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Processo de Enfermagem

Processo de Enfermagem
 O processo de enfermagem é um instrumento
 Uma abordagem
 Uma metodologia que direciona um estilo de
pensamento dos enfermeiros para que tomem decisões
apropriadas sobre quais são as necessidades de
cuidados dos doentes ( problemas / diagnósticos), sobre
quais os resultados que se quer alcançar ( objetivos /
resultados) e sobre quais os melhores cuidados para
atender aquelas necessidades considerando esses
resultados desejáveis ( intervenções ações).
Processo de Enfermagem

Para Phaneuf (2001), este pode ainda ser


definido como “ um processo intelectual e
deliberado, estruturado segundo etapas
logicamente ordenadas, utilizado para
planificar cuidados personalizados visando a
melhoria do estado de saúde da pessoa
cuidada.
Processo de Enfermagem – Alfaro-LaFevre
 É um método sistemático de prestação de cuidados humanizados que
enfoca a obtenção de resultados desejados de uma maneira rentável;

 É sistemático por consistir de 5 etapas/passos: Investigação, Diagnóstico,


Planeamento, Implementação e avaliação;

 É humanizado por basear-se na crença de que à medida que planeamos e


proporcionamos cuidados, devemos considerar exclusivamente os
interesses, ideias e os desejos do consumidor (cliente, família, comunidade).
Processo de Enfermagem
A importância do processo de enfermagem é guiar,
orientar o pensamento.

O processo de enfermagem é um instrumento que


serve à atividade intelectual do enfermeiro
Processo de Enfermagem – Benefícios do seu uso
1. Promove um método organizado para o cuidado de enfermagem;

2. Previne omissões e repetições desnecessárias;

3. Proporciona uma melhor comunicação;

4. Focaliza sobre as respostas do indivíduo;

5. Encoraja a participação por parte do cliente;

6. Auxilia o enfermeiro a definir seu papel ao cliente e a outros profissionais de saúde;

7. Aumenta a satisfação profissional e acentua o desenvolvimento de habilidades


cognitivas, técnicas e interpessoais.
Processo de Enfermagem – Razões para a sua
aprendizagem
 Seu uso é uma exigência estabelecida pelos padrões de
práticas internacionais e nacionais

 Proporciona a base para as questões dos exames de


qualificação profissional.

Seus princípios e regras são destinados à promoção


do pensamento crítico na gestão clínica
Processo de Enfermagem - Características

 Intencional, organizado e sistemático: cada etapa destina-se a atingir


uma finalidade específica;
 Humanístico: baseado na crença de que devemos considerar os
interesses, valores, necessidades e cultura exclusivos do cliente;
 Cíclico e dinâmico;
 Focalizado em resultados e de custo efetivo: os seus princípios
permitem atingir o melhor resultado, mais eficientemente e com custo
efetivo;
Processo de Enfermagem - Características
Pró-ativa: salienta a necessidade de não apenas tratar os
“problemas”, mas também preveni-los pelo controle dos
fatores de risco e incentivo de comportamentos saudáveis;
 Baseado em evidências;
Intuitivo e lógico;
 Reflexivo, criativo e orientado para a melhoria: exige que se
melhore continuamente o cuidado de enfermagem
incentivando o pensar com criatividade sobre a obtenção
de melhores resultados com maior facilidade, mais eficiência
e menores custos.
Fases do processo de enfermagem e
de cuidados
Investigação (Colheita dos dados – histórico (
levantamento de dados )
Diagnostico (Analise )
Planificação ( Plano de cuidados / prescrição)
Intervenção ( Implementação - execução do
plano)
Avaliação ( evolução)
Processo de Enfermagem - INVESTIGAÇÃO

1.Colheita de dados;
2.Validação;
3.Organização;
4.Identificação de padrões;
5.Comunicação
Processo de Enfermagem - INVESTIGAÇÃO

Processo organizado e sistemático de busca de informação feita a


partir de diversas fontes a fim de descobrir o grau de satisfação das
diferentes necessidades da pessoa, de identificar assim os seus
problemas, de conhecer os seus recursos pessoais e de planificar
intervenções suscetíveis de a ajudar.” (Phaneuf, 2001:119)

 É o primeiro passo para a determinação da situação de saúde. As


informações colhidas formam, quadro nítido do estado de saúde
da pessoa.

