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INSTITUCIONAL
O trabalho em prol da concretização de uma sociedade pautada por padrões éticos de
existência tem convocado diferentes atores e atrizes, representantes de organizações
da sociedade civil e do Estado, na organização de espaços públicos, no qual o debate
crítico e propositivo sobre a superação dos quadros de desigualdade e injustiça social
possa de fato ocorrer.
As comissões científica e organizadora do V Congresso Internacional sobre Drogas (CID)
e do II Seminário de Pesquisa e Extensão em Álcool e Drogas (SEPEAD) se comprome-
teram com esta tarefa ao propor “Drogas e Direitos Humanos” como título para o evento
ora proposto. A temática, objeto do referido congresso, tem sido uma preocupação de
pesquisadores do Centro de Pesquisa, Intervenção e Avaliação em Álcool e Outras Dro-
gas (CREPEIA) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que organizaram os
quatro encontros internacionais que antecederam a edição vigente, sempre na cidade de
Juiz de Fora, no âmbito da UFJF.
A novidade desta 5º edição do Congresso Internacional não foi apenas o deslocamen-
to geográfico, que possibilitou adentrarmos na mineiridade setecentista de São João
del-Rei, mas a própria articulação interinstitucional do CREPEIA com o Programa de
Extensão da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) Eiras e Beiras: Atenção
Psicossocial em Álcool e Drogas, que vem realizando desde 2013 atividades de caráter
investigativo e extensionista na rede de atenção psicossocial do município.
A articulação entre grupos de pesquisa e extensão lotados na UFSJ e UFJF permitiu a
organização de um Congresso que expressou diferentes trajetórias e experiências mas,
certamente, o interesse afim em desenvolver pesquisas e intervenções que potenciali-
zem práticas sociais e políticas públicas embasadas na autonomia, ética e emancipação
de sujeitos e grupos sociais.
Neste sentido, consideramos que o V CID e II SEPEAD foram uma rica oportunidade
para aprofundar a discussão sobre os impasses éticos e políticos que interpelam as
práticas de gestores e profissionais das políticas públicas, bem como para problematizar
situações como as internações compulsórias de dependentes de álcool e outras drogas,
as pessoas em situação de rua, a persistente criminalização do uso de drogas tornadas
ilícitas e as lacunas na formação de profissionais alinhados com a Política Nacional so-
bre Drogas.
O evento configurou-se como uma oportunidade concreta para a divulgação de um co-
nhecimento científico que consolide análises e intervenções no âmbito das políticas pú-
blicas relacionadas aos processos de prevenção, promoção, reinserção e tratamento na
área. Ademais, acreditamos que a partir de iniciativas desta envergadura a Universidade
brasileira, pública e gratuita, cumpre com o seu papel: promover o debate responsável
e comprometido com a construção de uma sociedade na qual os direitos civis, políticos,
sociais e econômicos possam de fato se tornar uma realidade.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
SOBRE O EVENTO
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
EXPEDIENTE
UFSJ
Reitora
Valéria Heloísa Kemp
Vice-Reitor
Sérgio Augusto Araújo da Gama Cerqueira
UFJF
Reitor
Júlio Maria Fonseca Chebli
Vice-reitor
Marcos Vinício Chein Feres
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Comissão Organizadora
Aléxa Rodrigues do Vale (UFSJ)
Amanda Soares Dias (UFSJ)
Amata Xavier Medeiros (UFJF)
Comissão Científica
Ana Carolina Moreira (UFJF) Cássia Beatriz Batista e Silva (UFSJ)
Ana Luísa Marlière Casela (UFJF) Fernando Antonio Basile Colugnati (UFJF)
Andrea Alves de Oliveira (UFSJ) Fernando Santana de Paiva (UFSJ)
Andressa de Oliveira Pego (UFSJ) Juliana Perucchi (UFJF)
Daniela Navarro Paiva Nilo (UFSJ) Laisa Marcorela Andreoli Sartes (UFJF)
Erika Pizziolo Monteiro (UFJF) Marcelo Dalla Vecchia (UFSJ)
Felippe Emanuel Dinali Sena (UFSJ) Pollyanna Santos da Silveira (UFJF)
Fernanda Gomes Palata (UFSJ) Telmo Mota Ronzani (UFJF)
Fernando Santana de Paiva (UFSJ)
Filippe de Mello Lopes (UFSJ)
Isabela Avelar Moreira (UFSJ)
Jéssica Verônica Tibúrcio de Freitas (UFJF)
Juliana Andrade Salgado (UFJF)
Laís Ramos Sanches (UFSJ) Consultores AD HOC
Leonardo Fernandes Martins (UFJF)
Lorena Dias Pinheiro (UFSJ) Adriana Eiko Matsumoto (UFF)
Luísa Ferreira Coelho (UFJF) Amanda Márcia dos Santos Reinaldo (UFMG)
Marcelo Dalla Vecchia (UFSJ) Eroy Aparecida da Silva (Unifesp)
Márcio Natali Kumaira Filho (UFSJ) Isabela Saraiva (PUC/MG)
Maria Paula Naves Vasconcelos (UFSJ) Juan Carlos Mansilla (Universidad del Museo
Mateus Almeida Gonçalves (UFSJ) Social Argentino - UMSA)
Nathália Munck Machado (UFJF) Luciana Kind (PUC/MG)
Paola Souza Dias (UFSJ) Marcelo Rossal (Universidad de la
Pedro Henrique Antunes da Costa (UFJF) Republica Uruguay)
Rafaela Ferreira Marques (UFSJ) Martinho Braga Batista e Silva (UERJ)
Raquel Lázara Alves (UFSJ) Pablo Norambuena Cárdenas (Universidad
Rita de Cássia Souza Moreira (UFSJ) de Santiago de Chile)
Rodrigo Baccarini Frigo (UFSJ) Pedro Paulo Gastalho de Bicalho (UFRJ)
Tassiana Gonçalves dos Santos (UFSJ) Sueli Terezinha Ferrero Martin (UNESP)
Taynara Dutra Batista Formagini (UFJF) Tiago Rocha Pinto (UFRN)
Telmo Mota Ronzani (UFJF) Verônica Morais Ximenes (UFC)
Thaísa Borges Gomes (UFSJ) Viviane Souza Pereira (UFJF)
Thiago Moreira de Oliveira e Souza (UFSJ) Yone Gonçalves de Moura (Unifesp)
Wanderson Maurício Duarte Silva (UFJF)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
SUMÁRIO
Minicursos ....................................................................................... 13
Resumos ......................................................................................... 14
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
EIXOS TEMÁTICOS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
MODALIDADES DE ATIVIDADES
CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS
Ministradas por convidados internacionais de referência na área, que apresentaram
dados e inovações sobre Drogas e Direitos Humanos, tendo em vista a reflexão sobre
a realidade brasileira.
EXPOSIÇÕES ARTÍSTICAS
Espaços para a apresentação de obras autorais de artistas plásticos de São João del-
Rel. Foram expostos encontram-se pinturas, esculturas e outras peças elaboradas
em oficinas desenvolvidas em instituições de tratamento e reinserção social.
LANÇAMENTOS DE LIVROS
Espaço destinado na programação do evento para o lançamento de publicações que
versem sobre temáticas condizentes com o congresso.
MESAS-REDONDAS
Apresentação e discussão de temáticas relevantes na interface entre políticas sobre
drogas e direitos humanos, contando com convidados nacionais.
MINICURSOS
Cursos oferecidos por pesquisadores e professores com experiência na área,
convidados pela comissão organizadora para ministrar temáticas que contribuam
para os processos de análise e intervenção na área de álcool e drogas, em diferentes
contextos sociais e espaços institucionais.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
PROGRAMAÇÃO GERAL
Dia 05/11
Dia 05/11 Quinta
Horário Atividade Local
13h30 - 18h Credenciamento e Exposição Artística Pátio
Salas
14h30 - 18h Minicursos 2.62 / 2.63 / 2.66
2.67 / 2.68 / 2.70
21h Em frente ao
Coquetel
Teatro
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
PROGRAMAÇÃO GERAL
Dia 05/11
Dia 06/11 Sexta
Horário Atividade Local
Mesa Redonda 1 - Formação para os Direi-
tos Humanos de Usuários de Àlcool e Drogas
(parceria CRR/UFSJ e CRR/UFJF)
9h - 10h30 Teatro
Pedro Paulo Gastalho de Bicalho (UFRJ)
Luis Fernando Farah de Tófoli (Unicamp)
Moderadores: Telmo Mota Ronzani (CRR/UFJF) e
Marcelo Dalla Vecchia (CRR/UFSJ)
Salas
10h30 - 12h Comunicações Orais - 1ª sessão 2.62 / 2.63 / 2.66
2.67 / 2.68
Salas
14h30 - 16h Comunicações Orais - 2ª sessão 2.62 / 2.63 / 2.66
2.67 / 2.68
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
PROGRAMAÇÃO GERAL
Dia 05/11
Dia 07/11 Sábado
Horário Atividade Local
Mesa Redonda 3 - Política Criminal sobre
Drogas e os Direitos Humanos
9h - 10h30 Maria Lúcia Karam (LEAP/Brasil) Teatro
Adriana Eiko Matsumoto (UFF)
Moderador: Fernando Santana de Paiva (UFSJ)
Salas
10h30 - 12h Comunicações Orais - 3ª sessão 2.62 / 2.63 / 2.66
2.67 / 2.68
Salas
14h30 - 16h Comunicações Orais - 4ª sessão 2.62 / 2.63 / 2.66
2.67 / 2.68
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
MINICURSOS
Dia 05/11
Título Autores
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
RESUMOS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Dayana Rosa Duarte Morais* (Mestrado em Ciências Humanas e Saúde Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva/ Instituto de Medicina Social/ Universidade do Estado do Rio
de Janeiro)
O World Drug Report (1997), do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes
(UNODC), revelou que a indústria de drogas ilícitas movimentou cerca de U$ 400 bilhões
por ano na década de 1990 – mais que a indústria do ferro e do aço, por exemplo. Por outro
lado, no que diz respeito às drogas lícitas, a receita da indústria de drogas farmacêuticas
no mundo era de cerca de U$ 300 bilhões em 1995, passando para mais de U$ 800
bilhões em 2010 (ELLIOTT, 2010). O consumo de drogas é milenar, contudo apenas nesta
sociedade capitalista foi declarada guerra às drogas, guerra alicerçada nos pilares dos
saberes e práticas médicas. Na Sociedade de Mercado (POLANYI, 2000) foi emergente
a transformação do Trabalho, da Terra e do Dinheiro em mercadorias que, a partir daí,
tendem a dominar as relações sociais - tal qual Marx (2013) argumentou que a sociedade é
constituída por trocas de mercadorias. Eduardo Viana Vargas (2001) defende que, do ponto
de vista do tráfico, drogas são mercadorias. O que diferencia a droga de outras mercadorias
é que os lucros não se dão apenas pela Mais Valia, mas também do que poderia ser
chamado de “Mais Valia terrorífica”, que potencializa o lucro convencional (VARGAS, 2001).
O mesmo autor descreve “partilha moral” como o dualismo que permeia a discussão sobre
drogas: legal, ilegal, lícita, ilícita, etc. A preocupação com a definição sobre o que seriam
drogas, ou como categorizá-las, existe por conta de que, dependendo do conceito abordado,
é possível avançar ou retroceder no debate, ou seja, trata-se de uma arena da disputa
simbólica (BOURGOIS, 2009). Nada é, naturalmente, um problema social (KITSUSE;
SPECTOR, 2002). Em parte, a construção social do problema das drogas é protagonizada
por formuladores de políticas de drogas, que exercem o processo de rotulação das pessoas
de comportamento desviante atendendo o empreendedorismo da moral de determinados
grupos de interesse (BECKER, 2009). Por um lado, a partilha engessa o debate ou se
movimenta apenas entre as jurisdições da Saúde, Justiça e/ou Polícia ao passo que, de
outro lado, a compreensão da droga enquanto mercadoria amplia o campo de análise
para além do consumo e possibilita formas de ultrapassar os dualismos. O presente relato
parcial de pesquisa desenvolvida no mestrado em Ciências Humanas e Saúde, baseado
em revisão bibliográfica, pretende colaborar para o avanço da discussão. Convidamos os
atores envolvidos na criação da atual agenda teórica sobre drogas a dialogar com outras
possibilidades epistemológicas e menos restritas, que permita considerar as relações
sociais envolvidas e seu potencial de originar culturas de usos contra hegemônicos.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Denis Fernandes da Silva Ribeiro (Universidade do Grande Rio Professor José de Souza
Herdy/PET-Saúde), Cristiane Medeiros dos Santos* (Universidade do Grande Rio Professor
José de Souza Herdy /PET-Saúde), Marcelle Coutinho Herédia dos Reis (Universidade
do Grande Rio Professor José de Souza Herdy /PET-Saúde), Amanda Souza Rodrigues
(Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias/ PET-Saúde /Escola Nacional de
Saúde Pública/Fiocruz), Mariana Pinto Marques(Secretaria Municipal de Saúde Rio de
Janeiro/ PET-Saúde), Maria Clara Wanderley Provenzano (Universidade do Estado do Rio
de Janeiro/Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias/ PET-Saúde).
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Larissa Nadine Rybka* (Mestra em Saúde Coletiva pela Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Estadual de Campinas; sem vínculo institucional atual), Juliana Luporini do
Nascimento (Docente do Departamento de Saúde Coletiva/Faculdade de Ciências Médicas/
Universidade Estadual de Campinas)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
O hábito de fumar, além de causar danos ao próprio indivíduo, pode também prejudicar
as pessoas não fumantes, denominados fumantes passivos, que ficam expostas aos
agentes tóxicos e cancerígenos presentes nas substâncias do tabaco. O tabagismo é uma
doença crônica causada pela dependência de nicotina, e está relacionado ao alto índice de
mortalidade, pois contribui na elevação dos fatores de risco de doenças cardiovasculares
e comprometendo assim a saúde do individuo. Neste sentido, os profissionais de saúde
devem fornecer informações para diminuir o consumo de tabaco. Entre os profissionais
responsáveis pela promoção da saúde destaca-se o enfermeiro, por seu relevante papel
na redução do uso e dos riscos relacionados ao tabagismo, visto que nas equipes de
saúde o enfermeiro está envolvido na promoção de ações educativas na comunidade ou
na qualificação da equipe de enfermagem. Nesse sentido, estabeleceu-se como objetivo
relatar a experiência de estudantes de graduação em Enfermagem no desenvolvimento
da campanha contra o tabagismo, enfatizando também a promoção da saúde. Trata-se de
um relato de experiência realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), localizada no
município de Ribeirão das Neves-MG. Em um primeiro momento visitamos a UBS com o
intuito de conhecer a população que frequenta a unidade e divulgarmos a campanha através
de cartazes e panfletos. Em outro momento, retornamos a unidade para executarmos
o projeto na população que usufrui dos serviços de saúde, reunindo-os em um espaço
destinado para a realização de palestras, distribuindo as cartilhas educativas do Ministério
da Saúde que buscam conscientizar e enfatizam a prevenção e o combate ao tabagismo.
Buscamos também relevar a importância dos hábitos saudáveis para uma melhor qualidade
de vida. Percebe-se atualmente que campanhas publicitárias sobre o cigarro estão menos
frequentes, porém o hábito de fumar ainda é considerado um grave problema de saúde
pública, devido às sérias consequências que o tabagismo pode trazer para os indivíduos e
a sociedade. Foi nos relatado pela população, ao final da visita, que os mesmos encontram
dificuldades em parar com o tabagismo, já que os mesmos usufruem do cigarro há muitos
anos. Como o objetivo do trabalho foi relatar a experiência dos discentes em Enfermagem
no desenvolvimento da campanha contra o tabagismo, podemos compreender a
importância das ações contra o tabagismo para a população, no sentido de prevenir as
possíveis consequências desse hábito, pois, além da conscientização, trouxeram consigo
o amadurecimento educacional e pessoal desses futuros profissionais da saúde. Outro
ponto relevante dessa experiência foi à diversificação das ações de promoção à saúde e
prevenção de doenças a serem desenvolvidas na atenção básica à saúde para contemplar
as políticas de saúde vigentes no país.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
A ESCOLA DIANTE DO ALUNO QUE FAZ USO DE ÁLCOOL E DROGAS: O QUE DIZEM
OS PROFESSORES?
Isabela de Lourdes Sena Cordeiro* (Universidade Federal de São João del-Rei), Marcelo
Dalla Vecchia (Universidade Federal de São João del-Rei), Deiriely Mara de Almeida Silva
(Universidade Federal de São João del-Rei).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Claudia Oliveira Dias, Laís Mendes* - Aliança de Redução de Danos Fátima Cavalcanti
(Universidade Federal da Bahia)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Trata-se de um estudo que busca analisar o Consultório na Rua, serviço inserido no Plano
Integrado de Enfrentamento do Crack e outras Drogas (PIEC) e no Plano Emergencial de
Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no Sistema
Único de Saúde – SUS (PEAD 2009-2010). Em síntese, este trabalho objetiva identificar
elementos que visem e salvaguardem a garantia de direitos da população toxicodepen-
dente em situação de rua. Para tanto, a análise proposta nesta pesquisa se sustenta na
relação de princípios correlatos de dois lugares teóricos - o Projeto Ético-Político do Serviço
Social e a Redução de Danos. Dessa maneira, os procedimentos metodológicos adotados
são predominantemente qualitativos e a identificação de categorias analíticas se deu por
intermédio de instrumentais de coleta de dados de fonte primária, a saber, questionário
direcionado à assistente social e entrevista não estruturada, realizada com uma usuária do
Consultório na Rua. A pesquisa bibliográfica evidencia que os princípios baseados na liber-
dade e na autonomia dos sujeitos estão presentes no Projeto Ético-Político e na Redução
de Danos, o que possibilita um campo fértil para o desenvolvimento de práticas teórico-criti-
cas. A pesquisa de campo ora concluída mostra através das falas dos sujeitos entrevistados
que a Redução de Danos não é discutida com os usuários do serviço, entretanto, destaco
que ações baseadas nos princípios de Redução de Danos permeiam os atendimentos; o
Consultório na Rua facilita o acesso dos usuários a outros serviços da rede pública. Como
produto deste estudo, sinalizo para a necessidade de discussão do tema “Redução de Da-
nos” com os usuários do serviço a fim de apresentar a estes possibilidades além do modelo
biomédico hegemônico para lidar com a toxicodependência, tendo quase sempre a absti-
nência como única opção. Sinalizo também a existência de confluência dos princípios da
Redução de Danos com os princípios do Projeto Ético-Político do Serviço Social, pautando
o respeito à autonomia e luta contra estigmas e preconceitos. Contudo, remonto à necessi-
dade de revisão de paradigmas referente às drogas e seu uso pautada em pesquisas sérias
sobre o assunto superando o senso comum e construindo formas mais éticas de lidar com
a questão das drogas na sociedade contemporânea.
Palavras-chave: Redução de danos; Projeto ético-político; Serviço social; Vulnerabilidade
social; Direitos humanos.
Eixo temático: Atenção, Reinserção Social e Redução de Danos
Modalidade de apresentação: Pôster
Tipo de trabalho: Relato de Pesquisa
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Manoel de Lima Acioli Neto*, Mariana Carvalho Pessoa, Mariana Oliveira Sobral e Maria
de Fátima de Souza Santos (Universidade Federal de Pernambuco).
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Autores e instituição: Vânia dos Santos Moreira (Universidade Federal da Bahia - UFBA)
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
O curso por educação à distância SUPERA (Sistema para detecção do Uso abusivo e
dependência de substâncias Psicoativas: Encaminhamento, intervenção breve, Reinserção
social e Acompanhamento) é realizado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) como parte
integrante das Políticas Públicas ligadas a prevenção, que preveem, entre outras ações,
a ampla capacitação de profissionais das áreas de saúde, assistência social e educação.
O presente trabalho teve por objetivos relatar a experiência da tutoria do curso SUPERA
6ª edição e realizar uma análise qualitativa dos fóruns de discussão de uma turma dessa
mesma edição do curso. Na 6ª edição foram disponibilizadas trinta mil vagas e a tutoria foi
oferecida ao longo de cinco meses de curso. Cada dupla de tutores foi responsável pelo
acompanhamento de uma sala com 500 alunos, sendo a sala analisada com 498 alunos.
Esse acompanhamento incluía a mediação nos fóruns de discussão, o esclarecimento
de dúvidas de conteúdo por meio de ligações telefônicas e mensagens na plataforma
Moodle. Os fóruns de cada um dos sete módulos geraram grande volume de discussão,
que foi analisado de forma qualitativa (análise de conteúdo) neste presente estudo, tendo
como perspectiva o tema estigmatização. Foram postadas mensagens com caráter
estigmatizante nos fóruns referentes aos temas: Cultura do uso, Políticas Públicas, Estigma,
Mecanismos de Ação das Drogas, Crack, Estágios Motivacionais, Prevenção de Recaída
e Atenção Integral. A participação dos tutores na mediação dos fóruns foi essencial para
evitar ou resolver conflitos entre os participantes, principalmente no que tange a conceitos
estigmatizados ou errôneos. Estas intervenções produziram mudanças significativas nas
mensagens posteriores dos participantes, contribuindo para o aprofundamento e maturidade
da discussão e para a redução dessas mensagens. Houve também discussões sobre as
diferenças regionais quanto aos tipos de serviços oferecidos e práticas realizadas. Em geral,
os participantes manifestaram mais interesse por estratégias de prevenção e tratamento do
que por discussões sobre o funcionamento das redes SUS (Sistema Único de Saúde) e
SUAS (Sistema Único da Assistência Social). Houve redução da participação dos alunos
nos fóruns com o decorrer do curso, o que poderia ser atribuído tanto ao esgotamento
das discussões como às temáticas dos módulos finais, relacionadas ao funcionamento da
rede. Os resultados mostram a importância do acompanhamento dos participantes durante
o curso e a necessidade de se abordar o tema estigma, a despeito destes profissionais
já estarem atuando no atendimento a usuários de drogas, e terem formação na área,
justificando a necessidade de capacitações contínuas.
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Poliane Moreira Gomes* (Consultório na Rua de Anápolis - GO), Marcos André de Matos
(Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Enfermagem); Camila Cardoso Caixeta
(Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Enfermagem); Paulie Marcelly R. dos
Santos Carvalho (Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Enfermagem).
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Palavras chave: Adolescência; Uso abusivo de drogas; Conflito com a lei; Redução de
danos; Cuidado em saúde.
Eixo temático: Atenção, Reinserção Social e Redução de Danos
Modalidade de apresentação: Comunicação Oral
Tipo de trabalho: Relato de Experiência
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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Autores: José Kleber Silva dos Santos* (Universidade Federal de São Paulo), Eliane
Assunção Castro* (Universidade Federal de São Paulo), Amanda Ribeiro Pasqualini
(Universidade Federal de São Paulo), Monaliza Mendes da Silva (Universidade Federal de
São Paulo), Ana Paula Leal Carneiro (Universidade Federal de São Paulo), Yone Gonçalves
de Moura (Universidade Federal de São Paulo) e Maria Lucia Oliveira Souza-Formigoni
(Universidade Federal de São Paulo)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Este artigo traz um relato de experiência realizado pelo Programa de Educação pelo
Trabalho para a Saúde PET-Saúde/Redes de Atenção à Saúde Psicossocial: Priorizando o
enfrentamento do álcool, crack e outras drogas - 2013-2015, que objetiva promover o contato
com a realidade da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no município de Juiz de Fora. O
estudo teve como base o mapeamento das informações e registros dos prontuários ativos e
inativos abertos no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2015, com foco em usuários que
passaram por medida de internação compulsória, verificando que tipo de inserção esses
usuários tiveram no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD). Trata-se
de um estudo cuja finalidade foi dar visibilidade ao itinerário dos usuários que chegam para
tratamento por medida de internação compulsória e saber se a internação compulsória
contribuiu para a adesão do usuário ao tratamento. Foram utilizados dados levantados a
partir de informações contidas em prontuários e documentos expedidos ao município pelos
fóruns da cidade com as ordens de internação compulsória buscando identificar a partir do
cruzamento de informações registradas o itinerário do usuário na rede, com o recorte da
relação desse usuário com o serviço CAPS. Nesse mapeamento inicial, levantou-se que
muitos desses usuários possuem registros no CAPS, mas não se endereçam ao serviço
na perspectiva de tratamento, com recorrentes abandonos, provocando descontinuidade.
Levantou-se também impasses em se produzir cuidado continuo a esses usuários por
parte da equipe. Verificou-se também a necessidade urgente de fortalecimento da rede de
atenção a saúde para evitar a recorrência à medida de internação pela via judicial que se
revela ineficaz. Pretende-se com os resultados desse estudo apresentar reflexões iniciais
que possam subsidiar e fomentar estudos posteriores para qualificar o desenvolvimento
de estratégias de enfrentamento dirigidas ao tratamento dos usuários de álcool e outras
drogas no município de Juiz de Fora.
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Lúcia Margarete dos Reis (Universidade Estadual de Maringá – UEM), Alan Henrique
De Lazari* (Universidade Estadual de Maringá – UEM), Laís Fernanda Ferreira da Silva
(Universidade Estadual de Maringá – UEM), Bruno Maschio Neto (Universidade Estadual
de Maringá – UEM), Beatriz Ferreira Martins (Universidade Estadual de Maringá – UEM),
Ieda Harumi Higarashi (Universidade Estadual de Maringá – UEM), Magda Lucia Félix de
Oliveira (Universidade Estadual de Maringá – UEM).
O uso de drogas de abuso provoca impactos diretos na saúde do indivíduo, na vida da família,
no trabalho e na comunidade de convivência. O objetivo do presente estudo é analisar a
percepção social da presença de drogas de abuso e violência em uma comunidade do
Noroeste do Paraná. Trata-se de uma pesquisa transversal utilizando inquérito domiciliar
de base populacional. Os dados foram coletados por meio de questionário estruturado,
aplicado a uma amostra aleatória de 358 moradores de uma comunidade que possui
indicadores elevados de violência relacionados ao uso de drogas de abuso. Os entrevistados
possuíam idade média de 44,1 ±14,9 anos, a maioria era mulheres (68,2%), de raça/cor
branca (57,5%) e 36,3% apresentavam de nove a 11 anos de estudo. A renda familiar média
per capita correspondeu a 534 reais, 12,9% não tinham ocupação remunerada e 5,6%
desenvolviam atividade autônoma como fonte de renda. Das 244 mulheres entrevistadas,
29,9% declararam-se do lar. O tempo médio de residência era 14,3 anos e apenas cinco
(1,4%) entrevistados referiram desconhecer o uso de drogas de abuso na comunidade.
O uso de drogas foi encontrado em 18,2% dos entrevistados e 19,8% referiram uso
na família, sendo o uso de crack referido por 2,5%. A maioria (82,4%) considerou que
as drogas estão presentes em elevada intensidade, situação considerada ‘preocupante’
para 56,1% e motivo de sofrimento para 61,5% dos entrevistados. Duzentos e sessenta
entrevistados (72,6%) apontaram restrições em suas atividades habituais pelo medo de
sofrer atos violentos. O principal motivo da circulação e consumo de drogas de abuso na
comunidade, foram relacionados à ausência de policiamento (31,4%). A maioria (90,2%)
percebeu a presença de violência na comunidade e a relacionaram com o uso de drogas de
abuso. Três fenômenos foram relevantes: o número de mulheres desempregadas ou que
informaram permanência nos domicílios; a percepção elevada sobre a presença de drogas
de abuso na comunidade; e a evidência de uma cultura de expansão do uso de drogas de
abuso na família, com a inclusão do crack no âmbito familiar.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Cleiton José Santana (Universidade Estadual de Maringá – UEM), Alan Henrique De Lazari*
(Universidade Estadual de Maringá – UEM), Marcelo da Silva (Universidade Estadual de
Maringá – UEM), Érica Gomes de Almeida (Universidade Estadual de Maringá – UEM),
Magda Lúcia Félix de Oliveira (Universidade Estadual de Maringá – UEM).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Embora exista um número expressivo de estudos que contemplem fatores de risco ao uso
de drogas, há escassez daqueles que discutem os fatores de proteção, especialmente
no Brasil. O objetivo do presente estudo foi analisar os fatores para proteção ao uso de
drogas de abuso em famílias de uma comunidade com indicadores elevados de violência
associados às drogas, com vistas a refletir sobre políticas de prevenção. Pesquisa
descritiva e transversal, utilizando inquérito domiciliar e amostragem intencional por cadeia
de referência, a partir de uma sequência de referências fornecidas pelos moradores de um
bairro considerado da periferia do município de Maringá - Paraná. Foram entrevistados 90
moradores, com utilização de um roteiro de entrevista semi-estruturado, complementado
por um roteiro de observação da comunidade. A coleta de dados foi realizada no período de
julho a setembro de 2014. Os dados foram compilados em planilha eletrônica no Microsoft
Office Excel 10.0 e foram importados para o Statistical Software Analisys, processamento
e análise dos dados. Todos os preceitos éticos foram obedecidos e os participantes da
pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os entrevistados
possuíam idade média de 50,5 anos, 77 (85,5%) eram do sexo feminino, e 53 (58,9%)
eram casados, com predominância do ensino fundamental incompleto como escolaridade -
55 (62%). O tempo médio de residência na comunidade foi de 10,5 anos, acompanhada de
reconhecimento da vizinhança, 58 (64,4%) entrevistados disseram que o uso de drogas por
pessoas da vizinhança não interferia na vida pessoal; e 81 (90%) afirmaram que “poderiam
contar com os vizinhos”, confirmando a inserção/participação de uma rede social de
confiança na comunidade. Como fatores protetores para o não uso de drogas as relações
intrafamiliares e a religiosidade, foram os principais aspectos considerados, onde 84 (93,3%)
dos entrevistados afirmaram ter religião. Em referência às relações intrafamiliares, foi citado
o modo de educação familiar, o espelhamentos nos pais e o diálogo, no sentido de conversar
e orientar sobre droga. Com relação as redes de apoio às famílias, consideradas indutoras
de proteção, os entrevistados apontaram: 84 (94%) relataram atividades na comunidade,
como grupos de estudos e atividades na igreja; a procedência dos amigos era do próprio
bairro - referido por 67 (74,4%), seguido por amizades na igreja 38 (42,2%); os próprios
familiares da família extensa 24 (26,6%). Os dados permitem refletir sobre políticas de
prevenção para os problemas relacionados ao uso de drogas em nosso país e em nossas
comunidades e pautar o desenvolvimento de ações que contemplem as necessidades de
saúde loco-regionais para o enfrentamento à epidemia das drogas de abuso.
51
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Resumo:
Os poucos estudos no Brasil que avaliam as famílias de usuários de drogas demonstram
evidências consistentes do impacto causado particularmente aos familiares mais próximos.
Considerando a investigação de eventos sentinela como um método inovador de vigilância
epidemiológica e monitoramento locorregional dos efeitos sociosanitários das drogas de
abuso na saúde da população, o objetivo desta pesquisa foi analisar o contexto familiar de
jovens após a internação hospitalar com diagnóstico médico de efeitos secundários do uso de
drogas de abuso. O estudo constitui-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, utilizando
a investigação do evento sentinela internação hospitalar de jovens com diagnóstico médico
de efeitos secundários do uso de drogas de abuso como ferramenta para acessar a família
do usuário de drogas. Foram investigados sete eventos sentinela - independentes de sexo,
com idades entre dez e 24 anos, mas com vínculo familiar, moradia definitiva e residente no
município de Maringá- Paraná, notificados ao Centro de Controle de Intoxicações, do Hospital
Universitário Regional de Maringá, e um familiar de cada jovem, eleito pela família como
informante-chave. Utilizou-se análise documental, da Ficha de Ocorrência Toxicológica de
Intoxicação Alcoólica e/ou outras Drogas de Abuso e do prontuário do jovem, e entrevista
domiciliar com o familiar. A faixa etária dos jovens variou entre 16 e 23 anos, porém não
reflete a idade de iniciação do uso de drogas - em um dos casos o jovem apresentava 17
anos, e havia iniciado o uso de drogas aos 13 anos de idade. Encontrou-se uso associado
de múltiplas drogas - álcool, crack, e maconha. Dos sete jovens, apenas um continuava
estudando, embora o nível de escolaridade não fosse compatível com a idade. Das quatro
jovens, três eram multíparas e começaram a ter filhos com idade entre 15 e 17 anos, sendo
que duas dessas jovens, aos 22 anos tinham quatro filhos, e todas abandonaram os estudos.
Em uma família encontrou-se envolvimento do jovem com tráfico de drogas e abuso de
drogas dentro do próprio domicílio. Quanto ao relacionamento intrafamiliar das sete famílias
entrevistadas, seis relataram relacionamento conflitante entre os membros, e a ocorrência
de violência intrafamiliar foi referida por cinco familiares, com relato de episódios recorrentes
de agressão física intradomiciliar. Encontrou-se comportamento aditivo familiar em cinco
famílias. Evidenciaram-se, nos casos investigados, iniciação precoce do uso de drogas, uso
associado de múltiplas drogas, evasão escolar, gravidez precoce, envolvimento do jovem
com o tráfico, rompimento dos vínculos relacionais na família, e comportamento aditivo. A
investigação permitiu acessar casos graves de jovens usuários de drogas em situação de
vulnerabilidade, e famílias com comprometimento em diversas esferas, passíveis de ações
de políticas públicas.
52
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Alan Henrique De Lazari* (Universidade Estadual de Maringá – UEM), Lucia Margarete dos
Reis (Universidade Estadual de Maringá – UEM), Aroldo Gavioli (Universidade Estadual de
Maringá – UEM), Flávia Antunes (Universidade Estadual de Maringá – UEM), Michele Cristina
Santos (Universidade Estadual de Maringá – UEM), Mirella Machado Ortiz (Universidade
Estadual de Maringá – UEM), Rosangela Christophoro (Universidade Estadual de Maringá
– UEM), Magda Lucia Félix de Oliveira (Universidade Estadual de Maringá – UEM).
53
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Autores e instituição:
Allisson Vasconselos Oliveira (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), Ana
Claudia Leite da Silva Ferreira * (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), Samara
Lozane Pacifico de Souza (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), Cláudia
Maria Generoso (Prefeitura Municipal de Betim), Valmir Braz da Silva (Prefeitura Municipal
de Betim).
Resumo:
Este trabalho trata-se de um relato de experiência que tem como objetivo abordar as
atividades de inserção social de usuários da saúde mental envolvidos com álcool e outras
drogas, vinculadas ao Projeto de Educação pelo trabalho em Saúde, que acontece numa
parceria entre PUC Minas, Governo Federal e Prefeitura de Betim/MG. A eleição de serviços
de saúde mental de Betim como cenário de práticas se apoia na experiência de uma rede
consolidada há mais de 20 anos, bem como sua parceria com a PUC Minas. A escolha
por atividades coletivas se baseia na necessidade de ampliar ações que contemplem a
inserção social de pessoas com sofrimento mental e dependência química, sendo as oficinas
terapêuticas poderoso recurso ancorado nos princípios do SUS e da Reforma Psiquiátrica,
em curso no Brasil. As oficinas terapêuticas são práticas de atenção coletiva, ainda que
singularizadas, desenvolvidas nas três últimas décadas nos diversos serviços da rede de
atenção à saúde mental substitutiva aos manicômios e que tem papel de reformulação
da assistência. São atividades variadas como cerâmica, culinária, marcenaria, bordados,
mosaicos, entre outras. Neste relato, destacaremos a experiência da oficina de mosaico, no
Centro de Convivência Estação dos Sonhos (CCES) e CAPSad em Betim, configurando-se
em um trabalho em rede. A oficina de mosaico foi criada há 10 anos no CCES, atendendo
a alguns princípios das oficinas em saúde mental: incentivar a criação, com vistas a seu
possível efeito terapêutico, este complementar à clínica; possibilitar a circulação social e a
convivência; e promover a geração de trabalho e renda para os usuários da saúde mental,
façam eles uso abusivo de álcool e outras drogas ou não. A oficina se tornou também
espaço de formação, com práticas coletivas para estagiários e residentes de cursos
diversos oferecidos por instituições do município. Nessa perspectiva, a oficina de mosaico
pôde realizar ações de integração entre ensino e serviços em rede. Ao realizar oficinas
de mosaico no CCES, os alunos aprenderam a condução e a técnica empregada nessa
atividade e perceberam as várias possibilidades criadas por ela; daí o desejo de ampliar
a oficina para o CAPSad. É fundamental que práticas em saúde junto a toxicômanos
levem em consideração o sujeito como implicado na sua forma de lançar mão da droga,
viabilizando novas relações que possam ser estabelecidas a partir do saber que o próprio
sujeito constrói sobre si mesmo e sobre outras possibilidades na vida. A oficina de mosaico
funciona então como instrumento para tal atitude. Constitui estratégia emancipatória por
possibilitar que o sujeito seja protagonista de seu tratamento e permitir que ele aprenda
um ofício, o qual, inclusive, pode ter alguma valia após sua recuperação. A participação
dos usuários não se dá com intuito primordial de produzir um objeto, mas pelo fato de
tais lugares serem espaços de estabelecimento de relações sociais, troca de experiências,
criação e expressão da subjetividade.
