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1 2 2 ---------- Língua Portuguesa: Linguística Aplicada — Helena Feres Hawad & Maria Teresa Tedesco

I UMIDADE 13

ESTRATÉGIAS DE ENSINO DE LEITURA PARA 0 ENSINO BÁSICO


13.1 0 texto como ponto estratégico da aula de leitura
Não se pode contestar que o trabalho didático eficaz com textos é a
condição única para que o processo ensino-aprendizagem em língua portuguesa,
considerando leitura/escrita/análise linguísitica, seja concretizado de forma a
desenvolver a proficiência dos estudantes. 0 texto se presta a um sem-número
de possibilidades de trabalho que não só podem, mas devem associar o prazer
da leitura ao desenvolvimento da reflexão crítica, passando pela aquisição de
conhecimentos específicos da área de linguagem e, outros mais abrangentes,
das diversas áreas de conhecimento.
Para que o trabalho pedagógico, orientador do processo ensino-aprendizagem,
alcance sucesso, é necessário pensá-lo a partir de algumas perguntas:

1. Objetivos: Para que estou ensinando?


2. Conteúdos: 0 que tenho de ensinar?
3. Metodologia: Como ensinar?
4. Estratégias: Quais as estratégias a serem utilizadas para atingir os
objetivos traçados?

Responder a essas perguntas é fazer planejamento - empreender uma


ação reflexiva sobre nossa prática docente - , visando ao sucesso na consecução
de nossos objetivos.

Nesta Umdade, refletiremos sobre o que desejamos alcançar no trabalho


de leitura em sala de aula. Se nosso objetivo com essa prática é contribuir para
a formação de um sujeito leitor capaz de decodificar os textos da cultura, lendo
criticamente a realidade que o cerca, melhor garantindo seus direitos, isso implica,
antes de tudo. ajudar o aluno a adquirir a consciência de que a leitura pode lhe
confenr esse poder é preciso, para tanto, colocar o estudante em permanente
contato com os textos de diferentes gêneros, possibilitando-lhe que perceba

a. sua função social.


b. sua função cultural;
c. sua finalidade;
d as estratégias utizadas para dizer.
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Tendo em vista que nosso objetivo é tanto motivar o aluno à leitura quanto
torná-lo um leitor crítico, os textos a serem trabalhados deverão abranger a maior
variedade possível: textos literários e não literários, jornalísticos, publicitários. É
importante que os estudantes percebam o quanto os textos fazem parte da vida
de todas as pessoas na sociedade, e que a leitura é uma atividade cotidiana, parte
integrante de sua realidade. Isto significa dizer que a leitura não é uma atividade,
apenas, escolar. Assim como cabe à escola mostrar aos alunos que aprender a fazer
contas é necessário para as atividades diárias, inclusive profissionais, das pessoas,
cabe a ela, também, conscientizar os estudantes de que a habilidade de leitura é
imprescindível para o convívio social e para o exercício pleno de sua cidadania.

É importante sabermos olhar a matéria-prima das aulas de língua


portuguesa - os textos - com olhos conscientes de que todo texto é produzido
com alguma intenção, pertence a algum gênero e é passível de se tornar objeto
de estudo, nem que seja para crítica e melhor desenvolvimento ou simples deleite,
considerando o prazer da leitura que é algo fundamental para todo esse processo.

Faz-se necessário definirmos que textos podem ser estes, onde encontrá-los
em um país no qual muitas cidades não contam com livrarias e muitas escolas
carecem de ser bem equipadas. Esses possíveis obstáculos, tais como escolas
sem bibliotecas e salas de leitura e sem bons livros à disposição de alunos
e professores, não devem ser vistos como problemas. Embora esta não seja a
situação ideal - por isso devemos lutar para equipar as escolas com livros e
lugares para a leitura há alternativas. Podemos recorrer a jornais e revistas, por
exemplo. Estes não precisam ser novos. Podem ser recebidos pela escola como
doação de terceiros.