 As informações devem ser: corretas, completas e organizadas;


2. COLHEITA DE DADOS
É um processo permanente, inicia quando se vê o
cliente pela primeira vez, continua em cada encontro
subsequente até à alta;

Recursos usados para a colheita de dados:


Consumidor (pessoa, família e comunidade), pessoas significativas;

Registo de enfermagem, registos médicos;

Consultas verbais e escritas, estudos diagnósticos;

Literatura relevante
2. COLHEITA DE DADOS
 Como assegurar a colheita abrangente dos dados:

Antes de ver a pessoa (processo, registos médicos);


Depois (entrevista, exame físico)
 Tipos de investigação:

 Base de dados – caracterização do cliente, teoria,


exigências legais;
 Investigação de enfoque – monitoriza os problemas
específicos;
2. COLHEITA DE DADOS
 TÉCNICA UTILIZADA:

Entrevista e observação, grupo focal, exame físico


Os métodos complementam-se, devem ser desenvolvidos:
Pautados na ética, observando aspetos culturais e espirituais do
cliente;
O entrevistador deve ter capacidade de estabelecer rapport:
fazer perguntas, ouvir e observar;
O cliente deve saber que esta em boas mãos e que seus
problemas serão abordados e providenciados.
2. COLHEITA DE DADOS
 Diretrizes para entrevista:

Antes da entrevista;

Ao iniciar a entrevista;

Durante a entrevista:
 Saber ouvir

 Saber perguntar – problema principal em primeiro lugar

 Saber observar - aparência geral/linguagem corporal/padrões de interação

 Como terminar a entrevista:


 Solicite que a pessoa resume suas preocupações mais importantes;
 Termine com um ponto positivo, e encoraje a pessoa a tornar-se participante ativa
2. COLHEITA DE DADOS

EXAME FÍSICO:
➢ A sua realização pressupõem habilidade, sistematização e técnica. Constatamos os
dados subjetivos colhidos na entrevista, complementando-os com dados objetivos.

➢ A habilidade de avaliação física inclui:

➢ Inspeção – observação cuidadosa, utilizando os sentidos;

➢ Auscultação – Ouvir movimentos e sons do organismo com auxílio do estetoscópio;

➢ Palpação – tocar e pressionar para testar a dor e sentir as estruturas internas;

➢ Percussão – golpear direta ou indiretamente uma superfície do corpo para determinar os


reflexos, ou para determinar se uma área contém líquido.
2. COLHEITA DE DADOS
 Métodos de Exame físico:

 Céfalo-caudal, dos sistemas (cardiovascular, respiratório, neurológico, músculo-


esqueléticos, gastrointestinal, geniturinário)

 Verificação dos exames laboratoriais e diagnósticos;

 Tipos de dados:

 Subjetivos

 Objetivos

 Atuais e históricos

 Fontes de dados: primários e secundários

 Indicações e realização de inferências: identificação dos dados objetivos e subjetivos, que


ao se agruparem em categorias propiciam inferências
3. VALIDAÇÃO

CONSISTE EM VERIFICAR SE AS INFORMAÇÕES COLHIDAS SÃO


FATUAIS E COMPLETAS, AJUDA A EVITAR:
FAZER PRESUNÇÕES, PERDER INFORMAÇÕES PERTINENTES;

NÃO COMPREENDER AS SITUAÇÕES,

ORIENTAR O ENFOQUE NA DIREÇÃO ERRADA;

