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Segurança contra incêndios:

Avaliação do desempenho de edifícios de habitação novos

José Miguel Martins da Silva Lourenço

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em


Engenharia Civil

Júri

Presidente: Prof. Doutor Luís Manuel Alves Dias


Orientador: Profa. Doutora Maria Cristina de Oliveira Matos Silva
Co-orientador: Prof. Doutor Nuno Gonçalo Cordeiro Marques de Almeida
Vogais: Profa. Doutora Maria da Glória de Almeida Gomes
Profa. Doutora Susana Maria Melo Fernandes Afonso Lucas

Novembro de 2012
Resumo

O sector da construção, e o subsector dos edifícios em particular, representa uma das actividades económicas
com maior representatividade no Produto Interno Bruto (PIB) da maioria dos países desenvolvidos, sendo
consequentemente um dos principais geradores de emprego. Assim, depreendem-se sucessivas inovações em
vários domínios deste sector, nomeadamente nos produtos de construção, nas tecnologias e métodos constru-
tivos e nas estratégias de gestão, visando a optimização dos recursos e aumento dos lucros.

Um dos desafios em matéria de inovação ao nível da gestão estratégica do subsector dos edifícios consiste na
adopção de regulamentos baseados no desempenho e na informação do risco. Estes permitem um diálogo
entre todas as partes envolvidas, facilitando a programação das expectativas dos utilizadores finais no que
respeita a diferentes atributos técnicos dos edifícios, e também a avaliação do grau de adesão às expectativas
programadas.

Esta dissertação discute a transição dos regulamentos tradicionais prescritivos para os regulamentos baseados
no desempenho e na informação do risco, para o caso concreto do atributo da segurança contra incêndios em
edifícios de habitação e/ou mistos novos. Ambas as filosofias são sucintamente apresentadas, destacando-se
os pontos de consonância e divergência e sintetizando as vantagens e desvantagens de cada tipo de regula-
mento.

Neste contexto, apresenta-se uma análise comparativa entre a regulamentação da segurança contra incêndios
em edifícios de habitação e/ou mistos novos vigente em Portugal (regulamento prescritivo tradicional), com
incidência no Decreto-Lei n.º 220/2008 de 12 de Novembro e na Portaria n.º 1532/2008 de 29 de Dezembro, e
as directrizes internacionais patentes na norma internacional ISO 15928-4 (norma baseada no desempenho).
Esta análise realça as prescrições da legislação nacional que, com maior ou menor expressividade, respondem
às exigências da norma internacional para classificar o desempenho, bem como alguns aspectos não tratados e
que deverão ser abordados no futuro.

Com base na análise comparativa efectuada, sugerem-se alguns critérios de classificação do desempenho dos
edifícios em termos de segurança contra incêndio, nomeadamente no que respeita aos meios de fuga.

Pretende-se com esta dissertação contribuir para um futuro desenvolvimento de regulamentação baseada no
desempenho e na informação do risco em Portugal aplicável à área da segurança contra incêndios, em conso-
nância com as principais orientações internacionais e as melhores práticas já adoptadas noutros países.

Palavras-chave: segurança contra incêndios; sistema de avaliação; edifícios baseados no desempenho; regu-
lamentação técnica.

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Abstract

Safety in case of fire:


Performance assessment for new housing buildings

The construction sector is an activity with a major contribution to the Gross Domestic Product (GDP) in the
most part of the developed countries, and therefore a key generator of employment as well. Thus, a constant
development and innovation is denoted in this sector, namely in areas such as the construction products,
technologies and construction methods and in management and strategies, aiming resources optimization and
profits increase.

Currently, an innovation challenge concerning the construction management is related with the adoption of a
risk informed performance based regulation. This allows a dialogue between stakeholders, fostering an
agreement regarding client expectation, which shall represent a solid support for the design team to establish
the technical attributes, and to assess the degree of compliance achieved as well.

This thesis focuses on the transition from the traditional (prescriptive) regulations to the risk informed perfor-
mance-based ones, according to the second basic requirement established by the Construction Products Regu-
lation (security in case of fire) for new residence buildings. Both philosophies are briefly presented, highlighted
the convergence and divergence points, and the main advantages and disadvantages of each philosophy are
synthesized.

Therefore it is carried out a confrontation between the international guidelines delivered by standard ISO
15928-4 (performance-based standard) and the legal documents attending the safety in case of fire in force in
Portugal (prescriptive regulation), particularly the Decree-Law nr.º 220/2008 of November´s 12th and decree-
order nr. 1532/2008 of December´s 29th. This study discerns the Articles contained in the national legislation
that, with a greater or lesser degree of evidence, meet the performance assessment requirements, and also
identifies the cases that do not find any connection, meant to be analyzed in the future.

Considering the results of the stated comparative analysis, are suggested some criteria to assess the building´s
performance regarding the safety in case of fire, particularly the ones related to the means of escape.

The main objective of this thesis is to support a future implementation of a risk informed performance-based
regulation, regarding safety in case of fire in Portugal, in accordance with the international guidance and mak-
ing an approach to the international panorama.

Keywords: safety in case of fire; evaluation systems; performance-based buildings; building regulations.

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Agradecimentos

Finalizada mais uma etapa muito importante na minha vida, quero expressar o meu profundo agradeci-
mento a todos aqueles que directa ou indirectamente contribuíram para o meu sucesso.

Aos professores Nuno Almeida e Cristina Matos Silva, orientadores da presente dissertação, agradeço por
terem acreditado em mim e pelo apoio e incentivo demonstrados ao longo do último ano. Sem os seus
conhecimentos, dedicação, simpatia e disponibilidade, a elaboração da presente dissertação não teria sido
possível.

Aos meus amigos, em particular a Liliana Páscoa, a Catarina Lopes, o Nuno Gonçalves, o André Cunha, o
Francisco Nunes, o Vasco Raio, o Roberto Feijóo, o Pedro Gomes. o João Rocha e Manuel Correia por toda a
amizade e carinho. Graças a eles, as memórias vividas nos últimos cinco anos acompanhar-me-ão para o
resto da minha vida.

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Índice de Texto

1 Introdução
1.1 Formulação do problema tratado ....................................................................................................................1

1.2 Âmbito da dissertação ..........................................................................................................................................4

1.3 Enquadramento e objectivos da dissertação ...............................................................................................4

1.4 Metodologia da investigação .............................................................................................................................5

1.5 Organização da dissertação ...............................................................................................................................5

2 Revisão de conhecimentos
2.1 Segurança contra incêndios em edifícios ......................................................................................................7

2.1.1 Caracterização de um incêndio ...............................................................................................................7

2.1.1.1 Causas de incêndio ................................................................................................................... 7

2.1.1.2 Reacções de um incêndio......................................................................................................... 8

2.1.2 Princípios de prevenção e combate ao incêndio ........................................................................... 10

2.1.2.1 Medidas de prevenção ........................................................................................................... 10

2.1.2.2 Protecção activa ..................................................................................................................... 11

2.1.2.3 Protecção passiva ................................................................................................................... 11

2.1.3 Avaliação da segurança contra incêndio .......................................................................................... 12

2.2 Edifícios baseados no desempenho (EBD) ................................................................................................. 13

2.2.1 Regulamentos prescritivos e regulamentos baseados no desempenho ............................... 14

2.2.2 Incorporação do risco na filosofia dos EBD ..................................................................................... 21

2.3 Discussão da revisão de conhecimentos .................................................................................................... 29

3 Parametrização técnica da segurança contra incêndios


3.1 Comparação entre a legislação nacional e as orientações internacionais..................................... 31

3.2 Análise crítica do estudo comparativo ........................................................................................................ 36

vii
4 Critérios de avaliação do desempenho
4.1 Selecção do critério de avaliação .................................................................................................................. 41

4.2 Tempo de fuga ...................................................................................................................................................... 42

4.2.1 Tempo disponível para a fuga .............................................................................................................. 42

4.2.2 Tempo necessário para a fuga .............................................................................................................. 47

4.2.2.1 Detecção (tdet) ........................................................................................................................ 48

4.2.2.2 Difusão do alerta geral (taler) .................................................................................................. 48

