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INTRODUÇÃO
Prezados Pós-graduandos,
TERAPIA INTENSIVA
Referências bibliográficas
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
Forma de manifestação;
Em que hora do dia ou da noite melhora ou piora;
Fatores hereditários;
Tipos de atividade atual e anterior;
Condições de moradia e tipo de habitação;
Hábitos e vícios atuais e anteriores;
Tipo de cuidados até então tomados em relação a doença.
É importante que a anamnese não seja cansativa ou desgastante para que
possa obter um bom fisiodiagnóstico e orientando quanto ao prognóstico, a fim
de que seja possível estabelecer a melhor conduta terapêutica para a melhora,
cura, reabilitação ou prevenção de complicações do quadro clínico já
estabelecido.
Dessa forma podem ser desenvolvidos os seguintes tópicos:
- Queixa principal: é a exploração dos sintomas do paciente detalhado. Nesse
item o mesmo lhe oferece um diagnóstico, como por exemplo: “eu sinto falta de
ar”, e a partir dessa informação te oferece subsídios para os outros itens.
- História da doença atual: Nesse ponto a história da doença deve ser
descrita, relatada em termos técnicos e precisos.
- História social: Onde descrevemos o grau de escolaridade, habilidades
sociais, relacionamentos e hábitos quanto a alimentação, tabagismo e uso de
álcool.
Avaliação do nível de consciência
A avaliação do nível de consciência é um fato importante não só para os
pacientes com patologias de base neurológica, mas para todos os pacientes
críticos, pois a alteração no nível de consciência pode significar uma piora
evolutiva do quadro.
Escala de Coma de Glasgow
A escala de Glasgow ( tabela1) foi desenvolvido durante a década de 70 como
uma forma de graduar a gravidade em pacientes com traumatismo
cranioencefálico ( TCE) e prevê as chances de recuperação do seu estado
critico tal como nortear determinadas decisões clínicas por exemplo a
necessidade de entubação eletiva ( Glasgow abaixo de 10).
Tabela 1: escala de coma de Glasgow
Resposta Achado Valor
Abertura ocular Espontânea 4
A voz 3
A dor 2
Nenhuma resposta 1
Resposta verbal Orientado 5
Confuso 4
Fala inadequada 3
Fala incompreensível 2
Nenhuma resposta 1
Resposta Motora Obedece ao comando 6
Localiza a dor 5
Retirada a dor 4
Flexão( descorticação) 3
Extensão ( descerebração) 2
Nenhuma resposta 1
Legenda: Deve – se somar os três parâmetros de avaliação. Resultado igual ou abaixo de 8 se
observa um estado de coma.
É importante tomar cuidado para não realizar exames neurológicos em
pacientes previamente sedados. Estes devem ser avaliados quanto ao grau de
sedação. Essa escala é chamada escala de Rawsay (tabela2)
Grau 1 Ansiosoe/ou
agitado
Cooperativo,
Grau 2 orientado e
tranquilo
Responde aos
Grau 3 comandos
Desperta com
Grau 4 estímulos glabelar
ou sonoros altos.
Resposta leve com
Grau 5 estímulo glabelar
ou sonoro alto
Ausculta pulmonar
GASOMETRIA ARTERIAL
Para femural:
1- O paciente deve estar em supino;
2- Membro inferior escolhido estendido e discretamente abduzido;
3- Prepare a região inguinal escolhida com gase embebida em álcool a
70%;
4- Palpe a artéria femural, com o indicador, 2 cm abaixo do ligamento
inguinal;
5- Puncione a pele num ponto sobre a artéria femural, 1 cm do dedo que
palpa;
6- Siga as instruções anteriores a seguir.
Figuras ilustrativas:
Referências bibliográficas
1. 1) HUHEEY, J. E.; KEITER, E. A.; KEITER, R. L. Inorganic Chemistry. 4a ed.
New York: Harper Collins, 1993.
2. Lee, J.D. Química Inorgânica – não tão concisa. Tradução da 5a edição inglesa.
São Paulo: Edgard Blucher, 2000.
OXIGENIOTERAPIA
EXEMPLOs:
Referências bibliográficas
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
Coordenação e elaboração: Prof. Rogério Ultra
e-mail: rogerultra@hotmail.com Página 13
PÓS- GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA EM UTI UNESA
Monitorização invasiva
MONITORIZAÇÃO RESPIRATÓRIA
Referências bibliográficas
vermelhos cursa também com uma queda no volume de hemácias, por não
ter hemoglobina para preencher a célula.
VN: 14 – 18 g/dl (100ml) Homens e 12- 16 g/dl Mulheres
Células brancas ou leucócitos
São células de defesa do nosso corpo, nas quais apenas as células
maduras circulam no sangue normal. As células imaturas encontram-se nos
órgãos onde são formadas e só vistas no sangue circulante em condições
patológicas. Os leucócitos são classificados em granulócitos, linfócitos e
monócitos .
Há duas formas de divisão dos leucócitos: local de produção e/ou
atuação, formato morfocitonuclear.
LOCAL DE PRODUÇÃO E/OU ATUAÇÃO
Leucócitos do sistema mielóide (medula óssea)
Granulócitos: Neutrófilos, Basófilos, Eosinófilos.
Leucócitos do sistema linfóide (baço, gânglios linfáticos, linfonodos)
Linfócitos
Leucócitos do sistema reticuloendotelial (células disseminadas por
vários órgãos).
