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Juventude

A juventude (do termo latino juventute),


também conhecida como idade moça,
mocidade, adolescência e juventa,[1] é
entendida como sendo a forma imatura
de um ser vivo, sendo o período antes da
maturidade sexual. Para o ser humano,
esta designação refere ao período entre
a infância e a maturidade, podendo ser
aplicada a ambos os sexos e podendo
haver variações no período de idade que
ocorre de acordo com a cultura. Nesta
fase, grande parte do aprendizado ocorre
fora das áreas protegidas do lar e da
religião, e a conversa torna-se parte
importante do processo.

Este grupo de pessoas não tem sido


contemplado com a atenção necessária
pelos setores sociais. Menos ainda o
jovem do campo, que enfrenta enormes
barreiras, principalmente no acesso à
educação formal e informações em
geral.

Diariamente, vemos e ouvimos inúmeras


vezes a juventude recheando manchetes
de jornais, noticiários de TV,
propagandas comerciais e rodas sociais.
Vítima ou promotora de violências,
carente de políticas de inclusão social,
massa de eleitores, delinquentes, fase de
aprendizado e sem responsabilidades,
futuro da nação ou público consumidor,
as juventudes são compreendidas de
diversas formas equivocadas pelo senso
comum, instituições mantenedoras do
status quo e, inclusive, por alguns órgãos
públicos.

Quanto ao estado de espírito, existe a


compreensão de que ser jovem diz
respeito a uma questão de disposição de
energia, animação, vitalidade, alegria,
liberdade, espírito desbravador, falta de
responsabilidade ou alienação.
Apresenta-se, assim, uma perspectiva de
que ser jovem é apenas uma
característica de humor, gostos ou
apenas uma palavra, colocando a
possibilidade de que se pode ser jovem
várias vezes e em qualquer período da
vida. Ignora-se, com isso, vários outros
fatores que são específicos desse setor
social.

Quanto à rebeldia, existe a interpretação


do fenômeno juvenil como detentor de
uma tendência ideológica
predeterminada, como se o jovem fosse,
naturalmente, progressista, de esquerda
ou revolucionário. Não se reconhece,
assim, a condição de constante disputa
ideológica que este setor sofre. Propõe-
se que a crítica social seja algo
momentâneo, negando, também, os
jovens e as jovens que se engajam em
organizações reacionárias e até mesmo
se colocam numa condição de alienação
social.

Como padrão de estética, moda e


consumo, a cultura moderna impõe um
ideal padronizado de beleza como
expressão de juvenilidade. O mercado,
por exemplo, produz acessórios que
chama de "moda jovem" com a intenção
de padronizar valores estéticos. Como se
este padrão de beleza eternizasse este
período da vida, ou seja, como se o
"parecer" fosse expressão do "ser".

Como faixa etária estanque e


institucionalizada, para a Constituição
brasileira de 1988, através do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA),
juventude é uma fase que vai dos 12 aos
18 anos. É relevante afirmar que o ECA é
uma conquista fundamental no que diz
respeito à garantia dos direitos humanos
para este setor social, mas que vai
apenas até os 18 anos, como se
houvesse, no momento em que o sujeito
faz aniversário, um conjunto de
mudanças psicológicas, sociais, de
direitos e deveres. Não aceitando essa
conceituação de fixação etária, mas
reconhecendo a necessidade de se
delimitar a fase juvenil meramente para
fins de políticas públicas ou estatísticas,
pode-se aceitar uma proposta de
contextualizar os jovens num período
delimitado, mas talvez entre os 15 e os
29 anos.