COMETER ERROS NA IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS


IDENTIFICAÇÃO DE PADRÕES/TESTE DAS PRIMEIRAS
IMPRESSÕES

 DECIDIR O QUE É RELEVANTE, TOMANDO DECISÕES INICIAS SOBRE O QUE OS DADOS


POSSAM SUGERIR E DIRECIONAR A INVESTIGAÇÃO PARA A AQUISIÇÃO DE MELHORES
INFORMAÇÕES, VISANDO ENTENDER COMPLETAMENTE AS SITUAÇÕES APRESENTADAS.
COMUNICAÇÃO E REGISTO

 É a fase final de investigação. O registo oportuno dos dados


ajuda a promover:
Continuidade da assistência, exatidão, pensamento crítico

 Decidir o que comunicar:


 Comunicar todos os achados anormais

 Decidir o que é anormal: comparação das informações com os


padrões de normalidade aceites
Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO
RETROSPETIVA HISTÓRICA

 Florence Nightingale – 1858 durante a guerra da Crimeia, quando ela diagnosticou e tratou
problemas de saúde. Embora seu trabalho não tenha sido apresentado como uma teoria de
Enfermagem, seus estudos permaneceram até nossos dias, norteando a prática de
enfermagem, para a realização dos estudos referentes à área;

 Hamer 1920 – sugere que os enfermeiros devem usar o método científico e organizar a
ciência de enfermagem;

 McManus 1950 – especifica o termo diagnóstico como uma atividade de enfermagem;

 Vera Fry 1953 – faz a primeira referencia ao termo diagnóstico de enfermagem na literatura;
Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO
RETROSPETIVA HISTÓRICA

 Na década de 60 este interesse foi evidenciado com a publicação de artigos, contribuindo


para evidenciar a polémica com relação ao termo diagnóstico, que para muitos enfermeiros
representava uma atribuição específica do médico.

 Na década de 70 cresceu o interesse na aceitação dos diagnósticos de enfermagem;

 Em 1973, foi realizada a 1ª Conferência do Grupo Norte-Americano para a Classificação dos


diagnósticos de Enfermagem;

 Em 1982 – A North American Nursing Diagnosis Association – NANDA foi formalmente


organizada;
Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO
RETROSPETIVA HISTÓRICA

 Em 1989 – Publicou a Taxonomia I revisada pela NANDA;

 Em 2000 – foi publicada a sua mais nova versão: Taxonomia II da NANDA (NANDA,
2001/2002).

 Em 2015 – foi publicado a decima edição : Diagnosticos de Enfermagem da NANDA


( 2015 – 2017)

 Em 2018 foi publicado a decima primeira edição : Diagnosticos de Enfermagem da


NANDA ( 2018 – 2020)
Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO
CONCEITOS BÁSICOS

É “um julgamento clínico das respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos


processos vitais ou aos problemas de saúde atuais ou potenciais, os quais fornecem a
base para a seleção das intervenções de enfermagem, para atingir resultados pelos quais
o enfermeiro é responsável” (Nóbrega e Garcia, 1994);

É nesta fase que o enfermeiro diagnostica dois tipos de respostas do cliente: diagnósticos de
enfermagem e/ou problemas colaborativos;

Diagnósticos de enfermagem: são os problemas que podem ser prevenidos, resolvidos ou


reduzidos através de intervenções autónomas de enfermagem

Problemas colaborativos: são problemas que podem ser prevenidos, resolvidos ou reduzidos
com as intervenções interdependentes ou colaborativas de enfermagem.
Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO
Julgamento Clínico

 É uma habilidade cognitiva que permite ao enfermeiro fazer o diagnóstico de enfermagem.


Pelo facto de se tratar de uma habilidade, ele deve ser ensinado. Aprendido exercitado na
profissão. Alguns fatores interferem neste julgamento, como: o conhecimento teórico do
enfermeiro, a forma de coletar os dados, a habilidade intelectual, os valores e a experiência
profissional.

