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Neste capítulo do trabalho vamos fazer a revisão teóricas de todos conceitos ligados a
oralidade de acordo com visão de vários autores a partir de obras de conhecimento
público focando principalmente nos alunos do ensino primário da 7ª classe.
Com esse ponto de vista, acreditamos que o estudante, ao participar dessas actividades,
amplia seu léxico e intensifica as conexões com colegas, educadores e a comunidade em
geral, superando o medo de se comunicar na segunda língua, que é a língua de
instrução.
A habilidade de entender e se expressar verbalmente são duas das competências mais
apreciadas em um estudante do Ensino Primário. Essa competência possibilitará ao
estudante, enquanto cidadão engajado, envolver-se nas transformações, favorecendo
uma comunicação mais autônoma e uma integração social mais ampla.
Conforme Magalhães:
Estamos em sintonia com a autora ao valorizar a interação por meio da expressão oral,
enfatizando a relevância da oralidade. No cenário escolar, o estudante realiza
actividades ao se comunicar com o docente e os colegas, criando dessa forma um
comprometimento e uma conexão com a turma por meio da expressão oral.
Amor (1999) também destaca que a linguagem falada tem uma natureza dialógica
destinada a simplificar as interações comunicativas entre os interlocutores, um aspecto
que a Linguística e campos de estudo correlatos negligenciaram durante um longo
período.
Tangi e Garcia (2007) defendem que a prática de utilizar a expressão oral somente para
a disseminação de saberes é uma postura antiquada e desalinhada da verdadeira
natureza linguística. Logo, notamos a importância de assumir uma atitude crítica em
relação ao ensino e aprendizado da expressão oral no ensino primário.
A forma como as funções e normas são alocadas entre estudantes e docentes tem uma
contribuição limitada para o aprimoramento da habilidade comunicativa na expressão
oral. Em outras palavras, o docente utiliza sua fala para instruir, pronunciando-se três ou
quatro vezes mais do que a soma de todos os estudantes (Messias, 2018). O estudante
raramente necessita se expressar e, quando o faz, quase nunca é por vontade própria,
normalmente em resposta às questões propostas pelo professor.
É por meio desta que os educadores interagem com seus estudantes, transmitindo
conhecimentos e princípios e estabelecendo uma conversa com o conjunto.
A habilidade de se expressar verbalmente de forma apropriada demanda uma
autopercepção, tanto sobre o esforço mental envolvido nesse processo, quanto sobre as
táticas e os métodos de ensino-aprendizagem que podem ser aplicados no contexto
escolar. (Mendonça et al, 2003). Portanto, para uma comunicação oral eficaz, os alunos
necessitam.
Na verdade, alguns estudantes são tão hesitantes em participar oralmente na classe que
raramente dizem qualquer coisa, optando por permanecer em silêncio ao invés de falar
diante de seus colegas.
Dentro deste tema, Rief e Heimburge (2000) sustentam que, mesmo respeitando a
individualidade de cada estudante, seu contexto cultural e seu estilo de aprendizado, os
educadores devem se empenhar para motivar cada estudante a participar ativamente do
processo de comunicação oral.
Logo, a habilidade de comunicação oral deve ser cultivada nos estudantes em sala de
aula, e seria perfeito se cada educador incentivasse a prática da expressão oral em suas
aulas.
A oralidade continua a ser negligenciada, tanto por professores quanto por alunos, que
não têm clareza de como lidar com ela, desconhecendo os limites da expressão oral,
bem como as estratégias para seu aprimoramento. No método de ensino mais
convencional, a expressão oral era claramente secundária em relação a escrita, as
atividades orais mais comuns incluíam a leitura em voz alta e clara. Além disso, a
recitação de poemas e outros textos, que eram memorizados, também era uma prática
frequente. Isso indica que a expressão oral mantinha um caráter de estereótipo
tradicional e normativo, limitando-se a uma verbalização do que, portanto, como estava
escrito, não havia ocorrências de situações de comunicação espontâneas ou simuladas.
