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Prof: Rodrigo Fernandes

 Art. 1º. É competência do FISIOTERAPEUTA,


elaborar o diagnóstico fisioterapêutico
compreendido como avaliação físico-funcional,
sendo esta, um processo pelo qual, através de
metodologias e técnicas fisioterapêuticas, são
analisados e estudados os desvios físico-
funcionais intercorrentes, na sua estrutura e no
seu funcionamento, com a finalidade de detectar
e parametrar as alterações apresentadas,
considerados os desvios dos graus de
normalidade para os de anormalidade...
 ...prescrever, baseado no constatado na avaliação
físico-funcional as técnicas próprias da
Fisioterapia, qualificando-as e quantificando-as;
dar ordenação ao processo terapêutico baseando-
se nas técnicas fisioterapêuticas indicadas; induzir
o processo terapêutico no paciente; dar altas nos
serviços de Fisioterapia, utilizando o critério de
reavaliações sucessivas que demonstrem não
haver alterações que indiquem necessidade de
continuidade destas práticas terapêuticas.
 Art. 2º. O FISIOTERAPEUTA deve reavaliar
sistematicamente o paciente, para fins de reajuste ou
alterações das condutas terapêuticas próprias empregadas,
adequando-as à dinâmica da metodologia adotada

 Art. 3º. - O FISIOTERAPEUTA é profissional competente


para buscar todas as informações que julgar necessárias no
acompanhamento evolutivo do tratamento do paciente
sob sua responsabilidade, recorrendo a outros profissionais
da Equipe de Saúde, através de solicitação de laudos
técnicos especializados, como resultados dos exames
complementares, a eles inerentes.”
 A avaliação fisioterapêutica é, se não a mais importante, uma das
mais importantes etapas dos atendimentos de fisioterapia.

 É neste momento que o profissional poderá avaliar seu paciente


para iniciar o tratamento com os melhores métodos e prescrições
específicas para cada caso.
 Além disto, é o primeiro contato que o
fisioterapeuta tem com o seu cliente; é o
momento em que ele coletará dados que
são primordiais para prestar um bom
atendimento, como históricos de traumas
e doenças, intenções e objetivos do
paciente com o tratamento.
 Identificação das queixas trazidas pelo paciente e também na investigação da
história atual e pregressa de como a patologia se instalou, assim como o relato
das atividades que praticadas no dia a dia e das praticadas ao longo da vida.

 Avaliar a condição clínica das articulações, músculos e tendões para verificar se


o indivíduo pode aplicar força ou se necessita passar por algum tipo de
tratamento antes que tenha condições para tal.

 Avalia-se, também, se há boa


predisposição para a recuperação –
prognóstico, entre outras informações,
para, por fim, prescrever dentro das
ferramentas que possuímos a melhor
forma de tratamento que podemos
oferecer.
 Apresentar a anamnese e sua importância junto ao exame físico;

 Apresentar diretrizes para uma avalição consciente e abrangente;

 Relacionar a avaliação físico-funcional com o diagnóstico cinesiológico funcional


 Do Grego: Ana: trazer de novo
Mnesis: memória

 Entrevista realizada pelo profissional de saúde ao seu paciente, que


tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma
doença.

 É o relato sobre os antecedentes e a evolução de uma doença até o


momento da avaliação.
 Independentemente de qual
sistema ou órgão do corpo
humano seja selecionado para
avaliação, nós devemos
estabelecer um método
sequencial, a fim de assegurar
que nada passe despercebido.

 A avaliação deve ser organizada,


abrangente e reprodutível.
 Respeitar algumas etapas
na avaliação nos dá
segurança e domínio para
reproduzir a avaliação em
outro momento,
verificando a recuperação,
ou não, do indivíduo.

 Caso não se observe uma


recuperação, a reavaliação
possibilita uma nova
prescrição de tratamento.
Anamnese
Vejamos uma proposta de sequencia para a avaliação:

 Histórico do paciente – anamnese;


 Observação;
 Exame físico – estático e dinâmico;
 Reflexos e distribuição cutânea;
 Movimentos do jogo articular;
 Palpação;
 Testes especiais;
 Análise dos exames complementares (Magee, 2010).
Anamnese
 “Ouvir o paciente” é uma habilidade que devemos ter, pois a
escuta, muitas vezes, possibilita fazer o diagnóstico.

