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A sociedade é constituída por grupos, em alguns grupos o individuo entra automaticamente através do
nascimento em outros é o próprio individuo que escolhe entrar.
Socialização primária: O comportamento humano e social é aprendido pelo relacionamento com outras
pessoas. Numa primeira fase designada por “socialização primária”, esta socialização ocorre na infância.
Quando somos crianças este papel é aprendido com as pessoas mais próximas de nós: “Pais, Mães,
irmãos, professores, etc”.
Nesta fase é criada na consciência da criança um desenrolar de papeis desempenhados pelos familiares,
bem como de uma serie de regras e normas de conduta apoiadas pelo grupo social. Assim o individuo
adquire para além da sua própria identidade, uma identidade geral comum a todos os membros da
sociedade, onde incorporam todos os papéis, atitudes e normas sociais aprendidas.
Não é necessária uma ligação emocional na socialização secundária, nem o individuo tem necessidade
de integração e aprovação destes segundos agentes.
Estrutura Social: Quando existe uma distribuição complexa do conhecimento de cada um, pode existir
uma socialização imperfeita, relacionadas com fatores de heterogeneidade das condições sociais, dos
indivíduos ou das instituições socializadores. Uma sociedade básica é aquela em que o cavaleiro sabe
que é cavaleiro e que a sociedade o reconhece como cavaleiro.
Nas sociedades moderna, o agente de socialização família tende a ser um grupo mais pequeno de
pessoas ao contrário de sociedades ais tradicionais em que o individuo tem múltiplos contactos de
interação social, como primos, tios, etc. Ainda nas sociedades modernas foi-se criando novos tipos de
família como as famílias monoparentais e famílias homossexuais o que contribui para uma complexidade
do processo de socialização e abre portas a outros agentes de socialização primária.
Também o facto de as mulheres trabalharem fora de casa e regressarem ao trabalho pouco após o
nascimento dos filhos cria necessidade de outro agente de socialização, neste caso as
escolas/professores.
Grupos de pares: Crianças ou jovens pertencentes a um grupo com idades similares. Em algumas
culturas, estes grupos são divididos por idades e tem certas responsabilidades que mudam consoante
passam para outro patamar, a transição de escalão é muitas vezes celebrada através de uma cerimónia.
Apesar de estar associado a idades mais jovens, também podemos verificar a existência de grupos de
pares em idade adulta, no trabalho ou desporto.
São importantes como agente socializador devido ao tempo passado juntos por exemplo em instituições
escolares, pressupõem igualdade dentro do grupo e transformam-se em referências ao longo da vida.
Instituição Escolar: A escola é uma forma de acesso à educação pela parte de todos de forma igualitária,
no entanto muitas vezes em vez de esbater estas diferenças reforça-as, seja pela indiferença dos
progenitores para o sucesso escolar seja pela negligencia por parte dos docentes para com crianças mais
desfavorecidas ou com culturas diferentes. É esperado que as crianças apreendam um conjunto de
regras disciplinares, como o estar quieto e em silencio na sala de aula.
Meios de comunicação: A televisão e as redes sociais, tem um lugar cada vez mais importante como
agente socializador das crianças e são cada vez mais responsáveis pelas suas atitudes e
comportamentos.
Papéis Sociais: A sociedade é composta por pessoas, e é esperado que cada pessoa desempenhe um
“papel social”. Podemos dizer que “papel social” é um conjunto de deveres que são esperados de uma
pessoa em determinada posição social. Uma pessoa pode ter mais do que um papel social, “seja a de pai
ou mãe, de filho ou filha, de patrão ou empregado, entre outros.
Ainda dentro dos papeis sociais, encontramos o estatuto social, onde é esperado que pessoas com
determinado estatuto social tenham determinado comportamento, como aos Ministros, os Médicos, são
criadas expectativas em relação às suas atitudes pela sociedade
Numa sociedade em que os indivíduos cada vez desempenham mais papeis, torna-se difícil que não haja
um conflito entre papeis, é necessário que os papeis não sejam contraditórios sob pena de um conflito
de personalidade. Este conflito deve de ser resolvido consoante a importância do mesmo.
Desempenhar papeis no trabalho bem como na vida familiar é chamado de duplo papel.
Normas Sociais: É esperado que as pessoas se rejam por um conjunto de regras e valores chamados de
“normas sociais”, e quando estas não são cumpridas são esperadas punições consoante a regra
quebrada.