Resumo: Com a criação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), instituída pela portaria
nº 3.088 de 2011, a ampliação do cuidado às pessoas que fazem uso prejudicial de drogas
tende a ser legitimada. Esta portaria apresenta como um de seus componentes a Atenção
Básica, tendo como pontos de atenção as Unidades Básicas de Saúde (UBS), com
denominações distintas em cada município; Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF);
e serviços de Saúde Mental, todos articulados. Desta forma, o matriciamento é pensado
como estratégia de discussão das intervenções e debate em conjunto, onde as equipes
denominadas “especializadas” contribuem com a construção do cuidado aos usuários no
território, trazendo para linha do cuidado as particularidades da atenção psicossocial. Trata-
se de um estudo de caso tipo simples, com a unidade-caso matriciamento, cujo nível de
análise é a narrativa dos profissionais/autores. Assim, objetiva-se discutir as produções do
apoio matricial na clínica e cotidiano dos trabalhadores. Para tal, relata-se a experiência de
três categorias profissionais diferentes (enfermeira do Centro de Saúde; assistente social
do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) – ambas do estado do
Rio de Janeiro; terapeuta ocupacional do NASF – estado de São Paulo), com a mesma
formação em saúde mental e atuações distintas na atenção básica, envolvidas no cuidado
aos usuários que fazem uso abusivo de drogas. Discutiu-se sobre a abordagem da
redução de danos (RD) como política e estratégia de intervenção, e seus impactos na
clínica da atenção básica; apresenta-se as dificuldades do cuidado do usuário no território,
considerando as intempéries do narcotráfico. As reflexões indicam a necessidade de ampliar
a discussão das temáticas matriciamento, RD, cuidado integral do usuário de drogas na
atenção básica e difundir as práticas a fim de fortalecê-las, assim como as políticas públicas
que as subsidiam.
55
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Luciane Suélen Gonçalves* (Centro Universitário de Lavras), Andréa Cabral Rios (Centro
Universitário de Lavras).
56
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
57
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Ana Leticia San Juan* (Secretaria Municipal de Saúde de Bauru), Juliane Aparecida Rocia
Lobregat (Secretaria Municipal de Saúde Bauru).
58
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
59
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Angela Maria Araujo ( Faculdade União de Campo Mourão), Aline Fernanda Cordeiro
(Faculdade União de Campo Mourão), Andressa Trianna Barbosa (Faculdade União de
Campo Mourão), Claudia Raquel Padovani (Faculdade União de Campo Mourão), Emily
Carla Milani Gonçalves (Faculdade União de Campo Mourão), Fernanda Pagan Pereira
(Faculdade União de Campo Mourão), Flavia Daniela de Souza (Faculdade União de
Campo Mourão), Gabrielly Tavares Botelho (Faculdade União de Campo Mourão), Griziele
Martins Feitosa* (Faculdade União de Campo Mourão), Janaína Letícia da Silva (Faculdade
União de Campo Mourão), Marilene Teixeira Gomes (Faculdade União de Campo Mourão),
Nayara Lopes Silva (Faculdade União de Campo Mourão), Karen Kobayashi (Faculdade
União de Campo Mourão), Renan de Oliveira (Faculdade União de Campo Mourão), Sandra
Regina Fava (Faculdade União de Campo Mourão), Tayanara Larissa S. Endo (Faculdade
União de Campo Mourão), Vanessa Shirley (Faculdade União de Campo Mourão), Valdelyse
Francyni Killer de Jesus (Faculdade União de Campo Mourão), Izailda Lucio (Faculdade
União de Campo Mourão)
60
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Pedro Henrique Antunes da Costa* (Universidade Federal de Juiz de Fora), Ana Luísa
Marilère Casela (Universidade Federal de Juiz de Fora), Daniela Cristina Belchior Mota
(Universidade Federal de Juiz de Fora), Érika Pizziolo Monteiro (Universidade Federal de
Juiz de Fora), Fernando Santana de Paiva (Universidade Federal de São João del-Rei),
Jéssica Verônica Tibúrcio de Freitas (Universidade Federal de Juiz de Fora), Nathália Munck
Machado (Universidade Federal de Juiz de Fora) e Telmo Mota Ronzani (Universidade
Federal de Juiz de Fora)
Bárbara Pereira Loures* (Universidade Federal de Juiz de Fora), Pedro Henrique Antunes
da Costa (Universidade Federal de Juiz de Fora), Telmo Mota Ronzani (Universidade
Federal de Juiz de Fora)
62
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
64
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Erika Renata Trevisan* (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), Andrea Ruzzi Pereira
(Universidade Federal do Triângulo Mineiro), Daniela Tonizza de Almeida (Secretaria
Municipal de Saúde de Belo Horizonte), Jurema Ribeiro Luiz Gonçalves (Universidade
Federal do Triângulo Mineiro), Paulo Estevão Pereira (Hospital de Clínicas da Universidade
Federal do Triângulo Mineiro).
65
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
66
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
67
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Bárbara Any Bianchi Bottaro de Andrade* (UFJF), Marinéia Vicentina da Cruz (UNIVERSO),
Kelly Fabiane de Freitas Miranda (Imepen), Roberta Costa Gonçalves Valente (Imepen),
Marilda Aparecida Ferreira (Imepen), Tatiane da Silva Campos (Imepen), Jéssica Viana
Hinkelmann (Imepen), Luciana Fantini Salles (Imepen), Marcela Melquíades (Imepen),
Eliane Ferreira Carvalho Banhato (CES JF)), Marcus Gomes Bastos (UFJF); Arise Garcia
de Siqueira Galil (UFJF); Fernando Antonio Basile Colugnati (UFJF).
68
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
*Maira Leon Ferreira (Universidade Federal de Juiz de Fora), Laisa Marcorela Andreoli
Sartes (Universidade Federal de Juiz de Fora)
69
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
70
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Bruno Logan Azevedo* (App Redução de Danos), Mariana Bueno Pinheiro* (App Redução
de Danos)
71
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Fabiola Xavier Leal* (Universidade Federal do Espírito Santo), Caroline Christine Moreira
dos Santos (Universidade Federal do Espírito Santo), Renata Santos de Jesus (Universidade
Federal do Espírito Santo)
Este estudo tem como objetivos apresentar a realidade das Comunidades Terapêuticas
existentes no estado do Espírito Santo (ES) e problematizar esses serviços a partir da
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Trata-se de um recorte dos dados de uma Pesquisa
realizada entre os anos de 2012 a 2014 que realizou um diagnóstico sobre as instituições de
tratamento, prevenção, redução de danos e ensino/pesquisa na área de drogas no estado.
A proposta consistiu em problematizar os dados a partir de um cenário nacional referente
aos rumos da Política de Drogas Brasileira e foi concebida a partir de uma demanda da
realidade no que se refere às ações existentes na área de drogas na sociedade capixaba,
principalmente diante da urgência em elaborar análise da implementação da assistência
às pessoas que consomem drogas e que demandam intervenções. Como procedimentos
metodológicos, foram realizadas entrevistas com os dirigentes das entidades, com a aplicação
do instrumento de coleta de dados elaborado por Carvalho et al (2006) para a pesquisa
realizada pela Secretaria Nacional sobre Drogas (SENAD) em 2007. Verificou-se, entre
outros aspectos, a atuação das instituições, objetivos, atividades, rotinas de atendimento,
composição e qualificação dos recursos humanos e infraestrutura física/financeira. Para
a análise quantitativa utilizou-se a análise estatística descritiva e para as perguntas
abertas, análise de conteúdo. Foram garantidos os procedimentos éticos. Observou-se
um cenário que aponta para o crescimento de CTs Religiosas (CTRs), a reafirmação da
lógica manicomial expressa nos encaminhamentos recorrentes da quase totalidade dos
municípios capixabas para instituições com regime de internação e, sobretudo, ausência
de instituições qualificadas para atender as demandas para tratamento na área de drogas.
Assim, nossas reflexões acompanham as reflexões da Luta Antimanicomial e demais
movimentos em defesa do SUS no sentido de nos posicionamos contra a implantação de
uma “rede paralela” à rede pública de saúde.
72
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Resumo:
Introdução: A literatura da área tem apontado a relevância da participação dos usuários,
como parte integrante e necessária no processo de avaliação da qualidade dos serviços
de saúde mental, uma vez que eles estão envolvidos diretamente com o tratamento e são
os principais interessados em melhorá-lo. Apesar de estudos internacionais indicarem
a importância dessa avaliação na perspectiva dos usuários, no Brasil, os estudos estão
apenas começando, na avaliação da percepção de mudança pelos usuários de substâncias
psicoativas em função do tratamento no Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e outras
Drogas (CAPSad), justificando a necessidade deste estudo. Objetivo: Avaliar a mudança
percebida pelos usuários dos CAPSad do Estado de Minas Gerais e investigar as variáveis
correlacionadas ao perfil socioeconômico e clínico. Metodologia: Estudo transversal realizado
em uma amostra de 330 usuários em 13 CAPSad das macrorregiões do Estado de Minas
Gerais. A amostragem foi realizada por aleatorização simples sem reposição e a coleta de
dados por meio de entrevistas, com instrumento contendo dados sobre o perfil dos usuários
e a Escala de Mudança Percebida, validada para uso no Brasil. Foi feito análise estatística
descritiva e inferencial de regressão linear univariada e múltipla de mínimos quadrados
ordinários. Resultados: A amostra se apresenta, predominantemente, de homens (78,2%),
com média de idade de 44,8 anos, solteiros (69,1%), possui ensino fundamental incompleto
(54,5%), fora do mercado de trabalho (69,1%), e tendo, como principal fonte de renda, o
auxílio-doença, benefícios sociais e renda familiar. A maioria dos usuários já havia estado
no serviço anteriormente (52,1%), frequentando há menos de 1 ano (40,0%). Mais da
metade dos usuários não tiveram histórico de internação durante o tratamento. Entretanto,
apresentaram intercorrência no CAPSad (69,7%). Quanto ao período de abstinência e
o uso de substância química, a maioria referiu não consumir bebida alcoólica e drogas
ilícitas no último mês (60,0%); fazia uso de algum psicofármaco (81,8%) e era fumante
(70,0%). A avaliação da mudança percebida obteve escore médio para a escala global
de 2,62 (DP = 0,35). Estes dados mostram que, a maioria dos participantes considera
estar melhor do que antes do tratamento. Considerações finais: Os resultados indicaram
ainda uma relação significativa na análise univariada e multivariada entre os usuários com
maior idade, escolaridade e renda, que frequentam o CAPSad com regularidade e estão
satisfeitos com o serviço, percebem mais mudanças com o tratamento se comparado aos
demais. Por outro lado, as mulheres percebem menos melhora do que os homens, bem
como os usuários que consumiram bebida alcoólica e droga ilegal recentemente, uso de
psicofármaco, com histórico de internação e intercorrências durante o tratamento.
73
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Resumo: Atualmente, o uso abusivo de drogas vem crescendo no Brasil, entre os jovens
de diversas classes sociais. Entendemos como drogas aquelas substâncias que geram
intoxicação ou dependência química, e que, por seus efeitos sobre o psíquico e sobre o
comportamento, são lesivas ao indivíduo e à sociedade. Para a Organização Mundial da
Saúde (OMS), adolescentes são pessoas de 10 a 19 anos, porém o Estatuto da Criança e do
Adolescente estabelece o adolescente dentro da faixa etária de 12 e 18 anos. Inicialmente,
a adolescência é vinculada à idade e ao desenvolvimento biológico e corpóreo, entretanto
é na adolescência que ocorrem transformações subjetivas como as comportamentais e
sociais. Por ter se tornado um problema de saúde pública, o uso de drogas na adolescência
requer atenção especializada, pois envolve lidar com suas diferentes questões. Diante disso
destaca-se o papel do enfermeiro no desenvolvimento de ações que estejam direcionadas
aos jovens. O enfermeiro deve atuar na redução da demanda crescente de usuários de
drogas e produzir conhecimento científico que contribua para a resolução de problemas
de seu uso. Diante das questões expostas sobre o uso de drogas e da experiência como
discentes de enfermagem, objetivou-se relatar a importância das práticas de educação em
saúde englobando promoção da saúde e prevenção do uso de drogas junto aos adolescentes
e a comunidade. Trata-se de um relato de experiência realizado com adolescentes na
faixa etária entre 14 e 18 anos no âmbito escolar, em um colégio localizado no bairro
Pedra Branca, Ribeirão das Neves-MG. Em um primeiro momento buscamos conhecer a
estrutura do colégio e a comunidade ao qual frequenta, divulgando sobre a ação educativa
planejada pelos acadêmicos. Em outro momento realizamos a uma palestra para os alunos,
comunidade e funcionários da escola, incentivando boas práticas para melhor qualidade de
vida e a prevenção dos males que as drogas causam no usuário, fazendo o uso de cartilhas
para buscar socializar o conhecimento sobre drogas, com embasamento científico. Foi feito
uma revisão bibliográfica na biblioteca virtual em saúde, onde foram encontrados artigos
que havia pertinência com o tema a ser abordado. Ao fim da palestra foi nos relatado pela
equipe pedagógica que a visita foi de grande valia, pois planejam desenvolver um projeto
para ser executado com os alunos e a comunidade, trabalhando a prevenção das drogas e
a promoção da saúde. Observamos que a enfermagem deve estar envolvida na orientação
sobre questões de prevenção de males e promoção da saúde, pois é de grande influência
na qualidade de vida e do bem estar da sociedade. Portanto, o estudo nos possibilitou um
amadurecimento sobre a inserção do enfermeiro na educação envolvendo as questões
no contexto da prevenção do uso de drogas e promoção da saúde à comunidade e
adolescentes, já que o problema abordado constitui algo comum do cotidiano.
74
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Denicy de Nazaré Pereira Chagas (Universidade Federal de Juiz de Fora), Paula Miranda
de Oliveira (Associação Casa Viva/JF), Tatiana Oliveira Pereira Tavares* (Associação Casa
Viva/JF).
Este estudo advém da vivência das autoras no Programa Consultório na Rua. Falar da
População em Situação de Rua é referir-se a um grupo heterogêneo que abrange modos
singulares de se relacionar com o território no qual está inserido, tendo em comum a
pobreza e a exposição às diversas formas de violência, estigmas e preconceitos, bem como
dificuldades de acesso aos equipamentos de saúde e intersetoriais. Em 2011, o Consultório
na Rua foi proposto pelo Ministério da Saúde como um dos componentes da Atenção
Básica da Rede de Atenção Psicossocial, atuando frente aos diferentes problemas e
necessidades de saúde da População em Situação de Rua. A busca ativa e o fortalecimento
de vínculos tornam-se ferramentas de extrema importância para o processo de cuidado
desta população. Assim, neste estudo, objetiva-se relatar a experiência de abordagem,
acolhimento e vinculação de uma pessoa em situação de rua à equipe do Consultório na
Rua (eCR) de Juiz de Fora/MG. Trata-se de estudo descritivo, do tipo relato de caso, sendo
as informações obtidas por meio de revisão do prontuário, reunião de equipe, entrevista
com o usuário e revisão da literatura. No primeiro atendimento, o usuário visivelmente
desconfiado nega ser ele quem a eCR procurava. O comportamento de desconfiança foi
substituído, aos poucos, pela confiança ao perceber que a pretensão da equipe era de
criar vínculo fundamentado no respeito e na disponibilidade do outro em estabelecer uma
relação. Apresentamo-nos, explicamos os objetivos do trabalho e nos dispusemos a ouvi-
lo, desprovidos de qualquer comportamento prescritivo ou do excesso de orientações e
propostas, momento em que foi possível a nomeação: “eu sou o Matrix”. Operando por
meio do vínculo, estávamos ali, semanalmente, ouvindo suas demandas e dificuldades que
perpassavam entre problemas de saúde, como perda de visão, dificuldade de locomoção e
uso intenso de bebida alcoólica à falta de documentação e possibilidades de requerimento
de benefícios assistenciais, os quais lhe eram de direito. Diante desses atendimentos, ele
começou a se corresponsabilizar pelo seu plano de cuidado e, passo a passo, através de
estratégias de redução de danos, que vão para além do uso de drogas, bem como sua
inserção à Atenção Básica, o mesmo foi se reestabelecendo diante da vida e criando novas
possibilidades de pertencimento. Atualmente, “Matrix” está aposentado à procura de um
local para morar. Em paralelo, iniciou contato com sua família em São Paulo, cidade de
origem e, não descarta a possibilidade de retornar ao convívio familiar. A vivência traz à
luz os modos de operar o cuidado, que rege o processo de trabalho da eCR, valendo-se
da construção de vínculo como ferramenta de potencialização do cuidado e convergindo
com os pressupostos da Atenção Básica, Saúde Mental e da estratégia de Redução de
Danos, como orientação ético-política e garantindo, acesso equânime ao SUS e as demais
políticas públicas àqueles que fazem da rua seu território de vida.
Palavras-chave: Cuidado; Consultório na Rua; População de Rua; Vínculo.
79
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
O presente trabalho visa discutir a questão das abordagens policiais motivadas por
busca de drogas na cidade do Rio de Janeiro. As discussões sustentadas pela ideia de
comportamento desviante (BECKER, 2008) mostram como ocorrem essas abordagens e
a forma que os jovens percebem e avaliam o tratamento dado pelos policiais durante essa
situação. Os dados utilizados nesse trabalho são entrevistas semiestruturadas com jovens
entre 18 e 29 anos moradores da cidade do Rio de Janeiro. As entrevistas contemplam
diversos perfis de jovens, estando atenta especialmente a área de domicílio dos jovens.
O objetivo dessa separação é analisar se há diferenças no tratamento dado por policiais
quando comparadas áreas mais ricas e áreas mais pobres. Também são consideradas na
análise a cor dos abordados, se moram em Favela ou Não Favela, entre outros. A ideia
que defendo nesse é que o trabalho de abordagem policial não é aleatório, ou seja, alguns
indivíduos são mais suspeitos do que outros. Além disso, discuto questões relacionadas à
essas abordagens como extorsões, agressões físicas e verbais e se a repressão policial
gera impacto no consumo de drogas para os jovens abordados.
80
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
81
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Autores e instituição: Tamara Neder Collier* (SAE Campos Elisios/ PRD Sampa/
Programa De Braços Abertos); Caique Almeida (SAE Campos Elisios/ PRD Sampa/
Programa De Braços Abertos); Felipe A. Martins (SAE Campos Elisios/ PRD Sampa/
Programa De Braços Abertos)
82
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
83
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Este trabalho tem como objetivo apresentar as percepções dos profissionais que participaram
dos cursos de capacitação oferecidos pelo Centro Regional de Referência da Universidade
Federal do Triângulo (UFTM), em 2014, em relação a relevância dos conteúdos abordados
durante os cursos para a construção das suas práticas profissionais. A implantação dos
Centros Regionais de Referência (CRR) nas universidades públicas brasileiras, com vistas
à realização de cursos de formação permanente, compõe uma das ações do Programa
“Crack, é possível vencer” (2011). Por meio do Edital nº 002/2010/GSIPR/SENAD, o
CRR/UFTM desenvolveu em 2014 dez cursos de capacitação para aproximadamente
360 profissionais da Rede de Atenção a Saúde e Assistência Social, Segurança Pública,
Ministério Público e Poder Judiciário provenientes dos municípios de Uberaba/MG, Frutal/
MG e Uberlândia/MG. Os cursos tiveram carga horária de 60 horas presenciais, ministrados
às sextas-feiras e sábados. Os conteúdos foram divididos em módulos conduzidos pelos
docentes da UFTM e profissionais de referência que atuam com dependentes e seus
familiares nos respectivos municípios em que os cursos foram realizados. As estratégias
pedagógicas foram aulas expositivas e dialogadas, estudos de casos, debates de filmes,
dinâmicas de grupos, rodas de discussão, apresentação de experiências exitosas e
confecção de cartazes. Ao final de cada curso foi realizado uma avaliação elaborada pela
Equipe de Coordenadores do CRR/UFTM para apreender as percepções dos cursistas
sobre o processo formativo. Após sistematização e consolidação dos dados observou-se
que 40,76% consideraram como “excelente” a contribuição do curso para o aprendizado e
desenvolvimento de ações para abordagem de pessoas e seus familiares com transtornos
decorrentes ao uso de crack e outras drogas e 46,9% mensuraram este quesito como
“muito bom”. No quesito aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades
para abordagem de pessoas e seus familiares com transtornos decorrentes ao uso de
crack e outras drogas, 43,4% dos cursistas avaliaram como “muito satisfeito” e 52,9% como
“satisfeito”. A satisfação das expectativas em relação ao curso recebeu avaliação “excelente”
para 37,1% dos profissionais que participaram dos cursos oferecidos pelo CRR/UFTM e
“muito bom” para 43,3%. A análise dos dados demonstrou a relevância do Centro Regional
de Referência na promoção da qualificação dos profissionais da região do Triângulo Mineiro
e sua contribuição na articulação da rede de atenção a usuários de crack e outras drogas
por meio das atividades de formação permanente. Tais atividades se pautaram por um
foco analítico abrangente sobre a problemática das drogas fomentando o desenvolvimento
de ações condutoras de práticas intersetoriais que contribuam para a reinserção social e
redução de danos do usuário de crack e outras drogas e seus familiares.
84
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Resumo: O uso abusivo de Substâncias Psicoativas (SPAs) vem aumentando nas últimas
décadas, constituindo-se um grande problema de saúde pública, levando a sérios problemas
no âmbito familiar, social e econômico. Dentre as SPAs, o uso do álcool e do tabaco são
os mais frequentes por serem drogas lícitas, aceitas pela sociedade e estimuladas pela
mídia. Em 2003, o Ministério da Saúde implementou o Programa Nacional de Atenção
Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas, no qual a Redução de Danos passa a ser
a política pública adotada, tendo como alvo principal a população de rua, por apresentar
alta vulnerabilidade à violência e ao consumo de drogas. E, em 2012, foram instituídos os
Consultórios na Rua, com o objetivo de promover acessibilidade aos serviços de saúde,
assistência integral e promoção de laços sociais. A partir daí, fez-se necessário treinamentos
para promover adequações às condutas profissionais e aprimorar suas habilidades. Para
tanto, o Centro Regional de Referência sobre Drogas do Espírito Santo (CRR-ES), por meio
da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)/ Centro de Estudos e Pesquisas sobre
Álcool e outras Drogas (CEPAD), vem atuando na oferta de cursos que visam intensificar,
ampliar e diversificar as ações oferecidas pelos serviços em relação a temática álcool e
outras drogas. Este estudo objetiva avaliar a eficácia da capacitação dos profissionais do
Consultório na Rua, que concluíram curso oferecido pelo CRR-ES. É um estudo exploratório,
descritivo e analítico de abordagem quase-experimental. E, como resultados preliminares,
destacam-se o perfil dos profissionais quanto à formação, sendo: 4 assistentes sociais, 2
psicólogos, 1 enfermeiro, 1 técnico em saúde bucal, 2 técnicos em enfermagem e 1 auxiliar
em enfermagem. Dentre eles, 73% destes atuam no Consultório na Rua pelo menos por 1
ano e 27% entre 1 a 5 anos. Com relação as dificuldades na abordagem da problemática
álcool com os usuários, 36% afirmaram medo da agressividade dos portadores de
transtornos relacionados ao álcool e 46% apresentam (des)confiança nas informações
relatadas pelos mesmos. Assim, pretende-se com o estudo, estimular uma reflexão crítica
entre os profissionais acerca do uso de SPAs na sociedade e na atuação prática, visando
à melhoria na qualidade da atenção aos portadores de transtornos mentais, dentre eles, os
relacionados ao consumo de SPAs.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Poliane Moreira Costa* (Universidade Federal de São João del-Rei), Camila Corrêa Matias
Pereira (Universidade Federal de São João del-Rei), Carine Gabrielle Silva Zambalde
(Universidade Federal de São João del-Rei), Cecília Canquerini Lambert (Universidade
Federal de São João del-Rei), Jacqueline Simone de Almeida Machado (Universidade
Federal de São João del-Rei), Nadja Cristiane Lappan Botti (Universidade Federal de São
João del-Rei).
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
O presente trabalho consiste em relato de experiência das atividades realizadas pela ONG
Pode Crer na cidade de Sorocaba/SP. Utilizando a redução de danos como perspectiva e
direcionamento de um trabalho em serviço de albergamento para homens adultos usuários
de substancias psicoativos e em situação de rua. Entendemos a Redução de Danos (RD)
como política social que atua no fio da navalha, uma vez que legalidade não é sinônimo de
segurança, e droga não é sinônimo de ilegalidade. Podemos pensar em pelo menos dois
tipos de clínica para as pessoas que usam drogas, a clínica do acolhimento ou a clínica
disciplinadora. Acolher diz respeito à nossa capacidade de aceitar as diferentes formas de
ser e estar no mundo, à nossa abertura diante da diversidade; trata-se de uma postura ética
diante da vida, do trabalho, do cuidado. É na perspectiva do acolhimento, da promoção de
autonomia e cuidado que a RD é utilizada como método para o tratamento é baseado no
aumento do grau de liberdade e de corresponsabilidade, possibilitando o protagonismo dos
usuários e familiares, transformando vidas. O trabalho desenvolvido na ONG Pode Crer,
propõem a utilização das práticas de redução de danos em aspectos globais, voltadas
para a área social, cidadania, política e saúde, não tendo como foco o uso de substancias
psicoativo, mas sim o empoderamento de cidadãos desfiliados socialmente que possuem
essa característica em comum, visando protagonismo e qualidade de vida. Nesse sentido,
desenvolvemos atividades como, por exemplo, assembléias semanais, para construção
e discussão das regras de convivência da casa em conjunto com os usuários do serviço,
visando à construção de um ambiente democrático, construção e acompanhamento de
projeto individual de vida, oficinas de jogos teatrais, cine-debate, criatividade, trabalho e
cidadania. Além de atendimentos técnicos realizados por psicólogo e assistente social. No
período de fevereiro de 2014 a junho de 2015, no qual passaram 78 pessoas pelo serviço,
que dispõem de 8 vagas das quais os usuários podem usufruir por até 6 meses, foi possível
fazer uma observação participante e análise dos dados produzidos pelos instrumentais
da instituição. Diante dessas observações pode-se perceber que a redução de danos,
enquanto estratégia de atenção a pessoas em situação de rua, nesse contexto intra-
institucional, têm obtido resultados significativos, tanto em aspectos qualitativos quanto
quantitativos, partindo da promoção da saúde, entendida como bem-estar físico, mental e
social, perpassando pelo desenvolvimento da autonomia, cidadania, desenvolvimento de
criticidade e diminuição do uso de drogas ilícitas.
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Ângela de Almeida Siqueira (CEPAD - UFES), Camila Barcelos Vieira* (CEPAD - UFES),
Fernanda Dadalto Garcia (CEPAD - UFES), Lorena Silveira Cardoso (Enfermeira
Pesquisadora, Membro da Equipe Técnica do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Álcool
e outras Drogas e Mestre em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo),
Phablo Wendell Costalonga Oliveira (CEPAD - UFES) Rayane Cristina Faria de Souza
(CEPAD - UFES), Tatiana Rodrigues do Amaral (CEPAD - UFES), Vitor Buaiz (CEPAD -
UFES), Marluce Miguel de Siqueira (CEPAD - UFES).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Erika Renata Trevisan* (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), Andrea Ruzzi Pereira
(Universidade Federal do Triângulo Mineiro), Ailton de Souza Aragão (Universidade Federal
do Triângulo Mineiro), Daniela Tonizza de Almeida (Secretaria Municipal de Saúde de Belo
Horizonte), Jurema Ribeiro Luiz Gonçalves (Universidade Federal do Triângulo Mineiro),
Luciana Cristina C. de Morais Silva (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), Paulo
Estevão Pereira (Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro),
Sybelle de Souza Castro (Universidade Federal do Triângulo Mineiro),
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Centro Regional de Referência (CRR) surge a partir do programa “Crack é Possível Vencer”
reconhecendo a educação permanente como transformadora de práticas profissionais na
assistência ao usuário de drogas. Tornando necessária a capacitação de profissionais nos
diversos serviços envolvidos na assistência aos usuários, familiares e comunidade, pois
são crescentes as complicações envolvendo indivíduos e substâncias psicoativas. Assim,
em 2011, é implementado o Centro Regional de Referência sobre Drogas do Espírito Santo
(CRR-ES) que se encontra, atualmente, em execução da 3ª etapa do projeto, e desde
então, desenvolve ações articuladas entre a universidade e serviços de saúde devido à
necessidade de qualificar o profissional atuante com essa temática. O trabalho objetiva
relatar a experiência da implantação do CRR-ES e das atividades desenvolvidas durante
o período de 2011 até 2014. A 1ª etapa do CRR-ES ocorreu em 2011, com parceria dos
Municípios de Vitória e Vila Velha, e a duração de suas atividades foi de 12 meses com a
oferta de quatro cursos. Enquanto que a 2ª etapa, em 2013 e 2014, se iniciou mediante
ampliação para seis cursos possibilitando também a participação da comunidade nos
cursos de aperfeiçoamento e atualização. Em todas as etapas o material didático utilizado
foi desenvolvido pela equipe de pesquisadores do Centro de Estudos e Pesquisas sobre
o Álcool e outras Drogas da Universidade Federal do Espírito Santo (CEPAD-UFES)
proporcionando cadernos técnicos de acordo com o curso ministrado além de atividades
complementares como a oportunidade de participar do “Ciclo de Debates: drogas, e eu
com isso?” realizado pelo CEPAD na Semana Estadual sobre Drogas. A equipe do CRR-
ES se fortalece ao longo do desenvolvimento de suas atividades de educação permanente
refletindo o compromisso dos participantes envolvidos, pois, no decorrer do desenvolvimento
das atividades, surgiram diversas possibilidades de pesquisas acadêmicas. Atualmente,
possui 01 dissertação já concluída e 02 em andamento, juntamente, iniciações científicas
e trabalhos de conclusão de curso. A experiência do CRR-ES potencializa a construção
de soluções coletivas partindo da vivência profissional de modo a superar as realidades
cotidianas. E, a experiência da intersetorialidade e multiprofissional demonstra que há
condições e possibilidades para a construção de um espaço onde buscamos soluções
compartilhadas de modo a transformar práticas superando realidades cotidianas.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Nas últimas décadas, no Brasil, a repressão tem sido adotada como principal estratégia
para o combate aos problemas relacionados as drogas. Políticas públicas pautadas neste
tipo de coerção tem resultado em recorrentes violações aos direitos humanos, como
tratamento cruel, desumano e degradante dos usuários, encarceramento em massa,
execuções, detenção arbitrária, discriminação, e negação ao acesso a saúde e tratamento
adequados. O Relatório Mundial sobre Drogas, publicado em 2011, orienta que a saúde
pública deve ser o centro dos esforços de controle de drogas, equilibrando a forma
como os fundos são gastos para garantir que as consequências sociais do consumo de
drogas sejam reduzidas; o controle de drogas deve ser posto no contexto mais amplo de
prevenção da criminalidade; além de todas as ações serem desenvolvidas em observância
aos direitos humanos e a salvaguarda da dignidade humana. Conforme definido pelas
Convenções Internacionais1, a prevenção deve ser um dos principais componentes de um
sistema orientado por uma abordagem de saúde para tratar a questão das drogas. Nessa
perspectiva o objetivo desde artigo é discutir sobre as formas como tem sido tratado o uso
de crack no bairro da Lagoinha, Belo Horizonte (MG, Brasil), a luz das diretrizes de Direitos
Humanos. A Lagoinha trata-se de um bairro histórico de Belo Horizonte, localizado próximo
à área central, detentor de importante patrimônio cultural para a capital mineira, que passou
por intervenções urbanísticas e decorrente modificação de uso, vivenciando um processo
de deterioração que culminou na apropriação de seu território por usuários de crack. Além
da aplicação interpretativa dos Direitos Humanos ao tratamento dado aos usuários de crack
da Lagoinha, também formam a metodologia do estudo, a realização de estudo etnográfico
do bairro, entrevistas com moradores e com os técnicos dos serviços públicos ofertados
na região. A expansão e o reconhecimento da existência do fenômeno das cracolândias
compõe um desafio para a saúde e segurança pública, assim como para os planejadores
urbanos. Dessa forma, repensar essa questão na perspectiva de observância aos Direitos
Humanos se torna de grande importância, justificando o estudo. A análise resulta em uma
reflexão sobre questões ligadas ao abandono dos usuários em situação de rua, as ações
pontuais governamentais e de outras instituições que tem ações no local além de como
a criminalização do uso de drogas, projetada para impedir o uso, posse e tráfico, tem
perpetuado formas de risco de consumo de droga, enquanto desproporcionalmente pune
as pessoas que usam drogas.
1 Convenção Única sobre Entorpecentes de 1961, Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas de 1971 e Con-
venção das Nações Unidas contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas de 1988.
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
O projeto Clínica Nômade Voz da rua, inspirado nas práticas do consultório de rua, é
constituído por alunos e professores do curso de Psicologia dos Institutos Superiores de
Ensino Nossa Senhora Auxiliadora de Campos dos Goytacazes/RJ. Tem como finalidade a
escuta qualificada de pessoas em situação de rua, principalmente aquelas que fazem uso de
drogas. Baseia-se na clínica peripatética e conceitos do campo da saúde pública. A Clínica
Nômade Voz da Rua tem como principais objetivos proporcionar cuidado, empoderamento,
acesso e garantias de direito à população em situação de rua, assim como reduzir os danos
causados pelo uso de drogas, indo diretamente ao encontro dessa população, intervindo no
território, sempre se pautando na escuta qualificada e na propagação de informações que
dizem respeito ao uso de drogas, doenças sexualmente transmissíveis e aos equipamentos
da rede pública de Saúde e Assistência Social. Quanto a metodologia, o projeto está
alicerçado em um tripé: pesquisa, formação de recursos humanos e Intervenção no território.
As ações acontecem nas ruas da cidade de Campos dos Goytacazes, no período noturno,
em locais de maior concentração de pessoas em situação de rua. O principal instrumento de
trabalho é a escuta e o estabelecimento de vínculos. O projeto tem dois anos de existência
e a mensuração dos resultados torna-se difícil, pois são de ordem qualitativa. No entanto,
a equipe já identificou e encaminhou várias pessoas para a rede de Saúde e Assistência
Social do Município, pessoas que não teriam acesso a esses equipamentos caso não
houvesse a intervenção no território; no campo da pesquisa: perfil da população de rua do
Município, em fase de conclusão, que tem como finalidade conhecer para instrumentalizar
as Políticas Públicas; elaboração de materiais: cartilha sobre Redução de Danos para a
população em situação de rua, também em fase de finalização, onde a próxima etapa
será a validação do texto por esse grupo. Vários trabalhos de conclusão de curso já foram
desenvolvidos sobre a temática do uso de drogas e população em situação de rua e quinze
alunos de psicologia estão sendo formados na perspectiva da redução de danos e uso
abusivo de drogas.
