Objetivo:
- Caracterizar o processo de socialização da criança.
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Conteúdos
- Socialização - conceitos
- Definição
- Características
- Aspetos consideráveis na sociedade
- Socialização - agentes
- Tipos de agentes
- Papel dos agentes
CEF – ACOMPANHANTE DE CRIANÇAS / UFCD 3250 – PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA
1. Socialização - Conceitos
Assim:
A socialização pode ser definida como o processo de aprendizagem e interiorização de
normas e valores, característicos de determinado meio social, do qual os indivíduos e os
grupos são alvo, tendo assim como objetivo a integração do indivíduo na sociedade. Através
do contacto com os outros indivíduos do ambiente grupal a que pertence, o ser humano
adapta o seu comportamento às regras e aos valores implícitos no respetivo contexto social.
Assim sendo, a socialização não é um ato determinado no tempo mas, pelo contrário, um
processo que decorre ao longo da vida de cada indivíduo.
2. Definição
3. Características
A socialização pode ser entendida como uma aprendizagem social constante, pelo qual
aprendemos a língua, os símbolos, as normas sociais, a usar objetos, a crer em
determinadas coisas ou seres, a termos determinados tipos de sentimentos, etc.
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Ou seja:
A socialização é um processo duradouro, dinâmico, global e interativo através do qual
adquirimos conhecimentos, adotando padrões de comportamento e interiorizando valores
dos grupos sociais de que fazemos parte.
Tipos de Socialização
O psicólogo Jean Piaget, por sua vez, baseia-se no egocentrismo como um dos aspetos
fundamentais da condição humana, o qual é controlado através dos mecanismos da 6
socialização.
Por fim, podemos mencionar que Robert A. LeVine fez a distinção entre três momentos
fundamentais no processo de socialização: a civilização (transmissão de cultura), a
aquisição do controlo dos impulsos e a aprendizagem das funções.
Do processo de socialização fazem parte dois momentos, fases ou estágios, são eles a
socialização primária e a socialização secundária.
Socialização Primária – (desde bebé até adolescente) - processo em que ocorre a infância,
onde a criança se apropria de um sentimento para se identificar com o meio, com grupos de
referência (pais, irmãos) e com tudo que o representa, como valores, regras morais e
sentidos. É o processo durante o qual a criança adquire as primeiras capacidades
intelectuais e sociais.
Socialização Secundária – (desde a idade adulta até ao fim da sua vida) - é um processo
que irá prolongar-se por toda a vida do indivíduo a partir da noção interiorizada de si próprio.
É um processo posterior que inclui o indivíduo já socializado em novos sectores da sua
sociedade (trabalho, economia, …). Ocorre quando certas instituições específicas (como a
escola ou o exército, por exemplo) conferem competências específicas. Dá-se por meio de
todas as interações que travamos durante a vida.
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Processo de Socialização
Mecanismos de Socialização
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Pressupõe-se a interiorização de determinadas reações perante determinadas situações
sociais, ou seja, a aquisição de hábitos e de comportamentos variados.
c) Identificação - acontece com pessoas que de alguma forma nos podem influenciar na
nossa forma de agir, de pensar ou de sentir.
Na 1ª infância, as crianças
tendem a imitar os outros,
que para si são modelos
sociais, reproduzindo os seus
comportamentos e atitudes.
Também por vezes, os
adultos, ao enfrentarem
situações para si
completamente novas, imitam
comportamentos que vêm os
outros assumirem. Por outro
lado, os indivíduos adquirem reflexos, hábitos e atitudes e interiorizam conhecimentos, aos
quais vão atribuindo um significado através do processo de aprendizagem.
Finalmente, o processo de socialização, ao visar integração social dos indivíduos, exige que
estes se identifiquem com os grupos/sociedade em que se inserem. Neste sentido, o
processo de socialização permite que os indivíduos deem significado à vida social, à medida
que vão construindo a sua própria identidade.
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Como já sabemos, não nascemos com traços culturais embebidos nas nossas mentes. A
socialização, enquanto aprendizagem de uma cultura, acontece no convívio diário da
criança, que nasce já inserida numa comunidade que possui formas definidas de
compreender a sua realidade e de interagir com os demais membros da sua sociedade.
Este processo é responsável por garantir que o novo sujeito social aprenda como guiar-se
no meio ao mundo de significados que a sua realidade possui, e exercerá grande influência
sobre o seu comportamento.
decorrer da vida, possuem formas diferentes de ver o mundo. Esse contacto com diferentes
gerações garante a continuidade do processo de socialização.