Ou seja, desde crianças o ser humano habitua-se a certas rotinas que fazem o seu quotidiano na maioria
das vezes de forma inconsciente, mas também está preparado para receber momentos de tristeza ou
felicidade inesperados.
Os desenvolvimentos socioeconómicos, políticos e teóricos do seculo XVII, criaram a ideia de uma ordem
social não divina, irredutível à ação individual e submetida a leis. O estudo das ciências sociais é um
processo de construção que coloca em causa ideias pré-definidas e pré-conceitos que cada pessoa tem
da sua realidade social.
O investigador é membro da sociedade, e por isso suscetível ao senso comum que pode transportar para
a investigação e para a sua análise. É necessário principalmente no estudo das ciências sociais o cientista
fazer um processo de rutura com o senso comum e desconstruir pré-noções que podem interferir com o
processo científico, para que possam olhar para a realidade social sob o ponto de vista objetivista
proposto pela metodologia das ciências sociais.
Cada individuo tende a dar a sua opinião, estas opiniões não são baseadas em experimentos científicos,
mas sim em experiências pessoais vividas.
Para Berger e Luckmann a realidade social da vida quotidiana é apreendida através do aqui e agora, e à
medida que se vão distanciando da situação frente a frente vão se tornando cada vez mais difíceis de
lembrar.
Já a distribuição social do conhecimento da vida quotidiana pode ser um aspeto confuso e complexo
para membros fora dessa realidade social. No entanto espera-se que o individuo saiba de forma
abrangente que o que pode e não pode contar, o que deve e a quem deve ocultar e sobretudo a quem
deve perguntar quando tem dúvidas sobre determinados assuntos.
Dicotomias Natureza-Cultura
No entanto foi no seguimento da ideologia de Darwin sobre a evolução das espécies que se criou a ideia
positivista da evolução da sociedade criando um paralelismo entre a organização do individuo com a
sociedade e da organização dos seres vivos.
Dicotomias Individuo- Sociedade:
Assenta em dois argumentos: 1º cada individuo é único sendo assim impossível prever o
comportamento de outros através de um; 2º Este tipo de explicação vai contra o livre arbítrio, ou seja, a
livre escolha de cada individuo.
Dizer que determinados estudantes são naturalmente competitivos ou naturalmente egoístas, não se
aplica porque é muito fácil provar através da antropologia que o grau de egoísmo ou de competitividade
esta relacionado com a forma como a sua sociedade de organiza e se na sua socialização primária é dada
primazia a estes valores.
Caso levássemos o primeiro argumento à letra seria impossível prever o comportamento das pessoas, e
assim a vida em sociedade seria impossível pois gira tudo em volta dos papéis que cada pessoa tem e do
que é socialmente aceite esses papeis desempenharem.
O que é singular a cada individuo é o seu todo, sendo assim mais difícil prever o seu comportamento no
todo do que através de algumas particularidades. Por exemplo foi efetuado um estudo que homens
divorciados protestantes tinham maior probabilidade de se suicidarem.
No segundo argumento, apenas quando o individuo se apercebe que esta a ser “forçado” pela sociedade
a tomar determinada escolha e se deve ou não continuar a comportar-se dessa forma, ai sim esta
questão se torna significativa. Até então as escolhas efetuadas não são entendidas de facto como
escolhas.
Os diferentes comportamentos adotados por homens e mulheres não derivam de origem biológica, mas
sim social. Assim as diferenças entre homens e mulheres devem ser procuradas na forma como as suas
sociedades se encontram organizadas e estruturadas.
2º tipo de suicido “anómico” – O individuo não encontra nenhuma estrutura onde se possa integrar;
3º Tipo de suicídio “alturista” – Sentimento de honra, sente-se a baixo do grupo onde está inserido
Prova que o suicídio está relacionado com as relações sociais que envolvem os suicidas.
Etnocentrismo:
Assumir os seus valores e a sua cultura como melhores que a dos outros e por esse motivo devem de ser
universalizados e substituir os valores das outras culturas. É também considerado um fenómeno de
dominação política, cultural e económica.
A construção do conhecimento científico:
As ciências seguem um conjunto de regras e procedimentos para garantir o rigor dos resultados
observados. Nas ciências sociais o objeto de estudo é a realidade social. O investigador deve criar uma
rutura com o senso comum e com a sua própria realidade social, bem como identificar os obstáculos
epistemológicos
O investigador para a construção do conhecimento científico em Ciências Sociais, tem como objeto de
estudo a sociedade, sendo necessário saber avaliar as diferenças entre o processo de estudo científico e
a realidade social, tendo pela frente os referidos obstáculos epistemológicos. Tem que saber distinguir,
entrando em rotura com o mesmo, com uma posição imparcial e idónea.