Outros Julgamentos:

 Percetivo – identifica sinais e sintomas presentes;

 Por inferência – determina a relação entre os dados colhidos;

 Conclusivo - sugere um nome para o agrupamento de sinais e sintomas – denomina o


diagnóstico de enfermagem
Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO

 VANTAGENS:
 Identificar as dificuldades da pessoa a fim de melhor ajudar;

 Centrar os cuidados mais nos aspetos de enfermagem do que nos


aspetos médicos;

 Oferecer ao doente cuidados de melhor qualidade, cuidados


personalizados e mais humanos;

 Adotar um vocabulário comum, aceite e compreendido em toda a


parte, facilitando assim a comunicação entre os membros das
equipas de cuidados;
Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO

 Facilitar a coordenação do trabalho da equipa de cuidados visando um objetivo preciso;

 Atribuir uma maior importância à prevenção;

 Fornecer elementos de informação para avaliar a carga de trabalho;

 Estabelecer uma base para a avaliação da qualidade dos cuidados;

 Dar ao trabalho da enfermeira um carácter mais rigoroso, mais científico;

 Acentuar a importância do papel da enfermeira no seio da equipa multidisciplinar e na


sociedade em geral;

 Melhor refletir o carácter profissional do papel da enfermeira;

 Desenvolver o saber de enfermagem.


Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO PARA A PRÁTICA DE ENFERMAGEM

 NANDA (NANDA, 2018/2020);

 NIC (Nursing Intervencion Classification) – Classificação das intervenções de enfermagem;

 NOC (Nursing Outcomes Classification) resultados esperados;

 OMAHA – aplicações para a Enfermagem no sistema comunitário de saúde constituído de três


esquemas de classificação: Esquema de classificação de problemas, Esquema de
intervenções e Escala dos resultados”.
Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO PARA A PRÁTICA DE ENFERMAGEM

 Home Health Care Classification – HHCC, Classificação dos Cuidados


Domiciliares de Saúde;

 CIPE Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem;


Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO

Sistema de Classificações

 É o arranjo sistemático em grupos ou categorias, de acordo com critérios estabelecidos;

Taxinomia:

 É um tipo de classificação; estudo teórico de classificações sistemáticas que inclui suas bases,
princípios, procedimentos e regras;

 É o desenvolvimento de uma hierarquia de classes. A ciência de como classificar e identificar;

 Exemplo: Taxinomia I dos diagnósticos de enfermagem da NANDA, compreende nove padrões (do
homem unitário) de respostas humanas: escolher, comunicar, trocar, sentir, conhecer, mover,
perceber, relacionar, valorizar. A taxinomia II é composta por 13 domínios, 106 classes e 155
diagnósticos
Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO

Estrutura do diagnóstico

A estrutura de um diagnóstico de Enfermagem, seus


componentes depende do seu tipo

Tipos:

➢ Diagnostico com foco no problema ( reais)

➢ Diagnostico de riscos

➢ Diagnostico de Promoção da saude ( de bem estar e


síndrome)
Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO
 CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS: são os indícios clínicos, sinais e sintomas subjetivos
que em conjunto, apontam para o diagnóstico de Enfermagem.

 FATORES RELACIONADOS: É algo sabidamente associado com um problema de


saúde específico, que segundo Carpenito podem ser de ordem: fisiopatológicos,
tratamento, situacionais, maturacionais.
Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO
Tipos de diagnóstico

 D. real: descreve um julgamento de uma resposta humana indesejável a uma condição


de saude/ processo de vida que existe em pessoa , família, grupo ou comunidade, que o
enfermeiro validou devido a presença de características definidoras principais.

Problema – relacionado a – Etiologia – evidenciado por – Sintoma

Título diagnóstico + fatores relacionados + características definidoras

Ex: - Pesar relacionado à perda recente de emprego, evidenciado por verbalização de raiva dos
colegas e de tristeza pela perda da rotina;

- Integridade da pele prejudicada relacionada à imobilidade prolongada secundária à pelves


fraturada;

- … evidenciada por lesão de 2 cm na região sacra.


Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO
Tipos de diagnóstico

 D de risco: descreve um julgamento clínico em que o indivíduo ou grupo está mais vulnerável
ao desenvolvimento de um problema do que outros na mesma situação ou situação similar;

EX: Risco para trauma relacionado à falta de atenção sobre os perigos

 de saúde/bem estar: é um julgamento clínico sobre o indivíduo, família ou grupo em transição


de um nível específico de saúde para um mais elevado;

Ex: Desejo de um nível mais elevado de bem-estar;

Estado ou função eficaz presente;

Ex: Potencial para melhoria da nutrição.


Processo de Enfermagem - DIAGNÓSTICO
 D de síndrome: compreende um conjunto de diagnósticos de enfermagem vigentes e de
alto risco previsíveis a um certo evento ou situação.

EX: Síndrome do idoso frágil.

A síndrome da dor crônica.


Processo de Enfermagem - Planeamento
Processo de Enfermagem - Planeamento

 Conceito: é a fase do processo de enfermagem que envolve o desenvolvimento de


estratégias, para reforçar reações saudáveis do cliente ou para prevenir, minimizar ou corrigir
reações não saudáveis do cliente, identificadas no diagnóstico de enfermagem;

 Etapas do planeamento:

1. Estabelecimento de prioridades

2. Estabelecimento de resultados

3. Determinação de prescrições de enfermagem

4. Documentação do plano de cuidados


Processo de Enfermagem - Planeamento
1. Estabelecimento de prioridades
Teoria de Abraham Maslow – “O cliente evolui elevando-se na
hierarquia, ao tentar satisfazer as necessidades”;

Determinar os resultados da alta para priorizar o quadro geral do


plano;

Priorizar problemas que contribuem para outros problemas;

Determinar problemas urgentes


Teorias gerais de motivação

Necessidades – segundo Maslow , as pessoas


diferem no grau de importância que atribuem a
cada uma destas necessidades
Processo de Enfermagem - Planeamento
2. Estabelecimento de resultados

 Equipa – Estabelece objetivos, para o tratamento e alta:

 Objetivo a curto prazo – em 24h (mucosas húmidas, sinais vitais estáveis;)

 Objetivo a longo prazo – em 2 meses (verbaliza satisfação com um movimento intestinal


diário)

 Cliente – os resultados são mais específicos e referem-se ao cliente;

2.1. Resultados esperados: são consequências das ações empregadas para atingir um
objetivo mais amplo; são passos mensuráveis para atingir os objetivos do tratamento os
critérios de alta;

.
Processo de Enfermagem - Planeamento

2.2. Os resultados necessitam das seguintes componentes:

 Sujeito - quem é a pessoa a alcançar os resultados;

 Verbo – ação a realizar para alcançar os resultados (ser mensuráveis);

 Condições – sob que circunstância, será realizada a ação;

 Critérios de desempenho – como deve ser o desempenho;

 Tempo esperado – em quanto tempo será alcançado o resultado.

2.3. Os resultados são classificados em 3 domínios:

 D. afetivo: mudança nas atitudes, sentimentos e valores;

 D. cognitivo: conhecimentos adquiridos, habilidades intelectuais;

 D. Psicomotor: habilidades motoras


Processo de Enfermagem - Planeamento
2.4. Orientação para a escrita dos resultados:

 Devem ter relação com a reação humana

 Devem ser centrados no cliente;

 Devem ser claros e concisos;

 Devem descrever um comportamento mensurável e observável;

 Devem ser realistas;

 Devem ter um limite de tempo;

 Devem ser determinados pelo cliente e pela enfermeira


Processo de Enfermagem - Planeamento

3. Determinação de Prescrições de Enfermagem

3.1. Conceito: São estratégias especificas, criadas para auxiliar o cliente a atingir os resultados.
Elas tem por base o fator relacionado, identificado no enunciado do diagnóstico. As
intervenções podem ser elaboradas através de formulação de hipóteses.

