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1. Introdução
Este artigo traz uma proposta de trabalho que pode auxiliar o professor no ensino de
língua portuguesa, um dos principais aspectos presente neste trabalho é a capacidade de fazer
com que o aluno desenvolva a criticidade e a capacidade de interação argumentativa a partir
do gênero textual artigo de opinião fazendo uso de músicas regionais, esse gênero é o artigo
de opinião, o qual não reflete opinião de seu veículo, mas sim do seu autor, motivo pelo qual
sempre deve ser assinado motivo esse que é um dos elementos que justifica a escolha desse
gênero. Quando o aluno chega a produzir seu próprio texto ele tem a liberdade de se
posicionar acerca do assunto que estar sendo abordado. Um dos fatos destacado é que, esse
tipo de artigo sempre deve abordar temáticas atuais de relevância social por esse motivo o
esse trabalho tem o intuito de servir de suporte para que o educando tenha a capacidade de
retratar fatos de sua vivência diária, fazendo uso dos recursos da norma culta, e também é um
incentivo para o conhecimento de estudos futuros.
Portanto buscou-se produzir uma sequência didática que contemplasse as necessidades
envolvendo a produção de textos escritos e argumentativos que atenda aos interesses dos
alunos do 9 ano do ensino fundamental. Partindo do uso desses elementos optou-se,
primeiramente, por levar ao aluno a compreender o que é o gênero artigo de opinião e qual a
sua importância para o ensino em sala de aula; após essa apresentação da situação propõe-se
ao aluno fazer uma reflexão sobre a importância de se posicionar através da opinião; tendo
por base a leitura, escrita e oralização o professor instruirá os alunos produzirem um texto
dissertativo-argumentativo a partir da interpretação da letra das músicas regionais dos grupos
musicais “Remansinho e Engole Cobra”.
Após essa produção textual e da interpretação e análise minuciosa das músicas o aluno é
levado a exercitar sua capacidade produtiva através da produção de um artigo de opinião para
que ele demonstre ao professor sua capacidade de produção tanto escrita quanto discursiva,
por isso, com intuito de se chegar a uma conclusão satisfatória, esse trabalho foi organizado
de maneira sistemática. Assim, este trabalho busca como objetivo central o desenvolvimento
da capacidade da escrita, da leitura e do discurso de forma crítica, despertando no aluno um
senso crítico para que ele saiba se posicionar diante do contexto social em que está inserido.
1.1 Oralidade, Leitura e Escrita
Quando falamos com os amigos ou familiares utilizamos a linguagem informal,
constituída por marcas da oralidade, seja abreviações, erros de concordância, gírias, expressão
menos prestigiadas, prosódias. Importante notar que historicamente, a fala precede a escrita,
ou seja, a escrita foi criada a partir da comunicação entre os homens bem como da necessidade
de registro. Claro que a linguagem informal não pode ser considerada errada uma vez que os
falantes da língua utilizam a informalidade de acordo com determinados contextos. No
entanto, quando estamos conversando com superiores no trabalho, por exemplo, essas marcas
são deixadas de lado, para dar lugar a uma linguagem mais cuidada, ou seja, aquela em que
não notamos as marcas da oralidade, e que intuitivamente utilizamos em determinados
contextos de produção que exigem formalidades.
Feita essa observação, note que mesmo nas situações de oralidade, podemos utilizar uma
linguagem mais preocupada ou formal, por exemplo, nas apresentações em público. Um dos
fatores mais importantes para a construção da linguagem deve se à leitura, posto que as
pessoas que mantém o hábito da leitura têm muito mais facilidade para se expressarem e claro,
para perceber o contexto em que estão inseridas e qual das linguagens devem usar. Além
disso, o hábito de leitura melhora a escrita, que na maior parte dos casos, deve adotar a
linguagem formal e das normas gramaticais para se expressar. Da mesma forma que na
oralidade, o ato de escrever está intimamente relacionado com o contexto em que está inserido.
Ou seja, quando mandamos um bilhete na sala de aula para uma amiga, certamente, a
linguagem utilizada não é formal, sendo fortemente marcada por traços da oralidade.