Esses obstáculos epistemológicos, no qual o senso comum, que o investigador enfrenta, são os
seguintes: • Normas societárias herdadas • Várias influências ao nível político, económico, social e
cultural, da sua sociedade • Os gêneros da personalidade
Três atos epistemológicos: Rutura com o senso comum que possam criar obstáculos ao processo em
estudo; Construção de teorias explicativas para o objeto em analise, Verificação da validade das teorias
propostas.
Em primeiro lugar é necessário relativizar os fenómenos humanos, na medida em que apenas podem ser
aplicados num determinado tempo/local e contexto sócio-histórico,
Em segundo lugar a relacionalização dos passos contribui para uma superação dos argumentos de senso
comum;
Em terceiro lugar
Descrever os procedimentos científicos para a rutura com o senso comum e avaliar e discutir as
dificuldades com que os cientistas se debatem para cumprir essa necessidade metodológica.
Identificar os principais paradigmas teóricos nas ciências, em particular, nas Ciências Sociais.
Relacionar os fatos;
Etnocentrismo – pensamento com preconceitos e ideias feitas inválidas para a análise científica;
4 contextos estruturais do conhecimento: (não são os únicos contextos de uma sociedade, mas são os
que determinam as restantes)
Contexto doméstico:
Contexto da produção;
Contexto da cidadania;
Contexto da mundialidade;
Estes contextos são uma rede de relações constituídas por vários elementos:
Prática Social;
Forma institucional;
Mecanismo do poder;
Forma de direito;
Modo de racionalidade
- Contexto da produção: a investigação está organizada num local de trabalho e cada vez mais trabalho
empresarial;
1) Estado pré-cientifico: Inclui a antiguidade clássica, séculos do renascimento e de nova base (séc:
XVI, XVII, XVIII)
3) Desde 1905 até a atualidade, início do novo espírito científico impulsionado pela teoria de
relatividade de Einstein
Teoria do conhecimento científico
O objeto em estudo só poderá obter resultados favoráveis, se antes de realizar o estudo prático, o
investigador tenha por base um conjunto de questões e hipóteses, e os problemas a investigar.
A teoria é assim o ponto de partida de qualquer estudo, o que não significa que a análise da situação em
estudo se baseie apenas na teoria. Recolher informação é o único meio para obter resultados científicos
concretos, mas deve seguir um quadro previamente traçado que pode ou não necessitar de ser ajustado
consoante a situação;
As ciências sociais estudam os mesmos fenómenos sociais só que cada ciência dá primazia à sua própria
perspetiva da situação em análise.
A partilha de conhecimentos entre as ciências sociais proporciona que investigações realizadas numa
disciplina acabem por seu útil para outra disciplina.
Ao estudar um fenómeno social deve ter-se em conta vários aspetos e perspetivas para uma melhor
compreensão do fenómeno.
Os fenómenos sociais podem ter implicações ao nível económico, político, ideológico, demográfico, etc.
Estas várias facetas precisam de uma estreita relação entre várias disciplinas, o conhecimento dos
fenómenos sociais só é construído com a complementação de perspetivas, assim o objeto em estudo
poderá ser entendido e explicado na sua totalidade.
Foi um processo diferente de país para país, e que alterou consoante as características do
próprio estado, economias, ideologias e doutrinas.
a) O que leva os estudos sobre o comportamento do ser humano, a ser orientado por
estratégias de investigação científica, em busca de resultados lógicos e coerentes e
submetendo-se a provas de validação;
b) O que leva esses estudos científicos a centrarem-se nas relações sociai (práticas, instituições,
estruturas);
Comte entendia que o núcleo central das ciências sociais se dividia em dois modelos: um modelo
conservador que evidenciava os valores do antigo regime e o modelo dos revolucionários que queriam
fazer mudanças no comportamento humano, através de alterações institucionais, políticas e sociais. Mas
Comté rejeitou ambos estes modelos.
Para Comté a mudança não será resultado de uma mudança política, mas coordenada por uma análise
científica do estado da sociedade.
A Sociologia é a ciência que resulta das outras, mas que ao mesmo tempo as abrange a todas.
