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Abstract: This paper is concerned with the teaching of reading, interpretation and text
production. The studants’ texts, written according to an “integrated” teaching proposal,
are compared with others, written according to a “traditional” teaching proposal. The
results show more efficiency in the integrated teaching proposal.
Introdução
1 Pressupostos teóricos
1.2 Leitura-interpretação
Tal concepção de leitura se opõe à prática autoritária comum em sala de aula “que
parte do pressuposto de que há apenas UMA maneira de abordar o texto e UMA
interpretação a ser alcançada.” (KLEIMAN, 1995:23). “A maioria dos professores de
português trabalham com texto assim:
1) Motivação do aluno, através de uma conversa sobre o assunto geral do texto;
2) Leitura silenciosa, sublinhando as palavras desconhecidas;
3) Leitura em voz alta, por alguns alunos, ou por todos os alunos, em grupo;
4) Leitura em voz alta, pelo professor;
5) Elaboração de perguntas sobre o texto, por parte do professor, como “Onde ocorreu a
estória“ “Quando? “ “A quem? “ e outras perguntas sobre elementos explícitos
6) Reprodução do texto (ou outra atividade de redação ligada ao tema do texto)”
1.3 Integração
2. Metodologia
O professor pode ativar os conhecimentos prévios dos alunos, fazendo com que
estes falem sobre suas experiências relacionadas com o conhecimento desejado. Por
exemplo, se o texto a ser lido for a história de Chapeuzinho Vermelho e o objetivo de
leitura a ser dado for produzir um cartaz com os cuidados que se deve ter ao andar na rua, o
professor pode ativar os conhecimentos prévios desejados fazendo os alunos falarem sobre
suas experiências, diretas ou indiretas, (casos conhecidos, notícias de jornais, filmes, TV,
casos ouvidos, etc.), relacionadas com acidentes ocorridos com crianças na rua, como
atropelamento, ataques de cachorros, seqüestros, contatos com loucos, etc. O professor deve
deixar as crianças falarem sobre tais conhecimentos durante uns vinte minutos. Neste ponto,
espera-se que todos os alunos estejam com seus conhecimentos prévios sobre acidentes na
rua ativados, isto é, em sua “consciousness”.
(b) Antes de dar o texto a ser lido, o professor deve indicar o objetivo da leitura,
uma vez que “objetivos e interesses que possuímos ao ler determinam a compreensão da
leitura. Tradicionalmente, na escola, o aluno é levado a ler sem saber para que lê. Isto
acarreta sérias conseqüências na formação do leitor. Assim, estabelecer objetivos na leitura
leva o indivíduo a refletir e controlar conscientemente o conhecimento, (...) Quando o
objetivo da leitura é claro e consciente para o leitor, ele exercitará estratégias de seleção de
dados, de informações relevantes que o texto dispõe e que se relacionam com suas
pretensões”. (MECb, 1995: 15). No exemplo dado acima, para a história de Chapeuzinho
Vermelho, o objetivo de leitura pode ser: produzir um cartaz, a ser exposto na escola, sobre
os cuidados que uma criança deve ter ao andar na rua.
(f) Após produzir o texto, o aluno deverá lê-lo, com o objetivo de reescrever trechos
menos claros ou ambíguos. Deve-se evitar neste ponto que o aluno dê atenção excessiva a
questões de ortografia. A leitura para reescrita inclui também ortografia, mas não é seu
objetivo principal.
A qualidade dos textos foi analisada quanto aos seguintes aspectos: coerência,
coesão, compreensão do texto lido, criatividade e constituição do sujeito.
A aplicação das propostas foi feita sempre nas escolas com a presença de cerca de
70 professores, participantes das oficinas do Projeto Pró-Leitura. Isto cria uma situação
“estranha” para os alunos e prejudica a espontaneidade com que deve ser conduzida a
aplicação. Tentou-se diminuir este efeito negativo, “explicando” aos alunos que aqueles
professores estavam ali fazendo uma determinada campanha nas escolas.
Em alguns casos, os alunos foram convocados à escola em dias e/ou horários não
habituais, para que fosse feito o experimento. Isto se constitui em um fator negativo a mais,
com reflexos nos resultados.
A primeira aplicação das duas propostas foi feita com duas turmas de quarta série da
escola pública “Brasília Baraúna”, em Itabuna:
Quadro 1: Qualidade dos textos produzidos por alunos da escola “Brasília Baraúna”,
em Itabuna
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Outra aplicação das duas propostas foi feita em duas turmas de 5a. série, na escola
Paulo Américo, em Ilhéus.
Quadro 2: Qualidade dos textos produzidos por alunos da escola “Paulo Américo”,
em Ilhéus
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Numa escola municipal de Una, as propostas foram aplicadas em duas turmas de 4a.
série.
Quadro 3: Qualidade dos textos produzidos por alunos de uma escola municipal em
Una
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Quadro 4: Qualidade dos textos produzidos por alunos de uma escola municipal, em
Itabuna
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4. Considerações finais
Podemos reunir os resultados acima num quadro único, com as médias aritméticas
das porcentagens encontradas:
Os resultados até agora encontrados mostram uma qualidade superior nos textos
produzidos por alunos, trabalhados na Proposta Integrada. Essa qualidade é analisada aqui
quanto aos aspectos: coerência, coesão, compreensão do texto lido, criatividade e
instituição do sujeito.
Por outro lado, este trabalho não é capaz de mostrar diferenças de qualidade em
leitura, interpretação, análise lingüística, oralidade e outras, causadas pelas duas propostas
de ensino-aprendizagem.