As questões referentes ao ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita têm estado em pelo
qual se desenvolvem e, através do qual o papel da escola deve favorecer aos educandos que
participem cada vez mais de práticas sociais letradas. A alfabetização e o letramento estão
presentes na ação pedagógica, em práticas planejadas e organizadas através de projetos
didáticos, sequências didáticas ou nas sequências de atividades. Para isso, o professor precisa
analisar de forma diagnóstica as especificidades das crianças com o objetivo de conduzir
a prática com a individualidade de cada uma. É importante ressaltar que o processo de
letramento se inicia bem antes do processo de alfabetização, pois as crianças estão inseridas
em um contexto que é cercado de material escrito e de pessoas que usam a leitura e a escrita.
É fundamental compreender essas duas práticas para possibilitar a alfabetização e considerar
que as modalidades oral e escrita da língua interagem e se influenciam mutuamente. A
alfabetização requer um contexto de letramento, com desenvolvimento de habilidades de uso
da leitura e da escrita, bem como nas práticas sociais que envolvem a linguagem. Nesse
contexto, as crianças precisam vivenciar, desde cedo, situações que os levem a pensar sobre as
características do nosso sistema de escrita de forma reflexiva, lúdica, inserida em atividades
de leitura e escrita de diferentes textos. Se alfabetizar é ensinar a ler e escrever, letrar é o
resultado da ação de ensinar e aprender e participar de práticas sociais de leitura e escrita.
Compreende-se então que não basta aprender a ler e a escrever, mas, sobretudo, adquirir
competências para usar a leitura e a escrita em práticas sociais. Sendo assim, faz-se necessário
alfabetizar e letrar. Entretanto, para que todas as ações pedagógicas planejadas tenham melhor
desempenho é importante o uso de significativos e variados recursos como livros didáticos,
jogos de alfabetização, obras literárias, obras complementares, tendo como referência os
direitos de aprendizagem das crianças, pois assim, poderemos avançar na democratização da
alfabetização plena para todos os cidadãos, com liberdade, autonomia e respeito à diversidade.
1.2 Justificativa
Para se pensar o gênero artigo de opinião enquanto proposta de é necessário
conceituar o gênero artigo de opinião, desempenha um trabalho fundamental de suma
importância na vida da sociedade, na interação entre sujeitos na comunicação escrita e
discursiva. Ao fazer uso desse gênero na sala de aula de língua portuguesa, espera-se que o
professor consiga, os objetivos para o ensino da língua materna.
Segundo Brakling (2000, p.226-227) define o Artigo de opinião como gênero discursivo no
qual se busca convencer o outro sobre determinada ideia, influenciando-o e transformando
seus valores por meio da argumentação a favor de uma posição e de refutação de possíveis
opiniões divergentes. Aqui, é válido ressaltar que é o espaço onde acontece a interação dos
aprendizes, nesse momento, em que o aluno aponta seu ponto de vista, ao utilizar o seu
discurso argumentativo para defender e/ ou refutar a sua ideia para o leitor.
Para saber como iniciar um artigo de opinião, deve ser ter em mente a estrutura básica de
introdução, desenvolvimento e conclusão, com essa tríade é possível realizar a composição de
um artigo, os melhore artigos de opinião pronto se apresentam com algumas peculiaridades
inerentes ao tipo de escrita. Não há um modelo pronto ideal ser seguido, mas você poderá
saber que se trata de uma produção desse tipo, caso encontre características. Para esse gênero
de texto é interessante, que o estudante leia bastante outros textos e produções, dessa maneira
terá conteúdo na hora da escrita, bem como conseguirá criar argumentos mais facilmente.
A estrutura é bastante importante para esse tipo de texto, isso porque os elementos da
estrutura constroem um pensamento lógico fica mais simples escrever um conteúdo assertivo
e claro a partir dela, nesse ponto, é fundamental entender que cada elemento tem uma função
específica dentro da estrutura texto. No geral, a estrutura do artigo de opinião é igual a
estrutura do texto dissertativo argumentativo, o artigo de opinião é um gênero argumentativo,
ou seja, é um tipo de texto que se defende um ponto de vista por meio de argumentos onde a
linguagem usada costuma alinhar-se à norma-padrão da língua portuguesa, haja visto que o
texto deve ser compreendido por diversos tipos de pessoas, muitas vezes de regiões
completamente distintas.