Monócitos
FORMATO MORFOCITONUCLEAR
Granulócitos (grânulos no citoplasma) ou polimorfonucleares (núcleo
multilobulado)
Neutrófilos
Basófilos
Eosinófilos
Agranulócitos ou mononucleares
- Linfócitos
- Monócitos
- Contagem de leucócitos (CL)
-
VN: 5.000 – 10.000/mmm3
Neutrófilos
São as células mais numerosas no sangue dentre os leucócitos. É uma célula
fagocitária onde nos locais de trauma ou infecção são as primeiras a s se
apresentarem.
VR: 55 – 65% CL
Eosinófilos
São células que ingerem complexo antígeno-anticorpo e tornam-se ativos nos
estágios posteriores da inflamação. Reagem a doenças alérgicas e parasitárias
e contêm histamina em sua composição sendo 1/3 de toda histamina corporal.
VR: 1 - 4 % CL
Basófilos
É o granulócito menos freqüente no sangue. São células fagocíticas que
contêm heparina, histamina e serotonina em sua composição. Desempenha
importante papel na hipersensibilidade e na anafilaxia, ligando-se a
imunoglobulina E (IgE). Quando se apresentam nos tecidos são chamados de
mastócitos.
VR: 0.5 – 1 % CL
Linfócitos
Desempenham papel importante nas reações imunológicas. Todos os linfócitos
são produzidos na medula óssea, porém os linfócitos B amadurecem nos
órgãos linfóides e os linfócitos T amadurecem no timo. As células B,
responsáveis pela imunidade humoral, controlam a resposta antígeno-anticorpo
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PÓS- GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA EM UTI UNESA
Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
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PÓS- GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA EM UTI UNESA
SINDROME DA IMOBILIDADE
Tratamento Fisioterapêutico:
- Estimular a movimentação no leito e a indepêndencia nas atividades.
- Estimular a deambulação (caminhada).
- Prevenir complicações pulmonares.
- Auxiliar na resolução de patologias pulmonares já instaladas.
- Promover um padrão respiratório mais eficaz.
- Evitar complicações circulatórias.
- Reduzir a dor.
- Manter força muscular e a amplitude de movimentos com exercicios. Ex:
Isômetricos, metabólicos, ativos-resistidos e passivos.
- Evitar encurtamentos musculares, atrofias e contraturas.
- Melhorar mobilidade e flexibilidade, coordenação e habílidade.
- Promover relaxamento.
- Prevenir e tratar o edema (inchaço) que pode ocorrer como consequência da
patologia de cirurgias ou da imobilização no leito.
- Promover a reeducação postural.
- Promover a conscientização corporal.
- Prevenção de ulceras de pressão (desde a fase aguda hospitalar, realizando
mudanças de decúbito de 2/2hs).
Referências bibliográficas
1- ULTRA,Rogério.Fisioterapia Intensiva,2°ed.Rio de
Janeiro,Guanabara Koogan,2009.
A fisioterapia na UTI neonatal tem por objetivo manter vias aéreas pérvias,
prevenir as complicações pulmonares e melhorar a função respiratória nas
patologias que acometem o período neonatal.
Deve-se ressaltar que na maioria dos recém-nascidos uma boa posição e a
manutenção do volume pulmonar são mais benéficas do que o uso de
manobras estressantes.Antes de iniciar qualquer intervenção é fundamental
estabelecer um programa de atendimento fisioterapêutico, que inclui a
definição clara dos objetivos terapêuticos, determinação das prioridades e a
aplicação rigorosa das técnicas escolhidas. Além disso, o programa deve
prever a reavaliação contínua da efetividade e da eficácia das técnicas
utilizadas e a ocorrência de complicações, no sentido de modificar as
estratégias de atendimento de acordo com a evolução do quadro.É de extrema
importância também o conhcimnto a fundo da história obstétrica e materna do
RN;a idade gestacional;o peso ao nascimento;o boletim de Apgar;o tipo e
condições do parto;doença pulmonar de base.
Técnicas Fisioterapêuticas:
Drenagem postural:
Tem como pré-requisito o conhecimento da conformação da árvore brônquica,
pois para cada área específica do pulmão há uma postura de drenagem
correspondente a ação da gravidade que, aliada ao posicionamento do bebê,
facilita a drenagem das secreções de regiões mais periféricas para brônquios
de maiores calibres de onde podem ser mais facilmente removidas.Tal
manobra pode ser utilizada isoladamente ou em associação a
vibrocompressão. A postura de drenagem para neonatos, além de restrições
com a presença de drenos torácicos ou cateter umbilical, deve ser adaptada a
cada caso específico:
Está contra-indicado a posição de Trendelenburg, já que no recém-nascido,
em.
O decúbito ventral está contra-indicado nos pacientes com distensão
abdominal grave (íleo infeccioso, enterocolite necrosante), no pós-operatório de
cirurgias abdominais ou cardíacas e nos defeitos de fechamento da parede
abdominal onfalocele e gastrosquise).
A alternância periódica dos decúbitos, além de ser benéfica na melhora da
função pulmonar e favorecer o desenvolvimento neurossensorial e psicomotor,
propicia maior conforto ao bebê e previne a formação de escaras de decúbito
Vibrocompressão:
A vibração manual consiste em posicionar a mão espalmada na parede do
tórax sobre o segmento pulmonar a ser drenado.A seguir, iniciam-se as
contrações isométricas dos músculos do antebraço e mão que produzirão a
energia cinética sob forma de movimentos vibratórios, a qual será transmitida
para o interior do tórax. E, por fim, desliza-se a mão em direção ao brônquio
fonte correspondente respeitando a anatomia das costelas.