Um exercício muito importante para a atividade pedagógica como


professores de leitura é a nossa ação no lidar com o texto. Precisamos ser leitores
em potencial, para que possamos conhecer diferentes textos, diferentes autores,
diferentes fontes e, desta forma, podermos selecionar adequadamente os textos
para a nossa prática pedagógica. A cada texto com o qual nos defrontamos,
devemos pensar em sua potencialidade para apresentação deste aos nossos
estudantes. Quando pensamos na escolha de textos para o trabalho em sala de
aula, devemos pensar sobre a finalidade com que vamos apresentar aquele texto
à turma, por que inserimos aquele(s) textos(s) em nosso planejamento, de que
forma os recursos da língua são utilizados a serviço dos propósitos comunicativos
do texto. Com este cuidado, encontraremos material de trabalho a cada passo, ou
melhor dizendo, a cada olhar.
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Uma pergunta que perpassa o aspecto da formação de leitores é como


despertar em nosso estudante o interesse pela leitura, como torná-lo, de fato,
um leitor. O meio de fazer isso é a motivação, inicialmente, com textos que façam
parte da realidade do estudante, estando afeitos a seus interesses, pelo menos,
inicialmente. Devem ser proporcionadas atividades que os auxiliem a entender
o que leem, de forma reflexiva e crítica, e nisso sintam o prazer que advém
naturalmente dessa prática.

A seleção de textos para o trabalho em sala de aula tem de levar em conta


diversos aspectos para que estes atinjam as finalidades esperadas e despertem
o interesse dos alunos. Ou seja, todo texto se presta a algum tipo de trabalho.
A questão é determinar quais textos servem para quais tipos de trabalho. For isso,
temos de ser leitores, temos de ter um repertório de leitura bastante grande.

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13.2 Etapas fundamentais para o desenvolvimento de estratégias de leitura

Embora reconheçamos ser uma escolha perigosa pelo fatc de poder


ser entendida como um prontuário, uma prescrição a ser seguida, optamos por
apresentar uma proposta de organização para as atividades de leitura. É preciso
entender, entretanto, que a maneira como cada projeto, cada atividade de leitura
se articula depende, pelo menos, dos objetivos que precisamos atingir em
nossa prática pedagógica, considerando nosso planejamento para cada ano de
escolarização com o qual estamos trabalhando, bem como o projeto pedagógico
da escola.

Propomos que as estratégias de leitura estejam firmadas em quatro


procedimentos, independente do que está sendo indicado para leitura. Cada
um dos procedimentos tem objetivos definidos, entendendo-se que o conjunto
deles, na prática diária de sala de aula, contribuirá para levar o es:udante ao
entendimento extratexto e intratexto, além de levá-lo a descobrir, paulartinamente,
o prazer da leitura. As etapas podem ser assim definidas: Atividades iniciais;
Atividades textuais; Atividades interdisciplinares; Atividades autorais. Considera-se
que •sejam procedimentos que servem tanto para uma leitura mais longa, ccmo um
romance, por exemplo, como para a leitura de um conto, uma narrativa mais curta.
Passemos à relação dos procedimentos e seus objetivos.
Unidade 13 1

PROCEDIMENTOS OBJETIVOS

' 1. Atividades iniciais • Incentivar a leitura, aguçando a curiosidade


sobre o texto e sua temática.
• Contextualizar o leitor para a leitura a ser feita.
• Demonstrar a função social e cultural da feitura
indicada.

2. Atividades textuais • Estudar o texto propriamente dito, trabalhando


a compreensão do nível mais superficial ao nível
mais profundo.
• Reconhecer as estruturas morfossintáticas e
semânticas que levam ao entendimento do.
projeto de dizer do autor.
• Identificar os recursos estilísticos que
determinam o estilo do autor.
• Oferecer os recursos para que o estudante
possa desenvolver sua própria interpretação do
texto.

I 3. Atividades • Favorecer as relações do tema principal do


| interdisciplinares texto com outras áreas de conhecimento.
• Relacionar a problemática do texto à realidade
que vivemos, à realidade do leitor.
• Desenvolver a capacidade crítica e a criatividade, ■
considerando aS redes de conhecimento.

4. Atividades autorais • Proporcionar ao leitor a oportunidade de escrita


com autoria, ao produzir textos, afeitos à
temática do texto estudado. !

i
• Desenvolver a produção de textos, considerando
as novas estruturas morfossintáticas e textuais-
aprendidas. ....-

Entende-se que as estratégias de leitura aqui apresentadas se constituem


em um processo tanto para o estudante quanto para o professor que não é preparado
em sua formação para um olhar dessa natureza-com o texto.'Certamente a mudança
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de uma metodologia mais tradicional para estratégias mais inovadoras não se


dá em um único passo. Por isso, preconiza-se que o ponto de partida é o texto.
As estratégias devem, apenas, possibilitar a descoberta e o aprofundamento da
leitura. Desta forma, na dúvida, opte pelo texto, por aquilo que é dito ao leitor.

