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Psicologia Social: Processos Individuais

TEXTO: Preconceito: causas e curas Resumo


Preconceito – COMPONENTE AFETIVO. Fenômeno difuso, presente em todas as
sociedades do mundo.
Os psicólogos sociais definem preconceito como uma atitude hostil ou negativa contra um
grupo identificável de pessoas, baseada exclusivamente em sua pertença ao grupo.
Estereótipo – COMPONENTE COGNITIVO. Componente cognitivo da atitude
preconceituosa, definido como uma generalização do grupo, pela qual características idênticas
são atribuídas a praticamente todos os seus membros.
Discriminação – COMPONENTE COMPORTAMENTAL. Componente comportamental
da atitude preconceituosa, definido como ação negativa ou prejudicial injustificada contra
membros de um grupo pelo simples fato de fazerem parte dele.
Como atitude de ampla e poderosa base, o preconceito tem numerosas causas. Discutimos
quatro aspectos da vida social que lhe dão origem:
1. A maneira como pensamos
2. A maneira como atribuímos sentido ou fazemos atribuições
3. A maneira como alocamos recursos
4. A maneira como nos conformamos às regras sociais
Processos de cognição social – elementos importantes na criação e na manutenção de
estereótipos e preconceitos.
Categorização das pessoas em grupos – leva à formação de intragrupos e extragrupos.
Tendenciosidade do intragrupo – implica que trataremos os membros do nosso próprio
grupo de maneira mais positiva do que os membros do extragrupo, como comprovaram
pesquisas sobre grupos mínimos.
Percepção da homogeneidade do extragrupos – outra consequência da categorização: os
membros do intragrupo consideram os membros do extragrupo mais semelhantes entre si do
que os membros do próprio grupo.
Estereótipos – largamente conhecidos em uma cultura. Mesmo que não acreditemos neles,
eles podem afetar nosso processamento cognitivo da informação sobre um membro
extragrupo.
Pesquisas recentes mostram que os estereótipos são ativados pelo processamento automático;
eles têm de ser ignorados ou suprimidos pelo processamento controlado, consciente.
Correlação ilusória – outra maneira pela qual o processamento cognitivo perpetua o
pensamento estereotipado; tendemos a ver correlações onde elas não existem, principalmente
se os acontecimentos ou as pessoas são distintamente reconhecíveis.
As pesquisas de cognição social têm indicado que os estereótipos podem ser modificados.
O modelo da contabilidade e o modelo do subtipo (mas não o modelo da conversão)
descrevem os processos pelos quais os estereótipos mudam.
Erro fundamental da atribuição – aplica-se ao preconceito – tendemos a sobrestimar o papel
das forças disposicionais quando queremos compreender o sentido do comportamento de
outras pessoas.
Estereótipos podem ser descritos como o erro final da atribuição – ou o de fazerem
atribuições disposicionais negativas a respeito de um extragrupo inteiro.
Quando membros de um extragrupo agem de maneira não-estereotipada, tendemos a fazer
atribuições situacionais a seu respeito, destarte mantendo os estereótipos.
Por seu lado, os membros de um extragrupo sentem a ameaça do estereótipo – medo de que
possam comportar-se de maneira que confirme o estereótipo vigente sobre seu grupo.
A crença em um mundo justo leva-nos a depreciar tanto as vítimas quanto os membros de
extragrupos – ou seja, vemo-los como causas do seu próprio destino e das suas próprias
circunstâncias, fenômeno esse conhecido como culpar a vítima.
Profecia auto-realizadora – processo atribucional pelo qual encontramos confirmação e
prova de nossos estereótipos, ao gerar, sem o perceber, comportamento estereotipado em
membros de extragrupos pela maneira como os tratamos.
Teoria do conflito realista – afirma que o preconceito é o subproduto inevitável de um
conflito real entre grupos por recursos limitados – envolvam eles economia, poder ou status.
A competição por recursos leva à depreciação e à discriminação dos extragrupos
concorrentes.
Busca de um bode expiatório – processo pelo qual as pessoas zangadas e frustradas tendem
a deslocar a agressão de sua fonte real para um alvo conveniente – um extragrupo
antipatizado, visível e relativamente impotente.
A teoria de aprendizagem social afirma que aprendemos as normas apropriadas da nossa
cultura – incluindo estereótipos e atitudes preconceituosas – com nossos pais, nossos colegas,
a mídia e assim por diante.
Racismo institucionalizado e o sexismo institucionalizado – normas que operam em toda a
estrutura da sociedade.
Conformidade normativa – desejo de ser aceito e “encaixar-se”, leva-nos a aceitar e a não
desafiar as crenças estereotipadas.
Racismo moderno – é um exemplo de mudança nas regras normativas relativas ao
preconceito: atualmente, muitas pessoas manifestam seu preconceito de maneira sutil e
indireta, porque aprenderam a escondê-lo em situações em que ele as levaria a ser rotuladas
como racistas.
Dada a natureza mais escondida do preconceito nos dias de hoje, técnicas como o falso canal
de informações são usadas para estudar as atitudes reais das pessoas acerca dos extragrupos.
Como o preconceito pode ser reduzido?
A maneira mais importante é a do contato – reunir os grupos intra e extra. Não obstante, o
mero contato, como ocorreu ao serem integradas as escolas, não basta e pode mesmo
exarcebar as atitudes negativas existentes. Em vez disso, as situações de contato têm de
incluir as seguintes condições:
Interdependência mútua – um objetivo comum, status igual, contato informal e interpessoal,
contatos múltiplos e normas sociais de igualdade.
Descobriu-se que a sala de aula “quebra-cabeça”, uma atmosfera de aprendizagem em que
as crianças têm que depender umas das outras e trabalhar juntas para aprenderem e para
atingirem um objetivo comum, constitui uma maneira poderosa de reduzir a estereotipagem e
o preconceito entre crianças de etnias diferentes.

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