade de estabelecer objetivos na leitura, "(...) é uma estratégia de controle e
regulamento do próprio conhecimento" (1989, p.34).
A leitura que não surge de uma necessidade para chegar a um propósito não é propriamente leitura;
quando lemos porque outra pessoa nos manda ler, como acontece freqüentemente na escola,
estamos apenas exercendo atividades mecânicas que pouco tem a ver com o significado e sentido.
Aliás, essa leitura desmotivada não conduz à aprendizagem. (KLEIMAN, l989, p.35).
O que se defende é que a pré-determinação de objetivos não é maléfica, e que deve ser trabalhada
de forma artificial, ou seja, realizar tarefas interessantes e significativas para o desenvolvimento do
aluno, sem que ela perceba que está decidindo por si mesmo, sobre aquilo que lê. Indiretamente
estará desenvolvendo estratégias metacognitivas necessárias e adequadas ao ato de ler.
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muito rapidamente, continuam a trazer para o cérebro processar. (KLEIMAN, 1989, p. 37).
Desta forma se pretende formar um leitor proficiente, ou seja, aquele que é capaz de identificar os
vários tipos de leitura, seus objetivos e as estratégias utilizadas para o estabelecimento do significado
do texto. Para tanto é necessário motivá-lo à leitura prazerosa, que lhe desperte significação e
interesse. Geralmente, é significante para o leitor aquilo que se relaciona com a sua vida, que
desperta a curiosidade, que o faz compreender o mundo ou ir além da imaginação, descobrindo
novas possibilidades de agir sobre ele e melhor viver e conviver.
Outro aspecto que tende a contribuir a leitura compreensiva é favorecer ao aluno o contato com
tipologias diversas de textos.
Quanto mais conhecimento textual o leitor tiver, quanto maior a sua exposição a todo tipo de texto,
mais fácil será sua compreensão. É o conhecimento de estruturas textuais e de vários tipos de
discurso que determina em grande medida, suas expectativas em relação aos textos, expectativas
que exercem um papel considerável na compreensão. (PINHEIRO E ALMEIDA, 1997, p. 19).
Como já foi enfocada anteriormente a compreensão leitora depende de um grande número de fatores
complexos e que se relacionam entre si. Com certo conhecimento teórico sobre estes fatores, é
possível detectar o foco das dificuldades de compreensão e alternativas de facilitá-la.
Segundo Alliend e Coldemarín (1987, p. 141): “(...) o problema da avaliação da compreensão leitora
deverá colocar-se como função do nível da habilidade leitora da pessoa e sua relação com o grau de
complexidade do material impresso”. Esses autores sugerem a taxonomia de Barret, que abrange as
dimensões cognoscitivas e objetivas da compreensão leitora, para se efetivar esta avaliação, apesar
de se utilizar este mecanismo mais precisamente para textos narrativos. São descritos três níveis,
quais sejam:
O nível de compreensão literal que envolve as informações explícitas, ou seja, considera-se tudo que
está expresso literalmente. Este tipo de compreensão dá margem para os subseqüentes. É dividido
em reconhecimento e lembrança.
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Nesse momento devem emergir lembranças como: fatos, épocas, lugares da história, fatos
minuciosos, idéias ou informações colocadas claramente no texto.
Na compreensão crítica, o aluno formula um juízo de valor, compara as idéias apresentadas no texto
com critérios externos, provenientes de outros meios escritos, ou então com um critério interno, dado
pela experiência do aluno, seus conhecimentos e valores. Os juízos formulados são de realidade ou
fantasia (o aluno faz a distinção do que é real no texto e o que pertence a fantasia do autor) e de
valores (o aluno emite julgamentos frente a atitude do personagem ou dos personagens).
Trabalhar apenas o nível literal ou não explorá-lo da forma conveniente não contribui para a formação
de leitores capacitados. Como sabemos, o autor não inclui todas as informações no texto, mas conta
com o leitor para isso, a partir do conhecimento previamente adquirido por este. Daí a importância da
compreensão interpretativa. Trabalhá-la é apreender informações que estão implícitas, mediante
pistas, fornecidas pelo texto. Isto quer dizer que as inferências criadas pelo leitor estão naturalmente
baseadas naquilo que foi dito pelo autor. (PINHEIRO E ALMEIDA, 1997, p. 35).
Um leitor proficiente é aquele que, além de decodificar a escrita, consegue ler inúmeras informações
implícitas nas entrelinhas, que exigem do leitor a partir dos seus objetivos, um amplo conhecimento
do assunto, do sistema da escrita e das convenções da linguagem escrita, de seu conhecimento da
língua, das estruturas textuais e do conhecimento de mundo. Dessa forma, o uso dessas informações
que o leitor traz consigo para a interpretação chamamos de inferência. Como afirma Koch em, Texto
e coerência (1997):
Basicamente se entende por inferência aquilo que se usa para estabelecer uma relação não explicita
no texto, entre dois elementos desse texto. As inferências surgem de uma necessidade e do
conhecimento de mundo do leitor (ouvinte). ( KOCH, 1997, p.70).
Inferências são conexões que as pessoas fazem quando tentam alcançar uma interpretação do que
lêem ou ouvem, isto é, o processo através do qual o leitor (ou ouvinte) consegue captar a partir do
significado literal do que é escrito ou dito, o que o escritor falante pretendia veicular. A inferência
estabelece uma relação entre idéias do discurso. (BROWN E YULE, 1997, p. 70).
Entendemos que o leitor é capaz de fazer ricas inferências e dependendo de seu conhecimento
prévio, estabelecer uma relação entre duas idéias do discurso. Pois é através dessa relação que ele
percebe as informações no texto, e também, a ordem em que acontecem os fatos. Esclarece
Begraund e Dressler apud Koch:
Inferências é a operação que consiste em suprir conceitos e relações razoáveis para preencher
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O leitor só pode dizer que leu um texto a partir do momento que se constrói o seu significado
tornando-se capaz de inferir nele suas experiências, seus sentimentos e suas opiniões.
Percebemos dessa forma, que os leitores trazem consigo um universo de informações e opiniões
formadas sobre vários tipos de assunto.
É importante salientar, que o contexto é decisivo para o uso das inferências. A relação entre as idéias
depende exclusivamente do contexto. A
mesma autora (1991, p.46) descreve esta citação esclarecendo a respeito da descoberta de novas
informações, partindo de uma anterior afirma que a Inferência é um processo cognitivo que gera uma
informação semântica nova, a partir de uma informação semântica anterior, em um determinado
contexto.
Entretanto, não basta que o leitor faça tal relação para que a influencia aconteça, segundo Isola
(1991, p.46) “A inferência ocorre também quando o leitor busca extratexto informações e
conhecimento adquiridos pela experiência de vida com as quais preenchem os “vazios” lexicais.”
Partindo de citação, observamos que o leitor é capaz de descobrir e que o interior de um texto pode
nos trazer através de seus conhecimentos armazenados na sua memória. Isso não acontece por
acaso. O uso das inferências depende de processos que tornam a compreensão textual possível.
Segundo Isola (1991, p. 48) “Todo o processo de inferência conduz a traços de memórias. A memória
é um fenômeno que atua tanto na compreensão de um texto quanto nos processos inferências”.
Todavia, é através dos indícios textuais que a inferência se conclui. Como afirma Garcia (1997, p.
293): “inferir é concluir, é deduzir pelo raciocínio apoiando apenas em indícios”.
Tipos De Inferências
Para Carpentier e Just, em Leitura: inferência e contexto-social, (1977) (apud Isola, 1991, p. 54) há
duas possibilidades de inferências: As que são extraídas a cada momento, durante a compreensão, e
as que são geradas somente se houver necessidade de se estabelecer uma ponte de conexão com o
fim de preencher um vazio textual.
O primeiro tipo é denominado inferência catafórica, porque refere-se a partes do texto que
provavelmente, seguem aquela que gerou a inferência. Por exemplo: O turista tirou uma foto da igreja
- A cena foi a mais bela de que se lembrava. O segundo tipo é chamado de inferência anafórica
porque refere-se apartes do texto que precedem o que gerou a inferência: por exemplo: O turista tirou
uma foto da igreja. - A câmera era a melhor que ele havia possuído. (ISOLA, 1991, p. 54).
Observamos que no primeiro caso a inferência é feita a partir da leitura e no segundo caso refere-se a
partes textuais precedentes, pois pelo elemento anafórico (ele) constata-se que o turista tinha uma
câmera.
Já Frederiksen, c; Frederiksen J; Humphrey e Ottesen, (1979) apud Isola, (1991, p.56) distinguem
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I Inferência de Primeiro Estágio asseguram a interpretação da sentença lida, tais inferências podem
ser consideradas a garantia da compreensão, uma vez que asseguram a interpretação. 2 -
Inferências Conecutivas atuam como ligação entre preposições presentes no texto e proposições que
as precedem, preenchendo “fendas” ou “brecha” textuais. 3. Inferências Estruturais compõe uma
organização temática para o texto. São responsáveis pela montagem, organização e reorganização
da estrutura do assunto que esta sendo tratado nele. 4. Através das Inferências Extensivas, liga- se o
que foi lido ao conhecimento prévio do leitor, e também as idéias espontâneas e associações. Essas
inferências são chamadas de elaborações (ou elaborativas) .( ISOLA, 1991, p. 56).
Charroles em Texto e coerência, (1987) apud Koch, (1997, p.71) apresenta-se uma classificação das
inferências em diferentes tipos, considerando- as obrigatórias que podem ser verificadas através dos
tipos e exemplos apresentados pelo mesmo autor. a) – substanciais, inalienáveis ou necessárias: que
seriam aquelas que não podemos fugir, que são obrigatoriamente feitas. Por exemplo: João tem um
scort XR3 – João tem um carro.”.
Sabemos que a palavra scort refere-se ao nome de um carro. Portanto, se João tem um scort é óbvio
que ele possui um carro. b) –“convidadas” ou “possíveis”: que podem ou não ser feitas. Por exemplo:
João tem um scort. – João tem carteira de motorista.
Nem sempre todo dono de carro tem carteira de motorista. Por isso, o fato de João ter um carro não é
suficiente para provar que ele tenha uma carteira de motorista, embora isso seja mais provável. c) –
contextuais que variam com o contexto. Por exemplo: Você sabia que o João parou de fumar? Esta
pergunta dá margem a várias inferências. Podemos simplesmente informar que João fumava e agora
não fuma mais ou sugeriu ao ouvinte parar de fumar ou ainda leva-lo a uma reflexão sobre o mal
causado pelo cigarro. d) – retroativas ou para trás: são as que se fazem sobre o sentido de um termo
ou expressão a partir de algo dito posteriormente. Por exemplo: Pedro tem um grilo. a) alimenta-o
todos os dias (animal). b) não sabe se a namorada gosta dele (preocupado).”
Reder, em Leitura: inferência e contexto-social, (1980) apud Isola (1991 p. 57) concordando com
os autores citados acima, também distingue inferências obrigatórias e não obrigatórias.
As inferências ‘obrigatórias’ são pretendidas pelo autor do texto a preencher os espaços em branco
existentes neste e, assim contribuem para a coerência da representação mental. As facultativas não
são pretendidas pelo autor; são elaboradas adicionais que enriquecem o conteúdo textual sem,
contudo, contribuir para a sua coerência. (ISOLA, 1991 p. 57).
O pensamento dedutivo, quando a partir de enunciados mais gerais dispostos ordenadamente como
premissas de um raciocínio chega-se a uma conclusão particular ou menos geral. Por exemplo: a lei
assegura a toda criança na faixa etária de 7 a 14 anos o direito freqüentar a escola. Maria tem 10
anos. Portanto, Maria tem direito de freqüentar a escola.
O pensamento quando indutivo parte do registro de fatos singulares ou menos gerais para chegar a
conclusão desdobrada ou ampliada em enunciados mais geral. Por exemplo: Muitos prefeitos são
ladrões. Fulano é prefeito. As premissas não sustentam a conclusão de que fulano é ladrão. As
inferências condicionais são geradas de enunciados hipotéticos ou condicionais, o fogo se acenderá.
Caso contrario, ou o fósforo não foi riscado ou ele não estava em perfeitas condições. (MARCUSCHI,
1997, p. 279 ).
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A partir das citações acima concluímos que é através da utilização de ambos os métodos que a
descoberta da verdade acontece.
A questão dos grupos anteriores da inferência apresentados por Marcushi, (1985) apud Isola, (1991,
p. 73 a 75) observa-se no segundo grupo a distinção entre os seguintes tipos e subtipos de
inferências: “1 – As inferências analógicas ocorrem por identificação referencial, são as que
especificam os antecedentes de por exemplo: pronomes, ações ou eventos. Carlos resolveu bater no
cachorro. Ele fez isso a noite.”
O uso do pronome (ele) refere-se a Carlos que bateu (ação) no cachorro. A inferência ocorre
justamente quando o leitor é capaz de ver tais características. Ainda no segundo grupo: 2 – As
inferências por associações ocorrem quando, em uma série de acontecimentos, o indivíduo relaciona
um fato a outro. Coincidências fortuitas costumam induzir os indivíduos a gerar – falsas associações
por exemplo: Aumentou a meningite no Brasil, após a Revolução de março de 64 'Revolução
aumenta meningite.
Essa última afirmação: “Revolução aumenta meningite” não deve ser considerada, pois os indícios
não provam que toda revolução aumenta a meningite. Sendo assim tal associação demasiadamente
falsa. 3. associações prováveis: João tomou aspirina e curou-se da gripe persistente. Aspirinas
cortam gripes persistentes.
Entre outras indicações, a aspirina serve para combater a gripe de acordo com o sistema imunológico
e a intensidade da virose de cada pessoa podendo ou não curar gripes e resfriados em determinados
pacientes. 4 – associações verdadeiras: O gato do vizinho não comeu mais e morreu. Animal que não
come mais morre.
Sendo a alimentação um elemento essencial para todos os seres vivos é obvio que qualquer ser vivo
que ficar sem alimento morrerá. 5 – A inferência por analogia ocorre sempre que há um pressuposto
de caráter hipotético que torna a conclusão apenas provável. Por exemplo: Um médico realiza alguns
experimentos com babuínos para determinar os efeitos de uma nova substância sobre organismo
humano. Conclui que a substancia ministrada aos babuínos provoca o aparecimento de alguns
efeitos secundários indesejáveis.
A conclusão é que o remédio ainda não está aprovado para os seres humanos, mas, posteriormente,
através de pesquisas mais aprofundadas esse mesmo remédio poderá ser aprovado para o homem
ou mesmo totalmente descartado. 6 – As inferências por composição e decomposição são geradas
das partes do discurso para a sua totalidade. Ex. A mãe vestiu o bebê. As roupas eram feitas de lã
macia..
Quando o leitor descobre que as roupas eram tão macias que a mãe decidiu vesti-las no bebê a
inferência ocorre.
O mesmo autor determina para o terceiro grupo três tipos de inferências: As inferências pragmático-
culturais – relacionam-se com os conhecimentos pessoais, crenças e ideologias dos indivíduos.
Subdividem-se em: inferências conversacionais, experiências avaliativas e cognitivo-culturais. As
inferências conversacionais ocorrem nas manifestações que colaboram com a produção de várias
inferências. As inferências experiências - ocorrem a partir da experiência do indivíduo. Por exemplo: A
policia está ali! Esquema: Policia por perto há alguma coisa além de uma simples festa”.
Basta a pronuncia do nome “policia” para se pensar alguma situação de perigo. No momento que o
leitor faz essa associação a inferência acontece. Segundo Isola (1991, p. 77) “as inferências
cognitivo-culturais ocorrem marcadas pela inferência do indivíduo.”
Conforme Warren et alli em Leitura: inferência e contexto-social (1979) apud isola, (1991, p. 76) 3-
“as inferências avaliativas são próprias do julgamento do leitor (ou do ouvinte). Envolvem crenças,
valores e conhecimento de mundo do receptor do texto.”
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Segundo Koch, em Texto e coerência (1997 p. 72) "as inferências podem ser limitáveis, apesar de
que limitá-las não é uma tarefa fácil.
a) contexto, que pode ser o contexto lingüístico (ou co-texto e o contexto de situação (contexto
social, cultural, circunstancial), b) a cooperação retórica, em termos de aceitação de argumentos, c) a
força locucionária do enunciado e a tarefa do ouvinte (ou leitor), d) a focalização. (KOCH, 1997 p. 72).
Apesar das possibilidades de limitações das inferências apresentadas, a mesma autora (1997, p. 73)
faz um alerta:
E preciso lembrar que freqüentemente o produtor do texto deseja que as inferências não sejam
limitáveis, que o texto abra mintas linhas de possíveis inferências. É o caso do texto dúbio (com
muitas falas políticas), textos de humor e propaganda ou polissêmico (como na literatura). (KOCH,
1997 p. 72).
Rickheit, Schotz e Stranher, (1985) apud Isola, (1991, p. 58) determinam três aspectos fundamentais
para a classificação da inferência: “O input do processo de inferência, isto é, a informação nova que
se está adquirindo; ou ‘output’ do processo inferêncial, ou seja, o resultado da representação mental
do texto e a direção do processo entre input e o “output” em que ocorre a geração da inferência”.
Observa-se que a relação input, output e a direção do processo entre eles facilitam a geração de
inferências, pois tanto a informação nova quanto os indícios do texto são capazes de levar o leitor a
fazer inferências.
Clark, em Leitura: inferência e contexto-social, (1977) apud Isola, (1991, p. 58 - 59) classifica as
inferências como processos de referências por caracterização.
l – Referência direta é o processo inferêncial simples e comum em que há uma relação direta entre o
referente e o referido. Por exemplo: Havia barulho na casa, apesar de estar vazia. Na copa, o rumor
de torneiras abertas. Na sala, vidros se quebrando. Correria e pânico na vizinhança. (CLARK, 1991,
p. 58 - 59).
Partido do exemplo apresentado para esse tipo de inferência, verificamos que há uma relação direta
entre o referente e o referido. Uma vez que mencionados na frase referem-se diretamente a um
objeto (casa) desta mesma frase mencionado anteriormente.
2 – O processo inferencial de referência direta subdividi-se em: identidade – ocorre a partir de uma
conexão direta, por Exemplo: Eu vi um pivete ontem. O pivete me assaltou. Pronominalização ocorre
quando se recorre a um pronome para substituir um sujeito, um objeto, um evento, uma ação, com
um estado. Por exemplo: eu vi um pivete ontem. – Ele me assaltou 3 – epíteto – pode ser
considerado apelido ou alcunha em geral depreciativa. O epíteto é identificado por inferência direta.
Por exemplo: Encontrei um pivete ontem. O idiota roubou o meu dinheiro. Membro de um conjunto é
o processo em que o leitor extrai inferências ao identificador, em um determinado grupo, algumas
características de seus componentes. Por exemplo: Encontrei dois pivetes ontem. O mais alto roubou
o meu dinheiro. (CLARK, 1991, p. 58 - 59).
Partindo dos exemplos observamos no primeiro caso – identificação – a existência de uma conexão
direta, a palavra pivete é pronunciada sem nenhuma hesitação e refere-se diretamente ao menino
que praticou o assalto. No segundo caso – pronominalização – pronome, ele, refere-se ao pivete.
Dessa forma evita- se a repetição e não há prejuízo na compreensão. No terceiro caso – epíteto – a
palavra idiota refere-se diretamente ao pivete. A mesma expressa sentimento de mágoa e raiva por
parte de quem a pronuncia. No terceiro caso, membro de um conjunto – a especificação da
característica de um dos pivetes é uma forma inteligente de se evitar que, um possível investigador,
ou interessado no caso, venha a confundir o culpado com o inocente.
Clark, (1977) apud Isola, (1991 p.60 - 61) define Referência Indireta por Associação ilustrando-a com
exemplos.
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A partir dos exemplos, as inferências acontecem quando o leitor entende que: no primeiro caso – o
teto é uma parte essencial da casa. No segundo caso – é provável que a porta de um dos quartos
esteja aberta ou então Magda tenha a chave de um deles No terceiro caso – o leitor é induzido a
imaginar que havia quadros na sala.
Inferências por caracterização – Quase sempre o que é referido é um objeto que desempenha papel
em um evento ou circunstâncias previamente mencionadas. Por exemplo. Um assassínio é um
evento que requer um ou mais agentes (assassinos), uma arma e uma vítima.
Ainda Clark, (1977) apud Isola, (1991, p. 62 - 63) expõe através de exemplos, cinco relações
temporais que o leitor (ou ouvinte) pode inferir.
1 – Razão: João caiu. O que ele quis foi assustar Maria. 2 – Causa: João Caiu. O que ele quis foi
assustar Maria. 2 – causa: João caiu. Ele tropeçou em uma pedra. 3. Conseqüência: João caiu. Ele
quebrou o seu braço. 4-concorrência: João mora em New York. Maria é tola também. 5.
subsequência: João chegou à festa. Ele pegou uma bebida. (CLARK, 1991, p. 62 -63).
Observamos que ocorre influência quando o leitor entende que: l – João caiu de propósito, por
brincadeira. 2 – João caiu realmente e o que o levou a cair foi uma pedra provavelmente exposta no
seu caminho. 3 – João quebrou o braço logo após a queda, isto é, o braço quebrado foi uma
conseqüência da queda. 4 – Quem mora em New York é tolo. João e Maria são tolos, pois ambos
moram em New York. 5 – Logo que João chega à festa vai logo procurar bebida e embriaga-se, isto
é, um evento após o outro.
“As inferências autorizadas ocorrem quando o leitor infere algo pretendido pelo autor. Por exemplo:
José pergunta a Adriano:
O papa é católico?
As não autorizadas ocorrem quando o leitor infere algo não pretendido pelo autor.” (CLARK, 1991, p.
62 - 63).
Warren, Nicholas e Trabasso (1979) apud Isola, (1991, pp. 65 - 69) apresentam três tipos de
inferências, cada tipo com subtipos:
Pelo exemplo, percebe-se que as inferências Capacitacionais não são fáceis de serem feita pois os
indícios não levam o leitor a fazer inferências imediatas. O vento bom é, na verdade, um bom motivo
para se soltar um animal, mas não é o único e nem o principal. Chico poderia ou não soltá-lo.
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A inferência se dá quando o leitor consegue descobrir que o pronome (ele) refere-se diretamente ao
pivete.
A inferência acontece, nesse caso, quando o leitor descobre que os pneus pertencem ao carro de
Ana.
As inferências Espaço Temporais estabelecem, como o próprio nome diz, uma proposição ou uma
série de proposições de lugar e de tempo e determina sua duração. As inferências Esquema de
Mundo partilham algumas características das inferências partilham algumas características da
inferências e Espaço Temporais. Essas inferências restringem-se possíveis interpretações de
preposições ambíguas ou confusas, alimentando algumas possibilidades e especificando outras.
(ISOLA, 1991 p.68).
As Inferências Elaborativas ou Elaboração ocorrem quando o leitor usa o seu conhecimento sobre o
tópico em discussão, para preencher um detalhe adicional não mencionado no texto; ou para
estabelecer conexões entre o que está sendo lido e itens de conhecimentos relacionados. (ISOLA,
1991 pp. 67-68).
A partir dos exemplos, as inferências acontecem quando o leitor entende que: no primeiro caso – o
teto é uma parte essencial da casa. No segundo caso – é provável que a porta de um dos quartos
esteja aberta ou então Magda tenha a chave de um deles No terceiro caso – o leitor é induzido a
imaginar que havia quadros na sala.