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Jarbas Vieira de Oliveira*, Ramon Vieira; (Centro de Referência em Saúde Mental para
usuários de Álcool e outras Drogas da Prefeitura de Belo Horizonte)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Isabel Cristina Santos (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III Vitória), Valter
Molulo Moises* (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III Vitória).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Este trabalho analisa condutas adictivas com e sem uso de substancias entre estudantes
da Universidade de Córdoba, Espanha, e avalia a associação destas condutas com a
presença de traços de personalidade que caracterizam o Padrão de Conduta Tipo A (PCTA).
Condutas adictivas, cada vez mais comuns na sociedade de consumo contemporânea,
geram relações perniciosas que terminam por prejudicar as rotinas e as capacidades
físicas e mentais dos sujeitos. Transtornos na adolescência continuam a se manifestar
na idade adulta, originando enfermidades e afetando contextos familiares e sociais. Entre
adolescentes o risco de adicção a substancias, bem como a comportamentos aditivos,
assume especial importância pelas fragilidades típicas deste período. Considerando que os
traços de personalidade possuem ligação direta com a conduta, podendo explicar ao menos
parcialmente a aquisição ou não de adicções, este trabalho investigou os comportamentos
adictivos manifestos em jovens universitários, tanto com substancias legais quanto ilegais,
bem como adicções comportamentais sem substancias. Representando uma população
de 15 mil estudantes da Universidade de Córdoba, o grupo amostral foi composto de 1011
estudantes, 59,3% da macro área de Ciências Exatas e 40,7% de Ciências Sociais, Humanas
e Direito. Deste conjunto, 56,9% corresponde ao sexo feminino e 42,3% ao masculino.
Foi aplicado questionário com 99 itens descritores de padrões de consumo de diferentes
substâncias (tabaco, álcool, maconha, cocaína, alucinógenos, entre outros) e Inventário de
Atividade de Jenkins - Forma H (JASS-H) para quatro fatores (competitividade, sobrecarga
de trabalho, impaciência e hostilidade). O estudo foi realizado por expost-facto prospectivo
de grupo único, com elaboração de banco de dados para SPSS 12.0 e aplicação de
Análise de Variância para os fatores de JASS-H e para PCTA e Análise de Pearson para
as correlações e covariâncias entre os pares de variáveis e indicações de comportamentos
aditivos, com e sem substâncias. Com base nos resultados encontrados, pode-se afirmar
que: muitos dos comportamentos adictivos investigados apresentam correlação significativa
com PCTA; todos os fatores de JASS-H apresentam associação com alguma das drogas
legais estudadas; hostilidade e competitividade apresentam associação com alguma das
drogas ilegais estudadas; adições comportamentais sem substâncias apresentam-se em
maior número do que adições com substâncias; PCTA e fatores impaciência e sobrecarga
mostraram correlação com sexo feminino; fatores hostilidade e competitividade mostram
correlação com sexo masculino; PCTA e fatores impaciência, sobrecarga e hostilidade
mostram maior correlação entre alunos mais adiantados nos cursos. Evidencia-se a
necessidade de aprofundar estudo sobre o PCTA objetivando a redução de risco de adições
através de diagnósticos precoces.
101
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
102
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Estudos realizados nas maiores cidades brasileiras demonstram uma tendência de aumento
do consumo de substâncias psicoativas entre jovens universitários, notadamente das
substâncias lícitas. O presente estudo tem como objetivo analisar concepções e práticas
relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas entre estudantes do Centro de Ciências
da Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (CCS/UFRB). Trata-se de uma
pesquisa descritiva com métodos mistos. O estudo foi desenvolvido em duas fases. A
primeira, de natureza quantitativa, consistiu na aplicação de um instrumento estruturado via
internet para a coleta de dados acerca das opiniões e atitudes dos estudantes em relação
ao tema drogas e os comportamentos de risco entre esses universitários. O instrumento foi
respondido por 177 estudantes matriculados nos cursos de Bacharelado Interdisciplinar em
Saúde, Enfermagem, Medicina, Nutrição e Psicologia. A segunda fase da pesquisa assumiu
uma abordagem qualitativa, com a realização de três sessões de grupo focal. Foram
contemplados nos grupos focais tópicos como as concepções acerca das drogas; fatores
relacionados ao consumo de substâncias psicoativas entre universitários; vida universitária
e experiência do consumo de álcool e outras drogas; prevenção ao consumo abusivo de
drogas; redução de danos. Os dados quantitativos foram analisados de forma descrita,
sendo interpretados de forma integrada e complementar aos dados qualitativos, analisados,
por sua vez, mediante categorias temáticas. Dentre os participantes da pesquisa, a maioria
é do sexo feminino (73%), com idade entre 18 e 41 anos. O álcool corresponde a principal
substância psicoativa de consumo entre os estudantes, não sendo percebido por estes
uma diferença no padrão de consumo com relação ao gênero. Dentre os participantes da
pesquisa, 68,8% relataram ter realizado consumo de álcool nos últimos três meses que
precederam a pesquisa, 38,6% relataram momentos dentro deste período em que houve
um forte desejo ou urgência em consumir bebidas alcoólicas; 8,2% informaram que tiveram
problemas de saúde, social, legal ou financeiro relacionados à frequência de consumo;
11,7% relataram ter deixado de fazer coisas que eram normalmente esperadas por eles
devido ao consumo de álcool. Para os estudantes participantes do grupo focal, o álcool
configura uma substância de importante papel nas relações sociais, mediando processos
de socialização e de entretenimento no contexto da vida universitária. Os primeiros anos do
curso são percebidos pelos participantes da pesquisa como período de maior experiência
com o consumo de substâncias. Como explicação para esta percepção, considerou-se que
no início do curso os estudantes estão se adaptando ao ambiente universitário. A partir
desses achados, espera-se contribuir com o desenvolvimento de ações para a prevenção
do consumo abusivo de substâncias psicoativas, notoriamente o álcool, e para a redução
de danos entre estudantes universitários.
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
105
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Para falar sobre as drogas, primeiramente, precisamos entender o contexto desse objeto na
nossa sociedade. Se formos à antropologia, entenderemos que não é possível pensar na
civilização e não identificarmos a existência das drogas desde os primórdios da humanidade.
Ela sempre esteve inserida em diversos contextos: social, econômico, medicinal, religioso,
psicológico, entre outros. Portanto o consumo da droga deve ser considerado como um
fenômeno especificamente humano e cultural. Não há uma sociedade que não tenha as
suas drogas. A Terceira Margem Prevenção e Pesquisa em Toxicomania é uma organização
não governamental, sem fins lucrativos, que tem por objetivo atuar junto às instituições
públicas, empresas, escolas e outros segmentos sociais, desenvolvendo projetos de
prevenção e pesquisa na área das toxicomanias, drogas e álcool e suas interfaces com
o hiv /aids. O grupo temático de reflexão sobre drogas é constituído exclusivamente, por
pessoas oriundas dos encaminhamentos da Justiça por terem cometido atos infracionais
pelo uso de substâncias ilícitas. Esse projeto realizado durante os anos de 2007 a 2012,
fruto da aliança do Poder Judiciário, da Secretaria de Defesa Social do Estado de Minas
Gerais, em parceria com a Terceira Margem Prevenção e Pesquisa em Toxicomania, vai ao
encontro aos mais modernos e eficientes modelos de tratamento aos usuários de drogas,
proposto pela organização de saúde. Contrapõe-se a modelos anteriores de reações
punitivas e terroristas de combate ao uso que se mostrou ineficiente no combate às drogas
por não priorizar a dimensão crítica dos sujeitos. Nosso primeiro desafio é transformar esse
agrupamento de pessoas em um grupo com objetivos comuns, porém sem perder de vista
a individualidade de cada sujeito que ali se apresenta. Freud nos explica em Psicologia
das massas e análise do ego que a massa aliena o sujeito. Através da psicanálise, nossa
metodologia é entender que um trabalho analítico, a partir do dispositivo grupal, deve se
localizar em um lugar contrário a tal alienação. O objetivo é provocar a emergência da
particularidade subjetiva através da presença do analista. Concluímos, a partir da avaliação
e discussão aplicada desses elementos, que o trabalho de reflexão com os grupos temáticos
com beneficiários de penas alternativas sobre drogas constitui-se uma grande conquista
social. Pois, ao estabelecer alternativas de medidas sócio-educativas aos usuários de
substancias ilícitas possibilitam a eles, no trabalho dos grupos temáticos, apropriarem de
seus atos como sujeitos responsáveis por eles, mudando sua história.
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
A escola é um local estratégico para ações de prevenção, pois nesse local se concentram
os jovens de diferentes faixas etárias e histórias de vida. No entanto, a escola necessita de
propostas que ultrapassem práticas tradicionais como as palestras informativas, que não
apresentam resultados efetivos. Os docentes que atuam na escola não são formados para
lidar com demandas como a prevenção ao uso indevido de drogas sentem-se despreparados
para atuar frente ao tema. O objetivo deste estudo foi descrever os passos relativos à
construção e validação de uma escala para avaliar as crenças e práticas profissionais
de educadores de escolas públicas bem como apresentar a análise preliminar de suas
propriedades psicométricas. As etapas da elaboração foram: construção da matriz dos itens,
avaliação matriz por especialistas na área, avaliação do juiz, grupo focal e por fim estudo
piloto. A autorização dos participantes foi realizada através do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido postado na plataforma e todos os cuidados éticos necessários foram
preservados. Os instrumentos disponibilizados foram autoaplicáveis, preservando o
anonimato. Utilizou-se um questionário sócio demográfico contendo variáveis como: idade,
gênero, estado civil, status profissional, escolaridade, serviço de atuação, tempo de serviço,
religião, bem como a escala sobre crenças e práticas de prevenção ao uso de álcool e outras
drogas. Participaram 136 educadores brasileiros de escolas públicas. Pela análise fatorial
exploratória, emergiram dois fatores: Crenças sobre as práticas preventivas e Habilidades
de realizar práticas que explicaram 40% da variância total. A consistência interna da escala
total, avaliada pelo Alpha de Cronbach, foi de 0,9 e dos dois fatores variaram de 0,86 a 0,89.
Acredita-se que a escala apresenta evidências de validade e confiabilidade para utilização
com a população alvo do estudo.
108
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Bruno Maschio Neto*, Rosangela Christophoro, Maria Dalva de Barros Carvalho, Gabriela
Ramos Furman, Alan Henrique De Lazari, Magda Lúcia Félix de Oliveira, Ieda Harumi
Higarashi (Universidade Estadual de Maringá).
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
CONTRADIÇÕES E CONVERGÊNCIAS ENTRE A POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAUDE
PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS E A LEI
11.343 – UM ESTUDO COMPARATIVO REFLEXIVO
Claudia Oliveira Dias* (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas Gregório
de Matos – Salvador/Ba)
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
112
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Este trabalho tem como proposta oferecer uma reflexão sobre a política nacional de
redução de danos, oficializado pelo Ministério da saúde em 2005, como uma estratégia
ética do cuidado. A redução de danos, em dois de seus nascimentos, é destacada pela
troca; na Inglaterra quando a troca ocorria entre drogas e na Holanda com a troca de
seringas. No Brasil, o destaque pode ser pensado no que se refere ao protagonismo do
usuário; trocamos a perspectiva do usuário de drogas como alguém que foi “capturado
pela substância pela ideia de que há um sujeito que está em contato com a substância.
Diferentemente das estratégias que visam a abstinência, como Alcóolicos Anônimos (AA)
e Narcóticos Anônimos (NA), a prática da redução de danos fornece ao usuário o cuidado,
independentemente se o seu desejo neste momento é parar o consumo. Levando em
consideração o fenômeno droga, enquanto multifacetado e ao mesmo tempo enquanto
substância “morta” (se separada do sujeito), o trabalho discute a redução de danos enquanto
estratégia ética de promoção de saúde, entendendo que aquele usuário considerado
dependente ou com uso abusivo tem um modo de relação singular com as drogas. A
perspectiva da clínica ampliada nos aparece como modo de intervenção que amplia o olhar,
e portanto o cuidado. É preciso considerar o usuário enquanto no-mundo-com-os-outros,
com seu território e relações. Essa perspectiva, de potência clínica, pode proporcionar
uma ressignificação do mundo do usuário. Ao considerar a redução de danos como uma
estratégia de tratamento, a possibilidade de compreender a ação clínica como ação política
torna-se fundamental, pois a política de RD (redução de danos) tem em seu fundamento
a perspectiva de tratar o usuário de drogas sem excluí-lo no que tange sua capacidade de
escolha. Uma vez que a escolha diz respeito a própria assunção da apropriação de seu “si-
mesmo”, a clínica ampliada é vista aqui como dispositivo desvelador de “modos-de-ser” que,
ao trabalhar com o protagonismo do usuário, possibilita a implicação com suas escolhas
e o contato com o que lhe é próprio, ou seja, a escolha por diminuir ou abster o uso, será
uma escolha autêntica. A fenomenologia, particularmente a fenomenologia heideggeriana e
possíveis articulações dela com o campo da ação clínica servem, aqui, como escopo capaz
de sustentar teoricamente a questão proposta neste trabalho. Como metodologia, além da
reflexão teórica, utiliza-se exemplos clínicos concretos realizados em uma instituição de
saúde mental, em Niterói/RJ.
113
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Introdução: Para os malefícios que o consumo do tabaco gera (forma ativa ou passiva)
há programas de saúde que realizam intervenções terapêuticas com enfoque na
promoção da saúde e redução de danos, visando melhorar a adesão de fumantes para
comportamentos de interrupção do consumo/exposição imediata. Objetivo: Relatar as
experiências vividas durante as ações educativas para cessação tabágica realizadas
no Programa de Residência Multidisciplinar Saúde do Adulto com ênfase em doenças
crônico degenerativas. Metodologia: Relato de experiência sobre a operacionalização das
ações educativas para cessação tabágica no ambiente hospitalar (2/semestre/2014) num
hospital universitário mineiro. Pessoas internadas e seus acompanhantes foram abordados
individualmente sobre seus hábitos de fumar (ativa ou passivamente); interesse em parar;
divulgado os malefícios do cigarro e as estratégias para deixar de fumar; avaliados no
grau de dependência (Escala Fageström) e apresentado/discutido e divulgado conteúdo de
um panfleto informativo elaborado por equipe multidisciplinar. Foram questionadas sobre
se: tinham interesse/estavam dispostas a receber acompanhamento multidisciplinar para
modificar hábitos de fumar; qual motivação teriam para interromper tabagismo. A definição
das condutas terapêuticas originou-se das discutidas da equipe multiprofissional (restrita
a orientações ou incentivos e/ou abordagem farmacológica). Na alta, os fumantes eram
referendados para sua unidade básica para continuarem o tratamento. Após 30 dias da
alta realizou-se follow-up para saber sobre prosseguimento do tratamento (continuidade
ou recaída/lapso). Resultado: A internação, período de debilidade e fragilidade, favoreceu
o interesse dos participantes em abandonar o cigarro e estarem no ambiente hospitalar
dificultou/impediu que eles fumassem devido restrição regimental. Cabe acrescentar
que, após 30 dias ao realizar follow-ups, os pessoas que anteriormente foram atendidas,
em sua maioria, diminuíram o consumo do tabaco, sendo possível motivarem a serem
multiplicadores e incentivarem tal comportamento em outras pessoas. Considerações
finais: Abordar pessoas no ambiente hospitalar e em período de internação mostrou-se
enriquecedor para o binômio fumante/residente devido: aproveitamento de oportunidade
para exercer a dimensão educativa do cuidado; maximização de momentos reflexão dos
usuários sobre o ambiente hospitalar e processo saúde/doença; aprimoramento profissional
pela aproximação entre teoria/prática alicerçada e desenvolvimento de interação respeitosa
e de ajuda capaz de redução danos pessoais e ambientais; aprimorar habilidade para
realizar processo educativo contextualizado na interrupção do comportamento de fumar e
redução da poluição tabágica no ambiente hospitalar.
114
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Introdução: Para os malefícios que o consumo do tabaco gera (forma ativa ou passiva)
há programas de saúde que realizam intervenções terapêuticas com enfoque na
promoção da saúde e redução de danos, visando melhorar a adesão de fumantes para
comportamentos de interrupção do consumo/exposição imediata. Objetivo: Relatar as
experiências vividas durante as ações educativas para cessação tabágica realizadas
no Programa de Residência Multidisciplinar Saúde do Adulto com ênfase em doenças
crônico degenerativas. Metodologia: Relato de experiência sobre a operacionalização das
ações educativas para cessação tabágica no ambiente hospitalar (2/semestre/2014) num
hospital universitário mineiro. Pessoas internadas e seus acompanhantes foram abordados
individualmente sobre seus hábitos de fumar (ativa ou passivamente); interesse em parar;
divulgado os malefícios do cigarro e as estratégias para deixar de fumar; avaliados no
grau de dependência (Escala Fageström) e apresentado/discutido e divulgado conteúdo de
um panfleto informativo elaborado por equipe multidisciplinar. Foram questionadas sobre
se: tinham interesse/estavam dispostas a receber acompanhamento multidisciplinar para
modificar hábitos de fumar; qual motivação teriam para interromper tabagismo. A definição
das condutas terapêuticas originou-se das discutidas da equipe multiprofissional (restrita
a orientações ou incentivos e/ou abordagem farmacológica). Na alta, os fumantes eram
referendados para sua unidade básica para continuarem o tratamento. Após 30 dias da
alta realizou-se follow-up para saber sobre prosseguimento do tratamento (continuidade
ou recaída/lapso). Resultado: A internação, período de debilidade e fragilidade, favoreceu
o interesse dos participantes em abandonar o cigarro e estarem no ambiente hospitalar
dificultou/impediu que eles fumassem devido restrição regimental. Cabe acrescentar
que, após 30 dias ao realizar follow-ups, os pessoas que anteriormente foram atendidas,
em sua maioria, diminuíram o consumo do tabaco, sendo possível motivarem a serem
multiplicadores e incentivarem tal comportamento em outras pessoas. Considerações
finais: Abordar pessoas no ambiente hospitalar e em período de internação mostrou-se
enriquecedor para o binômio fumante/residente devido: aproveitamento de oportunidade
para exercer a dimensão educativa do cuidado; maximização de momentos reflexão dos
usuários sobre o ambiente hospitalar e processo saúde/doença; aprimoramento profissional
pela aproximação entre teoria/prática alicerçada e desenvolvimento de interação respeitosa
e de ajuda capaz de redução danos pessoais e ambientais; aprimorar habilidade para
realizar processo educativo contextualizado na interrupção do comportamento de fumar e
redução da poluição tabágica no ambiente hospitalar.
115
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Cezar Augusto Vieira Junior* (Universidade Federal de Santa Maria), Adriane Roso
(Universidade Federal de Santa Maria), Maria Eduarda Freitas Moraes (Universidade
Federal de Santa Maria), Michele Pivetta de Lara (Universidade Federal de Santa Maria),
Natiele Almeida Machado (Universidade Federal de Santa Maria).
A questão do uso de drogas ainda se apresenta como tabu, sendo pouco discutida pela
sociedade, devido à representação da droga como algo nocivo ou perigoso. Por sua
vez, o tabu que o crack representa vai além, visto que as pessoas que dele fazem uso
frequentemente sofrem com o estigma. A internação das pessoas que fazem uso de crack
apresenta-se como uma forma de atenção à saúde por vezes questionável, pois só deveria
ocorrer quando recursos extra-hospitalares se mostrassem insuficientes, conforme a Lei
10.216/2001. Porém, o que encontramos são situações em que esta é utilizada como
recurso inicial, senão único. Percebendo que as produções científicas buscam se aproximar
desses temas, o presente trabalho consiste em um ensaio de revisão sistemática de artigos
científicos na biblioteca eletrônica SciELO (www.scielo.br) sobre o crack e a internação, tendo
como objetivo analisar e refletir a respeito da produção científica sobre internação e crack,
e o quanto as nossas pesquisas podem contribuir com a produção de conhecimento acerca
desses temas. No levantamento, partimos de expressões mais específicas, até mais gerais,
quando não obtivemos resultados. Assim, em julho de 2015, recorremos ao mecanismo da
plataforma “pesquisa por artigos”, utilizando o boleano “and” para pesquisar os termos em
conjunto, buscando artigos publicados até esse período. Primeiramente utilizamos os termos
“usuários de drogas”, “crack” e “internação compulsória”, que pesquisados conjuntamente
não resultaram em artigos. Em seguida, realizamos a pesquisa com os termos, em conjunto,
“internação compulsória” e “crack”, também sem obter resultados. Na terceira tentativa
utilizamos apenas os termos “internação” e “crack”, pesquisados conjuntamente, resultando
em doze artigos. A medicina é a área mais presente nos artigos encontrados, sete do total.
Quatro desses são especificamente de profissionais da psiquiatria; um possui autores da
medicina, psicologia e educação física. Em segundo lugar, foram encontrados três artigos
provenientes da psicologia, dois deles exclusivamente de psicólogos, e outro já citado, em
conjunto com outras áreas. Além desses, foram obtidos um artigo com autoria da área da
nutrição e outro com autores das áreas do direito e saúde pública. Quanto aos métodos
utilizados, nenhum foi preponderante. Três artigos são teóricos e nove enfatizam pesquisas
realizadas com os sujeitos ainda no período de internação: três em hospital psiquiátrico,
cinco em ala especial em hospital geral e um na antiga FEBEM. Diante disso, podemos
concluir que a maioria das pesquisas ainda têm como foco a internação como tratamento
ou os efeitos da droga. Assim, deixa-se de lado o sujeito, negando a compreensão de que
tanto a internação quanto o uso da droga são apenas alguns dos aspectos da totalização
que é sua vida. Olhar apenas para essas questões pontuais pode engessar a história de
vida da pessoa e negar-lhe o estatuto de sujeito, tomando-o como objeto: o usuário-de-
crack.
116
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
117
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Resumo
Pretendo, nesta apresentação oral, apresentar o desenvolvimento de minha pesquisa de
mestrado, em andamento há três anos (anteriormente financiada por bolsa de iniciação
científica). O trabalho tem como pano de fundo questões em torno dos vínculos afetivos de
usuários de crack durante suas trajetórias de vida e em diferentes contextos etnográficos.
Por vínculos afetivos, refiro-me, especialmente, às relações que façam referência à
noção de família, consanguínea ou não. Se, por um lado, a desconfiança tem sido uma
característica constantemente observada entre meus interlocutores de pesquisa, por outro,
há muitas relações afetivas intensas e cuidado mútuo observado entre eles. As fissuras
entre familiares consanguíneos (ou, em alguns casos, nucleares) são constantemente
remontadas em nossas conversas, bem como a fissura pelo crack. Tais fissuras não são
vividas de maneiras homogêneas entre os usuários, tampouco por um mesmo indivíduo.
Muitas são as fases de vida das pessoas, a forma de se relacionar com o mundo e suas
relações sociais e materiais muda bastante de acordo com o tempo que permanecemos
nele. Sendo assim, pretendo descrever tais laços afetivos (sendo atadados e desatados)
da maneira mais próxima possível com a forma que as pessoas com quem convivo em
campo me dizem querer que suas trajetórias sejam pensadas. Trata-se de um trabalho
escrito por mim, mas pensado por muitas cabeças: familiares, pessoas que consomem
ou consumiram crack, amigos e orientadores. Para tanto, tenho abordado tais pessoas
com conversas e vivências quase que cotidianas na região da Cracolândia, em São Paulo.
Todavia, a trajetória desta pesquisa me proporcionou também conviver com usuários de
crack em duas clínicas de recuperação, ong Amor Exigente, Centro de Apoio Psicossocial
(Caps), Narcóticos Anônimos, ruas de Sorocaba e o albergue da prefeitura de Campinas
para população de rua. Com tal circulação territorial pude perceber que, assim como a
vida de meus interlocutores de pesquisa está marcada pela inconstância na proximidade
com as pessoas com quem eles mantêm relações afetivas, há também esta inconstância
com relação ao lugar onde se habita e considera como casa. Neste sentido, para pensar
laços afetivos neste contexto é necessária uma metodologia que possibilite a apreensão
de dados sutís e, muitas vezes, sentimentais. A preocupação com a circulação de objetos
também se faz importante, isto porque muitas das relações cotidianas se dão em torno do
universo material. Sendo assim, uma metodologia atenta às emoções e a vida social das
coisas se faz necessária na composição da pretendida etnografia.
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Maria Bastos Cacciari* (Universidade Federal do Espírito Santo), Yushiara Emily Vargas
Velez (Universidade Federal do Espírito Santo) e Luiz Gustavo Silva Souza (Universidade
Federal Fluminense).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Eliza Maria Rezende Dázio (Universidade Federal de Alfenas), Jamila Souza Gonçalves*
(Instituto Federal do Sul de Minas) Silvana Maria Coelho Leite Fava (Universidade Federal
de Alfenas) Zélia Marilda Rodrigues Resck (Universidade Federal de Alfenas)
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Relatode estágio realizado no CAPS ad Macaé, contando com a participação das atividades
desse dispositivo, tais como o acolhimento a usuário e seus familiares, planejamento de
projeto terapêutico, oficinas expressivas. Analisam-se os desafios enfrentados pela equipe
e usuários a partir da tensão constante entre a redução de danos, onde a abstinência não
é a única meta a ser alcançada, e a política proibicionista, que recebe amplo financiamento
e criminaliza todo e qualquer uso, desafiando os processos e ações das equipes a fim de
ofertas alternativas e inclusão aos usuários sem julgamentos morais.Verificou-se que ações
de autonomia do sujeito através do estimulado para a obtenção de benefício previdenciário
e administração dos seus recursos e a confecção e venda através de bazares de quadros e
artesanatos, surtiam bons efeitos como parte do projeto terapêutico individual. A atuação do
consultório de rua, atuando na distribuição de preservativos e seringas, eram muitas vezes,
a parta de entrada de novos usuários e formas de vinculação ao dispositivo. Concluiu-
se que a equipe é desafiada a romper com saberes médico-psiquiátricos e assim criar
alternativas às políticas e práticas hegemônicas a fim de propor a integração do usuário ao
seu território, ainda que desafiando a lógica que permeia a sociedade e encontra respaldo
em grande parcela das comunidades terapêuticas que reiteram a lógica do isolamento e
abstinência, e que crescem rapidamente em número em detrimento à abertura de novos
CAPS ad.
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Érika Pizziolo Monteiro* (Universidade Federal de Juiz de Fora), Henrique Pinto Gomide
(Universidade Federal de Juiz de Fora), Pollyanna Santos da Silveira (Universidade Federal
de Juiz de Fora), Telmo Mota Ronzani (Universidade Federal de Juiz de Fora)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
O Centro Regional de Referência sobre Drogas da UNIFAL-MG (CREFAL) faz parte da rede
de atenção à saúde sobre a problemática do uso de crack e outras drogas. O CREFAL tem
como objetivo contribuir na qualificação de profissionais de várias áreas de atuação a fim de
responder às demandas sociais e de saúde das pessoas que vivenciam o contexto do uso de
drogas. Metodologia: um convênio com o Consórcio Intermunicipal de Saúde dos Municípios
da Região dos Lagos do Sul de Minas Gerais – CISLAGOS com uma área de abrangência
de 28 municípios e uma população de 516.139 habitantes possibilitou a realização dos
cursos de capacitação. Cada Curso foi realizado na modalidade presencial com expertises
no tema em questão e teve uma carga horária específica a fim de contribuir para uma
formação, crítica, reflexiva e com competências técnicas para o profissional atuar frente à
problemática das drogas. Resultados: Nos anos de 2013 e 2014 foram certificados cerca de
344 profissionais da rede SUS e SUAS, nos diferentes níveis de atenção à saúde de várias
áreas do conhecimento e campos de atuação com usuários de crack e outras drogas. A fim
de proporcionar uma maior visibilidade ao Centro de Referência e possibilitar momentos de
reflexão foram realizados Fóruns de Discussão - Política Nacional sobre drogas; Conquistas
e desafios da politica sobre drogas no Brasil; Políticas Públicas sobre Drogas: novos olhares
Desafios e estratégias para Segurança Pública, com a participação de 457 profissionais. Em
consonância com os pilares da universidade - indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão o CREFAL está vinculado ao Projeto de Extensão Crescendo Consciente que
possibilita ações extensionistas e a elaboração de projetos de pesquisas que investiguem a
prevalência do consumo de psicotrópicos nos seguimentos (alunos, técnicos e professores)
da comunidade universitária e também no ensino fundamental. O Centro de Referência
teve uma participação marcante na implantação do Conselho Municipal de Políticas sobre
Drogas, e também tendo um espaço no corpo de conselheiros representando a universidade.
Conclusão: a implantação do CREFAL e os cursos de capacitação com ações orientadas
para a prevenção, promoção da saúde, redução dos riscos e danos associados ao consumo
de drogas; pautados nos preceitos e diretrizes propostos pela política pública sobre drogas
brasileira, contribuíram para que os vários profissionais que atuam no contexto das drogas
possam desenvolver um senso crítico e reflexivo, a fim de serem agentes de transformação
de sua prática social.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Autores e instituição: Elton Brás Camargo Júnior (Universidade de Rio Verde), Rayline
Roseno Machado (Universidade de Rio Verde), Carla Araújo Bastos Teixeira (Universidade
de São Paulo), Ronivon Macedo da Silva* (Faculdade Mineirense), Edilaine Cristina da
Silva Gherardi-Donato (Universidade de São Paulo)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Nos últimos anos o Brasil encontra-se nas estatísticas como um dos países de maior
consumo de drogas e entorpecentes. O uso de drogas atualmente é considerado um grande
e complexo problema de saúde pública que têm acarretados sérios danos para a sociedade.
Sendo assim, essa revisão mostra a necessidade de envolver as famílias nas politicas de
redução de danos buscando ampliar as discussões sobre a promoção em saúde voltada
para o viés educativo, orientando e ensinado as mesmas sobre a sua coparticipação de
promover e prevenir a saúde. A pesquisa de caráter bibliográfica foi desenvolvida mediante
busca eletrônica de artigos indexados na base de dados do scielo, privilegiando os
periódicos que tratam de temas relacionados ao uso de drogas e entorpecentes, Conclui-se
a necessidade em trabalhar caminhos alternativos que contribuam para a implementação de
políticas públicas sobre a questão da drogadição, o que implica num modelo mais definido
de prevenção, recursos para o tamanho da tarefa, e um sistema de avaliação sistemático
para monitorar esse comportamento nas nossas Famílias.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Caroline Martins Borgo* (Universidade Federal do Espírito Santo), Leila Marchezi Tavares
Menandro (Universidade Federal do Espírito Santo), Rosana Menezes Marangoni (Centro
de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Luiza Cantão* (Universidade Federal de São João del-Rei), Nadja Cristiane Lappann Botti
(Universidade Federal de São João del-Rei).
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
A ideia de risco evidencia incertezas frente ao que está por vir. A definição clássica de
risco no campo da saúde surge no século XIX quando buscava-se compreender a relação
entre exposição e adoecimento e evitar epidemias de doenças como cólera, pneumonia
e febre tifoide. Posteriormente acompanhamos movimento similar em relação ao HIV e
as Hepatites virais nos anos 80. Surgiram nesta época estratégias preventivas para os
chamados ‘grupos de risco’, entre eles as pessoas que fazem uso de drogas, no caso
drogas injetáveis (UDI). O principal risco era a transmissão de doenças pelo contato
sanguíneo a partir do comum compartilhamento das seringas durante o uso. Aliás, foi neste
cenário que surgiu as primeiras ações para o fortalecimento e aceitação dos programas de
Redução de Danos, a troca de seringas. Porém, é preciso salientar que somente o enfoque
epidemiológico não dá conta de todos os fenômenos socioculturais complexos e subjetivos
que as pessoas vivenciam. Em outras palavras, quando nos deparamos com o contexto de
uso de crack na cracolândia, por exemplo, as relações de causa e efeito não são tão diretas.
As variantes contextuais ganham importância, e é nesta trama que aspectos subjetivos
e pessoais sobre a percepção de risco entram em cena. Diversos estudos etnográficos
realizados na cracolândia apontam rupturas e decepções vivenciadas pelas pessoas, e
que a partir deste marco iniciam ou intensificam o uso de crack e em algum momento
chegam à cracolândia. Nesse sentido, o contato com estes estudos e a dinâmica da vida na
cracolândia levanta uma questão. O que de fato seria correr risco neste contexto? A partir de
relatos etnográficos busco nessa reflexão apresentar que a percepção de risco varia entre
pessoas e grupos. Inevitavelmente, viver implica correr riscos, e as percepções pessoais
fazem emergir as reais preocupações das pessoas, incluindo detalhes do cotidiano que
as análises técnicas de risco geralmente não se atentam. Dentro de parâmetros em que
os riscos são incalculáveis, invisíveis e impossíveis de serem totalmente controlados, que
forças atuam na construção da noção de risco na cracolândia? Quais percepções de risco
deveriam ser utilizadas para decisões que dialoguem com a proteção das pessoas?
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Maria Paula Cerqueira Gomes (Coordenadora do Programa de Educação pelo Trabalho PET
– Saúde/Saúde Mental/ Crack, Álcool e outras Drogas – 2011), Sharllene Lívian Dias da
Silva (Enfermeira Residente Multiprofissional no Instituto de Psiquiatria da Universidade do
Brasil), Thayza Anália da Silva Sant’ Ana (Terapeuta Ocupacional Residente Multiprofissional
no Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil)*.
Este relato de experiência dialoga com a vivência em uma equipe de Consultório na Rua
no município do Rio de Janeiro através do Programa de Educação pelo Trabalho (PET)
– Saúde /Saúde Mental/ Crack, Álcool e outras Drogas realizado no período entre 2013
a 2014. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo relatar a vivência no Consultório
na Rua, apresentar as experiências do processo de aprendizagem no serviço e apontar
possibilidades de intervenção na clínica com a População em Situação de Rua. Através do
diário de campo e do relato de experiência, foi possível iniciar a articulação entre os saberes
do campo teórico com a vivência prática, considerando a diversidade que está implicada
no trabalho em uma equipe multiprofissional. O trabalho no Consultório na Rua traz à tona
uma multiplicidade de fatores que influenciam a vida dos sujeitos e a sua relação com o
território. O trabalho da equipe tem como direção levar atendimento em saúde à População
em Situação de Rua com a perspectiva da Redução de Danos, considerando o intenso
estado de vulnerabilidade e risco social. Percebeu-se na clínica alguns atravessamentos
nas relações que se estabeleciam no trabalho com o território e a comunidade, podendo
ser destacado a observação sobre os processos migratórios entre as “cenas de uso”
influenciados por disputas do tráfico de drogas, a ocupação policial e nas inter-relações
entre os sujeitos. Pontua-se também a dificuldade de articulação entre a Atenção Básica
com outros dispositivos e setores, além da estigmatização aos usuários de álcool e outras
drogas e em Situação de Rua que se constituíam como uma barreira de acesso ao cuidado
em saúde. Considerando assim, a importância da vivência no campo prático ainda durante
a graduação, possibilitando o aperfeiçoamento profissional e potencializando as discussões
teórico-práticas. Verifica-se que ainda é necessário o aprofundamento dos estudos sobre
as necessidades da População em Situação de Rua e sobre os processos de trabalho
nesta clínica.
