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Projecto de Intervenção Comunitária e Prevenção

de Doenças do Comportamento Alimentar

Por Erika Brito, Cláudia Correia e Filipa Ramalho


Educação e Comunicação em Saúde

Criação de um
Grupo de Apoio e Tratamento de
Doentes com Distúrbios Alimentares
e suas Famílias
Relatório de Projecto
 Fundamentos Teóricos
As doenças do comportamento alimentar são comuns em todo
o mundo, sobretudo em países desenvolvidos onde
determinados padrões de beleza estão instalados e ganham
cada vez mais adeptos.

A Anorexia e Bulimia Nervosas,


são doenças graves, com elevados
custos psicossociais.
Anorexia e Bulimia
Nervosas
 Restrição alimentar progressiva e severa que
pode levar á desnutrição.
 Traduzida por um Índice de Massa Corporal
(IMC) igual ou inferior a 18,5.
 Preocupação mórbida com o peso e imagem
corporal
- Episódios periódicos de compulsão
alimentar

- Comportamentos compensatórios
inadequados para evitar o ganho de peso

- Preocupação exagerada com a imagem


corporal e o peso

- Ciclo “restrição > episódio de


Anorexia e Bulimia
Nervosas
As doenças são determinadas por um
complexo jogo de factores:

Familiares
Genéticos
Cognitivos
Sociais
Personalidade

Processo Multi-dimensional

Necessidade de compreender a doença do


ponto de vista Biopsicossocial
Equipa de Saúde
Multidisciplinar
 Doença cujos factores de vulnerabilidade são muito diversos.
 Implica assim uma equipa multidisciplinar composta por:
 Psiquiatras:
Psiquiatras Garantir o tratamento psiquiátrico por
psicofarmacoterapia
 Psicólogos:
Psicólogo Psicoterapia individual, terapia, orientação familiar,
terapia cognitivo-comportamental;
 Dietistas:
Dietistas reabilitação nutricional, recuperação de peso, cessação
de comportamentos para perda de peso, melhoria dos hábitos
alimentares
 Professores de Educação Física:
Física promover a prática desportiva
saudável
 Terapeutas Corporais: reeducação corporal, actividades como
Intervenção Nutricional
 As actividades do dietista
representam uma parte
importante no tratamento
dos transtornos alimentares
 Terapia nutricional para os
distúrbios alimentares deve
ser um processo integrado
 Esta terapia tem duas fases:
a educacional e a
experimental.
Intervenção Nutricional

Terapia Nutricional
 A fase educacional tem objectivos relacionados
com a colecta e transmissão de informações
(História alimentar do paciente, o estabelecimento de
uma relação de colaboração, etc.)

 A fase experimental tem objectivos mais


terapêuticos
(Separar comportamentos relacionados a alimentação e
peso, de sentimentos e questões psicológicas, etc.)
Intervenção Nutricional

 É necessária uma abordagem psiconutricional.


 O dietista é o único profissional qualificado para implementar a
Terapia Nutricional, necessitando de formação especial e
experiência na área, além de interacção com os demais
membros da equipa.
 A Terapia Nutricional é um ponto fundamental na abordagem
multiprofissional destas doenças.
Família  Distúrbio Alimentar

 Deve-se incluir familiares na


avaliação e no processo de
planeamento do tratamento
 Necessidade de avaliar a família
como um sistema e o impacto do
distúrbio alimentar na mesma
 Assistência á família por intermédio de: terapia familiar,
aconselhamento ou orientação
Instrumentos para Avaliação
dos Distúrbios Alimentares
 Deve abranger:
 Aspectos psicopatológicos gerais
 Sintomas psicopatológicos específicos
 Distúrbios da imagem corporal
 Métodos de avaliação:
 Questionários de imagem corporal (BSQ);
 Teste de Avaliação de Bulimia de Edinburgo (BITE;
 Teste de Atitudes Alimentares (EAT);
 Inventário da depressão de Beck – avalia os aspectos da
psicopatologia geral
Relatório de Projecto
 Objectivos