13.3 Aplicando as etapas fundamentais de estratégias de leitura

A fim de esclarecer como as estratégias, efetivamente, podem ocorrer


em uma atividade didática, propomo-nos a fazer um exercício de aplicação.
Vamos retomar o texto história de Flor-de-Lis apresentada na Unidade 11 de forma
crítico-analítica. Pretendemos mostrar uma alternativa de abordagem textual,
considerando as estratégias de leitura que vimos expondo. Por isso, caso não
se lembre da história, volte à Unidade 11 e releia o texto, fragmento do livro
Os Colegas, de Lygia Bojunga Nunes. Retomemos os procedimentos e seus
objetivos.

1. Atividades Iniciais
• Contextualizar o leitor para a leitura a ser feita.

Considerando que este é um fragmento de um livro, é importante que


os estudantes sejam incentivados a ler o livro Os Colegas, uma narrativa que
tem como personagens, animais, que vivem as situações humanas, com seus
problemas, as soluções, bem como as relações humanas tão necessárias em
nossas vidas. Caso o leitor não tenha essa referência, a leitura não será completa
para o leitor. Aliás, este é um problema já apontado na Unidade 11. Para esta
contextualização, duas informações são imprescindíveis: apontar que é um
pequeno fragmento de uma narrativa maior; indicar a narrativa, no caso, o livro
com sua temática.
• Incentivar a leitura, aguçando a curiosidade sobre o texto e sua
temática.

Pretende-se com este objetivo afirmar que o leitor que conhece o texto pode
e deve incentivar outros leitores à leitura do texto. Não temos esta atitude quando
indicamos um amigo para assistir a um filme de que gostamos, ou a uma peça
de teatro, ou ao último capítulo da novela? Não somos contagiados por opiniões de
pessoas próximas a nós, quando decidimos a compra de algo que estamos em
dúvida? O gosto pela leitura tem de ser contagiado. A utilização de estratégias de
marketing e propaganda poderá nos ajudar nessa empreitada.
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[
m

• Demonstrar a função social e cultural da leitura indicada.

No caso da narrativa Flor-de-Lis, pode-se levar o estudante a entender que


a temática desenvolvida no texto é fundamental do ponto de vista sociocultural.
Questões que demonstram esta função:

De que forma os animais devem ser tratados? Podemos esquecer


a natureza das pessoas por conta de um capricho, um desejo
individual?

0 tema do livro Os Colegas está centrado no preconceito social. É


importante levar o leitor a entender que a narrativa traz subjacente ao enredo
aspectos fundamentais para as relações sociais. É evidente que o leitor pode
chegar a essas conclusões na leitura do texto. Entretanto, se essas informações
não são acenadas ao leitor, não se enseja a possibilidade "deste encontrar sentido"
no que vai ler. Por se tratar de um texto literário, cabe iniciar a leitura entendendo
seu caráter universal. Desta forma, amplia-se o significado original do texto.
Fornecer estas informações ao final do "trabalho escolarizado do texto", conforme
tradicionalmente se faz, é dificultar ou impossibilitar uma oportunidade de o leitor
aprofundar a compreensão do texto, estabelecendo múltiplas relações, modelando
a sua própria leitura do texto.

2. Atividades textuais

Entende-se que essa é a maior dificuldade do trabalho com a leitura em


sala de aula. Em sentido estrito, pode-se dizer que estes procedimentos são as
ferramentas reais para desenvolver a proficiência de leitura dos estudantes
em todos os níveis de escolarização. Apresentamos na Unidade 11 os graves
problemas encontrados no material didático. Para efeitos de nossos objetivos
nesta unidade, propomos uma possível solução para os problemas apontados.
Voltemos aos três problemas fundamentais.'