134
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
A Organização Mundial de Saúde define a adolescência como a faixa etária que compreende
dos 10 aos 19 anos de idade, sendo esta uma fase em que ocorrem várias transformações
anatômicas, fisiológicas, psicológicas e sociais ao indivíduo. Tal fase marca a transição
da infância para a vida adulta, na qual ocorrem aquisições de habilidades e competências
primordiais ao desenvolvimento dos próximos estágios da vida. É neste momento, ainda,
que as pessoas podem estar mais vulneráveis a experimentação e ao uso de drogas devido à
busca por novas experiências e identificações com seus pares. A adolescência compreende
uma fase importante em relação ao uso de drogas, pois a idade precoce de início do uso pode
influenciar na forma com que os indivíduos se relacionarão com as substâncias psicoativas,
bem como nas consequências do uso para a vida dessas pessoas. O uso de drogas pode
gerar prejuízos à vida dos indivíduos, trazendo comprometimentos ao cumprimento de papéis
sociais, de papéis ocupacionais além de interferir também no desempenho ocupacional. A
Terapia Ocupacional preocupa-se com o desempenho ocupacional dos indivíduos visando
às ocupações de forma competente e bem adaptadas; esse refere-se às habilidades que o
indivíduo possui para manter a sua rotina diária, desempenhar plenamente os seus papéis
sociais e tarefas. O objetivo do estudo foi descrever e analisar o impacto do uso de drogas
no desempenho ocupacional de adolescentes do sexo masculino. Trata-se de um estudo
exploratório, de abordagem qualitativa em que participaram quatro adolescentes do sexo
masculino, com idade entre 13 a 17 anos, que estavam em tratamento para o uso de
drogas na cidade de Uberaba-MG. A coleta de dados ocorreu no período de março a abril
de 2015 e se deu por meio de entrevista semi-estruturada, com roteiro elaborado pelas
pesquisadoras acerca do desempenho ocupacional dos adolescentes antes, durante e após
o período de uso das drogas, que abordou temas relacionadas ao início do uso de drogas e
as consequências que o uso trouxe a vida dos adolescentes participantes da pesquisa. Os
dados foram analisados por meio da análise de conteúdo temático-categorial, obtendo-se
cinco categorias temáticas: Influência e início do uso de drogas; desempenho ocupacional
antes do início do uso de drogas na vida; desempenho ocupacional no período da vida em
que estava em uso de drogas; e desempenho ocupacional após interrupção do uso das
drogas e durante o período de internação. Considera-se que o uso de drogas influenciou
negativamente no desempenho ocupacional dos participantes principalmente no que diz
respeito a áreas de ocupação como a educação, lazer, sono e descanso e participação
social.
135
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Ana Luísa Marlière Casela* (Universidade Federal de Juiz de Fora), Henrique Pinto Gomide
(Universidade Federal de Juiz de Fora), Pollyanna Santos da Silveira (Universidade Federal
de Juiz de Fora), Guilherme Willian Marcelino (Universidade Federal de Juiz de Fora), Telmo
Mota Ronzani (Universidade Federal de Juiz de Fora), Fernando Antonio Basile Colugnati
(Universidade Federal de Juiz de Fora).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Tendo em vista a história do uso de drogas na sociedade, as diferentes razões para seu
consumo e como tudo isso repercute na vida em coletividade, o presente trabalho se
propõe a discutir a respeito daqueles usos, que por motivos diversos, passaram do estágio
de prazer para o da dependência química. É destacado nesse estudo o papel dessas
substâncias na sociedade e a ancestralidade desse ato, sendo impraticável eximi-lo. Todavia
na contemporaneidade essa atividade milenar passa a dizer respeito a outros interesses,
legitimando medidas interventivas, a exemplo da saúde pública. É diante do contexto em
que o uso de drogas, quando descomedido, passa a ser um fenômeno que solicita ações do
campo da saúde mental que esse trabalho se debruçará. Visando identificar os diferentes
usos que usuários de um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS
AD) em Campinas fazem desse serviço, foi realizada uma pesquisa qualitativa que usou
como método de coleta de dados entrevistas semiestruturadas. Buscou-se também nesse
estudo traçar o perfil dos usuários entrevistados e suas trajetórias de vida até o encontro
com o CAPS AD. O método de análise escolhido foi o de análise de conteúdo. Os resultados
sugerem que a maioria dos usuários são do sexo masculino e para além da questão do
uso abusivo de drogas, apresentam inúmeras demandas de cunho social, utilizando esse
serviço como um espaço que proporciona o acesso a direitos básicos. O uso do CAPS AD
para aprendizado e manutenção de vínculos afetivos também foi verificado. Infere-se que
o papel psicossocial do CAPS vem sendo executado, uma vez que esse serviço leva em
conta o sujeito em sua totalidade e realiza acompanhamentos singulares de acordo com as
diferentes demandas dos usuários.
137
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Introdução: O contexto social urbano nas grandes cidades do nordeste tem mudado com as
condições de vida de pessoas em situação de rua cuja visibilidade no últimos anos deu-se
através das preocupações do Estado com o cenário urbano e o uso de drogas. Entretanto,
pouco se conhece os modos de vida na rua nas cidades nordestinas, de modo a subsidiar
políticas públicas voltadas para tal população e enfrentamento das violações de direitos
humanos. Objetivos: A pesquisa objetivou intervir conhecendo a população em situação de
rua, em capital de médio porte no nordeste brasileiro, em relação ao perfil psicossocial, uso
de drogas, condições de vida, violações de direitos humanos e estratégias de enfrentamento.
Metodologia: Com base na perspectiva teórico-metodológica da pesquisa-intervenção, a
pesquisa teve duas linhas de ação: 1. Entrevistas estruturadas com pessoas em situação
de rua, abordadas em diferentes pontos de concentração no centro da cidade; e 2.
Observações participantes e intervenções através de oficinas e rodas de conversa semanais
com pessoas em situação de rua. Foram realizadas 162 entrevistas e 40 oficinas e rodas
de conversa no período de abril de 2013 a dezembro de 2014. Resultados: Os principais
resultados indicam que as pessoas em situação de rua são homens (61,1%); declaram cor
parda (26,5%) ou negra (17,3); com idade entre 26 e 45 anos (56,8%) e com primeiro grau
incompleto (51,2%). Os problemas de saúde mental, “dos nervos” e “dependência química”
estão entre os mais relatadas como problemas de saúde (75,3%). O tabaco (66,0%), o
álcool (58,0%), a maconha (48%) e o crack (45%) são as drogas mais utilizadas. No que
se refere saúde, 25% afirma não acessar qualquer serviço público de saúde, sendo os
hospitais gerais (24,1%) e as unidades básicas (20,4%) os mais acessados. Em relação
a assistência social, 70,4% acessa o único albergue municipal e 27,2% nunca acessou
outros serviços. Sobre as condições de vida, a maioria vive de trabalhos informais (46,7%)
e ou mendicância (46,7%), alimenta-se duas a três vezes por dia e estão em situação de
rua por diferentes motivos, sendo conflitos familiares, violência doméstica, desemprego,
migração e doenças os principais motivos citados não isoladamente. Além disso, 38,9%
sofreu violência e ou discriminação por estar em situação de rua, sendo que 61,1% sofreu
violência policial na rua. Os dados qualitativos apontam a diversidade e as singularidades
dos modos de viver na rua, que envolvem a improvisação de espaços para habitar a cidade,
o nomadismo em busca de proteção e recursos e astúcias para lidar com as violências,
comer, fazer higiene, suportar a abstinência a álcool e ou drogas, fome e sofrimento físico e
ou psicológico. Considerações finais: De modo geral, os dados revelam a necessidade de
desconstrução das naturalizações relativas a vida na rua e indicam várias fragilidades das
políticas públicas, o que exige ações no sentido da efetivação dos direitos humanos desta
população.
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
sem situação pró-forma para a iniciativa de cuidar-se. Não há modelo para a busca desse
cuidado. Existem situações que podem ser dispositivos, disparadoras, e isso é que é
fundamental. Se buscarmos a forma ideal do momento adequado do tratamento, podem-se
perder muitas outras sinalizações sobre esse momento.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Este trabalho fez parte do Programa de Iniciação Científica da Fanor, onde juntamente
com Grupo de Pesquisa Identidade e Reconhecimento do Curso de Psicologia da mesma
Faculdade proporcionamos a interseção das drogas com pessoas em situação de rua nos
nossos estudo, a fim de conhecê-las melhor. Decidimos, então, participar de um espaço
ligado a pastoral de Fortaleza que oferece suporte as pessoas em situação de rua em
Fortaleza/CE para fazer a pesquisa com histórias de vida destas pessoas e em contrapartida
nós proporcionaríamos momentos de discussão e reflexão. Os objetivos da pesquisa foram:
Apreender as histórias de vida de pessoas em situação de rua do município de Fortaleza-CE
que fazem ou fizeram uso abusivo de drogas a partir do sintagma identidade-metamorfose-
emancipação; e específicos: Analisar a relação entre a forma como os usuários de drogas
em situação de rua são reconhecidos na sociedade e a constituição da sua identidade;
Compreender o processo de metamorfose da identidade dos usuários de drogas moradores
de rua em sua trajetória e projetos de vida; Identificar possibilidades e fragmentos de
emancipação junto a essas pessoas. A concepção de identidade que adotaremos é aquela
inaugurada por Antônio da Costa Ciampa, em 1987, com a publicação do livro A estória
do Severino e a história da Severina (CIAMPA, 1987), que propõe uma superação das
concepções essencialistas da identidade, as quais a concebem como uma essência, uma
substância fixa e estática da qual o indivíduo seria portador. Durante o semestre letivo
de 2014.2-2015.1, com visitas quinzenais ao local nós desenvolvemos um trabalho de
interação com os usuários. Nesse período nós propomos atividades que promovessem
a reflexão da importância dos Direitos Humanos, temas de sua realidade e momentos de
meditação. Com isso, iniciamos um processo de criação de vinculo. A partir desse contato,
nós entrevistamos um morador de rua que se dispôs a participar da pesquisa, que iremos
chamar de M. Nos resultados nós identificamos que M passara por diversos personagens.
Após uma narrativa envolvente, alguns personagens identificados foram: adolescente-em-
busca-de-novas-descobertas, usuário-de-substância, morador-de-rua, usuário-de-drogas-
em-superação, militante. Estes últimos são entendidos nos nossos estudos como formas
de superação de personagens antes estigmatizados pela nossa sociedade. A partir dessa
sucessão de personagens, o sintagma Identidade-Metamorfose-Emancipação proposto
por Ciampa, passa a ser percebido em M a cada mudança e caracteriza a alterização da
identidade em concordância à sucessão de personagens. Identificamos uma clara relação
entre o uso de drogas e o trabalho desempenhado. Destacamos a importância envolvida
nessa temática e a necessidade de aprofundar essa pesquisa para conseguir, de maneira
142
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Introdução: O estudo versa sobre a análise dos fatos que levam um indivíduo a optar pelo
uso de drogas e como a saúde pública pode contribuir para ajudar no tratamento não só
da sintomatologia e sim da causa. A prevalência do uso abusivo de drogas está crescendo
de forma gradual no mundo. Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e
Crimes (UNODC), a faixa etária que apresenta uma prevalência maior é entre 14 e 64
anos de idade. O álcool ganha ranking de maior uso, seguido do tabaco e de outras drogas
ilícitas. O Brasil, em pesquisas, aparece como o segundo país de maior mercado de crack
e cocaína no mundo, com destaque para a região do Sudeste e do Nordeste. Vale ressaltar
que problemática é de âmbito publico, onde políticas públicas devem ser desenvolvidas
e aprimoradas com a finalidade de reduzir os números de usuários e consumo e, assim
contribuir para a diminuição da criminologia no país. Objetivo: Identificar a relação dos
fatores externos para o início da drogadição. Metodologia: Trata-se de uma revisão
integrativa, um método de pesquisa que proporciona a busca, uma avaliação crítica, com
base em evidencias já descritas em estudos. Para a busca foram utilizados os descritores
saúde mental, drogas psicoativas, dependência química, sendo considerada a base de
dados SCIELO, publicados no período entre 2006 a 2015 e disponibilizados na íntegra e de
forma gratuita. Foram incluídos os artigos que responderam ao objetivo e com desenhos
pesquisa estabelecidos de forma clara e, excluídos teses, dissertações e publicações em
anais. Resultados e Discussão: Foram selecionados 18 artigos, dos quais cinco estudos
foram considerados para a amostra por responderem ao objetivo do estudo. Os dados
foram distribuídos em quadro sinóptico, a organização sistemática do ano das publicações,
os autores, os dados e resultados encontrados. Os fatores de risco em quadro classificações
foram divididos em: Abuso Sexual 20%, Violência Domestica 21%, Exclusão Familiar 27% e
a Depressão 32% considerados como as causas de escolha abusiva da droga. Conclusão:
Conclui-se que os fatores externos está relacionado a escolha do indivíduo a fazer o uso
da droga, pelo fato que tal contato com a droga está cada vez mais acessível e viável
de ser utilizada, a escolha individual é a principal responsável, pelos fatores primários. O
aumento desses usuários está relacionado a inclusão de abandono, abuso sexual, violência
doméstica e exclusão familiar e influências de amigos e do meio social em que convive.
144
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
145
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
e >102 cm, para homens. Resultados: Foram avaliados 163 usuários, sendo que 50,3%
da amostra apresentavam rastreio positivo para depressão. Comparando-se fumantes
com e sem depressão, observamos que ser deprimido associou-se significativamente ao
sexo feminino (p=0,001); à menor faixa etária (P=0,006). Quando avaliados quanto às
características clínicas, observamos que eram mais obesos (p=0,020); com tendência à
maior CA (p=0,09) e ao uso de álcool (p=0,07); maior prevalência de DM2 (p=0,020);
maiores níveis séricos de glicemia de jejum (p=0,051). A avaliação de outras condições
crônicas, nesta coorte, não se mostraram significativas, como o sedentarismo, a presença
de HAS, DRC e doença pulmonar obstrutiva crônica. Considerações finais: Entre fumantes
com MCC houve alta prevalência de depressão e da sua estreita associação com o sexo
feminino, com características sinalizadoras de uma maior resistência insulínica, com o DM2
e o seu descontrole. Justifica-se assim, a relevância do diagnóstico precoce da depressão
em fumantes no processo de cessação, do seu adequado manuseio, com impacto positivo
sobre a cessação tabágica e sobre o melhor controle das outras condições a ele associadas.
Palavras-chaves: Depressão; Tabagismo; Múltiplas Condições Crônicas.
Eixo temático: Promoção da Saúde e Prevenção do Uso Prejudicial
Modalidade de apresentação: Comunicação Oral
Tipo de trabalho: Relato de Pesquisa
146
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
após discussão com a CRV, Angel foi levada à Enfermaria de Psiquiatria do Hospital das
Clínicas da UNICAMP, no entanto, para sua admissão neste serviço, a equipe médica exigiu
avaliação Obstétrica no CAISM, desconsiderando as duas avaliações prévias já recebidas
no mesmo dia. Esseserviço de Psiquiatria teve bastante dificuldade no manejo do caso,
sendo necessária a presença do CnaR diversas vezes para conversa com a equipe e com
a usuária. Em 15/06/15,optou-se por induzir o parto de Angel, que deu à luz a uma menina,
a qual foi imediatamente retirada para abrigamento. Na alta, Angel solicita internação para
desintoxicação seguindo para o Núcleo de Retaguarda do Hospital Cândido Ferreira. Tal
caso ilustra a dificuldade enfrentada pelas gestantes usuárias de substâncias psicoativas
e em situação de rua ao acesso aos serviços de saúde. As mesmas enfrentam preconceito
pelos funcionários desses serviços e despreparo das equipes para lidar com tais usuárias.
Palavras-chave: Consultório na rua; Gravidez; Equidade no acesso; Direito à saúde; Crack
Eixo temático: Atenção, Reinserção Social e Redução de Danos
Modalidade de apresentação: Comunicação Oral
Tipo de trabalho: Relato de Experiência
147
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Rafaela Russi Ervilha* (Universidade Federal de Juiz de Fora), Bárbara Any Bianchi Bottaro
de Andrade (Universidade Federal de Juiz de Fora), Henrique Pinto Gomide (Universidade
Federal de Juiz de Fora), Nathália Munck Machado (Universidade Federal de Juiz de Fora),
Taynara Dutra Batista Formagini (Universidade Federal de Juiz de Fora), Telmo Mota
Ronzani (Universidade Federal de Juiz de Fora)
148
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
151
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
O fenômeno das drogas tem apontado especificidades para a população feminina, que
vão além do ato de produzir, consumir e/ou traficar substâncias psicoativas. O consumo
de drogas, sobretudo as ilícitas, por questões de ordens sociais, culturais e de saúde,
pode determinar situações de vulnerabilidade, principalmente, quando feito por mulheres.
Com o intuito de aprofundar questões que envolvem a relação mulher e uso de drogas,
este trabalho teve o objetivo de identificar elementos de vulnerabilidade para mulheres
usuárias de substâncias psicoativas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa desenvolvida
com 15 mulheres atendidas em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas e/ou
numa Unidade de Saúde da Família de Salvador – BA. Para a coleta de dados foi utilizada
entrevista semiestruturada, aplicada no período de 01/05/15 a 10/07/15. A organização e
análise das informações foi fundamentada no conceito de vulnerabilidade nas dimensões
individual e social a partir das características sociodemográficas, de saúde reprodutiva e
do padrão de consumo. Os preceitos éticos foram respeitados em todos os momentos da
pesquisa. As participantes tinham idade entre 19 e 61 anos, faziam uso problemático de
substâncias psicoativas, iniciado na adolescência. Para as entrevistadas a convivência com
pessoas usuárias de drogas no contexto familiar e social, na infância e na adolescência,
foi determinante para o início do uso de álcool, tabaco, e posteriormente, da maconha,
cocaína, crack, pacaia e inalantes. Essa condição associada à raça/cor negra, baixo nível
de escolaridade, informalidade das atividades remuneradas, instabilidade da renda familiar
e da situação de moradia se constituem como elementos de vulnerabilidade nas dimensões
individual e social. Ademais, a ocorrência de gravidez na adolescência, história de aborto,
multiparidade e complicações clínicas durante o ciclo gravídico-puerperal também foram
identificados como elementos de vulnerabilidade. Conflitos familiares, situações de
violência, danos na saúde física e psicológica e o envolvimento com a prostituição e atos de
criminalidade foram apontados como motivadores e/ou consequências do uso de drogas.
Os dados alertam para especificidades no envolvimento feminino com as drogas atreladas
a aspectos individuais, econômicos, socioculturais e de gênero, os quais repercutem
diretamente na vida e saúde das mulheres.
152
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
153
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
154
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Mairla Machado Protazio* (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Simone Mainieri
Paulon (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Resumo:
Introdução: Este relato de pesquisa parte de recente trajetória pelos territórios da saúde no
contexto do SUS, de experiências profissionais e imersão como pesquisadora. Inquietações
e apostas no campo do cuidado e atenção em saúde mental, mais especificamente como
Redutora de Danos em Aracaju de 2011 a 2014. Estas inquietações, movidas de desejos por
explorar mais a articulação entre saúde mental e atenção básica, e a aposta em um modo
de cuidado itinerante, conduziram-me ao mestrado em Psicologia Social e Institucional.
Objetivos: A dissertação em andamento tem por objetivo acompanhar as itinerâncias de
usuários de saúde mental pelos seus territórios existenciais, cartografar experiências de
cuidado em rede guiada pelas andanças e fluxos relacionais que estes inventam para
si e identificar quais saberes produtores de saúde podem se legitimar nesta construção.
Apostamos na produção de redes de cuidado que não se limitem aos serviços de saúde, aos
trabalhadores ou ao fluxo de atendimento pré-estabelecido. Metodologia: Realiza em dois
municípios da região metropolitana do RS, com uma metodologia de pesquisa-intervenção
participativa, abrangendo trabalhadores, usuários e gestores em grupos focais e entrevistas
para elencar e qualificar práticas de cuidado em saúde mental. Nesta pesquisa, buscamos
experiências de cuidado em AD, na lógica da RD, para explorar entendimentos de como se
atualiza enquanto dispositivo de cuidado da atenção básica, enfatizando alguns conceitos-
dispositivos presentes no cotidiano de trabalho que operariam em articulação com a saúde
mental, a saber: território, acolhimento, vínculo e co-responsabilização. Tal perspectiva,
aproxima-nos de um entendimento sobre um cuidado feito transversalmente em que a RD
se assume mais como ética de cuidado do que simples estratégia de ação. Resultados:
Visualizamos que tal perspectiva de cuidado, que se faz itinerante, é uma potente ferramenta,
para colocar em questão junto à cidade, no transitar com aquele que sofre, de como ela
pode ser “contaminada” com uma diferença que por vezes não tem lugar. Contudo, sabemos
que para muitos dos nossos serviços o cuidado em rede ainda é um exercício tateante e
incipiente, uma diretriz de gestão que muitas vezes se cumpre penosamente, ou está longe
de ser sequer considerada. Considerações finais: Tradicionalmente, pensa-se do ponto
de vista de que o usuário (louco ou drogado) tenha que ser acolhido para o seu bem e de
que os trabalhadores têm que ser benevolentes e suportar o diferente. Contudo, propomos
inverter essa lógica para abrir espaço a um cuidado em que o usuário é protagonista e que
nos indicam outras questões: o que o território e os serviços de saúde têm a ganhar ao
considerar as itinerâncias dos usuários? De que maneira as itinerâncias podem contribuir
para a produção de cuidado em rede? Que redes são essas que as itinerâncias desenham?
São alguns dos questionamentos que a pesquisa tem suscitado e trazemos à discussão
deste seminário.
155
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Erika Renata Trevisan* (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), Andrea Ruzzi Pereira
(Universidade Federal do Triângulo Mineiro), Ailton de Souza Aragão (Universidade Federal
do Triângulo Mineiro), Jurema Ribeiro Luiz Gonçalves (Universidade Federal do Triângulo
Mineiro), Adacely Ferreira Andrade Cunha (Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba-
MG), Carmelita Fernandes de Oliveira Santos (Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba-
MG), Daniela Bernardes Pereira do Carmo (Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba-
MG), Sérgio Henrique Marçal (Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba-MG).
156
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Ana Luisa Marliére Casela (Universidade Federal de Juiz de Fora), Amata Xavier Medeiros
(Universidade Federal de Juiz de Fora), Érika Pizziolo Monteiro (Universidade Federal de
Juiz de Fora), Gabriela Correia Lubambo Ferreira (Universidade Federal de Juiz de Fora),
Jéssica Verônica Tibúrcio de Freitas (Universidade Federal de Juiz de Fora), Laís Ramos
Duarte *(Universidade Federal de Juiz de Fora), Luísa Ferreira Coelho (Universidade Fe-
deral de Juiz de Fora), Nathália Munck Machado (Universidade Federal de Juiz de Fora),
Pollyanna Santos da Silveira (Universidade Federal de Juiz de Fora), Telmo Mota Ronzani
(Universidade Federal de Juiz de Fora).
157
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
O estudo realizado teve como objetivo avaliar o estigma internalizado entre dependentes de
álcool e outras drogas participantes e não participantes de grupos de mútua-ajuda, a partir
da hipótese de que a participação em tais grupos contribuiria para redução do estigma. A
amostra analisada foi composta por 123 dependentes de drogas de cidades do sul de Minas
Gerais, sendo 83 participantes e 40 não participantes de grupos de mútua ajuda. O critério
de inclusão foi que a pessoa estivesse abstinente há, no mínimo, 2 meses. Para produção
de dados foi utilizada a Escala de Estigma Internalizado - ISMI -(Soares, 2011), adaptada
para dependentes de substâncias, juntamente com um questionário sócio econômico. A
análise foi feita através do programa SPSS. Pela comparação dos grupos, verificou-se que
dependentes de drogas que participaram de grupos de mútua ajuda apresentaram uma
diferença estatisticamente significativa em relação ao grupo dos não participantes (p=0,00).
Na amostra analisada, o nível de estigma internalizado apresentou também uma correlação
estatisticamente significativa negativa em relação à variável tempo de abstinência. Quanto
maior o tempo de abstinência, menor o nível de estigma internalizado (r = -0,38; p=0,00).
Os resultados obtidos fornecem indícios acerca da importância dos grupos no processo de
recuperação e reinserção social do dependente de drogas e do processo de identificação com
pares, no sentido de favorecer a criação de novos vínculos, o que pode auxiliar na redução
do estigma ao encontrar no grupo pessoas que passam pelas mesmas dificuldades, tendo
assim apoio para superar as dificuldades, lidarem com os estereótipos e desenvolver novas
formas de interação que favoreçam a manutenção da abstinência e o desenvolvimento da
auto-estima.
158
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Luiz Felipe Batista Pires*(Universidade Federal de São João del-Rei), Laiany Gonçalves
de Macedo (Universidade Federal de São João del-Rei), José Arimatéa de Aleluia Júnior
(Universidade Federal de São João del-Rei), Ricardo Bezerra Cavalcante (Universidade
Federal de São João del-Rei), Richardson Miranda Machado (Universidade Federal de São
João del-Rei).
Introdução: A Estratégia Saúde da Família (ESF) torna-se responsável não apenas pela oferta
de serviços, mas também pela forma como os diferentes níveis de atenção se integram para
o enfrentando das moléstias sociais e psíquicas, como a dependência química, devendo
assegurar dessa forma que a ampliação da cobertura em saúde seja acompanhada de
uma ampliação da comunicação entre os serviços, a fim de garantir a integralidade da
atenção. O trabalho integralizado entre o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e a ESF é
imprescindível para o enfrentamento dos transtornos mentais principalmente da dependência
química, o qual deve ser desenvolvido por meio de um projeto terapêutico integrado, que
possibilite a reabilitação psicossocial a partir do território de vida dos dependentes, de modo
a reduzir as internações e a facilitar o atendimento integral junto a família, modificando as
relações de cuidado e as práticas em saúde. Objetivos: Descrever e analisar a assistência
integrada prestada ao dependente químico pelo CAPS e as equipes de ESF do município
de Divinópolis - Minas Gerais. Fazer a distribuição espacial no município dos pacientes
dependentes químicos atendidos pelo Centro de Atenção Psicossocial e das Equipes da
Estratégia Saúde da Família. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo do tipo série
histórica, descritivo e analítico da assistência prestada ao dependente químico pela Estratégia
Saúde da Família no município de Divinópolis-MG. Resultados Parciais: A prevalência
de usuários classificados com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de
substância psicoativa correspondeu a 9,46% da população total atendida no SERSAM de
Divinópolis. Observou-se que 82,3% são do sexo masculino e 17,7% feminino. A maior faixa
etária dos pacientes atendidos no serviço foi a de 41 a 50 anos, correspondendo a 28,2%. No
que se refere ao número de pacientes cadastrados em alguma unidade de saúde (ESF ou
centro de saúde), verificamos que 54,3% dos dependentes químicos não eram cadastrados
em nenhuma unidade de saúde. Em relação ao número de pacientes acompanhados por
alguma unidade de saúde, observamos que 58,6% não são acompanhados por nenhuma
unidade de saúde. Considerações Finais: Considerando o impacto da dependência química
na vida das pessoas e visando contribuir para a atualização e direcionamento das ações
dos profissionais de saúde, prevenção de novos casos e melhor abordagem e tratamento
dos indivíduos já dependentes é que se propõe o presente estudo, pelo qual acreditamos
que seus resultados possam contribuir no direcionamento e planejamento das políticas
de saúde, no que se refere ao estabelecimento de medidas de intervenção, tratamento e
prevenção mais específicas e eficazes.
159
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Andréa Resende Vieira de Carvalho (Universidade Federal de São João Del Rei)
Suely Teodora da Silveira* (Universidade Federal de São João Del Rei)
Marcelo Dalla Vecchia (Universidade Federal de São João Del Rei)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
162
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Ana Raquel Righi Gomes (Residente de Saúde Mental e Coletiva da Faculdade de Ciências
Médicas–UNICAMP)*
Ed Carlos Corrêa de Faria (Faculdade de Ciências Médicas –UNICAMP e CAPS-AD Antônio
Orlando)
163
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
A família e as redes sociais têm sido apontadas pelos estudos como fatores potencialmente
de risco e/ou de proteção ao uso de drogas e para o tratamento do usuário. Como fator de
risco entende-se condições e/ou circunstâncias que deixam o sujeito mais vulnerável aos
problemas relacionados ao uso de drogas, por outro lado, fator de proteção, representa as
condições para que o sujeito, mesmo tendo contato com a droga, consiga se proteger e não
fazer o uso prejudicial. Já as redes sociais e a família, caracterizam-se como um dos principais
recursos que um sujeito dispõe no que se refere ao apoio recebido e percebido. Há uma
associação entre desenvolvimento humano saudável e qualidade dos vínculos presentes
nas redes sociais de um sujeito. Assim, este estudo teve como objetivo realizar uma revisão
sistemática de artigos publicados entre os anos de 2004 e 2014, sobre a relação entre
família, redes sociais e uso de drogas. Foram acessadas quatro base de dados, Biblioteca
Virtual em Saúde (BVS), PubMed, Scielo e PscInfo, utilizando as seguintes combinações de
descritores: “social AND networks”; “family” AND “drugs”. Foram encontrados 212 artigos,
sendo que 17 deles abordavam diretamente os temas deste trabalho. Destes estudos, 13
relacionaram rede e contexto social como fator de risco e/ou proteção ao uso de drogas
e quatro abordaram a influência da rede social no tratamento de usuários de drogas. Os
resultados indicam que: a) a rede social tende a ser restrita entre os usuários de drogas, b)
na rede social há membros que também fazem uso de substâncias psicoativas, c) as redes
constituídas por membros familiares tendem a ser protetoras para evitar o uso/abuso de
drogas e, d) o tratamento de usuários de drogas é mais efetivo quando há a participação de
redes sociais saudáveis, ativas e fortalecidas, e por outro lado, redes com características
que favoreçam o uso de substâncias psicoativas pelos seus membros dificultam a adesão ao
tratamento. Destaca-se que o contexto social e/ou comunitário interfere, decididamente, na
composição e funções da rede social constituída em torno de usuários de drogas, seja como
fatores potencialmente de risco ou de proteção, o que coloca em pauta a necessidade de
intervenções sistêmicas, que contemple políticas públicas sociais, econômicas e culturais.
Dependendo da característica da rede e das relações estabelecidas entre os membros,
estas podem atuar como fator de risco ou de proteção ao uso de drogas o que sinaliza um
tensionamento em relação à trama constituída na rede de relações. Cabe aos profissionais
que trabalham com esta demanda possibilitar condições para aproximação e fortalecimento
de relações saudáveis e protetivas para os usuários. Diante de tal complexidade e amplitude
do fenômeno é eminente a necessidade de estudos aprofundados sobre a questão das
drogas e das redes sociais e que ofereçam subsídios para atuação profissional.
Palavras-chave: Família; Redes Sociais; Uso de Drogas; Fator de Risco e/ou Proteção.
Eixo temático: Promoção da Saúde e Prevenção do Uso Prejudicial
Modalidade de apresentação: Pôster
Tipo de trabalho: Relato de Pesquisa
164
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Melissa Azevedo (SENAD), Karina Rodrigues Matavelli Rosa (SENAD), Wagner Mendonça
(Coordenador do Projeto de Redução de Danos do município de Aracaju/SE- Departamento
de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju/SE), Maria Cecília Tavares
Leite – (Universidade Federal de Sergipe).
167
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Introdução: O Projeto REDES da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas tem como
objetivo a articulação de redes intersetoriais para atenção às pessoas com demandas e/
ou necessidades relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas. Este projeto tem
como principal ferramenta a constituição de um fórum intersetorial permanente para
a discussão das políticas públicas nessa área que acontece no município de Caruaru
desde dezembro de 2014. Objeto: Descrever a constituição e o funcionamento do Fórum
Intersetorial sobre drogas de caruaru, bem como discutir os benefícios deste espaço de
debates para o fortalecimento da rede de atenção e cuidado às pessoas com demandas/
necessidades relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas. Metodologia: A partir de
uma investigação participativa, o presente relato visa descrever a promoção e sustentação
destes espaços de discussão permanente: os Fóruns intersetoriais sobre demandas e/ou
necessidades relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas. Resultados: Caruaru
conseguiu constituir o Fórum Intersetorial sobre Drogas que funciona mensalmente e
de forma itinerante, com a participação de diversos atores, entre eles: trabalhadores e
gestores de diversas secretarias e órgãos públicos do Estado e município, além de usuários
e comunitários de caruaru. A cada mês, esse espaço de diálogo consegue reunir em torno
de cem participantes para pensar e pactuar estratégias para ampliar e qualificar a melhor
forma de responder às pessoas que estão com alguma demanda/necessidade relacionada
ao consumo de álcool e outras drogas. Com o objetivo de aquecer a Rede e auxiliar no
processo de construção desse coletivo, contou-se com a presença de uma mediadora
externa, além da articuladora local que pode construir junto com os participantes o que
precisava ser trabalhado para melhorar o fluxo e a qualidade do atendimento nos serviços.
Este trabalho também contou com a participação da coordenação de saúde mental do
município que continuará o fomento do fórum depois do Projeto Redes. Considerações
finais: O fortalecimento de espaços de discussão favorece a integração entre as áreas
técnicas de diversos setores para a efetivação das políticas e estratégias prioritárias na
atenção às pessoas com demandas ou necessidades relacionadas ao consumo de álcool
e outras drogas. Nesses momentos de discussão, pactuação e estabelecimento do fluxo
de atendimento, os usuários também têm espaço para falar de suas demandas de cuidado
e necessidades pertinentes a vida de cada um e participar da formulação de respostas às
questões apresentadas. Os resultados mostram que o a implantação do Fórum intersetorial
de Caruaru, vem conseguindo apoiar o desenvolvimento de estratégias de integração
intersetorial, organizando o mapeamento dos recursos da rede a partir do funcionamento
deste espaço. Dessa forma, a arte de tecer uma rede intersetorial vem se configurando com
sucesso, desatando os nós críticos de uma ação integral e participativa.
168
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Este trabalho trata de descrever e analisar o ATITUDE Nas Ruas, serviço do Programa
ATITUDE, do Governo do Estado de Pernambuco, ligado à Secretaria de Desenvolvimento
Social, Criança e Juventude, destinado às pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas
e seus familiares. Este serviço desenvolve ações de abordagem social, articulação das redes
de saúde, assistência, educação e outros, realiza escutas sistemáticas, encaminhamentos
construídos com as pessoas acompanhadas, ações de prevenção e de proteção social, a bem
do que preconiza o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Assim, este trabalho visa
a realizar a articulação entre o Programa e seu papel de operador/articulador das políticas
de assistência social, além de situar e ampliar a Política Redução de Danos no âmbito da
assistência. Para isso, nos inclinamos em investigar o funcionamento dos serviços de rua e
a aplicação prática do que preconiza o SUAS, bem como nos atendimentos territorializados/
regionalizados e na operacionalização da Política de Redução de Danos na área. Porém,
por compreendermos que nenhuma prática é totalizadora, percebemos algumas arestas,
tanto no que concerne à instauração de prática voltada para a consolidação das políticas
públicas, assim como a alteração das políticas sobre drogas no cenário nacional, refletidas
no Estado. Isso nos fez perceber a importância de sermos propulsores de políticas setoriais
regionais no cenário nacional e garantir que a Política Nacional de Assistência Social
tenham consolidadas SUAS práticas.