 Mesmo que o diagnóstico seja óbvio, o histórico do paciente nos


possibilita ter informações valiosas sobre a doença, seu
prognóstico e a tomada de decisão para prescrição do
tratamento.

 identificaremos pontos chave para orientação ao nosso paciente.

 Este nunca deverá sair do espaço terapêutico sem uma orientação


de mudanças de hábito – postura para dormir, trabalhar, carregar
peso ou orientações para a continuidade do tratamento.
 Início do relacionamento com o paciente.
 Adquire-se:
 nome,
 idade,
 sexo,
 etnia,
 estado civil,
 profissão atual,
 profissão anterior,
 local de trabalho,
 naturalidade,
 nacionalidade,
 residência atual e residência anterior.
 Relato do paciente sobre o motivo que o levou a procurar a
assistência fisioterapêutica.
 É geralmente a descrição sintomática dada pelo paciente.
 São os sintomas relatados pelos quais o paciente está procurando
auxílio ou orientação
 Descrição dos acontecimentos recentes relacionado com a QP. É
importante seguir algumas regras para objetivar a coleta adequada
da HDA:

1. Identifique o sintoma principal do paciente;


2. Identifique a época de início;
3. Use esse sintoma como fio condutor da história, estabelecendo
suas relações com as possíveis outras queixas do cliente;
4. Verifique se a história coletada tem início, meio e fim racionais.
 Indagação e registro sobre quais são os medicamentos utilizados
rotineiramente pelo paciente, para que o fisioterapeuta tenha
conhecimento quanto ao controle da doença de base ou das
comorbidades que possam interferir no fisiodiagnóstico ou no
tratamento fisioterapêutico.
História patológica pregressa (HPP)

 É o relato ou coleta de informações sobre doenças


preexistentes ou comorbidades apresentadas pelo
paciente é escrito em algumas anamneses, como
antecedentes pessoais fisiológicos.

 São dados primordiais, pois esclarecem o transcorrer da


doença atual ou justificam alterações encontradas na
avaliação fisioterapêutica. Os antecedentes devem incluir
qualquer doença, cirurgia, acidente ou alergia importante.
 E a descrição sobre os hábitos de vida, as condições
socioeconômicas e culturais do paciente.

 As principais informações devem identificar os seguintes


aspectos:
 Alimentação; Habitação;
 Profissão ou ocupação atual e anterior;
 Atividade física; Hábitos (tabagismo, etilismo);
 Nível socioeconômico e escolaridade;
 Vida conjugal e familiar.
 Conjunto de dados relativos aos antecedentes pessoais
fisiológicos e antecedentes familiares.

 Antecedentes pessoais fisiológicos:

 Informações pessoais sobre a gestação, nascimento,


desenvolvimento físico e psíquico (quando começou a
andar, como era o aproveitamento escolar);

 Antecedentes familiares: informações sobre a saúde ou


doenças dos pais, irmãos, filhos e cônjuge.
 Começar uma entrevista com uma pergunta aberta, ou
seja, perguntas que extraem respostas com mais de uma
palavra é aconselhável mesmo que isto dê ao paciente a
oportunidade de controlar e direcionar a entrevista.

 EX: Diga-me por que você está aqui?


 Quando e como iniciou esse quadro?
 Técnicas de Entrevista
 Quando o avaliador deseja ter informações mais
específicas sobre a natureza do problema, ele pode
começar a usar perguntas fechadas, ou seja,
perguntas que pedem respostas “sim” ou “não” a
fim de caracterizar os sintomas mais claramente.

 A passagem de perguntas abertas para as


perguntas fechadas é denominada técnica de
funil ou sequência do funil.
1. Como a posição deitada 1. Você sente alguma dor após
afeta sua dor nas costas? ficar deitada a noite inteira?

2. Diga-me como você lida com 2. Você está sob algum


o estresse e que tipo de estresse?
fatores estressantes você
enfrenta diariamente? 3. A dor é aliviada com
repouso?
3. O que faz a dor melhorar ou
piorar? 4. Você dormiu bem a noite
passada?
4. Como você dormiu a noite
passada?
Dói assim que você sai da cama?
Melhor forma: Quando as suas costas doem?

 A dor se irradia para a sua perna?


Melhor forma: Você sente essa dor em algum outro
lugar?