Aspiração
A aspiração das vias aéreas tornou-se de tal maneira rotineira em UTI,
que existe uma tendência a esquecer suas complicações e riscos. Mesmo
quando realizada apropriadamente, a aspiração é um procedimento que
envolve cuidados e obediências e certos rigores técnicos. Sua indicação
baseia-se na evidência de sinais diretos ou indiretos de acúmulo de secreção
nas vias aéreas ou tubo endotraqueal.
Cuidados antes do procedimento:
Falar suavemente antes de tocar, observando como o bebê reage a
essa estimulação;
Posicionar e dar contenção elástica;
Evitar mudanças súbitas de postura;
Respeitar o estado comportamental do bebê, se estiver protestando ou
chorando, consola-lo completamente antes da realização do
procedimento.Quando um procedimento que causa diminuição da
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Posicionamento
Alternar os decúbitos com certa freqüência (de 2 a 4 horas) e posicionar
corretamente o bebê,podem ser procedimentos benéficos tanto para o aparelho
respiratório, prevenindo a estase de secreções, funcionando com um estímulo
para a parede torácica e facilitando a reexpansão pulmonar em áreas
atelectasiadas, quanto para o desenvolvimento neurosensorial e psicomotor do
bebê, além de propiciar um maior conforto e evitar escaras de decúbito.
Posicionamento em decúbito ventral
Posicionar o bebê em decúbito ventral significa oferecer melhor
estabilidade à caixa torácica e conseqüentemente, maior acoplamento torácico
abdominal, facilitando aos músculos respiratórios a expansão do tórax
altamente complacente dos RN pré-termos.
Posicionamento em decúbito dorsal
O RN fica mais desorganizado, sendo este posicionamento mais
freqüente, no momento da aspiração , ou quando alguma patologia não permite
que se coloque o RN em prono, como nos primeiros momentos da colocação
do catéter umbilical ou cirurgia recente.Pode trazer efeitos não desejados ao
bebê, como hiperextensão de pescoço, elevação de ombros, retração
escapular, achatamento da cabeça. Não promove flexão, permitindo maior
efeito da gravidade, dificultando as atividades de linha média, sendo mais
estressante (mais alterações de sono, mais sustos e maior agitação).
Posicionamento em decúbito lateral
É uma postura vantajosa sob o aspecto do desenvolvimento
neuropsicomotor, pois facilita a flexão ativa ao nível do tronco e quadril, a
melhor orientação entre mão e a linha média e entre a mão e a boca, que
favorecem desenvolvimento da auto-organização e simetria.
A fisioterapia intensiva pediátrica tem uma grande função para o cuidado com
crianças que estão gravemente doentes necessitando de cuidados intensivos.
A faixa etária a qual nos referimos se encontram em torno do primeiro mês de
vida (lactente) até
Um dos aspectos mais difíceis no tratamento do paciente pediátrico é a
interação com a criança, o ambiente hospitalar causa um certo desconforto ,
medo e insegurança nesses pacientes , por isso torne-se importante uma
abordagem específica e multidisciplinar onde o entrosamento ocorra tanto entre
a equipe , quanto com o paciente e seus familiares.A intervenção
fisioterapêutica requer um conhecimento da patologia que levou a criança a
necessitar de tratamento intensivo , isso inclui um cuidado minucioso com a
avaliação , com o planejamento e com o tratamento que será direcionados a
estes pacientes.É necessário uma abordagem diferenciada para estes
pacientes , já que nem sempre conseguimos uma colaboração e compreensão
para a eficácia do tratamento.
Crianças que apresentam distúrbios neurológicos necessitam de um suporte
diferenciado , onde torna-se necessário a orientação aos familiares e a equipe
de enfermagem sobre como manter a mobilidade deste paciente no leito.
Para a avaliação destes pacientes torne-se necessário um apanhado do seu
histórico de internação onde coletamos os detalhes das observações médicas ,
e das avaliações relevantes como exames laboratoriais e radiografias.Também
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Técnicas fisioterapêuticas
Vibração Torácica
A vibração torácica consiste em movimentos oscilatórios rítmicos e rápidos de
pequena amplitude, exercidos sobre a parede do tórax com a intensidade
suficiente para causar vibração em nível bronquial; uma freqüência ideal
desejada situa-se entre 3 e 55 Hz e pode ser aplicada de forma manual ou
mecânica.
O efeito positivo desta técnica baseia-se na propriedade tixotrópica do muco,
que se liquefaz quando submetido a constante agitação. Portanto concluiu-se
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que a alta freqüência transmitida aos tecidos pulmonares pode, por meio da
vibração, modificar suas características físicas, facilitando a mobilização das
secreções pela árvore traqueobrônquica. Um outro efeito teórico seria o de se
aproximar de 13 Hz a freqüência dos cílios vibráveis, para amplificar , por
concordância de fase, a amplitude dos movimentos ciliares.
Compressão Torácica
Como o próprio nome diz, a técnica consiste na compressão realizada na
parede torácica durante a fase expiratória do ciclo respiratório de forma
relativamente brusca objetivando a formação de fluxo turbulento por
aceleração do fluxo expiratório intra pulmonar, objetivando a mobilização de
secreções.
Para aplicação da técnica, as mãos do fisioterapeuta devem estar dispostas no
sentido anatômico dos arcos costais, com os dedos colocados entre os
mesmos. A força compressiva deve ser distribuída igualmente entre a palma da
mão e os dedos.
A dor é uma manifestação muito freqüente, evidenciada durante o emprego da
manobra. Isso dificulta e compromete os benefícios provenientes do recurso,
devendo o fisioterapeuta dosificar seu esforço compressivo, sua técnica, e
solicitar uma analgesia adequada se necessário.
