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Resumo de Prevenção à crise: VI

• Prevenção

Com políticas públicas de enfrentamento de emergências e desastres para a redução de danos do sofrimento
humano. Identificação e percepção dos riscos e da preparação de rotas de fuga e mecanismos de respostas rápidas
como a criação de canais de comunicação dentro da comunidade de forma confiáveis para dar segurança e
prontidão para reagir.

A importância da intervenção da psicologia neste processo de enfrentamento foi unir o saber técnico das políticas
públicas de mapeamento dos desastres e o saber da comunidade que passou a participar e interagir com esses
mapeamentos e se informar das providências e vias de evacuação.

• Preparação

Ocorre a ativação dessas redes de confiança de comunicação de alerta de perigo iminente.

• Psicoeducação

Com plano de contingência familiar, autocuidado do que fazer e para onde ir, de preparar as equipes que vão
receber as vítimas e familiares.

• Resposta

O papel do psicólogo ocorre logo após o desastre, promover um espaço para estabilização das vítimas, para que
possa viver as suas dores e perdas e em seguida promover a capacidade de funcionamento dessas vítimas.

• Recuperação

Fase de reivindicar os direitos das vítimas afetadas pelo desastre; elaboração do luto.

• Reconstrução da vida

Buscar tratamento pelo stress pós-traumático; Promover reuniões de grupo com vítimas e familiares e a
comunidade, contribuem para o processo de retomada do sentimento de comunidade.

Conselho Federal de Psicologia (CFP) e Conselhos Regionais de Psicologia – Visam a importância de acolher as
pessoas após o desastre e criam protocolos para que essa ação seja norteada.

Objetivo da Nota Técnica: Contribuir para que as ações dos psicólogos em situações de emergência ou desastre seja
realizada de forma ética e competente. Também objetiva nortear a ação da Psicologia a partir do paradigma da
Gestão Integral de Riscos e Desastres e em conformidade com as Leis no 12.608 de 10 de abril de 2012, que institui a
Política Nacional de Proteção e Defesa Civil e no 12.983 de 2 de junho de 2014, que define as transferências de
recursos e orienta a execução de ações de prevenção em áreas de risco e de resposta e recuperação em áreas
atingidas por desastres.

Cumpre ao Conselho Regional de Psicologia orientar e fiscalizar as (os) psicólogas (os) que atuarão nas situações de
emergências e desastres, verificando a regularidade de inscrição e garantir que seja feito pela (o) psicóloga (o) o
registro documental dos atendimentos prestados, conforme preconiza a Resolução CFP no 01/2009, alterada pela
Resolução no 05/2010.

Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil - define as ações de atendimento médico-hospitalar e psicológico
aos atingidos por desastres e que orienta quanto ao cadastramento das equipes técnicas e de voluntários para
atuarem em circunstâncias de desastres (Lei 12.983).
Cabe à (ao) psicóloga (o) garantir que os componentes de atenção psicossocial e saúde mental sejam contemplados
no Plano de Contingência, participar da construção ou atualização do mesmo a partir da instituição que representa
de forma articulada com os sistemas do SUS, SUAS ou outra instituição integrante das políticas públicas vigentes no
país, atuar na gestão de riscos e desastres em todas as fases do desastre, participar de simulados promovidos pelo
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil – SINPDEC e se apresentar para o Sistema de Comando de Operações na
resposta ao desastre.

 Tanto o psicólogo atuando no desastre como voluntário ou não é necessário que o CRP esteja ativo e estará
submetido aos documentos normativos, como o Código de Ética, por exemplo.

 O Código de Ética Profissional do Psicólogo coloca como um dos deveres fundamentais a prestação de
serviços profissionais em situação de emergência. Desta forma, a (o) psicóloga (o) que já atua nas diversas
áreas das políticas públicas deve realizar ações junto à comunidade, com o objetivo de trabalhar a percepção
de risco, planos de evacuação, mobilização comunitária com o objetivo de reivindicar do poder público as
intervenções estruturais necessárias.

 O psicólogo não pode de forma alguma induzir para que o tratamento ocorra ou continue ocorrendo em
alguma instituição particular na qual ele atue (Código de Ética);

 É vedado ao psicólogo, em situações de emergência e nas demais, induzir a questões religiosas, filosóficas,
crenças, políticas ou manifestar-se de forma preconceituosa.

Objetivo da prática psicológica: promover autonomia das pessoas afetadas e evitar a vitimização e patologização das
mesmas.

Estabelecer contrato inicial

-Respeitar os direitos dos usuários do serviço da psicologia;

- Fornecer informações concernentes ao trabalho a ser realizado e seu objetivo profissional;

- Encaminhamentos enviados;

- Quando solicitado fornecer os documentos do indivíduo (registros, prontuários).

*No caso de a (o) psicóloga (o) atuar diretamente com os afetados, deverá comunicar como se dará a continuidade
do trabalho e encaminhamento dos casos para profissionais do município ou região atingida.

* É de suma importância que os documentos fiquem guardados no prazo mínimo de 5 anos e que o CFP tenha
acesso para fins de fiscalização. Também é importante para pesquisas, além de ser acúmulo do conhecimento
científico (também pode ser utilizado para fins de defesa).