Com base nesse pensamento, é destacado por Albuquerque (2006) que a expressão oral
pode e deve ser instruída, e que um ensino focado na oralidade deve cultivar nos
estudantes duas áreas de habilidades complementares:
• Um saber-fazer, que a autora vê como um conhecimento especialmente
complexo, de natureza linguística e cognitiva, reforçado por um aspecto
relacional, derivado de padrões de pensamento que surgem de cada situação de
comunicação; um
Com base no que foi debatido, concluímos que o educador precisa motivar os alunos a
exercitar a expressão oral se realmente deseja que eles tenham a habilidade de interagir
em diversas situações de comunicação. Além disso, eles devem ser capazes de
verbalizar suas ideias e emoções em qualquer circunstância da vida que exija o que
aprenderam.
Moçambique é um pais com uma grande diversidade linguística, onde várias línguas
nativas de origem Bantu coexistem com o Português e várias línguas estrangeiras. A
escolha de uma língua nativa como língua nacional após a independência foi um desafio
devido à diversidade linguística existente (Tembe, 2019).
Nonn (1999, p.87) nota que a ênfase das pesquisas se deslocou para a validação da
leitura e escrita na escola, resultando em um espaço limitado para a oralidade na
educação acadêmica e profissional. Isso afasta os professores do que ele denomina
como uma cultura de aprendizado compartilhada.
Fiocco (2017) destaca que estudos nas áreas da Psicologia e Linguística sugerem que
atividades como Debate Regrado e Exposição Oral não se limitam apenas à
comunicação. Elas também envolvem a obtenção de ferramentas psicológicas
avançadas mediadas pela fala, contribuindo para o desenvolvimento do aluno como
indivíduo.
Por fim, notamos que a prática e a proficiência na expressão oral são de extrema
importância para o aprendizado nas primeiras séries. A proficiência na fala em
português possibilita ao estudante ser um eficiente comunicador nesse idioma, facilita a
assimilação dos conteúdos de todas as matérias, contribuindo para seu êxito acadêmico
e profissional.
Não podemos refletir sobre o processo de ensino e aprendizagem da fala sem questionar
qual é a abordagem mais eficaz para facilitar este processo, isto é, quais princípios
devemos considerar.
Segundo algumas pesquisas, a expressão oral atravessou várias etapas: Abordagem
tradicional, estrutural e comunicativa.
O propósito deste rápido estudo é realçar a relevância do idioma falado nos anos
recentes, a maneira como foi tratado e como continua a impactar o ensino fundamental
nas salas de aula de hoje.
Antes de entrarmos nas diferentes abordagens, vamos primeiro ponderar sobre a ideia
de abordagem:
Abordagem é uma filosofia de trabalho, um agrupamento de suposições declaradas,
estabilizadas ou até mesmo convicções intuitivas sobre a natureza da linguagem
humana, do aprendizado e ensino de idiomas, e dos papéis do estudante e do professor
de um outro idioma (Almeida Filho (1998) mencionado por Hennig e Cittolin (2007).
Logo, a obtenção e progresso de uma língua devem ser examinados no cenário das
situações comunicativas onde acontecem, pois, o entendimento e estudo das situações
interativas em que o indivíduo se envolve podem esclarecer o significado do avanço de
sua habilidade comunicativa.
Neste ponto de vista, o erro é percebido como uma parte natural do aprendizado, através
do qual, o estudante demonstra que está constantemente testando as suposições que faz
sobre o idioma.
Marcushi (1999) destaca que o professor deixa de ser o detentor central do
conhecimento no processo de ensino-aprendizagem, assumindo o papel de orientador,
"organizador" e "facilitador" das actividades na sala de aula.
Tangi (2007) ressalta a relevância da expressão oral em todas as etapas e métodos. Com
base na discussão apresentada sobre as várias abordagens da oralidade, podemos dizer
que com a introdução da abordagem comunicativa na década de 80, houve um maior
foco na comunicação oral, o que levou a um significativo avanço na compreensão oral e
no trabalho sobre a qualidade sonora da frase completa e dos esquemas melódicos.
A escola deveria priorizar a habilidade de fala dos estudantes, que é o principal meio de
comunicação que a maioria deles usará durante toda a sua vida. Uma terapia eficaz para
fala (e o pensamento manifestado através dela) poderia potencialmente conduzir a uma
terapia orgânica para a escrita. Com base nesta afirmação, pode-se dizer que todas as
línguas evoluem inicialmente na forma falada e, posteriormente, na escrita.