Esta manobra está contra-indicada em pacientes com osteopenia da
prematuridade, plaquetopenia entre outros.
Os benefícios dessa manobra tem sido relatados na literatura quando ela é
aplicada isoladamente, entretanto tem se demonstrado uma maior eficiência e
eficácia na terapia quando esta é aplicada conjuntamente a outras manobras
como a vibração.
Drenagem Postural
A drenagem postural pode ser considerada um recurso terapêutico simples,
porém amplamente empregado na fisioterapia respiratória e apresentando
excelentes resultados, principalmente quando associado às demais técnicas
convencionais de higiene brônquica. Ela não é necessariamente um recurso
mecânico, nem tampouco manual, mas sim um processo da própria natureza,
baseado em um princípio físico, que é a ação de gravidade.
Essa manobra como recurso terapêutico já foi descrita há muitos anos,
havendo relatos datados do início do século. Alguns autores demonstravam
que as posições de drenagem postural propiciavam maior facilidade na
mobilização de secreções das diversas áreas pulmonares, propiciando maior
expectoração e, portanto maior eficiência na terapia.
Em crianças, pela gravidade as posições assistidas podem ser usadas da
mesma maneira, tomando-se algumas precauções principalmente quando se
trata da inclinação de cabeça para baixo (trendlemburg) que deve ser evitada
em crianças com pressão craniana elevada e em lactentes pré-termo que estão
com risco de hemorragia peri - intraventricular. Essa posição também deve ser
evitada em lactentes e crianças com distensão abdominal, pois nesses lugares
o diafragma está em desvantagem mecânica, e em crianças com história
pregressa de refluxo gastroesofágico, pois algumas evidências sugerem que
essa posição possa agravar o refluxo e possibilitar a aspiração.
Bag-Squeezing
O bag squeezing é um recurso fisioterapêutico que pode ser utilizado para
pacientes que cursam com quadro de hipersecreção pulmonar e tampões
mucosos, e que estejam necessitando da utilização de ventilação artificial, por
meio de um aparelho de ventilação mecânica invasiva.
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Manobra Zeep
Esta técnica é realizada somente em pacientes que estejam necessitando de
ventilação artificial por meio de ventilação mecânica invasiva. Essa manobra
pode ser utilizada durante a terapia convencional, associada às demais
manobras ou quando estas não puderem ser realizadas por haver alterações
patológicas como osteoporose ou osteopenia importante, plaquetopenia, entre
outros. Nessas situações a manobra zeep pode ser utilizada como técnica de
escolha.
Para realizá-la é necessário elevar a pressão positiva expiratória final até um
mínimo de 10cmH2O e num instante depois levar esta pressão até zero (Zeep)
juntamente com a vibrocompressão realizada sobre a parede torácica.
Posteriormente deve-se retornar a pressão expiratória final aos níveis
anteriores aos dos antes da realização da manobra.
Tosse
O mecanismo da tosse consiste em uma inspiração profunda sendo chama de
fase preparatória com duração de um a dois segundos; a segunda fase associa
o fechamento da glote, tensionamento das cordas vocais, contração dos
músculos abdominais, intercostais e glóticos. O diafragma eleva-se o que
causa um aumento importante da pressão intratorácica e abdominal, durando
esta fase em torno de 0,25 segundos; na terceira fase ocorre a abertura da
glote e a expulsão do ar em alta velocidade.
A tosse pode ser realizada de várias formas, pode ser um ato de imitação
voluntária, em crianças pequenas, pois a tosse ativa e voluntária é incomum
realizar-se antes de dois anos e meio de idade. Pode ocorrer de maneira
assistida, com pressão manual torácica e compressão abdominal, ou ainda ser
associada com huffing, onde o paciente deverá fazer uma expiração profunda e
única com a boca aberta. Preferencialmente o terapeuta comprime
manualmente o abdome do paciente. Pode a tosse ser, ainda induzida,
indicada para pacientes não cooperantes, com rebaixamento do nível de
consciência, idosos, astênicos, crianças, portadores de vias aéreas artificiais ou
com diminuição de força muscular. Há ainda outras maneiras de realização :
Estimulação da traquéia através da compressão da fúrcula esternal;
Induzida por ambu na inspiração e compressão manual expiratória
(bag squeezing);
Suspiros ou aumento do fluxo inspiratório no ventilador mecânico;
Instilação de solução fisiológica nas vias aéreas artificiais;
Induzida por vibração ou percussão manual.
Aspiração
Esta técnica pode ser realizada por um sistema aberto ou fechado de
aspiração:
Sistema de Aspiração Aberta : Consiste num procedimento estéril em
que uma sonda de calibre adequado, de acordo com a via aérea do paciente, é
conectada a uma fonte de vácuo, devendo ser introduzida na via aérea, de
maneira delicada, para evitar possíveis traumas traqueais e de vias aéreas
superiores. O tempo de aspiração deve ser o mais curto possível, evitando
longos períodos de desconexão com o ventilador se o paciente o estiver
utilizando. Algumas complicações como a hipoxemia, a taquicardia e a
hipertensão arterial podem se fazer presentes durante o procedimento,
principalmente tratando-se de crianças, por isso alguns autores recomendam
fazer uma pré - oxigenação antes da realização da aspiração. Deve-se contudo
cuidado para não levar a criança a quadros de hiperóxia, devido ao risco
iminente da retinopatia da prematuridade, e uma adequada monitoração dos
sinais vitais durante o procedimento.