1. Teológica (fictícia/imaginária);
2. Metafisica (substituição por abstrações ou entidades para explicação dos fenómenos naturais e
sociais;
Durante a idade média, os pensadores tinham discussões de caracter metafisico para justificar a fé
cristã.
No fim da Idade Média deu-se o início à libertação do pensamento que antes era imposto pela fé
cristã e que deu lugar à livre discussão de questões do ponto de vista racional.
Durante o renascimento perde-se a influencia teológica que abriu caminho a uma nova explicação
dos fenómenos da natureza e dos problemas sociais e humanos.
Os fenómenos da natureza eram testados pelo método da experimentação e esse mesmo método
científico rapidamente se volta para a natureza humana e para as suas relações sociais.
Como fatores históricos encontramos a criação da sociedade capitalista na idade média, onde os
pensadores tentaram utilizar o método científico para explicar as transformações na sociedade que
levaram a uma crise social na época.
Os descobrimentos proporcionaram o convívio com outras culturas e sociedades.
A revolução francesa com os seus ideais de liberdade e igualdade contribuíram para a constituição
das ciências sociais como ciência e promoveram o convívio com outras culturas, crises e
desorganização da sociedade dando espaço ao desenvolvimento do positivismo.
Como fatores sócio culturais, temos a ascensão da burguesia, formação de estados nação,
descobrimentos, a revolução comercias e a reforma protestante que contribuíram para alterar a
mentalidade das pessoas. A revolução industrial para além de alterações ao nível económico e
tecnológico trouxe mudanças ao nível social com o excesso de trabalho e as condições precárias, a
intensificação do êxodo rural, introduzindo novos costumes e novas formas de organização da vida
social.
O positivismo surge como resposta às crises sociais existentes nesta época ( o positivismo defende o
evolucionismo social e que todas as sociedades passam pelas mesmas etapas). Estas crises
proporcionam a convicção de que os métodos utilizados nas ciências da natureza podiam ser
aplicados aos estudos das questões sociais e humanas.
As ciências sociais nunca conseguiram atingir a exatidão das ciências naturais, no entanto, o seu
caracter provisório é visto como característica fundamental em todas as ciências.
A relação entre variantes e condicionantes fez cair por terra a visão exclusiva causal com apenas um
fator dominante e mostra a importância do ambiente social, do desenvolvimento económico, das
aspirações e atitudes mentais.
Esta evolução da ciência e da sua posição metodológica, revaloriza a sociologia e dá-lhe validade
cientifica
Matriz teórica: Qualquer disciplina que dispõe de linhas representativas das dimensões da sua
problemática;
Matriz disciplinar: Constituída por conceitos e relações entre entre conceitos que foram criados para
responder a problemas científicos
Especificidade do social:
.O Social é um conjunto de processos pelo qual o ser humano e a sua maneira de estar no mundo
em relação a si e aos outros. Por exemplo as diferentes maneiras de andar, rir, gestos, falar etc (a
maneira de agir pode ou não ser influenciada por fatores externos) – Facto Social
Facto sociológico: é o domínio do facto social, é um conceito, uma construção do real social a partir
de uma determinada teoria
As várias ciências sociais limitam o seu campo de estudo a partir de uma grelha teórica, que permite
definir, selecionar e construir a sua área de estudo. Cada disciplina tem um objeto e conteúdo
específico, um quadro conceptual de metodologias próprias para abordar os seus problemas –
unidade das ciências sociais.
Antes era aceite que cada ciência social separasse os fenómenos sociais e cada disciplina estudasse a
sua área (exemplo: A economia estuda apenas os fenómenos económicos; a demografia estuda
apenas fenómenos demográficos), no entanto a realidade social estudada pelas ciências sociais é
apenas uma, a realidade social e humana, assim sendo os fenómenos sociais são totais e podem
interessar a todas as áreas das ciências sociais. O que acontece é que cada disciplina estuda e aborda
a mesma realidade sobre perspetivas diferentes.
Podemos dizer assim que as ciências sociais se diferenciam pelos seguintes motivos:
- Definição dos problemas e das questões sobre a quais a investigação deve incidir;
Concluímos assim que as ciências sociais estão relacionadas entre si e que nenhum fenómeno é
puramente demográfico, ou económico, ou político, mas que são factos sociais que não podem ser
analisados isoladamente apenas por uma ciência. Existe uma interdependência nas ciências sociais
que permite criar especializações nas ciências que se cruzam, como exemplo temos a economia
social, psicologia social, antropologia social, etc.