169
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Felipe Silveira da Costa* (Universidade Federal da Fronteira Sul), Maria Gabriela Curubeto
Godoy (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
As questões relativas ao cenário das pessoas que usam drogas têm assumido um papel
relevante em todas as épocas, particularmente a temática da grupalidade enquanto dispositivo
potencializador das mais diversas formas de participação social. Compondo esse aspecto
associam-se as diferentes visões relativas ao uso de drogas, muitas vezes antagônicas,
que tendem a opor a pessoa usuária em um lugar seja de impotência e periculosidade, ou
de sujeito produtor de territórios de vida possíveis e significativos. Este projeto visa realizar
a cartografia de uma grupalidade enquanto potencializadora de dimensões da participação
social de usuários de drogas vinculados a um serviço de saúde que ofereça tratamento
a pessoas em uso problemático de álcool e outras drogas. Optou-se por um percurso
metodológico que assumisse um olhar desde o referencial esquizonalítico de forma a
propor a produção de um saber desde as vivências propostas na possibilidade emergência
de dimensões inventivas e não normativas. A inspiração cartográfica situada no contexto da
vivência do esquizodrama enquanto proposta de dispositivo grupal vêm, então, associar-se
enquanto uma proposta oferecida a um grupo de pessoas participantes e uma atividade
corporal desenvolvida em um Caps-ad da cidade de Porto Alegre. As vivências desenvolvidas
serviriam de base à emergência de conteúdos verbais, imagéticos e corpóreos que foram
trabalhados no próprio grupo enquanto um processo de reflexão coletiva. Como resultados,
foram visibilizadas cenas de trajetórias diversas de participação social de cada uma das
pessoas envolvidas. Experimentou-se, então, a proliferação de sentidos dessa participação
a partir da intensificação das cenas, questionando-se os pressupostos hegemônicos
colocados no mundo. Percebeu-se com esse estudo a emergência da singularidade na (re)
criação de cenas desde as trajetórias de participação social das pessoas envolvidas de tal
forma que evidenciou-se a potência existente dessa metodologia na percepção do vivido
por esses sujeitos, bem como na possibilidade deles se construírem enquanto produtores
de novos territórios de vida em diálogo com seus desejos e potencialidades ao invés do
enfoque em faltas reconhecíveis por encontrarem-se em conflito com a linha de produção
de subjetividade hegemônica na sociedade.
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Murilo Freitas Bauth* (Centro Universitário de Lavras), Andréa Cabral Rios (Centro
Universitário de Lavras), Diego Costa Lima (Universidade Federal de São Carlos), Carolina
Canestri Pereira (Centro Universitário de Lavras).
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Tamiris de Oliveira Scárdua* (Universidade Federal do Espírito Santo), Thays Netto Moura
(Universidade Federal do Espírito Santo), Allan Bis Mendonça (Universidade Federal do
Espírito Santo), Vivian Kecy Vieira Maia (Universidade Federal do Espírito Santo; Prefeitura
Municipal de Vitória), Fátima Maria Silva (Universidade Federal do Espírito Santo; Prefeitura
Municipal de Vitória).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Camila Batista dos Santos* (Universidade Federal de Sergipe), Giuliano Di Pietro (Universidade
Federal de Sergipe), Adriane Almeida Souza (Universidade Federal de Sergipe), Ana Paula
de Araújo Santana (Universidade Federal de Sergipe), Breno A. de Menezes Rezende
(Universidade Federal de Sergipe), Felipe Rosa dos Santos Lima(Universidade Federal
de Sergipe), Izabelle C.Figueiredo Souza (Universidade Federal de Sergipe), Jamille C. da
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
álcool e outras drogas. Trata-se de um estudo coorte realizado nos Hospitais Regionais de
Lagarto e Itabaiana no Estado de Sergipe conveniados ao Sistema único de Saúde (SUS) no
período de Agosto de 2014 a Julho de 2015, sempre aos finais de semana. Foram incluídos
na pesquisa pacientes vítimas de trauma e/ou violência acima de 13 anos, que deram
entrada neste período. Os pacientes abaixo de 18 anos foram entrevistados apenas quando
acompanhados de um responsável para a assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE).Os pacientes foram submetidos a 02 (dois) questionários: o primeiro
contendo dados para a sua caracterização como idade,gênero, escolaridade,profissão,
cor, estado civil, naturalidade, tipo de acidente ( carro, bicicleta, motocicleta, outros),dentre
outros. O segundo foi o questionário CAGE (Cut-down, Annoyed by criticism, Guilty e
Eye-opener) composto por quatro perguntas (você já pensou em largar a bebida?/ ficou
aborrecido quando outras pessoas criticaram seu hábito de beber?/se sentiu mal ou culpado
pelo fato de beber?/bebeu pela manhã para ficar mais calmo ou se livrar de uma ressaca?
) com sensibilidade e especificidade comprovadas cientificamente quando utilizada no
ambiente de pronto-socorro. Este questionário é utilizado como um ponto de corte de duas
respostas afirmativas sugerindo screening positivo para abuso ou dependência do álcool.
Foram aplicados aproximadamente 100 questionários. Os resultados permitem notar
que os entrevistados estão enquadrados na faixa etária de 12 a 65 anos. Do total deles,
aproximadamente 80% são do sexo masculino e 20% do sexo feminino. Aproximadamente
85% foram vítimas de acidente de moto. 61,5% dos pacientes afirmam ingerir álcool com
certa frequência, mas uma minoria (15%) foi considerada como dependente do mesmo
pelo questionário CAGE. Concluiu-se que o uso do álcool associa-se ao grande número
de traumas automobilísticos (principalmente acidentes motociclísticos) nos Hospitais
Regionais de Lagarto e Itabaiana no estado de Sergipe, corroborando com outros estudos
em diferentes localidades do Brasil. O alcoolismo é difícil de ser detectado e é de grande
utilidade para minimizar futuros problemas de saúde. Além disso, o uso de drogas ilícitas
pode, assim como o álcool, aumentar consideravelmente o número de pacientes vítimas
de trauma. Portanto, espera-se que os resultados possam trazer benefícios significativos
para subsidiar o fortalecimento das políticas públicas de álcool e outras drogas, tanto na
prevenção, quanto na reabilitação e reinserção social dos usuários.
Palavras-chave: Pronto-socorro; Alcoolismo; CAGE
Eixo temático: Atenção, Reinserção Social e Redução de Danos
Modalidade de apresentação: Pôster
Tipo de trabalho: Relato de Pesquisa
Laerson da Silva de Andrade* (Centro de Estudos e Pesquisas sobre Álcool e outras Drogas
da Universidade Federal Espírito Santo), Rayane Cristina Faria de Souza (Centro de
Estudos e Pesquisas sobre Álcool e outras Drogas da Universidade Federal Espírito Santo),
Vitor Buaiz (Centro de Estudos e Pesquisas sobre Álcool e outras Drogas da Universidade
Federal Espírito Santo), Marluce Miguel de Siqueira (Centro de Estudos e Pesquisas sobre
Álcool e outras Drogas da Universidade Federal Espírito Santo).
182
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Esse estudo relata uma experiência de uma prática de internação monitorada via
serviço de saúde mental CAPS ad. O movimento da luta antimanicomial, principalmente
a partir dos pressupostos basaglianos, colocam em evidência as aterrorizantes práticas
de tratamento em regime de internação manicomial. A manutenção das internações em
hospitais psiquiátricos assim como a questionada proposta política de cuidado instituída
pela RAPS (Portaria 3.088/2011) que inclui as internações em Comunidades Terapêuticas,
traz novamente ao cenário e ao campo de discussão essa proposta de tratamento. Diante
desse quadro e do crescente número de internações compulsórias no município de Serra,
no Espírito Santo, o CAPS ad Laranjeiras (serviço de saúde mental desse munícipio) através
de reuniões com diversos setores jurídicos, políticos, educacionais e sociais levantou
a proposta de uma parceria através de contrato com uma clínica de tratamento para
internação de dependentes de drogas. Desde 2007 o município estabelece uma parceria/
contrato com uma instituição de tratamento via internação. A instituição credenciada tem
a obrigação de disponibilizar quadro permanente de profissionais de diversas áreas, entre
outras: psicologia, serviço social, médico clínico geral e psiquiatra, enfermagem, educação
física, além de estrutura física adequada, alimentação, dispensação de medicamentos e
proposta terapêutica previamente estabelecida. São disponibilizadas 10 vagas com período
de internação de 30 dias. Cabe à equipe do CAPS ad na sua prática de cuidado, realizar
uma avaliação minuciosa sobre a real necessidade da internação junto ao usuário e sua
voluntariedade. Semanalmente realizamos o monitoramento dos usuários internados na
instituição, em conversas individuais, acompanhamos diretamente o cumprimento das
ações acordadas com a instituição no processo de tratamento proposto e o modo como
tem produzido efeitos na proposta de ressignificação desses sujeitos. Percebemos que
com essa nova proposta a demanda de internação via judicial diminuiu significativamente,
e o empoderamento dos usuários internados se torna visível quando aos mesmos é
dado o direito de participar diretamente da construção de sua proposta terapêutica, lhes
proporcionando não só a sensação de acompanhamento nessa etapa do tratamento,
mas criando um campo de interlocução do usuário com a instituição, evitando quaisquer
práticas que não sejam condizentes com um tratamento humanizado e corresponsável.
Dentro de uma lógica humanizada de atenção e cuidado, controle do fluxo, real avaliação
da necessidade de internação, monitoramento sistemático, tempo de internação de curta
permanência, controle externo das ações desenvolvidas pela instituição, plena autonomia do
usuário, continuidade do tratamento no pós-internação no CAPS e/ou outros equipamentos
disponíveis, evidenciam que as práticas de tratamento via internação, podem se tornar um
instrumento eficaz no cuidado aos usuários dependentes de drogas.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Alexa Rodrigues do Vale* (Universidade Federal de São João del Rei), Marcelo Dalla
Vecchia (Universidade Federal de São João del Rei).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
No Brasil temos uma lei de drogas (11343/06) que por muitos é visto como um avanço
já que separa o que seria o usuário de drogas, não visto mais como criminoso, do dito
traficante. Entretanto, ela não amarrou o que seria considerado um usuário e o que seria
um traficante, ficando a critério do agente da lei definir isso se baseando em condições
sociais, contexto e motivações e o resultado foi o aumento considerável do número de
prisões tipificadas como tráfico. Os dados de 2013 do Ministério da justiça evidenciam a
seletividade penal do seu sistema ao revelar que o perfil de pessoas presas por tráfico,
em sua maioria são jovens, negros e pobres. A juventude negra está sendo exterminada
nessa guerra às drogas que foi forjada em 1960, pelo então presidente Richard Nixon
(EUA). Em uma guerra todos os lados perdem: o Estado que não consegue “vencer” as
drogas, baixas entre policiais e muito mais entre os jovens negros e pobres, a sociedade
que assiste ao sensacionalismo dos meios de comunicação e decide fazer justiça com
as próprias mãos, no fim, ninguém ganha, pois o inimigo não é a droga. Vários estudos
apontam que essa guerra já nasceu perdida, uma vez que não há registro de culturas em
diferentes períodos que não tenham feito uso de algum tipo de substâncias psicoativas.
Assim o proibicionismo é uma falácia que esconde a sua faceta mais perversa: a guerra
não é às drogas e sim, é uma guerra declarada aos pobres e negros que não tem serventia
para a lógica neoliberal do mercado, e por consequência, à margem das benesses do
Estado (mínimo). Em novembro de 2014, Belém vivenciou uma madrugada de terror em
virtude da chacina ocorrida nas periferias da cidade que alarmou pelas fotos e números que
chegavam pelas redes sociais, os números oficiais não dão conta das chacinas diária que
os bairros periféricos experimentam. O relatório da CPI de Homicídio de Jovens Negros e
Pobres constatou o visível; que morre negro-pobre todo dia. Quando um grupo de pessoas
decidiu organizar a Marcha da Maconha nesse ano de 2015 em Belém-Pa, o intuito foi
dialogar com a sociedade mostrando que a guerra às drogas é uma guerra aos jovens
pobres de periferia. O movimento da Marcha da Maconha Belém, este ano contou com o
apoio de varias entidades dos Direitos Humanos, realizou pré-atividades político-cultural e
levou um grupo de 150 pessoas às ruas, no dia 17 de maio, com o tema “Queremos nossos
jovens negros vivos!”. Com este relato de experiência pretende-se abordar os efeitos da
guerra entre a nossa juventude belenense, as dificuldades de se construir um movimento
em prol do assunto que perpassam pelo medo, desinformação e, mesmo, desinteresse em
se mobilizar em torno da pauta, desafio de lutar contra a veiculação unilateral da mídia, a
falta de uma frente de ação comum que possa interligar as lutas de norte a sul do país, mas
que ainda assim aceita o desafio de levantar a bandeira pelo fim da guerra e pela vida da
juventude.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Denicy de Nazaré Pereira Chagas (Universidade Federal de Juiz de Fora), Paula Miranda
de Oliveira (Associação Casa Viva/JF), Tatiana Oliveira Pereira Tavares* (Associação Casa
Viva/JF).
Este estudo advém da vivência das autoras no Programa Consultório na Rua. Falar da
População em Situação de Rua é referir-se a um grupo heterogêneo que abrange modos
singulares de se relacionar com o território no qual está inserido, tendo em comum a
pobreza e a exposição às diversas formas de violência, estigmas e preconceitos, bem como
dificuldades de acesso aos equipamentos de saúde e intersetoriais. Em 2011, o Consultório
na Rua foi proposto pelo Ministério da Saúde como um dos componentes da Atenção
Básica da Rede de Atenção Psicossocial, atuando frente aos diferentes problemas e
necessidades de saúde da População em Situação de Rua. A busca ativa e o fortalecimento
de vínculos tornam-se ferramentas de extrema importância para o processo de cuidado
desta população. Assim, neste estudo, objetiva-se relatar a experiência de abordagem,
acolhimento e vinculação de uma pessoa em situação de rua à equipe do Consultório na
Rua (eCR) de Juiz de Fora/MG. Trata-se de estudo descritivo, do tipo relato de caso, sendo
as informações obtidas por meio de revisão do prontuário, reunião de equipe, entrevista
com o usuário e revisão da literatura. No primeiro atendimento, o usuário visivelmente
desconfiado nega ser ele quem a eCR procurava. O comportamento de desconfiança foi
substituído, aos poucos, pela confiança ao perceber que a pretensão da equipe era de
criar vínculo fundamentado no respeito e na disponibilidade do outro em estabelecer uma
relação. Apresentamo-nos, explicamos os objetivos do trabalho e nos dispusemos a ouvi-
lo, desprovidos de qualquer comportamento prescritivo ou do excesso de orientações e
propostas, momento em que foi possível a nomeação: “eu sou o Matrix”. Operando por
meio do vínculo, estávamos ali, semanalmente, ouvindo suas demandas e dificuldades que
perpassavam entre problemas de saúde, como perda de visão, dificuldade de locomoção e
uso intenso de bebida alcoólica à falta de documentação e possibilidades de requerimento
de benefícios assistenciais, os quais lhe eram de direito. Diante desses atendimentos, ele
começou a se corresponsabilizar pelo seu plano de cuidado e, passo a passo, através de
estratégias de redução de danos, que vão para além do uso de drogas, bem como sua
inserção à Atenção Básica, o mesmo foi se reestabelecendo diante da vida e criando novas
possibilidades de pertencimento. Atualmente, “Matrix” está aposentado à procura de um
local para morar. Em paralelo, iniciou contato com sua família em São Paulo, cidade de
origem e, não descarta a possibilidade de retornar ao convívio familiar. A vivência traz à
luz os modos de operar o cuidado, que rege o processo de trabalho da eCR, valendo-se
da construção de vínculo como ferramenta de potencialização do cuidado e convergindo
com os pressupostos da Atenção Básica, Saúde Mental e da estratégia de Redução de
Danos, como orientação ético-política e garantindo, acesso equânime ao SUS e as demais
políticas públicas àqueles que fazem da rua seu território de vida.
193
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Uma política pública voltada para População em Situação de Rua (PSR) exige explorar uma
multiplicidade de experiências de cuidado e suas reverberações nos espaços institucionais/
de apoio para produção de redes de cuidado. Nesse intuito, em 2013, a partir da realização
da Oficina de Planejamento das Políticas de Equidades articulada pelo Ministério da Saúde
(MS), ocorrida na cidade de Porto Alegre/RS, discutiu-se sobre a constituição de um Comitê
Técnico Estadual para tensionar a discussão sobre a saúde da PSR. Para tanto, começou
a se construir um Grupo de Trabalho (GT) com diversos serviços da rede envolvidos com
essa temática, que teve seu primeiro encontro dentro da Secretaria Estadual da Saúde.
Desse encontro o encaminhamento mais importante foi a necessidade de construir uma
linha de fuga para processos institucionais formuladores de políticas públicas, com a real
participação de seus usuários: um desejo dos encontros acontecerem no território de vida
da rua. Motivados por esse desejo, de produzir brechas na construção de políticas públicas,
um coletivo de profissionais produzem uma saída: vão ao encontro da rua. O Grupo de
Trabalho, então, torna-se um “GT na Praça”. Reafirmando a importância da diretriz da
Redução de Danos, os encontros se desacomodam dos espaços institucionais para se
produzirem no território de diferenças da rua. O “GT na Praça”, dessa forma, constituindo-
se dos laços de confiança produzidos a cada encontro, dá vida ao processo de um Comitê
Técnico Estadual da Saúde da População em Situação de Rua. Mas, sobretudo, faz um
exercício de aproximação dos espaços públicos de produção de cuidado, dos coletivos que
estão aí se constituindo, seus pontos de encontro, como atividade básica de abertura para
produzir pontos de apoio à saúde. Nesse novo platô, o “GT na Praça” se torna um coletivo
(“Me apoia aí”) e um espaço aberto para ir ao encontro das Pessoas em Situação de Rua,
como ponto de troca e apoio para compor novos modos de pensar políticas públicas. Os
encontros são quinzenais, das 17h30min às 19h, na Praça Garibaldi, em Porto Alegre/RS, e
buscam afirmar uma política que logre ser praça para rodar aparelhos públicos: permanente
e efetivamente abertos à reinvenção de sua comunidade de práticas, ao compartilhamento
do cuidado e a operação consistente de redes de cuidado.
194
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Introdução: O consumo de álcool e outras drogas sempre existiu, estando presente em todas
as culturas e religiões, entretanto, atualmente, tornou-se um problema de caráter público
devido às consequências psicossociais do uso abusivo. Com o intuito de promover o cuidado
aos usuários, foi instituída a Política de Atenção Integral à Saúde de usuários de álcool
e outras drogas, pautadas pelo Modelo de Redução de Danos. Objetivos: Compreender
como o Modelo de Redução de Danos pode contribuir para a atenção à saúde dos usuários
de álcool e drogas, investigando quais os dispositivos de cuidado implementados, as
percepções dos profissionais e usuários acerca do tratamento e cuidados e os desafios
a serem enfrentados para a consolidação do modelo. Metodologia: Realizou-se uma
revisão integrativa de literatura, cuja coleta de dados concentrou-se nas bases de dados
LILACS e SciELO, no período de 2007 a 2014. Utilizaram-se várias combinações entre os
seguintes descritores nas buscas, dada a diversidade de termos similares nesse campo
de conhecimento: “Redução de Danos”; “Transtornos relacionados ao uso de substância”;
“Serviço de Saúde Mental”; “Usuários de Drogas”; “Assistência Integral à Saúde” e “Políticas
Públicas”. Foram analisados cinco artigos que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão
previamente delimitados, todos descrevendo estudos empíricos brasileiros desenvolvidos
em Centros de Atenção Psicossocial álcool e drogas. A discussão foi realizada a partir de
três categorias temáticas: Percepções dos profissionais e usuários acerca do tratamento
e cuidados; Dispositivos de cuidado implementados e Desafios a serem enfrentados.
Resultados: Os usuários percebem a importância do acolhimento, da coresponsabilização,
da atenção humanizada e multiprofissional, da intersetorialidade e das oficinas para sua
adesão ao tratamento. A mudança de percepção de doente para cidadão é um obstáculo a
ser enfrentado pelos usuários, cujos discursos são marcados pelos sentimentos de exclusão
e culpa. Os profissionais reconhecem a importância de uma atenção humanizada, valorizam
a participação das famílias e dos usuários no tratamento, mas muitos desconhecem as
diretrizes da Redução de Danos e centram suas ações na manutenção da abstinência.
Identificou-se quantidade insuficiente de profissionais nos Centros de Atenção Psicossocial
álcool e droga e necessidade de maior articulação de uma rede intersetorial para o cuidado
em saúde mental e DST/AIDS. Considerações Finais: Trata-se de uma política recente e
ainda faltam estratégias para envolver a comunidade, usuários e suas famílias no intuito
de criar recursos e utilizar equipamentos comunitários, especialmente ligados a ações de
promoção de trabalho e atividades esportivas. Destaca-se ainda a importância de promover
a superação dos preconceitos, dos paradigmas ideológicos e resistências silenciosas para
consolidação de uma atenção pautada no Modelo de Redução de Danos.
195
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Introdução O relato que se segue refere-se ao processo colaborativo que norteou, entre
os anos de 2013 e 2015, a produção de um curta-metragem de ficção, durante a oficina
de artes num centro de atenção psicossocial para álcool e outras drogas no estado do
Espírito Santo. Tal processo apontou para a criação de um dispositivo que fez emergir o
questionamento de paradigmas comportamentais e institucionais relacionados à condução
da problemática do uso de substâncias psicoativas. Objetivos: A partir das discussões do
grupo, o objetivo inicial de transmitir uma mensagem de promoção de saúde foi dando lugar
à elaboração de um interesse comum para abordar questões estéticas, políticas e sociais,
como o lugar do cidadão usuário de drogas frente à banalização de internações compulsórias
e a invisibilidade de suas escolhas, numa linguagem plástica e metafórica, que ultrapassou
a previsibilidade da narrativa proposta. Propiciou, portanto, ampliação das possibilidades de
um fazer artístico inserido na dinâmica da instituição de saúde, num trabalho processual, em
constante transformação e diálogo na relação com os usuários do serviço. Metodologia Em
2013 iniciamos a oficina em que criamos coletivamente, sem ensaios: roteiro, argumento,
direção, atuação, cenário e edição. Essa oficina foi engendrada a partir de uma outra oficina
de fotonovela criada há alguns anos antes e que motivou os usuários a propor a continuidade
de uma história. O convite para feitura do filme foi também feita por eles a mim, enquanto
artista plástica do serviço, que me encarreguei das filmagens e das edições propostas
pelo grupo, assim como algumas intervenções no sentido de provocação de discussões,
resultando num trabalho de autoria coletiva. Resultado Cerca de vinte pessoas participaram
da construção do curta-metragem, em momentos diversos da oficina; as primeiras cenas
do nosso filme, que se referem a uma briga no bar, expõe o que comumente se vê, em
relação à dependência química, enquanto as outras cenas, que se passam num sonho do
protagonista, trazem consigo seus medos diante de um estranho tribunal e da figura da
morte, assim como sugerem, como metáforas de vários modos de vida, paisagens, sons
da natureza e o próprio jogo de dominó, presente no cotidiano dos autores. Considerações
finais: Ao longo da oficina, viver e morrer deixou de ser uma consequência direta do uso
ou não das substâncias psicoativas e foi ganhando, ao longo do processo, uma discussão
sobre as sujeições que ocorrem no âmbito da saúde e os discursos institucionalizados
que o atravessam. Morrer é uma condição de todo ser humano, porém os cuidados nos
planos ético, estético e político trazem para si e para o outro formas de promoção da uma
liberdade, num viver potente. Não se trata, segundo os participantes, de adiar a morte, mas
promover a vida em suas diferentes formas de expressão; não apenas suportar a vida, mas
recriá-la de diferentes maneiras, num viver artístico.
196
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
A relação do homem com as drogas é fenômeno antigo. Porém, na virada do século XIX
para o século XX esse envolvimento ganhou contornos epidêmicos, e exigiu dos países
mais atingidos, ações enérgicas para contê-lo, a partir de uma política de enfrentamento
estabelecida pelos EUA, conhecida como proibicismo, pautada na criminalização e
penalização da produção, do comércio e do uso das chamadas substâncias ilícitas. Mesmo
assim, na década de 1970 o mercado das drogas ilícitas desenvolveu-se, expandiu-se e já
na década de 1980, se consolidou por se apresentar como alternativa à crise econômica
mundial da época. Os países subdesenvolvidos, dentre eles os andinos, sobretudo,
Colômbia, Peru e Bolívia, sofreram mais os efeitos dessa crise com a redução na demanda
de seus produtos de exportação e parte de seus territórios passaram a ser usados no
cultivo de plantas que servem de matéria-prima da principal substância entorpecente: a
cocaína. O poderio econômico do mercado das drogas ilícitas é visto pelas cifras bilionárias
que movimenta, além de interagir com outras formas criminosas e influenciar no surgimento
de novas, cujos efeitos são vistos no dia a dia das grandes cidades. A complexidade da
questão desafia governos e a sensação é de que o fenômeno esteja fora de controle. Na
cidade de Belém, Estado do Pará, Brasil, essa realidade é visível. O objetivo da pesquisa foi
abordar o citado fenômeno a partir da relação do crime de homicídio com o tráfico de drogas,
baseado em um fato concreto. Com isso, procurou oferecer uma perspectiva diferenciada
visando contribuir para a compreensão do problema a partir de uma visão pormenorizada, e
encontrar novos significados que possam reforçar o debate e a busca de uma forma menos
traumática de enfrentá-lo. A metodologia usada foi o estudo de caso sobre o assassinato de
uma dependente química que também vendia drogas, e que foi divulgado na mídia como
“O Caso Bereca”, ocorrido em janeiro de 2014, no bairro do Benguí, periferia de Belém-Pa.
A fonte documental foi o inquérito policial que apurou o crime, além de entrevistas semi-
estruturadas com os investigadores do caso. Os resultados revelaram que o tráfico de drogas
possui interfaces com outras formas de crimes; cria novos significados para as drogas
na relação entre fornecedor e usuário dependente e que não existe limites na interação
violenta no mercado das drogas, para obter os resultados desejados. Ficou evidenciado
que o enfrentamento das drogas necessita de novo enfoque, visto que o modelo em vigor,
de premissas proibicistas, mostra-se fatigado e não responde aos objetivos para os quais foi
estabelecido; ao contrário, propiciou o fortalecimento e a expansão do seu mercado ilegal.
Dessa forma as evidências encontradas neste caso específico poderão subsidiar, reforçar
e colaborar com propostas que visem encontrar novos paradigmas de enfrentamento para
a questão das drogas, pautados em ações de redução de danos.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Liana de Menezes Bolzan* (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Maria
Isabel Barros Bellini (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
198
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Tendo como objetivo analisar os cuidados infantis das mães, usuárias de drogas em
tratamento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD III) de Vitória
(ES), para refletir as implicações desses cuidados com a perda da guarda de seus filhos,
optou-se por realizar uma pesquisa de abordagens quantitativa e qualitativa. Por meio de
análise de prontuários eletrônicos, identificamos, entre os anos de 2013 e 2014, um grupo
de 41 mulheres que chegou ao serviço com a perda ou iminência da perda da guarda de
seus filhos. No aspecto qualitativo – ao qual nos ateremos aqui – utilizamos os elementos
trazidos por meio de entrevistas temáticas, baseadas no método da História Oral. Para
selecionar as entrevistadas, seguimos os critérios: ter perdido a guarda dos filhos ou estar
na iminência de perdê-la; estar em tratamento no CAPS AD III como forma de condicionante
para resgatar a guarda ou permanecer com os filhos; e consentir ser entrevistada. Sendo
assim, entrevistamos três das 41 mulheres, a fim de elucidar sobre o nosso problema de
pesquisa e dar voz a esse público que é tão estigmatizado socialmente. Desse modo,
nos foram relatadas as formas como elas entendem os cuidados com os filhos, a relação
com o uso de substâncias psicoativas, com o tratamento e com as instituições envolvidas.
Constatamos que cuidar, para as mães entrevistadas, vai além de prover necessidades
materiais: é dar amor, carinho, atenção, ou seja, a dimensão do afeto se sobrepõe aos
aspectos materiais. Essas mães avaliam suas formas de cuidado de forma positiva,
compreendendo que esse cuidado é desempenhado melhor por elas do que por outras
pessoas. É no percurso de perda ou ameaça de perda da guarda dos filhos que essas mães
acessam o CAPS AD III. No que diz respeito a esse serviço, as mães se posicionaram de
forma positiva principalmente no que diz respeito às acomodações, refletindo a precária
situação de moradia à qual são submetidas. Quanto a outras instituições, os relatos das
mães que perderam a guarda dos seus filhos revelam situações extremas de retirada das
crianças no interior das escolas e/ou creches. Duas entrevistadas nos relataram essa
violência. Esse fato responde, em parte, à questão dessas mães não avaliarem a escola
como uma instituição que contribui com o cuidado às crianças, uma vez que se configura
mais como uma instituição de controle que está aliada ao Conselho Tutelar. Também
os equipamentos de saúde são compreendidos como instituições de controle, como é o
caso das Unidades Básicas de Saúde e dos hospitais. No caso de uma das mães, seu
bebê recém-nascido foi retirado, ainda na maternidade pela Polícia Militar, acionada pelos
membros do Conselho Tutelar. Dessa forma, percebemos que o que parece incomodar às
instituições não é o fato de faltarem cuidados às crianças por parte das mães usuárias de
drogas, mas sim desses cuidados não se adequarem ao padrão burguês, evidenciando que
existe uma dimensão cultural do entendimento dos cuidados infantis.
199
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
200
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Gabrielle Leite Pacheco Lisbôa* (Universidade Federal de Alagoas), Mércia Zeviane Brêda
(Universidade Federal de Alagoas), Maria Cícera dos Santos de Albuquerque (Universidade
Federal de Alagoas)
201
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Helena Pereira dos Reis e Valéria Rodrigues* (Escola Nacional de Saúde Pública- ENSP)
202
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
O APOIO MATRICIAL NO CAPS AD III VITÓRIA/ES: ENTRE DESAFIOS E POSSIBILI-
DADES
Adriana Aparecida Miranda (CAPS AD III Vitória), Claudia Cardoso Reis Cardoso de Mello
(CAPS AD III Vitória), Cybele Mendonça Ribeiro Batista (CAPS AD III Vitória), Isabel
Cristina Santos (CAPS AD III Vitória), Maria Alice de Oliveira Pinto (CAPS AD III Vitória),
Luciana Alvarenga Alves (CAPS AD III Vitória), Luciana Maria Borges* (CAPS AD III Vitória),
Luciene Bittencourt Pinheiro (CAPS AD III Vitória), Maria das Graças Macedo Seabra de
Melo (CAPS AD III Vitória), Maristher Sarmento Braga (Centro de Atenção Psicossocial
Álcool e Outras Drogas III Vitória), Raquel Virginia Médice (CAPS AD III Vitória), Rosana
Menezes Marangoni (CAPS AD III Vitória), Rosimere Soares de Sousa Lionízio (CAPS AD
III Vitória), Scheila Silva Rasch (CAPS AD III Vitória), Valter Molulo Moisés (CAPS AD III
Vitória),Vera Cristina Mendes de Moraes (CAPS AD III Vitória)
Introdução: O apoio matricial é uma política em saúde mental na atenção básica, sendo
função específica do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas com vistas a aprimorar
a interlocução entre os serviços, ao fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial, à
discussão conjunta dos casos clínicos acompanhados pelos profissionais das equipes,
a realização de projetos terapêuticos singulares compartilhados entre os serviços, em
direção à construção de uma clínica de cuidados em saúde ampliada dirigida às pessoas
em sofrimento psíquico decorrentes do consumo abusivo ou dependente de substâncias
psicoativas. Neste trabalho, evidenciamos o percurso feito pelos profissionais, considerando
os desafios e as possibilidades encontrados na construção do trabalho de apoio matricial,
na atenção aos usuários de substâncias psicoativas. Objetivos: Compartilhar os desafios
e as possibilidades na experiência de construção e consolidação do trabalho de apoio
matricial na atenção básica no município de Vitória. Metodologia: Trata de experiência
do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, iniciada em 2006, que se efetiva até
a presente data, realizada pelos profissionais do serviço que, agrupados por duplas de
trabalho, distribuídos por regiões de saúde (ao todo seis), atuam nas Unidades de Saúde,
realizando encontros mensais, quinzenais ou de acordo com a solicitação das equipes de
saúde, respeitando-se as singularidades de cada região e/ou de cada unidade. Resultados:
Destacamos a reorganização do trabalho do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e
Drogas na revisão de posturas, práticas e atividades em seu cotidiano, favorecendo
momentos de tensionamento, discussão sobre o processo de trabalho, e a consolidação
do apoio matricial como prática de trabalho do serviço, conforme preconiza a legislação
do Ministério da Saúde, em Saúde Mental. Ressaltamos a reorganização do trabalho das
equipes da atenção básica para a inclusão dessa prática nas Unidades de Estratégia de
Saúde da Família ou Unidades Básicas de Saúde, considerando que o município não tem
cobertura total Saúde da Família. Evidenciaram-se diferentes modos de aceitação, de
recusa e de compreensão desse trabalho tanto por parte dos profissionais da atenção
básica, quanto dos dispositivos da Rede. Merece destaque o alcance de uma vinculação
e o estreitamento da relação entre profissionais da Rede de serviços de saúde, além da
apropriação e co-responsabilização dos casos acompanhados. Considerações finais: O
apoio matricial realizado de forma regular garante o fortalecimento da Rede de Atenção
Psicossocial em cada região de saúde, promove a discussão e acompanhamento conjunto
dos casos pelas equipes e, principalmente, fortalece a solidariedade e a construção coletiva
de saídas potentes para o manejo clínico e das diferentes situações trazidas pelos usuários,
as quais muitas vezes são consideradas fatalistas, sem possibilidade de outros desfechos
de produção de novos sentidos de vida.
Priscila dos Santos Peixoto Borelli Tavares*(Centro de Atenção Psicossocial III Antônio
Carlos Mussum), Natália Soares(Centro de Atenção Psicossocial III Antônio Carlos Mussum),
Rogério Ferreira (Centro de Atenção Psicossocial III Antônio Carlos Mussum)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Denis Fernandes da Silva Ribeiro (Universidade do Grande Rio Professor José de Souza
Herdy/PET-Saúde Redes), Cristiane Medeiros dos Santos* (Universidade do Grande Rio
Professor José de Souza Herdy /PET-Saúde Redes), Maria Clara Wanderley Provenzano
(Universidade do Estado do Rio de Janeiro/Secretaria Municipal de Saúde de Duque de
Caxias/ PET-Saúde Redes).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Luciano Azevedo Alves Machado (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III
Vitória), Maria das Gracas Macedo Seabra de Melo* (Centro de Atenção Psicossocial
Álcool e Drogas III Vitória), Marta Jorge Fernandes (Centro de Atenção Psicossocial Álcool
e Drogas III Vitória), Rosana Menezes Marangoni (Centro de Atenção Psicossocial Álcool
e Drogas III Vitória), Scheila Silva Rasch (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas
III Vitória)
207
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
O presente trabalho foi construído a partir de diversas reflexões durante minha trajetória
acadêmica, já que a temática “drogas” sempre me chamou atenção, por ter me causado
grande impacto em algumas situações que já presenciei/vivi. Tive a oportunidade de ser
monitora voluntária na disciplina “Drogas, Escola e Cultura: abordagens e perspectivas”, no
período final de minha licenciatura em Pedagogia em 2014, o que colaborou muito para o
amadurecimento da escrita deste trabalho. O maior desafio encontrado não só para a escrita
do meu trabalho, mas principalmente para a uma visão mais ampla e elaborada sobre o tema
é desvincular a questão das drogas da questão da violência, pois mesmo que nos pareça, não
existe uma ligação natural que una essas duas temáticas. Acontece que com a implantação
de uma política pública antidrogas no Brasil e mundo afora, fomos induzidos a pensar
em drogas como sempre vinculadas à violência e às questões decorrentes principalmente
do tráfico. Consideramos, como sociedade civil, este ponto de vista como senso comum
legitimado, correto e natural. Outro desafio da minha escrita é desvincular a questão das
drogas da questão do “problema” drogas. Tento abordar a temática das drogas de forma
a viabilizar uma discussão menos mística e mistificadora, mais ampla e esclarecida das
substâncias e seus sujeitos, sem marginalizar o discurso tal como o tema vem sendo tratado
na maioria das escolas, assim o objetivo do trabalho vem a ser uma análise da forma como
a abordagem sobre o tema drogas está acontecendo na escola, focando a metodologia na
observação de duas escolas públicas (uma situada na parte alta de Miracema/RJ e outra
na parte alta) e seus respectivos modos de abordagem do tema em sua rotina (ambas
utilizavam o PROERD – Programa de Educação e Resistência às Drogas). Minha entrada
em campo a respeito do PROERD (Programa de Educação e Resistência às Drogas), o
qual me dediquei a entender e analisar seus métodos e formas de abordagens na escola
pública, foi relacionada com minha experiência de monitora voluntária em uma disciplina
sobre drogas em um curso de Pedagogia. Portanto, acredito que despir-se dos tabus do
discurso que estão entranhados em nosso entendimento quando se trata do tema “drogas”
e tentar desviar-se dos paradigmas que apontam para a marginalização e estigmatização
do indivíduo/usuário só é possível sob uma abordagem de redução de danos inserida na
escola, já que após a realização da minha pesquisa de campo em sala de aula onde era
ministrado o PROERD, certifiquei que a abordagem proibicionista não é a mais adequada
para lidar com os estudantes já que os afastam e silenciam sobre suas experiências e/ou
dúvidas sobre o tema, apontando assim para a demanda de novas abordagens para se
tratar o tema na escola que sirva de outra opção para essa necessidade.