Inferências por caracterização – Quase sempre o que é referido é um objeto que desempenha papel
em um evento ou circunstâncias previamente mencionadas. Por exemplo. Um assassínio é um
evento que requer um ou mais agentes (assassinos), uma arma e uma vítima.
Ainda Clark, (1977) apud Isola, (1991, p. 62 - 63) expõe através de exemplos, cinco relações
temporais que o leitor (ou ouvinte) pode inferir.
1 – Razão: João caiu. O que ele quis foi assustar Maria. 2 – Causa: João Caiu. O que ele quis foi
assustar Maria. 2 – causa: João caiu. Ele tropeçou em uma pedra. 3. Conseqüência: João caiu. Ele
quebrou o seu braço. 4-concorrência: João mora em New York. Maria é tola também. 5.
subsequência: João chegou à festa. Ele pegou uma bebida. (CLARK, 1991, p. 62 -63).
Observamos que ocorre influência quando o leitor entende que: l – João caiu de propósito, por
brincadeira. 2 – João caiu realmente e o que o levou a cair foi uma pedra provavelmente exposta no
seu caminho. 3 – João quebrou o braço logo após a queda, isto é, o braço quebrado foi uma
conseqüência da queda. 4 – Quem mora em New York é tolo. João e Maria são tolos, pois ambos
moram em New York. 5 – Logo que João chega à festa vai logo procurar bebida e embriaga-se, isto
é, um evento após o outro.
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EXPLORAÇÃO DE LEITURA PARA A COMPREENSÃO LITERAL,
INTERORETATIVA E CRITICA
“As inferências autorizadas ocorrem quando o leitor infere algo pretendido pelo autor. Por exemplo:
José pergunta a Adriano:
O papa é católico?
As não autorizadas ocorrem quando o leitor infere algo não pretendido pelo autor.” (CLARK, 1991, p.
62 - 63).
Warren, Nicholas e Trabasso (1979) apud Isola, (1991, pp. 65 - 69) apresentam três tipos de
inferências, cada tipo com subtipos:
Pelo exemplo, percebe-se que as inferências Capacitacionais não são fáceis de serem feita pois os
indícios não levam o leitor a fazer inferências imediatas. O vento bom é, na verdade, um bom motivo
para se soltar um animal, mas não é o único e nem o principal. Chico poderia ou não soltá-lo.
A inferência se dá quando o leitor consegue descobrir que o pronome (ele) refere-se diretamente ao
pivete.
A inferência acontece, nesse caso, quando o leitor descobre que os pneus pertencem ao carro de
Ana.
As inferências Espaço Temporais estabelecem, como o próprio nome diz, uma proposição ou uma
série de proposições de lugar e de tempo e determina sua duração. As inferências Esquema de
Mundo partilham algumas características das inferências partilham algumas características da
inferências e Espaço Temporais. Essas inferências restringem-se possíveis interpretações de
preposições ambíguas ou confusas, alimentando algumas possibilidades e especificando outras.
(ISOLA, 1991 p.68).
As Inferências Elaborativas ou Elaboração ocorrem quando o leitor usa o seu conhecimento sobre o
tópico em discussão, para preencher um detalhe adicional não mencionado no texto; ou para
estabelecer conexões entre o que está sendo lido e itens de conhecimentos relacionados. (ISOLA,
1991 pp. 67-68).
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EXPLORAÇÃO DE LEITURA PARA A COMPREENSÃO LITERAL,
INTERORETATIVA E CRITICA
Do exposto, infere-se que a compreensão da linguagem é então um verdadeiro jogo entre aquilo que
está explícito no texto e aquilo que o leitor insere por conta própria, a partir de inferências que faz,
baseado no seu conhecimento de mundo e da língua. Assim, no capítulo que segue, é preciso deter a
atenção sobre as condições de produção das inferências, o que significa avaliar a leitura como um
processo de interação entre o leitor e o texto.
O Ato De Inferir
Entendemos que de acordo com o conhecimento do mundo do leitor, ele é capaz de compreender os
vários tipos de leituras oferecidas por um texto.
Como afirma Isola, (1991, p. 36). “Compreender um texto é ter acesso a uma das leituras que ele
permite, é buscar um dos sentidos possíveis oferecidos por ele, determinado pela bagagem sócio-
cultural que o leitor traz consigo.”
Ao ler um determinado texto, o leitor associa de forma lógica o conteúdo textual à sua bagagem
intelectual, social e cultural desvendando assim as informações implícitas nas entrelinhas do texto. Na
verdade, a leitura é um ato de atribuição de significado a um texto escrito. É uma relação que se
estabelece entre o leitor e o texto codificado, relação na qual o leitor reconstrói seu próprio
significado, a partir dos seus objetivos, do conhecimento do assunto, sobre o autor, a língua, o
sistema da escrita e de seus conhecimento prévios e de mundo.
Contudo, o leitor só pode inferir no texto seus conhecimentos e suas experiências mediante uma
metodologia favorável à interpretação. É através das condições apresentadas por essa metodologia
que a inferência torna-se possível de ser avaliada. A metodologia aqui utilizada é aplicação de um
teste cloze baseado em Alliende e Condemarim ( 1987, p. 141 a 144) . Os quais nos orientam para
sua realização.
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RELAÇÕES DE COERENCIA
É importante entender do que se fala quando se fala em brincar e perceber a relevância de um tempo
no cotidiano das crianças destinado a um brincar de qualidade, em um espaço adequado, com
materiais interessantes para as crianças e que estimulem a criatividade. A mediação de um adulto,
de outras crianças, ou dos próprios objetos que se encontram a
disposição da criança faz a diferença nas brincadeiras. Não basta deixar brincar, aos adultos é
preciso olhar um pouquinho mais para as crianças, perceber suas necessidades e assim tentar
entender e estimular a brincadeira.
Grandes mudanças ocorreram na sociedade atual nas últimas décadas. A família passou de um pai
que trabalha, uma mãe que fica em casa com as crianças em uma casa grande com jardim e crianças
que vão para a escola em apenas um período, tendo o restante do dia para brincar, para pai e mãe
trabalhando, crianças desde muito novas em creches e escolas durante o dia inteiro enquanto os pais
trabalham.
O brincar e a própria infância assumem novos contornos, assim como a escola está tendo que se
adaptar a essas mudanças. Para Kishimoto (2001), a urbanização, a industrialização e os novos
modos de vida fizeram com que a criança fosse esquecida e que a infância se encerrasse,
transformando a criança em um precoce aprendiz. A criança deve aprender tudo o que conseguir,
freqüentar todas as aulas que seus pais possam pagar, procurando um futuro bom, uma profissão
interessante e lucrativa. Isso sem pensar naqueles que, desde muito cedo, trabalham nas ruas para
ajudar no orçamento de casa. O tempo é todo preenchido em favor do futuro, e não do presente, não
se pensa na infância como tempo da vida que tem suas características próprias. É necessário, é
importante ser criança, ter tempo para brincar, socializar, olhar para o mundo com o olhar da criança,
sem tantas pressões e responsabilidades.
As mães saírem para trabalhar foi uma das mudanças mais importantes da sociedade atual e com
isso a educação infantil começa a tomar espaço, o reconhecimento dessa fase do ensino aumenta, a
escola para as crianças pequenas passa a ser vista como mais do que um ambiente para deixar as
crianças enquanto as mães trabalham. Algumas crianças passam boa parte do seu dia na escola e
esse ambiente deve pensar nas suas necessidades, realizar atividades que respeitem a infância,
além daquelas de necessidade básica, como comer, dormir ou tomar banho. Brincar é um direito da
criança, é, segundo Leontiev (2006), a principal atividade das crianças pequenas, pois é ela que vai
impulsionar a criança para outro nível de desenvolvimento.
Brincar é preciso, é por meio dele que as crianças descobrem o mundo, se comunicam e se inserem
em um contexto social. A brincadeira, segundo Brougère (2001), supõe contexto social e cultural,
sendo um processo de relações interindividuais, de cultura. Mediante o ato de brincar, a criança
explora o mundo e suas possibilidades, e se insere nele, de maneira espontânea e divertida,
desenvolvendo assim suas capacidades cognitivas, motoras e afetivas.
Se o brincar é social, a criança não brinca sozinha, ela tem um brinquedo, um ambiente, uma história,
um colega, um professor que media essa relação e que faz do brincar algo criativo e estimulante, ou
seja, a forma como o brincar é mediado pelo contexto da escola é importante para que seja de
qualidade e realmente ofereça a oportunidade de diferentes aprendizagens para a criança.
Como o brincar vem sendo tratado no interior das escolas de educação infantil, o incentivo, os
espaços e as mediações que tem acontecido nessas instituições e a importância disso tudo para a
aprendizagem e desenvolvimento da criança são os focos de discussão do presente texto.
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RELAÇÕES DE COERENCIA
Para Vigotski (2007), a criança ao nascer já está imersa em um contexto social, e a brincadeira se
torna importante para ela justamente na apropriação do mundo, na internalização dos conceitos
desse ambiente externo a ela.
O contexto social é importante para o brincar infantil. De acordo com Brougère (2002) o brincar não
pode ser separado das influências do mundo, pois não é uma atividade interna do indivíduo, mas é
dotado de significação social. Para o autor a criança é um ser social e aprende a brincar. A
brincadeira pressupõe uma aprendizagem social. “A criança não brinca numa ilha deserta. Ela brinca
com as substâncias materiais e imateriais que lhe são propostas, ela brinca com o que tem na mão e
com o que tem na cabeça” (BROUGÈRE, 2001, p.105).
Ao mesmo tempo em que a brincadeira está imersa em um determinado contexto social, ela é
subjetiva. Dependendo da situação, um mesmo comportamento pode ter significações diferentes.
Freire (2002) trabalha com o jogo como um fenômeno percebido por suas manifestações, sendo inútil
tentar listar componentes para afirmar ou negar certa atividade como jogo. Não podemos separar as
regras, a imaginação, a espontaneidade, juntar tudo e constituir o jogo, para Freire (2002), é na
interação dessas características, entre outras, que ele surge. O autor explica que:
Tudo no jogo aponta para o mundo interior do sujeito, invisível aos nossos olhos, e a tradução
exterior dessa atividade, no plano da nossa razão, confunde-se com expressões de qualquer outra
atividade (FREIRE, 2002, p.67).
Só quem pode realmente afirmar se está brincando é o sujeito da ação. Quem observa pode pensar
que a criança está brincando, pois ela se encontra no meio da brincadeira com outras crianças, ou
por estar com um brinquedo na mão, mas ela pode não estar envolvida com a brincadeira, assim
como uma criança quietinha no canto da sala pode estar brincando, completamente mergulhada na
imaginação.
O brincar é uma atividade difícil de ser caracterizada, o que se deve ao seu caráter subjetivo, mas
pode-se afirmar que é social e livre, pois não é possível obrigar ninguém a entrar na brincadeira,
possui regras e uma situação imaginária. É atividade dominante na infância, e é por meio dela que as
crianças começam a aprender.
Segundo a teoria de Vigotskii (2006), aprendizagem e desenvolvimento não são sinônimos. Para o
autor, a aprendizagem de uma criança e seu desenvolvimento estão ligados entre si desde os seus
primeiros anos de vida; a aprendizagem deve ser coerente com o desenvolvimento da criança, a
capacidade de aprender está relacionada com a zona de desenvolvimento em que a criança se
encontra. Ao mesmo tempo, a aprendizagem estimula processos internos de desenvolvimento,
criando zonas de desenvolvimento proximal. “[...] a aprendizagem não é, em si mesma,
desenvolvimento, mas uma correta organização da aprendizagem da criança conduz ao
desenvolvimento mental [...]” (VIGOTSKII, 2006, p.115).
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RELAÇÕES DE COERENCIA
níveis de desenvolvimento, ela representa o que a criança consegue realizar, mas contando com a
ajuda de um mediador. O que está na ZDP hoje, amanhã pode ser desenvolvimento real. Ou seja, é
essencial para o aprendizado criar a zona de desenvolvimento proximal.
Entendemos que o brincar é importante para o desenvolvimento da criança e Vigotski (2007) confirma
essa afirmação. O autor coloca que o brincar é uma atividade que estimula a aprendizagem pois cria
uma zona de desenvolvimento proximal na criança:
[...]No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além
do seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que ela é na realidade.
Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do
desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo uma grande fonte de desenvolvimento.
(VIGOTSKI, 2007, p.134).
Para Vigotski (2007), no brinquedo acontecem as maiores aquisições de uma criança, e são elas que
se tornarão, no futuro, seu nível básico de ação real e moralidade. No brinquedo a criança passa a
agir não apenas pela percepção imediata dos objetos, por exemplo, quando vê uma folha de papel e
imediatamente a rasga ou amassa, ela começa a dirigir suas ações de forma independente daquilo
que ela vê, ela pode ver uma folha de papel e brincar de “aviãozinho”. Forma-se uma nova relação
entre o que a criança vê, sua percepção visual, e o que a criança pensa, o significado que aquela
ação e aquele objeto tem para ela naquele momento. Um pedaço de madeira pode deixar de ser
simplesmente um pedaço de madeira, para a criança ele pode se tornar um cavalo.
Favorecer a brincadeira na educação infantil não significa simplesmente deixar que as crianças
brinquem sem que seja feita nenhuma intervenção. De acordo com Ayoub (2001), quando o adulto
abre mão da sua mediação no processo educativo, a situação pode ser chamada de abandono
pedagógico. A autora afirma que é justamente no contexto da brincadeira que o professor descobre o
seu papel de mediador.
Brougère (1998) reconhece a importância dos materiais do jogo e da forma como o adulto organiza
esse contexto, e afirma que eles são decisivos para que a liberdade da criança ao brincar seja
mantida. Para o autor, as características do jogo não devem ser perdidas por ele estar em um
ambiente educativo, e a liberdade é uma delas. A escola deve preocupar-se com todo o contexto para
favorecer o brincar das crianças. Um professor mediador constrói um ambiente também mediador do
brincar.
As formas de mediação da professora são decisivas para garantir que as crianças realmente
brinquem na escola, interajam com seus colegas, imaginem, criem regras, utilizem brinquedos
diferentes, de formas diferentes, em ambientes que estimulem a imaginação. A aprendizagem
decorrente da brincadeira vem da experimentação que a atividade propicia. As maneiras de mediação
que o professor pode utilizar no ambiente da educação infantil são muitas, basta que ele reconheça o
valor dos objetos, do ambiente, da sua ajuda e orientação, e principalmente da sua organização, para
assim possibilitar uma qualidade no brincar de seus alunos.
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IDENTIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES COESIVAS
Coesão Textual
Coesão refere-se as articulações gramaticais entre palavras de uma mesma oração, com o objetivo
de levar clareza e levar o sentido buscado pelo escritor. A coesão busca a harmonia entre estes
termos e é percebida quando existe continuidade dos fatos expostos.
Segundo Halliday e Hasan existe cinco tipos de articuladores coesivos, que são:
Referência (Endofórica e Exofórica) , Substituição, elipse, conjunção e léxico.
Segundo Fávero e Koch , existe três tipos de coesão: Referencial ( Substituição e Reiteração) ,
Recorrencial (Paralelismo, Paráfrase, Recursos fonológicos, segmentais e suprassegmentais) e
Sequencial (Temporal e Por conexão).
Leonor Lopes Fávero faz critica a outras classificações com relação à coesão lexical e com relação à
referência exofórica.
Ex.: A gente era pequena naquele tempo. E aquele era um tempo em que ainda se apregoava nas
ruas.
Exemplo de anáfora:
· Maria é excelente amiga. Ela sempre me deu provas disso.
Exemplo de catáfora:
· Só desejo isto: que você não se esqueça de mim.
Ocorre quando há colocação de um item no lugar de outro ou até de uma oração inteira. Pode ser
nominal (feita por meio de pronomes pessoais, numerais, indefinidos, nomes genéricos como coisa,
gente, pessoa) e verbal (o verbo “fazer” é substituto dos causativos, “ser” é o substituto existencial).
Ex:
3. Elipse
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IDENTIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES COESIVAS
A elipse acontece quando omitimos um termo que já foi apresentado anteriormente e que devido ao
contexto criado pela oração se torna fácil lembrar esta expressão. A elipse é bastante utilizada tanto
na linguagem escrita, quanto na oralidade, pois torna o entendimento do texto mais fácil, apesar da
omissão de termos.
Ex.: 01- O diretor foi o primeiro a chegar à sala. Abriu as janelas e começou a arrumar tudo para a
assembleia com os acionistas.
O termo “O diretor” foi omitido na segunda oração, antes do verbo “abriu” e do verbo “começou”.
4. Conjunção
É diferente das outras relações de coesão, pois não está apenas relacionada a retomada de algo já
expresso no texto. Os elementos conjuntivos são coesivos de maneira indireta, devido a relação que
faz entre os períodos e sentenças.
-Locuções conjuntivas
Ex.: desde que, uma vez que, já que, por mais que, à medida que, à proporção que, visto que, ainda
que, entre outras.
-Preposições
Ex: A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás,
atrás de, dentro de, para com.
-Itens continuativos
Ex: Então, daí.
-Coordenativas
Ex:
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IDENTIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES COESIVAS
5. Léxico
É um tipo de coesão obtida pela reiteração de itens lexicais idênticos ou que possuem o mesmo
referente. Inclui-se aí, também, o uso de nomes genéricos cuja função coesiva está no limite entre
coesões lexical e gramatical ,nomes estes que estão a meio caminho do item lexical ,membro de um
conjunto abeto e do item gramatical ,membro de um conjunto fechado.
Gramaticalmente, os nomes como gente, a pessoa, a coisa, o negócio, dentre outros, funcionam
como itens de referência anafórica. Lexicalmente, são membros superordenados (hiperônimos)
agindo como sinônimos dos itens a eles subordinados (hipônimos).
Outro fator de coesão lexical é a colocação, resultante da associação de itens lexicais que
regularmente concorrem. Virtualmente não há colocações impossíveis, mas algumas são melhores do
que outras, tendendo para o padrão que, quando fortes, constituem os clichês.
Referencial
Por Substituição
Exemplos:
Faz: pro-forma verbal (sempre acompanhada de uma forma pro nominal: o, o mesmo, isto etc.)
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IDENTIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES COESIVAS
Por Reiteração
Ex.: O fogo acabou com tudo. A casa estava destruída. Da casa não sobrara nada.
Sinônimo
Para Fávero, definir a Reiteração por Sinônimo é muito difícil, pois não existe um sinônimo
verdadeiro, já que todas as palavras de uma língua tem significado próprio, por mais semelhantes
que sejam.
É feita quando se utiliza um sinônimo para referir-se a um termo dito anteriormente.
Hiperônimos E Hipônimos
Hiperônimo ocorre quando a primeira palavra mantém uma relação de maior totalidade com o
segundo termo.
Hipônimo ocorre quando a segunda palavra utilizada mantém uma relação de maior totalidade com o
primeiro termo.
Este caso de reiteração ocorre quando um novo termo retoma uma palavra já utilizada, para isto é
necessário conhecimento de mundo por parte do leitor, já que o termo substituinte é uma forma de
aposto da primeira palavra usada.
Ex.: O cantor Sting tem lutado pela preservação da Amazônia. O ex- líder da banda Police chegou
ontem ao Brasil. O vocalista chegou com o cacique Raoni, com quem escreveu um livro.
*Neste caso, a expressão utilizada “ex- líder da banda Police” retoma um termo já utilizado, “cantor
Sting”, assim apresenta ao leitor novas informações sempre que se utiliza este tipo de reiteração.
Nomes Genéricos
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IDENTIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES COESIVAS
Os nomes genéricos são expressões bastante comuns à cultura de onde o texto foi escrito e por isso
podem ser usadas sem medo do não entendimento do texto pelo leitor. São algumas delas: coisa,
negócio, lugar, gente, dentre outras.
Ex.: Até que o mar, quebrando um mundo, anunciou de longe que trazia nas
suas ondas coisa nova, desconhecida, forma disforme que flutuava, e todos
vieram à praia, na espera... E ali ficaram, até que o mar, sem se apressar, trouxe a coisa; e depositou
na areia surpresa triste, um homem morto.
*A expressão “coisa” é utilizada, neste exemplo, para designar algo que só é apresentado no final da
frase, “um homem morto”.
Recorrencial
Por Paralelismo
Ocorre quando as estruturas de uma sentença são aplicadas de outra maneira, ou seja, o mesmo
conteúdo reutilizado de maneira diferente. O paralelismo é uma estrutura estilística bastante
empregada na literatura.
Ex.: Seria porventura o homem mais justo do que Deus? Seria porventura o homem mais puro do que
o seu Criador? Jó 4:17
Por Paráfrase
Possui uma certa semelhança com o paralelismo, pois é uma reorganização ou reformulação. Este
elemento coesivo é um articulador entre novas e antigas informações de um texto, e se difere de uma
repetição pela criatividade do escritor.
Ex.: “A mente de Deus é como a Internet: ela pode ser acessada por qualquer um, no mundo todo.”
(Américo Barbosa, na Folha de São Paulo)
Reecrito : No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a internet. (PARÁFRASE)
Sequencial
Os mecanismos de coesão sequencial são os que tem por função ,da mesma forma que os de
recorrência ,fazer progredir o texto, fazer caminhar o fluxo informacional. Diferem dos de recorrência,
por não haver neles retomada de itens, sentenças ou estruturas.
Sequenciação Temporal
Ex:
-Vim,vi,venci
e não
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IDENTIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES COESIVAS
-Venci,vi,vim.
Ex:
-Primeiro vi a moto, depois o ônibus.
-Os capítulos anteriores tratam de eletrostática, agora falaremos da eletrodinâmica, deixando os
problemas do eletromagnetismo para os próximos.
Partículas Temporais
Ex.:
Não deixe de vir amanhã
Ex:
-Ordeno que deixem a casa em ordem.
Em um texto, tudo está relacionado; um enunciado está subordinado a outros na medida em que não
só se compreende por si mesmo, mas ajuda na compreensão dos demais. Esta interdependência
semântica ou pragmática é expressa por operadores do tipo lógico, operadores discursivos e pausas.
Os operadores do tipo lógico tem por função o tipo de relação lógica que o escritor estabelece entre
duas proposições.
Disjunção
Combina proposições por meio do conector ou, significando um ou outros. Essa relação só é
verdadeira se uma das proposições ou ambas forem verdadeiras.
Exemplos:
-Quer sorvete ou chocolate?
-quero os dois.
-Há vagas para moças e /ou rapazes.
Condicionalidade
Conecta proposições que mantêm entre si uma relação de dependência entre a antecedente e a
consequente.
Causalidade
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IDENTIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES COESIVAS
Mediação
Complementação
Expressa-se por duas proposições ,uma das quais complementa o sentido de um termo da outra.
Restrição
Expressa-se por duas proposições em que uma restringe ,limita a extensão de um termo da outra.
Quebra De Coesão
Regência Incorreta:
Ex.: “Nenhum dos encarregados está apto com assumir o cargo de gerente.”
Concordância Incorreta:
Ex.: “Ela chegou com o rosto e mãos feridas.” Correto : “Ela chegou com o rosto e as mãos feridos”.