As intervenções de enfermagem estão centradas em atividades necessárias à promoção,


manutenção, ou restauração da saúde, podem ser categorizadas como dependentes,
independentes e interdependentes.

3.2. Classificam-se: cuidados diretos, cuidados indiretos


Processo de Enfermagem - Planeamento

3. 3. Cuidados a serem observados

 Abordar o cliente de forma individualizada;

 Especificar, o que, onde, quem, quando, como e qual a frequência;

 Determinar quem implementará a ação;

 Precisar a ação através de verbo e seus modificadores;

 Data, prescrever para 24 horas;

 Numerar cada atividade, na sequência a ser realizada;

 Assinar
Processo de Enfermagem - Planeamento

4. Documentação do Plano

É o último estágio da fase de planeamento é o registo dos diagnósticos, resultados e


intervenções de enfermagem de uma maneira organizada.

RESPOSTAS DIAGNÓSTICO RESULTADO INTERVENÇÃO


HUMANAS
Vómito; Défice de líquido no organismo Em 48 h pele 1. Oferecer líquidos;
Diarreia; relacionado a vómito e diarreia hidratada, urina 2. Administrar antiemético;
Pele seca; evidenciado pele seca, sede, normal, sem 3. Controlar balanço hídrico.
Sede; turgor da pele diminuída vómitos.
Urina
concentrada
Processo de Enfermagem - Implementação
É a colocação do plano em ação, para alcançar os resultados
esperados.

 Estratégias para a fase de implementação:


 Preparação: intervir antes de agir;

 Intervenção: monitorizar reações adversas durante o cuidado;

 Documentação: investigar respostas ao tratamento após cuidado e


documentar.

 Tipos de sistemas de registo:


 Depende da rotina da instituição
Processo de Enfermagem - Avaliação

Constituído por 4 fases:

Reunião dos dados sobre o estado do cliente;

Comparação dos dados colhidos com os resultados;

Elaboração de um juízo a cerca da evolução do


cliente, na busca de obtenção dos resultados;

O reexame do plano de cuidados


Processo de Enfermagem – Relação entre as etapas

 Investigação e Diagnóstico: À medida que os dados são colhidos,


começa-se a interpretar o que significa a informação e a procurar
novos dados que venham a confirmar ou não o possível diagnóstico
que passamos a conceber;

 Diagnóstico e Planeamento: Os resultados estabelecidos no


planeamento derivam dos problemas diagnosticados. As intervenções
buscam alcançar os resultados esperados. Há ocasiões que
implementa-se um plano mental de ação antes de identificar todos os
problemas;
Processo de Enfermagem – Relação entre as etapas

 Planeamento e Implementação: O plano orienta as intervenções


realizadas durante a implementação. Há situações em que planeia-se
e implementa-se simultaneamente;

 Implementação e Avaliação: Não se implementa um plano de ação


cegamente sem avaliar as respostas iniciais à sua ação.
Relembrando a definição de
enfermagem segundo Virgínia
A enfermeira faz pelos outros o que eles fariam por
si mesmo, se tivessem força física, vontade e
conhecimentos,

O que a enfermeira faz para tornar o doente /


utente independente, o mais rapidamente possível
, ou proporcionar – lhe uma morte serena.
Tomada de decisão do enfermeiro

 A tomada de decisão do enfermeiro que orienta o exercício


profissional autónomo implica uma abordagem sistémica e
sistemática.
 Na tomada de decisão, o enfermeiro identifica as necessidades de
cuidados de enfermagem da pessoa individual ou do grupo( família
e comunidade).
 Apos efetuada a correta identificação da problemática do cliente,
as intervençoes de enfermagem são prescritas de forma a evitar
riscos, detetar precocemente problemas potencias e resolver ou
minimizar os problemas reais identificados
Dois tipos de intervençoes de enfermagem