Você tem dor na região lombar?


Melhor forma: Aponte para o local exato da sua dor.
Diagnóstico Fisiodiagnóstico

Fisiológico /
Prognóstico Fisiopatológico
 Descrição minuciosa de algo, feita pelo examinador, com base nos dados
e/ou informações deste obtidos por meio de exames. (Quadro clínico)

 Enquanto o médico trata de uma questão patológica básica fundamental e


primária, o diagnóstico do Fisioterapeuta está ligado a função.

 É a definição ou o apontamento do problema encontrado ou da situação


na qual uma pessoa se encontra num determinado momento. Para se
chegar ao diagnóstico da maneira mais eficiente, deve-se fazer um
levantamento do maior número de informações possíveis, muitas vezes
uma pesquisa qualitativa ou quantitativa também deverá ser realizada, a
partir dessas informações levantadas e então se fará uma análise/estudo
para que possa finalmente apresentar o diagnóstico.
 O Fisioterapeuta não identifica a doença no sentido da patologia
básica, mas grupos de sinais e sintomas relacionados a
comportamentos motores e limitações funcionais físicas do
paciente.

 A essência da Fisioterapia é a restauração da função do


movimento e da postura e a natureza dos fenômenos envolvidos
na disfunção do movimento e da postura é que constitui o foco da
intervenção do fisioterapeuta e o esquema de classificação
diagnóstica.
 O tratamento fisioterapêutico é baseado no
diagnóstico cinesiológico funcional feito pelo
próprio fisioterapeuta.
 Este pode buscar em outros diagnósticos, quando
julgar necessário a complementação para o melhor
encaminhamento fisioterapêutico.
 Porém há de se ficar bem claro que em momento
algum existe situação de dependência para as
ações fisioterapêuticas.
 Realizar consultas, avaliações e reavaliações do paciente colhendo
dados, solicitando, executando e interpretando exames
propedêuticos e complementares que permitam elaborar um
diagnóstico cinetico-funcional, para eleger e quantificar as
metodologias recursos e condutas fisioterapêuticas apropriadas,
objetivando tratar as disfunções no campo da Fisioterapia, em toda
sua extensão e complexidade, estabelecendo prognóstico,
reavaliando condutas e decidindo pela alta fisioterapêutica;
 Prestar esclarecimentos, dirimir dúvidas e orientar
o indivíduo e os seus familiares na seqüência do
processo terapêutico; · Manter a confidencialidade
das informações, na interação com outros
profissionais de saúde e o público em geral; ·
Encaminhar o paciente, quando necessário, a
outros profissionais relacionando e estabelecendo
um nível de cooperação com os demais membros
da equipe de saúde;
 V - respeitar o natural pudor e a intimidade do cliente;

 VI - respeitar o direito do cliente de decidir sobre sua pessoa e seu


bem estar;

 VII - informar ao cliente quanto ao diagnóstico e prognóstico


fisioterápico e/ou terapêutico ocupacional e objetivos do
tratamento, salvo quanto tais informações possam causar-lhe
dano;

 VIII - manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento


em razão de sua atividade profissional e exigir o mesmo
comportamento do pessoal sob sua direção;
 É a previsão do que irá ocorrer caso a pessoa realize de
fato as ações propostas pelo profissional de saúde
elaboradas a partir do diagnóstico feito.

 Palavra utilizada para a previsão do curso provável de uma


doença.

 Grego e significa 'saber antecipadamente'.


 Sinais e sintomas de uma doença são coisas distintas, pois dependem da
perspectiva de quem está relatando a história clinica ou avaliando a situação na
relação profissional de saúde-paciente.
São os relatos, as queixas, aquilo que o paciente expõe durante a anamnese. É
uma queixa subjetiva. É o que o paciente sente e relata durante uma consulta.
SINTOMA
Não há uma tradução no exame físico. Exemplo: dor torácica (dor no peito), dor
irradiada pelo membro inferior.
É um achado no exame físico – um dado objetivo – que pode ou não ser relatado
pelo paciente. São as imagens, os sons e outros dados objetivos que o
profissional vê, escuta, ausculta (com o auxílio do estetoscópio) e sente quando
SINAL
realiza o exame físico. É o que se consegue de dados pela observação direta.
Exemplo: movimento e deformidade articular, edema, acúmulo de secreção
pulmonar.
É um conjunto de sinais e sintomas típicos de uma determinada doença. Ex:
características físicas específicas da síndrome de Down (olhos amendoados,
SÍNDROME mãos com prega única na palma, membros mais curtos, tônus muscular mais
baixo e língua protrusa) ou sinais e sintomas típicos da síndrome da insuficiência
cardíaca congestiva (falta de ar – dispneia e edema nos membros inferiores).
Dor Parestesias