Soares (2001) enfatiza que a conexão entre oralidade e escrita não é directa,
contrariando a ideia de que um estudante escreve exatamente como fala. Ele ressalta
que tanto o texto falado quanto o escrito possuem suas características únicas.
Se a conexão entre fala e escrita fosse simplesmente uma representação direta, onde a
escrita é vista apenas como um meio de registrar o que é falado, muitos estudantes não
enfrentariam dificuldades nem na escrita nem na fala.
A fala e a escrita são práticas e aplicações da linguagem, cada uma com suas
características distintas. No entanto, essas características não as tornam antagônicas,
pois tanto a fala quanto a escrita permitem a elaboração de textos coesos e lógicos a
elaboração de ideias abstratas e a execução de apresentações, tanto formais quanto
informais, em um cenário de sala de aula.
A partir dessa perspectiva, entende-se que a ligação entre a expressão oral e a escrita
não é de submissão da primeira à segunda, mas sim uma relação de interdependência,
pois ambas influenciam uma à outra.
Essas situações se referem às práticas de escrita, nas quais os estudantes têm a chance
de ponderar sobre os textos que pronunciam ou escutam, entendendo as várias maneiras
de estruturar o discurso, baseadas nas peculiaridades de cada estilo ou formato de texto
e os impactos da situação comunicativa na elaboração do sentido do texto verbalizado.
Martins (1992) também destaca uma ligação de interdependência entre a fala e a leitura,
pois ambas influenciam uma à outra.
Adicionalmente, o educador pode empregar a leitura como uma ferramenta para instruir
a expressão oral. Nesse cenário, o educador pode fomentar espaços de leitura por meio
de atividades recreativas (rodas de leitura, cadeiras de conversação, entre outros),
fundamentadas no princípio do PPA.
Com essa abordagem, os alunos têm a chance de contar histórias que leram e declamar
poesias em voz alta.
Depois de ler, eles têm a oportunidade de discutir vários conceitos e interpretações dos
textos lidos, partilhando assim suas vivências e impressões a partir dos textos. Ademais,
o professor tem a possibilidade de empregar diferentes táticas que podem estar
diretamente ligadas às práticas de leitura, uma vez que essas atividades se
complementam.
Para enfatizar o ponto, podemos referenciar o que Martins (1992) escreveu:
Sob essa ótica, em uma sala de aula, quando os estudantes se esforçam para entender o
texto através da leitura individual, eles identificam no texto as palavras que já são
conhecidas em sua fala cotidiana.
Os estudantes podem empregar o método de produção textual comum na interação
presencial. Além disso, após a leitura silenciosa de um texto, são encorajados a debater
o conteúdo por meio de questionamentos verbais.
Silva (2012) descreve a interação como uma série de ações dos envolvidos que podem
ser categorizadas com base na magnitude de cada resposta, por um comportamento
precedente, esse comportamento foi pré-estabelecido e é independente do
comportamento do outro.
Coll e Solé (1996, citados por Manolio, 2009, p. 39) Ressaltam que existem três
elementos cruciais no processo de interação que não devem ser ignorados:
• A ação proativa dos estudantes no processo de aprendizado escolar;
• A maneira de entender a função do professor nesse processo de construção.
• O formato da comunicação e a retórica educacional.
Nessa abordagem, espera-se que o educador mostre empatia em suas interações com os
estudantes, tanto nas manifestações emocionais quanto no desempenho acadêmico.
Apenas quando o pai leva em conta o estudante é que ele pode ampliar seu impacto no
processo de aprendizagem do mesmo, como destaca Gil (1993, p.31).
Deste modo, fica evidente que refletir sobre a formação docente implica entender que o
professor está sempre em evolução e que a teoria e a pesquisa são essenciais. Através
dessas ferramentas, os educadores podem avaliar criticamente os contextos históricos,
sociais, culturais e organizacionais em que ocorrem as atividades de ensino, permitindo
lhes intervir e transformar essa realidade.
A importância da interação social e da participação de outros indivíduos é inegável em
todas as etapas do aprendizado humano. No contexto educacional, a conexão entre o
professor e o aluno é crucial para o sucesso do ensino e da aprendizagem.