Frases inacabadas:
Anacolutos:
Ex.: “O relógio da parede eu estou acostumado com ele, mas você precisa mais de relógio do que
eu”. (Rubem Braga)”
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IDENTIFICAÇÃO DO SIGNIFICADO DE PALAVRAS RECORRENDO AO
TEXTO
Entender o sentido expresso pelo discurso proferido requer, dentre outras habilidades, conhecimento
linguístico e conhecimento acerca dos fatos que norteiam nossa vivência enquanto seres sociais.
Habilidades estas que, por motivos diversos, não compõem de modo homogêneo o perfil dos
interlocutores. Tal afirmativa aplica-se ao fato de que determinadas pessoas expressam uma notória
dificuldade em apreender as ideias inerentes a um determinado texto.
A interpretação depreende-se de uma série de fatores nos quais a familiaridade estabelecida pelo
contato assíduo com a leitura surge como fator preponderante. À medida que nos tornamos leitores
praticantes, paulatinamente desenvolvemos nossa capacidade de desvendar o sentido estabelecido
em meio às entrelinhas textuais.
A partir do momento em que aprimoramos tal capacidade, passamos a compreender que todo texto
se revela por intermédio do diálogo estabelecido com outros textos, posto que a linguagem é
concebida como um elemento de interação social, na qual o sentido polifônico (presente em muitas
vozes do discurso) se perpetua e se materializa num verdadeiro entrelaçar de ideias, formando assim
a tessitura textual.
Representadas pela conotação e denotação, analisaremos cada uma delas de modo particular,
conforme abaixo descrito:
O sentido denotativo das palavras é estabelecido pela relação de significado a que elas pertencem,
ou seja, o sentido real, prescrito pelo dicionário. Vejamos um exemplo:
Significado de Tecer - v.t. Entrelaçar, segundo um modelo dado, os fios da urdidura (em
comprimento) e os da trama (em largura), para fazer um tecido: tecer a lã, o algodão.
Inferimos que o sentido do verbo tecer expressa o sentido relacionado à fabricação do produto em
referência. Trata-se de um excerto linguístico voltado para a objetividade, isento de marcas subjetivas
que porventura pudessem conferir uma duplicidade de sentido.
Analisemos outro caso representativo:
Um galo sozinho
não tece uma manhã:
ele precisará sempre
de outros galos.
[...]
Notamos que a linguagem se diverge do primeiro exemplo, visto que se trata de um fragmento
poético. Mas será que o verbo tecer revela o mesmo sentido antes expresso?
Trata-se de uma linguagem conotativa, na qual são detectados traços de pessoalidade por parte do
emissor (revelados pelo eu lírico do poema). O sentido aplica-se a um recurso linguístico proferido
metaforicamente, em que o ato de tecer refere-se ao ato da capacidade criativa da escrita, em que
sozinhos nunca nos tornamos emissores autênticos, estamos sempre nos reportando a uma
determinada ideia antes proferida por alguém.
O sentido conotativo encontra-se presente nos textos literários de uma forma geral e na linguagem
publicitária. Já os textos científicos, jornalísticos, informativos, dentre outros, primam-se por empregar
uma linguagem denotativa, expressa em seu sentido literal.
Parônimos E Homônimos
Palavras que possuem a mesma grafia e som, porém com significados diferentes, são caracterizadas
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IDENTIFICAÇÃO DO SIGNIFICADO DE PALAVRAS RECORRENDO AO
TEXTO
Parônimos e homônimos são palavras que possuem semelhanças no som e na grafia, porém
se constituem de significados diferentes. E por falar em significado, cabe-nos ressaltar que esse é
um fator preponderante na construção de nossos discursos – na oralidade e, principalmente, na
escrita.
Para você não correr o risco de utilizar alguma palavra cujo significado esteja equivocado, é essencial
dispor de alguns recursos que auxiliam na construção dos enunciados, tais como a prática constante
da leitura, o uso de um bom dicionário, enfim, o convívio com tudo aquilo que tende a corroborar para
o aprimoramento da competência linguística.
Homônimos
São palavras que apresentam igualdade ou semelhança fonética (relativa ao som) ou igualdade
gráfica (relativa à grafia), porém com significados distintos. Dada essa particularidade, temos que os
homônimos se subdividem em três grupos.
Homógrafos – São aquelas palavras iguais na grafia, mas diferentes no som e no significado.
Vejamos alguns exemplos:
Homófonos – São palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na grafia e no significado. São
exemplos:
Homônimos perfeitos – são aquelas palavras iguais na grafia e no som, mas diferentes no
significado. Observemos alguns exemplos:
Parônimos
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IDENTIFICAÇÃO DO SIGNIFICADO DE PALAVRAS RECORRENDO AO
TEXTO
São palavras semelhantes na grafia e no som, mas com significados distintos. Constatemos alguns
casos:
Homônimos são palavras que apresentam significados diferentes, mas que são pronunciadas da
mesma forma, como cem e sem.
Parônimos são também palavras que apresentam significados diferentes, mas que são pronunciadas
da forma parecida, como comprimento e cumprimento.
Palavras Homônimas
• homônimos perfeitos;
• homônimos homófonos;
• homônimos homógrafos.
Homônimos Perfeitos
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IDENTIFICAÇÃO DO SIGNIFICADO DE PALAVRAS RECORRENDO AO
TEXTO
Homônimos Homófonos
Exemplos De Homófonos:
• acento e assento;
• alto e auto;
• caçar e cassar;
• cela e sela;
• cinto e sinto;
• cocha e coxa;
• concerto e conserto;
• conselho e concelho;
• houve e ouve;
• mau e mal;
• noz e nós;
• remissão e remição;
• seção e sessão;
• senso e censo;
• trás e traz;
• voz e vós;
Homônimos Homógrafos
Exemplos De Homógrafos:
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IDENTIFICAÇÃO DO SIGNIFICADO DE PALAVRAS RECORRENDO AO
TEXTO
Palavras Parônimas
Exemplos De Parônimos:
• absorver e absolver;
• aferir e auferir;
• apóstrofe e apóstrofo;
• cavaleiro e cavalheiro;
• conjuntura e conjectura;
• deferir e diferir;
• descrição e discrição;
• dirigente e diligente;
• discriminar e descriminar;
• dispensa e despensa;
• emigrante e imigrante;
• eminente e iminente;
• estofar e estufar;
• flagrante e fragrante;
• fluir e fruir;
• fluvial e pluvial;
• imergir e emergir;
• implícito e explícito;
• infligir e infringir;
• influxo e efluxo;
• mandado e mandato;
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IDENTIFICAÇÃO DO SIGNIFICADO DE PALAVRAS RECORRENDO AO
TEXTO
• místico e mítico;
• preceder e proceder;
• ratificar e retificar;
• revezar e revisar;
• soar e suar;
• tráfego e tráfico;
Semântica
As Atribuições Da Semântica
Sinonímia
Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam significados iguais ou
semelhantes, ou seja, os sinônimos. Exemplos: bondoso – caridoso; distante – afastado; cômico –
engraçado.
Antonímia
Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam significados diferentes, contrários,
ou seja, os antônimos. Exemplos: bondoso – maldoso; bom – ruim; economizar – gastar.
Homonímia
Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que, embora possuam significados diferentes,
apresentam a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos. Os homônimos subdividem-se em
palavras homógrafas, homófonas e perfeitas:
Homógrafas: São as palavras iguais na escrita, porém diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto
(substantivo) – gosto (1ª pessoa do singular do presente indicativo) / conserto (substantivo) –
conserto (1ª pessoa do singular do presente indicativo);
Paronímia
Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, porém são
muito semelhantes na pronúncia e na escrita, ou seja, os parônimos. Exemplos: emigrar – imigrar;
cavaleiro – cavalheiro; comprimento – cumprimento.
Polissemia
A polissemia caracteriza-se pela propriedade que uma mesma palavra possui de apresentar vários
significados. Exemplos: Hidrate as suas mãos (parte do corpo humano) – Ele abriu mão dos seus
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IDENTIFICAÇÃO DO SIGNIFICADO DE PALAVRAS RECORRENDO AO
TEXTO
direitos (desistir).
Hiperônimo
É uma palavra pertencente ao mesmo campo semântico de outra, mas com o sentido mais
abrangente. Exemplo: A palavra “flor”, que está associada aos diversos tipos de flores, como rosa,
violeta etc.
Hipônimo
O hipônimo é um vocábulo mais específico, possui o sentido mais restrito que os hiperônimos.
Exemplo: “Observar”, “olhar”, “enxergar” são hipônimos de “ver”.
Conotação E Denotação
Na conotação, a palavra é empregada com um significado diferente do original, criado pelo contexto,
diferente do que está no dicionário da língua, utilizado no sentido figurado. Exemplo: Ela tem um
coração de pedra! Já na denotação, a palavra é empregada em seu sentido original, com o
significado que encontramos quando consultamos o dicionário, o sentido literal. Exemplo: O voo dos
pássaros é admirável.
A fim de nos expressarmos melhor, uma das nossas preocupações deve ser o uso adequado das
palavras. E para que isso seja possível, devemos estar atentos às diversas relações que elas podem
estabelecer: relação por origem, por significado, por som, por área temática etc.
Quando estudamos esses aspectos, deparamo-nos com os termos campo semântico e campo
lexical. Você sabe o que cada um significa? Antes de definirmos esses elementos, é importante ter
em mente que:
Tendo isso em vista, podemos perceber que, por mais próximos que sejam, há diferenças quando o
assunto é campo semântico e campo lexical.
• Campo Lexical
O campo lexical de uma língua é formado pelas palavras pertencentes a uma mesma área de
conhecimento e por palavras formadas por composição (processo que forma palavras a partir da
junção de dois ou mais radicais) e derivação (processo que forma uma nova palavra a partir de outra
que já existe, chamada primitiva). Exemplo:
Campo lexical de trabalho: trabalhar, trabalhador, trabalhista, funcionário, patrão, salário, sindicato,
profissão, função, carteira de trabalho, profissional, equipe, operário etc.
• Campo Semântico
Já o campo semântico trabalha com os sentidos que uma única palavra apresenta quando inserida
em contextos diversos. Ele é, portanto, o conjunto dos diversos sentidos que uma única palavra pode
apresentar.
Um mesmo termo, dependendo de como e quando ele for empregado e de que palavras estiverem
relacionadas a ele, pode ter variados significados. Exemplos:
Campo semântico de partir: sair, ir embora, dar o fora, sumir, morrer, quebrar, espatifar etc.
Campo semântico de morrer: falecer, apagar, bater as botas, passar para um plano superior,
apagar, foi para o céu etc.
Campo semântico de brincadeira: divertimento, distração, piada, gozação, palhaçada, zoação etc.
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IDENTIFICAÇÃO DO SIGNIFICADO DE PALAVRAS RECORRENDO AO
TEXTO
Campo semântico de fabricar: construir, montar, criar, projetar, edificar, confeccionar, fazer,
elaborar etc.
Campo semântico de cansaço: canseira, fadiga, esgotado, pregado, lombeira, prostrado, exausto
etc.
É possível afirmarmos, portanto, que o campo semântico de uma palavra ou expressão é o acervo
que acessamos a fim de que alcancemos a interação pretendida com o nosso interlocutor. A partir
desse conjunto, podemos viabilizar as situações comunicacionais do nosso dia a dia.
Essa definição está ligada ao que entendemos como polissemia, mas não podemos afirmar que
esses dois conceitos são sinônimos. O campo semântico é o espaço em que a polissemia atua, ou
seja, os múltiplos e possíveis sentidos que uma determinada palavra possui é o campo semântico
dela. A polissemia, por sua vez, consiste nos variados sentidos que, em determinado
caso/frase/oração, a palavra pode assumir. Exemplo:
Ela partiu.
Campo semântico de partir: sair, ir embora, dar o fora, sumir, morrer, quebrar, espatifar etc.
Antes de trabalharmos com a definição de campo lexical e campo semântico, é importante que
tenhamos em mente o que é léxico e o que é semântica. Por quê? Os conceitos de léxico e
semântica são a base para fixarmos as diferenças entre os termos que são tema do nosso texto de
hoje. Vamos lá?
Léxico: é o acervo de palavras pertencentes a determinada língua. Tendo em vista que toda língua
tem como característica básica a mutabilidade, o léxico de um idioma não é finito.
Semântica: é o estudo do significado das palavras. A significação e as relações que cada palavra
pode estabelecer são os objetos de análise da semântica.
Bom, já que tocamos nesse ponto, aqui vai o que alcançaremos com o material de hoje: ao
entendermos cada uma dessas áreas da linguagem, estaremos aprimorando nossa habilidade do uso
adequado das palavras. Preparados?
Campo Lexical
campo lexical de trabalho: trabalhador, trabalhar, salário, equipe, patrão, chefe, funcionário, carteira
de trabalho, profissional, profissão etc.
• palavras formadas por composição (quando uma nova palavra é formada pela junção de um ou
mais radicais) ou derivação (quando uma nova palavra é formada por uma palavra que já existe,
chamada de primitiva):
Campo Semântico
O campo semântico, no que lhe diz respeito, é formado pelas possibilidades de significação que uma
mesma palavra pode assumir, dependendo de como for empregada e o contexto em que estará
inserida.
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IDENTIFICAÇÃO DO SIGNIFICADO DE PALAVRAS RECORRENDO AO
TEXTO
• campo semântico de pé
Ele partiu.
O rapaz lá bateu as botas.
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IDENTIFICAÇÃO DOS VARIOS TIPOS TEXTUAIS
Tipologia Textual
1. Narração
Modalidade em que um narrador, participante ou não, conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há
uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos
cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo
predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.
2. Descrição
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A
classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora.
Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação
de anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer
uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que
se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros
como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.
3. Dissertação
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do
objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.
3.1 Dissertação-Exposição
3.1 Dissertação-Argumentação
4. Injunção / Instrucional
Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do
presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para
montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de
orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal,
aniversário, etc.).
OBS1: Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos acima. Alguns outros consideram que
existe também o tipo predição.
5. Predição
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por
ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas,
previsões escatológicas/apocalípticas.
OBS2: Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou Conversacional. Entretanto, esse nada
mais é que o tipo narrativo aplicado em certos contextos, pois toda conversação envolve
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IDENTIFICAÇÃO DOS VARIOS TIPOS TEXTUAIS
Dialogal / Conversacional
Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros: entrevista,
conversa telefônica, chat, etc.
Gêneros Textuais
Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos.
Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com
características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em
situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam
em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio,
podendo então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos:
Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo-
argumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se
trata de "carta pessoal", a presença de aspectosnarrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é
mais comum. No caso da "carta denúncia", em que há o relato de um fato que o autor sente
necessidade de o exporao seu público, os tipos narrativos e dissertativo-expositivo são mais
utilizados.
Bula de remédio: trata-se de um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo einjuntivo que tem
por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento.
Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para
preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no
imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções.
Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo
a passo e de maneira simplificada, como fazer algo.
Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em
um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens.
Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes,
minuciosamente descritos.
Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de
caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento
atual, em sua grande maioria.
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IDENTIFICAÇÃO DOS VARIOS TIPOS TEXTUAIS
Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em
estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético.
Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia,
poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais
frequentes neste gênero. Importante também é a distinção entre poema e poesia. Poesia é o
conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem, ou seja, tudo o que toca e
comove pode ser considerado como poético. Assim, quando aplica-se a poesia ao gênero
<poema>, resulta-se em um poema poético, quando aplicada à prosa, resulta-se na prosa
poética (até mesmo uma peça ou um filme podem ser assim considerados).
Canção: possui muitas semelhanças com o gênero poema, como a estruturação em estrofes e as
rimas. Ao contrário do poema, costuma apresentar em sua estrutura um refrão, parte da letra que se
repete ao longo do texto, e quase sempre tem uma interação direta com os instrumentos musicais. A
tipologia narrativa tem prevalêncianeste caso.
Adivinha: é um gênero cômico, o qual consiste em perguntas cujas respostas exigem algum nível de
engenhosidade. Predominantemente dialogal.
Anais: um registro da história resumido, estruturado ano a ano. Atualmente, é utilizado para
publicações científicas ou artísticas que ocorram de modo periódico, não necessariamente a cada
ano. Possui caráter fundamentalmente dissertativo.
Anúncio publicitário: utiliza linguagem apelativa para persuadir o público a desejar aquilo que é
oferecido pelo anúncio. Por meio do uso criativo das imagens e dalinguagem, consegue utilizar todas
as tipologias textuais com facilidade.
Boletos, faturas, carnês: predomina o tipo descrição nestes casos, relacionados a informações de um
indivíduo ou empresa. O tipo injuntivo também se manifesta, através da orientação que cada um traz.
Profecia: em geral, estão em um contexto religioso, e tratam de eventos que podem ocorrer no
futuro da época do autor. A predominância é a do tipo preditivo, havendo também características dos
tipos narrativo e descritivo.
Verbete de enciclopédia
Nota de aula
Nota de rodapé
Tese
Dissertação
Trabalho de conclusão
Biografia
Patente
Tabela
Mapa
Gráfico
Resumo
Resenha
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IDENTIFICAÇÃO DOS VARIOS TIPOS TEXTUAIS
Jornalístico Editorial
Notícia
Reportagem
Artigo de opinião
Entrevista
Anúncio
Carta ao leitor
Resumo de novela
Capa de revista
Expediente
Errata
Programação semanal
Debate
Religioso Oração
Reza
Lamentação
Catecismo
Homilia
Cântico religioso
Sermão
Nota de compra
Fatura
Anúncio
Comprovante de pagamento
Nota promissória
Nota fiscal
Boleto
Código de barras
Rótulo
Logomarca
Comprovante de renda
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IDENTIFICAÇÃO DOS VARIOS TIPOS TEXTUAIS
Curriculum vitae
Manual de instrução
Manual de montagem
Regra de jogo
Roteiro de viagem
Contrato
Horóscopo
Formulário
Edital
Placa
Catálogo
Glossário
Receita médica
Bula de remédio
Jurídico Contrato
Lei
Regimento
Regulamento
Estatuto
Norma
Certidão
Atestado
Declaração
Alvará
Parecer
Certificado
Diploma
Edital
Documento pessoal
Boletim de ocorrência
Propaganda
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IDENTIFICAÇÃO DOS VARIOS TIPOS TEXTUAIS
Publicitário Anúncio
Cartaz
Folheto
Logomarca
Endereço postal
Humorístico Piada
Adivinha
Charge
Carta comercial
Carta aberta
Carta do leitor
Carta oficial
Carta convite
Bilhete
Ata
Telegrama
Agradecimento
Convite
Advertência
Bate-papo
Aviso
Informe
Memorando
Mensagem
Relato
Requerimento
Petição
Órdem
Ameaça
Fofoca
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IDENTIFICAÇÃO DOS VARIOS TIPOS TEXTUAIS
Entrevista médica
Ficcional Poema
Conto
Mito
Peça de teatro
Lenda
Fábula
Romance
Drama
Crônica
História em quadrinhos
RPG
Gêneros Literários:
· Gênero Narrativo:
Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de
uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam
um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os
Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisséia, de Homero.
Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter mais
verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida
por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam, o
casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É
o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda.
Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade
do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis,
e A Metamorfose, de Kafka.
Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras,
anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a
reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto
surgiram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da
fantasia; contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade;
contos folclóricos (conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um
contexto sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o
suspense e a solução de um mistério.
Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são
não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.
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IDENTIFICAÇÃO DOS VARIOS TIPOS TEXTUAIS
Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter
um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou
artigo de jornal, revistas e programas da TV..
Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e
reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico,
filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades
como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo:Ensaio sobre a
tolerância, de John Locke.
· Gênero Dramático:
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador
contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os
papéis das personagens nas cenas.
Farsa: A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as
incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
engano.
Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua
origem grega está ligada às festas populares.
Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural
nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo.
· Gênero Lírico:
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à
do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os
pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem.
Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto
máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um
poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e yufa, de william shakespeare.
Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e
cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.
Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus
símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma
ode com acompanhamento musical;
Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza, às
belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de
desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a
paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara);
Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico.
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IDENTIFICAÇÃO DOS VARIOS TIPOS TEXTUAIS
Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada
verso formam uma palavra ou frase;
Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo
característico e refrão vocal que se destinam à dança;
Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio;
Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de
três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3°
verso 5 sílabas;
Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima
geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.
Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas,
portanto.
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RECONHECIMENTO DA ESPECIDICIDADE DOS GENEROS TEXTUAIS
Gêneros Textuais
Ao longo de nossas vidas, somos expostos a variados tipos de leituras e envolvemo-nos em diversas
situações comunicacionais. Elaboramos diferentes métodos para interagir com as pessoas e, de
acordo com a circunstância, o discurso oral ou escrito pode ser alterado. Assim é a linguagem, um
veículo poderoso de ação e adaptação.
Da necessidade de nos comunicar nasceram os gêneros textuais e, antes mesmo deles, os tipos
textuais, estruturas nas quais os mais variados textos apoiam-se. Os tipos são limitados e estão
relacionados com a forma, enquanto os gêneros são incontáveis e estão relacionados com o tipo de
conteúdo veiculado. Os gêneros estão ancorados em modelos predefinidos e assim se apresentam
para os leitores e interlocutores. São também tipos estáveis de enunciados, com estruturas e
conteúdos temáticos que facilitam sua definição. Observe alguns exemplos de gêneros textuais:
• Artigo
• Crônica
• Conto
• Reportagem
• Notícia
• Carta
• Relatório
• Resumo
• Resenha
• Biografia
• Diário
• Fábula
• Ofício
• Poema
• Piada
Os gêneros textuais apresentam uma função social em uma determinada situação comunicativa, ou
seja, a cada texto produzido, seleciono, ainda que inconscientemente, um gênero em função daquilo
que desejo comunicar e em função do efeito que espero produzir em meu interlocutor. Os gêneros
estão intrinsecamente ligados à história da comunicação e da linguagem e não importa a situação,
nós nos comunicamos estritamente por meio desses enunciados relativamente estáveis, seja no
bilhete que deixamos afixados na geladeira, nos comentários feitos nas redes sociais ou até nas
anedotas que contamos para nossos amigos.
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RECONHECIMENTO DA ESPECIDICIDADE DOS GENEROS TEXTUAIS
Ao longo de nossa vivência enquanto falantes, temos a oportunidade de convivermos com uma
enorme diversidade de textos. Basta sairmos às ruas que tão logo está confirmada esta
ocorrência. São panfletos, outdoors, cartazes, dentre outros.
espaço.
O descritivo pauta-se pela descrição minuciosa de uma determinada pessoa, objeto, animal ou
lugar, no qual as impressões são retratadas de maneira fiel.
Tais situações referem-se à finalidade que possui cada texto, sendo estas, inúmeras. Como por
exemplo:
A comunicação feita em meio eletrônico é um gênero textual que aproxima pessoas de diferentes
lugares, permitindo uma verdadeira interação entre as mesmas.
Outros que se classificam como científicos, os quais são oriundos de pesquisas e estudo de
casos, como a monografia, tese de doutorado, ligados à prática acadêmica.
Enfim, seja qual for o gênero utilizado, torna-se de fundamental importância sabermos que todos
possuem uma finalidade específica perante à comunicação estabelecida, e como fazem parte da
modalidade escrita da língua, são regidos de normas específicas no que se refere à sua composição.
Emissor ou Fonte: é a pessoa, coisa ou processo que emite a mensagem para alguém, ou seja,
para o destino. É a fonte de comunicação.
Transmissor ou codificador: é o equipamento que liga a fonte ao canal, ou seja, que codifica a
mensagem emitida pela fonte para torná-la adequada e disponível ao canal.