Essas concepções dispersas não dão


conta de formular uma teoria científica
coerente do que significa ser jovem,
negando o que de específico isso é.
Diversos pesquisadores do tema,
instituições e movimentos, afirmam uma
condição juvenil como fase específica e
singular de transitoriedade psicológica e
sociológica: no que tange ao indivíduo,
seria um período de negação de
verdades idealizadas e estabelecidas
pelas instituições sociais, em conflito
com a necessidade de descobertas,
experimentações e afirmações
(filosóficas, religiosas, sexuais,
educacionais e profissionais);
socialmente, o universo juvenil seria
caracterizado por uma condição de
opressões e cobranças (materiais e
ideais) das instituições sociais (família,
escola, comunidade, igreja, estado...), em
conflito com essa mesma necessidade
de tomadas de decisões.
Alguns momentos específicos do
período juvenil explicam esses conflitos:
a escolha da profissão e, quando
possível, do curso universitário, o que
socialmente atribui, às juventudes, uma
concepção de mão de obra barata na sua
generalidade; a descoberta e a
experimentação do corpo, da
sexualidade e suas orientações, bem
como a interpretação, rompimento, ou
não, com a família e constituição da
própria; as decisões filosóficas,
ideológicas e políticas, como o 1° voto e
o engajamento em organizações... Com
essa gama de conflitos, os jovens e as
jovens expressam suas contradições e
dúvidas de diversas formas, como nos
grupos de identidade, opiniões políticas
e organizações, estilos, costumes, gírias,
roupas, músicas, entre diversos outros.
Daí o conceito de "Juventude" como
compreensão de identidade e
organização e, mais ainda, a
necessidade de caracterização como
"Juventudes", reconhecendo essa
diversidade.

Definições de acordo com a


idade
De acordo com a Proposta de Emenda
Constitucional da Juventude aprovada
pelo Congresso em setembro de 2010
e o Estatuto da Juventude sancionado
em 2013, considera-se jovem no Brasil
todo o cidadão com idade entre 15 e
29 anos.
É entendido como sendo uma pessoa
moça, com idade entre 20 e 29 anos.[2]
"Juventude... são as pessoas que
estão entre os 13 e 24 anos de idade,
inclusivo." — Assembleia Geral das
Nações Unidas.[3]
"Período na vida de uma pessoa entre
a infância e a maioridade. Segundo o
Banco Mundial, o termo juventude
geralmente refere aqueles que estão
entre as idades de 13 a 24 anos." —
Banco Mundial.[4]
"Pessoas entre os 20 e 25 anos de
idade." — Governo de Tasmânia.[5]

Jovem rural
Segundo o jornalista padre Leonardo
Hellmann, "no mundo do trabalho, só se
salvarão os jovens mais audazes, que
forem bilíngues e tenham uma sólida
formação nos campos da
microeletrônica, e os especialistas em
tecnologia de informação".[6] Porém essa
tecnologia dificilmente é de acesso ao
jovem rural.

De acordo com o censo demográfico


2000 do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística, jovens urbanos brasileiros
com 18 anos ou mais, têm um nível de
escolaridade 50% maior do que os que
moram no campo. Faz-se necessário
registrar que 10% dos jovens rurais são
analfabetos e 80% da juventude do
campo, para ter acesso à educação,
precisa deslocar-se a centros urbanos
(censo demográfico 2000 IBGE).

Sabemos que a opção pelos estudos


está entre os fatores que levam os
jovens ao êxodo rural. O jovem que vai
estudar na cidade mais próxima
encontra um modelo de educação que
não se adapta à realidade do campo.
"No campo, o poder público
responsabiliza-se apenas pelo ensino de
1ª a 4ª série", afirma a coordenadora da
Comissão Nacional de Jovens do
Conselho Nacional de Trabalhadores na
Agricultura Simone Battestim.[7]

Além do ensino precário, as dificuldades


de acesso ao serviço de saúde, a
dependência econômica, e tecnologia,
têm empurrado o jovem do campo às
cidades, na ilusão de melhores
condições de vida. Tudo isso tem trazido
inchaço às grandes cidades, e
consequentemente o crescimento das
favelas, e tem levado muitos jovens a
viverem uma vida ociosa e sem
perspectivas para o futuro.