4.2.2.3 Reconhecimento do alarme (trec) ........................................................................................... 50

4.2.2.4 Resposta ao alarme (tres) ........................................................................................................ 50

4.2.2.5 Deslocação para um local seguro (tdesl) .................................................................................. 52

4.2.2.6 Margem de Segurança (tmarg) ................................................................................................. 54

4.3 Enquadramento da legislação vigente nas orientações internacionais ......................................... 54

4.3.1 Detecção (tdet) ............................................................................................................................................. 55

4.3.2 Difusão do alerta geral (taler) ................................................................................................................. 57

4.3.3 Reconhecimento do alarme (trec)......................................................................................................... 59

4.3.4 Resposta ao alarme (tres) ........................................................................................................................ 59

4.3.5 Deslocação para um local seguro (tdesl) ............................................................................................. 60

4.3.6 Margem de Segurança (tmarg)................................................................................................................. 63

5 Conclusões e trabalhos futuros


5.1 Conclusões ............................................................................................................................................................. 67

5.2 Trabalhos futuros ............................................................................................................................................... 68

Bibliografia ................................................................................................................................................... 71

Anexos

Anexo A - Síntese do confronto da Norma Internacional ISO 158928-4 e a Regulamentação


Nacional para a segurança contra incêndios ........................................................................................................... 77

viii
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional,
para utilização-tipo I ........................................................................................................................................................ 79

Anexo A2 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional,


para utilização-tipo II.................................................................................................................................................... 141

Anexo A3 – Legenda ....................................................................................................................................................... 193

Anexo B – Ficha de segurança conta Incêndio ..................................................................................................... 195

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Índice de Tabelas

Capítulo 2

Tabela 2.1 - Exemplo de matriz do desempenho para um edifício novo, adaptado de (Almeida, 2011). ............ 18
Tabela 2.2 - Exemplo de perfil do desempenho técnico de um edifício, adaptado de (Almeida, 2011). ............. 18
Tabela 2.3 - Síntese das vantagens e desvantagens de regulamentações baseadas no desempenho, adaptado e
expandido de (Tavares, 2008). ............................................................................................................................. 20
Tabela 2.4 - Síntese das vantagens e desvantagens de regulamentações prescritivas, adaptado e expandido de
(Tavares, 2008). .................................................................................................................................................... 21
Tabela 2.5 - Exemplo indicativo de escala de impactes máximos toleráveis em edifícios (Almeida, 2011). ........ 24
Tabela 2.6 - Exemplo de correspondência entre classes do desempenho e níveis do risco técnico inerente
(Almeida, 2011). ................................................................................................................................................... 27

Capítulo 3

Tabela 3.1 - Estrutura para avaliação de desempenho de utilizações-tipo I. ....................................................... 32


Tabela 3.2 - Estrutura para avaliação de desempenho de utilizações-tipo II. ...................................................... 34

Capítulo 4

Tabela 4.1 - Definição genérica das classes de desempenho em função do intervalo de tempo da margem de
segurança.............................................................................................................................................................. 63

Anexos

Tabela A3.1 - Classes de reacção ao fogo para produtos de construção, excluindo pavimentos ...................... 193
Tabela A3.2 - Classes de reacção ao fogo para produtos de construção, incluindo pavimentos ....................... 194
Tabela A3.3 - Classes de reacção ao fogo de produtos lineares para isolamento térmico de condutas ............ 194

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Índice de Figuras

Capítulo 1

Figura 1.1 - Produção bruta do sector da construção em relação ao PIB (%) (Cóias, 2012). .................................. 1
Figura 1.2 - Valor da construção habitacional nova em relação à produção bruta do sector da construção (%)
(Cóias, 2012). .......................................................................................................................................................... 2

Capítulo 2

Figura 2.1 - Modelos hierárquicos desenvolvidos pelo NBK (esquerda) e pelo IRCC (direita), adaptado de
(Meacham, 2008).................................................................................................................................................. 15
Figura 2.2 - Representação simplificada da hierarquia das partes constituintes do edifício (Almeida, 2011). .... 17
Figura 2.3 - Processo de transição dos regulamentos prescritivos para regulamentos baseados no desempenho
e informação do risco, adaptado de (Tavares, 2008). .......................................................................................... 19
Figura 2.4 - Estratégias de formulação de requisitos do desempenho (Almeida, 2011). ..................................... 22
Figura 2.5 - Níveis de desempenho técnico em construções novas. .................................................................... 28

Capítulo 4

Figura 4.1 - Esquematização da difusão dos efluentes (SEGURANÇAonline, 2012). ............................................ 43


Figura 4.2 - Processo de avaliação do risco no processo de fuga, adaptado de (ISO 13571, 2007). .................... 44
Figura 4.3 - Diagrama simplificado das componentes consideradas no cálculo do tempo necessário para a fuga,
adaptado de (ISO 16738, 2009). ........................................................................................................................... 47
Figura 4.4 - Esquematização geral de uma evacuação (Verlag dashofer, 2012). ................................................. 52
Figura 4.5 - Percepção do sinistro por parte dos ocupantes (ISO 16738, 2009). ................................................. 56
Figura 4.6 - Distâncias máximas percorridas em vias horizontais de evacuação, para o caso (a)
(SEGURANÇAonline, 2012). .................................................................................................................................. 61
Figura 4.7 - Distâncias máximas percorridas em vias horizontais de evacuação, para o caso (b)
(SEGURANÇAonline, 2012). .................................................................................................................................. 61
Figura 4.8 - Previsão do tempo necessário para a fuga (utilização-tipo I da 1º ou 2º categoria de risco). .......... 64
Figura 4.9 - Previsão do tempo necessário para a fuga (utilização-tipo I da 3º ou 4º categoria de risco, com
alarme parcial). ..................................................................................................................................................... 65
Figura 4.10 - Previsão do tempo necessário para a fuga (utilização-tipo I da 3º ou 4º categoria de risco, sem
alarme parcial). ..................................................................................................................................................... 65

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Figura 4.11 - Previsão do tempo necessário para a fuga (utilização-tipo II, com alarme parcial). ....................... 66
Figura 4.12 - Previsão do tempo necessário para a fuga (utilização-tipo II, sem alarme parcial). ....................... 66

Anexos

Figura A1.1 - Esquematização das classes de fogo (BAKAUS Portugal, 2011) ...................................................... 81
Figura A1.2 - Detector automático (Garraio, 2006). ............................................................................................ 85
Figura A1.3 - Botão de accionamento de alarme (Garraio, 2006). ....................................................................... 85
Figura A1.4 - Boca-de-incêndio tipo carretel (Garraio, 2006)............................................................................... 97
Figura A1.5 - Boca-de-incêndio tipo teatro (Garraio, 2006). ................................................................................ 97
Figura A1.6 - Sprinkler (AgebraLab, 2012). ........................................................................................................... 98
Figura A1.7 - Extintor de incêndios (EXTINLOURES, 2006) ................................................................................. 102
Figura A2.1 - Esquematização das classes de fogo (BAKAUS Portugal, 2011). ................................................... 143
Figura A2.2 - Detector automático (Garraio, 2006). ........................................................................................... 147
Figura A2.3 - Botão de accionamento de alarme (Garraio, 2006). ..................................................................... 147
Figura A2.4 - Boca-de-incêndio tipo carretel (Garraio, 2006)............................................................................. 161
Figura A2.5 - Boca-de-incêndio tipo teatro (Garraio, 2006). .............................................................................. 161
Figura A2.6 - Sprinkler (AgebraLab, 2012) .......................................................................................................... 161
Figura A2.7 - Extintor de incêndios (EXTINLOURES, 2006). ................................................................................ 165

xiv
Índice de Nomenclaturas

Abreviaturas

CEN Comité Europeu de Normalização


DPC Produtos de Construção
EBD Edifícios Baseados no desempenho
EN Norma Europeia
FEC Concentração Efectiva Fraccional
FED Dose Efectiva Fraccional
GTE-BDR Modelo de Gestão Técnica de Edifícios Baseada no Desempenho e no Risco
IRCC Colaboração Jurídica e Regulamentar
IRCC Colaboração Jurídica e Regulamentar
ISO Organização Internacional de Normalização
MQEH Metodologia de Qualificação de Empreendimentos da Habitação
MQ/LNEC Marca de Qualidade do LNEC
NBK Comité Nórdico para a Regulamentação de Edifícios
RPC Regulamento dos Produtos de Construção
SGS Société Générale de Surveilance S.A.