208
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
209
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
210
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Alana de Oliveira Lima* (Faculdades Nordeste Devry Brasil- Fanor), Mariana Tavares
Cavalcanti Liberato (Faculdades Nordeste Devry Brasil- Fanor)
O presente trabalho tem o intuito de discutir a prática do Estágio Específico dos estudantes
do último ano do curso de Psicologia com ênfase em Saúde Mental realizada em um
CAPSAd, localizado na cidade de Fortaleza-CE, tendo duração do período de imersão no
campo de quatro meses.O trabalho buscou a partir da imersão no campo, compreender a
conjuntura que o serviço estava e as relações de poder existentes para pensar juntamente
com a equipe possibilidades de uma assistência mais humanizada, baseada na Política
Nacional de Humanização (PNH) e pautada nos preceitos da Reforma Psiquiátrica, além
de uma problematização acerca do imaginário que eles tinham sobre os usuários de
drogas. O objetivo geral foi construir novos processos de trabalho, à luz do paradigma
da desinstitucionalização, por meio do diálogo e parceria com os funcionários do serviço.
Os objetivos específicos foram: compreender o funcionamento do CAPSAd; criar espaços
de diálogos com os funcionários do serviço;sensibilizar os funcionários do serviço acerca
de suas práticas. A metodologia utilizada foi a observação-participante, por meio da
implicação dos estagiários para com o serviço. Realizamos o processo de territorialização
com a finalidade de conhecer a instituição, os processos de trabalho, as ações realizadas,
os modelos de gestão, entre outros e, posteriormente, traçamos intervenções que
possibilitassem a efetivação de um cuidado em saúde mental. Nos resultados obtidos foram
percebidos que os modos de atuação e discursos dos profissionais eram desconexos ao
que preconiza a Reforma Psiquiátrica. No momento das discussões, a equipe demonstrava
está um pouco perdida nos processos de trabalho e culpabilizava os usuários, referindo-
os como manipuladores e violentos e esse discurso se repetiu durante todo o período que
ficamos no serviço. A experiência no campo nos possibilitou uma visão mais aprofundada
das forças que permeiam a saúde mental na cidade e que a todo o momento as forças
manicomiais teimam em vir à tona. É inimaginável saber e presenciar que a RAPS do
município tem o hospital psiquiátrico e as comunidades terapêuticas como principais
pontos de sustentação. A Reforma Psiquiátrica Brasileira como foi pensada e implantada
está totalmente descaracterizada dos seus reais objetivos. A atual conjuntura da saúde
mental na cidade não favorece a construção de novas possibilidades dentro dos serviços
substitutivos, entretanto, temos que criar pontos de resistência para o melhoramento e
aprimoramento dos processos de trabalho, pois os impactos tanto negativos como positivos
respingam diretamente nos usuários e familiares. Além disso, a formação universitária é
bastante deficitária em relação às políticas públicas, criando uma lacuna entre teoria e
prática, dificultando a construção conjunta de novas sociabilidades e produção de vida dos
usuários e familiares e reforçando/legitimando a cultura manicomial e hospitalocêntrica.
211
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Isa Magesti Corrêa Netto* (Universidade Federal de São João del Rei)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Laura Resende Moreira* (Universidade Federal de São João del Rei), Fuad Kyrillos Neto
(Universidade Federal de São João Del Rei)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
As políticas sobre drogas inseridas no contexto proibicionista buscam, por meio da prevenção,
da repressão ou dos cuidados, reduzir a oferta e a demanda de psicoativos ilícitos. Apesar
de se tratar de um mercado, os aspectos econômicos são comumente ignorados por
gestores de políticas públicas. A fim de contribuir para a compreensão dessa problemática,
o presente trabalho tem como objetivo avaliar o comportamento desse mercado global, na
última década, especialmente com relação a três grupos de psicoativos: cocaína e crack;
ópio, opiáceos e heroína; maconha e haxixe. Para isso, utilizaram-se as estimativas e
os dados disponíveis nas publicações do World Drug Report, do Escritório de Drogas e
Crimes das Nações Unidas (UNODC). Os principais resultados indicam uma estabilidade
na demanda (ou seja, no número de usuários), um “efeito balão” na produção de insumos
e uma queda nos preços finais, apesar da manutenção das altas margens de lucro de
longo prazo (principalmente, a nível de varejo). Algumas especificidades com relação ao
grau de concentração da produção de determinado grupo de droga, bem como ao nível de
distribuição dessas mercadorias também foram identificadas nessas economias.
Palavras-chave: Mercado de drogas; Economia das drogas; Oferta e demanda de drogas
Eixo temático: Eixo “Redução da Oferta
Modalidade de apresentação: Comunicação Oral
Tipo de trabalho: Relato de Pesquisa
215
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
José Arturo Costa Escobar (Centre for Addiction and Mental Health, Grupo de Estudos
sobre álcool e outras Drogas/UFPE) e Rossana Carla Rameh de Albuquerque (Grupo de
Estudos sobre álcool e outras Drogas/UFPE, Instituto Instituto Federal de Educação Ciência
e Tecnologia do Rio Grande do Norte)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Marco José Duarte (UERJ), Marise Ramôa (Escola Politécnica Joaquim Venâncio/
Fundação Oswaldo Cruz), Magda Barreto*(CAPS AD Mané Garrincha- Secretaria
Municipal de Saúde- Rio de Janeiro), Heloísa Carvalho (CAPS AD Mané Garrincha-
Secretaria Municipal de Saúde- Rio de Janeiro), João Neto (CAPS AD Mané Garrincha-
Secretaria Municipal de Saúde- Rio de Janeiro), Melissa Assunção (CAPS AD Mané
Garrincha- Secretaria Municipal de Saúde- Rio de Janeiro), Simone Delgado(CAPS
AD Mané Garrincha- Secretaria Municipal de Saúde- Rio de Janeiro) e Vinícius
Teixeira(CAPS AD Mané Garrincha- Secretaria Municipal de Saúde- Rio de Janeiro).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Ionice Neves de Carvalho* (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), Amanda Laís
Gonçalves Gama Pereira (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), Francielly
Dorvina Medeiros (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Aline Balandis Costa*, Bruno Maschio Neto, Flávia Teixeira Ribeiro Silva, Reinaldo Marqui,
Simone Cristina Castanho Sabaini de Melo (Universidade Estadual do Norte do Paraná).
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Tamara Neder Collier ( SAE Campos Elisios/ Programa De Braços Abertos/ PRD Sampa)
222
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
O uso do crack tem ganhado destaque, podendo ser considerada a droga protagonista
na presente sociedade devido às suas conseqüências devastadoras. De acordo com a
pesquisa realizada nas capitais brasileiras pelo Observatório Brasileiro de Informações
sobre Drogas, existem por volta de 370 mil usuários de crack que fazem uso regular dessa
e de outras formas similares de cocaína. Dentre esses usuários é possível perceber a
presença relevante de mulheres em período gravídico. O uso de drogas por gestantes
tem aumentado e traz consigo preocupações por conta de seus efeitos na saúde infanto-
materna. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica acerca do uso de
drogas, com ênfase no crack, por mulheres em período gestacional visando conhecer
o perfil dessas usuárias e as implicações de tal uso. A revisão de literatura foi feita por
meio do Periódicos Capes, priorizando bases de dados como Scielo, Pepsic, Pubmed e
Lilacs. Utilizou-se os seguintes descritores em português e inglês: dependência química e
gestação; gravidez e drogas ilícitas; drogas de abuso e gestantes. Foram excluídos artigos
com uma abordagem fisiológica ou neurológica sobre o tema. No total foram encontrados
27 artigos que atendiam os critérios abordando a temática do uso de drogas durante a
gestação, sendo 5 deles estudos específicos sobre o crack. As gestantes usuárias de
drogas, em geral, se caracterizam por serem poliusuárias, ter baixo nível econômico
e educacional. É comum realizarem a troca de sexo por drogas. A expansão do uso
de drogas psicoativas tem surgido como um desafio médico e social por conta de uma
menor adesão ao acompanhamento pré-natal e apresentam maior risco de intercorrências
obstétricas e fetais, podendo comprometer a saúde materno-infantil. A maioria das drogas
ultrapassam a barreira placentária com facilidade e podem atuar especialmente sobre o
sistema nervoso central do feto. O uso do crack pode ocasionar um parto pré termo, o
descolamento prematuro de placentas, o crescimento intra uterino retardado, baixo peso ao
nascer, além de outras complicações tanto maternas quanto perinatais, uma vez que cerca
de 20% da droga consumida pela gestante é transmitida ao feto. Há uma tendência das
gestantes a não relatarem o consumo de drogas por preverem uma possível repreensão e
desaprovação dos profissionais de saúde. Por vezes a inibição se dá pela existência de um
tratamento diferenciado para com as gestantes usuárias, especialmente quando falamos
do crack, revelando a falta de apoio, de acompanhamento e, em algumas situações, até
mesmo o preconceito. Conclui-se a partir da literatura que o uso crack não envolve apenas
prejuízos a saúde, mas também de ordem social, pelo estigma e pelos usuários serem
predominantemente de classes mais baixas. Sendo assim, faz-se necessário conhecer a
realidade vivida pela usuária, com a intenção de criar novas estratégias para prevenção e
intervenção, a fim de assistí-la em sua integralidade.
223
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Elton Brás Camargo Júnior (Universidade de Rio Verde), Rayline Roseno Machado
(Universidade de Rio Verde), Carla Araújo Bastos Teixeira (Universidade de São Paulo),
Ronivon Macedo da Silva* (Faculdade Mineirense), Edilaine Cristina da Silva Gherardi-
Donato (Universidade de São Paulo)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
José Arturo Costa Escobar (Centre for Addiction and Mental Health, Grupo de Estudos
sobre álcool e outras Drogas/UFPE)
225
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
O objetivo desta proposta é apresentar a etnografia que os autores vêm fazendo junto
a um grupo de “Narcóticos Anônimos” (NA) que se reúne semanalmente na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro. O Narcóticos Anônimos é uma “Irmandade” com origem
nos Estados Unidos que se espalhou por vários países do mundo, e foi criada para reunir
e ajudar no tratamento de pessoas com histórico de consumo problemático de drogas
postas na ilicitude. O grupo não possui fins lucrativos, não está explicitamente vinculado
a nenhum partido político e nem religião. Segundo os princípios publicizados pelo grupo,
para alguém se tornar membro apenas é necessário que este tenha um problema com
drogas, e vontade de parar de usá-las. Neste trabalho, decidimos partir da análise de duas
“categorias nativas” presentes no trabalho de campo, que são o “barulho” e o “retorno”. O
primeiro designa uma forma de chamar a atenção de um participante para seu suposto
desleixo para com os princípios do tratamento (calcado na abstinência total como meta),
explicitando assim um conflito. Já o segundo define uma forma de ouvir a narrativa da
experiência do outro e estabelecer o diálogo, a troca, favorecendo assim a construção de
consensos. Dessa maneira, pretendemos contribuir para o robustecimento da discussão
nos três eixos temáticos propostos por este seminário, porém, especialmente naquele que
discute “Promoção da saúde e prevenção do uso prejudicial”.
226
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Maria Eduarda Pereira Caminha (Centro de Atenção Psicossocial I – Indaial SC)*, Larissa
Aparecida Hagemeyer (Centro de Atenção Psicossocial I – Indaial SC).
227
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
O presente trabalho visa relatar a experiência de uma das oficinas terapêuticas realizadas
no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPSad) do município de
Paraíba do Sul, Rio de Janeiro, no qual se adota a perspectiva da redução de riscos e
danos à saúde. Segundo essa estratégia, o tratamento de usuários de álcool e outras
drogas leva em consideração os prejuízos tanto à saúde física quanto aos demais aspectos
da vida do indivíduo, no sentido de minimizá-los, sendo a abstinência um dos objetivos a
serem alcançados, mas não o único. Dessa forma, o tratamento oferecido procura abordar
as relações estabelecidas pelo sujeito com a droga, de forma a convidá-lo a refletir sobre
seu uso e respectivas consequências. Dentre as atividades propostas pelo CAPSad, as
oficinas terapêuticas constituem-se como espaços privilegiados, onde, realizadas em
grupo e pautadas no acolhimento, escuta e estímulo para a vida, permitem a construção da
autonomia, inserção social e exercício da cidadania. A realização dessas atividades cabe
a todos os profissionais do serviço, sendo executadas de forma interdisciplinar e criativa,
buscando a responsabilização, o protagonismo social e a valorização das opiniões dos
usuários do CAPSad, vistos como importantes atores sociais, ativos em seu processo de
tratamento. O presente relato detém-se na “Oficina de Informação e Debate”, iniciada em
julho de 2014 sob a coordenação das autoras, sendo duas psicólogas e uma enfermeira,
a partir da carência observada quanto a um espaço de informações e debate sobre temas
importantes relacionados ao uso, abuso e dependência de álcool e outras drogas, bem como
redução de riscos e danos à saúde, Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e direitos dos
usuários. A oficina terapêutica atende em média vinte usuários do serviço, sendo realizada
em grupo, com freqüência semanal e duração de sessenta minutos, utilizando textos, filmes,
vídeos, músicas, notícias, dentre outros materiais, que permitam o acesso a informações
para a discussão dos temas abordados. Mediante observação dos profissionais ao longo do
último ano, pôde-se perceber uma boa adesão dos usuários à Oficina, com cada vez maior
envolvimento em relação aos temas debatidos, a busca de alguns usuários pelos serviços
a que têm direito na RAPS do município, além da maior responsabilização no tratamento
sob a perspectiva da redução de danos. Conclui-se que com o desenvolvimento desta
Oficina obteve-se importantes resultados quanto à ampliação do exercício do protagonismo
e da participação social dos usuários do CAPSad. No entanto, ainda observam-se muitas
limitações na implementação e sustentação da RAPS no município, dificultando o acesso
dos usuários à rede intersetorial e ao CAPSad. Pretende-se, com a continuidade desse
espaço de trabalho, avançar na promoção da autonomia e inserção social, pra além dos
limites da referida Unidade de Saúde.
228
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Maristher Braga ( Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas III Vitória), Marta
Fernandes*(Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas III Vitória)
229
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
230
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Cintia Maria de Lima (Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho/PE), Leila Karina
Novaes Pires Ribeiro (Universidade Católica de Pernambuco), Mônica Maria de Lima da
Silva* (Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho/PE).
231
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Jussara Secundo dos Santos*( Universidade Federal de Sergipe), Maraiza Alves de Oliveira,
José Cicero de Alcantara, Raphaella Gois Barros, Cibele Ferreira Cezar, Giuliano Di Pietro.
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Anelise Nunes Gorza* (CAPS AD III Vitoria), Andrea Firmiano Nascimento (CAPS AD III
Vitoria) , Andrea Roman (CAPS AD III Vitoria), Claudia Reis Cardoso de Mello (CAPS AD
III Vitoria), Claudia Maria Leal Coser (CAPS AD III Vitoria), Luciano Azevedo Alves Macedo
(CAPS AD III Vitoria) Luciana Alves Alvarenga (CAPS AD III Vitoria), Luciana Maria Borges
(CAPS AD III Vitoria), Lucimar Coutinho dos Santos (CAPS AD III Vitoria), Maria Alice Oliveira
Pinto (CAPS AD III Vitoria), Magda Tellarolli Botelho (CAPS AD III Vitoria) , Maurina Silva
Florêncio (CAPS AD III Vitoria), Maria das Graças Macedo Seabra de Melo (CAPS AD III
Vitoria), Maristher Sarmento Braga (CAPS AD III Vitoria), Michelly Christie Gomes de Araujo
Souza (CAPS AD III Vitoria), Raquel Virginia Médice (CAPS AD III Vitoria), Rosana Menezes
Marangoni (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas III Vitoria), Rosineia
Sant’Anna Almada (CAPS AD III Vitoria), Rozineide Maria de Palma Fagundes (CAPS AD III
Vitoria), Isabel Cristina Santos (CAPS AD III Vitoria), Jovelina Izabel do Nascimento (CAPS
AD III Vitoria), Scheila Silva Rasch (CAPS AD III Vitoria), Talita Silva Schubert Ferreira
(CAPS AD III Vitoria), Valter Molulo Moises (CAPS AD III Vitoria), Vera Mendes Cristina
Mendes de Moraes (CAPS AD III Vitoria), Viviani de Freitas Barreto (CAPS AD III Vitoria).
233
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
recorrentes e inerentes a essa clínica, aspectos que precisam ser avaliados no processo
de retorno desse usuário ao serviço. Compreendemos que, a ampliação do PTS trata-se
de mais uma ferramenta adotada em situações estratégicas do cuidado e não esgota as
possibilidades de pactuações realizadas com o usuário, considerando as interrupções, os
recuos e tensionamentos que se presentificam no decorrer de todo processo de cuidado.
Carlos Donizetti de Souza Júnior* (Universidade Paulista), Ana Carolina Sabion Orlando
(Universidade Paulista), Gefferson Luis de Sousa Rosa (Universidade Paulista).
234
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
ampliar a visão sobre os sujeitos que fizeram uso dessa droga e os significados que eles
atribuíram ao seu uso. No entanto, há necessidade de novas pesquisas para expandir a
compreensão sobre os usuários de crack.
235
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Ana Cecília Vilella Guilhon* (Prefeitura de Juiz de Fora), Ana Claudia Cezario (Universidade
Federal de Juiz de Fora/Universidade Salgado de Oliveira-Juiz de Fora), Claudia Ciribelli
Rodrigues Silva (Universidade Salgado de Oliveira-Juiz de Fora), Claudia Maciel Stumpf
(Prefeitura Juiz de Fora), Marcio José Martins Alves (Universidade Federal de Juiz de Fora)
O presente trabalho visa relatar a experiência, ainda em curso, das Oficinas de Diálogos
Intersetoriais. Estas oficinas são parte das ações previstas pelo Plano Municipal Integrado
sobre crack, álcool e outras drogas do município de Juiz de Fora, conhecido como JF+Vida,
lançado em 2014, e consistem na realização nos territórios de encontros que agregam os
setores saúde, assistência social, educação, esporte e lazer e cultura. Essas oficinas têm
por objetivo: promover o conhecimento dos serviços existentes nos territórios e das políticas
públicas que os direcionam; estreitar os laços entre esses serviços e atores; aproximar
as diferentes perspectivas e linguagens; acolher as dúvidas e angustia dos profissionais
atuantes; analisar a realidade própria do território e proporcionar a construção coletiva de
ações de acordo com as potencialidades e necessidades de cada região. Por tratar-se de
um projeto ainda em andamento, não há conclusões definitivas, mas o caminho percorrido
já fornece muitos elementos para análise. Desta forma, ressalta-se aqui a importância deste
projeto no que se refere às ações de prevenção ao abuso de substâncias, na promoção de
discussões entre os setores diretamente envolvidos na temática e na promoção da saúde
à cidade de Juiz de Fora – MG.
236
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Daniela Dias Vasconcelos (Universidade Federal de São João del-Rei)*, Elbert Eddy Costa
(Universidade Federal de São João del-Rei), Fernanda Dornelas Nunes (Universidade
Federal de São João del-Rei), Karolyne Resende Araújo(Universidade Federal de São
João del-Rei), Andreia Roberta Silva e Souza (Universidade Federal de São João del-
Rei), Bianca Penido Vecchia (Universidade Federal de São João del-Rei), Daniel Andrade
(Universidade Federal de São João del-Rei), Thiago Magela Ramos (Universidade Federal
de São João del-Rei), Richardson Miranda Machado (Universidade Federal de São João
del-Rei).
Introdução: O álcool é a droga mais consumida no mundo. Estudos apontam que os jovens
estão mais particularmente expostos aos problemas causados pelo alcoolismo. Neste
sentido, os jovens universitários têm merecido atenção especial, ao se constatar que o uso
de álcool e outras substâncias é maior entre os acadêmicos quando comparado à população
geral. Deste modo, a investigação do padrão do uso de álcool por jovens universitários se
faz necessária para fornecer informações valiosas para o entendimento do comportamento
desse grupo de indivíduos. Objetivos: traçar o perfil sócio demográfico; identificar e analisar
o uso de álcool por estudantes do Curso de Graduação em Enfermagem; verificar a
correlação do uso de álcool com as reprovações e avaliar se o processo de formação
interfere no uso de álcool. Metodologia: Estudo epidemiológico descritivo e transversal,
realizado no Campus Centro-Oeste Dona Lindu (CCO) da Universidade Federal de São
João Del-Rei (UFSJ) no município de Divinópolis/MG, a partir de dados obtidos através de
dois questionários, um sóciodemográfico e do AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification
Test). A coleta de dados ocorreu por meio da aplicação dos questionários em sala de
aula com os alunos do curso de Enfermagem do CCO/UFSJ, no primeiro semestre do
ano de 2014. Para análise dos dados utilizou-se de estatísticas descritivas, sendo utilizado
o StatisticalPackage for Social Sciences (SPSS) versão 11.5. Resultados: A amostra foi
constituída por 193 alunos de enfermagem. A maioria jovem, solteiros, renda mensal familiar
de 2 a 3 salários mínimos, católicos. 77,7% dos acadêmicos relataram fazer uso de bebidas
alcoólicas independente da quantidade e periodicidade. Constata-se que os estudantes do
1º ao 3º período têm maior consumo regular. Na medida em avançam os períodos, o nível
de autoconfiança aumenta, visto que os alunos do 3º ao 5º período apresentam perda de
atividades provocada pelo uso do álcool. A partir do 7º ao 9º períodos o uso e abuso de
álcool dos alunos cai. Isto pode estar relacionada ao fato de que estes têm conteúdos mais
aprofundados de Saúde Mental, onde a dependência química é abordada. Além disso,
pelo menos uma vez por mês os alunos de todos os períodos não se lembraram da noite
anterior por terem bebido. O 6º período foi aquele em que mais os estudantes se feriram ou
feriram alguém por ter bebido. Os resultados apontam que uma das consequências deste
consumo alcóolico logo no início da graduação é o índice de reprovação. Considerações
finais: A passagem pela vida acadêmica oferece ao estudante oportunidades de participar
de atividades sociais que podem influenciar a iniciação do consumo de álcool daqueles que
antes não o fazia. A educação se mostra como um fator de proteção no que tange ao uso
e abuso de álcool para os universitários. Assim, faz-se necessário aproveitar o ambiente
acadêmico para implantar programas e estratégias educacionais preventivas relacionadas
ao uso e abuso de álcool.
237
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
238
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
239
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Objeto: A Prefeitura de São Paulo subsidia formação em Álcool e Outras Drogas da equipe
técnica de Redução de Danos do Programa De Braços Abertos.Objetivo: A Prefeitura de
São Paulo assinou parceria com a Prefeitura de Amsterdam com o objetivo de aproximar a
prática brasileira de intervenção na realidade do usuário de drogas da pratica holandesa e
capacitar a equipe do Programa De Braços Abertos em Álcool e Outras Drogas e Redução
de Danos para melhor abordagem do usuário de drogas.Metodologia: A parceria entre as
prefeituras de Sao Paulo e amsterdam fomenta a troca de saberes no campo da Redução
de Danos e a prefeitura de Amsterdam em conjunto com a Universidade de Amsterdam
(UVA) disponibilizaram uma vaga no curso de verão “Alcool, Drogas e Vícios” para a equipe
técnica do Programa De Braços Abertos. O curso apresenta as pesquisas mais recentes no
campo da dependência química e de tratamento de usuários de drogas; a política holandesa
de aboragem do usuário de drogas cujo paradigma é o respeito ao usuário de drogas e a
redução de danos; e os programas de tratamento ao dependente quimico. Conta tambem
com excursões ao presidio, ã coffeshops, aos centros de saúde voltados para usuártios de
drogas e palestras de policiais, pesquisadores e trabalhadores da saúde em Alcool e Outras
Drogas. Resultado: A Prefeitura de São Paulo está criando estratégias que divulguem esse
conhecimento através de capacitações de outros técnicos e agentes que atuam no De
Braços Abertos e na prevenção de DSTs entre usuários de drogas, piblicação de artigos,
etc. Estamos formulando novas intervenções e abordagens em consonânça com a forma
como os holandeses trabalham essa questão.
240
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
A vivência do lazer pode ocorrer em qualquer atividade ou tempo, desde que haja percepção
de liberdade durante as ocupações e motivação intrínseca. O lazer como atitude inclui
a percepção de competência, controle, necessidade, profundidade e envolvimento nas
experiências de lazer. Objetivo: verificar se o uso de substâncias entre adolescentes de 14
a 18 anos, está relacionado à percepção de liberdade no lazer. Método: Realizou-se um pré-
teste com 66 adolescente a fim de assegurar a inteligibilidade do PLL e do QSDL. Selecionou-
se por conveniência 186 adolescentes no Projeto Quixote em uma escola estadual de
Guarulhos. Usou-se como instrumentos o Questionário de Dados Sóciodemográficos e de
Lazer (QSDL) a fim de definir o perfil da amostra, The Leisure Diagnostic Battery, version
B (PLL) para mensurar a Percepção de Liberdade no Lazer, e o Drug Use Screening
Inventory (DUSI) para classificação do uso de substâncias, todos autoaplicáveis. Os dados
sofreram análise descritiva e posterior análise de variância (ANOVA) ou comparação de
médias (teste t independente), ambas com grau de significância de 5%. Resultados: 165
avaliações foram analisadas. A frequência do uso de ecstasy e maconha no último mês
relacionaram-se com maiores índices do PLL (p≤,05). O número de substâncias usadas no
último mês não teve efeito significativo. Conclusão: dados sugerem que a frequência do uso
de substâncias relaciona-se com subitens do PLL. Observou-se tendência ao aumento do
PLL conforme o aumento do uso de substâncias.
241
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Gabriella de Andrade Boska* (Escola de Enfermagem USP), Paula Hayasi Pinho (Escola
de Enfermagem da USP), Thalita Silva Gomes de Araújo (CAPS AD – São Paulo), Bruno
Ricardo da Silva Santos (CAPS AD – São Paulo), Patrícia Simões Santana (CAPS AD –
São Paulo), Thais Fernandes Rojas (Escola de Enfermagem USP), Rosana Ribeiro Tarifa
(Escola de Enfermagem USP), Heloisa Garcia Claro (Escola de Enfermagem USP), Rejane
Maria Dias de Abreu Gonçalves (Escola de Enfermagem USP), Maria de Fátima Moysés
(CAPS AD – São Paulo), Márcia Aparecida Ferreira de Oliveira (Escola de Enfermagem
USP).
Introdução: A avaliação dos serviços de saúde mental tem sido proposta por meio de uma
abordagem integrativa que inclui todos os agentes envolvidos neste processo: usuários,
familiares e profissionais, permitindo avaliar os serviços nas dimensões que compreendem
a estrutura, o processo e os resultados, consideradas como pilares das avaliações de
serviços de saúde em geral. Incluir a visão e a perspectiva dos usuários neste método
leva-se a resultados que possibilitam garantir qualidade à assistência prestada, pois eles
fornecem informações e experiências únicas que muitas vezes não estão presentes nas
medidas clínicas dos profissionais. Para que as mudanças percebidas pelos usuários
sejam positivas, estas precisam ser congruentes com as mudanças aferidas pelos
profissionais. Uma forma de mensurar esta questão é utilizando a Escala de Mudança
Percebida (EMP). Este instrumento foi validado no Brasil e permite identificar os efeitos
do tratamento para o usuário na sua saúde física, psicológica, aspectos da vida social e
atividades diárias, assim como mostra onde as mudanças não estão ocorrendo, ou não
estão sendo percebidas. Objetivo: Avaliar, em uma amostra de usuários dos Centros de
Atenção Psicossocial em Álcool e Outras Drogass (CAPSad) das regiões Sul e Sudeste do
município de São Paulo, a percepção de mudança por usuários que frequentam os serviços
e as variáveis associadas a essas mudanças. Método: Trata-se de uma pesquisa avaliativa
de métodos quantitativos transversais, descritivos e exploratórios. Teve como variável
dependente a Escala de Mudança Percebida do usuário e, como variáveis independentes,
as características socioeconômicas e clínicas, além da satisfação com o serviço (SATIS-
BR) e com a frequência de comparecimento as atiidades. A amostra foi de 114 sujeitos
entrevistados em cinco CAPSad. Foram incluídos no estudo usuários portadores de
transtornos mentais graves e persistentes decorrentes do uso e da dependência de álcool
e/ou outras drogas, com idade superior a 18 anos, em tratamento no CAPSad a no
mínimo 6 meses. . Resultados: Verificou-se que as variáveis socioeconômicas e clínicas
não apresentam correlação positiva com a percepção de mudanças (p-valor=> 0,05). A
satisfação com o serviço e se o usuário considera sua frequência de comparecimento as
atividades/atendimentos suficiente, são estatisticamente significantes e possuem correlação
positiva com a mudança percebida (p-valor<=0,01 e p-valor<=0,05, respectivamente), ou
seja, esses fatores contribuem para a percepção de mudança ao tratamento. Conclusões:
Desse modo conclui-se que os usuários devem ser considerados participantes ativos em
seu tratamento pela possibilidade de expressar as mudanças que percebem a partir dos
atendimentos nos CAPSad, melhorando assim a assistência prestada.
242
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
243
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
O álcool é a droga psicotrópica de início de uso mais precoce e a mais consumida entre
adolescentes de diferentes continentes. Seu consumo é tolerado pela sociedade e o
contexto de uso é favorecido com a perspectiva de socialização. Apesar de ser um dos
comportamentos de risco mais frequentes entre os adolescentes, pouco se conhece sobre as
percepções destes sobre a questão. Para subsidiar ações preventivas, este estudo teve por
objetivo verificar crenças e valores dos próprios adolescentes sobre os riscos relacionados
ao consumo de álcool e as estratégias utilizadas para minimização dos danos potenciais.
Foi utilizada técnica de grupos focais (GF), com estudantes de ensino fundamental (9o ano)
e médio (1o a 3o anos) de duas escolas privadas de São Paulo. Foram conduzidos 27 GFs,
com 260 adolescentes de 13 a 18 anos, os quais foram submetidos à análise de conteúdo. Os
estudantes declararam ter conhecimento sobre vários riscos e consequências do consumo
de álcool. Para diminuir os danos de intoxicação, foram referidas várias estratégias, a
maioria das quais sem fundamentos, como tomar um banho gelado ou comer “glicose”
depois da ingestão de álcool. Alguns comportamentos se mostraram paradoxais, como as
estratégias de “esconder dos pais”, as quais, na percepção dos adolescentes, minimizam
os problemas familiares (brigas e castigos), mas que, na verdade, podem potencializar os
riscos à saúde e segurança. Os resultados indicam a importância de um discurso educativo
mais claro e aberto, muito além do ensinar a “dizer não”, para propiciar reflexão crítica e
ampliar informação de qualidade priorizando a segurança dos adolescentes.
244
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Edite Lago da Silva Sena (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia), Letícia Cardoso
Santos (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia), Lucas Queiroz Subrinho*
(Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia)
245
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
246
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Nathália Munck Machado* (Universidade Federal de Juiz de Fora), Henrique Pinto Gomide
(Universidade Federal de Juiz de Fora), Daniela Aparecida Pereira (Universidade Federal
de Juiz de Fora), Daniela Pinto de Carvalho (Universidade Federal de Juiz de Fora), Felipe
Rafael de Souza (Universidade Federal de Juiz de Fora), Thiago Costa Rizuti da Rocha
(Universidade Federal de Juiz de Fora), Heder Soares Bernardino (Universidade Federal
de Juiz de Fora), Kimber Richter (University of Kansas), Telmo Mota Ronzani (Universidade
Federal de Juiz de Fora).
247
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Scheila Mai* (Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Rio Grande
do Sul), Bernadette Kreutz Erdtman (Universidade do Estado de Santa Catarina), Fábio
Herrmann (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Jésica Mai (Universidade
Comunitária da Região de Chapecó).
248
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Wanessa Costa Barbosa* (Prefeitura de Juiz de Fora), Claudia Stumpf Maciel (Prefeitura
de Juiz de Fora)
249
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Resumo: O presente estudo teve como principal objetivo discutir as Políticas Públicas de
Saúde, onde apresentou-se a história da saúde no Brasil, dando ênfase na saúde mental,
pois a Política Nacional de Saúde Mental prioriza a (re) inserção social do portador de
sofrimento mental e garante seu direito à liberdade, à dignidade e à cidadania. Para isto
apresentou-se o trabalho desenvolvido pelo profissional de Serviço Social no Centro
de Atenção Psicossocial – CAPS, localizado no município de Viçosa-MG, que atende
pacientes nas modalidades intensiva e semi-intensivo. Este estudo mostra-se a importância
de conhecer a histórica da saúde mental e a sua evolução no contexto Histórico para que
possa fazer um atendimento de qualidade aos pacientes desses serviços.
250
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
251
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
O presente trabalho visa relatar as experiências vivenciadas por três estudantes no âmbito
de um estágio básico de Psicologia, realizado no Ponto de Cidadania (PC). Trata-se de um
projeto inaugurado em 2014, através da parceria entre a Secretaria da Justiça, Cidadania e
Direitos Humanos (BA), Comunidade Cidadania e Vida (Comvida) e o Centro de Estudos e
Terapia do Abuso de Drogas (CETAD), vinculado à Universidade Federal da Bahia. O serviço
se configura como mais um instrumento que visa fortalecer a rede de proteção voltada para
pessoas em situação de rua e usuárias de substâncias psicoativas, possibilitando o acesso
ao cuidado e às políticas públicas. Localizado no bairro do Comércio, região estratégica
de Salvador pela alta concentração do público-alvo, o serviço, que funciona num contêiner
adaptado, aberto de segunda a sábado, visa promover o cuidado com a saúde, o autocuidado
e a cidadania, colaborando assim com a cultura de atenção integral aos beneficiários e
familiares, possibilitando acolhimento, tratamento e ressocialização. Sob uma perspectiva
interdisciplinar, o PC conta com uma equipe composta por psicólogas, assistentes sociais,
pedagogas e redutores de danos que são responsáveis pelo acolhimento, atendimento e
encaminhamento, sejam para área de saúde, cidadania ou reinserção social e profissional.
A aposta no vínculo, fundamentada na estratégia de Redução de Danos, instrumentaliza
relações terapêuticas de confiança e efetuação dos direitos humanos, muitas vezes negados,
revelando violências institucionais graves que acometem este público de classe e etnia
demarcadas. A criação de vínculos facilita a identificação das necessidades dos usuários e
é essencial para a realização e continuidade dos acompanhamentos. Em aproximadamente
quatro meses de estágio tendo contato semanal com equipe técnica e usuários, além das
supervisões com a professora responsável e demais preceptores, foi possível conhecer e
vivenciar, significativamente, a dinâmica de funcionamento do Serviço e a partir disso refletir
sobre a proposta de trabalho do dispositivo, os principais obstáculos enfrentados, como a
dificuldade de se estabelecer uma conexão efetiva com os demais serviços que integram
a Rede de Assistência Psicossocial, as experiências e intervenções, tanto no âmbito dos
acolhimentos e atendimentos quanto dos encaminhamentos realizados, bem como as
reverberações, alcances e benefícios do projeto a partir das relações que os usuários
estabelecem com o serviço, o que torna evidente a carência de políticas públicas voltadas à
população em situação de risco e a necessidade de expansão dos dispositivos já existentes
que efetivem o acesso à saúde e à cidadania. Por fim, cabe ressaltar a importância dessa
experiência concreta para a construção de um olhar mais crítico sobre a nossa formação e
atuação, uma vez que é nítida a necessidade de mais discussões e formações teóricas e
práticas sobre o Sistema Único de Saúde e Sistema Único de Assistência Social.
