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ENCONTRO DE FORMADORES LOCAIS

Encontro de 06 e 07 de novembro
FORMADORA
Profª. Me. Maira Gledi Freitas Kelling Machado
PRODUÇÃO DE TEXTOS ESCRITOS NA ESCOLA:
A LINGUAGEM EM FUNCIONAMENTO
Por que é tão difícil
aprender a escrever?

Pesquisas mostram que o fracasso escolar


(múltiplas repetências, abandono da escola e
baixo rendimento escolar) está intimamente
ligado ao fracasso na aprendizagem da
linguagem escrita.
Principais tarefas da Escola:

ENSINAR A LER E ESCREVER


Para:
• que as pessoas exerçam seus direitos;
• possam trabalhar e participar da sociedade com
cidadania;
• se informar;
• aprender coisas novas ao longo de toda a vida;
Para Rojo, um dos objetivos principais da
escola é justamente possibilitar que seus
alunos possam participar das várias
práticas sociais que se utilizam da leitura
e da escrita (letramento) na vida da cidade,
de maneira ética, crítica e democrática.
Do ponto de vista do ensino da língua escrita,
há que se levar em conta as práticas de
letramento que fazem parte das
experiências dos alunos, pois diferentes
grupos sociais possuem diferentes práticas
de leitura e escrita.
A escola está ligada à existência de
saberes objetivados. É papel social da
escola ensinar a falar e a escrever
segundo as regras gramaticais,
ortográficas e estilísticas.
A Escola deve • Contato com
diversificados tipos de
proporcionar: textos;
• Contação de histórias;
• Observação de adultos
lendo e escrevendo;
• Uma rotina de trabalho
variada e estimulante;
• Muito incentivo dos
professores e da família;
É importante lembrar que o conhecimento
da linguagem oral e escrita é fator para o
sucesso escolar em todas as áreas e suas
diferentes disciplinas, uma vez que o
processo de ensino é centrado na dialogia,
ou seja, no intercâmbio verbal.
 Nessa concepção, o primeiro ano de
alfabetização era considerado como
puramente instrumental.
Eram seguidas duas etapas distintas:
1
A criança fazia os
exercícios, copiava e
memorizava as
correspondências
entre sons e letras.
Elas raramente liam
ou escreviam textos;
2 Após a completa “aquisição” do sistema de
escrita, é que elas começavam a escrever textos
de forma dirigida.
Novo olhar para a linguagem e seu ensino

[...] defendemos que a


apropriação do sistema de
escrita alfabética pode e
deve dar-se
concomitantemente à
apropriação de textos
escritos.
Em uma perspectiva interacionista sociodiscursiva,
Schneuwly considera que a atividade de linguagem,
na produção de textos, desenvolve-se por meio de um
conjunto de operações mentais, que são realizadas em
três níveis:
Primeiro nível: define os parâmetros que vão
orientar o escritor.

O que tenho para dizer?


Para quem vou falar ou escrever?
Com que objetivo?
Em que circunstâncias?
Em que condições meu texto será
ouvido/lido?
Segundo nível: representa um sistema de controle
interno e linguístico, dependente do primeiro,
mas autônomo em grande medida

Nesse nível o escritor pergunta:

 Como vou dizer?


Terceiro nível: é entendida como um conjunto de
operações que se destinam a transformar em
texto o que foi pensado.
Em resumo: a produção de um texto, seja ele
oral ou escrito, demanda que a criança
consiga responder a questões como:
 O que falar/escrever?
 Para que? Para quem?
 Como posso dizer?
1SENSIBILIZAÇÃO 2EXPLORAÇÃO DO TEMA

3 OFICINA DE
4
REESTRUTURAÇÃO
PRODUÇÃO
1 ANÁLISE DAS
2 SELEÇÃO DAS
POSSIBILDADES DE
PRODUÇÕES INTERVENÇÃO

3 4
PLANEJAMENTO DA
ESCOLHA PROPOSTA DE
TRABALHO
A revisão do texto não deve se limitar à
releitura final, mas sim distribuída ao
longo da sua produção. Desta maneira
constata-se que a revisão e reescrita de textos
são inerentes à produção textual.
Na produção textual dos alunos, é importante
o professor assuma o papel de leitor dos
textos, ainda que também como revisor
implicado nessa produção, mas não como
alguém que vai apenas corrigir.
Procedimentos importantes para
a prática alfabetizadora:

a - O bom uso do tempo em sala de aula,


intercalando atividades de alfabetização e de
letramento, com o planejamento de atividades
individuais e coletivas;

b - A valorização da oralidade no processo de


aprendizagem da escrita;
Procedimentos importantes para
a prática alfabetizadora:

c - As atividades diárias de leitura de textos


pelo professor e pelas crianças;

d - Atividades rotineiras de escrita de textos;

e - Uso de atividades lúdicas e de materiais


diversificados;
Procedimentos importantes para
a prática alfabetizadora:

f - Registro atento dos progressos das crianças


(avaliação diagnóstica) como parâmetro para o
planejamento de novas aprendizagens;

g - Estabelecimento de rotinas como forma de


garantir a variedade e experiências e o
atendimento aos diferentes componentes
curriculares.
Princípios didáticos gerais para o ensino da produção
textual

É fundamental que o professor:


a - Planeje situações de escrita com finalidades
claras e diversificadas e com explicitação dos
interlocutores do texto;
b - Realize atividades prévias à escrita do texto
(discussões, leituras, vídeos explanação, etc.)
garantindo conhecimentos sobre o tema e sobre o
gênero textual a ser utilizado;
Princípios didáticos gerais para o ensino da produção
textual

c - Crie situações de planejamento geral dos


textos (antecipadamente) e também de
planejamento em processo;

d - Ajude a criança a realizar a releitura-


revisão de seu texto durante o processo e,
também, na versão final do texto.
1
Necessidade de os professores avaliarem a
importância de sua atuação na sala de aula de modo
que garanta a realização de atividades de
aprendizagem dirigidas para a reconstrução, no plano
interindividual, das relações entre sons e letras;
2
O professor que atua diretamente com as crianças deve
estar atento aos esforços delas na busca da apropriação da
linguagem escrita, sem querer que passem por etapas
determinadas a priori. O modo como as crianças se
apropriam da linguagem escrita depende da intervenção
do professor.
3
Temos observado que o diálogo é essencial para que
ocorra a aprendizagem: o diálogo que a criança
estabelece com os colegas, com o professor, considerando
um interlocutor privilegiado, pois possui informações e
conhecimentos que ajudarão a criança a aprender [...]
Quem não lê é cego. Só vê o que os
olhos vêem. Quem lê, ao
contrário, tem muitos milhares de
olhos: todos os olhos daqueles que
escreveram.
Rubem Alves

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