Rigidez Insônia

Fraqueza Fadiga

Tontura Limitação de Mov. e


Instabilidade
 Atitude do corpo em repouso em um plano
horizontal

 Utilizado na área da saúde para alguém que está


deitado sem necessariamente estar dormindo.
 É aquela em que o paciente se encontra
deitado de costas, com as pernas estendidas
e os braços estendidos e apoiados em talas.

 O dorso do paciente e a coluna vertebral


estão repousando na superfície do colchão da
maca.
 É aquela em que o paciente se encontra deitado de
bruços sobre o abdômen, com a cabeça voltada
para um dos lados.

 É aquela em que o paciente se encontra deitado de lado com


ambos os braços para frente e os joelhos e quadris fletidos.
 O peso é suportado pela lateral
do ilíaco e pela escápula.
 Posição ereta, em uma cadeira
ou na maca com as mãos
repousando sobre as coxas.

Eficaz e Eficiente.
Termos Significados
Proximal “mais próximo ao tronco”
Distal “mais distante do tronco”
Superficial “mais próximo da” ou “na superfície”
Interno “em direção ou no interior de um órgão ou cavidade”

Externo “em direção ou no exterior de um órgão ou cavidade”

Ipsilateral “no mesmo lado do corpo”


Contralateral ”no lado oposto do corpo”
 Essas informações são valiosas para a prescrição do tratamento. Esse paciente
pode procurar a fisioterapia em decorrência de uma dor cervical, mas na sua
história clinica pode relatar que tem alguns problemas na próstata (ainda em
pesquisa de diagnóstico) e essas informações são de fundamental importância
para a prescrição de um aparelho de eletroterapia que tenha como
contraindicação o câncer.

 Informações sobre doenças na família também possibilitam contraindicar


alguns procedimentos, quando se evidenciam diversos membros da família com
câncer ou doenças cardiovasculares. Fiquem atentos às informações colhidas
com o paciente.

 O examinador também deve prestar atenção a quaisquer sinais e sintomas


“bandeiras vermelhas” potenciais, que indiquem a necessidade de um outro
profissional de saúde (MAGEE, 2010).
 Dor persistente à noite;  Nódulos ou tumorações
 Dor constante em alguma incomuns;
parte do corpo;  Fadiga injustificada.
 Perda inexplicável de peso;
 Nódulos ou tumorações
incomuns;
Cardiovasculares
 Fadiga injustificada.

 Falta de ar / Tontura;  Dor constante e intensa na


 Dor – um sensação de peso no panturrilha ou braço;
tórax;  Pés com alteração de cor ou
 Dor pulsátil em qualquer parte do dolorosos;
corpo;  Edema (sem histórico de trauma).
 Dor abdominal frequente ou  Náuseas ou vômitos
intensa; frequentes;
 Azia ou indigestões  Irregularidades menstruais
frequentes; incomuns.

Febres ou suores noturnos;


Perturbações emocionais graves recentes;
Edema ou rubor em qualquer articulação sem histórico de
trauma;
Gravidez
 Alterações na audição;
 Cefaleias frequentes ou graves;
 Problemas de deglutição ou alterações na fala;
 Alterações da visão ( visão turva ou perda da visão);
 Problemas de equilíbrio, coordenação ou queda;
 Desmaios;
 Fraqueza súbita
 O exame físico geral é a primeira etapa do exame clínico e, além
de complementar a anamnese (entrevista clínica), fornece uma
visão do paciente como um todo, não segmentada. A inspeção
pode ser dividida em duas partes: estática e dinâmica e com a
chegada do paciente no ambiente de avaliação alguns dados já
podem ser observados: nível de consciência, fácies, fala, confusão
mental, postura, mobilidade, entre outros.

