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Reflexão 10335- GESTÃO DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS EM EDIFÍCIOS

Ciente da realidade nacional relativamente à segurança contra incêndios em edifícios, é objetivo da


ufcd, analisar a gestão da segurança, propondo um modelo de Gestão que ajude a manter níveis
aceitáveis. Para isso abordamos o SCIE nas suas mais diversas dimensões, no sentido de perspetivar um
modelo que se constitua como mais uma ferramenta que ajude a gerir o sistema de autoproteção e
segurança contra incêndio e consequentemente a avaliar o seu desempenho. De resto, é a gestão e,
dentro desta, o processo de avaliação de desempenho que merecerão o foco das atenções do Técnico
de segurança, uma vez que são estes, eventualmente, os menos abordados e praticados na atual
realidade nacional.

A evolução Humana e o decorrente desenvolvimento tecnológico, ao constituírem-se como fatores de


bem-estar e prosperidade, arrastam consigo invariavelmente novos desafios, no domínio da segurança
contra incêndios, para as organizações e sociedades modernas e respetivas comunidades onde se
inserem, nas mais diversas vertentes da atividade Humana.

Para garantir níveis de segurança aceitáveis é fundamental existirem sistemas de gestão eficazes de
segurança contra incêndios. Pode dizer-se que a segurança contra incêndios, na sua versão mais
abrangente, assenta-se num sistema que integra componentes como o projeto de segurança contra
incêndios, as organizações no âmbito da prevenção e resposta a emergências, a capacitação das
pessoas para o desempenho da atividade de segurança contra incêndios e o controlo do sistema de
segurança contra incêndios instalado. Para uma gestão eficaz deste sistema é fundamental criar
ferramentas que permitam planear, executar e controlar as referidas componentes do sistema, numa
perspetiva proativa. Deve-se abordar o processo de gestão do sistema de segurança contra incêndios
existente, estudando as diversas componentes que concorrem para a qualidade e segurança do
mesmo, propondo um modelo de gestão que integre, entre outros aspetos, o da avaliação de
desempenho do sistema.

Sendo o fogo uma das principais ameaças ao Homem, sem ele, jamais o mesmo atingiria um tão
elevado nível de desenvolvimento, progresso e bem-estar económico e social. Pode dizer-se que a
grande diferença entre os benefícios e os danos do fogo está “simplesmente” na capacidade e
competência que o Homem demonstra para o controlar num determinado contexto espaço e tempo.
Na ausência do controlo, o fogo pode ganhar dimensão e transformar-se perigosamente em incêndio,
com as consequências tantas vezes trágicas e economicamente irreparáveis. É perante esta evidência
que a Segurança contra incêndios ganha dimensão e se torna disciplina indispensável para o
desenvolvimento sustentado das sociedades.

É através desta importante disciplina que o Homem tem tentado limitar os efeitos prejudiciais do risco
de incêndio inerentes a esse desenvolvimento tecnológico, social e económico. Destes, é exemplo a
cada vez maior exposição das comunidades humanas ao perigo que constituem a maior e mais
complexa planificação dos edifícios, os processos industriais cada vez mais complexos e a quantidade
cada vez maior de produtos combustíveis manuseados e armazenados nas instalações industriais ou
transportados nos mais diversos meios de transporte.

Em toda a atividade humana e na que particularmente diz respeito à construção e exploração dos
edifícios Industriais, a Segurança contra incêndios é um requisito fundamental para garantir a
segurança dos ocupantes, do património e do ambiente. Neste caso, as falhas de segurança podem
traduzir-se em pesadas perdas, das quais a morte se apresenta como a situação mais trágica. Para além
desta, outras podem acontecer da perda de património material ou imaterial. Nas empresas, os custos
elevados originados pela não continuidade do negócio e pela reparação ou substituição das estruturas
afetadas podem ainda levar ao desaparecimento das mesmas, com a consequente perda de postos de
trabalho e irremediáveis custos pessoais e sociais. A fim de evitar tais cenários, o atual regime jurídico
de segurança contra incêndios em edifícios, apesar das exceções referidas no mesmo, requer a
existência de um sistema de autoproteção e segurança contra incêndio. Contudo, o tempo tem-se
encarregado de demonstrar que a simples existência desse requisito legal, por si só, não garante níveis
aceitáveis de segurança contra incêndios em edifícios, se o mesmo não for aplicado e acompanhado
por uma gestão competente, nomeadamente por um efetivo controlo de qualidade de desempenho do
sistema.

Tendo sempre presente que, no caso de Edifícios industriais, aspetos como a planificação dos edifícios,
a natureza da ocupação e o risco de incêndio inerente às atividades neles desenvolvidas determinam a
dimensão e a dotação do sistema de autoproteção e segurança contra incêndio, nomeadamente ,
quanto ao tipo de estrutura organizacional, alocação de recursos e níveis de formação, não se pode
deixar de referir que o processo de gestão será sempre complexo e exigente, requerendo
conhecimentos específicos e apoio técnico especializado, os quais nem sempre estão facilmente
acessíveis.

É verdadeiro que, quanto mais se quiser reconhecer que esta área de conhecimento, entre nós, ainda
não está suficientemente estudada nem desenvolvida, principalmente no âmbito da gestão da
emergência e nomeadamente no que concerne à organização da implementação e controlo do sistema
de autoproteção e segurança contra incêndio.

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