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SOCIEDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO

JUVENTUDE
VICENTINA

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Prêmio Direitos Humanos 2004
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Juventude Vicentina

O Módulo “Juventude Vicentina” está


dividido em três partes:

1.Ver

2.Julgar

3.Agir

JUVENTUDE
VICENTINA
I. Ver

“Um Olhar para a Juventude”

JUVENTUDE
VICENTINA
1. A Juventude Vicentina na Sociedade de
São Vicente de Paulo:

“O Movimento de Juventude Vicentina


nasceu no Brasil por ocasião da Assembleia
Vicentina Pan-Americana de 25 a 29 de
janeiro de 1966, realizada em SP. Entre
outros assuntos foi discutido a inserção da
Juventude na SSVP. Foram tomadas várias
resoluções de incentivo aos jovens, dentre
as quais, a criação das Comissões de
Jovens.” (cfd Mário Maringolo)
JUVENTUDE
VICENTINA
Diz ainda o Documento que “ao lançarmos
nosso olhar sobre o mundo de hoje,
veremos uma juventude confusa na escolha
dos caminhos a seguir.
Problemas enfrentados pela juventude:
dependência química, desemprego,
influência dos meios de comunicação
pluralismo ideológico da fé, etc., que os
mais imponderados classificaram a
juventude (por causa disso) como uma
geração perdida. Mas nosso olhar de fé
nos mostra que por trás de toda incerteza
age o Espírito do Senhor...” JUVENTUDE
(Ass.Pan-Americana, janeiro 1966) VICENTINA
A juventude é movida por uma procura do
infinito, por uma procura de se encontrar a si
mesma. Essa procura pode ser consciente
ou não, da existência de Deus.

- Quais são os objetivos e a razão do agir da


Juventude Vicentina?
- Como ser um jovem Vicentino?
- O que priorizar?
- Quais os métodos adequados para o
encantamento na espiritualidade vicentina
assumida concretamente pela juventude?
JUVENTUDE
VICENTINA
2. Surgimento da Comissão de Jovens na
SSVP:

“Ao participar das reuniões que redundariam na


formação das CJs, as novas amizades das
relações de trabalho com outros conselhos, a
fraca presença de jovens nas conferências
vicentinas, estimularam a empenhar-me no
trabalho de expandir a SSVP entre a juventude.”
(cfd. Mário Maringolo)

- A primeira Comissão de jovens do Brasil foi


fundada no CC de São Paulo;
- Seguido por Juiz de Fora, Rio de Janeiro, Rio
JUVENTUDE
Grande do Sul... Até que espalhou-se para o VICENTINA
Brasil todo.
- Depois da “Jornada da Juventude
Vicentina” é que se estabeleceu um contato
com o CNB;
- O início da Juventude vicentina no Brasil
aconteceu em 23 de abril de 1966, em São
Paulo.
- Foi criado o “Comitê Central de Expansão” ,
posteriormente denominada “Comissão de
Jovens”.
- A primeira reunião da CJ foi em 14 de maio
de 1966
- O “Comitê” foi colocado sob proteção
especial da Santíssima Virgem Maria, após a JUVENTUDE
realização de um tríduo de orações e VICENTINA

estudos vicentinos.
- A primeira Jornada da Juventude em âmbito
Estadual aconteceu nos dias 21 e 22 de
janeiro de 1967. Após essa Jornada o
movimento foi espalhando por todo o estado
de SP e por outros estados do Brasil.
- As Jornadas iam acontecendo nos CCs:
encontros, encontrões, palestras, debates,
retiros etc. Sempre encaminhando os jovens
para a formação vicentina e religiosa;

Dificuldades: a falta de confiança dos


vicentinos adultos, alguns presidentes de
JUVENTUDE
CPs eram contra o movimento jovem; falta de VICENTINA
orientação e formação e falta de dinheiro.
Conquistas:
- Os jovens foram entrando na SSVP;
- Em São José dos Campos – SP, a
juventude vicentina foi o melhor exemplo:
surgiram várias conferências de jovens;
- Com o crescimento da Juventude, foi
necessário solicitar do CNB uma
regulamentação do Movimento para não
perder o foco e o objetivo;
- Em 19 de março de 1972, foi inserido na
Regra Vicentina, as instruções para as
Comissões de Jovens;
- Inclusão de um artigo que recomendava a JUVENTUDE
VICENTINA
criação de uma CJ em cada Conselho.
As expectativas da Juventude