Segundo as visões de Freire (2005), observa-se uma ampla discussão sobre esse tema e
um alto valor atribuído à conversação como instrumento fundamental na formação dos
indivíduos.
Contudo, este mesmo escritor argumenta que apenas é viável uma metodologia de
ensino baseada no diálogo pelos professores, se eles entenderem o diálogo como um
fenômeno humano capaz de promover a reflexão e a ação de homens e mulheres. Para
entender de maneira mais profunda essa prática de diálogo, Freire acrescenta que a
conversação é uma exigência da existência.
Assim, quanto mais o professor compreender o valor do diálogo, mais eficaz será o seu
ensino uma atitude essencial em suas aulas, maiores progressos ele alcançará com os
alunos, isso porque, dessa maneira, eles se sentirão mais instigados e motivados para
mudar ela tem a habilidade de vincular as experiências dos alunos ao mundo,
motivando-os a refletir sobre o seu entorno, adotando uma abordagem mais
humanizadora em sua estratégia de ensino.
Quando o educador opera sob essa visão, ele não é percebido apenas como um simples
disseminador de saberes, mas como um intermediário, uma figura
Conforme Lopes (2009, p.5), ao idealizarmos uma escola fundamentada na interação,
não estamos visualizando um espaço onde cada pessoa atua individualmente, mas sim
um local de edificação, valorização e respeito, onde todos são estimulados a pensar de
maneira coletiva.
Nesta perspectiva, a incorporação da música pode tornar essa tarefa mais prazerosa, já
que os estudantes apreciam cantar e, assim, não experimentarão o potencial incômodo
que a repetição poderia provocar.
Sem dúvida, em classes com 7ª, é normal ver alguns estudantes que aprimoraram suas
habilidades de fala mais do que outros. Assim, o professor deve se empenhar com todos
os alunos, usando aqueles que já têm domínio do português para ajudar os que ainda
não falam o idioma.
Por essa razão, é necessário dedicar tempo e afecto, tempo para os estudantes se
expressarem, e afecto para incentivá-los a prosseguir com o aprendizado.
Gomes (1991) enfatiza que, para melhorar a capacidade de comunicação, é essencial
oferecer oportunidades para o aluno se envolver em interações, fazer perguntas e
responder a questões levantadas tanto pelo professor quanto pelos colegas.
Assim, a habilidade de expressão oral nos estudantes deve ser cultivada com a
assistência do educador, que deve conduzir as aulas utilizando uma variedade de
recursos pedagógicos e diferentes contextos de comunicação.
Deve-se destacar que a evolução da habilidade de falar deve ser integrada em todas as
etapas do processo de ensino e aprendizagem (Tembe e Matabel, 2019).
Segundo Gomes (1991), ao ensinar a língua portuguesa, o educador deve reconhecer
que os estudantes têm uma inclinação natural para a comunicação verbal, ou seja, uma
facilidade inata para aprender idiomas.
O mesmo autor ressalta que, para aprimorar a habilidade de falar, as seguintes ações
devem ser incentivadas: escutar atentamente, expressar-se verbalmente, seguir
instruções, observar e descrever figuras, contar histórias, recontar histórias que foram
ouvidas ou lidas, recitar poemas, encenar situações relacionadas a temas como doenças,
desastres naturais, paz, etc.; e cantar músicas sobre tais temas em ocasiões especiais e
festivas.
Portanto, é essencial que o educador incorpore estudantes que enfrentam desafios na
expressão verbal nos grupos de atividades culturais.
3. Ouvir e falar
Para aprimorar a competência auditiva, o INDE (2018) recomenda que o educador deve
oferecer às estudantes oportunidades de ouvir frases, conversas, músicas, textos de
várias categorias (narrativas, descrições, poemas, relatos, etc.), lidos ou narrados pelo
próprio professor ou pelos colegas.
Gomes (1991) defende que que um estudante aprimora a habilidade de expressão oral
quando consegue gerar comunicações faladas, empregando de maneira adequada os
elementos disponíveis no idioma, como vocabulário, gestos, expressões faciais,
entonação, entre outros.