O presente estudo se fez necessário, também, devido à realidade na qual a realidade dos
estudantes do município está inserida, devido a falta da competência principalmente oral, não
ser apresentada de maneira orgânica nas instituições, sabe-se que o papel da oralidade é uma
importante abordagem para possibilitar a construção interacional do letramento na sala de
aula. Neste artigo, consideramos como interações orais em sala de aula favorecem as
habilidades de leitura e escrita. Estudar práticas de letramento como socialmente construídas e
considerar ações de letramento como práticas dialógicas é o objetivo do debate proposto sobre
oralidade e aprendizagens escolares. A base teórica se apoia em conceitos de linguagem como
discurso.
Entretanto sabemos que falar, ler, escrever são atividades que se complementam. Não se
busca desvincular um de outro, mas considerá-los um continuum. Se “ler ensina a ler e a
escrever” (PCN Língua Portuguesa, 1997:65), então falar não estaria ensinando a falar, a
ouvir, a ler e a escrever?
“[...] se a “ler e escrever” acrescentarmos “falar e ouvir” [...] poderemos
considerar essas capacidades como capacidades Optimais do sistema
linguísticos em si, e como mediadoras do sistema cognitivo, realizando
assim os objetivos finais da instrução ou literacia (DELGADO-
MARTINS,1996, p.61)”
Podermos perceber que a motivação que impulsiona o aprendiz a querer ler e a querer
escrever vem daquilo que ele ouve e fala com entusiasmo, participando de uma atividade
escolar, ao se expressar, o aluno se mobiliza, envolve-se e se apropria do processo
comunicativo, promovendo sua inserção e autoria em seu próprio processo de ensino-
aprendizagem. A sequência Didática, teve como objetivo principalmente o processo ensino-
aprendizagem, instigando os alunos a buscar o conhecimento formal e implícito na análise do
das letras das músicas dos grupos regionais “Remansinho e Engole Cobra” utilizando o
gênero artigo de opinião com o objetivo de promover no aluno o senso crítico através dessas
canções, tornando-se sujeitos participantes e ativos no contexto em que estão inseridos. O
contato com o texto artigo de opinião nas salas de aula de língua portuguesa tem como
objetivo levar o aluno a munir seu repertório de uma forma precisa na construção de textos
possibilitando-o de uma argumentação coesa e que se fundamenta na linguagem clara e
objetiva.
O professor ao trabalhar esse gênero com seus alunos ele deve levar em conta a maneira de
como esse trabalho deve acontecer, que seja de uma forma concreta que faça parte do
contexto social do aluno para que esse aluno tenha a capacidade de fazer a relação do que ele
aprende no contexto escolar com o que está acontecendo no seu meio social ou seja, com os
acontecimentos que fazem parte do seu dia a dia. Com o ensino do artigo de opinião, as ideias
do docente se tornam ampla, uma vez que esses temas abordados necessariamente precisam
estar ligados com os acontecimentos atuais da sociedade.
O papel da escola no desenvolvimento do conhecimento do educando no contexto atual se dá
através do conhecimento e importância da escola para a sociedade, sabemos que ela não
trabalha sozinha pela transformação sociais, mas é através dela que acontece a intervenção
pedagógica, resultando no processo de ensino/aprendizagem. E para isso que ela reconheça a
sua importância no desenvolvimento do educando, a formação crítica e que a mesma conceda
condições para que esse estudante faça parte das decisões da sua comunidade, do seu espaço
Social. A escola como instituição social, é de grande importância para a formação e
informação. Pela qual o processo do aprender deve estar ligado com as questões sociais que
marcam cada momento histórico, ou seja, deve levar em questão o cotidiano do aluno desde
os aspectos locais ao global.
Segundo Alves (1994, p.23) “o corpo não suporta um conhecimento morto que não possa ser
integrado com a vida” diante disso a escola tem como dever de ser mais do que transmissora
de informação, mas ocupar um palco onde as informações sejam construídas e o
conhecimento seja significante. O educando afirmar sua identidade a partir do conhecimento e
da competência que ele adquiriu no ambiente escolar. O ambiente escolar não é o lugar que
detém o saber, mas sim o responsável por preparar o indivíduo a viver diante das questões que
a sociedade propõe.