1 . 0 texto que serve de base para as perguntas de compreensão é um


fragmento de um livro e, nesse caso, peca porque não fornece ao leitor
o todo da história, apenas uma parte, que tem começo, meio e fim. é
verdade, mas cuja descontextualização adultera a estrutura original da
obra e seu sentido mais global, (p. 106)
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Possível Solução: Antes de apresentar a história, fazer um pequeno


resumo, contextualizando o episódio apresentado.
0 texto que você vai ler, agora, é um episódio que marca o encontro
de três dos protagonistas do texto Os Colegas, de Lygia Bojunga
Nunes. Desesperada, sufocada pelo tratamento que recebe de sua
Dona, Flor-de-Lis foge de casa, anda sem destino e chega até a praia.
Os cachorros Virinha e Latinha estão passeando na praia, quando
reparam que uma cachorrinha que espirra muito entra no mar, tirando
suas finas roupas, pulseiras e brincos. Eles a observam e se aproximam
para entender o que está acontecendo. Na verdade, acham tudo muito
estranho. Ela diz que não está doida, mas que precisava tomar aquela
atitude. Curiosos, os dois cachorros se apresentam e pedem que ela
conte sua história e o que a levou àquela atitude desesperada.
Vamos ler o que Flor-de-Lis contou aos novos amigos.
A História de Flor-de-lis

[...]

2. As ilustrações contribuem sobremaneira para essa adulteração,


considerando o sentido global da obra. A ilustração leva o leitor, que não
conhece a obra na íntegra, a imaginar que a "conversa" ocorne entre vários
animais.

Possível Solução: Como a ilustração induz a erro, indicamos como


solução a ilustração original: os dois cachorros e a cachorra Flor-de-Lis.
Unidade 13

3. Os "exercícios de interpretação" propostos não apresentam nada de


"interpretativo", preocupando-se, somente, com as informações explícitas
do texto.
£ntende-se que este é o maior problema no trato-do texto quando se pensa
em desenvolvimento de proficiência leitora. Como já dissemos, as questões de
compreensão estão centradas na explicitude do texto, o que minimiza qualquer
abordagem textual. Optou-se por fazer um minucioso levantamento, considerando
•três aspectos, a saber: a estrutura textual, os recursos linguísticos e os estilísticos.
Considera-se que o exposto para esses três aspectos são imprescindíveis para
o efetivo entendimento do texto. Postula-se, ainda, que uma abordagem voltada
para esta perspectiva de análise de texto em aulas de leitura e escrita em língua
materna contribuirá de forma contundente para o desenvolvimento de
leitores/escritores proficientes. Passemos à indicação dos itens fundamentais para
a leitura da História de Flor-de-Lis.

A estrutura textual

• Analisar as marcas do texto narrativo: a sequência de fatos,


por exemplo; os verbos no imperfeito.
• Analisar a subjetividade do texto: o narrador narra o que aconteceu
consigo mesmo. Narrativa em primeira pessoa. (Verbos e
pronomes) (Texto autobiográfico)
• Analisar o discurso direto do texto: narrador/personagem se
superpõem. Marcas da fala do personagem: uso das aspas.

As marcas morfossintáticas e semânticas

• t3 uso do superlativo na fala da Dona, ao entrar na loja. A


reprodução da fala da Dona com o uso dos adjetivos é a única
(e preciosa) pista que o leitor tem para caracterizar a Dona para
o leitor.
• A repetição da expressão "Vivia me enchendo", iniciando três
parágrafos, que denota a saturação da protagonista, seu
desespero, pois a repetição dá ênfase a esse sentimento.
• A repetição das expressões "Puxa / Puxa Vida / Isso não é vida",
que realça a opinião da protagonista em relação ao fato relatado,
reforça a ideia de saturação ante a situação vivida.
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• As expressões que marcam uma proximidade entre os


interlocutores, indicando, também, que está contando algo que
lhe aconteceu.
• As expressões que marcam a oralidade do texto: "E aí", "pra",
"olha só".
• A pontuação, especialmente, as reticências para marcar seu
grande questionamento, sua crise de identidade, causada pelos
"maus-tratos" da dona; o uso das aspas para marcar o discurso
direto.

Os recursos estilísticos

• A repetição de palavras e expressões como formas de


intensificar o relato, o pavor, denunciando os "infindáveis"
maus-tratos.
• O uso de diminutivos, mostrando a fragilidade e delicadeza da
protagonista.
• 0 uso das marcas de oralidade, reforçando a informalidade e
simplicidade da situação em que os protagonistas se encontram.
Marcas de uma narrativa oral.
• O uso dos superlativos na voz da Dona, formas que denotam
certa soberba, contrastando com a simplicidade na fala dos
Colegas.