Simbologia

taler Tempo necessário para soar o alerta geral (min)


tdesl Tempo necessário para a deslocação para um local seguro (min)
tdesl(circ) Tempo de circulação (min)
tdesl(escu) Tempo de escoamento pelas vias de evacuação e saída de emergência (min)
tdet Tempo necessário para a detecção do sinistro (min)
tdfs Tempo disponível para a fuga em segurança (min)
tevac Tempo de evacuação (min)
tmarg Intervalo de tempo da margem de segurança (min)
tnfs Tempo necessário para a fuga em segurança (min)
tpre Tempo das actividade pré-deslocação (min)
trec Tempo para reconhecer o alerta (min)
tres Tempo de resposta ao aviso (min)
A1 Combustibilidade dos produtos de construção

xv
A2 Combustibilidade dos produtos de construção

B Combustibilidade dos produtos de construção

C Combustibilidade dos produtos de construção

D Combustibilidade dos produtos de construção

E Combustibilidade dos produtos de construção

F Combustibilidade dos produtos de construção

s0,s1 e s2 Produção de fumo

d0,d1 e d2 Queda de gotas ou de partículas incandescentes

CO Monóxido de Carbono

HCL,HBr,HF Ácido de Halogénio

HCN Cianeto de hidrogénio

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Capítulo 1 - Introdução

1 Introdução

1.1 Formulação do problema tratado

É conhecimento comum a grande relevância do mercado imobiliário na economia actual, o qual representa
uma percentagem substancial do produto interno bruto (PIB). É aliás reconhecido por muitos autores que o
sector da construção tem uma importância primordial e dinamizadora da economia. Realça-se, por exemplo,
que o investimento médio provido neste sector pelos países constituintes do Euroconstruct (um grupo de 19
países europeus) ultrapassa um bilião (um milhão de milhões) de euros (Cóias, 2012). A Figura 1.1 apresenta
uma comparação, em valores percentuais, da produção bruta no sector da construção verificada em Portugal e
na média dos quinze países ocidentais do Euroconstruct. Colocando o enfoque em Portugal verifica-se que, até
muito recentemente, apresentava uma percentagem no PIB superior à da média apresentada pelos países
constituintes do Euroconstruct (Cóias, 2012). Também o factor social deve ser referido e realçado, sendo este
sector o segundo maior empregador do país logo após o estado (Cóias, 2012 ; AICCOPN, 2012). Não obstante a
contracção que o sector tem sofrido, este continua a apresentar-se como um dos principais alicerces da eco-
nomia, exibindo neste momento índices equiparáveis à média apresentada pela Euroconstruct.

Figura 1.1 - Produção bruta do sector da construção em relação ao PIB (%) (Cóias, 2012).

Do universo das áreas abrangidas no sector da construção, interessa nesta dissertação distinguir a construção
de habitações novas. Este subsector não escapa à tendência de contracção sentida nesta actividade, tendo
vindo a sofrer uma queba acentuada, como é perceptível na Figura 1.2 que apresenta uma comparação do
valor percentual da construção habitacional nova em relação à produção bruta do sector da construção. Ape-
sar deste indicador económico não ser positivo, mais uma vez se constata que os valores previstos para 2012
se assemelham ao valor médio apresentado pelos países da Euroconstruct. De facto “apesar da redução drás-
tica a partir de 2002, a construção de novas habitações representava ainda, em 2005, em Portugal, 33,1% do

1
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

sector da construção, contra uma média de 25,7% nos países Euroconstruct e em 2008 a construção de habita-
ções novas ainda representava 31,4% da produção do sector da construção, contra 21,0%” (Cóias, 2012).

Figura 1.2 - Valor da construção habitacional nova em relação à produção bruta do sector da construção (%) (Cóias,
2012).

Mesmo com a importância económica da construção de habitações novas, as discrepâncias entre o colocado
em mercado pela oferta e as expectativas da procura são frequentes. De facto os defeitos e insatisfação dos
utilizadores quanto às habitações novas é um problema real, assumindo proporções preocupantes para um
sector tão relevante como este. Uma análise dos Census 2001 permitiu concluir que a qualidade dos edifícios
residenciais novos (até 10 anos de idade) podia ser melhorada, nomeadamente tendo em conta que, em 2001,
se verificou que 12,6% destes edifícios eram vistos pelos inquiridos como carecendo de reparações (Almeida,
2011).

As constantes, e crescentes, exigências e consequentes expectativas das várias partes interessadas na constru-
ção dos edifícios impelem a melhorias do sector da construção em geral, e no subsector dos edifícios em parti-
cular. Afigura-se portanto necessário procurar dinamizar e desenvolver técnicas que resultem numa crescente
eficiência e qualidade do mercado imobiliário.

Nomeadamente, há interesse deste mercado em ir ao encontro das expectativas dos utilizadores finais e das
várias partes interessadas, visando o aumento do seu sucesso global. Têm vindo a ser realizados esforços neste
sentido, como prova a adopção de Sistemas de Gestão de Qualidade baseados na norma ISO 9001, que se
apresenta como uma ferramenta para a referida melhoria, vislumbrando-se cada vez mais empresas a procu-
rar esta certificação, nomeadamente no sector da construção (ISO Survey, 2010). De facto, o sector da cons-
trução lidera este tipo de certificação, superando inclusive o número de certificados emitidos para empresas
de outros sectores tradicionalmente mais propensos à abordagem conceptual da qualidade (Almeida, 2011).
Não obstante a grande procura destas certificações, este sector, ainda assim, continua a apresentar números
preocupantes nos níveis de não conformidades dos produtos oferecidos (Almeida, 2011).

2
Capitulo 1 - Introdução

É então imperativo avançar com uma metodologia que aproxime eficientemente os interesses de todas as
partes envolvidas. A filosofia dos edifícios baseados no desempenho pode contribuir nesse sentido.

Quando surgiu o ideal de uma Europa com livre circulação de bens e serviços foi, necessário superar o entrave
representado pela divergência de requisitos obrigatórios estabelecidos nas diferentes disposições legislativas,
regulamentares e administrativas de cada estado-membro. No caso da construção civil, a Directiva dos Produ-
tos de Construção (DPC) apresentou-se como um contributo para a eliminação das barreiras então existentes.
Esta directiva foi recentemente alvo de revisão, o que culminou na emissão do Regulamento dos Produtos de
Construção (RPC) de 29 de Abril de 2011. Contudo, a aplicação deste RPC ao nível dos requisitos impostos aos
produtos e das Declarações de Desempenho só entra em vigor a 1 de Julho de 2013 (SIQAS, 2011; Paiva, 2011).

Este regulamento estabelece que as obras de construção devem respeitar um conjunto de requisitos básicos,
nomeadamente:

 Resistência mecânica e estabilidade;


 Segurança em caso de incêndio;
 Higiene, saúde e protecção do ambiente;
 Segurança na utilização;
 Protecção contra o ruído;
 Economia de energia e isolamento térmico;
 Utilização sustentável dos recursos naturais.

Importa portanto assegurar que este conjunto de exigências básicas das construções são efectivamente cum-
pridas pelo subsector da construção de edifícios, e que esse cumprimento se reflicta na mitigação das não-
conformidades identificadas no produto final construído (edifício).

Em suma, as actuais insatisfações verificadas no seio do sector da construção promovem o desenvolvimento


de estratégias passíveis de responder às adversidades exibidas. Analisando a tendência internacional, a adop-
ção de regulamentos baseados no desempenho vislumbra-se como uma solução aparentemente eficaz. Por
outro lado, a qualidade da construção “pode ser interpretada como a aproximação da realidade do edifício
como um todo às exigências essenciais estabelecidas na RPC” (Almeida, 2011). Estas sete exigências devem ser
aprofundadas em futuros regulamentos baseados no desempenho, corporizando os moldes, segundo os quais
todos os envolvidos na construção possam entrar em consonância quanto ao desempenho pretendido. Com o
desenvolvimento de uma plataforma deste tipo é expectável que se verifique a redução das não conformida-
des e incremento da satisfação global.