Sistema de Aspiração Fechada : Este sistema poderá somente ser
utilizado por pacientes que estejam necessitando de via aérea artificial, seja ela
cânula de acesso nasotraqueal, orotraqueal ou na traqueostomia. Consiste
num dispositivo cuja sonda de aspiração é completamente protegida por um
saco plástico que permanece adaptado ao ventilador. O objetivo desse sistema
é aspirar a secreção traqueal do paciente crítico, pois permite a limpeza do
muco brônquico sem desconectar o enfermo do respirador; dessa forma não há
despressurização da via aérea. A técnica dispensa o uso de ambu, e a
instilação de solução fisiológica é possível através do dispositivo lateral, o qual
também permite a limpeza do sistema ao término da aspiração.
Padrões Ventilatórios
É a forma como se processa a ventilação pulmonar em um determinado
momento, levando-se em consideração o ritmo ventilatório, profundidade
ventilatória e trabalho respiratório.
O padrão ventilatório sempre estará alterado na presença de distúrbios
obstrutivos ou restritivos e a manutenção do mesmo implica sempre a
normalidade da complacência e da resistência das vias aéreas.Sua utilização
serve para não provocar um trabalho excessivo, não necessitando de aparatos
especiais, sendo de fácil aprendizagem.
Incentivadores Inspiratórios
O uso de incentivadores inspiratórios tem a função de reexpansão pulmonar. O
feedback visual facilita a criança na realização do exercício. Como já dito no
capitulo de manobra, pode ser a fluxo ou a volume e é muito eficiente no
tratamento e prevenção de atelectasias, além da condição de reeducação
respiratória.É importante ressaltar que estes aparelhos são próprios para o
trabalho inspiratório.
Lógico que para a criança estar apta a realizar este recurso ela deve atender
os comandos verbais com exatidão.
Bloqueio Torácico
Essa técnica pode ser utilizada quando se pretende atingir regiões
pulmonares comprometidas pela deficiência ventilatória.
A técnica de bloqueio da caixa torácica é a aplicação de uma força
através das mãos do fisioterapeuta no final da expiração, em um dos hemitórax
do paciente, fazendo com que o volume de ar colocado nas vias aéreas do
paciente ocupe principalmente o hemitórax contralateral ao bloqueio,
permitindo assim maior expansão deste. Pode ser indicado, por exemplo, para
quadros de atelectasias encontradas no pulmão não bloqueado, durante a
ventilação mecânica.
Manobra de ELTGOL
È uma técnica recomendada para realizar uma desobstrução das vias aéreas
médias do pulmão infralateral em pacientes cooperantes, em torno de 10 anos
pra cima .
A expiração lenta total com a glote aberta em infralateral consiste de
expirações lentas partindo da capacidade residual funcional (CRF) até atingir o
volume residual (VR), estando o indivíduo em decúbito lateral (DL) com o
pulmão comprometido na posição dependente. De acordo com a descrição da
técnica, o controle do fluxo expiratório evita a compressão dinâmica das vias
aéreas e, conseqüentemente, a ocorrência de limitação ao fluxo expiratório
(LFE)..
Referências bibliográficas
VENTILAÇÃO MECÂNICA
O ciclo respiratório
Didaticamente, o ciclo respiratório, durante ventilação com pressão positiva,
nas vias aéreas, pode ser dividido em quatro fases:
- Fase inspiratória: o respirador deverá insuflar os pulmões do paciente,
vencendo as propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório. Ao
final da insuflação pulmonar, uma pausa inspiratória poderá, ainda, ser
introduzida, prolongando-se a fase, de acordo com o necessário para uma
melhor troca gasosa.
- Mudança da fase inspiratória para a fase expiratória: o ventilador deverá
interromper a fase inspiratória (após a pausa inspiratória, quando ela estiver
sendo utilizada) e permitir o início da fase expiratória; é o que se chama de
ciclagem, dispondo-se hoje de ciclagem por critérios de pressão, fluxo, volume
e tempo.
- Fase expiratória: o ventilador deverá permitir o esvaziamento dos pulmões,
normalmente, de forma passiva.
- Mudança da fase expiratória para a fase inspiratória: essa transição pode
ser desencadeada pelo ventilador ou pelo paciente. É o que se chama de ciclo
respiratório, dispondo-se, hoje, de mecanismos de disparo por tempo, pressão
Modos Convencionais
Ventilação mecânica volume controlada (CMV): nesse modo de ventilação,
a freqüência respiratória e o volume corrente são constantes e
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PÓS- GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA EM UTI UNESA
espontâneo. Tanto o IMV como o SIMV podem ser usados em pacientes com
drive
respiratório normal, porém com músculos ainda não completamente aptos para
a demanda
de trabalho. Muito embora tenham sido descritos inicialmente como estratégias
auxiliares no processo de desmame, eles podem ser utilizados como métodos
ventilatórios isolados, em pacientes com drive respiratório normal e
complacência pulmonar pouco alterada.
Pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP): nesse tipo de ventilação,
o doente respira espontaneamente através do circuito pressurizado do
aparelho, de tal forma que uma certa pressão positiva, definida quando do
ajuste do respirador, é mantida praticamente
constante durante todo o ciclo respiratório. Para ser utilizado, esse método
necessita de doentes com capacidade ventilatória mantida, geralmente sendo
empregado em pacientes
com patologias parenquimatosas, puras, de pouca gravidade e/ou no processo
de desmame. É uma técnica utilizada com a finalidade de aumentar a
capacidade residual, funcional, pulmonar e melhorar a oxigenação arterial, com
poucos efeitos sobre as trocas do CO2. A aplicação de CPAP pode ser feita
inclusive em pacientes extubados, através de máscaras acopladas a
dispositivos mecânicos especiais.