O discurso linguístico é uma forma de interação entre sujeitos, e as músicas é a conexão que
permite essa interação. Isso contribui para a realização de uma pesquisa norteadora e com
bases sólidas, pretendendo estabelecer relações entre esses sujeitos e as circunstâncias em que
se produz a mensagem desejada. Partindo dessa premissa, este projeto optou por um trabalho
relacionado ao texto não literário, fundamentado no discurso argumentativo e direcionado,
principalmente, ao artigo de opinião. Assim, foi possível estabelecer uma associação com o
campo de relações discursivas, que abordam estruturas, de gênero e suporte, passando pela
relação estabelecida na perspectiva da análise crítica ou outras linguagens de circulação
social.
De acordo com Roxane Rojo (2005), a atenção que as teorias do gênero recebem deve-se aos
PCN (BRASIL, 1998) que, no processo de reorganização curricular, indicam os gêneros como
objeto de ensino, causando uma sucessão de pesquisas na área nas últimas décadas. Ainda
segundo a autora, a necessidade de os indivíduos conhecerem a ampla diversidade de gêneros,
no Brasil, refere-se ao acesso letrado a textos e à leitura crítica e cidadã desses textos. Nesse
sentido, planejar o ensino da Língua Portuguesa à luz da concepção dos gêneros significa,
entre outras acepções, segundo Barbosa (2016), estar atento às especificidades dos usos da
linguagem quanto à visão da sociedade que a utiliza e, sob esse enfoque, a ótica dada ao
ensino por meio dos gêneros deve favorecer condições de interação nas quais se oportunizem
práticas que promovam aos alunos o uso concreto e, portanto, o uso efetivo e social da língua.
Os gêneros, além de serem objeto de ensino, são ferramentas culturais e didáticas. Isso ocorre
porque eles propiciam o reagrupamento de grande variedade de textos disponíveis em
decorrência dos aspectos genéricos, assim como os conteúdos, a estrutura comunicativa e as
configurações de unidades linguísticas (DOLZ; GAGNON; DECÂNDIO; 2010).Bronckart
(1999) defende a ideia de que as situações sociais estão intrinsecamente ligadas ao gênero
produzido nelas, uma vez que, ao optar por determinado gênero, fazemos isso de forma
relacionada ao contexto no qual estamos inseridos. É possível citar aspectos que influenciam a
produção dos gêneros, como a posição social dos interlocutores, o objetivo da sua interação e
o lugar social onde o gênero ocorre. Assim, infere-se que os fatores sociais são essenciais para
a construção do gênero textual, já que, segundo o autor, os textos se inserem num quadro de
atividades de determinado grupo social e de determinada forma de interação comunicativa.
Desse modo, compreender a língua por meio dos gêneros significa reconhecer os diferentes
enunciados materializados nos textos que circulam socialmente.
Refletir sobre o que tal circulação provoca, quais esferas sociais produzem tais
enunciados, qual sua função social e seus suportes, bem como considerar que qualquer texto,
em uma sociedade, pode ser organizado em grupo e estudado como gênero é fundamental
para a compreensão de gêneros e de língua. O domínio da língua tem muita relação com a
possibilidade de participação social, visto que é por intermédio dela que o homem se
comunica, tem acesso à informação e defende seu ponto de vista, partilha ou constrói visões
de mundo, produz conhecimento (BARBOSA, 2018, p. 119).
A ação pedagógica do professor de Língua Portuguesa precisa estar centrada no uso real da
língua, de modo contextualizado para que dê conta dos usos concretos, criando oportunidades
de o aluno experienciar efetivamente determinado gênero. Essas situações de uso da língua
necessitam ser trazidas para o contexto escolar como abundante material de estudo, na
condição de texto autêntico, tal como são reproduzidas nas revistas, nos jornais, na televisão,
na internet e nos mais diversos meios de circulação social. O contato real com os gêneros
textuais que circulem socialmente precisa encorajar atitudes responsivas perante os
acontecimentos em seu meio social, sendo que o professor, ao ensinar o gênero textual ao
sujeito que aprende (aluno), permite uma melhor participação nos relacionamentos humanos,
em virtude de a escola ter o compromisso claro com a formação de cidadãos, a fim de que o
educando saiba enxergar os múltiplos pontos de vista e formar os seus próprios por meio da
reflexão.
