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Resumo – Psicologia Social VI

O que é Psicologia Social?

A psicologia social busca entender o sujeito no contexto de sua vivência, ou seja, o indivíduo dentro da sociedade e
na sua interação humana. A Psicologia Social estuda a influência do contexto histórico-social e cultural no
comportamento e na subjetividade, assim como na relação entre as pessoas. Também é objeto de estudo a maneira
como a sociedade influencia nosso pensamento sem que nos dermos conta, afetando nosso comportamento. Se
preocupa com a maneira como as pessoas são influenciadas pela sua interpretação, ou constructo, do ambiente
social em que vivem.

Fenômenos psicológicos que podem surgir a partir da interação humana:

 Cognição social, influência social, conformismo, preconceito, relações íntimas e agressão.

A Psicologia Social pode ser definida como o estudo científico de como os pensamentos, os sentimentos e os
comportamentos das pessoas são influenciados pela presença concreta ou imaginada de outras pessoas.

*A principal forma de estudo da Psicologia Social é o Método Científico.

TEORIA
Método de observação: o pesquisador pode participar de forma
participante (observação participante) ou fundir-se no meio que está
pesquisando. Ajuda a descrever o comportamento social.
Levantamento de hipóteses
- Analise documental: olhar singular dos valores de uma cultura.

Método de correlação: buscar relações entre variáveis distintas, que


Teste empírico das hipóteses levantadas dentro de um determinado contexto podem predizer o
comportamento social. Ajuda na compreensão de que relações
existem entre aspectos do comportamento social.
Análise dos dados colhidos
Método experimental: responder a perguntas causais. Pesquisador
monta sistematicamente o incidente de modo que a pessoa o
experimente de uma maneira ou de outra. Permite ao pesquisador
Confirmação ou rejeição das hipóteses
fazer inferências causais. Fazer enunciados de causa e efeito.

Generalização

Convicções e Julgamentos sociais - Resumo do texto:

Nossos julgamentos a respeito de pessoas e nações dependem do modo como explicamos seu comportamento,
sendo válido ressaltar que isso ocorre a partir de atribuições feitas por nós nos mostrando que o fenômeno de
atribuição de causalidade nem sempre é racional, podendo muitas vezes decorrer de tendenciosidades derivadas de
aspectos emocionais, visto que sempre estamos em busca de proteger o nosso ego.

Nossas explicações à respeito dos motivos de como as pessoas agem são importantes: elas determinam nossas
reações e decisões em relação ás pessoas.

Várias tendenciosidades tem sido apontadas no processo atribuicional , dentre as quais destacaremos as seguintes:

- Erro Fundamental de Atribuição: disposição da pessoa, desconsidero o contexto, as circunstâncias;

- Tendenciosidade ator / observador: ator (causa externa), observador (causa interna);


- Tendenciosidade auto-servidora ou egotismo: auto – servidora (sempre olhando para mim), egotismo (falta de
responsabilidade ou competência das pessoas).

Quando A olha para B ele não enxerga B e sim suas emoções que se voltam para o que julgamos de B.

*A teoria da atribuição analisa como explicamos o comportamento dos outros.

-Criador: Fritz Heider

- O que ele considera nessa teoria: a partir da análise da psicologia do “senso comum” na qual as pessoas explicam
os eventos cotidianos foi possível concluir que as pessoas tendem a atribuir o comportamento de alguém a causas
internas ( por exemplo, a disposição da pessoa) ou causas externas (por exemplo, alguma coisa na situação da
pessoa).

OBS.: Essa distinção entre causas internas e externas, muitas das vezes se torna indefinida, pois situações externas
provocam mudanças internas.
Atitudes Preconceituosas:
Atitudes Sociais – Fenômeno Psicológico
Estereótipo: Componente cognitivo (marcas, percepções) se
- Componente Emocional : Sentimentos; relaciona com contextos históricos;

- Componente Cognitivo : Pensamentos; Preconceito: Componente emocional (o que as pessoas sentem);

- Componente Comportamental: Ações (agir). Discriminação: Componente comportamental (ação hostil).

TED: Chimmanda

- “Somos impressionáveis e vulneráveis face a uma história, principalmente quando crianças;”

- Única história da África; impossibilita pensar em sua cultura, seu povo, pois a única coisa que é contada é sobre a
sua pobreza, guerra e povos que não pensam por si mesmos á espera de um estrangeiro que os salvassem;

- “É assim que se cria uma única história: mostre um povo como uma coisa, como somente uma coisa repetidamente
e será o que eles se tornarão. “ – Poder: não só contar a história de uma pessoa, mas torná-la definitiva;

-“ Todas as histórias fazem quem eu sou, mas insistir somente nessas histórias negativas é superficializar minha
experiência e negligenciar as muitas outras histórias que me formaram; “

- “A única história cria estereótipos e o problema dos estereótipos não é que sejam mentira, mas são incompletos. “

- “A consequência de uma única história: ela rouba das pessoas usa dignidade, faz o reconhecimento de nossa
identidade compartilhada difícil enfatiza como somos diferentes invés de como somos semelhantes;”

- “Histórias podem ser usadas para humanizar e capacitar, histórias podem destruir a dignidade de um povo, mas
podem também reparar essa dignidade perdida.”