Pressão de suporte (PSV): é um modo recente de ventilação mecânica, e
consiste na aplicação de níveis pré-determinados de pressão positiva e
constante nas vias aéreas do doente, apenas durante a fase inspiratória. O
objetivo do fornecimento dessa pressão seria reduzir o trabalho dos músculos
inspiratórios (preservando a musculatura respiratória),
mas, ficando ainda a cargo do doente o controle do tempo, fluxo e volume
inspiratórios, assim como da própria freqüência respiratória. É um modo
obrigatoriamente assistido, onde o ventilador necessita reconhecer o início de
uma inspiração espontânea para ativar a pressão de suporte. Para que o
respirador note o momento em que o doente finaliza sua inspiração
espontânea, convencionou-se programar os aparelhos para interromper a
pressão de suporte assim que o fluxo inspiratório caia abaixo de determinados
níveis críticos, geralmente 25% do valor máximo daquela incursão. Altos níveis
de pressão de suporte
(15-20 cm H2O), associados ou não a um certo nível de PEEP, podem ser
muito úteis na insuficiência respiratória, aguda, parenquimatosa, permitindo
melhor sincronia com o aparelho, com diminuição do trabalho muscular
respiratório, menor pico de pressão inspiratória para um mesmo volume
corrente, e diminuição do tempo inspiratório devido aos altos fluxos
inspiratórios alcançados. Como desvantagens, nessas situações,
temos a possibilidade de deterioração das trocas gasosas, e a impossibilidade
de assegurar-se um valor mínimo de volume corrente ou freqüência
respiratória, em indivíduos instáveis. A PSV freqüentemente é usada ao longo
do processo de desmame de ventiladores,
geralmente em níveis inferiores a 15 cm H2O. Quando bem utilizada, pode
abreviar o tempo de desmame ou mesmo aumentar suas chances de êxito,
quando comparada
ao SIMV e ao tubo T, pois permite uma transição gradual da ventilação
assistida
para a espontânea.
Referências bibliográficas
interrupção do fluxo sangüínea nestas vias, a perfusão ainda pode ser mantida
por uma via auxiliar, pré-existente, chamada de circulação colateral.
A necrose da massa miocárdica faz com que o coração altere a sua habilidade
de bombeamento, alterando a função sistólica, débito cardíaco, pressão
arterial, dependendo extremamente da extensão da lesão. Ainda podem surgir
arritmias pós-infarto devido a liberação de catecolaminas e aumento da
estimulação simpática.
A alteração no ECG é fundamental para fechar o diagnóstico. São descritas
alterações ligadas a isquemia:
- Onda T, apiculada e simétrica;
- Supra ou infradesnível de S-T;
- Onda Q acentuada.
Ainda pode ser localizado a extensão anatômica do infarto, obedecendo a
seguinte alteração:
- V1 2 V2: septo do ventrículo esquerdo;
- V3 e V4: anterior do Ventrículo esquerdo;
- V5, V6, AVL e DI : parede lateral do ventrículo esquerdo;
- AVF, DII e DIII: inferior do ventrículo esquerdo;
- V1 a V4: infarto de ventrículo direito.
O exame enzimático, obedece a necrose celular miocárdica que libera
na circulação enzimas intracelulares. Esta pode ser mais precose ou
mais tardia dependendo da substância a ser dosada:
- CK-MB ( creatinofosfoquinase fração MB ) é a enzima que apresenta
elevação após 6 horas do evento, obtendo seu pico em 24horas,
normalizando –se entre 2 a 4 dias.
- Troponina é uma enzima específica de necrose miocárdica, tendo seu
resultado mais rápido, se elevando em torno de 60 minutos pós infarto.
Referências bibliográficas
1- II DIRETRIZ DA SBC PARA TRATAMENTO DO IAM. Arquivo Brasileiro de
Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 74, Suplemento II, 2000.
2- FISIOTERAPIA EM CARDIOLOGIA. Rev. SOCERJ,Rio de Janeiro, v.16, p.141-
144 suplemento A, Jul.2003.
QUEIMADURA
Queimadura é conceituada como trauma de origem térmica capaz de causar
lesões diversas nos tecidos orgânicos. Essas lesões seguem desde hiperemia
restrita à área queimada, alterações celulares e imunológicas decorrentes do
insulto, envolvimento das vias respiratórias e ocorrência de traumatismos
associados podendo evoluir até o óbito.
Atualmente, a principal causa da morte em médios e grandes pacientes
queimados é a infecção, em cerca de 75% dos casos. Isto se explica porque o
choque hipovolêmico, que foi responsável pela maioria dos falecimentos até a
década de 1950, passou a ser monitorado com grande sucesso pelas
terapêuticas de ressuscitação ou fluidoterapia. Estas abordagens preconizam a
infusão nas primeiras 48 horas pós-trauma, em via endovenosa, de líquidos
cristalóides como terapêutica anti-volêmica e anti-edema, com a observação
dos parâmetros clínicos, sobretudo o balanço hídrico[6].
Com a sobrevivência assegurada, esse paciente passa a ter aumentada sua
colonização de microbiotas por via endógena e por via exógena, uma vez que
sua pele, primeira linha de proteção e defesa, encontra-se fragilizada.