 o exercício profissional dos enfermeiros insere – se num contexto


de atuação multiprofissional
 assim distinguem - se dois tipos de intervençoes de enfermagem:
 1 - As iniciadas por outros técnicos da equipa ( Intervenções
interdisciplinares de colaboração / interdependente ) as
prescrições médicas, o enfermeiro assume a responsabilidade
técnica pela sua implementação
 2 - As iniciadas pela prescrição do enfermeiro (Intervenções
autónomas)
O enfermeiro assume a responsabilidade pela prescrição e pela
implementação técnica da intervenção.
Intervençoes dos Enfermeiros
❑ As intervenções autónomas ❑ As Intervençoes
Interdependentes
Consideram – se autónomas as
ações realizadas pelos Consideram – se interdependentes
enfermeiros, sob sua única e as ações realizadas pelos
exclusiva iniciativa e enfermeiros de acordo com as
responsabilidade, de acordo com respetivas qualificações
as respetivas qualificações profissionais, em conjunto com
profissionais, seja na prestação de outros técnicos, para atingir um
cuidados , na gestão, no ensino, objetivo comum, decorrentes de
na formação ou na assessoria, planos de ação previamente
com os contributos na definidos pelas equipas
investigação em enfermagem. multidisciplinares em que estão
integrados e das prescrições ou
orientações previamente
formalizadas.
 Em conformidade com o diagnostico de enfermagem, os enfermeiros , de
acordo com as qualificações profissionais :
a) Organizam, coordenam, executam, supervisão, avaliam as intervenções de
enfermagem nos três níveis de prevenção ( Primaria , secundaria e terciaria).
b) B) Decidem sobre técnicas e meios a utilizar na prestação de cuidados de
enfermagem, potenciando e rentabilizando os recursos existente, criando a
confiança e a participação ativa do individuo, da família, dos grupos e da
comunidade
c) C) Utilizam técnicas próprias da profissão de enfermagem com vista à
manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente,
respiração, alimentação, eliminação, circulação, comunicação,
integridade cutânea e mobilidade.
 d) Participam na coordenação e dinamização das atividades inerentes à
situação de saude / doença, quer o utente seja seguido em internamento,
ambulatório ou domiciliário.
 E)Procedem à administração da terapêutica prescrita detetando os seus
efeitos e atuando em conformidade, devendo, em situação de emergência ,
agir de acordo com a qualificação e os conhecimentos que detêm, tendo
como finalidade a manutenção ou recuperação das funções vitais.
 F) Participam na elaboração e concretização de protocolos referentes a
normas e critérios para administração de tratamentos e medicamentos
 G) Procedem ao ensino do utente sobre a administração e utilização de
medicamentos ou tratamentos.
A NATUREZA DOS DADOS A COLHER

Dados
Dados objetivos
subjetivos do Dados atuais
do enfermeiro
doente

Dados do
Antecedentes passado
familiares próximo ou
longínquo
OBJETIVOS DA COLHEITA DOS DADOS

 A recolha dos dados constitui a primeira etapa do processo de


enfermagem que é o instrumento lógico por excelência para :
➢ situar-nos em relação aos problemas da pessoa e a colocar o
diagnóstico de enfermagem,
➢ •planificar as intervenções necessárias,
➢ •permitir assegurar a vigilância clínica ao longo de todo um
episódio de cuidados,
➢ •determinar as necessidades imediatas da pessoa.
OBJETIVOS DA COLHEITA DOS DADOS

A recolha dos dados permite:


➢ Descobrir as suas necessidades mais globais de saúde
➢ Apreciar a progressão do estado da pessoa
➢ Avaliar os cuidados recebidos
➢ Contribuir para as decisões médicas e para o trabalho da
equipa pluridisciplinar, em razão das informações
transmitidas
OS DADOS A COLHER – DADOS
SUBJETIVOS E DADOS OBJETIVOS
 Dados objetivos / manifestações ou sinais - são informações
acerca da pessoa que o enfermeiro obtém através da
observação: auscultação do tórax, palpação de partes do
corpo, toque e olfato.
 Dados subjetivos / manifestações ou sintomas - são aquilo que
os indivíduos dizem estar a viver , sentir, ver, ouvir, ou pensar.