* Em caso de emergência o psicólogo deve manter em sigilo todas as informações concedidas pelo indivíduo com o
propósito de preservar sua intimidade e manter a confidencialidade.

*Atendimento a crianças e adolescentes: deve ter a autorização de pelo menos um responsável legal, na carência
dessa figura o atendimento deve ser comunicado as autoridades competentes e o psicólogo se responsabilizará
pelos encaminhamentos necessários para manter a proteção integral do atendido.

Qualquer prática psicológica com crianças deve ser articulada entre diferentes setores evitando-se a sobreposição
das mesmas.
*Os serviços de Psicologia que atuam cotidianamente com equipes de resposta a desastres, como por exemplo,
Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Segurança Pública, Equipes de Saúde, devem elaborar planos de gestão de
recursos humanos com enfoque na atenção psicossocial e saúde mental destes (as) trabalhadores (as) de forma
contínua. Ressalta-se também a importância do cuidado de psicólogas (os) consigo mesmas (os) e com a própria
equipe frente aos cenários de desastres.

* Os psicólogos devem atuar a monitorar os acidentes de trabalho ocorridos durante o desastre e apoiar equipes
para o registro de todos (as) os (as) trabalhadores (as) formais, informais, voluntários(as), envolvidos nas operações
de resgate, salvamento, recuperação do cenário e atendimento às vítimas,com exposição direta ou potencialmente
expostos; devem também atender e acompanhar os (as)trabalhadores (as) acometidos pelo acidente e desastre.

A nota técnica nos diferencia de outros profissionais.

Na nota técnica estamos presentes desde a prevenção. Nosso lugar está principalmente na redução de riscos e
desastres nas ações humanitárias. A discussão é de uma Gestão Integral de riscos e desastres.

Primeiros Socorros Psicológicos

• Os Primeiros Socorros Psicológicos (PSP) são uma resposta de suporte às pessoas em situação de sofrimento e com
necessidade de apoio.

• Os PSP podem ser realizados por qualquer pessoa que se disponibilize e esteja em condições psicológicas e físicas
para auxiliar, desde que tenha orientações básicas de PSP.

• Não é algo que apenas profissionais fazem, também não é um atendimento psicológico profissional, nem a
definição de um tratamento.

• Os PSP abrangem uma infinidade de situações, desde desastres naturais e atentados em comunidades, passando
por acidentes, perda de entes queridos, violência, até crises individuais.

✓ Os PSP consistem em oferecer apoio e cuidado práticos não invasivos;

✓ avaliar necessidades e preocupações;

✓ ajudar as pessoas a suprir suas necessidades básicas (por exemplo, alimentação, água e informação);

✓ escutar as pessoas, sem pressioná-las a falar;

✓ confortar as pessoas e ajudá-las a se sentirem calmas;

✓ ajudar as pessoas na busca de informações, serviços e suportes sociais;

✓ e proteger as pessoas de danos adicionais.

Os PSP seguem 5 princípios básicos, essenciais quando estamos diante de alguém em sofrimento psíquico:

SEGURANÇA: este princípio fala de duas seguranças. A primeira delas é a sua própria. Para ajudar os outros, tenha
certeza de que você e sua família estão em segurança. Em segundo lugar, ajude o outro a se sentir seguro e garanta
que o ambiente a sua volta seja seguro.

CALMA: Quando estamos diante de alguém em situação de crise, essa pessoa está experimentando medo,
ansiedade, desorganização, confusão, etc. Então, a primeira coisa a fazer é agir com calma e promover um senso de
calma. Considere como ajudar a pessoa a identificar estratégias de enfrentamento efetivas usadas no passado e
outras novas que pode ajudá-la a se sentir calma.

CONEXÃO: Pessoas em crise precisam de orientação de onde buscar ajuda, se apoiar em pessoas que confie. Então,
ajude a fazer as conexões necessárias, seja buscando familiares e amigos, pessoas de confiança, seja ajudando a
encontrar os recursos necessários para auxílio, tais como grupos de apoio, rede de saúde, etc. Lembre-se, ninguém é
super-herói sozinho, quanto mais conexões com a rede de apoio melhor.

SENSO DE AUTOEFICÁCIA E EFICÁCIA COMUNITÁRIA: Em uma situação de crise, as pessoas se sentem vulneráveis.
Mas não devemos tirar a autonomia nem o senso de auto-eficácia delas. Novamente, você não é super-herói e não
há uma resposta pronta para uma situação de crise. Ajude as pessoas a usar suas próprias forças (todos tem suas
qualidades), a aprender novas estratégias para enfrentar sua situação e a reconstruir seu caminho dentro da própria
comunidade.

ESPERANÇA: Quando alguém está sentindo que “seu mundo está falhando”, pense em como promover o senso de
esperança. Ajude a pessoa a se engajar com proatividade em atividades construtivas e promova expectativas
positivas quanto ao que vai acontecer na próxima hora, dia ou semanas.

De maneira geral, os PSP podem ser aplicados em qualquer situação de crise, num período de até 72 horas após o
evento agudo da crise. Entendemos crise como qualquer momento de desorganização aguda.

Mantenha a calma e busque manter a pessoa em segurança. Faça as conexões necessárias. Promova o senso de
autoeficácia e de esperança.

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