As formas de tratamento da infecção relacionam-se aos cuidados diretos como
a balneoterapia com soluções degermantes (cujos princípios ativos mais
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Avaliação Física
Através da avaliação física conseguiremos levantar informações acerca do
estado geral e particular do paciente queimado e que irão nortear de forma
especifica, as modalidades terapêuticas implementadas. Abaixo listamos
alguns itens que podem fazer parte desta atividade exploratória:
- Avaliação Respiratória: ausculta, padrão respiratório, ritmo respiratório,
mobilidade torácica, secreção e sinais vitais (freqüência respiratória, freqüência
cardíaca, pressão arterial, temperatura). Considerar exames clínicos e
radiológicos.
- Avaliação Articular e Funcional: avaliar o comprometimento funcional de cada
articulação envolvida, discriminando segundo o código estabelecido, direita ou
esquerda, o movimento funcional e a alteração encontrada. Podemos atribuir
notas de 0 a 3 por intensidade crescente da alteração.
- Avaliação postural: avaliar, discriminando segundo código estabelecido,
assimetrias, posturas compensatórias, fixações posturais e retrações. Podemos
atribuir notas de 0 a 3 por intensidade crescente de alteração.
- Avaliação das parestesias: hipo ou hipersensibilidade nas áreas atingidas.
Objetivos fisioterapêuticos
Após a alta hospitalar, o paciente necessita de acompanhamento ambulatorial
por um período de até dois anos decorridos da injúria térmica. O fisioterapeuta
deverá ter como metas de tratamento os itens abaixo relacionados, de forma a
estabelecer com o paciente um Programa de Tratamento individualizado e
eficaz:
- Identificação e plano de conduta para as cicatrizes hipertróficas, cicatrizes
retráteis e bridas; localizar e avaliar limitações articulares e funcionais.
- Orientação domiciliar de exercícios para pacientes com pequenas
queimaduras.
- Acompanhamento dos pacientes quanto à manutenção do seu programa de
exercícios.
- Orientação e adaptação dos pacientes quanto ao uso de vestes compressivas
e placas de silicone, checagem do desenho, do tamanho e ajustamentos.
- Tratamento pré e pós-operatório dos pacientes que demandam intervenções
cirúrgicas.
- Acompanhamento e tratamento das seqüelas de queimaduras de mão, face,
pescoço, tronco e membros.
O tratamento das seqüelas cicatriciais do tipo hipertróficas e retráteis baseia-se
na associação de Programa de Reabilitação, uso de vestes compressivas,
massoterapia e eletroterapia.
Prevenção das deformidades torácicas subseqüentes à lesão
A possibilidade de seqüelas torácicas em crianças ou adultos, que têm
como agente causal a chama direta por queimaduras localizadas no tronco
é bastante grande. A prevenção de tais deformidades requer a utilização de
cinesioterapia respiratória, articular e funcional, e cinesioterapia postural,
complementadas por técnicas específicas como o reequilíbrio tóraco-
abdominal. O tratamento pode necessitar de prescrição de órteses do tipo:
colete gessado com ombros abduzidos e rotação externa; imobilizador em
oito para clavícula; e espaldeira.
As formas mais encontradas de seqüelas torácicas são:
- Encouraçamento: pode estar associado à lesões pulmonares do tipo
obstrutivas e/ou restritivas; neste tipo de seqüela as alterações na mecânica e
nas funções pulmonares somadas ao tecido cicatricial sobreposto conferem um
aspecto encouraçado ou blindado ao segmento torácico.
- Retração unilateral do tronco associada à escoliose.
- Retração anterior do tronco associada à cifose.
- Formas mistas (associação das duas anteriores).
Referências bibliográficas
1- BARGUIL, C.M.K. Fisioterapia em Queimaduras. In: GOMÉS, D. R; SERRA;
M. C.; PELLON, M.A. Tratamento de Queimaduras: Um Guia Prático. Rio de
Janeiro: Revinter, 1997.
2- SIMON, L; DOSSA, J. Reabilitação no Tratamento das Queimaduras. São
Paulo: Livraria Roca, 1986.
A Síndrome da Angústia Respiratória Aguda foi descrita pela primeira vez por
Osler na década de 20, que se deteve na fase inicial e não complementou seus
estudos sobre a mesma. Mas em 1967, Asbaugh e Petty publicaram na revista
Lancet, um artigo descrevendo um estudo com 272 pacientes, a qual 12 destes
apresentaram características específicas, sendo elas: dispnéia grave,
taquipnéia, cianose, queda na complacência pulmonar, infiltrados difusos no
exame radiológico e hipoxemia refratária a uso de oxigênio. Esta síndrome
neste momento foi definida de Síndrome Respiratória do Adulto, considerada
por muitos curiosa, já que no próprio estudo havia sido estudado um paciente
de 11 anos, fato que mais tarde foi reconhecido pelo próprio autor.
Os critérios clínicos nessa época não eram bem definidos, havendo em 1994, o
American – European Consensus on ARSD, que estabeleceu critérios clínicos
(tabela 1) aceitos até hoje e foi trocada a nomenclatura para Síndrome da
Angústia Respiratória Aguda (SARA).
Tabela 1: Critérios clínicos a serem considerados para o diagnóstico de SARA
Antecedente histórico
significativo
Infiltrada bilateral difuso na
radiografia de tórax
Hipoxemia refratária ao
aumento da FiO2
Diminuição da complacência
pulmonar
(quando puder ser estimada)
Ausência de causa
cardiogênica
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Os pontos obtidos em cada seção devem ser somados e o total dividido por
quatro. É considerado SARA quando o resultado encontrado for mais elevado
que 2,5. Valores entre 0,1 – 2,5 são indicativos de LPA.
Valor igual a zero na soma são indicativos de não haver lesão pulmonar aguda.