3
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

1.2 Âmbito da dissertação

Na presente dissertação o âmbito de estudo foca-se no requisito básico da segurança contra incêndios (o se-
gundo dos sete constantes na RPC, incidindo sobre as componentes retratadas pela norma ISO 15928-4. Este
estudo restringe-se a edifícios de habitação novos e respectivas zonas de estacionamento (cujos termos técni-
cos são utilização-tipo I e utilização-tipo II, respectivamente).

1.3 Enquadramento e objectivos da dissertação

A dissertação visa dar seguimento a trabalhos de investigação anteriores mais abrangentes, através do desen-
volvimento aplicado de parte de um Modelo de Gestão Técnica de Edifícios Baseada no Desempenho e no
Risco (GTE-BDR) anteriormente desenvolvido pelo grupo de Organização e Gestão de Construção do Instituo
Superior Técnico (Almeida, 2011). Este modelo visa aproximar as intenções dos diversos intervenientes na
construção de edifícios, e optimizar todas as etapas do ciclo de vida deste tipo de empreendimentos de cons-
trução.

Este trabalho de investigação tem como objectivo facultar uma futura avaliação e certificação do desempenho
dos edifícios, à luz das várias exigências básicas estabelecidas no RPC. Até ao momento esta certificação está
impossibilitada dado que os diferentes critérios de classificação do desempenho ainda não estão estabeleci-
dos. Actualmente, no que respeita à segurança contra incêndios, existe apenas uma legislação prescritiva cujo
cumprimento afiança valores de desempenho considerados admissíveis, sendo que falta tornar mais explícitos
os níveis de desempenhos pretendidos (Almeida, 2011 ; Barry, 2002 ; Tavares, 2008).

O principal interesse neste tipo de avaliação do desempenho é fomentar o diálogo entre as partes da procura
e da oferta quanto às características a fornecer à edificação. Esta avaliação permite condensar uma grande
parte dos termos e variáveis técnicas em atributos pontuáveis, por intermédio de classes de desempenho
(Almeida, 2011 ; Tavares, 2008 ; Bonin, 2011).

Deste modo pretende-se contribuir para a definição de três classes de desempenho no campo da segurança
contra incêndios para edifícios de habitação novos, sendo estas a , A e B (Almeida, 2011). A diferenciação
destas classes tem por base a informação técnica definida de forma genérica por peritos, e publicada na norma
ISO 15928-4. Contudo, o desafio actual reside em estabelecer os limiares que definem a distinção entre cada
uma dessas classes. A presente dissertação também visa contribuir para o avanço do conhecimento neste
domínio.

4
Capitulo 1 - Introdução

1.4 Metodologia da investigação

A presente dissertação inicia-se com uma revisão dos conceitos e reacções despontadas durante um incêndio
(combustão), abrangendo também os sistemas prediais de combate a incêndios. Para tal recorreu-se a uma
pesquisa bibliográfica de vários autores.

Segue-se uma incursão na temática dos edifícios baseados no desempenho e na informação do risco. Esta
revisão bibliográfica inclui uma consulta a vários artigos, dissertações e relatórios de conferências, entre ou-
tros documentos. Realçasse da referida pesquisa a tese de doutoramento de Almeida (2011), na medida em
que a presente dissertação vem no seu encalce, dando continuidade ao trabalho desenvolvimento na mesma.

Após a incursão no tema dos edifícios baseados no desempenho, estudaram-se directrizes internacionais para
regulamentos baseados no desempenho e na informação do risco, mais propriamente a norma internacional
ISO 15928-4. Confrontaram-se os conteúdos desta norma com a legislação vigente em Portugal no âmbito do
combate a incêndios. Esta fase caracteriza-se pela identificação de pontos de convergência entre os parâme-
tros estabelecidos pela norma e as prescrições da legislação nacional.

Findado o ponto anterior, propõe-se uma estratégia genérica para definição das diferentes classes de desem-
penho de um sistema de avaliação da segurança contra incêndios em edifícios. Esta proposta baseia-se nas
orientações da norma internacional ISO 15928-4 e num conjunto de referências bibliográficas relacionadas, na
sua maioria normas publicadas pelo mesmo organismo. A título exemplificativo, apresenta-se um contributo
concreto no que respeita aos “meios de fuga”. A opção de analisar o subsistema dos meios de fuga em detri-
mentos de outros deve-se ao conceito do “tempo de fuga”, que as directivas internacionais avançam como
instrumento de distinção das classes de desempenho, pois apresenta a índole quantitativa desejada para o
cumprimento dos objectivos da presente dissertação.

1.5 Organização da dissertação

A presente dissertação organiza-se em cinco capítulos e dois Anexos. No primeiro capítulo realiza-se uma bre-
ve introdução, referindo-se a justificação e contributos esperados deste trabalho de investigação.

No segundo capítulo faz-se uma revisão de conhecimentos relacionados com a segurança contra incêndios e
também com os regulamentos baseados no desempenho. Por um lado, sistematizam-se algumas informações
sobre os incêndios, com referências aos constituintes e reacções despontadas, e apresentam-se alguns dos
mecanismos de controlo e verificação das construções em matéria de segurança contra incêndios. Por outro
lado, apresenta-se também neste capítulo a história e a filosofia dos regulamentos baseados no desempenho,
nomeadamente em contraste com os regulamentos prescritivos.

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

No terceiro capítulo descreve-se os parâmetros técnicos que caracterizam o atributo da segurança contra
incêndios em edifícios, tal como estabelecidos pela Organização Internacional de Normalização (ISO), mais
concretamente na ISO 15928-4, e analisa-se o regulamento de segurança contra incêndios vigente em Portugal
à luz desta parametrização.

No quarto capítulo estabelecem-se as bases de uma proposta que exemplifica o modo de classificar o desem-
penho do edifício relativamente aos meios de fuga, nomeadamente no que respeita ao cálculo do tempo de
fuga.

No quinto capítulo apresentam-se as conclusões gerais da investigação realizada, indicando-se ainda algumas
sugestões para estudos futuros que permitam dar seguimento ao trabalho apresentado.

No Anexo A estão dispostas duas tabelas que assimilam as informações decorrentes do estudo realizado no
Capítulo 3. Estas informações são detalhadas consoante as utilizações tipo analisadas (detalhadas no subcapí-
tulo 3.1), resultando numa divisão em Anexo A1 (que trata a utilização-tipo I) e Anexo A2 (que trata a utiliza-
ção-tipo II). A estes junta-se o Anexo A3 que apresenta uma legenda para as simbologias utilizadas nas referi-
das tabelas.
No Anexo B disponibiliza-se a Ficha de segurança contra incêndios utilizada na certificação deste subsistema.
A presente dissertação foi redigida segundo o antigo acordo ortográfico.

6
Capítulo 2 – Revisão de conhecimentos

2 Revisão de conhecimentos

2.1 Segurança contra incêndios em edifícios

Neste ponto são apresentadas algumas considerações na temática da segurança contra incêndios, nomeada-
mente as causas e reacções envolvidas numa combustão (subcapítulo 2.1.1) e dispostas informações relativas
aos meios de prevenção e combate a incêndios (subcapítulo 2.1.2). Esta temática é finalizada com uma abor-
dagem às metodologias desenvolvidas para a avaliação da segurança contra incêndios (subcapítulo 2.1.3).

2.1.1 Caracterização de um incêndio

Desde sempre que o fogo é causa de dois sentimentos antagónicos: fascínio e pânico. É portanto compreensí-
vel que apesar de todos os benefícios providos pelo seu controlo, sempre se procuraram formas de controlar e
extinguir incêndios. É reconhecido que um incêndio numa zona urbana tem repercussões nefastas a nível hu-
mano, ambiental, social e económico. O desenvolvimento e aplicação de meios que acautelem e mitiguem tais
fatalidades implicam a compreensão de todas as etapas de um incêndio.