Os programas para o ensino de Língua Portuguesa recomendam uma ordem hierárquica:
narração, descrição, dissertação, privilegiando a vasta ocorrência do texto narrativo em
detrimento ao argumentativo. Nos livros didáticos, predominou o texto narrativo até o 8º ano,
observando-se que, ao final dele, se introduziu a estrutura do texto argumentativo, a ser
trabalhado fundamentalmente no 9º ano. A demarcação do território do texto narrativo na
dinâmica escolar fundamenta-se na legitimação da relação entre desenvolvimento cognitivo e
aquisição de habilidades textuais. A realidade apresentada por esses materiais didáticos e
pelos programas evidencia o contato restrito do aluno com textos do tipo argumentativo no
contexto escolar.
De acordo com a BNCC, o componente Língua Portuguesa dialoga com documentos
orientações curriculares produzidas nas últimas décadas, buscando atualizá-los em relação às
pesquisas recentes da área e às transformações das práticas de linguagem ocorridas neste
século, devidas em grande parte ao desenvolvimento das tecnologias digitais da informação e
comunicação (TDIC). Assume-se aqui a perspectiva enunciativo-discursiva de linguagem, já
assumida em outros documentos, como os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,
2017, p. 67).Para os PCN, a linguagem é “uma forma de ação interindividual orientada para
uma finalidade específica; um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais
existentes numa sociedade, nos distintos momentos de sua história” (BRASIL, 1998, p. 20).
Nessa senda, a BNCC afirma que, ao passo que se filia a concepções e conceitos já difundidos
em outros documentos e orientações curriculares e em contextos diversos de formação de
educadores, também contempla as práticas de linguagem, discurso e gêneros
discursivos/gêneros textuais, esferas/campos de circulação dos discursos –, considera as
práticas contemporâneas de linguagem, sem o que a participação nas esferas da vida pública,
do trabalho e pessoal pode se dar de forma desigual. Na esteira do que foi proposto nos
Parâmetros Curriculares Nacionais, o texto ganha centralidade na definição dos conteúdos,
habilidades e objetivos, considerado a partir de seu pertencimento a um gênero discursivo
(BRASIL, 2017, p. 67).
Assim, ao componente Língua Portuguesa concernem, nesse caso, experiências que
contribuam para a ampliação dos letramentos, de forma a promover a participação
significativa e crítica nas mais diversificadas práticas sociais. Além disso, é fundamental que,
nesse processo de ensino e aprendizagem do gênero, a revisão e a reescrita estejam presentes,
pois são etapas essenciais na construção do que revelam o olhar analítico sobre o texto
construído, com intento de adequá-lo à estrutura e conteúdo para clareza do leitor, mantendo o
propósito comunicativo do enunciador.
Esses processos, segundo os PCN (BRASIL, 1998), devem ser abordados de maneiras
distintas: a revisão precisa ser sistematicamente ensinada, enquanto o processo de produção
textual deve ser todo monitorado, o que retira a intervenção no produto final, passando-a para
o processo de escrita. Essa postura de deslocamento, porém, é incomum no contexto escolar.
A primeira versão do texto costuma ser privilegiada: ela permanece e não é aprimorada pelos
alunos, até por questões culturais escolares. Para evitar isso, aconselha-se que a escrita seja
trabalhada em aula de forma explícita e processual, já que “não há equívoco mais
inconveniente do que tratar a escrita como mera transposição da fala para o papel gráfico”
(MARCUSCHI, 2008, p. 208).
Nessa esteira, a BNCC assevera que se deve utilizar na escrita/reescrita de textos
argumentativos, recursos linguísticos que marquem as relações de sentido entre parágrafos e
enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento e à forma de
composição de textos argumentativos, de maneira a garantir a coesão, a coerência e a
progressão temática nesses textos (“primeiramente, mas, no entanto, em
primeiro/segundo/terceiro lugar, finalmente, em conclusão” etc.) (BRASIL, 2017, p. 145,
grifos do autor).