Desenhar um projecto de um grupo de apoio e tratamento de doentes com


distúrbios alimentares e suas famílias.
Como?
- Avaliação de comportamentos nutricionais nos adolescentes e jovens adultos da
área de Loulé.
- Entender as patologias do ponto de vista biopsicossocial.
- Compreender o papel da família na génese e manutenção da doença do
comportamento alimentar
Relatório de Projecto
 Material e Método
Investigação com 3 etapas:

1ª - Avaliou-se os comportamentos alimentares dos adolescentes e jovens adultos,


de modo a entender a necessidade da população.

Aplicação de questionários constituídos por 3 tipos de testes:

- Questionário de Imagem Corporal


- Teste de Atitudes Alimentares
- Inventário de Depressão de Beck
Esta etapa decorreu de
Outubro de 2005 a Março de
2006.
Relatório de Projecto
 Material e Método
2º- Apurou-se o papel da família na génese e manutenção da doença

Estudo qualitativo de carácter descritivo em que se entrevistou profissionais de


saúde sobre as famílias destes doentes .

Análise de dados
foi realizada Etapas: pré-análise,
por meio da exploração do material e
técnica de análise tratamento dos resultados
de conteúdo. obtidos e interpretação
Relatório de Projecto
 Material e Método
3º- Elaboração do projecto de apoio e tratamento de pessoas com
distúrbios alimentares.

Perfil psicoeducativo além da vertente de diagnóstico e


terapêutica.
Relatório de Projecto
 Análise e Discussão
Relativamente à aplicação dos questionários, de um
modo geral:
- Cerca de 60% dos inquiridos encontra-se em
risco viável de ter uma doença de comportamento
alimentar.
- 40% dos inquiridos apresenta fortes indícios
de ter uma doença de comportamento alimentar.

Situação grave de carência de apoio e tratamento destes


doentes.
Relatório de Projecto
 Análise e Discussão

Quanto ao papel familiar nas doenças de comportamento


alimentar

Obteve-se duas categorias centrais:


- a família, na condição de grupo social primário, tendo
participação na origem do transtorno;
- a família como instância que mantém o transtorno.
Assim propomo-nos a:
 Promover os direitos dos doentes com distúrbios alimentares, lutando
designadamente por melhores condições de tratamento e de
internamento hospitalar.
 Dar apoio aos doentes e às suas famílias;
 Fornecer tratamento aos doentes através de uma equipa de saúde
multidisciplinar especializada;
 Desenvolver acções de divulgação junto dos adolescentes e jovens
adultos mais expostos ao risco principalmente junto daqueles que,
devido às suas actividades, ficam mais vulneráveis;
 Promover o estudo e investigação sobre a doença em estrita
colaboração com a sociedade médica e científica;
 Assegurar a assistência hospitalar a doentes do comportamento
alimentar para melhor direccionamento do tratamento, em parceria
com os hospitais públicos/privados da região.
 Promover a divulgação de bons comportamentos alimentares assim
como a prática saudável de exercício físico;
Relatório de Projecto
 Cronograma
Relatório de Projecto

 Cronograma
Continuação
Relatório de Projecto

 Recursos Humanos
A) Equipa de Saúde
- Psiquiatra (1)
- Psicólogos (5)
- Dietistas (5)
- Enfermeiros (5)
- Professores de Educação Física (2)
- Terapeutas Corporais (1)

B) Equipa de Auxiliares
- Auxiliares de Limpeza (5)
- Cozinha:
Cozinheira (2)
Auxiliares de Cozinha (4)
C) Voluntários
- Possibilidade de voluntariado para diversas tarefas
Relatório de Projecto