2.1.1.1 Causas de incêndio

Existem várias situações que podem despontar um incêndio no meio urbano, podendo estas ser consequência
de actividades humanas ou naturais. Contudo os estudos sobre a matéria indicam que a percentagem de in-
cêndios iniciados por causas naturais é muito diminuta, sendo quase exclusivas de incêndios ao ar livre
(Abrantes, 2004). Está aliás firmada a ideia que os incêndios em edifícios são consequência de actividades
humanas. (Castro, 2010 ; Abrantes, 2004)

De facto há actividades humanas, consideradas banais, que podem ser uma potencial fonte de incêndio. Actos
tão comuns como fumar, ou outros indispensáveis como cozinhar podem, involuntariamente, despontar um
incêndio. Do mesmo modo a comodidade que actualmente se exige, e é proporcionada por instalações eléctri-
cas entre outras, apresentam-se como uma das causas mais comum à deflagração de incêndios. Com efeito,
estas informações não são uma novidade, razão pela qual a instalação de sistemas de segurança, quer em
electrodomésticos, quer em variadas instalações prediais, é comum e muitas vezes obrigatória. Contudo a

7
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

realidade demonstra que estes mecanismos de segurança não são infalíveis, apresentando-se em seguidas
algumas actividades fonte de incêndio (Abrantes, 2004 ; Castro, 2010):

 Fugas de gás por descuido ou instalações inapropriadas;


 Lareiras, fogueiras, fogões e acções com chama nua;
 Sobrecarga de instalações eléctricas;
 Utilização de equipamentos sem as medidas de segurança adequadas;

2.1.1.2 Reacções de um incêndio

Para despontar uma combustão é necessária a interacção entre elementos específicos.

A reacção de ignição pode ser descrita pelo entrosamento de uma matéria que “arda”, sendo assim o combus-
tível, e outra que seja o agente que permite ao incêndio “respirar”, agente esse que se designa por comburen-
te. Esta combinação de elementos é a “matéria-prima” para a reacção de ignição. A coexistência destes dois
reagentes é condição necessária, por vezes dependendo dos mesmos, condição suficiente, para o despontar
de um incêndio. Contudo na maioria das situações é necessária uma fonte de energia que proporcione a in-
flamação dos reagentes e consequente ignição. Este acréscimo de energia é designado energia de activação,
que muitas vezes é provida pelo próprio fogo, o que explica a auto-sustentação dos incêndios. Formalmente o
processo de combustão é tido como uma reacção de oxidação em que o combustível é o redutor e o combu-
rente o oxidante (Abrantes, 2004).

Em seguida cada um dos constituintes da reacção será tratado de forma mais aprofundada.

 Combustível (Abrantes, 2004):

Pode-se apresentar em qualquer um dos estados físicos, sendo que a reacção de combustão varia consoante o
mesmo.

Estado gasoso - A combustão neste estado acontece sempre sob a forma de chama, sendo que esta pode ser
descrita como:

 Chama móvel se a combustão for muito rápida, com uma velocidade de propagação que pode atingir
os 5 m/s e um aumento repentino de pressão;
 Chama de difusão se houver uma fonte de combustível gasoso numa zona abundante em comburen-
te;

Estado líquido - O processo de combustão é em tudo semelhante ao anterior, dado que para esta acontecer é
necessário a vaporização do líquido. Pode-se então concluir que a única diferença reside na energia que é
necessário fornecer para que o combustível transite do estado líquido para o gasoso.

8
Capítulo 2 – Revisão de conhecimentos

Estado sólido - Quando se estuda a reacção de combustão no estado sólido há que distinguir a combustão em
que a energia é libertada sob a forma de calor, da reacção que liberta adicionalmente radiação luminosa. De-
signam-se por combustão lenta e viva (esta ultima vulgarmente designada por fogo), respectivamente. É esta
última forma de combustão que tem vindo a ser retratada, sendo portanto, mais uma vez, necessário um
“combustível gasoso” que em conjunto com o comburente possibilite a ignição. A transformação de estado
físico do combustível é resultado de reacções endotérmicas que diferem consoante as propriedades do mes-
mo, pelo que pode ser consequência de uma fusão e sequente evaporação, ou à “libertação directa” de gases
através de uma reacção de decomposição do material sólido, designada por pirólise. O outro tipo de combus-
tão referido (combustão lenta) sucede quando se fornece energia suficiente ao combustível para que quando
em contacto com um comburente, a superfície deste arda, sem chama, sob a forma de incandescência.

No caso dos combustíveis sólidos podem coexistir ambas as reacções de combustão, sendo que normalmente
tem-se combustão viva de início, e com o desenvolver do incêndio vão aparecendo brasas (combustão lenta)
até assumirem a totalidade do incêndio.

Também de grande importância é o plano de separação do estado sólido ou líquido do estado gasoso, pois é aí
que se dão as reacções de combustão. É nessa perspectiva que muitas das acções de prevenção e combate a
incêndio são planeadas.

 Comburente (Abrantes, 2004):

Na analogia feita anteriormente identificou-se o comburente como o agente que permite a um incêndio respi-
rar. Realmente o comburente mais comum é o oxigénio existente na atmosfera, que existindo no ar acima de
uma certa percentagem mínima permite a uma combustão (viva ou lenta) continuar viva. Esta percentagem
varia muito conforme o tipo de combustível e reacção de combustão, sendo aproximadamente 15% nos casos
mais comuns de combustão viva, podendo nas combustões lentas atingir valores inferiores a 6%.

Com efeito, os incêndios são normalmente divididos em classes consoante o tipo de combustível, e conse-
quentemente tipo de reacção de incêndio gerada. Essas classes são (Ventura, 2006):

 Classe A – fogos de sólidos (ou fogos secos): Fogos que resultam da combustão de materiais sólidos,
geralmente à base de celulose, os quais normalmente dão origem a brasas;
 Classe B – Fogos de líquidos (ou fogos gordos):Fogos que resultam da combustão de líquidos ou sóli-
dos liquidificáveis;
 Classe C – Fogos de gases: Fogos que resultam da combustão de gases;
 Classe D – Fogos de metais: Fogos de que resultam da combustão de metais.

A identificação da classe de incêndio gerado é um ponto crucial nas actividades de contenção e extinção, na
medida em que a eficiência do agente extintor é condicionada pelo tipo de fogo que combate. Como ficou
patente acima, os diversos tipos de combustíveis originam reacções de combustão distintas, sendo que cada
uma dessas reacções exige medidas de extinção particulares. De facto, a escolha incorrecta do agente extintor

9
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

pode ter um resultado antogónio ao pretendido e favorecer a propagação do incêndio (Abrantes, 2004 ;
Ventura, 2006).

2.1.2 Princípios de prevenção e combate ao incêndio

A segurança contra incêndios é um aspecto muito importante a atender na exploração de edifícios. Como é
sabido, as construções estão obrigadas a cumprir um conjunto de exigências que restrinjam e extingam qual-
quer incêndio. Essas medidas são sem dúvida necessárias para mitigar os prejuízos de um incêndio, sendo
contudo, por si só, insuficientes para atingir níveis de segurança desejados e cada vez mais exigentes. É im-
prescindível a complementação destas medidas com outras de prevenção, que reduzam o risco de incêndio
(Castro, 2010 ; Ventura, 2006).

2.1.2.1 Medidas de prevenção

A adopção de medidas que limitem a probabilidade de deflagração de incêndios assume uma importância
capital, equiparando-se à assumida pelas medidas de protecção. Com efeito, todas as actividades que ajudam
a “resolvam o problema pela raiz” devem ser tidas sobre a maior consideração. É neste âmbito que se enqua-
dram as medidas de prevenção. São exemplo a consciencialização e adopção de boas práticas dos utilizadores,
inspecções e testes de segurança pré-abertura na finalização dos trabalhos de construção ou a vistorias e con-
trolo de sistemas passíveis originar incêndios.

Incluem-se ainda neste âmbito acções de educação e preparação de resposta em caso de incêndio, como são
exemplo os simulacros ou aprendizagem do uso dos meios de extinção de primeira intervenção (Abrantes,
2004 ; Castro, 2010 ; Ventura, 2006).