O mundo tem associado o meio rural


como sinônimo de local degradante,
atrasado, não modernizado. Do contrário,
tem visto o meio urbano como um lugar
de progresso e modernidade. Da mesma
forma, Moreno (1982, apud Pereira,
2000) destaca que os jovens rurais que
não estudam são estigmatizados por
suas comunidades, expostos à
exploração do trabalho. A isto, soma-se o
senso comum, estimulado a criar
estereótipos, caracterizando o jovem
rural com simplório, pouco dotado de
inteligência, mais propenso ao trabalho
manual, ou seja, o peão. Do contrário, o
jovem urbano é visto como hedonista,
individualista, avesso às regras, produto
da sociedade.[8]

"Manter a juventude no campo satisfeita


e motivada, mesmo que seja necessária
a adoção de modernos conceitos como
agricultura de tempo parcial, em que
parte da população trabalha nas zonas
agrícolas e mora nas áreas urbanas
disposta a agregar tecnologia e produzir
com eficiência, será vital para o futuro do
país", afirma o presidente das
cooperativas de Santa Catarina (Ocesc)
Neivor Canton.[9] Essa constatação,
justifica programas específicos de apoio
e estimula as novas gerações de
empresários rurais (o colono, como era
chamado antigamente), e produtores.
Canton diz, ainda, que o êxodo rural
persistirá por mais alguns anos,
tornando, cada vez mais rarefeita, a
densidade populacional do campo até
esta estabilizar-se, e que o emprego de
tecnologia compensará a perda dessa
mão de obra.

De qualquer forma, jovens do campo e


da cidade compartilham preferências, no
modo de vestir, falar, nos ídolos do
momento, nos times preferidos, bandas
musicais... Porém, deve-se levar em
conta a individualidade de cada um, a
juventude não deve ser vista como uma
população homogênea.

Referências
1. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário
da língua portuguesa. 2ª edição. Rio
de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p.
997.
2. CENTRO INTERAMERICANO DE
INVESTIGACIÓN Y
DOCUMENTACIÓN SOBRE
FORMACIÓN PROFESIONAL.
Juventude brasileira: um estudo
preliminar (capítulo 3: população
jovem) Disponível em:
http://www.cinterfor.org.uy/public/sp
anish/region/ampro/cinterfor/temas
/youth/doc/not/libro61/iii/i/ .
Acesso em: 24 nov 2005
3. (n.d.) Frequently Asked Questions (ht
tp://www.un.org/esa/socdev/unyin/q
anda.htm) Youth at the UN website.
4. (n.d.) Glossary (http://youthink.world
bank.org/glossary.php) WorldBank
website.
5. (n.d.) Tasmania Together Glossary (h
ttp://www.tasmaniatogether.tas.gov.
au/tastog_original/tt_glossary.html)
Australian Government website.
6. HELLMAN, Leonardo. Uma
sociedade em mudança. Disponível
em:
http://an.uol.com.br/2004/out/21/0o
pi.htm . Acesso em: 10 nov 2005.
7. BATESTIN, Simone. Educação.
Disponível em
http://www.andi.org.br . Acesso 5
nov 2005.
8. PEREIRA, Josete Mara Stahelin. Os
espaços dos jovens nos processos
de transformação do meio rural: um
estudo de caso no município de
Camboriú. Florianópolis, 2001. 150 f.
Dissertação (Mestrado) - Centro de
Filosofia e Ciências Humanas,
Universidade Federal de Santa
Catarina.
9. CANTON, Neivor. Juventude rural e
futuro Disponível em
http://an.uol.com.br/2004/out/21/0o
pi.htm . Acesso em 10 de novembro
de 2005.

Bibliografia
Carlos Matheus Pastori. PASTORI,
Carlos Matheus. Diga-me Com Quem
Andas... (Janeiro, 2011).
http://recantodasletras.uol.com.br/aut
ores/cmpastori .

Ligações externas
Rede Jovem Rural (http://www.jovemru
ral.com.br)
Centro de Desenvolvimento do Jovem
Rural (http://www.cedejor.org.br)
Programa Empreendedorismo do
Jovem Rural (PEJR) (http://www.institu
tosouzacruz.org.br/groupms/sites/INS
_8BFK5Y.nsf/vwPagesWebLive/DO8BG
DY7?opendocument&SKN=1)

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