Por fim, na conclusão o aluno deve reunir tudo o que foi exposto e fazer
um apanhado para que o leitor possa organizar as suas ideias, nessa parte,
o professor mostrará que se encerra o artigo de opinião é onde eles
deverão apontar os argumentos apresentados e explicados nos parágrafos
do desenvolvimento e por fim esclarecer que em decorrência do exposto
essa é a sua forma de pensar.
como reforço ao entendimento dos alunos acerca do que é o gênero artigo
Módulo 1: de opinião, o professor apresentará um pequeno vídeo retirado do you
tube intitulado: gênero textual: artigo de opinião, que tem duração de um
Reconheciment minuto e 37 segundos que esclarece de forma simples o que é o artigo de
o do gênero opinião.
o professor dará início a produção inicial a partir do que eles já puderam
depreender das explicações, reportagens apresentadas e do vídeo assistido
durante as aulas com o intuito de faze-los refletir que o artigo de opinião
circula em diversas esferas sociais e como elas podem influenciar na
sociedade.
Recursos: Datashow
Vídeos do youtube
Módulo 2: Agora o professor seguirá para o módulo dois onde a partir da observação de
tudo que já foi apresentado até aqui, agora que os alunos já conhecem a
Elementos estrutura do texto do gênero artigo de opinião, desse modo, o professor irá
estruturais do instruir os alunos a elaborarem um texto dissertativo-argumentativo critico a
gênero partir das músicas “Bolsonaro te prepara e Cuidado seu prefeito”, dos grupo
culturais Remansinho e Engole Cobra da comunidade ribeirinha de Tentém da
cidade de Cametá, com o intuito de compreender a importância e a função das
atividades do gênero leitura e escrita a partir da produção do gênero artigo de
opinião.
Recursos: Datashow/vídeo
Som/CD
Papel A4
Impressão da letra da música
Caderno
Caneta
Módulo 3: Nesse momento como forma de fixar o conteúdo a cerca de artigo de opinião o
professor passará uma atividade de contextualização. Onde os alunos terão que
Sistematizaç responder perguntas como: o que é um artigo de opinião? Para que serve um
ão do gênero artigo de opinião? De que forma uma opinião pode influenciar na sociedade?
A partir da analise das respostas dos alunos será feita a análise e correção das
e
produções feitas pelos alunos anteriormente.
Retomada
das Objetivos: fixar o contudo gênero textual artigo de opinião;
produções Apresentar aos alunos a análise da correção de suas produções.
textuais.
Estratégias: Explicação aos alunos sobre o gênero de opinião como processo de
produção de um texto a partir do gênero oral;
Atividade contextualizada.
A avaliação:
A avaliação ocorrerá de forma progressiva, de modo a verificar o
desempenho da percepção auditiva da oralidade, da leitura dos alunos em
relação ao gênero textual artigo de opinião apresentado por meio de vídeos
na sala de aula, bem como, a participação dos estudantes no cumprimento
das atividades propostas, sobretudo na produção final escrita e se nessa
produção eles conseguiram usar a estrutura própria do gênero pretendido,
tais como, introdução, desenvolvimento e conclusão, a utilização de
tempos verbais adequados empregando conhecimentos sobre os diferentes
modos de se iniciar um texto artigo de opinião.
3. Considerações finais
Este trabalho encontra-se dividido em introdução, justificativa, desenvolvimento,
sequência didática, conclusão, referências e anexos. Na introdução explicitamos qual a
proposta deste trabalho, de que se trata, de qual temática está abordando, na justificativa
delimitando o tema abordando-se sobre o que é o gênero artigo de opinião como elemento de
ensino já no desenvolvimento buscou-se engajamento alguns autores como: MARCUSCHI,
ALVES, ROXANE, BARBOSA, DOLZ, BRONCKART e entre outros; também foi utilizado
base teórica as PCNs e a BNCC para se construir e delimitar a proposta desse trabalho de
ensino da língua portuguesa e logo depois a sequência didática foi apresentada para mostrar
como se pode trabalhar o ensino do artigo gênero de opinião a partir das letras de duas
músicas do grupos “Remansinho” e “Engole Cobra” dentro da sala de aula para os alunos do
9 ano do Ensino Fundamental.