A sequência lógica do exame físico


é a seguinte:
 Observar o tipo de rosto do pacientes (fácies). Existem alguns
característicos em que o padrão pode levar à suspeita de algumas
doenças como, por exemplo, hipocráticas (extremamente
emagrecido), lúpica (vermelhidão em “borboleta”) e também
faces com edema, paralisia muscular, movimentos involuntários,
nódulos/tumores e outras lesões e deformidades.
 Avaliação do padrão respiratório – observar se há
dificuldades para respirar ou se está usando força
excessiva (uso de musculatura acessória) para inspirar. O
paciente pode estar eupneico ou dispneico (com
dificuldades de respirar). Observar a frequência
respiratória (o paciente pode estar bradipneico – “poucas
inspirações”, ou taquipneico – “muitas inspirações”)..
 Nessa etapa, deseja-se averiguar observar o paciente, buscando
na região abdominal lesões, distribuição anormal de pelos,
estrias, circulação colateral venosa (veias ao redor da cicatriz
umbilical), cicatrizes. O formato do abdômen também deve ser
observado na inspeção – plano, globoso, batráquio – presença de
ascite, obesos, escavado – muito emagrecido
 Nessa etapa, deseja-se averiguar observar o
paciente, buscando na região abdominal lesões,
distribuição anormal de pelos, estrias, circulação
colateral venosa (veias ao redor da cicatriz
umbilical), cicatrizes. O formato do abdômen
também deve ser observado na inspeção – plano,
globoso, batráquio – presença de ascite, obesos,
escavado – muito emagrecido
 Locomoção bípede ou
marcha é uma tarefa
funcional que exige
interações complexas e
coordenação entre
muitas das principais
articulações do corpo,
especialmente da
extremidade inferior.
 A deambulação ou marcha deve ser avaliada
quanto a deslocamento linear, deslocamento
rotacional (graus), passos, ciclo da marcha (apoio e
balanço, comprimento do passo, comprimento da
passada, largura e duração do passo).
 A palpação é a utilização do sentido do tato com o objetivo de
explorar a superfície corporal – palpação superficial – e os órgãos
internos – palpação profunda.

 A palpação confirma dados da inspeção e permite a obtenção de


novos indícios como alteração da textura, tamanho, forma,
consistência, sensibilidade (tátil, térmica e dolorosa), elasticidade,
temperatura, posição e característica de cada órgão, resistência
muscular, presença de massas e outros.
 Sinais vitais são medidas que fornecem dados fisiológicos
indicando as condições de saúde da pessoa. As alterações das
funções corporais geralmente se refletem na temperatura do
corpo, na pulsação, na respiração e na pressão arterial, podendo
indicar enfermidades. Por essa razão, são chamados sinais
vitais.
 Sua verificação tem como objetivo auxiliar na coleta de dados e
avaliação das condições de saúde da pessoa, bem como
instrumentalizar na tomada de decisão sobre intervenções
específicas. Deverão ser verificados na admissão, durante o
tratamento e após o tratamento fisioterapêutico.
 pulso (frequência cardíaca),
 respiração (frequência respiratória),
 pressão arterial
 temperatura corporal.
 Alguns autores já incluem a avaliação da dor junto aos
sinais vitais, como o 5º sinal vital.
 nem sempre as medidas serão equivalentes. Para aferição da FC,
pode-se auscultar o coração e contar os batimentos cardíacos em 1
minuto. Para aferição do pulso, normalmente se palpa a artéria
radial com o 2° e 3° dedos, contando os batimentos em 1 minuto
(figura 2). É importante também comparar a frequência cardíaca e
o pulso. Nunca verifique o pulso com o polegar, pois ele tem
pulsação própria e poderá mascarar sua avaliação. Na palpação do
pulso, além da frequência, podemos verificar o ritmo, a
intensidade, a forma. A unidade de medida utilizada é: batimentos
por minuto (bpm) (MELO; NAKAMURA; POLHO; CAVALIERI, 2012).
:
Bebês < 1 ano 100 a 160 bpm
Crianças de 1 a 10 anos 80 a 120 bpm
Crianças > 10 anos 60 a 100 bpm
Atletas bem treinados 40 a 60 bpm
Adulto 60 a 100 bpm
Locais mais comuns para obtenção (palpação) do pulso:

 Radial – punho;
 Carótida – pescoço;
 Femoral - região inguinal;
 Braquial - face interna do braço;
 Apical - ausculta cardíaca
 Contar a quantidade de inspirações em 1 minuto, observando movimentos da
caixa torácica ou parede abdominal. Não se deve informar ao paciente que sua
frequência respiratória está sendo verificada, pois inconscientemente ele
mudará o padrão respiratório. É importante verificar também o ritmo da
respiração, que pode conter pausas, períodos de inspiração/expiração
profunda ou ser arrítmica; uso de musculatura acessória, tiragem (retração
dos espaços intercostais, da fossa supraclavicular ou da região epigástrica) –
que evidenciam dificuldade para respirar.