Canal: é a parte do sistema que separa a fonte do destino, que podem estar fisicamente próximos ou
distantes.
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RECONHECIMENTO DA ESPECIDICIDADE DOS GENEROS TEXTUAIS
Teixeira (2007) enfatiza algumas questões importantes para que possamos compreender este
processo. Vejamos:
Receptor: o destinatário, aquele que vai receber a mensagem e realiza o processo de decodificação.
Canal: é o meio que possibilita o contato entre emissor e receptor. É necessário que o canal esteja
livre de ruídos que possam atrapalhar a chegada da mensagem ao receptor.
Segundo Chiavenato (1998, p.), “como o processo de comunicação é um sistema aberto, pode surgir
certas quantidades de ruídos”. O ruído é uma perturbação não desejada que distorce, deturpa ou
altera, de forma imprevisível, a mensagem que está sendo transmitida.
Os ruídos podem ser fatores externos à comunicação, físicos ou não, que impedem que a ideia
original chegue de maneira satisfatória ao receptor. Um exemplo muito comum que podemos citar
sobre os ruídos de comunicação é a linha cruzada ao telefone, quando o processo de transmissão da
mensagem recebe a interferência de outro processo indesejado ou que está fora do contexto da
mensagem. Devemos entender que são diversas as situações em que um ruído pode atrapalhar a
comunicação. (TEIXEIRA, 2007, p.).
Além dos ruídos existem também as barreiras da comunicação. Chiavenato (2004) afirma que é muito
difícil que um processo de comunicação aconteça sem problemas. Com frequência existem fatores
que impedem que a comunicação não aconteça de maneira bem-sucedida, estes fatores são
chamados de barreiras da comunicação. Barreiras são restrições ou limitações que ocorrem dentro
ou entre as etapas do processo de comunicação, fazendo que nem todo o sinal emitido pela fonte
percorra livremente o processo de modo a chegar incompleta ao seu destino. O sinal pode sofrer
perdas, mutilações ou distorções, o que implica no desvio da comunicação.
Um fator importante e que está relacionado à boa comunicação é a linguagem. Teixeira (2007,
p. 9) explica que:
Grosso modo, linguagem é qualquer sistema de signos que sirva à comunicação entre os homens. Os
signos podem ser visuais, sonoros, gestuais, fisionômicos, escritos ou vocais. A linguagem articulada
que reúne os signos vocais e escrita constitui-se a língua, sistema de signos (ou código), em que
ocorre a associação de sons ou letras (significante) a conceitos determinados (significado). Os signos
linguísticos (significante + significado) forma o vocabulário da língua, sendo sua criação arbitrária e
convencional.
Com o uso da linguagem de forma articulada, há ações intrínsecas ao ato de se comunicar, que não
se relacionam exclusivamente ao conteúdo da mensagem e ocorrem independentemente da intenção
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RECONHECIMENTO DA ESPECIDICIDADE DOS GENEROS TEXTUAIS
Ramon Jakobson, um dos mais importantes linguistas do século XX, criou um modelo para as
funções de linguagem a partir dos elementos da comunicação. Segundo esse modelo, para cada
elemento da comunicação existe uma função de linguagem específica. Desta forma, são seis as
funções de linguagem: emotiva ou expressiva, apelativa ou conativa, fática e metalinguística,
referencial e poética. (TEIXEIRA, 2007). O autor explica cada uma delas como veremos abaixo.
Na função emotiva ou expressiva, a função é centrada no emissor, ou seja, em quem está enviando a
mensagem, refletindo sua visão própria do mundo, suas emoções, sentimentos e aspectos subjetivos.
A personalidade do emissor, seus valores e opiniões particulares são notáveis no discurso. Ocorrem
frequentemente como interjeições, exclamações, reticências, adjetivos e presença marcante da
primeira pessoa.
Exemplos:
A função apelativa ou conativa centra-se no receptor, procurando modificar nele ideias, opiniões e
estado de humor. Como o receptor vem em primeiro plano, ocorre com discursos que contém ordens,
apelos ou tentativas de convencimento ou sedução. É comum o uso de verbos no imperativo,
vocativos e tom persuasivo.
Exemplos:
A função fática é utilizada para abrir, fechar ou testar o canal de comunicação. Pode ocorrer também
como recurso para reforçar o envio da mensagem e sua percepção. Nas situações do dia a dia, nem
sempre tem um sentido específico as frases construídas para iniciar uma comunicação.
Exemplos:
No nosso cotidiano diário, a função de linguagem mais utilizada, que aparece combinada com várias
outras em quase todas as funções de comunicação, é a função referencial. No ambiente profissional,
a necessidade de precisão e objetividade ao fornecer informações reforça o uso desta função. Em tal
contexto, quanto menores forem os ruídos, mais bem-sucedido será o processo de comunicação, o
que vem otimizar a rotina de empresas e organizações.
Funções Da Linguagem
Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função poética, função fática,
função conativa e função metalinguística.
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RECONHECIMENTO DA ESPECIDICIDADE DOS GENEROS TEXTUAIS
Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem podem estar presentes num
mesmo texto.
Também chamada de função informativa, a função referencial tem como objetivo principal
informar, referenciar algo.
Voltada para o contexto da comunicação, esse tipo de texto é escrito na terceira pessoa (singular ou
plural) enfatizando seu caráter impessoal.
Como exemplos de linguagem referencial podemos citar os materiais didáticos, textos jornalísticos e
científicos. Todos eles, por meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo, sem
envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.
Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, o real teve a maior desvalorização da sua
história. Nesse dia foi preciso desembolsar R$ 4,0538 para comprar um dólar. Recorde-se que o Real
foi lançado há mais de 20 anos, mais precisamente em julho de 1994.
Também chamada de função expressiva, na função emotiva o emissor tem como objetivo principal
transmitir suas emoções, sentimentos e subjetividades por meio da própria opinião.
Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está voltado para o emissor, uma vez que possui um
caráter pessoal.
Como exemplos podemos destacar: os textos poéticos, as cartas, os diários. Todos eles são
marcados pelo uso de sinais de pontuação, por exemplo, reticências, ponto de exclamação, etc.
Meus amores, tenho tantas saudades de vocês … Mas não se preocupem, em breve a mamãe chega
e vamos aproveitar o tempo perdido bem juntinhos. Sim, consegui adiantar a viagem em uma
semana!!! Isso quer dizer que tenho muito trabalho hoje e amanhã.... Quando chegar, quero
encontrar essa casa em ordem, combinado?!?
Função Poética
A função poética é característica das obras literárias que possui como marca a utilização do sentido
conotativo das palavras.
Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será transmitidapor meio da
escolha das palavras, das expressões, das figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento
comunicativo é a mensagem.
Note que esse tipo de função não pertence somente aos textos literários. Também encontramos a
função poética na publicidade ou nas expressões cotidianas em que há o uso frequente
de metáforas (provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um poço de sabedoria. Falava de tudo e
sobre tudo e tinha sempre um provérbio debaixo da manga.
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RECONHECIMENTO DA ESPECIDICIDADE DOS GENEROS TEXTUAIS
Função Fática
A função fática tem como objetivo estabelecer ou interromper a comunicação de modo que o
mais importante é a relação entre o emissor e o receptor da mensagem. Aqui, o foco reside no canal
de comunicação.
Esse tipo de função é muito utilizada nos diálogos, por exemplo, nas expressões de cumprimento,
saudações, discursos ao telefone, etc.
Também chamada de apelativa, a função conativa é caracterizada por uma linguagem persuasiva
que tem o intuito de convencer o leitor. Por isso, o grande foco é no receptor da mensagem.
Essa função é muito utilizada nas propagandas, publicidades e discursos políticos, a fim de influenciar
o receptor por meio da mensagem transmitida.
Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na terceira pessoa com a presença de
verbos no imperativo e o uso do vocativo.
Exemplos
• Vote em mim!
Função Metalinguística
Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um documentário cinematográfico que fala sobre
a linguagem do cinema são alguns exemplos.
Exemplo
Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é escrita, bem como exemplifica a
função metalinguística.
Abaixo, você encontra um diagrama com as funções da linguagem e sua relação com os elementos
da comunicação:
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RECONHECIMENTO DA ESPECIDICIDADE DOS GENEROS TEXTUAIS
O texto literário se diferencia do texto referencial, sobretudo, por sua carga estética. Esse tipo textual
exerce uma linguagem ficcional, além de fazer referência à função poética da linguagem.
O texto literário se diferencia do texto referencial, sobretudo, por sua carga estética. Esse tipo textual
exerce uma linguagem ficcional, além de fazer referência à função poética da linguagem.
Há uma constante discussão sobre a função e a estrutura do texto literário, ou ainda, a sobre a
dificuldade de se entenderem os enigmas, as ambiguidades, as metáforas da literatura. Contudo, são
esses elementos que constituem o atrativo do texto literário: a escrita diferenciada, o trabalho com a
palavra, seu aspecto conotativo, seus enigmas.
Cada época conceituou a literatura e suas funções de acordo com a realidade, o contexto histórico e
cultural e, também, os anseios dos indivíduos daquele momento. Veja os principais conceitos de
literatura:
I) “Arte é imitação(mimesis em grego)”. “O imitar é congênito no homem (e nisso difere dos outros
viventes, pois, de todos, é ele o mais imitador e, por imitação, apreende as primeiras lições), e os
homens se comprazem no imitado”. (Aristóteles)
II) “Uma coisa é escrever como poeta, outra coisa como historiador: o poeta pode contar ou cantar
coisas não como foram, mas como deveriam ter sido, enquanto o historiador deve relatá-las não
como deveriam ter sido, mas como foram, sem acrescentar ou subtrair da verdade o que quer que
seja”. (Miguel de Cervantes)
III) “Literatura é arte e só pode ser encarada como arte. É a arte pela arte.” (Leconte de Lisle)
V)“A arte, e portanto a literatura, é uma transposição do real para o ilusório por meio de uma
estilização formal da linguagem, que propõe um tipo arbitrário de ordem para as coisas, os seres, os
sentimentos.” (Antonio Candido)
VI) “A literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do
espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros e, com os
quais, ela toma corpo e nova realidade.” (Afrânio Coutinho)
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RECONHECIMENTO DA ESPECIDICIDADE DOS GENEROS TEXTUAIS
• Plurissignificação: as palavras, no texto literário, assumem vários significados. Valoriza Texto -se
a linguagem conotativa, ou seja, o sentido figurado.
• Aspecto subjetivo: o texto apresenta, normalmente, o olhar pessoal do artista, suas experiências e
emoções.
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
Intenção Comunicativa:
Emissor: Ser que emite uma mensagem seja ela escrita ou falada, ponto de partida da comunicação.
Ex.: Escritor de um livro, falante de uma conversa, autor de uma redação.
Receptor :Ser que recebe uma mensagem, seja ela escrita ou falada.
Ex.: leitor de um livro, ouvinte em uma conversa.
Função Comunicativa:
Sempre que elaboramos uma mensagem escolhemos um modo para tal, a isso damos o nome de
função comunicativa, a escolha de como elaborar uma mensagem escrita ou falada. Existem as
seguintes maneiras ou funções:
Função Emotiva:
Função Conotativa:
Essa talvez a mais usada diariamente. Definida pela adaptação da mensagem pelo emissor ao
receptor, receptores.
EX.: Um médico dialogando com seu paciente e com outros médicos, mesmo que o assunto seja o
mesmo, a maneira as palavras serão diferentes devido à capacidade do paciente em entender termos
médicos; um advogado em júri ou falando com seu cliente; político em plenária e falando ao povo em
comício.
Função Metalinguística:
Função Fática:
Dependendo do texto, as motivações por trás do autor para escrever podem ser vitais para o
entendimento completo da obra. Por isso, é importante que estudantes aprendam a identificar os
objetivos dos escritores analisando certos trechos e aspectos dos textos. Veja quais:
1 – Críticas
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
Se o autor quer criticar de maneira negativa um tema ou um acontecimento é provável que ele utilize
muitos adjetivos e advérbios com conotação negativa, mesmo que ele não deixe isso de maneira
explícita no texto.
2 – Comparar
3 – Explicação
Alguns autores ao escreverem seus textos querem explicar um conceito ou termo de um determinado
assunto. Nesse caso, é importante que você faça marcações das explicações mais importantes e,
no fim de cada capítulo, escrever um pequeno resumo do que foi dito pelo autor. Se você
conseguir fazer um resumo explicativo, isso é um sinal de que o texto foi bem aproveitado.
4 – Argumentação
Principalmente em textos de revistas e jornais é comum que os autores escrevam com o propósito
de argumentar sobre um tema e tentar causar uma impressão nos leitores. Nesses textos é comum
que um tópico seja amplamente discutido e existam várias referências de outros autores e situações
passadas. Busque por esses aspectos e você saberá se é um texto com argumentos.
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo
capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa
informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-
se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto
original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.
EXEMPLO
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
Fazem-se necessários:
a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;
d) Capacidade de raciocínio.
Interpretar X Compreender
Erros De Interpretação
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais freqüentes
são:
a) Extrapolação (viagem)
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
b) Redução
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um
conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido.
c) Contradição
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas
e, conseqüentemente, errando a questão.
OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam,
mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR
DIZ e nada mais.
COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou
parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,
uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai
dizer e o que já foi dito.
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do
pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu
antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.
Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz
erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo
adequado a cada circunstância, a saber:
QUEM (PESSOA)
COMO (MODO)
ONDE (LUGAR)
QUANDO (TEMPO)
QUANTO (MONTANTE)
EXEMPLO:
Implícitos E Pressupostos
Informações Implícitas
Muitos candidatos ao ENEM se perguntam como melhorar sua capacidade de interpretação dos
textos. Primeiramente, é preciso ter em mente que um texto é formado por informações explícitas e
implícitas. As informações explícitas são aquelas manifestadas pelo autor no próprio texto. As
informações implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser subentendidas.
Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler nas
entrelinhas.
A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A palavra “felizmente” indica que o
falante tem uma opinião positiva sobre o fato – essa é a informação implícita.
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
Com esses exemplos, mostramos como podemos inferir informações a partir de um texto. Fazer
uma inferência significa concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. Nos vestibulares, fazer
inferências é uma habilidade fundamental para a interpretação adequada dos textos e dos
enunciados.
A seguir, veremos dois tipos de informações que podem ser inferidas: as pressupostas e
as subentendidas.
Pressupostos
Uma informação é considerada pressuposta quando um enunciado depende dela para fazer sentido.
Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: “Quando Patrícia voltará para casa?”. Esse enunciado
só faz sentido se considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos temporariamente – essa é a
informação pressuposta. Caso Patrícia se encontre em casa, o pressuposto não é válido, o que torna
o enunciado sem sentido.
Subentendidos
O uso de subentendidos faz com que o enunciador se esconda atrás de uma afirmação, pois não
quer se comprometer com ela. Por isso, dizemos que os subentendidos são de responsabilidade do
receptor, enquanto os pressupostos são partilhados por enunciadores e receptores.
Em nosso cotidiano, somos cercados por informações subentendidas. A publicidade, por exemplo,
parte de hábitos e pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a anedota é um gênero
textual cuja interpretação depende a quebra de subentendidos.
Fato:
O fato é algo que é de conhecimento de todos. Sendo um fato, ele pode ser provado através de
documentos, ou de outras formas de registros. O crescimento acelerado dos grandes centros
econômicos mundiais aumenta os problemas sociais; O aumento dos estudantes estrangeiros nas
universidades brasileiras.
Opinião:
A opinião é a maneira particular de olhar um fato. A opinião vai divergir de acordo com inúmeros
fatores socioculturais. Se meu amigo não fosse tão baixinho, ele poderia jogar futebol; Homens que
assistem novelas são bons maridos.
Várias são as oportunidades de usar a diferença com propriedade, mas duas delas são principais.
Expositiva: Quando as ideias do texto estão claramente vinculadas a alguma reportagem ou notícia
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
de jornais, revistas impressas ou eletrônicas, cujo conteúdo é conhecido por todos através do rádio
ou da televisão, sendo, por sua vez, inquestionável. A dissertação expositiva tem como objetivo expor
o fato, ficando em segundo plano a discussão sobre ele.
Argumentativa: A dissertação argumentativa é aquela que exige de nós maior reflexão ao escrever
sobre certos temas, mas que possui por objetivo a exposição do ponto de vista pessoal. Quem
disserta, através de sua opinião bem embasada, faz com que os fatos ali apresentados e discutidos
tenham uma conclusão. Esta é uma das maneiras mais difíceis de dissertar por apresentar juízos de
valores que endossam a análise crítica de quem escreve.
Mista: Esta é uma forma de dissertação que tem inseridos nela os elementos dos dois outros tipos
dissertativos. Nela podemos expor os fatos como forma de exemplo, ou mesmo como argumento de
autoridade para dar força às opiniões, juízos e análise crítica a serem feitos sobre o tópico ou tópicos
discutidos.
Resumindo: O fato é aquilo que realmente aconteceu, que existe e pode ser provado enquanto que
a opinião é o que alguém pensa que ocorreu, uma interpretação dos fatos., é o ponto de vista que
uma pessoa tem a respeito de algo, que pode ser verdadeiro ou não.
É importante considerar:
• Fatos usualmente podem ser submetidos à prova: por números, documentos, registros;
• Muitas pessoas confundem fatos e opiniões, e quando isso ocorre temos de ter cuidado com as
informações que vêm delas;
• Igualmente temos de estar atentos às nossas próprias opiniões, pois elas podem ser tomadas como
fatos por outros;
• Nossas decisões devem ser baseadas em fatos, mas podem levar em conta as opiniões de gente
qualificada sobre tais fatos.
Estamos imersos em meio a um cotidiano estritamente social, no qual nos interagimos com nossos
semelhantes por meio da linguagem. Ela permite-nos revelar nossos sentimentos, expressar nossas
opiniões, trocar informações no intuito de ampliar nossa visão de mundo, dentre outros benefícios.
A cada mensagem que enviamos ou recebemos, seja ela de natureza verbal ou não verbal, estamos
compartilhando com um discurso que se pauta por finalidades distintas, ou seja, entreter, informar,
persuadir, emocionar, instruir, aconselhar, entre outros propósitos.
O objetivo de qualquer ato comunicativo está vinculado à intenção de quem o envia, no caso, o
emissor. Dessa forma, de acordo com a natureza do discurso presente na relação emissor X
interlocutor, a linguagem assume diferentes funções, todas elas portando-se de características
específicas, conforme analisaremos adiante:
Nessa função, há um envolvimento pessoal do emissor, que comunica seus sentimentos, emoções,
inquietações e opiniões centradas na expressão do próprio “eu”, levando em consideração o seu
mundo interior. Para tal, são utilizados verbos e pronomes em 1ª pessoa, muitas vezes
acompanhados de sinais de pontuação, como reticências, pontos de exclamação, bem como o uso
de onomatopeias e interjeições.
Soneto De Fidelidade
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
Vinícius de Moraes
Função Apelativa
A ênfase da função apelativa está diretamente vinculada ao receptor, na qual o discurso visa
persuadi-lo, conduzindo-o a assumir um determinado comportamento. Essa modalidade encontra-se
presente na linguagem publicitária de uma forma geral e traz, como característica principal, o
emprego dos verbos no modo imperativo.
Ocorre quando o objetivo do emissor é traduzir a realidade visando à informação. Sua predominância
atém-se a textos científicos, técnicos ou didáticos, alguns gêneros do cotidiano jornalístico,
documentos oficiais e correspondências comerciais. A linguagem, nesse caso, é essencialmente
objetiva, razão pela qual os verbos são retratados na 3ª pessoa do singular, conferindo-lhe total
impessoalidade por parte do emissor.
Cultura Na Tela
O portal domínio público, biblioteca digital do Ministério da Educação, recebeu 6,2 milhões de
acessos em pouco mais de um mês de funcionamento. Nela, o internauta pode ler gratuitamente 699
obras literárias com mais de 70 anos de existência, ou seja, já de domínio público; 166 publicações
de ciências sociais e uma de exatas. Há também partituras de Beethoven, pinturas de Van Gogh e de
Leonardo da Vinci, como a Monalisa, hinos e músicas clássicas contemporâneas.
Função Fática
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
Função Metalinguística
A linguagem tem função metalinguística quando o uso do código tem por finalidade explicar o próprio
código.
Catar Feijão
2.
Função Poética
Canção
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
[...]
Cecília Meireles
As tipologias textuais, também chamadas de tipos textuais ou tipos de texto, são as diferentes
formas que um texto pode apresentar, visando responder a diferentes intenções comunicativas.
• Texto narrativo;
• Texto descritivo;
É de salientar que um único texto pode apresentar passagens de várias tipologias textuais.
Texto Narrativo
A principal finalidade de um texto narrativo é contar uma história através de uma sequência de ações
reais ou imaginárias. A narração da história é construída à volta de elementos narrativos, como o
espaço, tempo, personagem, enredo e narrador.
• romances:
• contos;
• fábulas;
• depoimentos;
• relatos;
Texto Descritivo
Os textos descritivos não são, habitualmente, textos autônomos. O que acontece mais
frequentemente é a existência de passagens descritivas inseridas em textos narrativos, havendo uma
pausa na narração para a descrição de um objeto, pessoa ou lugar.
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
• folhetos turísticos;
• cardápios de restaurantes;
• classificados;
• enciclopédias;
• resumos escolares;
• jornais;
• verbetes de dicionário;
• artigos de opinião;
• abaixo-assinados;
• manifestos;
• sermões;
• receitas culinárias;
• manuais de instruções;
• bula de remédio;
• leis;
• cláusulas contratuais;
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
Tipos textuais e gêneros textuais são duas categorias diferentes de classificação textual.
Os tipos textuais são modelos abrangentes e fixos que definem e distinguem a estrutura e os
aspectos linguísticos de uma narração, descrição, dissertação e explicação.
• romance;
• conto;
• crônica;
• notícia;
• carta;
• receita;
• manual de instruções;
• regulamento;
• relato de viagem;
• verbete de dicionário;
• artigo de opinião;
Gêneros Discursivos
No que diz respeito à ao ensino de Língua Portuguesa, nos diversos níveis, a discussão sobre a
possibilidade ou não de ensinar ou utilizar métodos que trabalhem tendo como base os Gêneros do
Discurso, tem causado incômodo entre acadêmicos, intelectuais e outros envolvidos no processo
ensino/aprendizagem. A reflexão sobre o tema tem sido constante, como podemos ver se nos
dispusermos a analisar os anais de um dos congressos mais importantes do Brasil, realizado pela
Associação Brasileira de Linguística (os anais podem ser acessados através da página da entidade).
A preocupação não é desnecessária, vez que após a publicação do Parâmetro Curricular Nacional de
Língua Portuguesa – PCN tem dado deixa para o ensino dos gêneros discursivos.
Não se pode negar o avanço que o PCN trouxe ao propor o ensino de Língua Materna através do
viés enunciativo-discursivo, mas de fato há certa característica de didatização ou escolarização dos
gêneros do discurso, entretanto tal fato não se coaduna com a teoria e os ideais bakhtinianos, que
são sua base teórica.
