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Educadores em
Liderança e Cidadania
Módulo 1
As Juventudes e o Novo Ensino
Médio
As juventudes respondem:
Presente, Professor(a)!
Essas informações nos ajudam a compreender ainda mais como de fato a juventude se
refere não só a um período etário, mas um momento identitário de nossos(as) estudantes. Isso
quer dizer que um(a) jovem não só é classificado(a) dessa forma por causa de sua idade, mas por
tudo o que vivencia e constrói, por todos os desafios que se apresentam, inclusive as novas
possibilidades e construção de si, enquanto ser social.
O Brasil é considerado um país jovem. De acordo com a projeção mais recente da
quantidade de jovens vivendo no nosso país, Jovens: Projeções Populacionais, Percepções e
Políticas Públicas, do Centro de Políticas Públicas da FGV Social, em 2021 são 47,8 milhões de
As juventudes respondem:
Presente, Professor(a)!
pessoas entre 15 e 29 anos. Um recorde histórico, pois nunca tivemos tantas pessoas jovens.
Contudo, a pesquisa também aponta que desde o Censo de 2010 há uma queda no percentual
de jovens, denominada de "Pororoca Jovem", representando aumento e diminuição "repentina"
da quantidade de jovens. E inclusive, os centros urbanos deixaram de ser os espaços com a maior
densidade demográfica das juventudes, sendo as periferias metropolitanas as novas regiões
tipicamente jovens. Esses dados nos dizem muito sobre a importância do engajamento de
governos a partir de políticas públicas focadas nessa parcela da população.
Atualmente, são milhares de pessoas com sonhos, projetos de vida, expectativa e
desejos de viver e construir seu presente e seu futuro. E por isso, nós, enquanto sociedade,
precisamos garantir o acesso dessas pessoas às principais ferramentas que possibilitem a
concretização de seus anseios. As juventudes precisam acessar o direito à família, à saúde,
ao lazer, à educação, ao mercado de trabalho, à cultura, e a todos os elementos que possam
garantir-lhes uma experiência digna enquanto seres humanos. Todos esses acessos e outros
estão presentes no Estatuto da Juventude, um documento importante que deve ser
trabalhado em sala de aula e de conhecimento de estudantes e profissionais da educação.
Negar qualquer um desses direitos, pode ser o fechamento das trilhas para que elas possam
alcançar seus objetivos.
As juventudes também estão vulneráveis às crises e desafios impostos. Por exemplo,
elas foram diretamente afetadas a partir do contexto em que vivemos durante a Pandemia do
COVID-19. Segundo pesquisa da Organização Cuso International (2021), que utilizou dados
da ONU, um em cada seis jovens ficou sem trabalho na América Latina, sendo que muitas
outras enfrentaram a precarização das condições de estudo e trabalho. Nós profissionais da
educação vivenciamos isso no nosso dia a dia, identificando uma grande quantidade de
estudantes com dificuldades de acessar os conteúdos e debates ofertados por nós, isso
devido não só à falta de acesso a serviços remotos, como de um ambiente favorável aos
estudos dentro de casa e a necessidade de um trabalho remunerado para garantir o sustento
da família, durante a crise, entre outros motivos.
As juventudes respondem:
Presente, Professor(a)!
Você já reparou que durante o nosso texto sempre nos referimos às juventudes no plural,
e não no singular, juventude. Isso se deve ao fato de que não existe apenas uma única
forma de vivenciar essa fase da vida, mas diversas. Ser uma jovem de 15 anos não é o
mesmo que uma jovem de 23, ou 29 anos. Ao mesmo tempo, uma jovem de 24 anos não
vivencia essa fase da vida da mesma forma, com desafios similares que uma jovem da
mesma idade residindo em um território diferente, e com outros marcadores sociais.
Existem milhares de formas de ser jovem em nosso país, e é preciso nos atentar que
cada pessoa desenvolve um projeto de vida diferente, para respeitarmos cada trajetória e
valorizarmos toda a diversidade presente na sociedade. A escola é um espaço do encontro
das diversidades, muitas vezes é o primeiro espaço em que as juventudes têm o contato
com realidades diferentes daquelas que vivenciam dentro de seu ambiente familiar, ou
território. E por isso precisamos pensar em uma prática pedagógica que possibilite
identificar toda essa diversidade e valorizá-la. Mais a frente veremos que a proposta da
Base Nacional Comum Curricular e do Novo Ensino Médio podem ser ferramentas
excelentes para cumprir essa tarefa. Mas por enquanto, precisamos pensar de que forma
nós professores e professoras conseguimos construir uma prática pedagógica que abarque
toda a diversidade posta pelas juventudes.
As juventudes respondem:
Presente, Professor(a)!
Referências Bibliográficas
ABRAMOVAY, Miriam. CASTRO, Mary Garcia. Juventude, Juventudes: o que une e o que
separa. UNESCO. Brasília, 2006. 744p.
DAYRELL, Juarez (organizador). Por uma pedagogia das juventudes: experiências educativas
do Observatório da Juventude da UFMG / Belo Horizonte: Mazza Edições, 2016.