Max weber e Emile Durkheim são considerados os fundadores das ciências sociais, não só pela visão
distinta sobre o objeto científico do conhecimento da vida social, mas também porque as suas obras
constituem elementos para a explicação científica dos fenómenos sociais e que continuam a ser
fontes de referência atualmente.
Émile Durkheim mantendo a tradição positivista de Comte, definiu que a sociologia tem como objeto
de estudo o facto social e que a organização social é possível graças à “consciência coletiva”
(conjunto de crenças, sentimentos comuns à maioria da sociedade). Para o autor, o social só pode
ser construído com o corte do senso comum e que o facto social deve ser tratado como uma coisa
para obter o estatuto de ciência na sociologia.
Um facto social ocorre num determinado espaço físico (localização) e num determinado tempo
(época ou data). O espaço e o tempo são característicos dos factos sociais, por vezes únicas, por
vezes similares a outros factos ocorridos noutro espaço e tempo. Só é possível compreender os
factos sociais ao analisar as relações e o ambiente coletivo onde se desenvolvem.
Cada sociedade deve assentar numa solidariedade partilhada, insto é relações entre elas. Para
Durkhein existem duas formas de solidariedade. A solidariedade mecânica, baseada na semelhança
de valores e competencias entre indivíduos. Neste tipo de sociedades pré-industriais a consciência
coletiva domina a consciência individual, já nas sociedades modernas e tecnicamente avançadas o
tipo de solidariedade é orgânica, baseada na divisão do trabalho, diferença entre as pessoas e a
complementaridade entre os indivíduos.
As principais influencias de Max Weber foram alemãs, e fomentou o seu ponto de vista com
correntes de pensamento derivadas da história e da jurisprudência.
Ao contrário de Émile Durkhein, Max Weber rejeitava a ideia de Comte na qual as ciências sociais se
organizam por uma hierarquia lógica, no qual cada ciência estava dependente de um marco
histórico. Para weber o estudo das ciências sociais tem interesse em problemas práticos e no desejo
de pôr em prática mudanças sociais. Weber defendia ainda a ideia de separação entre juízos de facto
e juízos de valor. Juízos de facto são descritivos da realidade, são verdadeiros ou falsos. Os juízos de
valor têm um caracter normativo de como as coisas devem ser, são valores.
Como a ciência não consegue validar ideais, weber propõe a existência de valores que não podem
ser cientificamente comprovados, assim os conceitos das ciências sociais não podem ser
diretamente derivados da realidade, mas sim da interpretação e explicação histórica do objeto em
análise.
Um tipo ideal é um tipo puro no sentido lógico, é obtido pela combinação de um número indefinido
de elementos extraídos da realidade. A utilidade do tipo ideal só pode ser aplicada em relação a um
tipo concreto de problemas e o seu único propósito é o de orientar a elaboração e facilitar a análise
de questões empíricas. A transição dos tipos descritivos para o tipo ideal acontece quando se passa
da descrição dos fenómenos para a análise explicativa ou teórica.
A metodologia aplicada por Max Weber nas suas análises é a de sociologia interpretativa ou
compreensiva, em que o autor acredita na generalização dos princípios nas ciências sociais como um
meio e não como um fim.
A ação ou conduta social é a que implica um significado subjetivo e pode ser analisada sobre dois
pontos de vista: Em função do significado concreto que a ação tem para o agente individual ou em
função do tipo de ideal hipotético que o agente lhe atribua.
O intuicionismo não é o único método que permite estudar a conduta subjetiva, a sociologia
interpretativa deve basear-se em técnicas fixas de interpretação que podem ser comprovadas com s
princípios gerais do método científico.
Para Weber a analise científica da ação social, quando pretenda ser mais do que apenas descritiva,
terá de recorrer à elaboração de tipos ideais, ou dada a dificuldade em compreender as formas de
ação orientadas por valores ou emoções subjetivas – tipos racionais.
Todas as relações sociais são em certa medida relações de poder. O conceito de dominação refere-se
aos casos de exercício de poder em que um individuo obedece a uma ordem dada por outra.
Para Weber existem três tipos ideais de legitimidade na base da relação de domínio: a tradicional, a
autoridade tradicional é baseada na crença da santidade das regras. As regras, leis, direitos e deveres
baseiam-se apenas na opinião do governante. O tipo legal, em que o individuo que detêm este tipo
de autoridade aplica regras impessoais, constituídas num contexto de racionalidade e propósito.