Considerado um dos maiores intelectuais, no que se refere a gêneros, Bakhtin defende que os
gêneros discursivos resultam em formas-padrão “relativamente estáveis” de um determinado
enunciado, estas formas seriam determinadas sócio- historicamente. Assim, nossa comunicação, seja
ela escrita ou falada, é feita através de gêneros do discurso, os quais cada sujeito teria infindáveis
repertórios de gêneros, não sendo, na maioria dos casos, nem mesmo percebidos por seus
“usuários”. Vale ressaltar, que os gêneros estão presentes tanto nas conversas formais, quanto nas
informais, de acordo com Bakhtin, “quase da mesma forma que nos e nós é dada a língua materna, a
qual dominamos livremente até começarmos o estudo da gramática (200:282)”.
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
Conforme o surgimento e transformação das mais diversas esferas sociais, diversos novos gêneros
surgem e até mesmo se modificam em prol e em consequência das mesmas. O autor afirma, “Essas
palavras dos outros trazem consigo a sua expressão, o seu tom valorativo que a assimilamos,
reelaboramos, e reacentuamos (2003:295)”. Todorov também já afirmava algo parecido, antes de
Bakhtin, como podemos ver na afirmação, “um novo gênero é sempre a transformação de um ou de
vários gêneros antigos: por inversão, por deslocamento, por combinação. Um “texto” de hoje (também
isso é um gênero num de seus sentidos) deve tanto à “poesia” quanto ao “romance” do século XIX, do
mesmo modo que a “comédia lacrimejante” combinava elementos da comédia e da tragédia do século
precedente. Nunca houve literatura sem gêneros, é um sistema em contínua transformação e a
questão das origens não pode abandonar, historicamente, o terreno dos próprios gêneros: no tempo,
nada há de “anterior” aos gêneros (1980: 46 – grifo nosso)”.
Aqui vale lembrar, que a habilidade linguística de uso dos diversos gêneros está ligada ao domínio da
língua. Portanto, quanto maior for o conhecimento e domínio linguístico do sujeito, maior será a
facilidade de reconhecer e empregar os gêneros.
Bakhtin (2003), afirma que é a vivência das mais diversas situações comunicativas que possibilita o
contato com uma maior diversidade de gêneros, tal fato é um exercício para a competência linguística
do sujeito produtor de enunciados. Kress (1985), também já afirmava algo parecido, quando dizia
que, o discurso é constituído através de, “(...) jogos sistematicamente organizados de declarações
que dão expressão aos significados e valores de uma instituição. Um discurso provê um jogo de
possíveis declarações sobre uma determinada área... Nisso provê descrições, regras, permissões e
proibições sociais e ações individuais”.
Assim, é esta competência de cada interlocutor que determina o que ou não aceitável dentro de cada
prática e esfera social, logo quanto mais experiência comunicativa o sujeito tiver, mais habilidade o
mesmo irá possuir em reconhecer e diferenciar os gêneros discursivos, assim como o seu uso em de
acordo com cada situação.
Quando falamos de COESÃO textual, falamos a respeito dos mecanismos linguísticos que permitem
uma sequência lógico-semântica entre as partes de um texto, sejam elas palavras, frases, parágrafos,
etc. Entre os elementos que garantem a coesão de um texto, temos:
A. as referências e as reiterações: Este tipo de coesão acontece quando um termo faz referência a
outro dentro do texto, quando reitera algo que já foi dito antes ou quando uma palavra é substituída
por outra que possui com ela alguma relação semântica. Alguns destes termos só podem ser
compreendidos mediante estas relações com outros termos do texto, como é o caso da anáfora e da
catáfora.
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
São os elementos coesivos de um texto que permitem as articulações e ligações entre suas
diferentes partes, bem como a sequenciação das ideias.
Quando falamos em COERÊNCIA textual, falamos acerca da significação do texto, e não mais dos
elementos estruturais que o compõem. Um texto pode estar perfeitamente coeso,
porém incoerente. É o caso do exemplo abaixo:
Há elementos coesivos no texto acima, como a conjunção, a sequência lógica dos verbos, enfim, do
ponto de vista da COESÃO, o texto não tem nenhum problema. Contudo, ao ler o que diz o texto,
percebemos facilmente que há uma incoerência, pois se as ruas estão molhadas, é porque
alguém molhou, ou a chuva, ou algum outro evento. Não ter chovido não é o motivo de as ruas
estarem molhadas. O texto está incoerente.
1. Princípio da Não Contradição: em um texto não se pode ter situações ou ideias que se
contradizem entre si, ou seja, que quebram a lógica.
3. Princípio da Relevância: Fragmentos de textos que falam de assuntos diferentes, e que não se
relacionam entre si, acabam tornando o texto incoerente, mesmo que suas partes contenham certa
coerência individual. Sendo assim, a representação de ideias ou fatos não relacionados entre si, fere
o princípio da relevância, e trazem incoerência ao texto.
Outros dois conceitos importantes para a construção da coerência textual são a CONTINUIDADE
TEMÁTICA e a PROGRESSÃO SEMÂNTICA.
Há quebra de continuidade temática quando não se faz a correlação entre uma e outras partes do
texto (quebrando também a coesão). A sensação é que se mudou o assunto (tema) sem avisar ao
leitor.
Em resumo, podemos dizer que a COESÃO trata da conexão harmoniosa entre as partes do texto, do
parágrafo, da frase. Ela permite a ligação entre as palavras e frases, fazendo com que um
dê sequência lógica ao outro. A COERÊNCIA, por sua vez, é a relação lógica entre as ideias, fazendo
com que umas complementem as outras, não se contradigam e formem um todo significativo que é o
texto.
Vale salientar também que há muito para se estudar sobre coerência e coesão textuais, e que cada
um dos conceitos apresentados acima podem e devem ser melhor investigados para serem melhor
compreendidos.
Coesão
A Coesão é a harmonia, resultado da disposição e da correta utilização das palavras que propiciam a
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto que, assim, colaboram para a sua
organização.
A anáfora e a catáfora se referem à informação expressa no texto e que por esse motivo são
qualificadas como endofóricas.
Algumas Regras
Segue-se algumas regras que garantem a presença da coesão no texto. Veja a seguir:
Substituição
Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma de evitar as repetições.
Observe que a diferença entre a referência e a substituição está expressa especialmente no fato de
que a substituição acrescenta uma informação nova ao texto. No caso de “João e Maria casaram.
Eles são pais de Ana e Beto”, o pronome pessoal referencia as pessoas João e Maria, não
acrescentando informação adicional ao texto.
Elipse
Um componente textual, quer seja um nome, um verbo ou uma frase, pode ser omitido através da
elipse.
Conjunção
Exemplo: Nós não sabemos quem é o culpado, mas ele sabe. (adversativa)
Coesão Lexical
A coesão lexical consiste na utilização de palavras que possuem sentido aproximado ou que
pertencem a um mesmo campo lexical - sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos, entre outros.
Exemplo: Aquela escola não oferece as condições mínimas de trabalho. A instituição está
literalmente caindo aos pedaços.
Coerência
A Coerência é a relação lógica das ideias de um texto que decorre da sua argumentação - resultado
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
Um texto contraditório e redundante ou cujas ideias iniciadas não são concluídas, é um texto
incoerente. A incoerência compromete a clareza do discurso, a sua fluência e a eficácia da leitura.
Assim a incoerência não é só uma questão de conhecimento, decorre também do uso de tempos
verbais e da emissão de ideias contrárias.
Exemplos:
• O relatório está pronto; porém o estou finalizando até agora. (processo verbal acabado e inacabado)
• Ele é vegetariano e gosta de um bife muito mal passado. (os vegetarianos são assim classificados
pelo fato de se alimentar apenas de vegetais)
Fatores de Coerência
São inúmeros os fatores que contribuem para a coerência de um texto, tendo em vista a sua
abrangência.
Vejamos alguns:
Conhecimento de Mundo
O conjunto de conhecimento que adquirimos ao longo da vida e que são arquivados na nossa
memória. São o chamados frames (rótulos), esquemas (planos de funcionamento, como a rotina
alimentar: café da amanhã, almoço e jantar), planos (planejar algo com um objetivo, tal como jogar
um jogo), scripts (roteiros, tal como normas de etiqueta).
Uma questão cultural nos leva a concluir que a oração acima é incoerente, pois “peru, panetone,
frutas e nozes” (frames) são elementos que pertencem à celebração do Natal e não à festa de
carnaval.
Inferências
Através das inferências, as informações podem ser simplificadas se partimos do suposto que os
interlocutores partilham do mesmo conhecimento.
Exemplo: Quando os chamar para jantar não esqueça que eles são indianos. (ou seja, em princípio,
esses convidados não comem carne de vaca)
Fatores De Contextualização
Há fatores que inserem o interlocutor na mensagem providenciando a sua clareza. São exemplos os
títulos de uma notícia ou a data de uma mensagem.
Exemplo:
Informatividade
Quanto maior informação não previsível um texto tiver, mais rico e interessante ele será. Dizer o que
é óbvio ou insistir numa informação e não desenvolvê-la desvaloriza o texto.
Princípios Básicos
Após termos visto os fatores acima, é essencial ter em atenção os seguintes princípios para se obter
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
um texto coerente:
Paragrafação
Os parágrafos variam de extensão, dependendo da ideia que está sendo construída dentro do texto.
Assim, não há um número de linhas correto. Quando fazemos nossos textos, vamos encadeando as
ideias, ligando-as umas às outras. Cada ideia desenvolvida deve vir em um parágrafo diferente. E
cada vez que mudamos de ideia (ou mudamos de “assunto”), iniciamos um novo parágrafo.
Só para relembrar, os textos que construímos podem ser narrativos/descritivos (contar uma história),
dissertativos/argumentativos (discorrer sobre algum tema/assunto, expressando uma opinião),
expositivos (expor algum tema, resumindo, explicando), e por aí vai.
A) Nas Narrativas
Nas narrativas, por exemplo, os parágrafos vão sendo construindo seguindo as partes (cenas) do
texto narrativo (situação inicial, complicação, desenvolvimento, clímax, desfecho). Para cada uma
dessas partes deve ter pelo menos um parágrafo, quer dizer, o início da história com a apresentação
dos personagens, por exemplo, vem em um parágrafo, e conforme vamos mudando as cenas e
desenvolvendo a história, vamos construindo novos parágrafos. Outra situação que marca os
parágrafos nas narrativas é a fala de personagens. Cada fala deve vir em um parágrafo diferente para
marcarmos a diferença dessas vozes da voz do narrador (é como nos balões das HQs, cada fala em
um balãozinho diferente!). E, lembrando, primeiro o recuo (espaço em branco) e depois o travessão e
a fala.
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
A unidade seguinte ao parágrafo e menor que este são as frases que estão dentro de cada parágrafo
e estas, claro, são organizadas pelos sinais de pontuação, principalmente o ponto final e a vírgula.
Vale lembrar que em cada parágrafo cabe fazer mais de uma frase, ou seja, deve ter mais de um
ponto final (pois é pelo tanto de pontos finais – ou por outros sinais de fechamento de frase como a
interrogação e a exclamação – que sabemos quantas frases construímos). Se o parágrafo tem, por
exemplo, sete linhas e está somente pontuado com vírgulas, isso quer dizer que há ali apenas uma
frase, de nove linhas, e uma frase de nove linhas pode muito provavelmente estar mal construída; é
preciso em algum momento colocar um ponto e iniciar nova frase. Resumindo, o ponto é pra ser
usado em fim de frase e não apenas no fim do parágrafo. Quanto às vírgulas, é preciso saber os
casos (ver em Pontuação) para não colocar nem a mais e nem a menos!
Citações
As informações extraídas da literatura devem ser devidamente citadas e documentadas no texto dos
trabalhos acadêmicos e científicos, onde se incluem as teses. Essas informações, denominadas
citações, devem obedecer a um sistema que identifique as fontes utilizadas na confecção do texto.
Citação é, portanto, a menção no texto de informação extraída de outros documentos, com o objetivo
de colocar o trabalho no contexto da temática, conferir a ele credibilidade, confrontar dados, fatos e
argumentos, e registrar opiniões similares ou conclusões opostas.
Todas as citações incluídas no texto referentes a trabalhos publicados devem obrigatoriamente figurar
na listagem das referências, ao final do trabalho. Estas devem estar absolutamente corretas e de
acordo com a norma utilizada (Anexo).
Citações Formais
Citação de um autor
Citar o último sobrenome conforme consta da lista de referências, seguido do ano da publicação.
LOPEZ (2013) destaca que a globalização implica uniformização de padrões econômicos e culturais
em âmbito mundial.
Embora o método Kaiser seja pouco conhecido e utilizado, ele foi discutido há, aproximadamente, 25
anos (LÉBART e DREYFEIS, 1972).
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
Cita-se o primeiro autor seguido da expressão "e col." (abreviatura de "e colaboradores") ou "et al."
(abreviatura da expressão latina "et alii", que significa "e outros"). É importante manter uma
uniformidade em toda a tese, qualquer que seja a expressão adotada.
ou
Neste caso, a diferenciação dos autores citados se faz por letra minúscula, acrescida ao ano da
publicação, tanto na citação no texto como na lista de referências.
Doenças como o câncer, hipertensão ou diabetes devem ser consideradas prioritárias na saúde do
idoso (KALACHE, 1986a).
No ano de 2025 o Brasil será a sexta população de idosos do mundo, em termos absolutos
(KALACHE, 1986b).
Neste caso, as citações são identificadas pelo ano de publicação, em ordem cronológica crescente.
Estudos sobre educação e promoção em saúde foram realizados por PELICIONI (2002, 2008, 2012)
constatando...
Autores com sobrenomes idênticos, com dois ou mais trabalhos publicados no mesmo ano, devem
ser diferenciados pelas iniciais do prenome.
Trabalhos recentes (PEREIRA FAC, 2013; PEREIRA MG, 2013) abordam problemas...
Aspectos epidemiológicos e doenças relacionadas ao trabalho foram estudados por Pedro CALDAS
(1996) e Paulo CALDAS (1996) para identificação...
ou
Quando dois ou mais trabalhos com autores diferentes são citados em relação a um mesmo tópico,
devem os mesmos ser mencionados em ordem cronológica crescente.
Riscos elevados de câncer de pulmão foram detectados nos trabalhadores da construção civil
(SIEMIATICKI et al., 1986, 1987; MORABIA et al., 1992; KELLER e HOWE, 1993; MUSCAT et al.,
1995; FILKELSTEIN, 1995)
Os autores que se dedicam ao estado da influência da internet no meio acadêmico (CUNHA 2000;
CIANCONI e MACEDO, 2001; FONTES, 2001; BARRETO, 2002) concordam que os países precisam
investir em tecnologia...
Citação De Entidade
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
Quando a autoria for atribuída a uma entidade, cita-se o nome de acordo com a forma em que
aparece na lista de referências, podendo ou não ser abreviada. Observe os exemplos a seguir:
Texto:
O número de crianças obesas no mundo, com idade menor a 5 anos, chegou aos 17,6 milhões na
década passada (OPAS, 2003).
Referência Vancouver
Texto:
De acordo com a Pan American Health Organization (PAHO, 2003) o número de crianças obesas no
mundo, com idade menor a 5 anos, chegava aos 17,6 milhões na década passada.
Referência Vancouver
PAHO - Pan American Health Organization. Joint WHO/FAO Expert Report on Diet Nutrition and the
prevention of chronic disease. Washington (DC); 2003.
Texto:
A mortalidade das crianças brasileiras menores de 5 anos de acordo com o UNICEF (2009) é sete
vezes maior...
Referência Vancouver
UNICEF. State of the World's Children 2009: maternal and newborn health. New York: UNICEF, 2009.
Texto:
Referência Vancouver
Trata-se de citação de documento não consultado em seu formato original, mas citado em outro
documento. Esta forma de citação só deve ser usada na total impossibilidade de acesso ao
documento original. Neste caso citar, no texto, grafado em letras minúsculas o autor do trabalho não
consultado, seguido da expressão - citado por ou apud - e do sobrenome do autor que o citou
(grafado em letras maiúsculas), com a respectiva página. Neste caso, na lista das Referências deve
constar apenas o documento consultado.
Texto:
De acordo com Blot e Fraumeni, citados por WÜNSCH FILHO e KOIFMAN (2003, p. 1008) "as mais
baixas taxas de incidência por câncer do pulmão são registradas nas Ilhas Fiji e as mais elevadas na
população urbana negra masculina americana".
ou
De acordo com Blot e Fraumeni (apud WÜNSCH FILHO e KOIFMAN, 2003, p. 1008) "as mais baixas
taxas de incidência por câncer do pulmão são registradas nas Ilhas Fiji e as mais elevadas na
população urbana negra masculina americana".
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
Referência Vancouver
Wünsch Filho V, Koifman S. Tumores malignos relacionadas com o trabalho. In: Mendes R. Patologia
do trabalho. 2. ed. São Paulo: Atheneu; 2003. v. 2, p. 1002-19.
Referência ABNT
WÜNSCH FILHO, V.; KOIFMAN, S. Tumores malignos relacionadas com o trabalho. In: MENDES, R.
(Org.). Patologia do trabalho. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2003. v. 2, p. 1002-1019.
Este sistema é uma modificação do sistema numérico. Nele, as citações no texto são identificadas
pelos respectivos números da lista alfabética de referências, acompanhados, ou não, do autor e/ou
ano da publicação. A decisão de dar visibilidade ao autor e ano depende da importância que
representam no texto. O número da referência citada deve ser indicado em expoente.
O artifício de uso de letras para identificar os trabalhos de mesmo autor e ano não se aplica nesse
sistema. Todas as demais características do sistema autor e ano se aplicam neste sistema.
No estudo de SANTOS23, os métodos contraceptivos usados no país foram divididos em dois grupos:
"independentes" ou "dependentes" da participação masculina.
Múltiplas Citações
Os respectivos números da lista de referências devem ser separados por vírgula, ou por hífen, no
caso de mais de duas citações seqüenciais.
Os autores que se têm dedicado ao estudo dos acidentes na infância têm analisado aspectos
relativos à mortalidade8, 10-13, ou nos casos em que houve necessidade de atendimento em serviço
de emergência5,7-12. Já PARKINSON19 (1996) e SMITH26 (1996) consideram relevantes os
aspectos...
Citações Informais
Citações informais referem-se à menção de fontes não publicadas como: cartas, mensagens
eletrônicas [e-mails], listas de discussão, artigos apenas submetidos para publicação, dados de
arquivos de instituições, relatórios de pesquisa, apresentações em eventos, entre outras.
Quando relevantes devem ser identificadas no texto por asterisco e documentadas em nota de
rodapé. É eticamente recomendável que se solicite autorização do responsável pela informação
citada. Os trabalhos no prelo citados no texto devem figurar na listagem das referências, desde que
indicados o título da revista e o ano e não em nota de rodapé.
Texto:
Rodapé:
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
ou
*Comunicação pessoal de Fulano de Tal, em 15 de julho de 2012, recebida por correio eletrônico.
ou
*Palestra sobre a "Situação da Informação no Brasil" proferida por Fulano de Tal, na Faculdade XY
em 15 de julho de 2012.
Topo
As citações de textos extraídas de outros trabalhos podem ser feitas de forma direta (transcrição
literal) e indireta (paráfrase), devidamente documentadas com a indicação do nome do autor da fonte
original, grafado em letras maiúsculas para melhor visualização no texto.
Citação Direta
Citação direta é a transcrição literal de partes extraídas de texto de outro autor, devendo ser
apresentada entre aspas.
Trechos que ultrapassem a 3 linhas são apresentados recuados da margem esquerda, com o texto
transcrito com entrelinhamento e corpo de letra menor que o utilizado no corpo do trabalho,
dispensando as aspas.
Nas citações diretas o nome do autor deve sempre ser indicado, acompanhado ou não do ano e do
número quando for o caso. A indicação da respectiva página do trecho transcrito é obrigatória.
Exemplos:
MARQUES10 destaca que, embora demonstrando intolerância na prevenção da Aids contra o uso de
preservativos, "os setores progressistas da Igreja Católica brasileira têm colaborado em muito na
defesa dos direitos dos portadores de vírus HIV...." (p. 135).
ou
"Os setores progressistas da Igreja Católica brasileira tem colaborado em muito na defesa dos
direitos dos portadores de vírus HIV e como parceiros no combate e assistência à epidemia"
(MARQUES, 2013, p. 135)28.
Se o texto citado já contiver aspas, estas devem ser substituídas pelo apóstrofo.
..."pelo menos para quem não está disposto a fazer do `calvário' um meio para dar sentido à sua vida"
(SIQUEIRA-BATISTA e SCHRAMM, 2005).
a) Usar reticências entre parênteses (...) para indicar supressão de parte de um trecho citado.
"A educação tem um papel vital na proteção de mulheres e crianças em face (...) da exploração
sexual, na promoção dos direitos humanos (...) e no controle do crescimento populacional"
(VENTURA e col., 2013, p. 86-7).
b) Quando se quer chamar a atenção de uma parte da citação deve-se destacá-la em negrito,
acompanhada da expressão "o destaque é nosso", entre parênteses.
"A obesidade infantil apresentava dimensões epidêmicas (o destaque é nosso) em algumas áreas"
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
c) Os erros ortográficos ou incoerências constantes do trecho original devem ser acompanhados pela
expressão "sic" (assim, deste modo**), entre parênteses, imediatamente após a sua menção.
"... uma área de tecido que teve seu suprimento de sangue cortado morre ou sofre enfartassão (sic)...
" (SILVA, 2004, p. 2).
d) Transcrições de textos de outros idiomas podem ser mantidas no idioma original ou traduzidas. Em
ambos os casos, as aspas devem ser mantidas. No caso de se optar pela transcrição da tradução, o
texto no idioma original pode ser colocado entre colchetes, em nota de rodapé, com chamada por
asterisco.
Texto:
Para ANDRADE e col. (2004, p. 411) "... o sistema de informação geográfica e a análise espacial
podem ser aplicados para a identificação de áreas alvo de pneumonia para intervenções em saúde
pública"*.
Indicado Em Rodapé:
*[...GIS - Geographical Information System and special analysis can be applied to discriminate target
areas of pneumonia for public health intervention]
e) Termos em outro idioma devem ser destacados em itálico ou negrito, e acompanhados da tradução
entre colchetes, ou traduzidos e acompanhados do termo original, também entre colchetes.
"Uma vez em pé, algumas destas pessoas conseguem se mover com o auxílio de uma armação
[frame], mas outras não o podem fazer e permanecem limitadas às suas cadeiras de roda" (CONI e
col., 1996, p. 50).
Citação Indireta
Texto original:
"... as drogas, sejam lícitas ou ilícitas, são freqüentemente experimentadas na adolescência" (MUZA e
col.10, 1997, p. 28).
Paráfrase:
Em estudo da década de 1990 foi constatado o uso de drogas lícitas ou ilícitas pelos adolescentes
(MUZA e col.10 ,1997) sendo que atualmente...
Informações extraídas de fontes bibliográficas dadas a público que complementam o texto. Este tipo
de nota deve vir acompanhado da indicação da respectiva fonte, não devendo constar da lista de
referências. Deve ser sinalizada por asterisco (*).
Texto:
... exclusão digital, como ocorre no Estado do Maranhão, onde apenas 2,1% da população possui
computador*.
Rodapé:
* Comitê Gestor da Internet no Brasil - composto por representantes dos vários Ministérios do
Governo Brasileiro, do setor empresarial, da comunidade científica e tecnológica e do terceiro setor
para coordenar e integrar as iniciativas de serviços da internet no Brasil; divulga números atualizados
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
da rede no Brasil.