Existem várias condições clínicas que podem atuar como fatores
desencadeadores de SARA, tendo como principais:
Sepse;
Traumatismos torácicos e não torácicos;
Infecção respiratória;
Afogamento;
Causas metabólicas ( uremia e cetoacidose metabólica)
Pancreatite;
Coagulação intravascular disseminada;
Aspiração de conteúdo gástrico;
Embolia gordurosa;
Inalação de gases tóxicos
Os fatores desencadeadores podem definir a questão da SARA primária ou
SARA secundária. Já que a primeira advém de causas que podem lesar
diretamente o epitélio das vias respiratórias. Enquanto a secundária, é
classificada quando a lesão ocorreu através do endotélio vascular. Ainda
podem ser definidas como pulmonar e extrapulmonar.
Com um fator de predisposição instalado ocorre a liberação de mediadores
inflamatórios e conseqüente alteração da membrana alvéolo – capilar. Estes
compõem um verdadeiro arsenal tóxico para a membrana celular, alterando a
estrutura secundária de proteínas e lípides gerando lesão tecidual. Neste local
ocorre um aumento de prostaglandinas e leucotrienos, que ocasionam
broncoconstricção e vasocontricção. Os últimos ainda estimulam os neutrófilos
que alteram a membrana alveolocapilar as deixando - a mais permeável. O
próprio neutrófilos é o principal responsável pela liberação de citoquinas tais
como TNF( fator de necrose tumoral) e as interleucinas, que tem um fator
determinante no desenvolvimento da SARA. Estes são responsáveis pelo
liberação de produtos de degradação de fibrina que contribui para inativação do
surfactante e causa liberação de fibroblastos.
No avançar da lesão, persiste a liberação de fibroblastos e deposito de
colágeno ocasionando fibrose do parênquima pulmonar.
A Síndrome tem uma característica heterogênea e difusa que altera a relação
ventilação / perfusão com colapso e inundação alveolar por exudato
inflamatório, constricção e obliteração vascular. Surge dessa forma pulmões
mais duros, gerando queda na complacência pulmonar. As atelectasias vão
progredindo devido a inativação do surfactante e aumento do extravassamento
de líquido pela reação inflamatória do endotélio vascular. Por esta causas não
existe resposta a hipoxemia na elevação da FiO2.
Dessa forma a SARA se apresenta em três fases:
I Fase: Nesta fase ocorre após as primeiras horas após qualquer
estímulo precipitante, freqüentemente precedendo a necessidade de
assistência ventilatória. Ocorrem congestão pulmonar e
microatelectasias;
II fase: Conseqüência do aumento da permeabilidade capilar pulmonar.
É evidenciado consolidações na radiografia devido ao edema pulmonar
e extravassamento de conteúdo hemorrágico e protéico e membrana
hialina nos espaços aéreos;
O uso da PEEP
Hipercapnia permissiva
O fato de permitir o aumento progressivo da PaCO2, estabelece um aspecto da
tentativa de proteção alveolar, já que isso acontece as custas de diminuição de
volume minuto ( FR X VC) e pressões inspiratórias.è importante alertar que
essa estratégia pode diminuir a complacência pulmonar devido aos baixos
volumes , em torno de 4mlKg e ainda trazer repercussões hemodinâmicas
importantes. O dióxido de carbono é um importante vasodilatador coronariano e
cerebral gerando repercussões importantes sobre a função cardíaca,
principalmente naqueles com insuficiência cardíaca.Os rins ainda são afetados
pela hipercapnia, alterando o fluxo renal, gerando diminuição da filtração
glomerular.
Os níveis aceitáveis de PaCO2 não são bem estabelecidos e sim seu efeito
sobre o pH, já que o aumento do mesmo leva ao deslocamento da curva de
dissociação de hemoglobina para direita, o que leva em uma queda da
afinidade da Hemoglobina ao Oxigênio, piorando a oferta de O2 aos tecidos.
Outras complicações podem ser apresentar, tais como: Aumento da Pressão
intracraniana e a diminuição da resposta a drogas vasoativas.
Destacando que a melhora da oxigenação com essa estratégia se deve aos
altos níveis de PEEP mantidos durante a mesma.
Pronação
A posição prona ou decúbito ventral é uma forma de obtenção de
recrutamento ( foto 1)
Segundo Gattinoni (2001), existem três zonas distintas nos pulmões de
pacientes com SARA. As zonas mais dependentes são caracterizadas por
infiltrado pulmonar difuso denso, que seriam áreas não ventiladas, entretanto é
citado uma segunda área pulmonar que também possui infiltrados pulmonares
densos e as unidades alveolares não ventiladas, porém, diferem das anteriores
uma vez que são mais dependentes por conseguirem ser utilizadas no
intercâmbio gasoso. E na última zona, tem características de hiperinsuflação e
captando a maior parte do volume corrente liberado pela ventilação mecânica.
Estas características reduzem o tamanho do pulmão, o tornando pesado e
ainda em decúbito dorsal é comprimido pelo peso das áreas não-dependentes
e do coração.
Uma vez que, os pacientes internados na UTI, ficam a grande maioria do
tempo em decúbito dorsal, predispõem a limitação extrínseca da expansão
pulmonar devido ao contato com o leito, prejudicando a incursão diafragmática,
diminuindo a capacidade residual funcional (CRF)oque favorece fechamento
das vias aéreas diminuindo a troca gasosa.
Nesse contexto, a posição prona, baseia-se na influência do decúbito prono
perante a troca gasosas. Os efeitos benéficos atuam sobre o índice de
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Referências bibliográficas
Dries, D,J; MARINI, J.J. A rationale for recruitment maneuveres in ARSD. Clin.
Pulm. Med., 2004