“ (...) Quero a surpresa e a indignação, Quero a


revolta e a pacificação,
Quero o novo e o inalterável,
Quero o alterável e o inexplicável,
Quero os meus problemas todos na gaveta,
Quero viver muito e não me arrepender.
Quero um espelho para me compreender...
Quero reboliço e agitação,
Carinho e compreensão
Silêncio e a solidão,
JUVENTUDE
Estar desapercebido na multidão VICENTINA
Quero escrever todos os meus poemas
Quero que meus projetos deem certo,
Quero plantar qualquer coisa.
Quero a caneta e o corretivo.
Quero escrever um bom livro,
Quero paz mas não a estagnação.
Quero alteração, visão,
Quero rever tudo, mudar junto
Quero ver em mim, crescer um novo país.
(Melina Guterres – Juventude: outros Olhares sobre a diversidade)

Com este poema do seu livro, a jornalista


Melina Guterres , envolve múltiplas questões
enfrentadas pela juventude de nosso tempo e
JUVENTUDE
de todos os tempos da história. VICENTINA
- Ao longo da história a condição da
juventude sempre foi alvo das desconfianças
da sociedade adulta.
- Incompreendida, a juventude busca um
mundo diferente com mais justiça;
- As vezes por não se encontrar, busca
caminhos obscuros;
- A rebeldia é uma característica da
juventude, contra sistemas econômicos,
políticos, educacionais, sociais e religiosos;
- Muitas vezes a rebeldia leva para caminhos
torpes, para uma vida mundana e cheia de
solidão, onde muitos jovens se perdem nas JUVENTUDE
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drogas, no crime, na paganismo.
- A juventude era vista como uma fase
transitória da puberdade para a vida adulta;
- Hoje o papel da juventude tornou-se mais
complexo e específico;
- O tempo da juventude passou a ganhar
relevância, exigindo espaços adequados para
sua vivência social e manifestação cultural;
- A juventude tornou-se mais livre, mais ouvida
e mais valorizada.
- “Neste sentido já não devemos mais olhar
para a juventude como um ciclo de breve
passagem para a via adulta. O período da
juventude se alongou e se transformou, JUVENTUDE
trazendo novas questões para as quais a VICENTINA

sociedade ainda não tem respostas.” (CNBB)


Podemos dizer que a crescente ampliação do
estágio preparatório para a entrada na vida
adulta, associada aos grande avanços
científicos e tecnológicos, gera condições
objetivas para o amplo amadurecimento
físico, intelectual, social, profissional e
espiritual dos jovens.
- São criativos e dinâmicos; inventivos e
visionários;
- Existem aqueles que por falta de apoio
familiar e social acabam se perdendo pelo
caminho, indo ao encontro de caminhos que
JUVENTUDE
acabam matando a jovialidade que há dentro VICENTINA
de si, infelizmente.
O Jovem no contexto do mercado de
trabalho

As diferenças e a desigualdades sociais que


caracterizam nossa sociedade, as opções
para o futuro não são de forma igualitária para
todos os jovens.
- Os efeitos das desigualdades no mercado
de trabalho e suas consequências sobre os
jovens tiveram origem no início da
industrialização e é consequência dela
mesma. Já em 1831, em Lyon, Ozanam já
exprimia a seus amigos a aversão que lhe JUVENTUDE
inspirava a nova classe no poder, pautada nos VICENTINA

anseios capitalistas:
“ Vive-se uma vida industrial e material; cada
um dá atenção à sua comodidade pessoal, ao
seu bem estar particular... A ordem material,
uma liberdade moderada, pão e dinheiro eis
tudo o que se deseja... E a juventude se perde
em sua busca de justiça”.

Os estereótipos da Juventude:
As diferenças dos acessos as bens culturais,
educações e de oportunidades sociais não são
os mesmos para todos os jovens; é para a
minoria rica, ou por aqueles que se esforçam
sacrificando muitas coisas de sua juventude,
lutam para conseguir o que querem e a JUVENTUDE
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jovialidade passa sem que percebam.
Por exemplo um jovem de 23 anos, “bóia-fria” ,
não vive as mesma condições da “Jovialidade”
de um jovem com a mesma idade, classe
média estudante de medicina.
- Isto pode estigmatizar a juventude. Os
Direitos Humanos diz que “todos são iguais
perante a lei, sem distinção,” parece ironia.
- Por um lado a imagem da juventude é muito
banalizada pelos meios de comunicação:
voltada só para os prazeres e a liberdade –
imagem muito presente nos comerciais,
novelas, filmes, capa de revistas, mundo da
moda, desfiles.... JUVENTUDE
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- Por outro lado, a representação negativa:
marginalidade, violência, drogas,
individualismos, desemprego...., rotula a
juventude de marginalizada.
- Os jovens sofrem com as rotulações, com a
falta de atenção da sociedade sobre seus
anseios e sonhos, sobre seu inconformismo
com os sistemas e sobre seus manifestos de
revolta contra a sociedade adulta.
- A juventude deve ser analisada a partir da
compreensão da existência de uma
multiplicidade de “juventudes” que vão e vem,
numa instabilidade complexa. Pois cada JUVENTUDE
grupo requer respostas específicas. Por isso VICENTINA

precisa ser estudada minuciosamente.