 Observar se não há tempo expiratório prolongado (o normal é o tempo da


inspiração ser maior do que o da expiração, o que pode se inverter em situação
de broncoespasmo – “crise de asma”). A unidade de medida utilizada é
incursões respiratórias por minuto (irpm) (MELO; NAKAMURA; POLHO;
CAVALIERI, 2012).
Respiração (frequência respiratória) normal, pela idade:
Recém-nascidos: 44 irpm
Bebês: 30 a 60 irpm
Crianças em idade pré-escolar: 20 a 30 irpm
Crianças mais velhas: 16 a 25 irpm Verificar: batimentos ou
respirações;
Adultos: 12 a 20 irpm Verificar batimentos ou respirações;
Idosos: 19 a 26 irpm Verificar batimentos ou respirações.
Eupneia: respiração normal;
respiração rápida, acima dos valores da normalidade,
Taquipneia: frequentemente pouco profunda;
Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade;
é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de
Dispneia: várias doenças pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e
gradativa;
Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta;
Apneia: ausência da respiração;
A aferição da PA requer preparação do paciente e escolha do material
adequado. Antes de aferir a PA, deve-se fazer as seguintes perguntas
ao paciente:

 Fumou ou bebeu café ou outros estimulantes há menos de 30


minutos;
 Está sentindo dor;
 Está com a bexiga cheia;
 Está em repouso há menos de 3 minutos.

Se a resposta para todas as perguntas for “não”, podemos prosseguir


com o procedimento. O braço que terá a PA aferida deverá estar
apoiado sobre um suporte, na altura do coração. Não deve estar
pendente.
 O paciente pode estar em pé, sentado ou deitado (para o diagnóstico de
hipertensão arterial sistêmica, utilizamos os resultados quando o paciente está
sentado). Esse braço não pode ter manga de roupa e não pode estar edemaciado
ou ter fístula arteriovenosa.

 Podemos, então, colocar o manguito. Para isso, devemos escolher aquele cuja
câmara tenha uma largura de cerca de 40% da circunferência do braço e um
comprimento de cerca de 80% da circunferência do braço (na prática, a maioria
dos pacientes encaixa-se na faixa normal; se ele for obeso, faça as medições e
peça o manguito de obeso, se ele for muito magro, solicite o manguito infantil).
 Após palpar o pulso da artéria braquial (fica logo abaixo do bíceps), para
verificar se há pulso viável, o manguito correto deve ser posicionado
obedecendo à sinalização da “artéria braquial”, uns quatro dedos acima
da prega do cotovelo. Uma vez preparado o paciente, a aferição da PA
(que é medida em mmHg) segue o seguinte protocolo:

1. Com uma das mãos, palpe a artéria radial (fica do lado do osso rádio,
próximo à mão,
2. e, com a outra, insufle o manguito. A pressão sistólica estimada será
aquela em que você deixar de sentir o pulso radial; 2. Coloque o
estetoscópio sobre o local onde você palpou o pulso da artéria braquial e
insufle o manguito cerca de 30 mmHg acima do valor estimado de
pressão sistólica;
3. Esvazie o manguito à razão de 2 a 3 mmHg/seg e atente-se aos sons de
Korotkoff (uma espécie de “TUM” que surge durante a sístole).
 OBS: os sons de Korotkoff possuem várias fases, mas o importante é saber que:
Fase I (aparecimento do som, o primeiro “TUM”): momento em que a pressão no
manguito se iguala à maior pressão na artéria braquial, que corresponde à pressão
sistólica.
Fase V (desaparecimento dos sons): a pressão no manguito se iguala à menor
pressão na artéria, que corresponde à pressão diastólica (MELO; NAKAMURA;
POLHO; CAVALIERI, 2012)