Texto:
A disponibilização pelos autores de textos não revisados em websites é feita por meio de "open-
archives"(*)
Rodapé:
Implícitos E Pressupostos
Informações Implícitas
Muitos candidatos ao ENEM se perguntam como melhorar sua capacidade de interpretação dos
textos. Primeiramente, é preciso ter em mente que um texto é formado por informações explícitas e
implícitas. As informações explícitas são aquelas manifestadas pelo autor no próprio texto. As
informações implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser subentendidas.
Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler nas
entrelinhas.
A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A palavra “felizmente” indica que o
falante tem uma opinião positiva sobre o fato – essa é a informação implícita.
Com esses exemplos, mostramos como podemos inferir informações a partir de um texto. Fazer uma
inferência significa concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. Nos vestibulares, fazer
inferências é uma habilidade fundamental para a interpretação adequada dos textos e dos
enunciados.
A seguir, veremos dois tipos de informações que podem ser inferidas: as pressupostas e as
subentendidas.
Pressupostos
Uma informação é considerada pressuposta quando um enunciado depende dela para fazer sentido.
Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: “Quando Patrícia voltará para casa?”. Esse enunciado
só faz sentido se considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos temporariamente – essa é a
informação pressuposta. Caso Patrícia se encontre em casa, o pressuposto não é válido, o que torna
o enunciado sem sentido.
Subentendidos
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
O uso de subentendidos faz com que o enunciador se esconda atrás de uma afirmação, pois não
quer se comprometer com ela. Por isso, dizemos que os subentendidos são de responsabilidade do
receptor, enquanto os pressupostos são partilhados por enunciadores e receptores.
Em nosso cotidiano, somos cercados por informações subentendidas. A publicidade, por exemplo,
parte de hábitos e pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a anedota é um gênero
textual cuja interpretação depende a quebra de subentendidos.
O significado das palavras, embora possa parecer algo fixo, não o é, já que a língua é viva: as
palavras nascem, crescem, evoluem, podem mudar de forma e de sentido e até desaparecer de
determinado idioma. A imaginação do homem também pode ampliar o significado de certa palavra e
ela deixa de significar apenas a ideia original, que é aquela básica e objetiva.
Na linguagem literária é bastante comum que algumas palavras apresentem mais de um sentido, indo
além dos significados que constam nos dicionários, sendo utilizadas em determinados contextos que
ampliam o seu sentido.
Conotação e denotação
Perceba que nas duas frases aparece a palavra “flor”. Mas elas estão empregadas em um mesmo
sentido? Não, certo? E qual é a diferença? Veja que, na primeira frase, a palavra “flor” está
empregada no seu sentido real, objetivo, literal, dicionarizado; já na segunda frase, o termo “flor”
aparece no sentido figurado, subjetivo, o que é muito comum na Literatura.
Na primeira frase, “flor” aparece no sentido denotativo; já na segunda frase, o termo é empregado no
sentido conotativo.
Denotação
Quando nós usamos as palavras no seu significado real, isto é, aquele que encontramos no
dicionário, estamos diante de uma linguagem denotativa. A linguagem denotativa não permite
múltiplas interpretações, e sim apenas uma, sendo voltada para a objetividade.
Nós encontramos a linguagem denotativa em vários textos do nosso cotidiano, como em uma
reportagem, entrevista, dentre outros.
O Carnaval de rua, tradição de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, vai reunir uma multidão nas
ladeiras de pedra em busca de diversão. A cidade tem um dos carnavais mais tradicionais de Minas
com festa para todos os gostos: shows de axé, samba, funk, pop rock, blocos caricatos, grupos de
percussão e as baladas nas repúblicas.
No palco principal, se revezam de sexta (13) a terça-feira (17) as apresentações de Jota Quest,
Sambô, Inimigos da HP, Biquini Cavadão e Wilson Sideral. Todas as tardes e noites, as bandas locais
Bartucada e BatCaverna fazem a alegria da galeria com sucessos em ritmo de Carnaval. (…) (Fonte:
R7)
Perceba que o trecho acima nos informa de algo que ainda vai acontecer, sendo passível de apenas
uma interpretação.
Conotação
Quando determinada palavra é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum, nós
estamos diante de uma linguagem conotativa. Além de ser bastante explorada na Literatura, a
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RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO DO AUTOR
Para demonstrar que tanto a conotação quanto a denotação são bastante exploradas no nosso dia a
dia, leia o exemplo a seguir:
Observe que, no exemplo acima, podemos interpretar o enunciado de duas maneiras: entender que
Marina sofreu algum acidente e fraturou o rosto, ou que ela não se deu bem em determinada
situação.
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EMPREGO DE RECURSOS EXPRESSIVOS
Efeito De Ironia
Construção de rodovia
Uma rodovia estava sendo construída em um vilarejo e um dos residentes sentou-se durante muitas
horas para assistir à realização das obras. Um homem aproximou-se dele:
- Olá, sou o engenheiro que realizou o projeto, o responsável pela obra e pelas máquinas.
- Olá, eu sou o morador do vilarejo.
- Pelo que pude notar, você nunca havia visto uma rodovia moderna ser construída. Diga-me, como
construíam estradas por aqui?
- Bem, quando queremos construir uma estrada entre um vilarejo e o seguinte, soltamos um burro
velho e o animal escolhe o caminho mais curto e mais seguro. É ali que construímos a nossa estrada.
- E o que fazem quando não há burros?
- Aí, chamamos um engenheiro.
Ironia
Leia a tirinha:
A análise do diálogo entre a galinha e a pata, na tira, deixa claro que, muitas vezes, as falas e os
textos não devem ser interpretados ao pé da letra.Isso fica evidente no último quadrinho, pois “um
pequeno iate, uma pequena mansão, uma pequena fortuna” deve ser entendida, no contexto da tira,
como uma afirmação irônica.
É frequente encontrarmos ironia em diferentes textos com os quais entramos em contato diariamente.
Para o desenvolvimento da nossa competência de bons leitores, é essencial que saibamos identificar
a ocorrência da ironia nos textos, pois somente assim seremos capazes de dar a esses textos a
interpretação pretendida pelo seu autor.
Observe o cartum:
O cartum é um gênero textual que tem como uma de suas características promover uma reflexão
crítica sobre situações políticas, econômicas e sociais da atualidade.
Espera-se que, em uma sociedade democrática, todos os cidadãos tenham direitos e deveres iguais.
No cartum, observa-se uma família de brasileiros pobres barrada à porta do Clube Brasil por não
serem “sócios”.
É irônico que brasileiros pobres, vivendo em um país supostamente democrático, não possam
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
EMPREGO DE RECURSOS EXPRESSIVOS
participar da “festa”. Esse termo, usado também em sentido irônico, leva a concluir que apenas os
privilegiados (os “sócios”) têm direito, em uma sociedade com grande desigualdade social, de fazer
parte do “clube da democracia” a que, constitucionalmente, todos deveriam ter acesso. O cartunista,
por meio da ironia, denuncia a existência no Brasil de diferentes “categorias” de cidadãos.
A ironia é um recurso muito utilizado por autores de textos literários. Em alguns casos, ela chega a
definir um estilo. É o que acontece com Machado de Assis. Nos seus romances, o grande escritor
brasileiro dirige um olhar claramente irônico para a sociedade do Segundo Reinado.Veja um exemplo:
“Óbito do autor”
Na cena, Brás Cubas narra seu próprio enterro. Quando fala dos poucos amigos que acompanharam
a cerimônia, destaca um dos “fiéis da última hora” que chegou a comparar o estado da natureza à
tristeza provocada pela morte de Brás. O comentário final do narrador revela a força da sua ironia e
desnuda os interesses do amigo “fiel”: “Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei”.
Essa observação obriga o leitor a reavaliar os motivos que levaram esse “amigo” a fazer um discurso
emocionado. Na verdade, era alguém movido somente por interesses financeiros (iria herdar algumas
apólices) e não por um sentimento sincero.
Em todas as obras de Machado de Assis são inúmeros os exemplos de observações como essa, o
que faz com que a ironia seja uma das características definidoras do seu estilo literário.
Humor
1. Considerando as falas das personagens no primeiro quadrinho, explique por que Hagar imagina
que o homem com quem conversa seria “sentimental”.
3. Qual pode ter sido a intenção do autor da tira ao mudar o foco do diálogo? Explique.
Uma das características que distinguem os seres humanos das demais espécies é a capacidade de
rir e de provocar o riso.
O Discurso Humorístico
Certamente você já ouviu e já contou piadas. Mas já parou para analisá-las? Já se perguntou o que,
nesse gênero textual, desencadeia o riso? Veremos, a seguir, que a raiz de humor das piadas liga-se
a duas situações: ao que é tematizado ou ao modo como a linguagem é utilizada:
O Presente
A mãe de Juca estava grávida e perguntou a ele o que preferia ganhar: um irmãozinho ou uma
irmãzinha.
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EMPREGO DE RECURSOS EXPRESSIVOS
Juca respondeu:
Na piada acima, o riso nasce da resposta inesperada dada pelo filho a uma pergunta da mãe. Trata-
se, portanto, de um humor gerado pela questão tematizada: a reação de filhos à notícia de que
“ganharão” um irmão ou uma irmã de “presente”.
Riso E Linguagem
Duplo sentido, interpretação literal de algo que precisa ser entendido em sentido figurado,
representações estereotipadas de variedades linguísticas estigmatizadas são recursos associados à
linguagem presentes em muitas piadas. Observe:
Haja coração!
A professora pergunta:
— Quantos corações nós temos?
O aluno:
— Temos dois, professora!
— Dois?
— Sim: o meu e o seu!
A graça desse texto está na interpretação que o aluno faz do pronome nós utilizado pela professora.
Em situações como essa, geralmente o pronome deve ser entendido como fazendo referência à raça
humana.
O aluno faz uma interpretação mais específica e entende que o pronome se refere a duas pessoas:
ele e a professora.
Verbos
O uso de recursos expressivos possibilita uma leitura para além dos elementos superficiais do texto e
auxilia o leitor na construção de novos significados. Nesse sentido, o conhecimento de diferentes
gêneros textuais proporciona ao leitor o desenvolvimento de estratégias de antecipação de
informações que o levam à construção de significados. Em diferentes gêneros textuais, tais como a
propaganda, por exemplo, os recursos expressivos são largamente utilizados, como caixa alta,
negrito, itálico, entre outros. Os poemas também se valem desses recursos, exigindo atenção
redobrada e sensibilidade do leitor para perceber os efeitos de sentido subjacentes ao texto. Vale
destacar que os sinais de pontuação, como reticências, exclamação, interrogação etc., e outros
mecanismos de notação, como o itálico, o negrito, a caixa alta e o tamanho da fonte podem expressar
sentidos variados.
A forma como as palavras são usadas ou a quebra na regularidade de seus usos constituem recursos
que, intencionalmente, são mobilizados para produzir no interlocutor certos efeitos de sentido. Entre
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tais efeitos, são comuns os efeitos de ironia ou aqueles outros que provocam humor ou outro tipo de
impacto. Para que a pretensão do autor tenha sucesso, é preciso que o interlocutor reconheça tais
efeitos. Por exemplo, na ironia, o ouvinte ou leitor devem entender que o que é dito corresponde, na
verdade, ao contrário do que é explicitamente afirmado. Um item relacionado a essa habilidade deve
ter como base textos em que tais efeitos se manifestem (como anedotas, charges, tiras etc.) e deve
levar o aluno a reconhecer que expressões ou que outros recursos criaram os efeitos em jogo.
Exemplo de item:
Continho
Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho. Na soalheira danada de meio-dia, ele estava
sentado na poeira do caminho, imaginando bobagem, quando passou um vigário a cavalo.
(D) “Ela não vai não: nós é que vamos nela”. (ℓ. 4)
Observações:
Sugerimos ao professor que, ao longo do processo de leitura, ofereça aos alunos o contato com
gêneros textuais que utilizem largamente recursos expressivos, como propagandas, reportagens,
quadrinhos, anedotas, entre outros, orientando-os a perceberem e analisarem os efeitos de sentido,
recorrentes nesses textos.
A habilidade que pode ser avaliada por meio de itens referentes a este descritor relaciona-se ao
reconhecimento, pelo aluno, dos efeitos provocados pelo emprego de recursos de pontuação ou de
outras formas de notação. O aluno identifica esses efeitos da pontuação (travessão, aspas,
reticências, interrogação, exclamação, entre outros) e notações como tamanho de letra, parênteses,
caixa alta, itálico, negrito, entre outros, e atribui sentido a eles. Com este item, podemos avaliar a
habilidade de o aluno utilizar estratégias de leitura que o levem a identificar o uso das reticências e o
efeito gerados por elas para o sentido do texto. Neste caso, o sinal de pontuação colabora para a
construção do sentido global do texto, não se restringindo ao aspecto puramente gramatical da
pontuação.
Exemplo de item:
Um passarinho me contou
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Um passarinho me contou
Um passarinho me contou
Um passarinho me contou
A pontuação usada no final do verso “e que o leão-marinho e a foca...” (ℓ. 20) sugere que o
passarinho
Observações:
O uso de recursos expressivos possibilita uma leitura para além dos elementos superficiais do texto e
auxilia o leitor na construção de novos significados. Nesse sentido, o conhecimento de diferentes
gêneros textuais proporciona ao leitor o desenvolvimento de estratégias de antecipação de
informações que o levam à construção de significados.
Em diferentes gêneros textuais, tais como a propaganda, por exemplo, os recursos expressivos são
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largamente utilizados, como caixa alta, negrito, itálico, etc. Os poemas também se valem desses
recursos, exigindo atenção redobrada e sensibilidade do leitor para perceber os efeitos de sentido
subjacentes ao texto.
Vale destacarmos que os sinais de pontuação, como reticências, exclamação, interrogação, etc., e
outros mecanismos de notação, como o itálico, o negrito, a caixa alta e o tamanho da fonte podem
expressar sentidos variados. O ponto de exclamação, por exemplo, nem sempre expressa surpresa.
Faz-se necessário, portanto, que o leitor, ao explorar o texto, perceba como esses elementos
constroem a significação, na situação comunicativa em que se apresentam.
Por meio deste descritor pode-se avaliar a habilidade do aluno em reconhecer os efeitos de ironia ou
humor causados por expressões diferenciadas, utilizadas no texto pelo autor, ou, ainda, pela
utilização de pontuação e notações.
Essa habilidade é avaliada por meio de textos verbais e não-verbais, sendo muito valorizado nesse
descritor atividades com textos de gêneros variados sobre temas atuais, com espaço para várias
possibilidades de leitura, como os textos publicitários, as charges, os textos de humor ou as letras de
músicas, levando o aluno a perceber o sentido irônico ou humorístico do texto, que pode estar
representado tanto por uma expressão verbal inusitada, quanto por uma expressão facial da
personagem. Nos itens do Saeb, geralmente é solicitado ao aluno que ele identifique onde se
encontram traços de humor no texto, ou informe por que é provocado o efeito de humor em
determinada expressão.
A Formiga e a Cigarra
Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a formiguinha
trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno. Não aproveitou nada do Sol,
da brisa suave do fim da tarde nem do bate-papo com os 5 amigos ao final do expediente de trabalho,
tomando uma cervejinha. Seu nome era “trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da cidade; não
desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o Sol, curtiu para
valer, sem se preocupar com o inverno que estava por vir.
1Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava começando. A
formiguinha, exausta, entrou em sua singela e aconchegante toca repleta de comida. Mas alguém
chamava por seu nome do lado de fora da toca. Quando abriu a porta para ver quem era, ficou
surpresa com o que viu: sua amiga cigarra, dentro de uma Ferrari,
– Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da minha
toca?
– Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu grana pra ir a Paris e
comprar essa Ferrari?
– Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um produtor gostou da
minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows em Paris... A propósito, a amiga
deseja algo de lá?
– Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro DIABO QUE O
CARREGUE!
MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho em demasia
só traz benefício em fábulas do La Fontaine”.
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A habilidade que pode ser avaliada por este descritor refere-se à identificação, pelo aluno, dos efeitos
provocados pelo emprego de recursos da pontuação ou de outras formas de notação, em
contribuição à compreensão textual, não se limitando ao seu aspecto puramente gramatical.
Essa habilidade é avaliada por meio de um texto no qual é requerido do aluno que ele identifique o
sentido provocado por meio da pontuação (travessão, aspas, reticências, interrogação, exclamação,
etc.) e/ou notações como, tamanho de letra, parênteses, caixa alta, itálico, negrito, entre outros. Os
enunciados dos itens solicitam que os alunos reconheçam o porquê do uso do itálico, por exemplo,
em uma determinada palavra no texto, ou indique o sentido de uma exclamação em determinada
frase, ou identifique por que usar os parênteses, entre outros.
Boa parte da população ocidental acredita que o mundo islâmico é aquela porção de países do
Oriente Médio que têm como idioma oficial o árabe. Por isso, são indevidamente considerados árabes
alguns países de maioria islâmica, mas que têm outros idiomas, como Turquia (línguas turca e curda),
Irã (persa), Afeganistão (pashtu e dari) e Paquistão (urdu e punjabi).
Existem atualmente cerca de 1,3 bilhão de muçulmanos no mundo, como são denominados os
adeptos do islamismo. A maioria vive na Ásia, onde essa religião nasceu e ganhou o mundo há cerca
de 1.400 anos. Da Ásia, os muçulmanos passaram para o norte da África - onde foram chamados de
mouros - e parte da Europa. Integraram-se com africanos, europeus das penínsulas ibérica e itálica e
outros povos. Hoje eles estão presentes também entre europeus, norte-americanos e até brasileiros.
O islamismo cresceu em número de adeptos muito mais fora do mundo árabe do que no local em que
a religião nasceu. Basta fazer uma comparação: os países islâmicos mais populosos, como a
Indonésia (com “apenas” 228 milhões de habitantes), o Paquistão (145 milhões), Bangladesh (131
milhões) e Nigéria (127 milhões) têm contingentes humanos muito maiores que o Egito (70 milhões),
país de maior população entre os árabes, seguido de longe pelo Sudão (36 milhões). Até a Índia,
majoritariamente hindu, tem aproximadamente 100 milhões de muçulmanos.
As aspas empregadas na palavra “apenas” (A . 15) foram usadas para dar a ela um sentido
irônico.
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crítico.
metafórico.
coloquial.
técnico.
Por meio deste descritor, pode-se avaliar a habilidade do aluno em reconhecer a alteração de
significado decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão, dependendo da
intenção do autor, a qual pode assumir sentidos diferentes do seu sentido literal.
Essa habilidade é avaliada por meio de um texto no qual o aluno é solicitado a perceber os efeitos de
sentido que o autor quis imprimir ao texto a partir da escolha de uma linguagem figurada ou da ordem
das palavras, do vocabulário, entre outros.
10
15
formalidade.
humor.
indiferença.
jovialidade.
seriedade.
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A habilidade que pode ser avaliada por meio deste descritor, refere-se à identificação pelo aluno do
sentido que um recurso ortográfico, como, por exemplo, diminutivo ou, aumentativo de uma palavra,
entre outros, e/ou os recursos morfossintáticos (forma que as palavras se apresentam), provocam no
leitor, conforme o que o autor deseja expressar no texto.
Essa habilidade é avaliada por meio de um texto no qual se requer que o aluno identifique as
mudanças de sentido decorrentes das variações nos padrões gramaticais da língua (ortografia,
concordância, estrutura de frase, entre outros). no texto.
Os direitos da criança
Toda criança tem direito à igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.
Toda criança tem direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e
justiça entre os povos.
Toda criança tem direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.
Toda criança tem direito à alimentação, moradia e assistência médica para si e para a mãe. Toda
criança tem direito a ser socorrida em primeiro lugar.
Toda criança física ou mentalmente deficiente tem direito à educação e a cuidados especiais. Toda
criança tem direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social. Toda
criança tem direito a ser protegida contra o abandono e a exploração no trabalho.
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Análise
Na tirinha que embasa esta questão, o sentido de humor aparece na última fala. Vale lembrar que o
cômico é decorrência de uma distorção. No primeiro balão, Romeu dá a impressão de querer saber o
que está oculto por trás do olhar de Dalila. Quando, em seguida, ela revela a tristeza que sente, ele
considera sorte, por não se tratar de conjuntivite. Ou seja, rimos porque o último quadrinho distorce o
aparente interesse de Romeu pelo olhar da Dalila.
Orientações
Trabalhe o gênero textual piada. Em geral, ela tem textos curtos, que apresentam diálogos e
exploram jogos de linguagem capazes de aprofundar a leitura e aguçar o espírito crítico e a
percepção das estratégias linguísticas para a produção de sentidos. Faça uma boa seleção,
apresente a todos, peça que leiam e expliquem o que nelas é engraçado.
O Encontro (fragmentos)
pra mim. Mas por que então o quadro se identificava, em todas as minúcias,
a uma imagem semelhante lá nas profundezas da minha memória?
15 Voltei-me para o bosque que se estendia à minha direita. Esse bosque
eu também já conhecera com sua folhagem cor de brasa dentro de uma
névoa dourada. "Já vi tudo isto, já vi... Mas onde? E quando?"
25 estes lugares e agora os encontro palpáveis, reais? Por uma dessas extraordinárias
coincidências teria eu antecipado aquele passeio enquanto
dormia?"
Sacudi a cabeça, não, a lembrança - tão antiga quanto viva - escapava
da inconsciência de um simples sonho.(...)
Na frase "Já vi tudo isso, já vi... Mas onde?" (l. 15), o uso das reticências sugere
(A) impaciência.
(B) impossibilidade.
(C) incerteza.
(D) irritação.
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Análise
Orientação
A piada também pode funcionar muito bem como material para desenvolver a habilidade referente a
esse descritor. A pontuação, nesse caso, é fundamental tanto para a compreensão do texto como
para orientar a sua oralização. Durante a leitura, deve-se procurar a entonação adequada para
produzir o efeito de humor desejado e a entonação pode variar de acordo com a pontuação.
As Amazônias
cortada pelo Amazonas, o maior rio do planeta. São mais de mil rios
desaguando no Amazonas. É água que não acaba mais.
No texto, o uso da expressão "água que não acaba mais" (l. 7) revela
(A) admiração pelo tamanho do rio.
(B) ambição pela riqueza da região.
(C) medo da violência das águas.
(D) surpresa pela localização do rio.
Análise
Toda escolha de termos implica uma interpretação e é essencial reconhecer os diferentes sentidos
deles em função da intenção do autor. Nesta questão, em que se pede o significado de "água que
não acaba mais", deve-se compreender a linguagem figurada. A autora admira o tamanho do
Amazonas e usa uma expressão hiperbólica para enfatizar o volume de suas águas.
Orientações
A leitura de textos jornalísticos é uma atividade excelente para trabalhar a habilidade. Explique que
muitos veículos afirmam buscar a objetividade, a imparcialidade e a neutralidade na transmissão das
notícias, o que é impossível porque a linguagem é carregada de pontos de vista e crenças de quem
produz o texto. Peça que a turma rastreie nas reportagens informações que podem ser consideradas
exatas e outras pessoais.
Reconhecer o efeito de sentido decorrente dos recursos ortográficos e/ou morfossintáticos (Descritor
19)
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EMPREGO DE RECURSOS EXPRESSIVOS
10 Você pode aprender muito sobre paciência estudando as raízes. Elas vão
penetrando no solo devagarinho, vencendo a resistência mesmo dos solos
mais duros. Aos poucos vão crescendo até acharem água. Não erram
nunca a direção. Pedi uma vez a um velho pinheiro que me explicasse
por que as raízes nunca se enganam quando procuram água e ele me
15 disse que as outras árvores que já acharam água ajudam as que ainda
estão procurando.