A sociedade exige, meritoriamente refira-se, que na concepção e construção do edifício sejam considerados
requisitos mínimos de segurança, materializados por medidas de protecção, que mitiguem os prejuízos causa-
dos por um possível incêndio durante a fase de exploração. A referida protecção é distinguida pela sua forma
activa ou passiva (Abrantes, 2004 ; Castro, 2010).

10
Capítulo 2 – Revisão de conhecimentos

2.1.2.2 Protecção activa

Neste tipo de protecção são assumidas medidas para a extinção do incêndio, através de acção humana ou dos
sistemas instalados. Os critérios para um dimensionamento considerado eficaz encontram-se estabelecidos
regulamentarmente. As medidas de protecção activa dividem-se em:

 Meios de primeira intervenção (Pedroso, 2008 ; Abrantes, 2004):

Nesta classe incluem-se os dispositivos destinados ao combate directo do incêndio, cuja utilização não requer
qualquer tipo de especialização, estando ao alcance de qualquer ocupante. Entre estes dispositivos encon-
tram-se os extintores de incêndio ou as bocas-de-incêndio armadas do tipo carretel (ver caracterização no
item 3.1.2.1 do Anexo A1 e A2). Além dos dispositivos de utilização manual, também os sistemas automáticos
de extinção (Sprinkler) pertencem a esta categoria (ver caracterização no item 3.1.2.5 do Anexo A1 e A2).

 Meios de segunda intervenção (Pedroso, 2008 ; Abrantes, 2004):

Estes dispositivos estão instalados para auxiliarem as acções das equipas de socorro. São exemplo destes dis-
positivos as bocas-de-incêndio não armadas, acopladas a colunas húmidas ou secas, e destinadas à ligação das
mangueiras das equipas de bombeiros, ou as bocas-de-incêndio armadas do tipo teatro (ver caracterização no
item 3.1.2.2 do Anexo A1 e A2).

2.1.2.3 Protecção passiva

A protecção em caso de incêndio não se resume às actividades de extinção do mesmo, mas também a todas as
outras acções que protejam e mitiguem os efeitos nocivos a nível material e humano.

Este tipo de protecção rege-se pelo controlo do incêndio através de aspectos conceptivos. É no âmbito desta
protecção que se enquadra a escolha de materiais (muitos regidos por imposições legislativas) quanto à sua
reacção ao fogo, número e localização das saídas de emergência ou sistemas de ventilação. A adopção destas
medidas que proporcionam a fuga dos ocupantes, ou que restrinjam e retardem a propagação do incêndio é
assegurada por via legislativa (Abrantes, 2004).

Ambas as medidas de protecção mencionadas acima são indissociáveis dado que se complementam.

11
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

2.1.3 Avaliação da segurança contra incêndio

A segurança, quer humana, quer material, no planeamento, construção ou exploração de uma empreitada é
obviamente um aspecto preponderante. Os regulamentos técnicos assumem, de forma implícita ou explícita,
padrões de segurança largamente aceites pelos utilizadores finais da construção. Deste modo o seu cumpri-
mento afigura-se essencial, tendo-se assistido ao desenvolvimento de diversas iniciativas que visam demons-
trar essa conformidade.

Um estudo realizador por Esteves (2008) reuniu as principais iniciativas de certificação e avaliação dos vários
subsistemas constituintes dos edifícios, implementadas em Portugal e internacionalmente. No encalce do
âmbito desta dissertação, o enfoque nesta revisão de conhecimentos recairá nas avaliações e certificações do
subsistema do combate aos incêndios em edifícios de habitação novos. Estas certificações podem ter uma
índole obrigatória ou voluntária, sendo desenvolvidas por entidades oficiais (e.g. LNEC) ou não-oficiais (muitas
destas decorrentes de trabalhos de investigação), podendo incidir em qualquer uma das fases de vida de uma
empreitada (projecto, execução, comissionamento e utilização) (Esteves, 2008).

Em Portugal a certificação do subsistema do combate a incêndios tem um carácter obrigatório e está a cargo
de entidades oficiais (câmaras municipais e Associação Nacional da Protecção Civil). Estas entidades averiguam
a conformidade dos empreendimentos, especificamente na fase de projecto e comissionamento, com as pres-
crições da legislação vigente (ver Anexo B). A nível internacional, como é o caso dos Estados Unidos da Améri-
ca, realizam-se certificações de carácter obrigatório e prescritivo análogas à nacional. Ainda internacionalmen-
te realça-se o caso do Japão, República da Irlanda e Singapura onde a certificação também é obrigatória, dis-
tinguindo-se contudo das restantes pela sua índole baseada no desempenho (Esteves, 2008 ; SCDF, 2010 ;
Headquarters, 2012 ; COUNCIL, 2012).

Embora a certificação de cada subsistema se apresente como uma mais-valia, e de certo modo materialize a
fiabilidade e segurança de uma construção, existem países onde esta é voluntária. O Reino Unido e Espanha
são exemplos, onde a certificação do subsistema do combate a incêndios é voluntária ainda que vigore uma
filosofia de Edifícios Baseados no Desempenho (EBD) (Esteves, 2008).

Mesmo em países cuja certificação do subsistema de combate a incêndio é obrigatória, como é o caso de Por-
tugal, esta pode ser complementada com outras iniciativas de adopção voluntária (Esteves, 2008). Estas últi-
mas são muitas vezes resultado de estudos de investigação desenvolvidos por entidades privadas. Algumas
destas certificações voluntárias apresentam uma índole muito semelhante às obrigatórias, mas são geralmente
mais sofisticadas do que as de carácter obrigatório. São exemplos desta prática a atribuição da Marca de Qua-
lidade do LNEC (MQ/LNEC) ou do certificado DOMUSQUAL desenvolvido pelo grupo Société Générale de Sur-
veilance S.A. (SGS).

Realça-se que a índole exigencial (avaliação e quantificação do desempenho) aprofundada nesta dissertação
encontra par em algumas das certificações voluntárias desenvolvidas em Portugal. De facto, alguns dos estu-

12
Capítulo 2 – Revisão de conhecimentos

dos desenvolvidos, que fundamentam as referidas certificações, já consideram esta filosofia de qualificação,
mas nem sempre abordam o subsistema do combate a incêndios de forma completa.

Por exemplo, a Metodologia de Qualificação de Empreendimentos da Habitação (MQEH) desenvolvido pelo


LNEC concretiza de forma algo vaga a avaliação deste subsistema particular. Esta metodologia considera ape-
nas, como elementos de avaliação, os acessos dos compartimentos habitáveis e as distâncias percorridas
(Pedro, 2000). Analogamente, o modelo desenvolvido por Costa (1995) apenas considera os meios de inter-
venção para avaliar o subsistema de combate a incêndios. Realça-se, em todo o caso, a oportunidade e a im-
portância destas iniciativas.

Outras certificações relevantes são as que incidem nos produtos de construção, incluindo os destinados à
segurança consta incêndios. Estas podem apresentar-se vantajosas, na medida em que aportam um capital de
confiança e segurança acrescido. Enfatizasse ainda que a escolha e utilização de produtos certificados pode
servir como forma de mitigação de acusações de negligência nos casos de acidente por falha do material
(Warrington Certification , 2008).

A certificação dos materiais de construção assenta em dois processos (Warrington Certification , 2008):

 Os ensaios (resultantes quer de normas nacionais ou internacionais) permitem comprovar e autentifi-


car os níveis de desempenho sugeridos;
 O controlo da produção que assegura a consistência e a qualidade e a conformidade da linha de pro-
dução.

Estas certificações, também designadas por avaliação de terceira parte (independente), são actividades de
avaliação de conformidade realizadas por um agente independente das entidades de fabrico e aquisição. Este
processo já se encontra normalizado pela ISO, tendo esta mesma organização desenvolvido oito metodologias
de avaliação diferentes (Warrington Certification , 2008).

2.2 Edifícios baseados no desempenho (EBD)

Neste ponto são apresentadas algumas considerações sobre o histórico dos regulamentos baseados no de-
sempenho, abrangendo também uma comparação com os regulamentos prescritivos (subcapítulo 2.2.1). Ainda
neste subcapítulo são tratados desenvolvimentos da filosofia EBD, nomeadamente a incorporação do conceito
do risco (subcapítulo 2.2.2).