Através de estudos, descobriu-se que a pressão arterial varia ao longo da vida,


seguindo quatro fases bem distintas, sempre em relação ao padrão de 120 x 80
mmHg:
 um rápido aumento durante o crescimento do adolescente;
 um suave aumento no início da idade adulta;
 um aumento na meia-idade (em geral, ao redor dos 40 anos);
 um aumento lento e uma reversão da pressão arterial na terceira idade
Classificação PAS PAD
Normal ≤120 ≤80
Pré-Hipertensão 121-139 81-89
Hipertensão 1 140-159 90-99
Hipertensão 2 160-179 100-109
Hipertensão 3 ≥180 ≥110
Fonte: SBC, 2016

Convergente: a sistólica e a diastólica se aproximam;


Divergente: a sistólica e a diastólica se afastam.
 temperatura é a medida do calor do corpo: é o equilíbrio entre o
calor produzido e o calor perdido. Varia de pessoa para pessoa. A
temperatura corporal é geralmente menor de manhã e maior à
tarde.

 Material: termômetro de mercúrio – deve ser lavado com água e


sabão a cada uso, secado e colocado em solução antisséptica.
Antes da tomada de temperatura, a coluna de mercúrio deve ser
baixada até o nível mínimo.
 Fatores que alteram a temperatura: atividades
físicas; fatores emocionais; distúrbios da glândula
tireoide; alimentação; ambiente; vestuário; efeito
da ovulação sobre a temperatura; medicamentos;
doenças; traumas. Valores da temperatura média
de cada local do corpo:
Temperatura axilar 36,0 à 36,8 ◦
Temperatura bucal 36,2 à 37,0 ◦
Temperatura retal 36,4◦ à 37,2 ◦
 A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP,
International Association for the Study of Pain) conceitua dor
como sendo "uma experiência sensitiva e emocional
desagradável, associada a uma lesão tecidual atual, potencial
ou descrita em termos de tal lesão". Já McCaffery, em uma
visão mais humanística, diz que "dor é o que o paciente diz ser
e existe quando ele diz existir", colocando a ideia de uma
experiência pessoal e peculiar a cada indivíduo. Márquez
(2008) procura uma conceituação mais abrangente, referindo
que:
Dor é a consciência de uma sensação nociceptiva, induzida por
estímulos químicos ou físicos, de origem exógena ou endógena,
assim como por disfunções psicológicas, tendo como base um
mecanismo biopsicossocial, causando emoções normalmente
desagradáveis, com possibilidades de variáveis graus de
comportamentos aversivos.

A dor não é um aspecto simples de se avaliar, pois é sempre


subjetiva: não conseguimos visualizar a dor por meio de um exame
de imagem, por exemplo. Assim, toda a avaliação do paciente com
dor é feita com base em seu próprio relato.
 Muitos estudos têm apontado a importância da avaliação da dor,
alguns deles sugerindo que seja considerada como o quinto sinal
vital. Dessa forma, a equipe de profissionais de saúde de qualquer
hospital ou clínica, ao registrar os sinais do paciente (pressão,
temperatura, frequência cardíaca e frequência respiratória), deveria
também fazer o registro da dor.

 Para se medir a intensidade da dor que o paciente sente, há escalas


específicas. As mais simples e utilizadas são a Escala Visual
Analógica (EVA) e a Escala Visual Numérica (EVN) (figura 1.4).
Através delas, o paciente pode apontar para o profissional de saúde
o quão intensa é a sua dor: em um extremo, está a condição sem dor
ou dor "nota zero". No extremo oposto, está a dor pior que a pessoa
já sentiu ou "dor nota dez".
 A dor é uma condição complexa e exige que a sua avaliação aborde
diversos aspectos. Além da intensidade, é fundamental saber as
características da dor, o que a faz piorar ou melhorar e quais são
seus impactos na vida do paciente. É importante obter do paciente a
descrição exata da dor.