Nota: ao registamos os dados subjetivos devemos escrever


exatamente o que individuo refere entre aspas(“”)
Os dados a colher atuais e passado

 Eles podem ser:


➢ Atuais. São os que descrevem elementos presentes
➢ Passados: são os que pertencem ao passado recente ou
longínquo.
Certos dados são pessoais e outros tocam a família ( doenças
familiares , contexto psicologico ou económico)
✓ Os dados ligados ao passado e os ligados à família fazem parte
dos antecedentes.
Métodos e
elementos de Exames e testes : Exame
recolha dos dados físico , utiliza – se :
Auscultação; palpação;
Inspeção e percussão

Entrevista, Questionário – historia de saúde :


historia familiar; Antecedentes e problemas atuais
A OBSERVAÇÃO E EXAME FÍSICO

 A observação fornece informações sobre:


- Características de uma doença;
- - A higiene;
- - Imagem corporal de um cliente;
- - Estado emocional;
- - Alterações recentes de peso;
- - Estado constitucional.

Perry e Potter, 2006)


Os dois aspetos fundamentais da colheita
dos dados
As informações que os enfermeiros recolhem cobrem dois
aspetos diferentes e complementares:
✓ O aspeto ligado à função autónoma
✓ O aspeto ligado à função de colaboração ou
interdependente.
OS DADOS LIGADOS AO PAPEL AUTÓNOMA

 Estes dados devem permitir – lhes saber o que é preciso fazer no imediato, por
exemplo:
A pessoa apresenta dificuldade respiratória ? Esquelética? Deve adotar uma
posição particular ?
Está sofredora, ansiosa? De quê e de que suporte psicologico ela tem
necessidade?
O que pode comer, beber e como?
Há precauções particulares para eliminação?
Pode levantar – se ? Com que precauções?
Está agitada? Está confuso? Que é necessário prever para proteger? Está em risco
de agressividade?
OS DADOS LIGADOS AO PAPEL AUTÓNOMA

 A pessoa pode falar, exprimir as suas necessidades? se tiver alta para


onde poderá ir?

Hábitos de vida da pessoa têm grandes repercussões sobre a sua


saúde. É importante

saber : se fuma? como se alimenta? como dorme? se abusa de álcool,


de droga?

se está activa? quais são os medicamentos consumidos no momento?


AS INFORMAÇÕES LIGADAS AO PAPEL EM
COLABORAÇÃO

 •Os enfermeiross possuem também um papel interdependente


partilhado com os médicos e os outros profissionais.
 •Este papel comporta a observação do estado do doente de
maneira a relatá-los ao médico.
 •Permite também cumprir o dever de registar as observações no
dossiê e dar conta do estado das condições do doente à sua
chegada e da sua evolução durante a permanência no serviço.
FORMAS DE AVALIAR O DOENTE / UTENTE

 1.Avaliação da cabeça aos pés;


 2.Avaliação por principais sistemas (sistema respiratório,
neurológico, digestivo,...);
 3.Avaliação orientada por um modelo teórico (ex. Virgínia
Henderson – Necessidades Fundamentais).
PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM OU
PLANO DE CUIDADOS
É o roteiro diário, (ou que se prolonga) que
coordena a ação da equipe de enfermagem nos
cuidados adequados ao atendimento das
necessidades fundamentais e específicas do ser
humano..
Bibliografias

 Nanda Internacional ( 2015). Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: Definições


e Classificação 2015 - 2017. 10ª edição. Artmed. Porto Alegre.
 Timby, K, B. ( 2014). Conceitos e Habilidades Fundamentais no Atendimento de
Enfermagem. 10ª edição. Artmed. Porto Alegre.
Exercício:
Colheita dos dados – histórico (
levantamento de dados)
Dois estudantes por grupo
Utilizar as técnicas de colheita dos dados
Pesquisando os dados objetivos e subjetivos

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