— E se a árvore estiver plantada sozinha num prado?
— As árvores se comunicam entre si, não importa a distância. Na verdade,
nenhuma árvore está sozinha. Ninguém está sozinho. Jamais. Lembre-se
disso.
No trecho "Ninguém está sozinho. Jamais. Lembre-se disso" (l. 15-16), as frases curtas produzem o
efeito de
(A) continuidade.
(B) dúvida.
(C) ênfase.
(D) hesitação.
Análise
Orientações
Uma boa estratégia é ler com a moçada textos literários. Nessas leituras, proponha a observação do
que o autor "diz" (o conteúdo do texto) e do "como ele diz" (a maneira como o texto está escrito e os
recursos da linguagem aplicados). É o uso especial das palavras pelo autor que torna o texto literário
artístico.
Colocar a pontuação – vírgula corretamente parece algo muito simples e realmente é, no entanto,
muita gente ainda se confunde e acaba cometendo erros graves ao utilizar a vírgula! Esse sinal
gráfico serve para colocar uma pequena pausa para o leitor no decorrer do texto, enumerar
sequências, introduzir uma especificação e muitas outras funções importantes.
Primeira regra: a vírgula deve aparecer sempre que houver uma noção de sequência. Ou seja,
quando você quiser colocar dois ou mais elementos juntos na oração, eles devem ser separados
entre si pela vírgula. Apenas antes do último elemento há uma alteração e ao invésda vírgula, usa-se
o aditivo “e”, como nos casos abaixo:
A vírgula também deve ser usada para isolar o vocativo, aquele termo que se refere ao interlocutor:
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Sempre que a frase tiver um aposto, ou seja, uma breve explicação sobre o substantivo ou pronome
anteriormente citado, ele deverá aparecer entre vírgulas. Observe:
A pontuação – vírgula também é imprescindível para isolar algumas conjunções, como o mas, porém,
no entanto, todavia, entretanto, contudo, pois, embora. A oração deve ficar da seguinte maneira:
Sempre quando um verbo ficar oculto em uma oração, porque está subentendido no contexto, a
vírgula também precisa ser colocada, por exemplo:
• Eu estudo Jornalismo. Ele, Direito. (ficou oculto o verbo “estuda” na segunda oração).
• Minha mãe comprou um par de sapatos. Eu, duas camisetas. (suprime-se o verbo “comprei” que
estaria na segunda oração).
Quando você for usar a expressão “e sim” ou “e não”, também precisa usar a pontuação – vírgula,
mas só uma vez, antes da expressão referida. Veja na prática:
Nos enunciados em que aparecem duas ou mais orações, sem que haja conjunções interligando-as
(orações assindéticas), essa será a função da vírgula. Entenda melhor abaixo:
• O professor saiu da faculdade naquele dia, viajou, pesquisou muito sobre o assunto e depois
documentou.
• O rapaz olhou a moça fixamente, imaginou sua vida, viajou nos pensamentos por alguns segundos
e voltou a si.
Sempre que você começar uma frase indicando tempo, lugar ou modo, a palavra que indique isso
deverá estar isolada pela pontuação – vírgula:
Algumas expressões que indicam exemplo, explicação ou conformação também precisam ser
isoladas por esse sinal gráfico. É o caso de “isto é”, “ou seja”, “com efeito”, “aliás”, “ou melhor”, “logo”
e outras. Veja como fica:
Por fim, no último caso regular de uso da vírgula, ela deve ser colocada antes do “e” dentro de
sujeitos formados por núcleos diferentes:
Todos esses casos citados acima demonstram o uso obrigatório da vírgula, para que esse sinal
gráfico possa colocar um “respiro” nos lugares corretos do enunciado, sem que haja alteração do
sentido que se pretende dar às orações.
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EMPREGO DE RECURSOS EXPRESSIVOS
Embora a teoria principal seja essa, a única forma de efetivamente aprender a usar a vírgula e todos
os outros sinais de pontuação é por meio da prática. Escrever constantemente, prestando atenção
em todos os sinais gráficos e analisando se eles estão sendo usados nos lugares certos.
Vale colocar todas essas normas sobre a pontuação – vírgula em um cartaz e pendurar no seu local
de estudos, para que possa consultar sempre que tiver alguma dúvida e, ao mesmo tempo, ir
assimilando as regras aos poucos, até que todas elas se tornem naturais e se incorporem
definitivamente ao seu processo de escrita.
Vírgula
Exemplos:
O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros.
OBSERVAÇÃO
Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos elementos da enumeração, a vírgula deve ser
empregada.
Exemplo:
Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e ria, e roía as
unhas.
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
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EMPREGO DE RECURSOS EXPRESSIVOS
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Os candidatos serão atendidos, das sete às onze horas, pelo próprio gerente.
Exemplos:
Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir.
Exemplos:
Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a irmã, que foi um acidente.
Exemplos:
Exemplos:
Respeitosamente,
Exemplos:
Marina, que é uma pessoa maravilhosa, levou todas as crianças para passear.
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EMPREGO DE RECURSOS EXPRESSIVOS
Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi escrito por Graciliano Ramos.
Exemplos:
Ponto
Exemplo:
A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era conservado
com primor.
Exemplos:
Ponto e vírgula
Utiliza-se o ponto e vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula, praticamente uma
pausa intermediária entre o ponto-final e a vírgula. Geralmente, emprega-se o ponto e vírgula para:
a) separar orações coordenadas que tenham certo sentido ou aquelas que já apresentam
separação por vírgula:
Exemplo:
Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma
doidivanas.
Exemplo:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
ensino;
Dois-pontos
a) uma enumeração:
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EMPREGO DE RECURSOS EXPRESSIVOS
Exemplo:
Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, o grito, o salto que deu, levado
de um ímpeto irresistível. (Machado de Assis)
b) uma citação:
Exemplo:
c) um esclarecimento:
Exemplo:
Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para
magoar Lucila.
Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de observações, notas ou exemplos.
Exemplos:
Observação: na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios: cedinho,
longinho, melhorzinho, pouquinho etc.
Nota: a preposição per, considerada arcaica, somente é usada na expressão de per si (= cada um por
sua vez, isoladamente).
Observação
Exemplos:
Querida amiga:
Prezados senhores,
Ponto de interrogação
Exemplos:
Ponto de exclamação
Exemplos:
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EMPREGO DE RECURSOS EXPRESSIVOS
Exemplos:
Oh!
No artigo da semana passada (Clique aqui para acessar o artigo), eu procurei esclarecer alguns
casos de emprego da vírgula, os mais básicos talvez, sem entrar muito no terreno, ‘tenebroso’ para
muitas pessoas, da análise sintática.
Desta vez vou discorrer sobre algumas situações em que o tal sinal pode alterar completamente a
mensagem e, se o emissor se distrair, pode acabar dizendo algo distinto daquilo que tinha em mente.
Nas redes sociais têm circulado algumas imagens que brincam exatamente com esse problema.
Observem uma delas:
Para a gramática normativa (aquela a que devemos obedecer nas redações, provas e concursos), a
frase ‘Vou ali comer gente’ não apresenta desvio. Temos um sujeito oculto (eu), uma locução verbal
(vou comer) funcionando como transitiva direta, um objeto direto (gente) e um adjunto adverbial de
lugar (ali). A questão é que nossa sociedade não admite a antropofagia, portanto ‘comer gente’ vai
ser moralmente e criminalmente condenável e para ser aceita pela sociedade a frase deveria estar
pontuada: “Vou ali comer, gente.”
Brincadeiras à parte, alguns exercícios gramaticais apresentam frases parecidas, cuja diferença
consiste graficamente na pontuação e solicitam que se aponte a diferença semântica (de sentido) e
sintática (de função dos termos) entre elas, como estas:
Ambas estão corretas, porém na frase I, Pedro funciona como vocativo, termo que chama a atenção
de um receptor para então passar a mensagem de que o gerente do banco havia ligado. Já na frase
II, Pedro funciona como sujeito, foi ele quem fez a ligação e o gerente do banco, termo isolado por
duas vírgulas, funciona como aposto, explicando quem é o Pedro.
Observe este outro caso de mudança de sentido, apenas alterando o emprego das vírgulas:
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EMPREGO DE RECURSOS EXPRESSIVOS
As palavras são exatamente as mesmas, mas temos dois enunciados completamente diferentes. Na
frase A, afirma-se que, de todos os funcionários, apenas os que fizeram greve foram demitidos, ou
seja, de um conjunto, apenas um subconjunto foi demitido. Do ponto de vista sintático, a oração “que
fizeram greve” é uma oração subordinada adjetiva restritiva (restringe uma parte do total).
Na frase B, a informação é outra: todos os funcionários fizeram greve e todos foram demitidos. A
oração “que fizeram greve” aparece agora entre vírgulas e, como vimos no artigo anterior, isso ocorre
quando essa informação é acessória, está ‘a mais’ e pode ser tirada, sem prejuízo da informação
principal. Do ponto de vista sintático é uma oração subordinada adjetiva explicativa.
Às vezes eu escuto alguns alunos falando: “Mas parece que a oração que explica é a que está sem
vírgula…” Neste caso, como diria aquele árbitro-comentarista de futebol, a regra é clara: sem
vírgulas, a oração é restritiva e a interpretação é ‘não são todos, apenas estes’; com vírgulas, a
oração é explicativa e a informação vale para todos.
E essa informação é relevante tanto para a leitura e interpretação de textos quanto para a resolução
de questões gramaticais. Observe esta questão da 2ª fase da Fuvest de alguns anos:
(FUVEST) Os meninos de rua que procuram trabalho são repelidos pela população.
Resolução:
b) A ausência de vírgulas frase original serve para instaurar o pressuposto de que nem todos os
meninos de rua procuram trabalho e aquele grupo que procura é repelido pela população. A oração
que procuram trabalho classifica-se como subordinada adjetiva restritiva.
Sinais De Pontuação
Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não consigam
reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram
estabelecer as pausas e as entonações da fala. Basicamente, têm como finalidade:
“Segundo a ótima definição de Júlio Ribeiro, pontuação é a ‘arte de dividir, por meio de sinais
gráficos, as partes do discurso que não têm entre si ligação íntima, e de mostrar do modo mais claro
as relações que existem entre essas partes’ ” (Napoleão Mendes de Almeida, Gramática Metódica da
Língua Portuguesa, p. 570).
“Com Nina Catach, entendemos pontuação um sistema de reforço da escrita, constituído de sinais
sintáticos, destinados a organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas
orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as funções da sintaxe, gramaticais,
entonacionais e semânticas” (Evanildo Bechara, Moderna Gramática Portuguesa, p. 604).
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EMPREGO DE RECURSOS EXPRESSIVOS
“A língua escrita não dispõe dos inumeráveis recursos rítmicos e melódicos da língua falada. Para
suprir esta carência, ou melhor, para reconstituir aproximadamente o movimento vivo da elocução
oral, serve-se da PONTUAÇÃO” (Celso Cunha & Lindley Cintra, Nova Gramática do Português
Contemporâneo, p. 625).
Levando em consideração as definições acima, podemos dizer que os sinais de pontuação têm por
finalidade assinalar as pausas e as entonações na leitura, separar palavras, expressões e orações
que precisam ser destacadas – e para fazer esclarecimentos a respeito de algo que se escreveu.
Na nossa linguagem diária usamos a entoação mas, na maioria das vezes, nem percebemos. Ela é
capaz de mudar o significado do que dizemos. Observe:
Ponto Final ( . )
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EMPREGO DE RECURSOS EXPRESSIVOS
Dois Pontos ( : )
O repórter disse:
Nota de esclarecimento:
Reticências (…)
Para indicar suspensão ou interrupção de pensamento. Para indicar hesitação. Para indicar ironia,
malícia ou qualquer outro sentimento que o autor não quer explicitar (Exemplo: Aqui jaz meu amigo.
Ele repousa e eu também…). Para dar tempo ao leitor para que ele reflita sobre o que foi escrito na
mensagem.
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EMPREGO DE RECURSOS EXPRESSIVOS
Não vou ficar aqui por que... por que... não quero problemas.
Aspas (” “)
No início e no fim de uma citação ou de um trecho/texto transcrito de uma obra. Para indicar o uso
proposital de um vício de linguagem. Nos nomes de obras. Em legendas. Para dar ênfase ou
destacar uma palavra, expressão ou frase. Se as aspas abrangem todo um trecho, elas devem ser
colocadas depois do ponto final desse trecho.
“Tudo começou com um telefonema da empresa, convidando-me para trabalhar lá na sede. Já havia
mandado um currículo antes, mas eles nunca entraram em contato comigo. Quando as seleções
recomeçaram mandei um currículo novamente”, revelou Cleber.
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Parênteses Ou Parêntesis ( )
Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: o verbo (núcleo verbal) e o predicativo
(núcleo nominal).
Os escândalos estão se proliferando (a imagem política do Brasil está manchada) por todo o país.
Vírgula ( , )
- para separar orações coordenadas sindéticas (introduzidas por conjunção e classificadas conforme
as conjunções que as introduzem), desde que não sejam iniciadas por e, ou nem.
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Observações:
“É fácil dar bons conselhos; segui-los sempre, custa mais.” (J. Nogueira).
Apartamento 80
Casa 26
Ponto E Vírgula ( ; )
Indica uma pausa mais longa que a vírgula, porém mais breve que o ponto final.
- para separar os itens de uma enumeração (relação) feita até o penúltimo item; para separar os
considerandos de uma lei ou de um decreto; num trecho em que ocorreram muitas vírgulas.
voz ativa;
voz passiva;
voz reflexiva.
- para aumentar a pausa antes das conjunções adversativas – mas, porém, contudo, todavia – e
substituir a vírgula.
O emprego da vírgula está condicionado a razões de ordem sintática. Dessa forma, a presença ou
não desse sinal de pontuação, além de ser fundamental para determinar a função sintática dos
termos na oração, é imprescindível no sentido da frase. Observe:
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O advogado do cantor, Sérgio Silva, requereu no Supremo Tribunal de Justiça a anulação da prisão
temporária de seu cliente.
O advogado do cantor Sérgio Silva requereu ontem no Supremo Tribunal de Justiça a anulação da
prisão temporária de seu cliente.
No primeiro exemplo, a presença das vírgulas indica que o nome do advogado do cantor é Sérgio
Silva e o nome do cantor é desconhecido por nós. Porém, no segundo exemplo, a ausência das
vírgulas indica que Sérgio Silva é o nome do cantor. Neste caso, o nome do advogado é
desconhecido por nós.
As duas orações são compostas das mesmas palavras, mas a pontuação diferente altera-lhes
substancialmente o sentido.
Na primeira, há uma frase declarativa, marcada pelo ponto final. O termo "João" é o sujeito da oração.
Na segunda, há uma frase interrogativa. A vírgula, após o termo "João", indica que ele funciona como
vocativo da oração.
A Vírgula Fatal
A czarina russa Maria Fyodorovna certa vez salvou a vida de um homem, apenas mudando a vírgula
de sua sentença de lugar. Muito inteligente, ela que não concordava com a decisão de seu marido,
Alexandre II, usou o artificio a seguir. O Czar enviou o prisioneiro para a prisão e morte no calabouço
da Sibéria. No fim da ordem de prisão vinha escrito: “Perdão impossível, enviar para Sibéria.” Maria
ordenou que redigissem nova ordem, e fingindo ler o documento original, mudou uma vírgula,
transformando a ordem em: “Perdão, impossível enviar para Sibéria.” E o prisioneiro foi libertado.
Pode parecer incrível, mas uma única vírgula causou uma confusão e prejuízo terrível para o governo
dos EUA. A história é a seguinte: Na lei de tarifa alfandegária aprovada pelo congresso em 6 de junho
de 1872, uma lista de artigos livres de impostos incluía: “plantas frutíferas, tropicais e semi-
tropicais”. Na hora de escrever o documento, um funcionário público distraído acrescentou sem
perceber uma nova vírgula, deixando o texto assim: “plantas, frutíferas, tropicais e semi-
tropicais". Isso fez com que todos os importadores de plantas americanos pleiteassem o direito de
importação livre de impostos. Isso causou uma fortuna em impostos aos cofres dos EUA, e a lei só foi
reescrita em 9 de maio de 1894. O desastrado funcionário público, ao que parece, não foi demitido.
O fascínio popular com erros de gramática valeu a Lynne Truss vários milhões de libras, quando seu
livro sobre pontuação, “Eats, Shoots and Leaves” – Uma frase encontrada num comentário sobre a
dieta dos pandas – chegou ao topo da lista de best sellers no Reino Unido e nos Estados Unidos nos
anos de 2003 a 2004 "Eats, Shoots and Leaves” com a virgula, significa “Come, Atira e Vai Embora”.
No documentário sobre Pandas, eles provavelmente queriam dizer sem a vírgula “Eats Shoots and
Leaves".O que significaria “Come Brotos e Folhas”.
A Vírgula Da Blasfêmia
A vírgula já causou embaraço também para os religiosos. Em várias edições da Bíblia do rei James,
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Lucas 23:32 é alterado inteiramente pela maldita vírgula. Não por ela, mas sim pela falta dela. Na
passagem que descreve os outros homens crucificado com Cristo, as edições erradas dizem: “E
havia mais dois outros malfeitores”. A falta da vírgula colocou Cristo como malfeitor na própria Bíblia.
O correto seria “E havia mais dois outros, malfeitores".
Duplo Sentido
Duplo sentido das frases é muito comum em escritas rápidas, como linguagem de Internet, por
exemplo, que frases enormes são formadas em sites de relacionamentos sem nenhuma ou qualquer
pontuação. Se lida por 4 pessoas, certamente teremos mais de 8 interpretações diferentes de um
mesmo texto.
Um simples erro de colocação de virgula matou Lucas um homem inocente. A vírgula, se mal
colocada, muda totalmente o sentido das frases, ela é um simples detalhe que determina as pausas
entre as frases para sua compreensão, que deve ser utilizada como uma ferramenta da língua com
cautela, afinal por menor que seja é um recurso enorme e é capaz de matar alguém!
Num reino muito antigo, há muitos anos atrás Lucas, um homem inocente morre! Lucas teria sido
condenado à forcapor suposta tentativa de homicídio, de uma moça da nobreza. Minutos antes do
enforcamento de Lucas o rei Robert recebe um pergaminho de Amélia uma espécie de delegada da
época, com os seguintes dizeres: "Homem bom não, mate-o!" Robert então deu o avaro para o
enforcamento de Lucas, com a certeza de que era culpado, com os dizeres escritos por Amélia.
Amélia quis salvar Lucas, mas um erro de colocação da vírgula acabou por enforcar um homem
inocente.O correto seria:"Homem bom, não mate-o!"
Verdadeiro sentido :
Os homem são com este pergaminho com uma vírgula no lugar errado, são capazes de se expressar-
se de diversas formas para expor seus sentimentos, assim pode forçar as pessoas a se questionarem
sobre estas expressões. O homem sabe utilizar as ferramentas figuras de linguagem para seu próprio
benefício, verbalmente; entretanto, muitas vezes, não é capaz de expor suas expressões
manuscritas, pois não consegue trabalhar de forma eficiente ao utilizar os sinais de pontuação.
As vírgulas em nossas vidas vêm para pausar a pressa que é a inimiga de nossa perfeição.
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5. E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
"Deixo os meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a
conta do alfaiate nada aos pobres".
Não teve tempo de pontuar - e morreu. A quem deixava ele a fortuna que
tinha? Eram quatro os concorrentes. Chegou o sobrinho e fez estas
pontuações numa cópia do bilhete:
"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres".
"Deixo os meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga
a conta do alfaiate. Nada aos pobres".
"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres".
"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será
paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres".
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Na 1ª fase, a ideia é de que a viagem foi feita apenas pelo filho e que o
olhar não partiu dele, enquanto que na 2ª frase a ideia é de que mãe e
filho estavam juntos e que o olhar dirigido a ela foi do filho.
"Um caçador tinha um cão e a mãe do caçador era também o pai do cão."
"Um caçador tinha um cão e a mãe. Do caçador, era também o pai do cão."
Observe:
Uma andorinha só não faz: verão!
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- após o uso dos advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase.
a) uma conjunção
b) um adjunto adverbial
c) um vocativo
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d) um aposto
ATENÇÃO
Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência:
Por Exemplo:
Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de "protestou".
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2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto).
Por Exemplo:
3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade,
consequência, por exemplo)
Por Exemplo:
antes da principal.
Por Exemplo:
Por Exemplo:
Termos aos quais queremos dar ênfase (geralmente pleonásticos), mormente quando na
ordem inversa:
Palavras de mesma categoria gramatical (sujeito composto, vários adjuntos, objetos diretos etc):
A noz, o burro, o sino, o preguiçoso, nenhum sem pancada faz seu ofício.
Uso da vírgula entre as orações do período: quanto à vírgula separando orações, devemos observar
que todas as orações costumam, salvo exceções, admitir vírgula entre si.
Observação: a oração intercalada pode vir também separada pelo duplo travessão e por parênteses.
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Observação: A oração subordinada adjetiva é aquela que desempenha função típica de um adjetivo,
atuando como adjunto adnominal em relação a um nome da oração principal.
Vem sempre associada a um nome e introduzida por um pronome relativo que, o qual (a qual, os
quais, as quais), quem, cujo (cuja, cujos, cujas), onde.
Oração subordinada adjetiva restritiva é aquela que, como o próprio nome já diz, restringe ou
particulariza o nome a que se refere a todos os elementos do conjunto.
Há um conjunto formado por todos os alunos; dentro desse conjunto há um subconjunto formado
apenas pelos alunos que passarem na prova; a informação dada pela oração adjetiva que passarem
na prova aplica-se apenas ao subconjunto: entende-se, portanto, que os demais alunos (os que não
passarem) não serão inscritos. Percebe-se então que esse tipo de oração adjetiva restringe, limita a
extensão do termo a que se refere (no exemplo dado, esse termo é o substantivo alunos); daí ser
classificada como oração adjetiva restritiva.
Já a oração subordinada adjetiva explicativa é aquela que não restringe nem particulariza o nome a
que se refere: apenas põe em evidência uma propriedade interpretada como pertencente a todos os
elementos do conjunto a que se refere.
Exs.: Proferiu o agonizante estas palavras: que nós não o devíamos abandonar.
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Recursos Ortográficos
Durante toda nossa trajetória enquanto seres aprendizes, passamos por determinadas etapas que
norteiam a prática da educação formal.
Quando adentramos no ensino médio, começa uma fase revisional de tudo aquilo que já travamos
contato durante as séries anteriores.
E é justamente nesse período que nos deparamos com a chamada Morfossintaxe.Ela nada mais é,
que a junção da Morfologia, a qual estuda as palavras de acordo com sua classe gramatical, e
a Sintaxe, onde o estudo centra-se na posição desempenhada pelas palavras em meio ao contexto
linguístico.
Diante disso, torna-se essencial nos inteirarmos completamente sobre o assunto, pois o mesmo é
muito requisitado em provas de vestibulares e concursos de uma forma geral.
Ao falarmos sobre morfossintaxe, devemos levar em consideração que uma mesma palavra
analisada sob a ótica morfológica pode assumir diversificadas funções quando analisada de acordo
com a sintaxe.
Logo, analisando o vocábulo “conhecimento” de acordo com a classe morfológica, estamos diante de
um substantivo abstrato.