Indivíduo e socialização
Se o processo de socialização molda o indivíduo de acordo com a realidade que ele vive,
isso quer dizer que estamos condenados a fatalmente a 10
ser o que essa realidade nos determinou? Felizmente,
não. O processo de socialização é construído no meio
social, mas não quer dizer que a individualidade do
sujeito inexista ou que ela não esteja ligada ao
processo. Embora o nosso convívio com os diferentes
atores do mundo social exerça forte influência na
construção do indivíduo social, a liberdade e a
individualidade também toma parte na construção da
nossa identidade. É a identidade do indivíduo que é
parte fundamental da construção da individualidade do sujeito, já que é nela que estão
inseridas as particularidades de cada um: as nossas prioridades de valores, crenças,
orientação sexual, nacionalidade, etc.
Neste sentido, o processo de socialização permite que os indivíduos deem significado à vida
social, à medida que vão construindo a sua própria identidade.
5. Socialização - Agentes
Por cada idade, cada lugar e cada atividade da criança foram criadas instituições
específicas. Assim a socialização ocorre segundo um percurso institucional que obedece a
uma série de exigências:
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- Exigências sociais que proporcionam a vida da criança em função da dos adultos e das
necessidades do trabalho.
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Tornando assim a família como o primeiro agente de socialização.
Outros agentes mais próximos são a escola, a religião, os meios de comunicação, os grupos
de referência que são compostos pelas nossas bandas favoritas, atores, atletas, etc. Pois
são espaços produtores de valores morais e são por excelência, espaços formadores de
consciência.
Importante saber
Todos os grupos a que pertencemos são agentes de socialização, já que nos obrigam a
interiorizar um determinado papel social. Os mais importantes tendem a ser a família, a
escola, os meios de comunicação social, o trabalho, a comunidade onde vivemos.
6. Tipos de Agentes
O segundo período acontece na fase mais madura do ser humano, no fim da sua infância e
no início da sua vida adulta. Nesse momento, outros agentes passam a ter maior impacto na
socialização do sujeito. A escola, os grupos de amigos que vêm de diferentes realidades, a
comunicação social e posteriormente o âmbito do trabalho, trazem consigo uma bagagem
de valores, normas e crenças que estão agregadas à realidade social e cultural na qual o
indivíduo se insere.
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Deste modo, ao longo da vida, os indivíduos vão sendo moldados pela sociedade de forma
que possam ser reconhecidos e aceites. Esta adaptação do indivíduo à sociedade
denomina-se de integração social.
Escola - desde cedo as crianças entram em contacto com esta. A escola permite a aquisição
de conhecimentos e o desenvolvimento de competências que são indispensáveis nos dias
de hoje. Por outro lado, e dado o tempo que efetivamente os jovens passam na escola, esta 13
passa a ser um importante agente de convívio e sociabilidade juvenis, onde colegas e grupo
tem um papel fundamental na tomada de atitudes, na defesa de pontos de vista, no debate
de perspetivas de análise e na afirmação de personalidade.
Integração Social - adaptação do indivíduo face à sociedade de forma que possa por ela ser
reconhecido e aceite.
Para a maioria dos grupos sociais, a brincadeira é consagrada como atividade essencial ao
desenvolvimento infantil. Historicamente, ela como lúdico sempre esteve presente na
educação infantil, único nível de ensino que a escola deu passaporte livre, aberto à iniciativa
e criatividade.
Em diferentes estudos, observou-se que o ato de brincar conquistou mais espaço, tanto no
âmbito familiar, quanto no educacional, a brincadeira está colocada como um dos princípios
fundamentais, defendida como um direito, uma forma particular de expressão, pensamento,
interação e comunicação entre as crianças.
Assim, a brincadeira é cada vez mais entendida como uma atividade que, além de promover
o desenvolvimento global das crianças, incentiva a interação entre os pares, a resolução de
conflitos e a formação de um cidadão crítico e reflexivo.
A brincadeira é uma atividade em que a criança começa desde o seu nascimento no âmbito
familiar, e continua com os seus parceiros. Inicialmente, ela não tem objetivo educativo ou
de aprendizagem pré-definido. A atividade é desenvolvida pela criança para seu prazer e
recreação, mas também permite-lhe interagir com os pais, outros adultos, bem como
explorar o meio ambiente.
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Importante saber
A brincadeira das crianças evolui mais nos seis primeiros anos de vida do que em qualquer
outra fase do desenvolvimento humano.
Exemplos de Atividades:
- Dramáticas
- Lúdicas
- Recreativas
- Musicais
- Culturais
- entre outras…
Palavras-Chave:
- Um processo contínuo que nunca termina.
- Inicia-se após o nascimento.
- É a integração do indivíduo numa sociedade.
- Assimilação de hábitos característicos do seu grupo social, através do qual um indivíduo se
torna membro funcional de uma comunidade, assimilando a cultura que lhe é própria.
- É a transmissora da cultura.
- Realiza-se através da comunicação.
- Há dois tipos de socialização (primária e secundária).
Importância da socialização
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Só através dela é que o indivíduo pode desenvolver a sua personalidade e ser admitido na
sociedade. É um processo fundamental não apenas para a integração do indivíduo na sua
sociedade, mas também, para a continuidade dos sistemas sociais.
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Bibliografia