Weber conclui que o estado capitalista moderno depende totalmente de uma organização
burocrática. Tipo carismático, é aquele a quem os outros atribuem capacidades invulgares,
normalmente de origem sobrenatural, não interessa se o individuo relamente possui estes
“poderes”, o que interessa é que as pessoas acreditam. Estes indivíduos tanto podem ser chefes
políticos como profetas religiosos, em que o sucessor não é eleito mas designado pelas suas
características carismáticas.
O estatuto Social de um individuo é atribuído pelos outros, que atribuem um grau de prestigio ou
consideração.
Um grupo social é constituído por um conjunto de pessoas que que partilham do mesmo estatuto
social. Estes grupos têm consciência da sua posição comum e geralmente fazem distinção da sua
situação privilegiando e adotando um estilo de vida próprio, restringindo o contacto com outros
grupos (exemplo casamento entre as mesmas castas).
Sociologia:
O individuo é livre para se movimentar no espaço que o rodeia, mas por norma age sempre em
função do grupo;
A sociedade humana é um conjunto de relações entre indivíduos, relações entre grupos, uma
organização e uma cultura;
Todas as sociedades têm a sua própria cultura e o individuo que nasce ou se integra nela aprende
tudo desde andar, vestir, comer, etc (processo de socialização)
2. Facto social;
Podem existir vários ramos da sociologia de acordo com o tema a ser estudado, exemplos: sociologia
da educação, da organização, do trabalho, saúde, género, exclusão social etc.
Antropologia:
Na segunda metade do século XVIII, com as informações descritas nas viagens dos descobrimentos e
a expansão mercantil europeia, em que os países ocidentais colonizaram alguns pa
Ciganos e migrações:
Considerar o que une e distingue as várias ciências sociais estudadas na uc. Referir o processo de
complementaridade entre as ciências sociais (unidade e pluralidade das ciências sociais que permite
uma abordagem mais completa sobre a realidade social, como fenómeno social total). Esclarecer em que
consiste o centro de interesse de uma disciplina. Identificar os fatores que permitem a definição do
centro de interesse: fins ou objetivos prosseguidos por cada ciência que determinam a definição de
distintos problemas de investigação o que leva à seleção de diferentes variáveis relevantes para o estudo
de determinados problemas sociais e será essa seleção que conduz à opção por determinado método ou
técnica, ou seja, são os que se revelam mais adequados para trabalhar com as variáveis selecionadas.
Tópicos possíveis para uma abordagem sobre a discriminação social dos ciganos em Portugal.
Demografia - pode estudar a dimensão da população, as taxas de nascimento, taxa de mortalidade,
incidência de doenças, etc. comparar com dados nacionais no sentido de contribuir para um
conhecimento mais rigoroso sobre a população. Quantos são? Onde estão? Quais as características
sociodemográficas? Idade de casamento, taxa de mortalidade e de natalidade, etc. Sociologia - No
âmbito do foco do estudo das relações sociais estudar os factores subjacentes à persistência da
reprodução da situação de pobreza e exclusão dos ciganos em Portugal. Onde vivem? Como vivem?
Quais as condições de salubridade e de sobrevivência? Qual o impacto dessas situações na sociedade?
Estudo de formas de adaptação, de integração ou de exclusão. Desocultar modos de vida e romper com
estereótipos e representações sociais. - Antropologia – Pode estudar os modos de vida, as expressões
culturais, como se processa a interacção com a sociedade envolvente através da realização de
observação participante, etnografia, etc. Dar a conhecer através da observação participante esses modos
de vida, a cultura, os costumes, as celebrações, etc.. Economia – A partir da concepção de análise do
impacto económico das condições de vida na economia nacional. Analisar relação de custo-benefício ao
estado e para a sociedade: o que fazem e como fazem? Setores de atividade em que trabalham? Como
se pode promover a inserção ativa na vida económica do país? etc. Ciência política – Poderá estudar a
posição das pessoas ciganas face à constituição e ao conjunto legislativo português. Sendo cidadãos de
pleno direito importa analisar até que ponto é que estas pessoas acedem aos direitos sociais e de
cidadania de forma plena, sem discriminação nem racismo. Psicologia – Pode estudar o impacto da
vivência de situações de pobreza e exclusão social, discriminação e racismo tem sobre as pessoas
ciganas: por exemplo, perturbações comportamentais, psicoses, doenças do for psicológico. História –
estudar as origens das pessoas ciganas e os movimentos migratórios pelos países por onde passaram e
os processos de sedentarização nas sociedades em que vivem