252
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
253
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
254
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Bruna Teixeira Costa* (Universidade Federal de São João del-Rei), Nadja Cristiane Lappann
Botti (Universidade Federal de São João del-Rei).
255
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Karine Felipe Barbosa*, Tamiris de Oliveira Scárdua, Rebeca Teixeira Juveres, Alvim Pagung
de Abreu, Fernanda Dadalto Garcia, Marluce Miguel de Siqueira. (Centro de Estudos e
Pesquisas sobre Álcool e outras Drogas/ Universidade Federal do Espírito Santo)
Introdução: A partir da década de 1970 a Organização Mundial das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) elegeu a escola como espaço privilegiado para
o desenvolvimento de atividades preventivas do uso de drogas. Hoje com a experimentação
de Substancias psicoativas (SPAs) entre crianças e adolescentes acontecendo em idades
cada vez mais precoces e os problemas associados ao uso dessas substancias profissionais
e autoridades vêm se mobilizando na busca de medidas preventivas que privilegiem a
promoção da saúde e bem estar de toda comunidade escola, reconhecendo também o papel
da família na forma como jovens reagem a ampla oferta de drogas na sociedade. Objetivo:
O Projeto Prev Escola Multiplicadores é desenvolvido desde 2011 pelo Centro de Estudos
e Pesquisas Sobre o álcool e outras drogas (CEPAD) da Universidade Federal do Espírito
Santo e têm como objetivo desenvolver ações de promoção da saúde e de prevenção do uso
de SPAs no ambiente escolar do ensino fundamental. Metodologia: São realizadas ações de
sensibilização, conscientização e informação sobre promoção da saúde e prevenção do uso
de SPAs junto a Estudantes, Familiares e Professores através de oficinas e apresentações
em encontros com tais grupos nas escolas do ensino fundamental da rede municipal
de Vitória-ES. Os temas das oficinas e apresentações semanais e quinzenais seguem
um plano de 03 (três) abordagens em sequência, sendo a primeira abordagem sobre a
promoção da saúde e fatores de risco e proteção ao uso de SPAs (crescendo em todas as
direções); a segunda abordagem sobre modelos de estratégias de ensino para formulação
de ações (ferramentas múltiplas) e a terceira abordagem sobre a temática da prevenção
do uso de SPAs no ambiente escolar (aprendendo com essa história). São selecionados
para formar grupos de multiplicadores: estudantes de 6º a 9º anos do ensino fundamental,
sendo 03 (três) de cada turma; familiares (pais e/ou responsáveis) desses estudantes e os
professores que lecionam nas turmas de 6º a 9º anos. Após a etapa de ações com os grupos
de multiplicadores é promovido um evento na escola ou comunidade por meio do qual são
oferecidas atividades lúdicas, esportivas, artísticas, dentre outras; e atividades informativas
sobre prevenção do uso de SPAs na escola na família e comunidade. Tal conjunto de ações
é organizado pelos grupos de multiplicadores sobre a supervisão da equipe técnica do
projeto e apoio institucional das escolas envolvidas. Resultados esperados: Espera-se
com estas estratégias sensibilizar, conscientizar e mobilizar a comunidade escolar para
a promoção da saúde e prevenção do uso de substâncias psicoativas entre estudantes e
que os mesmos tornem-se multiplicadores em sua família e sociedade. Conclusão: Com
a realização deste projeto, visa-se conscientizar e mobilizar a comunidade escolar para a
prevenção ao uso de substâncias psicoativas entre estudantes e que os mesmos tornem-se
multiplicadores em sua família e sociedade.
256
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Gabrielle Leite Pacheco Lisbôa* (Universidade Federal de Alagoas), Mércia Zeviane Brêda
(Universidade Federal de Alagoas), Maria Cícera dos Santos de Albuquerque (Universidade
Federal de Alagoas)
257
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Myres Cavalcanti (Secretaria Municipal de Saudede São Paulo), Tamara Neder Collier (
SAE Campos Elíseos / PRD Sampa Prevenção / De Braços Abertos)
258
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Daniele Jesus de Oliveira* (Universidade Federal da Bahia), Fábia Maria Ribeiro Duarte
(Universidade Federal da Bahia), Leila de Oliveira Pinto (Aliança de Redução de Danos
Fátima Cavalcanti).
259
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Adriely Azevedo Silva (Clinica Casa da Paz Ltda), Eliziane dos Santos Corrêa Soromenho
(Clinica Casa da Paz Ltda), Hyloran Galdino Cabral (Clinica Casa da Paz Ltda), Maria
Angélica Napolitano* (Clinica Casa da Paz Ltda).
260
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Alexa Rodrigues do Vale* (Universidade Federal de São João del-Rei), Andrea Alves de
Oliveira* (Universidade Federal de São João del-Rei), Marcelo Dalla Vecchia (Universidade
Federal de São João del-Rei
261
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
262
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
PROJETO CAPS E A COMUNIDADE: PARCERIA PORTO REAL/QUATIS
263
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Lorena Azambuja Andrade (Universidade Federal de São João del-Rei)*; Danielle Campos
Massa (Universidade Federal de Uberlândia); Marcelle Aparecida de Barros Junqueira
(Universidade Federal de Uberlândia);
264
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
265
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
266
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Adriana Aparecida Miranda* (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas III
Vitória)
267
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
268
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Andressa Bianchi Gumier* (Universidade Federal de Juiz de Fora), Laisa Marcorela Andreoli
Sartes (Universidade Federal de Juiz de Fora)
269
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Sônia Regina Nozabielli (Universidade Federal de São Paulo), Débora de Cássia Fernandes
Silva* (Universidade Federal de São Paulo e Prefeitura de Belo Horizonte)
Resumo: O presente texto é fruto do trabalho de conclusão de curso que abordou como
tema o acolhimento institucional de crianças filhos/as de usuários/as de CRACK na cidade
de Santos (SP). O debate sobre a questão de crianças filhos/as usuários/as de CRACK
é tema que vem chamando atenção. Demonstra preocupação em relação à capacidade
de proteção familiar diante do uso do CRACK, com o desenvolvimento da criança no
futuro, com as condições que levaram ao uso de CRACK e o modo discriminatório que o
assunto vem sendo tratado. Entendemos que o CRACK como expressão da questão social
demanda intervenções do campo da saúde, da assistência social, da segurança pública e
da educação. Colocando desafios e questões no âmbito da proteção integral de crianças
e adolescentes. Nossos esforços se debruçam a entender o significado do CRACK nas
medidas de acolhimento institucional em Santos, buscar conhecer e refletir o modo como
os serviços de acolhimento institucional recebem e cuidam dessas crianças, como realizam
o apoio familiar junto a essas famílias e compreender esse contexto de violação de direitos.
Como estratégia metodológica para a aproximação desse objeto de estudo e produção
dessa pesquisa de caráter qualitativo, realizamos entrevistas semi-estruturadas com duas
assistentes sociais de dois serviços de acolhimento institucional, identificadas com G e H.
Identificamos que o uso do CRACK é um elemento determinante para a consolidação da
medida de acolhimento à criança. Porém, o CRACK como motivo de acolhimento institucional
não é uma causa isolada, é produto e produtor de complexas relações sociais. Os resultados
apontaram desafios para se pensar o acolhimento institucional, que é marcado pelo grande
número de crianças acolhidas devido a uso de CRACK pelo pai ou pela mãe. O ECA como
parâmetro coloca um norte a esse estudo no sentido de sempre compreender crianças
e adolescentes como sujeitos de direitos e que devem ser tratados como tal. A partir das
entrevistas, identificamos que os serviços de acolhimento institucional dizem receber e
cuidar das crianças filhos/as de usuários/as de CRACK da mesma maneira como recebem
e cuidam de todas as crianças. Entretanto, os/as recém nascidos/as exigem um cuidado
maior devido à saúde frágil decorrente do uso da droga durante a gravidez. Outra categoria
de análise que o estudo permitiu refletir foi em relação ao termo “filhos/as do CRACK”,
que se mostrou muito reforçado pela mídia, que é uma identificação discriminatória e
preconceituosa quando usada para caracterizar essas crianças. Os resultados de nossas
análises foram para que a partir desse estudo, seja pensada uma política de acolhimento no
município que priorize o trabalho em rede, intersetorial e que discuta mais as diversidades
que permeiam os motivos que levam ao acolhimento institucional. E também, para que
crianças filhos/as de usuários/as de CRACK sejam vistos como parte que compõe essa
diversidade, que têm direitos a serem garantidos.
270
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Lidiane Araújo* (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), Valdir Pierote (Centro de Atenção
Psicossocial Álcool e outras Drogas III FÓ/Brasilândia), Felipe Ferraz Damasceno (Centro
de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas III FÓ/Brasilândia)
Resumo:
No contemporâneo, criar experimentações de caráter coletivo e público tem se tornado
um grande desafio. Há uma incessante produção de subjetividade que tenta transformar
todas e todos em autômatos serializados, normatizados, produtivos, servis, objetificados e
dóceis. Respostas prontas, imagens idenitárias homogêneas e verdades dogmáticas são
reproduzidas e reiteradas pelas relações institucionais, midiáticas, conjugais, religiosas e
familiares. Nesse sentido, grupos que rompam lógicas individualizantes e estimulem conexões
múltiplas podem contribuir na desconstrução de dinâmicas cristalizadas e assujeitadas.
Partindo dessa perspectiva e compreendendo a ação clínica como também ética e política,
criou-se um grupo para familiares e amigos de pessoas com uso problemático de álcool ou
outras drogas em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD) III
no bairro da Brasilândia, cidade de São Paulo. O objetivo é relatar e analisar a constituição
dessa experiência e seus desdobramentos. Trata-se de grupo existente desde 2011 que se
reúne semanalmente em encontros abertos de 1h30min e com a participação de até quinze
pessoas, além de dois profissionais responsáveis pela mediação. Em quase quatro anos
do dispositivo grupal, foi possível estabelecer três linhas construídas durante o período:
(1) Rachar verdades: desnaturalização e problematização de entendimentos hegemônicos
por meio da contextualização histórica e social. Busca-se abordar, por exemplo, questões
como a diversidade de arranjos das famílias contemporâneas, relações raciais e de gênero,
engrenagens racistas e classistas da violência policial e sua conexão com a chamada
“guerra às drogas”, além da desmistificação através de informações realistas sobre o uso
de substâncias psicoativas. (2) Expandir conexões: incentivo à criação de novas redes de
relações. A ideia é possibilitar a superação do próprio grupo, ou seja, é estimulada a fruição
da vida e a vinculação a espaços com outras gramáticas simbólicas, potentes e distantes
dos lugares de tratamento. Há também o suporte no acesso aos serviços públicos de saúde,
justiça, assistência social, educação, cultura etc. (3) Produzir comum: postura baseada na
cooperação, na valorização do saber de todos os integrantes e no engendramento de formas
criativas de estar no mundo. Procura-se construir um grupo no qual as singularidades se
conectem em um espaço existencial compartilhado e gerem aprendizados e transformações
sensíveis a partir da escuta, do acolhimento e da disponibilidade. A partir desses princípios,
tem-se constituído um processo aberto e em franca maquinação, um grupo-devir que
aposta na potência imanente da vida, mesmo ali onde tudo parecia desvitalizado. Trata-se,
portanto, de uma pragmática terapêutica preocupada em desregular discursos fechados,
idealismos e culpabilizações ao mesmo tempo que procura gerar bons encontros e produzir
alegria.
271
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Autores e instituição: Daniela Cristina Belchior Mota*, Amata Medeiros, Ana Carolina
Moreira, Juliana Salgado, Laís Duarte, Luísa Ferreira Coelho, Mayara Souza, Stela Carvalho,
Wanderson Duarte, Telmo Ronzani (Universidade Federal de Juiz de Fora).
272
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
273
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
274
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
275
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Introdução: As intervenções junto aos cidadãos que são identificados com sofrimento
psíquico em decorrência da dependência química de álcool e outras drogas no Centro de
Atenção Psicossocial I de um município de pequeno porte localizado no Médio Vale do
Itajaí se dão de forma específica, acolhendo o usuário, construindo uma aproximação e
diálogo objetivando estratégias de cuidado que possibilitem a autonomia e o envolvimento
de seu tratamento, objetivando uma intervenção humanizada. Objetivo: Trabalhar com o
público-alvo estratégias de cuidados possibilitando redução de danos e riscos decorrente
ao uso abusivo de álcool e outras drogas, respeitando a singularidade de cada situação que
é apresentada. Metodologia: Nas intervenções oferecidas aos usuários ressalta-se que a
abstinência não é utilizada como condição primária e única para o acesso ao serviço. Para
além dos atendimentos individuais ofertados no serviço, são realizados semanalmente grupos
que possibilitam socialização, vivências, reflexões e resgate de cidadania rompendo com
práticas reducionistas e preconceitos estabelecidos socialmente. Tal intervenção possibilita
o envolvimento e discussões relacionadas às vivências pontuadas pelos participantes e
a partir de suas singularidades e construídas estratégias que possibilitem a redução e/ou
rompimento do uso prejudicial de álcool e outras drogas. Resultados: Nas intervenções
efetuadas a estratégia de Redução de Danos está vinculada à direção do tratamento e,
aqui, tratar significa aumentar o grau de liberdade, de co-responsabilidade daquele que
está em acompanhamento na rede de atendimento de saúde. Implica, por outro lado, a
aproximação e a construção de vínculo com os profissionais, que também passam a ser
co-responsáveis pelos caminhos a serem construídos pela vida do usuário, pelas muitas
vidas que a ele se ligam e pelas que nele se expressam. Considerações finais: Para que
o tratamento e acompanhamento de saúde para este público se concretize, utilizando-se
da lógica de Redução de Danos, é necessário que os profissionais dos serviços, deixem
de lado em suas práticas, a relação de “detectores do saber” com o usuário, passando a
compreender que os seus conhecimentos técnicos são instrumentos valiosos, mas apenas
complementam o saber que o outro tem da sua própria vida. Nas práticas envolvendo a
estratégia de redução de danos deve-se reconhecer medidas de intervenção preventiva,
assistencial, de promoção da saúde e de direitos humanos. Ressalta-se ainda que quando
trata de cuidar de vidas humanas, temos de, necessariamente, lidar com as singularidades,
com as diferentes possibilidades e escolhas que são feitas.
276
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
A situação de rua deve ser considerada em suas mais diversas facetas, levando em conta
os contextos pessoais, sociais e culturais. Ela pode ser situada como consequência de um
complexo processo de exclusão da comunidade e a desfiliação dos sujeitos marginalizados.
A fim de contribuir social e individualmente na vida destes usuários, de forma a minimizar
seus sofrimentos, fora realizado um trabalho de escuta psicológica as pessoas que vivem
em situação de rua ao longo do ano de dois mil e onze, a partir de um projeto de extensão
que dava continuidade a uma atividade de quatro anos desenvolvida por acadêmicos de
psicologia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Os atendimentos foram realizados
uma vez por semana com duração aproximada de cinquenta minutos em um campo de
futebol, considerado como “domicílio” desses indivíduos, situado nas proximidades da
rodoviária de Porto Velho, capital rondoniense. A redução de danos, apesar de não fazer
parte da estratégia de atendimento a esta população, se fez presente ao longo do trabalho
efetivado, uma vez que estes sujeitos diminuíam ou mesmo cessavam o consumo de álcool
e outras drogas nos dias de atendimento. Tal política é pautada no respeito à pessoa e no
seu direito de consumir drogas (ANDRADE et. al, 2001), cuja lógica parte da premissa de
que as drogas fazem parte deste mundo, sendo necessário o esforço para minimizar seus
efeitos danosos ao invés de simplesmente ignorá-los ou condená-los (HARM REDUCTION
COALLITION, 2002-2003). Para tanto, ocorre a possibilidade de mudança no padrão do uso
da substância consumida, viabilizando uma relação menos danosa à integridade e saúde
do dependente químico. (PICONEZ ; TRIGUEIROS ; HAIEK, 2006). No presente relato
de experiência a redução de danos com pessoas em situação de rua, pautada na terapia
de apoio, surge como consequência da escuta psicológica ofertada. A intervenção neste
sentido, não foi de fato aplicada, emergindo como mera consequência de um processo
terapêutico que se refletiu por meio da diminuição da utilização destas substâncias nos dias
de atendimento. É importante ressaltar que esta foi uma iniciativa dos próprios usuários, não
lhes sendo fornecidos quaisquer instrumentos para a redução de danos. Tal fato peculiar
demonstra motivação para a modificação do comportamento adicto, que se dá em razão do
método catártico, onde os sujeitos se sentem mais amparados frente sua vulnerabilidade.
Faz-se mister, neste sentido, a necessidade do desenvolvimento de políticas mais eficazes
voltadas para esta população. Políticas estas que contemplem a subjetividade, de modo a
conhecer suas singularidades para então agir de maneira focal e instrumental em relação à
redução de danos nestes indivíduos.
277
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Kátia Mottin Tedeschi* (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Jussara Maria Rosa
Mendes (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Introdução: Paulo1, Joaquim e Mauro habitam e seguem pelas ruas da cidade. Vivem e
sobrevivem nelas. Realizam bons e maus encontros. Também se encontram com o uso da
droga e passam a estabelecer relações singulares com esta. Conhecem, usam, abusam,
param, desistem, recaem e reduzem. O encontro com a Redução de Danos (RD) enquanto
uma estratégia de cuidado para pessoas que fazem uso de álcool e/ou outras drogas é o que
se propõe elucidar a partir da proposta de trabalho em que o objetivo é ofertar movimentos
de escuta e acolhimento à população em situação de rua em uma cidade do Vale do Taquari,
RS. A proposta insere-se em um Centro de Referência Especializado de Assistência Social
(CREAS). De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2009), o
Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua deve ser ofertado para pessoas
que utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência. Objetivos: Ofertar tempo
e espaço para que o serviço abra-se para discussões que levem em conta a inclusão de
outros dispositivos de cuidado e atenção à população em situação de rua, que não somente
os que evidenciam práticas higienistas e modelos meramente baseados e alicerçados na
repressão do uso de drogas. Desta forma, propõe-se trabalhar com a perspectiva da RD
ao preconizar as práticas de acolhimento, integralidade da atenção e protagonismo dos
sujeitos. Preconiza-se a inversão da lógica de acompanhamento à população em situação
de rua: de um modelo de assistência baseado na internação em instituições de caráter
total e na busca pela abstinência, para o respeito ao modo como o sujeito relaciona-se
com a droga e a construção de um cuidado de base comunitária. Metodologia: Como
preconizado pela Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, desenvolve-se, no
CREAS, abordagens de rua semanais, com a atuação de duas psicólogas. O dispositivo
das abordagens tem o intuito de conhecer os espaços habitados pelos sujeitos, as relações
estabelecidas com a rua e, concomitante, com o uso da droga. O encontro com os sujeitos
nos espaços da rua abre o campo para reflexões sobre meios que possibilitem reavaliar suas
relações com a dependência, com orientações para um uso menos prejudicial quanto para
a abstinência, conforme o que se estabelece com cada sujeito. Resultados: As abordagens
de rua possibilitam movimentos de escuta dos sujeitos que fazem uso de álcool e/ou outras
drogas de modo que possam ser reconhecidos por outras vias de expressão que não
somente perpassadas por modos condenatórios e excludentes. Ao mesmo tempo, a partir
das estratégias reconhecidas pela RD, os sujeitos tem a possibilidade de conhecerem e
reconhecerem o uso que fazem da droga, ampliando o leque de alternativas de cuidado de
si. Considerações Finais: O paradigma da redução de danos traz a experiência singular do
uso de drogas quando possibilita que os usuários falem em nome próprio sobre estas.
278
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Nas últimas décadas o debate sobre drogadição tem recebido relevante destaque na
mídia e estudos científicos, tornando-se alvo de diversas políticas estatais e nacionais. A
drogadição na contemporaneidade consiste numa das expressões da questão social, de
forte impacto na sociedade, incorpora uma discussão ampla e complexa por estar vinculada
a outros temas correlatos. O campo da dependência química ainda se faz desafiador para
a psicologia, que ao longo dos anos vem conquistando novas áreas de atuação, buscando
uma compreensão do ser humano em sua subjetividade na construção de uma clínica
ampliada e da expansão da vida que seja ética-estética-política, sem promoção de rótulos
ou julgamentos, mas promover acolhimento as diferenças e que não se limite as paredes de
um consultório. O presente trabalho consiste em resultados parciais de uma pesquisa em
nível de mestrado. Este trabalho tem como objeto conhecer os processos de subjetividade
de jovens internados compulsoriamente para o tratamento de álcool e outras drogas. Tem
como objetivos analisar o que esse tratamento compulsório reverbera na produção de
subjetividade desse sujeito, problematizar as medidas de internação compulsória enquanto
retrocesso à política de saúde mental instituída pela Lei 10.216, atuando enquanto um
mecanismo sociopolítico de reprodução das desigualdades sociais. Metodologicamente,
utilizou-se abordagem qualitativa e entrevistas. Conclui que tais práticas se configuram como
uma política de cunho higienista e moralizador, descartando como tratamento os serviços
substitutivos, impondo a esses sujeitos um tratamento influenciado pelo modelo biomédico
de saúde, pautado na abstinência que, configura-se na prática, como punição aos usuários
pobres de drogas. Percebe-se que a internação torna-se um prática paliativa, pois não
produz intervenções na realidade social desses sujeitos. Poderíamos nos perguntar: Mas
então, o que se mostra como medida possível – e desejável – frente ao crescente índice de
dependência química? Nossa resposta: o encontro, o bom encontro – no sentido spinozista
mesmo! E mais, compreendemos que o encontro capaz de ampliar a potência de ação do
sujeito, sua capacidade de agir e intervir em sua própria realidade, na autoprodução de
novos territórios existenciais só se faz possível quando temos como meta o acolhimento e
a escuta. Estar compulsoriamente em “tratamento” não nos parece permitir tais encontros.
Nesse sentido, entendemos e afirmamos outros possíveis, outras medidas e políticas que
se posicionam como mais favoráveis à criação da vida: os Centros de Apoio Psicossocial
(CAPS), os Consultórios de rua e programa de Redução de danos (RD) são algumas delas.
No entanto, somente se sustentadas por uma clínica orientada à escuta, ao acolhimento
e ao estranhamento é que tais medidas alcançarão seu objetivo final: a expansão da vida!
279
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Introdução: O Relatório Mundial sobre Drogas das Nações Unidas afirma que cerca de
243 milhões de pessoas, ou 5% da população global entre 15 e 64 anos de idade, usaram
drogas ilícitas em 2012. Com a implantação dos Centros de Atenção Psicossocial em Álcool
e Outras Drogas em 2002, a estratégia da Redução de Danos se consolidou como um
dos eixos norteadores da política do Ministério da Saúde para o tratamento integral aos
usuários de álcool e outras drogas. Objetivo: Identificar e analisar a concepção de Redução
de Danos dos profissionais da equipe técnica de saúde mental de um CAPS ad. Método:
Estudo qualitativo, desenvolvido em 2012 , com a participação de 10 profissionais da saúde
de um Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e Outras Drogas. A análise dos dados
foi realizada por meio do método hermenêutico-dialético norteado pelos pressupostos
teóricos da Reforma Psiquiátrica brasileira. Resultados: Apontam que a Redução de Danos
se posiciona como uma abordagem que se opõe ao modelo hegemônico de guerra as
drogas e não parte do ponto único e exclusivo do uso de drogas como doença. Ainda que
a Redução de Danos não é contra a abstinência e visa diminuir os riscos e danos à saúde
considerando todo o contexto, o desejo e as possibilidades de cada indivíduo. Conclusões:
A estratégia da Redução de Danos amplia a oferta e as possibilidades de cuidados para as
pessoas que fazem uso prejudicial de substâncias psicoativas.
Alessandra Curcio Mineiro (Assistente Social do CREAS Aldaiza Sposati), Adriana Lucia da
Silva (Assistente Social do CREAS Aldaiza Sposati), Claudia Cilene Ramadas Kistenmacker
(Diretora e Assistente Social do CREAS Aldaiza Sposati), Cristiane Cavalcante da Silva*
(Assistente Social do CREAS Aldaiza Sposati), Cristiane Raquel Araujo Bueno Machado
(Advogada do CREAS Aldaiza Sposati), Elizete Alves da Silva (Psicóloga do CREAS Aldaiza
Sposati), Luciana Martins Matos (Assistente Social do CREAS Aldaiza Sposati), Natalia
Paulino de Souza (Pedagoga do CREAS Aldaiza Sposati), Wagner Rangel Proença Gomes
(Psicólogo do CREAS Aldaiza Sposati)
280
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Conforme o último Censo de População de Rua realizado pela SMDS em 2013, constatamos
que hoje na cidade do Rio de Janeiro, temos um número de mais de 5.580 pessoas em
situação de rua. No território de abrangência deste CREAS, atendemos 279 pessoas, onde
82,9% são homens e 17,1% mulheres, deste número 59% possuem pelo menos a certidão
de nascimento e em relação a escolaridade 6,9% nunca estudaram, quanto à saúde o censo
aponta que 10,44% desta população apresentam quadro de tuberculose e com transtornos
mentais temos 4,40% . No ano de 2014 o CREAS atendeu a 356 pessoas em situação de
rua e diante dessa realidade iniciamos em 2015 o Projeto “Roda de conversa com Café”,
onde quinzenalmente oferecemos um café da manha para atender esse público. Um dos
serviços do CREAS é atender a população de rua em seu território, fortalecendo sua rede
local. A equipe entendeu como forma de acessar esta parcela da população, a realização de
um café como instrumento de vinculação. Nesse território verificamos homens e mulheres
de faixas etárias diversificadas que se encontram em situação de rua. Através da nossa
entrevista identificamos que a maior parte desta população é adulta e que um dos fatores
que levam a este cenário é o uso abusivo de substâncias psicoativas. Motivo este que
levam a utilizar esse espaço da rua como espaço de convivência, moradia e trabalho. Ao
longo do acompanhamento realizado a estes usuários verificamos que alguns possuem
residência e referência familiar, porém com vínculos fragilizados. Temos como objetivo
atender as demandas trazidas pelos próprios usuários, que se encontram na maioria dos
casos excluídos dos seus direitos e serviços públicos, não exercendo assim sua cidadania.
Através da articulação com o Consultório na Rua, CAPS e CAPSI, a equipe do CREAS
busca atender em rede as demandas relacionadas à saúde, pois sem o olhar ampliado na
linha de cuidado não conseguiremos oferecer um espaço digno e um serviço de qualidade.
Buscamos através do espaço da Roda de Conversa no próprio território de moradia do
usuário, potencializar e fortalecer sua autonomia e resgatar sua cidadania, fortalecer os
vínculos familiares e comunitários, de acordo com a Política Nacional de Assistência Social.
Construir com o usuário um processo de saída das ruas, através de sua própria história de
vida e possibilitar condições de acesso de serviços e a benefícios assistenciais. Durante
os encontros quinzenais, oferecemos um café da manha que durante nossa Roda de
Conversa, proporciona um espaço mais humanizado e acolhedor. Através de uma escuta
qualificada buscamos a aproximação com a realidade a partir da fala do próprio sujeito.
Precisamos dar visibilidade ao usuário enquanto um cidadão portador de necessidades
biopsicossociais e culturais. Com relação aos usuários de substâncias psicoativas as novas
experiências levam em conta que a dependência de drogas é um fenômeno complexo, que
envolve questões sociais, familiares, pessoais e culturais.
281
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Gabrielle Leite Pacheco Lisbôa* (Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e outras Drogas
Amor & Esperança), Wagda da Costa Silva (Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e
outras Drogas Amor & Esperança), Andréa Carla de Almeida (Centro de Atenção Psicossocial
em Álcool e outras Drogas Amor & Esperança), Cinthya Rafaella Magalhães da Nóbrega
Novaes (Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e outras Drogas Amor & Esperança),
Cláudia Cristina Rolim da Silva (Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e outras Drogas
Amor & Esperança), Elidiane Oliveira da Silva (Centro de Atenção Psicossocial em Álcool
e outras Drogas Amor & Esperança), Janaína di Cássia Barbosa Silva (Centro de Atenção
Psicossocial em Álcool e outras Drogas Amor & Esperança), Murillo Nunes de Magalhães
(Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e outras Drogas Amor & Esperança), Neuzianne
de Oliveira Silva (Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e outras Drogas Amor &
Esperança), Thiago Celmir Vieira Marques dos Santos (Centro de Atenção Psicossocial
em Álcool e outras Drogas Amor & Esperança), Washington Luiz Oliveira Melo (Centro de
Atenção Psicossocial em Álcool e outras Drogas Amor & Esperança).
282
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
283
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
284
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Ms. Alba Regina Zacharias*, Bruna A. Pereira, Carine Rech e Karen Santos de Oliveira
Marisco.- Fundação Hospitalar Getúlio Vargas - Hospital Regional do Vale do Rio Pardo
285
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Carmen Lúcia Gomide Costa* (Universidade Federal de Viçosa), Bruna Cardoso Silva (Uni-
versidade Federal de Viçosa), Felipe Stephan Lisboa (Universidade Federal de Viçosa),
Grasiela Gomide de Souza (Universidade Federal de Viçosa).
286
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
287
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Ms. Aline Moreira Gonçalves* (Profa. Faculdade Ciências da Vida), Helenice Pereira Lopes*
(Graduada em Psicologia Faculdade Ciências da Vida)
288
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Gabriel Pedroza Bonfim , Thiago Calil (Universidade de São Paulo), João Maurício Gimenes
Pedroso, Maria Angélica de Castro Comis - Centro de Convivência É de Lei.
O projeto ResPire é uma ação desenvolvida pelo Centro de Convivência É de lei desde 2010
que tem como objetivo Estimular a reflexão, o auto cuidado e o conhecimento sobre o uso de
drogas em contextos de festas. A intervenção se dá por meio de montagem de um espaço
(posto de trabalho) em festas previamente selecionadas para acessar e abrir diálogo com
as pessoas que fazem uso de drogas. A partir de uma atuação pedagógica que envolve a
distribuição de material informativo e diálogos com intuito de estimular a reflexão sobre uso
de drogas, seus efeitos, riscos e contextos de uso, atua ativamente em contextos de festa
prestando também assistência às pessoas que passam por experiências de sofrimento
psíquico em decorrência do uso de substâncias psicoativas. Cada pessoa atendida é um
desafio para a equipe e uma grande oportunidade para o indivíduo ressignificar e elaborar os
conteúdos que se apresentam durante o estado alterado de consciência. É muito importante
o apoio de profissionais capacitados para acolher e amparar a singularidade dos indivíduos,
essa atuação é fundamental para que o coletivo aprimore suas formas de cuidar. Desde
2010 foram realizadas mais de 30 intervenções em festas, sendo a maioria delas em festas
de música eletrônica. Porém, fomos percebendo a necessidade de ampliar os contextos de
atuação, e neste ano de 2015 estamos iniciando intervenções junto a juventude e os bailes
e ‘fluxos’ de Funk,
289
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
290
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Introdução: Aplicativos de smartphones (Apps) estão sendo desenvolvidos como uma forma
complementar ao tratamento do tabagismo. Embora, haja estudos que avaliem a qualidade
dos aplicativos no idioma inglês, não há nenhum estudo que avalie os disponíveis em língua
Portuguesa. Método: O presente estudo teve como objetivo analisar o conteúdo de apps de
cessação disponíveis na língua portuguesa em dois sistemas operacionais, Android e iOS.
A lista de aplicativos para iOS foi obtida através da procura feita no iTunes Apple Store e
do Android através do Google Play Store. Noventa e um apps foram encontrados no iTunes
e 600 no Google Play. Foram incluídos na avaliação do conteúdo aqueles aplicativos que
tivessem como foco a cessação do tabagismo e que estivessem disponíveis na língua
portuguesa, resultando em 12 apps no iOS e 3 no Android. Um app estava disponível
nos dois sistemas operacionais, sendo contabilizado apenas uma vez. Cada aplicativo
foi categorizado através da sua abordagem na cessação de tabagismo (ex. calculadora
de gastos, calendário e medidor de cigarro fumados) pontuado de acordo com seu nível
de aderência às diretrizes de tratamento de tabagismo do Treating Tobacco Use and
Dependence - 2008 Update; os escores variavam de 0, nenhuma aderência, até a 42, total
aderência. Resultados: Um total de 14 apps foram analisados. Em relação às categorias,
9 foram classificados como calendário, 8 como informativo, 6 como calculadora, 3 como
medidor de cigarros fumados e 1 como hipnose. Os apps obtiveram baixo nível de aderência
às diretrizes, com uma média de 12,8. Apenas três dos apps auxiliavam o usuário através de
um plano de cessação e nenhum recomendava para tratamento, como aconselhamento ou
medicamentos. Discussão: De maneira geral, os apps analisados tiveram pouca aderência
às diretrizes de tratamento. Recomenda-se que os apps disponíveis em língua portuguesa
sejam revisados e que futuros apps sejam desenvolvidos utilizando práticas baseadas em
evidência para cessação do tabagismo.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
293
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
294
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Laís Ramos Sanches* (Universidade Federal de São João del-Rei) e Marcelo Dalla Vecchia
(Universidade Federal de São João del-Rei)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Rubia Vaz Borges Freitas* (Prefeitura da Cidade de Anápolis), Orcélia Pereira Sales (Projeto
Mãos Livres)
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Felippe Emanuel Dinali Sena* (Ministério Público de Minas Gerais; Grupo Anahata)
300
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
O impacto dos problemas associados ao consumo de álcool e outras drogas tem ampliado
a reflexão sobre as necessidades de saúde de familiares de pessoas que apresentam
dependência de substâncias. A família nessa perspectiva é tomada como parceira no
tratamento, assim como sujeito do cuidado psicossocial pelas equipes multiprofissionais.
Este estudo consiste em um relato da experiência dos grupos de acolhimento de familiares
do Ambulatório de Álcool e outras Drogas do Instituto de Psiquiatria (PROGREA), enquanto
uma estratégia grupal de apoio, orientação e promoção da saúde, e objetiva socializar essa
experiência, suas potencialidades e impasses. Os grupos, que funcionam desde janeiro
de 2014, já atenderam aproximadamente 40 familiares e buscam realizar: a identificação
de situações de sobrecarga e o fortalecimento das redes apoio; educação em saúde sobre
dependências de substâncias e orientação sobre manejo com o paciente em diferentes
situações. O acolhimento familiar consiste em um grupo aberto no qual são propostos 10
encontros com 1h30 de duração cada. Dos resultados obtidos, a partir do desenvolvimento das
atividades, foram identificadas as potencialidades e limites desta intervenção, sendo estas
reveladas: nos relatos dos familiares sobre o sentimento de ser acolhido em circunstâncias
de sofrimento e esperança, na medida em que suas narrativas produzem identificação e
não julgamentos em seus interlocutores; na reflexão do estigma e das expectativas de
“cura”, na medida em que o grupo constrói maneiras de entender e lidar com a dependência
de substâncias enquanto processo saúde-doença; na reflexão acerca da sobrecarga
vivenciada, por meio da promoção da saúde e das práticas de cuidado de si, nos quais os
limites do “cuidar do outro” e da co-dependência podem ser problematizados; na construção
de um ambiente de escuta, de respeito e pertencimento, que tem potencializado o processo
de referência das famílias pela equipe, com ampliação do cuidado à família por meio da
discussão de suas necessidades e da formulação de intervenções singulares. Observa-
se também os limites da intervenção: a constituição de grupo impactada pelas faltas dos
familiares devido aos compromissos de trabalho ou ausência do paciente no tratamento;
dificuldade de incorporar mais de um membro da família nos grupos, pelo fato das famílias
“identificarem” um cuidador com maior envolvimento, geralmente membros do gênero
feminino como mães, esposas, tias e namoradas; pacientes que não aceitam a presença
de familiares no tratamento. Discute-se, por fim, que o grupo proporciona um ambiente
de apoio e acolhimento, assim como potencializa práticas de reflexão e orientação acerca
do papel da família no cuidado psicossocial, do fortalecimento do cuidado de si enquanto
condição essencial para o cuidado com o familiar dependente de substâncias psicoativas.