 Como ela varia de intensidade e qualidade, torna-se difícil para o


paciente descrevê-la. O questionário de Dor de McGill (MPQ) foi a
primeira tentativa sistemática de usar expressões verbais para
avaliar a qualidade dos sintomas e foi o instrumento mais utilizado
na prática e pesquisa da dor (DUTTON, 2010).
 É importante diferenciar as dores agudas das crônicas.
 As dores agudas são consideradas fisiológicas, como um sinal de
alerta da maior importância para a sobrevivência. Tem duração
limitada no tempo e espaço, cessando com a resolução do
processo agressivo.
 Já as dores crônicas não têm a finalidade biológica de alerta e
sobrevivência, podendo-se dizer que se constituem como
verdadeiramente uma doença. Com relação ao aspecto
temporal, as definições variam quanto à sua conceituação, da
duração de mais de três ou seis meses ou as que persistem após
a cura da lesão inicial. Algumas vezes não se consegue uma
causa evidente e clara, o que não invalida o seu diagnóstico e sua
existência.
 Um instrumento bastante utilizado na avaliação do paciente com
dor é a Escala de Qualidade de Vida, SF-36. Trata-se de um
questionário com 36 itens, que aborda diferentes dimensões da
vida da pessoa, como capacidade funcional e estado geral de
saúde, além de aspectos físicos, emocionais e sociais.
 Numa avaliação funcional, quando a queixa principal do paciente
é a dor, dados sobre ela são muito relevantes. As principais
perguntas que se referem à dor dão bons indicativos para
continuação da anamnese. São elas:
 Onde dói? (o paciente deve mostrar o local)
 Quando começou?
 Como começou? (súbito ou progressivo)
 Como evoluiu? (como estava antes e como está agora)
 Qual o tipo da dor? (queimação, pontada, pulsátil, cólica,
constritiva, contínua, cíclica, profunda, superficial)
 Qual a duração da crise? (se a dor for cíclica)
 É uma dor que se espalha ou não?
 Qual a intensidade da dor? (forte, fraca ou usar escala de 1 a 10)
 A dor impede a realização de alguma tarefa?
 Em que hora do dia ela é mais forte?
 Existe alguma coisa que. faça a dor melhorar ou piorar?
 A dor é acompanhada de mais algum sintoma?
TIPO DE DOR ESTRUTURA
Cãibra, indistinta, contínua Músculo
Aguda em tiro Raiz nervosa
Aguda, viva, como um relâmpago Nervo
Ardente, pressionando, ferroando, Nervo simpático
contínua
Profunda, importuna, indistinta Osso
Nítida, intensa, intolerável Fratura
Latejante, difusa Vascular
RAIZ MOVIMENTO
NERVOSA
C1-C2 Flexão de pescoço
C3 Flexão lateral do pescoço
C4 Elevação do ombro
C5 Abdução do braço
C6 Flexão do cotovelo e extensão do punho
C7 Extensão do cotovelo e flexão do punho
C8 Extensão e desvio ulnar do polegar
L2
T1 Flexão dedo
Abdução quadril
quinto dedo (mindinho)
L3 Extensão do joelho
L4 Dorsiflexão do tornozelo
L5 Extensão do hálux
L6 Pantiflexão do tornozelo, eversão do
tornozelo e extensão do quadril
S2 Flexão do joelho
 – os nervos periféricos constituem um tipo de tecido
inerte, pelo fato de que não são tecido contrátil, mas
são necessários para o funcionamento normal do
músculo voluntário. O examinador deve estar alerta
para uma potencial lesão do tecido nervoso, quando
estiver examinando tanto o tecido contrátil como o
inerte. Os nervos periféricos são mais comumente
afetados por pressão, tração, atrito, anoxia ou corte.
Como exemplos, podemos citar compressão do nervo
mediano, no túnel do carpo; tração do nervo fibular
comum na cabeça da fíbula durante uma entorse em
inversão de tornozelo. Resfriamento, congelamento,
lesão térmica ou elétrica também podem afetar os
nervos periféricos (MAGEE, 2010).
 os movimentos ativos têm seu próprio valor pelo fato de
combinarem testes de amplitude articular (goniometria),
controle, força motora e disposição do paciente de
executar o movimento. Tecidos contráteis, inertes e
nervosos são envolvidos ou movidos durante o
movimento ativo. Devemos observar quais os
movimentos que causam dor ou outro sintoma e a
quantidade e qualidade do movimento. Deve-se
observar, também, o ritmo do movimento juntamente
com qualquer dor, limitação ou movimentos substitutos
(truques) que ocorram. Deve-se observar, no arco do
movimento (tabela 1.5), o grau que apresenta a dor ou
disfunção, sempre comparando os dois hemicorpos.

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