13
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

2.2.1 Regulamentos prescritivos e regulamentos baseados no desempenho

As legislações e regulamentações prescritivas da área da construção nem sempre acompanham de forma satis-
fatória a evolução técnica e exigencial do sector, tendo vindo a dar lugar às inovadoras regulamentações e
normas baseadas no desempenho. A maior flexibilidade destas últimas torna-as mais adequadas face à actual
realidade do mercado imobiliário.

Actualmente, já há vários países a adoptar regulamentos baseados no desempenho, sendo expectável que o
número continue a aumentar. Os primeiros regulamentos baseados no desempenho seguiam fundamental-
mente o modelo desenvolvido pelo Comité Nórdico para a Regulamentação de Edifícios (NBK). Posteriormente
o Comité Internacional de Colaboração Jurídica e Regulamentar (IRCC) desenvolveu uma estrutura hierárquica
de 8 níveis, na qual se têm fundamentado a maioria dos estudos e desenvolvimentos neste âmbito, estando
ambos os modelos representados na Figura 2.1. (Almeida, 2011 ; Meacham, 1996 ; Meacham, 2008 ;
Bukowski, 1994 ; Meacham, 2010).

Entre os países que adoptaram regulamentos baseados no desempenho estão a Áustria, Canadá, Japão, Noru-
ega, Escócia, Grã-Bretanha, Espanha, Singapura, Austrália e Nova Zelândia, Suécia e China. De facto, a ocorrên-
cia de uma catástrofe natural (p.e. sismos) ou de um grande incêndio, costuma dar lugar a uma actualização e
melhoria das legislações (Meacham, 2010). Realça-se que, na maioria dos países onde a implementação deste
tipo de legislação se encontra mais avançada, verificaram-se grandes perdas económicas devido a incêndios
(Tavares, 2008).

Como o próprio nome indica, os regulamentos prescritivos visam garantir a segurança, entre outros requisitos
básicos das construções, prescrevendo medidas obrigatórias a adoptar pelos projectistas, normalmente ine-
rentes ao tipo e volume de ocupação. Através de leis são prescritas soluções construtivas que implicitamente
assegurem a qualidade e segurança, dentro de padrões considerados aceitáveis pela sociedade. Esta metodo-
logia não explicita quais os critérios e premissas consideradas no planeamento e concepção de soluções cons-
trutivas “seguras”, apresentando ao invés os métodos construtivos que servem por si só de garantia
(Meacham, 1996 ; Tavares, 2008 ; Bukowski, 1994).

Por outro lado a regulamentação baseada no desempenho e na informação do risco confere à equipa de pro-
jecto maior liberdade de acção. Contrariamente à metodologia prescritiva, este tipo de regulamentação não
explicita o método construtivo capaz de suprir os requisitos de segurança ou outros exigidos. Por contraste é
estabelecido o desempenho pretendido para uma dada construção, sendo que a equipa de projecto deverá
apresentar soluções técnicas, devidamente fundamentadas, que provem satisfazer as exigências. Está intrínse-
co ao uso desta filosofia um acordo, entre todas as partes interessadas, sobre os níveis de desempenho pre-
tendidos para a futura edificação. Este cenário proporciona novas possibilidades de negócio (entre outros,
relativamente a seguros de risco ou seguros contra defeitos construtivos), progressos na responsabilização

14
Capítulo 2 – Revisão de conhecimentos

quanto a eventuais não conformidades em algum atributo pré-estabelecido, além de poder contribuir para a
satisfação e sucesso global do negócio.

Figura 2.1 - Modelos hierárquicos desenvolvidos pelo NBK (esquerda) e pelo IRCC (direita), adaptado de (Meacham,
2008).

Pode-se considerar a título de exemplo, no âmbito da segurança contra incêndios em edifícios, o dimensiona-
mento das saídas de emergência. Através do recurso aos regulamentos prescritivos, como referido anterior-
mente, são apresentadas medidas obrigatórias a adoptar no dimensionamento. Estas podem ser simplesmen-
te:

 A distância máxima a percorrer até uma saída de emergência num edifício de escritórios nunca pode
ser superior a 90 metros;
 Em salas de conferências é exigida uma saída de emergência por cada 49 pessoas.

Ficam assim estabelecidos de forma absoluta os critérios de dimensionamento. No primeiro exemplo mencio-
nado, caso o projecto submetido obrigue a percorrer 92 metros em detrimentos dos 90 metros estabelecidos,
este é considerado irregular e portanto reprovado. O mesmo sucede quando há 50 pessoas e apenas uma
saída de emergência, ultrapassando assim a proporcionalidade ocupação/número de saídas estabelecido
(Begley, 2004). Quando alguma das medidas estabelecidas não é cumprida, não se realiza qualquer estudo
sobre o acréscimo do risco induzido por este desrespeito, sendo esta condição suficiente para a reprovação do
projecto.

As medidas prescritivas visam controlar e mitigar os percalços que possam ocorrer, verificando-se eficazes
para a maioria das situações que abrangem. É portanto razoável afirmar que estas legislações tradicionais, cuja
concepção considera inclusive fracassos passados, representam o nível de segurança que a sociedade conside-

15
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

ra admissível. Contudo, embora este dimensionamento seja apropriado para a grande maioria dos casos, por
vezes as prescrições estabelecidas, em virtude da sua inflexibilidade, não oferecem a eficiência desejada. Con-
siderando por exemplo a situação de evacuação dos ocupantes, em que na filosofia prescritiva se estipula uma
distância máxima a percorrer até uma saída de emergência, pretendendo-se assegurar que todos os ocupantes
completam a sua fuga ilesos. Este objectivo pode ser comprometido se a exigência não for complementada
com a análise de outros factores que interfiram com a capacidade de concluir a evacuação, como seja a produ-
ção e difusão dos efluentes de combustão. De facto a filosofia prescritiva peca pela inexistência de informação
quanto ao grau da relação entre os subsistemas assumido nas medidas prescritas, ou o nível de segurança que
é alcançado (Bukowski, 1994 ; Begley, 2004 ; Meacham, 1996).

Os autores que defendem a filosofia dos EBD nem sempre colocam em causa a qualidade ou a eficácia do di-
mensionamento obtido recorrendo aos métodos prescritivos, mas realçam frequentemente a vertente por
vezes demasiado rigorosa e inflexível deste método.

As lacunas no dimensionamento apresentadas acima podem ser supridas através da adopção do conceito de
edifícios baseados no desempenho. A eficácia desta metodologia prende-se com o facto de a mesma incidir no
ónus do problema. Isto é, numa etapa inicial do projecto são estabelecidos níveis de desempenho pretendidos
para a construção. Sequentemente a equipa de dimensionamento terá como objectivo primordial apresentar
soluções que satisfaçam as exigências estabelecidas. É neste ponto que reside das principais evoluções relati-
vamente à formulação prescritiva (Bukowski, 1994 ; Meacham, 1996 ; Almeida, 2011).

Considerando o mesmo exemplo de dimensionamento das saídas de emergência anteriormente utilizado, a


formulação exigencial (baseada no desempenho) pode ditar algo como (Begley, 2004 ; Meacham, 1996):

 Mitigar qualquer efeito do incêndio que impossibilite a fuga ou ponha em causa a integridade física
dos ocupantes;
 Providenciar o número suficiente de saídas de uma área com uma taxa de ocupação elevada que pro-
porcione uma fuga eficaz, nos casos em que apenas uma saída se conclua ser insuficiente.

Passa então a estar do lado dos projectistas a responsabilidade de corresponder às expectativas, os quais têm
liberdade para adoptar a solução técnica que reconheçam mais apropriada. Esta metodologia implica um estu-
do do edifício como um todo, na medida em é necessário ter presente todos os aspectos decorrentes de uma
situação de incêndio (e.g. natureza do fogo, meios de fuga ou características dos ocupantes) e interacção entre
os mesmos, a fim de averiguar a convergência entre as soluções construtivas apresentadas e os níveis de de-
sempenho pretendidos (Tavares, 2008).