Bruner: A percepção envolve um ato de categorização, dependente de nossa experiência, participação na cultura e,
ainda, de nossas necessidades. (Livro: Estudos sobre a psicologia social).

Anotações do livro: O racismo estrutural – Silvio Almeida

 O racismo é um dos modos pelo qual o Estado e as demais instituições estendem o seu poder sobre toda a
sociedade;
 Dimensão do poder como elemento constitutivo das relações raciais;
 Comportamentos individuais e processos institucionais são derivados de uma sociedade cujo racismo é regra
e não exceção;
 Raça: relação social;
 Racismo estrutural: processo político e histórico;
 Preconceito não é um problema de ignorância, mas de algo que tem sua racionalidade embutida na própria
ideologia;
 Ser branco e ser negro são construções sociais;
 A nação é constituída por uma tecnologia de poder que se apóia em raça e gênero para estabelecer
hierarquias sociais;
 O racismo não se resume a um problema de representatividade, mas é uma questão de poder real;
 Focault: o racismo é uma tecnologia de poder, mas que terá funções específicas, diferente das demais de
que dispõe o Estado;
 Direito seria apenas uma abstração sem o poder;
 As leis são uma extensão do poder político do grupo que detém o poder institucional;
 Racismo é uma relação estruturada por legalidade;
 Podemos dizer que o racismo é uma forma sistemática de discriminação que tem a raça como fundamento,
e que se manifesta por meio de práticas conscientes ou inconscientes que culminam em desvantagens ou
privilégios para indivíduos, a depender do grupo racial ao qual pertençam;
 A tese central é a de que o racismo é sempre estrutural, ou seja, de que ele é um elemento que integra a
organização política e econômica da sociedade. O racismo não é um fenômeno patológico, muito menos
anormal O racismo fornece o sentido, a lógica e a tecnologia para a reprodução das formas de desigualdade
e violência que moldam a vida social contemporânea;
 Assim, a classificação de seres humanos serviria, mais do que para o conhecimento filosófico, como uma das
tecnologias do colonialismo europeu para a submissão e destruição de populações das Américas, da África,
da Asia e da Oceania.

Aspectos Críticos da Branquitude

*Estudo para contribuir na luta antiracista;

Frantz Fanon ( Pele negra, máscaras brancas): O colonizado vai ter questões subjetivas de ter sido colonizado. A
humanidade foi vista nesse processo de dominação como branca, o desejo de se enbraquecer é para ser considerado
humano. O colonizador tem um sentimento de superioridade moral, intelectual e estética

 A categoria raça é um jeito de dar significado as relações de poder ou de naturalizar os processos históricos,
ao criar a categoria raça entende-se que há uma superioridade moral, intelectual e estética do branco sobre
os outros grupos.

*Patologia do branco brasileiro (Guerreiro Ramos): apagar a origem negra e indígena e supervalorizar a origem
européia. Outra patologia é estudar o negro como objeto e o branco como se fosse o ser humano em si.

- O Brasil não é visto como um país branco.

- O branco foi se colocando fora da categoria das relações raciais.

Intuito da teoria dos aspectos críticos da branquitude: recolocá-lo nas categorias raciais e responsabilizar o branco
também pelo racismo. Entender qual é o problema branco nas relações raciais. A identidade racial não é uma
questão de escolha e sim de classificação racial.

Quando que a brancura da pele se torna branquitude?

É a brancura da pele se apropria dos significados construídos socialmente, culturalmente sobre o que é ser branco
através da ideia de raça que foi construída no séc. XIX que são significados de beleza, inteligência, legitimidade,
humanidade. Se torna um lugar de poder e vantagem estrutural na sociedade.
TED – Djamila Ribeiro

 Romper com os silêncios (intitucionais, naturalização da morte de corpos negros, silêncio em relação as
desigualdades);
 O silêncio é construído por conta da determinação e imposição de uma voz única que quer falar sobre os
negros. Ter direito a voz é ter direito a humanidade ;
 Os homens brancos tem o poder da fala. Norma branca e masculina. A ausência (da fala) é ideologia e
existem muitas coisas por detrás dessas ausências.
 Algumas vozes colocam as mulheres negras no lugar da subalternidade ou da exotização;
 Se não rompermos com os silêncios, nós estamos compactuando com esse tipo de violência. É necessário
que o sujeito privilegiado se incomode;
 Se não estiver bom para todos não estará bom para ninguém – aumento da desigualdade e da
criminalização.

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