Espera-se que, com a realização deste trabalho, os alunos consigam incorporar os aspectos
relacionados à produção do gênero artigo de opinião, ao domínio das especificidades da
leitura, escrita e da oralidade, além das aprendizagens desenvolvidas durante os módulos. O
trabalho com a sequência didática favorece o estudo do artigo de opinião porque a cada aula-
módulo possibilita ao professor à verificação, de forma mais detalhada, se os desvios
apresentados a partir da primeira produção estão sendo realizados e superados pelos alunos,
assim conclui-se que por meio das sequências didáticas é possível realizar um trabalho assim
caracterizado.
REFERÊNCIAS
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escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasil, 2018.
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ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BAZERMAN, Charles. Gênero, agência e escrita. HOFFNAGEL, Judit Chambliss e
DIONÍSIO, Angela Paiva (Organizadoras). Tradução e Adaptação: HOFFNAGEL, Judit
Chambliss. São Paulo: Cortez, 2006.
BRÄKLING, Kátia Lomba. Trabalhando com artigo de opinião: re-visitando o eu no exercício da
(re)significação da palavra do outro. In: ROJO, Roxane (Org.). A prática da linguagem em sala de
aula: praticando os PCN. São Paulo: EDUC; Campinas, SP: Mercado de Letras, 2000, p. 221-247.
ROJO, R. Gêneros do discurso e gêneros textuais: questões teóricas e aplicadas. In: MEURER, J.L;
BONINI, A.; MOTTA-ROTH, D. (Orgs.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola
Editorial, 2005, p. 184-207.
BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos. Por um interacionismo
discursivo. Trad. Anna RachelMachado e Péricles Cunha, São Paulo, Educ, 1999.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental: Língua
Portuguesa. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF,1998.
ANEXOS
Gênero textual: artigo de opinião (vídeo)
https://youtu.be/odHtlhHEZUA
________________________________________________________________________________
Música: Bolsonaro te prepara.
Grupo: Remansinho de Tentém (Cametá-Pa)
Compositor: João Tenório dos Santos.
Chegou chegou o ano da eleição, te prepara Bolsonaro com a irá do povão. (1x)
Meu amigo e minha amiga escute o que vou falar, esse tal de Bolsonaro veio nos aliquidar. Desde quando
ele ganhou para ser o presidente, tudo quanto ficou caro! E não tem quem aguente! (2×)
Óleo diesel disparou, gasolina muito mais, veja quanto está custando cada butijao de gás, quem pena é os
pobres que não tem nenhum salário, tá chegando a tua hora seu Messias Bolsonaro. .(2×)
O povo está sofrendo com tamanha caristia um quilo de alimento sobe quase todo dia a saúde piorou, só se
ver gente morrer. O povo tá adoecendo sem saber o que fazer. (2×) refrão
Tão pagando o auxílio para a população isso já e um agrado pro tempo da eleição, tudo isso e um truque
pra querer nos enganar. Bolsonaro te prepara! Tua hora vai chegar! (2×)
2× Cuidado seu prefeito todo mundo quer chupeta, se você não der chupeta você nunca vai ser porreta.
Tá dizendo o povão não resolve nada, as secretárias troca troca e nada e ação social não está com nada, e a
limpeza pública também não está com nada e uns prefetinhos foi a maior cagada, mas quem está chuchu,
chupando a chupeta e se estão calado e só falam o prefeito é porreta.
2× cuidado seu prefeito, todo mundo quer chupeta, você nunca vai ser porreta.
Tá dizendo o povão até agora nada, e a iluminação isso não é nada, e o trapichão isso não vale nada, e pra
educação tá fazendo nada, e o transporte escolar isso não foi nada e a bolsa escola isso não vale nada, mas
quem está chuchu, chupando a chupeta e se estão calado e só falam o prefeito é porreta.
4× cuidado seu prefeito, todo mundo quer chupeta, se você não der chupeta, você nunca vai ser porreta.
https://youtu.be/czCzqC_hMXc (link de acesso a música)