3. Atividades interdisciplinares

Estas atividades visam à ampliação de conhecimentos do leitor,


demonstrando que a leitura não é isolada. 0 conhecimento se dá por redes, por
entrelaçamentos. Portanto, o que se aprende nas diferentes disciplinas deve ser
utilizado para o entendimento amplo de diferentes situações.
Favorecer as relações do tema principal do texto com outras áreas dé
conhecimento.

O episódio sobre o qual fazemos as sugestões suscita várias relações


e questionamentos: 0 conceito de certo e errado; bonito e feio; adequado
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e inadequado, bom e ruim; ético e não ético, aceitação e não aceitação,


preconceitos na sociedade, tratamentos adequados a animais de estimação;
questões de saúde, dentre outras tantas problemáticas. Portanto, na leitura do
fragmento, em uma aula de leitura, podemos estabeleceras redes de conhecimentos
com as Ciências Sociais, a Filosofia, a Sociologia, a Biologia.

• Relacionar a problemática do texto à realidade que vivemos, à


realidade do leitor.

Partindo do exposto acima, a discussão sobre os diferentes pontos


suscitados deve ser trazida para a realidade do leitor, levando-se em conta sua
opinião, agora avalizadas por todo o processo de discussão travado sobre o tem a.
Nesta perspectiva, os leitores terão condições, fugindo do mero "achismo", de
discutir sobre a violência e o tratamento que deve ser dispensado aos animais, por
exemplo.

4. Atividades autorais

Esta atividade visa a proporcionar ao leitor a oportunidade de escrita com


autoria, ao produzir textos, afeitos à temática do texto estudado.

Considerando o caráter indissociável da leitura e da escrita, reconhecendo


que é preciso estudar os gêneros discursivos porque dessa forma estamos
estudando a língua, o trabalho de leitura deve culminar com a produção textual.
Apresentamos abaixo duas sugestões de produção de texto, respeitando os
objetivos da unidade reestruturada.

1. Imagine-se como a Dona (ou o Dono) de Flor-de-Lis. Escreva uma


narrativa, contando a duas amigas sobre a compra da nova cachorrinha
e seus planos para viver com ela. Seja coerente com as características
da personagem na história.

2. Faça de conta que você tem um animal de estimação. Você, agora,


é ele, seu animal de estimação. Conte a seus colegas como é a sua
vida com o seu dono. Atenção: Você pode ter uma vida bem diferente
da de Flor-de-Lis.
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Conclusão

D eseja-se exemplificar, com o exposto nesta unidade, que, ao falarmos


em estratégias de leitura, estamos nos referindo a procedimentos regulares de
abordagem dos textos. Esses procedimentos não devem encaroerar o leitor
na leitura do professor ou do material didático utilizado nas aulas de língua
portuguesa, Enfatizamos que o método de trabalho que pauta essa metodologia de
ensino perpassa a informação explícita, aprofunda as relações semânticas do texto
nas suas impficitudes, alastrando, portanto, a temática principal e as secundárias
do texto às outras áreas de saber. Dessa forma, estaremos dando largos passos
para a form ação de leitores nas escolas brasileiras.

For fim , cabe lembrar que estratégias de leitura e desenvolvimento de


habilidades são importantes, mas não são suficientes para a realização do ato
de leitura. N ã o podemos esquecer que o leitor é o sujeito da leitura, por isso aciona
estratégias próprias, operações realizadas ou porque tem claros objetivos em
mente ou objetivos dos quais nem sempre tem consciência. Por isso, a pergunta
primeira serrçpre deve ser: Por que estou fazendo (indicando) esta leitura?

Atividades

1. Seguindo os procedimentos apresentados, especificamente, o n.° 2 -


Atividades textuais - , elabore questões de compreensão dc texto em
estudo, considerando os itens descritos para a abordagem textual.

2. Volte aos exercícios de interpretação selecionados nas atividades da


Unidade 1 1 , a exemplo do que se indicou, nesta Unidade, como solução
para o s problemas encontrados, busque soluções para os exeraícios que
você seíecionou, considerando os quatro procedimentos.

3. Escolha um texto, indique uma série e elabore uma aula de leitura do texto,
considerando o exposto nesta Unidade.

Referências

BOJUNGA, Lygia. Os colegas. Ilustrações de Gian Calvi. 51.ed. Rio de Janeiro:


Casa Lygia Bojunga, 2008.

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