301
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
302
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Bruno Logan Azevedo (PRD Sampa/ SAE Campos Elisios) e Tamara Neder Collier * ( PRD
Sampa/ SAE Campos Elisios)
Palavras-chave: App redução de danos; Samba com pó; Prevenção e educação em saúde;
Novos insumos em redução de danos.
Eixo temático: Promoção da Saúde e Prevenção do Uso Prejudicial
Modalidade de apresentação: Comunicação Oral
Tipo de trabalho: Relato de Experiência
303
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Lorena Silveira Cardoso* (Universidade Federal do Espirito Santo), Camila Barcelos Vieira
(Universidade Federal do Espirito Santo), Marluce Miguel de Siqueira (Universidade Federal
do Espirito Santo)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Cláudia Helena Julião* (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), Regina Maura Rezende
(Universidade Federal do Triângulo Mineiro), Erika Renata Trevisan (Universidade Federal
do Triângulo Mineiro), Andrea Ruzzi Pereira (Universidade Federal do Triângulo Mineiro),
Paulo Estevão Pereira (Universidade Federal do Triângulo Mineiro)
A complexa prática cotidiana dos profissionais da educação básica exige uma atuação
abrangente e fundamentada em um repertório de conhecimentos que muitas vezes não
foi contemplado na formação acadêmica inicial. Assim, a formação continuada desses
profissionais é algo importante e necessário, especialmente no que se refere à construção
de estratégias ao enfrentamento de um problema que se apresenta como desafio para
toda a sociedade: a dependência/uso de drogas. O presente trabalho constitui relato de
experiência do Curso de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de escolas públicas
oferecido no ano de 2014 por docentes da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, o
qual buscou atender às demandas de formação continuada na área de promoção à saúde
e prevenção do uso de drogas. O curso teve o objetivo de promover a formação continuada
para educadores e gestores da educação, inseridos em escolas de cinco municípios
da região do Triângulo Mineiro e um município paulista, para atuarem na promoção da
saúde, com ênfase na prevenção do uso/dependência de drogas e outros comportamentos
de risco no contexto escolar. Foram ofertadas aulas na modalidade semipresencial,
com o desenvolvimento de atividades teóricas e práticas, além do ambiente virtual de
aprendizagem, por meio do qual foram realizadas leitura de textos, apreciação de vídeos,
fóruns de discussão, atividades colaborativas e exercícios objetivos. No início e no final do
curso foram realizados seminários, com mesas redondas e apresentação de experiências
dos próprios cursistas. Nos quatro encontros presenciais foram desenvolvidas atividades
prático-reflexivas, bem como oferecidos apoio e orientação de tutores quanto à utilização do
ambiente virtual de aprendizagem. O conteúdo programático constituiu-se de cinco módulos,
com 16 unidades temáticas e carga horária de 180 horas. A avaliação dos cursistas se deu
por meio da participação nas atividades presenciais, atividades colaborativas, exercícios
e fóruns de discussão do ambiente virtual de aprendizagem e, ao final, de proposta de
intervenção no ambiente escolar. O curso contou com a participação de 182 alunos, os
quais são educadores e gestores de escolas públicas dos municípios de Conceição das
Alagoas, Campo Florido, Planura, Uberaba, Delta e Igarapava. Foi possível constatar grande
dificuldade dos participantes em acessar as ferramentas digitais, o que justifica a evasão
de muitos; tal situação se constitui em campo de enfrentamento para a equipe de trabalho,
oportunizando outras estratégias de inclusão às temáticas com propostas dessa natureza.
Por outro lado, o curso propiciou ambiente de discussão e debate acerca da temática, mas,
sobretudo, espaço de socialização de dúvidas, de angustias e experiências exitosas entre
os participantes, bem como de se constituir em convite explícito aos cursistas à reflexão da
realidade cotidiana e, empreenderem propostas de mudanças qualitativas na mesma.
305
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Cláudia Helena Julião* (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), Regina Maura Rezende
(Universidade Federal do Triângulo Mineiro), Erika Renata Trevisan (Universidade Federal
do Triângulo Mineiro), Andrea Ruzzi Pereira (Universidade Federal do Triângulo Mineiro),
Paulo Estevão Pereira (Universidade Federal do Triângulo Mineiro)
A complexa prática cotidiana dos profissionais da educação básica exige uma atuação
abrangente e fundamentada em um repertório de conhecimentos que muitas vezes não
foi contemplado na formação acadêmica inicial. Assim, a formação continuada desses
profissionais é algo importante e necessário, especialmente no que se refere à construção
de estratégias ao enfrentamento de um problema que se apresenta como desafio para
toda a sociedade: a dependência/uso de drogas. O presente trabalho constitui relato de
experiência do Curso de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de escolas públicas
oferecido no ano de 2014 por docentes da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, o
qual buscou atender às demandas de formação continuada na área de promoção à saúde
e prevenção do uso de drogas. O curso teve o objetivo de promover a formação continuada
para educadores e gestores da educação, inseridos em escolas de cinco municípios
da região do Triângulo Mineiro e um município paulista, para atuarem na promoção da
saúde, com ênfase na prevenção do uso/dependência de drogas e outros comportamentos
de risco no contexto escolar. Foram ofertadas aulas na modalidade semipresencial,
com o desenvolvimento de atividades teóricas e práticas, além do ambiente virtual de
aprendizagem, por meio do qual foram realizadas leitura de textos, apreciação de vídeos,
fóruns de discussão, atividades colaborativas e exercícios objetivos. No início e no final do
curso foram realizados seminários, com mesas redondas e apresentação de experiências
dos próprios cursistas. Nos quatro encontros presenciais foram desenvolvidas atividades
prático-reflexivas, bem como oferecidos apoio e orientação de tutores quanto à utilização do
ambiente virtual de aprendizagem. O conteúdo programático constituiu-se de cinco módulos,
com 16 unidades temáticas e carga horária de 180 horas. A avaliação dos cursistas se deu
por meio da participação nas atividades presenciais, atividades colaborativas, exercícios
e fóruns de discussão do ambiente virtual de aprendizagem e, ao final, de proposta de
intervenção no ambiente escolar. O curso contou com a participação de 182 alunos, os
quais são educadores e gestores de escolas públicas dos municípios de Conceição das
Alagoas, Campo Florido, Planura, Uberaba, Delta e Igarapava. Foi possível constatar grande
dificuldade dos participantes em acessar as ferramentas digitais, o que justifica a evasão
de muitos; tal situação se constitui em campo de enfrentamento para a equipe de trabalho,
oportunizando outras estratégias de inclusão às temáticas com propostas dessa natureza.
Por outro lado, o curso propiciou ambiente de discussão e debate acerca da temática, mas,
sobretudo, espaço de socialização de dúvidas, de angustias e experiências exitosas entre
os participantes, bem como de se constituir em convite explícito aos cursistas à reflexão da
realidade cotidiana e, empreenderem propostas de mudanças qualitativas na mesma.
306
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
A prática educacional cotidiana tem se tornado cada vez mais complexa e impõe aos
docentes uma atuação abrangente, fundamentada em um repertório de conhecimentos que
muitas vezes não foram contemplados em sua formação inicial, sendo de suma importância
a formação continuada dos profissionais do magistério da educação básica. Descrição da
experiência: O curso “EDUCAÇÃO E SAÚDE: prevenção da violência e do uso de drogas
nas escolas”, é financiado pela Secretaria de Educação Básica, tem sido oferecido em
todo o país em parceria com as Universidades Federais e foi oferecido pela Universidade
Federal do Triângulo Mineiro no período de setembro a dezembro de 2014, em consonância
com a Política Nacional sobre Drogas e com a Política Nacional de Educação vigentes e
teve por objetivo promover a formação continuada para educadores, gestores da educação
e profissionais de outras áreas inseridos nas escolas focalizando a análise multiabrangente
acerca da problemática para o desenvolvimento de ações condutoras da prática intersetorial.
Contou em sua equipe de formadores com terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e
pedagogos, atuando na formação continuada no manejo e na prevenção do uso abusivo
de drogas. Efeitos alcançados: A capacitação buscou atender as demandas de formação
continuada na área de promoção da saúde e da prevenção de violências e do uso de drogas
nas escolas. Diante do cenário atual acerca dessa temática o curso visou a construção de
estratégias de enfrentamento do problema que se apresenta como um desafio para toda
a sociedade. A abordagem da temática exigiu o desenvolvimento de práticas intersetoriais
entre profissionais das áreas de Educação e Saúde, considerando a escola como espaço
privilegiado para o desenvolvimento de ações preventivas capazes de mobilizar as crianças
e os adolescentes a buscarem experiências prazerosas e saudáveis no âmbito escolar. O
curso foi oferecido na modalidade à distância, com 180 horas de duração. O projeto previa
a formação de 220 educadores, gestores educacionais e de saúde e profissionais de outras
áreas que atuassem em escolas públicas do Triângulo Mineiro em 2014. Recomenda-se
a implementação do curso na modalidade semipresencial, favorecendo maior troca de
experiência, enriquecendo a formação dos mesmos, conseguindo 182 inscritos e a ampliação
para participação de um município paulista. Percebeu-se dificuldade de vários cusrsitas
com o ambiente com as tecnologias e o ambiente virtual de aprendizagem, o que justifica
parte das desistência dos alunos. Por outro lado, a estratégia semipresencial do curso
propiciou ambiente de discussão e debate acerca da temática, mas, sobretudo, espaço de
socialização de dúvidas, de angustias e experiências exitosas entre os participantes, bem
como de se constituir em convite explícito aos cursistas à reflexão da realidade cotidiana e,
empreenderem propostas de mudanças qualitativas em sua prática.
307
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Edna Mara Mendonça (Prefeitura Municipal de Nova Serrana), Flávia Gontijo de Araújo
(Prefeitura Municipal de Nova Serrana), Marina Valéria Tavares* (Prefeitura Municipal de
Nova Serrana).
308
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Luana Nunes Oliveira* (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande
do Sul), Marcel Ganzer (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande
do Sul), Maria Cristina Caminha de Castilhos França (Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Rio Grande do Sul).
O Instituto Psiquiátrico Forense Dr. Maurício Cardoso (IPFMC) é uma instituição de custódia,
tratamento e reabilitação. O local é vinculado à Superintendência de Serviços Penitenciários
do Rio Grande do Sul e é o único manicômio judiciário do Estado do Rio Grande do Sul.
Em relação aos diagnósticos dos pacientes, há predominância de esquizofrenia e outros
transtornos psicóticos (61,4%), seguido de transtornos relacionados a substâncias (27,5%).
No IPFMC há muitos problemas estruturais e de carência de atendimentos adequados aos
internos, que vivem em um local onde não há qualidade de vida e raros são os trabalhos
terapêuticos que são desenvolvidos. A rotina dos internos é ociosa e no local é possível
perceber que os conceitos e práticas da Reforma Psiquiátrica não chegaram. Com o objetivo
de mudar a estética do local, a qualidade de vida e propiciar um ambiente onde existam
atividades teóricas e práticas que propiciem a melhora da instituição, surgiu o projeto de
sensibilização. O projeto, em seu modelo teórico, iniciou em março de 2015, através de uma
parceria com o programa “Jovem Cidadão” da Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção
Social e Integração, que é um programa que visa à qualificação profissional dos internos
enquanto os mesmos cumprem suas penas. O projeto conta atualmente com 12 internos que
são alunos no programa “Jovem Cidadão”. Como atividades do projeto de sensibilização,
realizamos encontros com debates teóricos sobre temas diversificados, mas que servem
como base para a melhoria pessoal de cada interno. Além disso, o projeto também conta
com a construção de hortas, jardins, pintura de espaços, oficinas de artesanato, entre outros.
Também serão realizados encontros com os funcionários, para apresentar temas sobre
humanização e apresentação do projeto e das atividades realizadas, para que eles possam
contribuir para a manutenção das mudanças. Até o momento as atividades estão obtendo
resultados positivos, não apenas na mudança visual do local, mas no comportamento dos
internos, que a cada dia mostram que mesmo com as dificuldades, estão dispostos a buscar
a melhoria pessoal e seguir na reabilitação, para posteriormente construir uma vida fora do
ambiente manicomial.
309
V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Introdução: Os cuidados a pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas
foram por muito tempo negligenciados pelo Estado. Atualmente, existem diferentes formas
de tratamento para a dependência, contudo, as políticas públicas têm como um dos focos
principais o modelo proibicionista, que por sua vez tem aumentado o financiamento para
internações, principalmente, em Comunidades Terapêuticas. Objetivo: Compreender os
sentidos construídos sobre as experiências de internação em Comunidades Terapêuticas
por indivíduos que passaram por estas instituições e atualmente são usuários de um Centro
de Atenção Psicossocial – álcool e drogas. Método: Essa pesquisa é qualitativa, descritiva
e exploratória e utiliza-se da inteligibilidade construcionista social. Foram realizadas
entrevistas semiestruturadas com pessoas em tratamento em um Caps- Ad do município
de Ribeirão Preto – SP, que passaram por uma internação em Comunidade Terapêutica.
A análise foi realizada com o referencial teórico construcionista social, por meio da análise
de categorias, levandose em consideração a influência do tempo longo, vivido e curto na
produção de sentidos. O projeto passou pela do Comitê de Ética em Pesquisa, respeitando os
critérios éticos da resolução n.º 466 de 12 de Dezembro de 2012. Resultados: os resultados
apresentados se referem à análise parcial das entrevistas, que consiste em 8 entrevistas
analisadas. Desse processo foram destacadas quatro categorias até o momento sendo elas:
1) Sentidos sobre as Comunidades Terapêuticas como modelo de tratamento; 2) Trajetórias
e a perspectiva da Comunidade Terapêutica nas histórias de vida dos entrevistados; 3)
Como funcionam as Comunidades Terapêuticas; 4) A Saída da Comunidade Terapêutica:
decisão e experiências na sociedade. Considerações finais: diferentes discursos têm
legitimado as Comunidades Terapêuticas como forma de tratamento; esses discursos têm
forte impacto nos sentidos construídos sobre o que seria o tratamento esperado e acabam
por naturalizar esse tipo de cenário de cuidado sem considerar as experiências dos que
passaram por esse processo e o impacto dessas ações na vida dos mesmos, mesmo que
essas intervenções coloquem em risco a vida das pessoas que fazem uso problemático de
drogas.
310
II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
As políticas sobre drogas no Brasil pressupõem a abordagem aos usuários de drogas por
meio de redes de atenção intersetoriais e integradas. Contudo, são ainda escassos os
estudos orientados a compreender a realidade dessas redes no país. Ademais, os estudos
existentes estão focados nos serviços especializados e/ou na identificação dos serviços
que fazem parte dessas redes, desconsiderando processos e relações existentes, como,
por exemplo, o sistema de referência e contrarraferência (RC). Assim, o presente artigo
analisou o sistema de RC de uma rede de atenção aos usuários de drogas, a partir da
Análise de Redes Sociais (ARS). Trata-se de uma pesquisa de corte transversal realizada
no município de Juiz de Fora, Minas Gerais, com profissionais de 187 serviços de tratamento
aos usuários de drogas. Estes serviços poderiam ser de natureza governamental ou não
governamental, do Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência Social
(SUAS) ou recursos não governamentais da própria comunidade, sendo identificados através
de: ferramentas da gestão municipal, bases de dados, contato com entidades de controle
social e bola de neve. Os dados foram coletados através de questionário sobre as relações
de referenciamento e contrarreferenciamento de usuários entre os serviços da rede. Para
a análise dos dados a partir da ARS, utilizou-se o software Gephi, extraindo as seguintes
métricas: 1) Centralidade de Grau (CG), que é a soma de todas as ligações feitas por um
determinado serviço, indicando níveis de atividade ou popularidade; e 2) Centralidade de
Intermediação (CI), que mensura o quanto um serviçomedia o fluxo da rede de acordo
com sua posição. Os resultados demonstraram que os serviços referenciam e recebem
referências de outros serviços numa frequência maior do que estabelecem relações de
contrarreferência. O serviço com maior CG e CI foi o Centro de Atenção Psicossocial
Álcool e Drogas (CAPSad), principal dispositivo público especializado da rede de atenção.
Outros dispositivos que se destacaram foram: dispositivos de urgência e emergência;
instituições especializadas da saúde mental, como os CAPS para transtornos mentais
gerais e ambulatórios; e os serviços do SUAS (Centros de Referência Especializados da
Assistência Social – CREAS e Centros de Referência da Assistência Social – CRAS); e
serviços especializados para usuários de drogas, como os hospitais gerais com leitos para
desintoxicação. Dessa forma, observa-se uma centralização nos serviços especializados,
de média e alta complexidade, e nos de urgência/emergência. Problematiza-se o fluxo
assistencial com os serviços primários, especificamente na saúde, na tentativa de provisão
de um cuidado contínuo e territorializado. Espera-se demonstrar as potencialidades da ARS
na compreensão de redes organizacionais e influenciar a realização de novas pesquisas
que visem compreender as diferentes realidades assistenciais aos usuários de drogas no
contexto nacional e internacional.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Atualmente o uso abusivo de drogas está cada vez mais precoce e constitui uma inquietação
mundial, sendo visto como um grave problema de saúde pública. A Organização Mundial de
Saúde-OMS, subsidiou a elaboração de instrumentos de triagem que constituem recursos
importantes para verificar o nível de uso de drogas, auxiliando o profissional a eleger a
intervenção mais eficiente. Tais instrumentos devem despertar interesse nos adolescentes,
utilizando meios com potencial mais atrativo, como o uso da tecnologia. O presente trabalho
tem como objetivo desenvolver e validar um sistema interativo para a implementação de um
Questionário sobre o uso de Drogas da OMS entre adolescentes. Trata-se de um estudo
metodológico com abordagem quantitativa. O desenvolvimento do sistema interativo ocorreu
em parceria com uma empresa júnior do curso de ciência da computação da Universidade
Federal de Alfenas. Para a validação aparente e de conteúdo do sistema interativo foi
observado os critérios de inteligibilidade preconizados por Pasquali. Para abordar estes
critérios foi elaborado um instrumento contendo os itens: tempo de resposta, qualidade
estética e visual, adequação do programa, interatividade, conteúdo, qualidade dos diálogos,
inovação, dificuldade de acesso; sendo classificados como satisfatório ou insatisfatório. Os
dados obtidos na avaliação dos juízes foram tabulados no Microsof Excel e em seguida
convertidos ao software estatístico R para avaliar a concordância Inter avaliadores por meio
do teste kappa fleiss. Para a elaboração do sistema interativo foi utilizado o método ágil
Extreme Programming ou simplesmente XP. As fases de elaboração do sistema interativo
foram as seguintes: criação dos cenários com uma história que envolvia o contexto de
vida dos adolescentes e as perguntas do questionário sobre o uso de drogas, criação do
banco de dados, desenvolvimento do módulo administrativo, desenvolvimento da interface
interativa, hospedagem do sistema em servidor e exportação dos resultados em planilhas
do excel. Após a elaboração do sistema interativo, o mesmo foi submetido a um processo
de validação aparente e de conteúdo por um grupo de 27 juízes, que assinalaram a maioria
dos itens de avaliação como satisfatório e também sugeriram algumas modificações para
melhoria do sistema. Em relação a análise de concordância inter avaliadores por meio do
teste kappa fleiss, foi encontrado um kappa 0,74 (p<0,001) considerado de satisfatório a
bom. A elaboração do sistema foi efetiva, o que foi constatado por meio do processo de
validação aparente e de conteúdo do sistema interativo. Também possibilitou o surgimento
de uma ferramenta de triagem do uso de drogas com potencial atrativo para o adolescente.
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Leandro Martins Costa de Araújo (Universidade Federal de São João del Rei), Nadja
Cristiane Lappann Botti (Universidade Federal de São João del Rei)
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Ana Paula Dias Pereira (Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa) e Bruno Logan
Azevedo* (Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Tamara Neder Collier (SAE Campos Elisios/PRD Sampa Programa De Braços Abertos)
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Maria das Dores Souza (Universidade Federal de Juiz de Fora), Anna Maria de Oliveira
Salimena (Universidade Federal de Juiz de Fora), Vanessa Augusta Braga* (Universidade
Federal de Juiz de Fora), Juliane da Silveira Jasmim (Universidade Federal de Juiz de
Fora), Mariana Hufnagel Maranha de Faria (Universidade Federal de Juiz de Fora),
Marcela Oliveira Souza (Universidade Federal de Juiz de Fora), Taís de Oliveira Marques
(Universidade Federal de Juiz de Fora).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Isabel Cristina dos Santos (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III Vitória), Maria
das Gracas Macedo Seabra de Melo (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III
Vitória), Rosana Menezes Marangoni* (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III
Vitória)
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Jardel Sander Silva (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), Cássia Beatriz Batista
(Universidade Federal de São del-Rei), Maria Luísa Magalhães Nogueira (Universidade
Federal de Minas Gerais), Carolina de Sena Sousa (Centro de Referência em Saúde Mental
/ Prefeitura de Belo Horizonte), Denise Birck Sausen (Centro de Referência em Saúde
Mental / Prefeitura de Belo Horizonte), José Eustáquio da Silva Borges (Centro de Referência
em Saúde Mental / Prefeitura de Belo Horizonte), Renata De Brito Calonge (Centro de
Referência em Saúde Mental Álcool e Drogas / Prefeitura de Belo Horizonte), Vanessa
Cristina Costa (Centro de Saúde São José / Prefeitura de Belo Horizonte), Ana Paula
Machado dos Santos (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), Bruna Rodrigues
de Lima (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), Camila Alencar Silva4 (Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais), Daiana Bianco Canuto (Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais), Douglas Henrique Gomes (Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais) , Francyelle Camilly de Souza (Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais), Luana Pereira de Oliveira Rodrigues Trindade (Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais), Lucas Ramos dos Santos Almeida (Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais), Raquel Magda de Abreu Almeida (Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais), Robson Salvado (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), Wandirlene
Aparecida de Oliveira Trindade4 (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais).
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Ilana Mountian* (Conselho Regional de Psicologia de São Paulo), Marilia Capponi (Conselho
Regional de Psicologia de São Paulo).
Este trabalho tem como objetivo a análise crítica de diferentes formas de tratamento e
prevenção sobre uso de drogas nas políticas públicas. A análise parte dos resultados do
relatório de inspeção e fiscalização do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo
das comunidades terapêuticas no estado de São Paulo e de pesquisa dos estudos e
intervenções baseadas na redução de danos. Para a análise das comunidades terapêuticas,
o trabalho se baseará nos relatórios de inspeção e fiscalização realizados pelo Conselho
Regional de Psicologia de São Paulo (2013-2015) e pelo Conselho Federal de Psicologia
(2011), em que foram ressaltadas violações de direitos humanos e, trouxeram à tona,
uma forma específica de compreensão do sujeito e do tratamento da drogadição. Essas
duas publicações denunciam práticas dessas instituições e propõe a reflexão sobre o
“tratamento” oferecido nesses espaços. Esse entendimento sobre as drogas e seus usos
é vistos tanto nos discursos religiosos quanto em discursos médicos específicos, em que
as drogas são entendidas como um mal a ser aniquilado e o usuário colocado no lugar de
vítima ou culpado do uso. Assim, o tratamento só é possível quando se busca a abstinência
total. Outras perspectivas sobre uso de drogas tomaram força a partir dos anos 80, onde
tratamento e prevenção foram vistos como fundamentais para o não uso ou uso regulado
das substâncias. A redução de danos foi pensada visando minimizar os riscos para o
sujeito e a sociedade. Tal perspectiva tende a entender o sujeito na sua singularidade, suas
possibilidades, e sua subjetividade; assim como o cuidado para a diminuição dos riscos para
a sociedade. As drogas, nesse viés, não são vistas a partir dos discursos morais-religiosos
prevalentes, mas sim, como existentes na nossa sociedade e inerentes à experimentação
humana, e aqui o estudo das formas de uso é vista culturalmente e socialmente, aspecto
central para as intervenções realizadas. Para esse debate é relevante ressaltar que os
discursos sobre drogas centram-se num campo moral e assim, aqueles envolvidos com o
uso, são frequentemente estigmatizados e estereotipados, sendo fundamental, portanto
a desconstrução desses discursos para a pesquisa e atuação profissional na área. A
psicologia está implicada nesses entendimentos e intervenções e aqui propomos a análise
desses discursos para o desenvolvimento de formas de terapêuticas para lidar com o uso
abusivo de drogas garantindo a autonomia e respeito aos sujeitos.
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
(Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo), Priscila Mayumi Ota (Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo), Mirian Linares (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo),
Aline Ferreira (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Mariana Miglioli (Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo), Flávia Ferrari (Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo), Paulo Eduardo da Silva Gomes (Secretaria Municipal de Saúde de São
Paulo), Sandra Regina Celotto Cerasso (Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo),
Deolinda Simões dos Reis (Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo), Carlos Alberto
Clemente (Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo), Maria Cristina Vicentin (Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo).
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Os tempos mundanos cada vez mais nos assolam de urgências e, nestas, todos os álibis
se afinam ao argumento da sobrevivência que, para tal, reivindicam segurança. Quando a
sobrevivência se impõe soberana, nos afastamos da graça e do vigor da experiência de
estar “a toa”, de perambular, de andar distraídos, e outros modos de fazer com que o tempo
saia do regime dos fins e pegue velocidades inesperadas que chegam até mesmo a incitar
o pensamento e a invenção. Mas o que será constitutivo da experiência de valor da vida,
nosso empenho ou nosso desempenho? Não será que todo o nosso ímpeto de imaginação
e invenção está sequestrado em função da execução de programas que monitoram nossas
vidas segundo estratégias de sobrevida? Estaremos vivendo a era da performance em
detrimento da experiência? Como se constituem, na atualidade urbano-midiática das vidas,
os parâmetros e os critérios com os quais os arautos da eficácia pretendem esgotar a realidade
com o que julgam saber, pela ciência e/ou pela técnica?Esta imposição da funcionalidade
que passa a convocar, em cada um de nós, os procedimentos de controle sobre nossos
corpos e nossos hábitos e, simultaneamente, a insuflar a culpabilidade por nossas escolhas,
parece um sintoma da imensa ansiedade, do medo avassalador da experiência de devir.
As mudanças e transformações porque uma vida passa, tornando singular o percurso de
qualquer um, parece terem-se esgotado nessa busca de estratégias de defesa - contra o
inimigo de fora e contra o inimigo de dentro. Considere-se de fora o mundo, da bactéria ao
imigrante; Considere-se de dentro o desejo. Mas não será o desejo este apetite de mundo?
Mas que mundo ainda resiste perante este avassalador nivelamento do real ao verificável?
Que desejo vingará perante esta convocação de nossa subjetividade ao país da Anestesia,
drogados para assegurar um real entorpecido de conveniências. Mas o desejo não quer
satisfações, o desejo quer desejar. Nossa pesquisa implica pensar o paradigma estético
de constituição da subjetividade enquanto problematização do uso e consumo crescente
de drogas de todos os tipos, legais e ilegais, administradas e auto-administradas, por este
sujeito urbano-midiático contemporâneo. Qual será o apelo que se aninha nestes usos?
Como diferenciar o uso prescritivo da droga que se impõe, individualmente, a populações
de supostos sintomáticos, do uso de drogas que se compartilham como prenúncio de
aventura? A vida que pulsa nas medulas sabe se esquivar, fugir, trair, gritar, lutar, mas pode
não suportar a estase de apenas durar, como medida regrada de um tempo que apenas
finda.
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Autores: Raphaela da Cunha Bacellar Veiga Garcia* (Universidade Federal de São Paulo),
Helton Alves de Lima (Universidade Federal de São Paulo), Ana Paula Leal Carneiro (Uni-
versidade Federal de São Paulo), Yone Gonçalves de Moura (Universidade Federal de São
Paulo) e Maria Lucia Oliveira Souza-Formigoni (Universidade Federal de São Paulo)
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Maria Eduarda Freitas Moraes* (Universidade Federal de Santa Maria), Adriane Roso
(Universidade Federal de Santa Maria), Michele Pivetta de Lara (Universidade Federal de
Santa Maria), Letícia Dalla Costa (Universidade Federal de Santa Maria).
O uso de crack não é uma situação nova no Brasil. Existem registros da aparição da droga
que indicam que ele começou a ser transportado e consumido no Brasil no final da década
1980 e início da década de 1990. O interesse do trabalho é identificar produções científicas
sobre crack que envolvam especificamente mulheres. A relevância de estudar mulheres
e sua relação com o crack consiste no lugar próprio dessa população na sociedade que,
muitas vezes submetidas ao mesmo tratamento que os homens, acabam por ter seus
interesses tomados de forma secundária ou não tendo especificidades contempladas.
Como objetivo secundário, nos propomos a investigar se os artigos sustentam suas
análises na categoria gênero (categoria que nos permite analisar relações na nossa
sociedade entre mulheres/homens, mulheres/mulheres e homens/homens, buscando mais
equidade nessas relações), enfocando as relações de gênero entre mulheres e homens.
Para tanto, buscamos a produção de artigos na biblioteca eletrônica SciELO (www.scielo.
br). Utilizamos a ferramenta “pesquisa de artigos” e os termos “mulheres” e “crack” com o
boleano “and” para buscar produções que tratassem de ambos termos. A opção de busca
no campo escolhida foi “Todos os índices”. O levantamento foi realizado em julho de 2015.
Foram 18 artigos encontrados. Os critérios de exclusão no levantamento foram: não ter
uma abordagem psicossocial; não tratar de fato dos nossos temas de pesquisa, mulheres e
crack, em nenhum momento do artigo. A partir disso, 2 artigos foram excluídos, restando 16
artigos para análise. Então, foi montada um quadro com os seguintes itens: título; campo de
atuação dos autores; método; palavras-chave; local de pesquisa; se a pesquisa contempla
mulheres de forma específica, e se envolvem a categoria de análise “gênero”. Para entender
se esta categoria analítica era contemplada, avaliamos se buscavam desconstruir algum
estereótipo de gênero, abordavam as iniquidades que existem entre mulheres e homens ou
questionavam alguns dos ideais que a sociedade tem em relação às mulheres. Conforme os
achados, 11 artigos abordavam as mulheres de forma específica. Em 8 foram entrevistadas
apenas mulheres. Os demais artigos não tinham como proposta da pesquisa trabalhar
especificamente com mulheres. Quanto à categoria gênero, constatamos em apenas 3
artigos. Um deles não teve o objetivo de trabalhar questões referentes às mulheres mas
pode-se perceber a categoria como norteador do trabalho, visto que questiona estereótipos
de gênero. Diante do exposto, consideramos que novos investimentos em pesquisa e
publicação na biblioteca eletrônica Scielo, problematizando a questão das drogas a partir
da categoria gênero, devem ser feitos. Consideramos a categoria gênero como essencial
para descontruir os discursos que calcificam “verdades” e contribuem para o sofrimento
psíquico.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
Mariana Figueira Lopes Cançado* (Universidade Federal de Juiz de Fora), Andressa Bian-
chi Gumier (Universidade Federal de Juiz de Fora), Bianca Aparecida Ribeiro Singulane
(Universidade Federal de Juiz de Fora), Ana Paula Fernandes Torres (Universidade Fede-
ral de Juiz de Fora), Jéssyca Mirella Ribeiro de Amorim (Universidade Federal de Juiz de
Fora), Nathálya Soares Ribeiro (Universidade Federal de Juiz de Fora ) & Laisa Marcorela
Andreoli Sartes (Universidade Federal de Juiz de Fora)
Apoio: CNPq Universal (nº 445896/2014-0), BIC/UFJF (nº 552452/2011-4 e 552452/2011-4)
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Embora exista um número expressivo de estudos que contemplem fatores de risco ao uso
de drogas, há escassez daqueles que discutem os fatores de proteção, especialmente
no Brasil. O objetivo do presente estudo foi analisar os fatores para proteção ao uso de
drogas de abuso em famílias de uma comunidade com indicadores elevados de violência
associados às drogas, com vistas a refletir sobre políticas de prevenção. Pesquisa
descritiva e transversal, utilizando inquérito domiciliar e amostragem intencional por cadeia
de referência, a partir de uma sequência de referências fornecidas pelos moradores de um
bairro considerado da periferia do município de Maringá - Paraná. Foram entrevistados 90
moradores, com utilização de um roteiro de entrevista semi-estruturado, complementado
por um roteiro de observação da comunidade. A coleta de dados foi realizada no período de
julho a setembro de 2014. Os dados foram compilados em planilha eletrônica no Microsoft
Office Excel 10.0 e foram importados para o Statistical Software Analisys, processamento
e análise dos dados. Todos os preceitos éticos foram obedecidos e os participantes da
pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os entrevistados
possuíam idade média de 50,5 anos, 77 (85,5%) eram do sexo feminino, e 53 (58,9%)
eram casados, com predominância do ensino fundamental incompleto como escolaridade -
55 (62%). O tempo médio de residência na comunidade foi de 10,5 anos, acompanhada de
reconhecimento da vizinhança, 58 (64,4%) entrevistados disseram que o uso de drogas por
pessoas da vizinhança não interferia na vida pessoal; e 81 (90%) afirmaram que “poderiam
contar com os vizinhos”, confirmando a inserção/participação de uma rede social de
confiança na comunidade. Como fatores protetores para o não uso de drogas as relações
intrafamiliares e a religiosidade, foram os principais aspectos considerados, onde 84 (93,3%)
dos entrevistados afirmaram ter religião. Em referência às relações intrafamiliares, foi citado
o modo de educação familiar, o espelhamentos nos pais e o diálogo, no sentido de conversar
e orientar sobre droga. Com relação as redes de apoio às famílias, consideradas indutoras
de proteção, os entrevistados apontaram: 84 (94%) relataram atividades na comunidade,
como grupos de estudos e atividades na igreja; a procedência dos amigos era do próprio
bairro - referido por 67 (74,4%), seguido por amizades na igreja 38 (42,2%); os próprios
familiares da família extensa 24 (26,6%). Os dados permitem refletir sobre políticas de
prevenção para os problemas relacionados ao uso de drogas em nosso país e em nossas
comunidades e pautar o desenvolvimento de ações que contemplem as necessidades de
saúde loco-regionais para o enfrentamento à epidemia das drogas de abuso.
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Ana Regina Noto (Universidade Federal de São Paulo), Beatriz Guedes Mattozo*
(Universidade Federal de Juiz de Fora), Elisa Kozasa (Hospital Israelita Albert Einstein),
Isabel Cristina Weiss de Souza (Universidade Federal de Juiz de Fora), Jeanny dos
Anjos de Freitas (Universidade Federal de Juiz de Fora), Laisa Marcorela Andreoli Sartes
(Universidade Federal de Juiz de Fora), Luane Araújo Rabello (Universidade Federal de
Juiz de Fora) e Sarah Bowen (Washington University)
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
EXPOSIÇÕES ARTÍSTICAS
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
Wangui
Wanderley Mário Guilherme, mais conhecido como Wangui, é um artista plástico sãojo-
anense que trabalha com a reciclagem de materiais por meio da arte. Com cores mar-
cantes e formas imprecisas, ele retrata os casarões e a realidade de sua tão amada São
João del Rei
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
TRABALHOS PREMIADOS
Dia 05/11
MENÇÃO HORROSA
Título Autores
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
TRABALHOS PREMIADOS
Dia 05/11
PREMIAÇÃO
Título Autores
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V CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DROGAS
LANÇAMENTO DE LIVROS
Dia 05/11
Título Autores
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II SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ÁLCOOL E DROGAS
AGRADECIMENTOS
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