Já em:
Devemos priorizar o conhecimento, a palavra “conhecimento” funciona como objeto direto, pois o
verbo priorizar é transitivo, e, consequentemente, requer um complemento.
Os alunos necessitam de conhecimento para obter bons resultados. Nesse exemplo, o vocábulo
exerce a função de objeto direto como sendo um complemento do verbo necessitar, que, via de regra,
exige a presença de uma preposição.
Gostaria que você saciasse a minha ânsia por conhecimentos. A palavra ”conhecimento” completa o
sentido de um nome - o substantivo “ânsia”, portanto, trata-se de um complemento nominal.
A Estilística é a parte dos estudos da linguagem que, como o próprio nome denota, preocupa-se com
o estilo. Nela, a linguagem pode ser utilizada para fins estéticos, conferindo à palavra dados
emotivos.
A linguagem afetiva é representada por esse importante recurso, no qual podemos observar os
processos de manipulação da linguagem utilizados para extrapolar a mera função de informar. Na
Estilística há um interessante contraste entre o emocional e o intelectivo, estabelecendo uma relação
de complementaridade entre seu estudo e o estudo da Gramática, que aborda a linguagem de uma
maneira mais normativa e sistematizada.
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Muitas pessoas ainda associam o estilo a uma ideia de deformação da norma linguística, o que não é
necessariamente uma verdade, visto que existe uma grande diferença entre traço estilístico e erro
gramatical. O traço estilístico acontece quando há uma intenção estético-expressiva que justifique o
desvio da norma gramatical. Já o erro gramatical não apresenta uma intenção estética, pois
configura-se apenas como um desconhecimento das regras.
⇒ Estilística fônica;
⇒ Estilística morfológica;
⇒ Estilística sintática;
⇒ Estilística semântica.
Para auxiliar na organização das palavras, tanto na linguagem escrita como na linguagem oral, a
Estilística ocupa-se do estudo dos elementos expressivos, abarcando assim a conceitualização e os
diversos usos das figuras, vícios e funções de linguagem. A partir da leitura de nossos artigos, você
poderá entender quão importante é a Estilística, um recurso amplamente utilizado em diversos
gêneros, especialmente na linguagem poética e na linguagem publicitária.
Os Campos Da Estilística
A Estilística, assim como todas as outras ramificações gramaticais, abrange todos os domínios da
uma língua; estuda todas as ocorrências linguísticas e em todas as suas situações pragmáticas. A
estilística está diretamente conectada com o indivíduo que produz um enunciado, utilizando o meio
que for preciso.
Sendo assim, os pesquisadores mostram os seguintes campos que compõem os estudos estilísticos
da linguagem:
Estuda o valor expressivo do som da língua. Vai para o nível fonético e toda a sua expressividade,
toda sua semanticidade e significação (ver Semanticidade e significação + na página da semântica).
Estuda o valor gramatical morfológico dos enunciados; tais como aquele plural convidativo (vamos
estudar?), plural de modéstia (nós, os realizadores deste evento...), o emprego expressivo de sufixos
(gentalha, gentalha! Plrrr...) etc.
Estuda o valor expressivo das construções dos enunciados; veja bem: CONSTRUÇÕES.
Estuda a, como diria Bechara, “significação ocasional e expressiva” das palavras. Um sub-campo dos
estudos das figuras da linguagem.
O Que É Estilística
A estilística é um recurso da linguística relacionado com o estilo da linguagem utilizada, tanto oral
quanto escrita. É o estudo da variação da língua para atribuir às palavras e frases sentidos emotivos
e estéticos. A estilística trabalha com o contexto no qual as palavras se inserem para identificar os
diversos sentidos. A escolha de um sinônimo em vez de outro, palavras que trazem significados que
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não são originalmente definidos para ela, a estilística é feita para explicar todas essas questões da
linguagem.O foco de estudo não são apenas as palavras, mas a forma como elas são organizadas,
não do mesmo jeito que a sintaxe as estuda, mas como são pronunciadas e em que posição
geográfica elas se encontram, como se organizam em relação ao texto e o tipo de escrita usada.
Todos esses fatores podem criar um diferente resultado de entendimento, segundo os estudos
estilísticos. Em resumo, a estilística é uma forma de se expressar usando a língua e ultrapassando
apenas o significado literal das palavras.
Uma característica da estilística é que ela pode passar por todos os outros estudos da linguagem e
formar recursos de expressão. Não necessariamente ele interage com um por vez, mas para facilitar
o estudo é melhor separá-los.
Estilística E Fonética
A fonética pode ser combinada com a estilística de diversas maneiras, como, por exemplo, pela
repetição de fonemas ao longo do texto. O uso de palavras que não possuem um significado exato,
pois são apenas reproduções gráficas de sons, também é fruto desta relação entre as áreas da
linguísticas. A sonoridade das palavras cria um certo ritmo para o texto que foge do estudo da
gramática.
Estilística E Morfologia
Estilística E Sintaxe
A sintaxe traz diversos recursos expressivos, podendo interagir com a estilística de várias maneiras.
Uma delas é retirar os conectivos de uma oração para desacelerar o ritmo, ou repeti-los para
acelerar. Os recursos sintáticos podem produzir diversos sentidos numa oração, dar ênfase, igualar a
língua escrita com a oral, entre diversos outros objetivos.
Estilística E Semântica
A semântica trabalha com os significados das palavras, e usando-a como recurso expressivo, é
possível fazer com que uma palavra tenha um significado que não pertence a ela, mas no contexto
seja possível perceber ao que se refere. Essa mistura de semântica e estilística gera várias figuras de
linguagem, entre elas a metáfora e a metonímia.
Elementos Da Estilística
O estudo aprofundado da estilística a diversos outros assuntos é importante para a expressão e para
entender melhor não só a literatura, mas qualquer obra que carregue um mínimo de expressão. São
itens pertinentes à estilística:
Figuras de Linguagem: São recursos estilísticos que utilizam aspectos fonólogicos, sintáticos ou
semânticos para auxiliar a expressão do emissor.
Funções de Linguagem: São formas que a linguagem assume a partir da adoção de recursos
estilísticos que conferem a ela certas características que a tornam adequada para determinadas
finalidades.
Para mostrar um pouco das relações entre morfossintaxe, semântica e estilística, tomaremos primeiro
um dos parágrafos de crônica de João do Rio (1994, p. 16), publicada no livro Momento Literário:
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A Arte não é, como ainda querem alguns sonhadores ingênuos, uma aspiração e um trabalho à parte,
sem ligação com as outras preocupações da existência. Todas as preocupações humanas se
enfeixam e misturam de modo inseparável. As torres de ouro e marfim, em que os artistas se
fechavam, ruíram desmoronadas. A Arte de hoje é aberta e sujeita a todas as influências do meio e
do tempo: para ser a mais bela representação da vida, ela tem de ouvir e guardar todos os gritos,
todas as queixas, todas as lamentações do rebanho humano. Somente um louco – ou um egoísta
monstruoso – poderá viver e trabalhar consigo mesmo, trancado a sete chaves dentro do seu sonho,
indiferente a quanto se passa, cá fora, no campo vasto em que as paixões lutam e morrem, em que
anseiam as ambições e choram os desesperos, em que se decidem os destinos dos povos e das
raças...
A intenção do autor é falar da Arte em seus aspectos contemporâneos e em suas ligações com o
meio e o tempo. Ele quer contestar a opinião dos que colocam a Arte num espaço à parte. A solução
sintática adotada reforça essa dupla pretensão: primeiro, encabeçando o parágrafo com o sujeito “a
Arte” para definir o que ela “não é”; segundo, acrescentando logo após o sujeito o argumento a ser
derrotado (para isso nada melhor do que o sintagma “sonhadores ingênuos”).
A mesma estratégia morfossintática usada na junção de “se enfeixam e misturam” é repetida no longo
período que encerra o trecho. Essa passagem mostra duas vezes o uso da conjunção aditiva “e” para
marcar outra intrínseca ligação de verbos: poderá viver e (poderá) trabalhar // as paixões lutam e
morrem.
No desfecho do período, a mesma conjunção “e” volta a dar paralelismo à construção subordinada,
ligando dois segmentos em ordem inversa (anseiam as ambições + choram os desesperos),
estrategicamente colocados numa sucessão que se vale da locução relativa “em que”: no campo
vasto em que as paixões lutam e morrem, em que anseiam as ambições e choram os desesperos, em
que se decidem os destinos dos povos e das raças...
Enfaticamente repetidas na sequência final, as orações ligadas por “em que” mostram a combinação
da ordem direta do primeiro trecho (em que as paixões lutam e morrem) com a já mencionada ordem
inversa
dos três últimos (em que anseiam as ambições e [em que] choram os desesperos, em que se
decidem os destinos dos povos e das raças...).
Tudo isso atua como um reforço discursivo dos argumentos oracionais adjetivos, pois as paixões
lutam e morrem, as ambições anseiam, os desesperos choram e os destinos dos povos e das raças
se decidem... Observamos nessa série final a presença de verbos cujos significados são nucleares
para a compreensão do trecho: lutar, morrer, ansiar, chorar e decidir-se.
O coroamento do ponto de vista do autor sobre as relações da Arte com a realidade e com a
sociedade está representado nessa sequência qualificativa, pois toda ela se refere ao “campo vasto”
de que fala João do Rio. O mesmo “campo vasto” a que ele chama de “cá fora” e para o qual
ninguém pode ficar indiferente, exceto um louco ou um egoísta monstruoso.
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O segundo exemplo a ser examinado é um belo poema sobre nossa língua. Seu autor, Adriano
Espínola (2001, p. 13), é um poeta contemporâneo nascido no Ceará, que já publicou vários livros de
poesia e antologias.
Língua-Mar
É a Língua Portuguesa, a que primeiro transpôs o abismo e as dores velejantes, no mistério das
águas mais distantes,
que a nau dos sonhadores-navegantes atravessa a caminho dos instantes, cruzando o Bojador de
cada dia.
Ó língua-mar, viajando em todos nós, No teu sal, singra errante a minha voz.
Vejamos a estrutura sintática desse verso, comparando a ordem usada no poema com a ordem
direta:
Notamos diferenças estilísticas entre ambas. Aparentemente, o poeta fez apenas uma inversão entre
o sujeito e o adjunto adverbial, mas devemos reparar que o predicativo “errante” continua à direita do
verbo intransitivo, na posição habitual dentro do predicado verbo-nominal. O poeta não optou por
começar a frase pelo predicativo e dizer: “Errante, a minha voz singra no teu sal” (ordem inversa
encabeçada pelo predicativo).
Se lembrarmos que a topicalização é o processo que antecipa um termo para dar-lhe destaque (aqui
é o adjunto adverbial de lugar “no teu sal” o termo topicalizado), podemos dizer que o sujeito “a minha
voz”, colocado como o último sintagma do poema, é uma espécie de topicalização ao contrário, pois é
inegável que se concentra nessa expressão um componente-chave no poema, ou seja, a voz do
poeta.
Os versos de Espínola são bastante expressivos e nos oferecem material para falarmos também da
coocorrência de parataxe e hipotaxe no âmbito do período. Não podemos deixar de considerar que a
construção dos sentidos de um texto depende fundamentalmente da capacidade de seu autor
relacionar e concatenar as ideias de maneira inteligível para o leitor. Para que esse trabalho seja
bem-sucedido, é necessário dominar as articulações que existem entre os termos da oração e entre
as orações do período. Mas essa articulação não é apenas sintática. Também é semântica, pois é
preciso dar sentido ao que se escreve, e é estilística, pois deve resultar numa resposta afetivo-
impressiva por parte do destinatário.
Voltemos ao poema de Adriano Espínola para destacar o segundo período do texto, que vai do verso
cinco ao verso oito. Ei-lo de novo:
É a Língua Portuguesa, a que primeiro transpôs o abismo e as dores velejantes, no mistério das
águas mais distantes, e que agora me banha por inteiro.
No início de Língua-Mar, o poeta tinha nos dito que a língua em que navega como marinheiro é
aquela que chega até ele em ondas incessantes. Esse primeiro período nos diz quem é o sujeito da
segunda
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frase. Afinal, essa língua em que navego como marinheiro (trecho da primeira frase do poema) é a
Língua Portuguesa (trecho da segunda frase do poema).
Isso quer dizer que o sujeito do verbo “ser” que inicia o segundo período está sintaticamente oculto,
mas discursivamente claro: é “ela” (a língua em que navego). Ou seja: a língua em que navego é a
Língua Portuguesa, a que primeiro transpôs o abismo e as dores velejantes, no mistério das águas
mais distantes, e que agora me banha por inteiro.
Essa rearrumação sintática nos permite revelar a operação semântico-estilística de ênfase pretendida
pelo poeta: a língua em que ele navega é a Língua Portuguesa. Com isso temos mais uma chave
para explicar o título que escolheu para sua poesia, “língua-mar” (ela transpôs o abismo e as dores
velejantes, ela fez esse percurso no mistério das águas mais distantes e ela agora me banha por
inteiro).
Na segunda parte dos versos que estamos analisando, vemos um pronome demonstrativo importante
para a estrutura da frase. É o demonstrativo A, empregado em “a que primeiro transpôs o abismo e
as dores velejantes” (AQUELA que primeiro transpôs o abismo e as dores velejantes). A operação de
identificação semântica desse demonstrativo nos levará ao substantivo ao qual ele se refere (a =
aquela = língua).
Reparamos aqui, além disso, que o demonstrativo está acompanhado de um pronome relativo “que”
(aquela A QUAL primeiro transpôs o abismo). Isso nos revela a oração adjetiva restritiva: “que
primeiro transpôs o abismo e as dores velejantes, no mistério das águas mais distantes”. Orações
adjetivas são qualificações em forma de oração. Observamos então como o poeta faz a série
qualificativa da Língua Portuguesa, a língua em cuja proa das vogais e das consoantes ele navega.
Colhemos esses dados apenas na segunda frase do poema, que transcrevemos ainda há pouco.
Três são as qualificações para a Língua Portuguesa, todas introduzidas por pronomes relativos. A
primeira, em que navego, se refere ao próprio substantivo língua. Foi a informação dada pela primeira
frase do texto: “a língua em que navego”.
O que temos de interessante nesse trecho do poema? Para o estudo morfossintático e semântico-
estilístico do texto importam duas coisas que estão combinadas: o poeta usou a conjunção aditiva “e”
para interligar as duas qualificações dadas ao demonstrativo “aquela”.
Não há oração coordenada aqui, mas duas subordinadas iguais em tudo, dependentes do
demonstrativo. Falamos, neste caso, em duas orações subordinadas adjetivas restritivas,
coordenadas entre si.
Em consequência dessas preferências sintáticas, nossa observação nos mostrará também que, ao
longo do poema, Espínola segue nessas qualificações que vinculam a Língua Portuguesa ao que ele
mesmo sente e ao que ela mesma representa, na sua dimensão de língua-mar.
As três qualificações desse trecho são relevantes para a temática do texto. Senão vejamos:
e, por fim
A construção dos significados de um texto não se dá por obra do acaso, pois ele (o significado) não é
uma entidade e sim uma relação, mas não é propriamente uma relação entre um item lexical e um
objeto do mundo, mas uma relação entre uma expressão linguística e algo não linguístico (cf.
Henriques, 2011b, p. 121). No caso do poema de Adriano Espínola, temos em suma: língua, mar,
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Para encerrar, vejamos outro tipo de texto, a letra de uma canção composta por João Bosco e Aldir
Blanc. Ela vai nos servir para ilustrar mais um pouco como podem ser ricas as combinações de nossa
língua- mar.
E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos A lua tal qual a dona do bordel
Chupavam manchas torturadas, que sufoco louco! O bêbado com chapéu coco fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil, meu Brasil
(...)
A gravação que Elis Regina fez de “O Bêbado e a Equilibrista”, um dos maiores sucessos de João
Bosco, foi incluída em 1979 no LP “Linha de Passe”. Aldir Blanc é o autor de seus versos, compostos
durante um dos períodos mais conturbados da história do Brasil: a ditadura militar. A primeira parte
da música descreve metaforicamente o cenário da época, a noite do Brasil.
No trecho que transcreveremos a seguir, Aldir faz referência explícita a um dos exilados políticos
daqueles tempos de insaudosa lembrança: o sociólogo Betinho, irmão do cartunista Henfil. A
campanha pela abertura estava no auge, e a Lei da Anistia acabaria sendo assinada naquele mesmo
ano.
(...)
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete Chora a nossa pátria mãe gentil
Mas sei que uma dor assim pungente não há de ser inutilmente A esperança dança na corda bamba
de sombrinha
É nesse contexto político que se coloca a manifestação dos compositores quando dizem que o Brasil
sonhava “com a volta do irmão do Henfil, com tanta gente que partiu num rabo de foguete”. Mas a
música contém uma mensagem de otimismo, de confiança para o povo brasileiro. Isso fica
evidenciado nos versos finais, que falam na esperança dançando na corda bamba, mas sempre se
equilibrando para que o show possa continuar.
Como dissemos há pouco, a letra nos mostra o cenário da época. Ele é descrito com metáforas bem
expressivas e estruturas frasais que combinam a hipotaxe e a parataxe. A paisagem é contraditória,
um pouco bêbada, um pouco equilibrista. Por exemplo: ao dizer que “a tarde caía” parece que vamos
ouvir uma corriqueira mensagem romântica, mas não é o que acontece, pois a tarde caía feito um
viaduto. Como negar a pertinência da comparação entre o cair da tarde e o cair de um viaduto –
menção indireta a um acidente de graves consequências ocorrido no Rio de Janeiro nos anos 70 (a
queda de um trecho do elevado Paulo de Frontin durante sua construção)?
Logo em seguida, a canção faz uma citação a Carlitos. Outra vez parece que teremos uma ideia
singela a partir do “adorável vagabundo” do cinema. Outra vez o autor nos surpreende, pois quem
traz a lembrança de Carlitos é um bêbado trajando luto.
Tudo segue nesse contraste original. A lua é comparada a uma dona de bordel, pois cobra pelo brilho
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de aluguel de cada estrela. E logo em seguida encontramos a imagem das nuvens como um mata-
borrão do céu chupando manchas torturadas, que cria uma alegoria metonímica à paisagem
brasileira dos anos de chumbo, um sufoco louco!
Toda a construção desses sentidos contraditórios, no pequeno longo trecho que inicia a canção,
ocorre a partir de escolhas sintáticas propícias para isto.
E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos A lua tal qual a dona do bordel
Estivéssemos aqui fazendo um estudo específico de análise sintática, teríamos de ver quantos verbos
há nesse período. Cinco deles estão escritos: caía, trajando, lembrou, pedia e chupavam. E, se
quiséssemos identificar os conectores oracionais, veríamos a conjunção “e” duas vezes, a conjunção
comparativa “feito” (sinônima de “como”) e a locução comparativa “tal qual”. Além disso, também seria
preciso lembrar que toda comparação tem dois componentes e, portanto, os dois conectores
comparativos introduzem orações cujos verbos estão subentendidos:
A lua pede a suas estrelas um brilho de aluguel, tal qual a dona do bordel faz.
Na contagem feita nos moldes de uma análise sintática tradicional, contabilizaríamos então sete
verbos e sete orações. Essas são as marcações de praxe para se analisar a estrutura de um período
– e cabe esclarecer que consideramos esse trecho todo como um único período por conta da
interpretação que escolhemos. Como se trata de poesia, a ausência dos sinais de pontuação nos
oferece a possibilidade de fazermos essa leitura.
Mas voltemos ao nosso esquema para examinar agora as relações sintáticas interoracionais.
Essa oração está quebrada em duas partes por causa da oração reduzida “trajando luto” (equivalente
a “que trajava luto”), adjetiva restritiva – eis aí a quarta oração, “trajando luto”, igual a “que trajava
luto”
A quinta começa em “A lua” e continua em “pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel”
A quinta oração também está quebrada, mas agora por causa da antecipação da oração comparativa
“tal qual a dona do bordel (faz)” – e a sexta é estaA última das sete é a que começa na conjunção E:
“E nuvens lá no mata-borrão do céu chupavam manchas torturadas, que sufoco louco!”
O período combina orações adverbiais comparativas (as duas que têm verbos subentendidos), uma
oração adjetiva reduzida de gerúndio (o verbo é “trajando”) e orações coordenadas sem conjunção
(duas assindéticas) ou iniciadas pela conjunção “e” (duas sindéticas aditivas). Cada uma das três
subordinadas obviamente tem a sua principal, e isso significa que o trecho tem três orações
principais.
Nossa conta não pode passar de sete orações, mas precisamos lembrar que as relações sintáticas
são binárias. Por isso, nossa conta de somar tem de chegar a um número par. Revendo nossos
cálculos matemático-sintáticos, teremos o seguinte resultado: 03 principais + 03 subordinadas + 02
assindéticas + 02 sindéticas = 10.
Dez orações? Não! Dez respostas! É preciso lembrar que o trecho que analisamos continha orações
acumulando funções. Vejamos de novo o esquema:
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“Caía a tarde” se relaciona com “feito um viaduto (cai)” = a primeira oração é principal da segunda,
que é subordinada adverbial comparativa.
Mas...
“Caía a tarde” também se relaciona com “E um bêbado me lembrou Carlitos”. A relação que há entre
essas duas orações é de independência sintática e está marcada pela conjunção aditiva “e”. Nesse
caso, acrescentamos à classificação da primeira oração que ela é coordenada assindética da
terceira. E esta é coordenada sindética aditiva da primeira.
Mas...
“E um bêbado me lembrou Carlitos” também se relaciona com “trajando luto”. Agora temos uma
relação de dependência entre essas duas orações: “trajando luto”, ou seja, “que trajava luto”, é uma
oração subordinada adjetiva restritiva. Nesse caso, acrescentamos à classificação da terceira oração
que ela é principal da quarta.
E assim prosseguirá a análise, mostrando outra dupla sindética aditiva e assindética e outra dupla de
principal e adverbial comparativa.
A quinta oração é “A lua pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel”, coordenada assindética da
sexta, “E nuvens lá no mata-borrão do céu chupavam manchas torturadas, que sufoco louco”, que é
coordenada sindética aditiva da quinta.
Mas...
A quinta oração também é principal de “tal qual a dona do bordel (faz)”, que é sua subordinada
adverbial comparativa.
Se juntarmos os primeiros comentários que fizemos sobre “O Bêbado e a Equilibrista” com os últimos,
poderemos perceber que, embora usando palavras diferentes, focalizamos as mesmas questões.
Nos versos finais, se experimentássemos juntar esses dois modos de observar as tramas do texto,
poderíamos alcançar conclusões sobre os contatos entre morfossintaxe, semântica e estilística.
(Meu Brasil)
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete Chora a nossa pátria mãe gentil
Mas sei que uma dor assim pungente não há de ser inutilmente A esperança dança na corda bamba
de sombrinha
O compositor diz que o Brasil (o seu Brasil, não o da ditadura) sonha com a volta dos exilados
políticos (Betinho, irmão do Henfil, é a metonímia da liberdade). Há também a referência às lágrimas
da mãe gentil dos filhos deste solo que partiram num rabo de foguete. Os períodos desse trecho não
são longos: o primeiro termina em “foguete”; o segundo termina em “pode se machucar”; e o terceiro
segue até o desfecho que se abre na certeza de que o show (a luta) de todo artista (de todo
brasileiro) não pode ser interrompido, tem que continuar.
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