 Recursos Materiais1
1. Local para Sede
2. Mobiliário para os quartos de internamento, salas de grupo, salas comuns,
sala de actividades, escritórios, cozinha e refeitório.
3. Consumíveis para escritório, casas de banho, quartos sala e cozinha.
4. Material de Cozinha e Refeitório
5. Electrodomésticos (Tv´s para os quartos e salas comuns, máquinas lavar e
secar roupa industriais, máquinas lavar loiça, aquecimento/arrefecimento)
6. Roupas de cama
7. Material para Limpeza e Produtos
1
Este projecto conta com uma parceria com uma instituição privada que nos facultou um edifício para
sede devidamente equipado para os fins pretendidos.
Relatório de Projecto

 Recursos Técnicos

- Material informático para escritório

- Material Técnico para monotorização.


Relatório de Projecto
 Recursos Financeiros
1. Doações de instituições, empresas ou individuais
2. Subsídios do Estado (Segurança Social)
3. Pagamento dos internamentos consoante rendimento familiar
4. Pagamento das actividades desportivas desenvolvidas no grupo frequentadas
por pessoas de fora.
5. Rendimento através do desenvolvimento de actividades remuneradas como:
- Acções de Formação
- Formação de Profissionais de Saúde na Área dos Distúrbios Alimentares
- Desenvolvimento de Cursos de Pós-graduação
- Desenvolvimento de palestras, conferências e encontros
- Desenvolvimento de actividades lúdicas para jovens
O Projecto
 Considerações Finais
 Tratamento demorado e difícil;

 Pacientes devem manter-se em acompanhamento mesmo quando

sintomas melhoram;

 Envolvimento e participação da família;

 Não houve mortes por inanição;

 Organização e espírito cooperativo na equipa

 Grande afluência da população em geral

 Área de prevenção - casos de risco numa das escolas

 Boa divulgação na comunicação social


Bibliografi
a

CORDÁS, T. e NEVES, J. (1999). Escalas de Avaliação de Transtornos


Alimentares [Versão Electrónica] Revista de Psiquiatria Clínica Acedido
em 18 de Dezembro de 2006, em: http://www.hcnet.usp.br/ipq
/revista/r261/artigo(41).htm
GORENSTEIN, C. e ANDRADE, L. (1998) Inventário de Depressão de Beck:
propriedades psicométricas da versão em português [Versão Electrónica]
Revista de Psiquiatria Clínica 25-5 Edição Especial. Acedido em 18 de
Dezembro de 2006, em: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/r255/depre255b.htm
ALVARENGA, M. e LARINO, M. (2002) Terapia nutricional na
anorexia e bulimia nervosas [Versão Electrónica] Revista Brasileira
de Psiquiatria 24(Supl III):39-43. Acedido em 28 de Dezembro de
2006, em: http://www.scielo.br/
GATDA - Grupo de Apoio e Tratamento dos Distúrbios Alimentares - http://
www.gatda.psc.br/
Bibliografi
a
LEAL, I. (2006) Anorexia Nervosa Psi - Psicologia Actual nº 8 p.63-66
ADAM, S. C. (2006) Intervenção Nutricional na Anorexia e Bulimia Nervosa Psi –
Psicologia Actual Nº8 p.80-83

FREITAS, S. , GORENSTEIN, C. e APPOLINARIO C, J. (2002). Instrumentos para


Avaliação dos transtornos Alimentares [Versão Electrónica] Revista Brasileira de
Psiquiatria 24 (Supl. III):34-8. Acedido em 18 de Dezembro de 2006, em:
http://www.scielo.br/

GRANDO, L. e ROLIM, M. (2005). Família e transtornos alimentares: as representações


dos profissionais de enfermagem de uma instituição universitária de atenção à
saúde mental [Versão Electrónica] Revista Latino Americana de Enfermagem
Novembro-Dezembro; 13(6) : 989-95. Acedido em 18 de Dezembro de 2006,
em: www.eerp.usp.br/rlae

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