Juventude: uma idade cronológica:

Segundo a UNESCO, os jovens são um grupo


populacional que corresponde a faixa etária de
15 a 29 anos. Neste caso pode ser considerado
jovens “os adolescentes/jovens” entre 15 e 17
anos); os jovens/jovens (entre 18 e 24 anos) e
os adultos/jovens (entre 25 a 29 anos).” (Conselho
Nacional da Juventude – 2006)

- Mas nem todo país segue este preceito da


UNESCO.
- Importa ressaltar que esta idade cronológica
serve como parâmetro social para o JUVENTUDE
reconhecimento político da fase juvenil , como VICENTINA
referência para a elaboração das políticas
públicas que beneficiam os jovens.
- Uma Juventude Excluída:

De acordo com a CNBB, a maioria dos jovens


brasileiros representa um dos segmentos
populacionais mais fortemente atingidos pelos
mecanismos de exclusão social. As
estatísticas mostram que a juventude
brasileira é um dos grupos mais vulneráveis à
exclusão, por problemas como:
1.Disparidade de renda;
2.Acesso restrito à Educação de qualidade;
3.Frágil permanência nas unidades escolares
(evasão escolar). JUVENTUDE
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4.Desemprego e inserção no mercado de
trabalho;
5. Falta de qualificação para o trabalho;
6. O envolvimento com drogas;
7. A banalização da sexualidade;
8. Gravidez na adolescência;
9. Doenças como AIDS e depressão;
10. Violência no campo e na cidade;
11. Intensa migração;
12. Mortes por causas externas (assassinatos,
suicídio, extermínio, doenças ...);
13. Limitado acesso às atividades esportivas,
lúdicas, culturais e exclusão digital;
14. Ausência da família;
15. Diversidades familiares;
JUVENTUDE
16. Falta de moradia; VICENTINA
17. Falta de programas assistenciais.
- Estes problemas apontam o descaso das
autoridades sociais, políticas e civis, para com a
juventude;
- Não se preocupam com o seu futuro, não lhes
dão oportunidades de buscar um futuro
promissor. Até criam leis. Mas esses leis na
maioria ficam só nos papéis;
- O mercado de trabalho exige preparação
educacional de nível superior e/ou técnico. E a
grande maioria de jovens brasileiros não
terminam o Ensino Médio. Existem programas
educacionais como o EJA para jovens que
pararam de estudar e deseja continuar. Mas é a
JUVENTUDE
minoria que ingressa neste programa; também VICENTINA
não adianta muito, porque não oferece um
ensino de qualidade.
- Por causa disso, o desemprego e o
subemprego torna-se cada vez maior entre os
jovens.
- E muitos não conseguem uma autonomia
financeira e ficam dependendo da família;
- A vulnerabilidade da juventude e a
dependência financeira da família leva muitas
vezes a caminhos obscuros, ao mundo do
crime, da prostituição e das drogas.
- O jovem que sonha e pretende um futuro
promissor, um emprego legal, a construção de
uma família, vive preocupado e temeroso pois
a sociedade não lhe oferece as oportunidades JUVENTUDE
necessárias para uma vida digna. VICENTINA
O jovem Frederico Ozanam já tinha essas
preocupações em sua época: “ É meu último
ano de minha vida de estudante, confidencia
à sua mãe. Logo virão as preocupações, as
balbúrdias do tribunal , as importunações
dos clientes, a preocupação com as defesas,
o tremor da opinião pública, e, acima de
tudo, a preocupação com o dinheiro e com
os problemas domésticos. Será esta a minha
vocação? Como será meu futuro?”
E ele tinha estrutura familiar, educacional,
religiosa. Imagine os jovens a quem
conhecemos e assistimos, como enfrentarão JUVENTUDE
VICENTINA
a realidade?
Concluindo

O grande desafio no trabalho com a juventude


é a busca do encantamento diário. Acolhendo
e resgatando aqueles que se encontram frágeis
e sem valores cristãos, apresentando-os a um
Deus de amor, um Deus misericordioso que
acolhe sem distinção. Mas para isso é preciso
ter uma estrutura sólida para que a juventude
creia neste Deus.
É preciso mudar as estruturas que ferem a
alma da juventude. Que causam-lhe tantos
danos morais, econômicos, sociais e culturais.
JUVENTUDE
Urge fazermos algo para mudar essas VICENTINA
estruturas, se queremos uma juventude sadia e
feliz.
SOCIEDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO

Louvado seja nosso


Senhor Jesus Cristo!

ECAFO - CNB

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