Em suma, pode-se assumir que a construção de edifícios baseados no desempenho e informação do risco pode
contribuir para uma evolução no âmbito da segurança e combate aos incêndios. A liberdade concedida à equi-
pa de projectistas, e a averiguação das propriedades reais dos sistemas implantados, possibilita ainda uma
redução nos custos de construção e manutenção, além de se adequar melhor a projectos com características
peculiares. Isto é, as normas prescritivas são concebidas para gerarem a solução mais vantajosa, ou no mínimo

16
Capítulo 2 – Revisão de conhecimentos

uma solução capaz de responder de forma satisfatória, perante as exigências para a maioria das construções.
Contudo, em empreitadas com características peculiares, a inflexibilidade das prescrições pode tornar-se obso-
leta, tendo como consequências um agravamento nos custos e possíveis lacunas nos sistemas de segurança
(Barry, 2002).

Para o dimensionamento do edifício como um todo, o mesmo pode ser dividido numa “hierarquia piramidal”
que inicia no sistema (edifício), seguindo-se então os subsistemas, elementos e na base os diversos procutos
de construção (ver Figura 2.2). A adopção de um modelo exigencial tem inerente a verificação da conformida-
de do edifício com os requisitos dos utilizadores finais. Esta verificação alicerça-se na avaliação dos vários sub-
sistemas, e de como os mesmos interferem com os atributos técnicos aplicáveis (Almeida, 2011). Estes subsis-
temas têm de, objectivamente, se mostrar capazes de dar a resposta pretendida às solicitações impostas,
independentemente de reagirem, quer individualmente, quer em grupo com quaisquer outros subsistemas
(Almeida, 2011 ; Meacham, 1996 ; Bukowski, 1994). Esta fragmentação do edifício nos vários subsistemas e
consequentes avaliações e verificações de conformidade, intrínsecas às metodologias baseadas no desempe-
nho, apresentam uma grande evolução relativamente à metodologia prescritiva.

Figura 2.2 - Representação simplificada da hierarquia das partes constituintes do edifício (Almeida, 2011).

Os resultados destes estudos podem ser apresentados de forma concisa em matrizes, nas quais se explicitam
os subsistemas e os atributos técnicos afectos, como é perceptível na Tabela 2.1.

Realça-se que este conceito de concepção baseada no desempenho só é possível se, além do óbvio respeito
pela legislação vigente no que toca aos níveis mínimos de desempenho, existam formas de avaliação e verifi-
cação do desempenho dos projectos. Atestar a veracidade dos atributos teoricamente presumidos, tal como é
exemplificado na Tabela 2.2, é deveras indispensáveis (Meacham, 2008). Note-se que leis baseadas no desem-
penho funcionam de forma satisfatória sempre que há métodos críveis de avaliação do desempenho, mas que
as mesmas se podem tornar perigosas e ineficazes quando não existe uma base de conhecimentos científicos
que suporte as ditas avaliações (Cary Coglianese, 2002).

17
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Com efeito, a avaliação e quantificação do desempenho de um edifício e das soluções de engenharia projecta-
das é, possivelmente, a principal dificuldade e entrave à adopção de regulamentos baseados no desempenho e
na informação do risco.

Tabela 2.1 - Exemplo de matriz do desempenho para um edifício novo, adaptado de (Almeida, 2011).

Atributos do edifício Subsistema do edifício


Espaços Estrutura Partições e Partições e …
confinantes confinantes
exteriores interiores
Segurança   
estrutural
Utilização   
estrutural
Durabilidade   
estrutural
Segurança contra    
incêndio

Tabela 2.2 - Exemplo de perfil do desempenho técnico de um edifício, adaptado de (Almeida, 2011).

Indicadores (atributos) Classe do desempenho técnico do edifício


N/A B A A+
Segurança estrutural 
Utilização estrutural 
Durabilidade estrutural 
Segurança contra incêndio 
Eficiência energética 

É um dado adquirido que a substituição dos regulamentos prescritivos tem como premissa intransigível a ma-
nutenção dos níveis de segurança facultados pelos mesmos até então. Nesse sentido, é necessário desenvolver
modelos técnicos capazes de quantificar o desempenho das soluções prescritivas. Deste processo resultam os
níveis de desempenho emprestados pelas orientações prescritivas, que são utilizados nos regulamentos base-
ados no desempenho como padrão para aprovação ou reprovação das soluções construtivas sugeridas. Assim
sendo, é obviamente indispensável a criação de modelos e técnicas capazes de prever e quantificar o desem-
penho técnico de qualquer solução técnica desenvolvida à luz dos regulamentos baseados no desempenho.
Em suma, só quando existirem plataformas técnicas para a quantificação e comparação dos níveis de desem-
penho das soluções técnicas, geradas a partir de ambos os tipos de regulamentos, se está em condições de

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Capítulo 2 – Revisão de conhecimentos

assegurar que o nível de segurança não se altera e, assim, existem condições para adoptar regulamentos base-
ados no desempenho (Bonin, 2011 ; Bukowski, 1994 ; Meacham, 1996).

A complexidade deste processo é justificação suficiente para que a transição dos referidos regulamentos seja
realizada de forma prudente e gradual. Esta fase de transição, em que ainda não se estipularam assertivamen-
te e fixaram os requisitos de desempenho mínimos, é caracterizada pela adopção dos regulamentos equivalen-
tes (ver Figura 2.3). Estes regulamentos são utilizados sempre que não exista uma forma crível de quantificar o
desempenho de uma solução técnica, pelo que a sua aprovação é feita mediante os critérios constantes na
legislação prescritiva (Almeida, 2011).

Realça-se o caso do Reino Unido, onde mesmo após a implantação do primeiro regulamento baseado no de-
sempenho, que pecava por ser quase análogo ao prescritivo que veio substituir, havia uma grande dificuldade
para aprovar soluções técnicas alternativas. A inexistência de orientações para a avaliação da segurança ofere-
cida por projectos alternativos, ou mesmo a referência sobre qual o grau de segurança considerado aceitável,
era o principal entrave à aprovação de projectos distintos dos até então regulamentares (Bukowski, 1994).

Figura 2.3 - Processo de transição dos regulamentos prescritivos para regulamentos baseados no desempenho e infor-
mação do risco, adaptado de (Tavares, 2008).

A transição para a filosofia baseada no desempenho e na informação do risco apresentou algumas dificuldades
e foi alvo de uma constante aprendizagem e melhoria. De facto, a percepção das vantagens inerentes à transi-
ção e actualização dos regulamentos não implica que este processo seja célere e imediato, necessitando um
período de maturação. A implementação de regulamentos baseados no desempenho não pode ser visto como
uma “revolução mas sim apresentar uma evolução” (Bukowski, 1994 ; Tavares, 2008 ; Meacham, 2010).

Não obstante a segurança oferecida por um dado projecto ser a preocupação fulcral, dado o sector empresari-
al da construção ser um negócio, seria irrealista desconsiderar a vertente económica. A liberdade concedida à
equipa de projectistas tem um forte impacto na área financeira, pois com a possibilidade de apresentar vários
projectos que se mostrem regulamentares, abre espaço a discussões e planeamentos visando os lucros
(Tavares, 2008). Ainda na perspectiva económica da empreitada, realçam-se as vantagens de contar com um

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

técnico capaz de efectuar estimativas de custos ainda nas etapas preliminares dos empreendimentos (WBDG ,
2010).

A gestão integrada, com a participação e colaboração activa de todos os intervenientes, pode representar uma
garantia à satisfação dos futuros utilizadores. A participação activa do utilizador/cliente em todas as etapas do
empreendimento resulta num incremento da garantia de satisfação destes. Acrescenta-se que esta gestão
acautela equívocos na interpretação dos requisitos estabelecidos, o que a suceder implica alterações inespe-
radas. Estas modificações repentinas acartam despesas adicionais consideráveis e possíveis alterações à calen-
darização do empreendimento (WBDG , 2010).

A Tabela 2.3 e Tabela 2.4 apresentam uma síntese das principais vantagens e desvantagens de cada uma das
formulações regulamentares, prescritiva e baseada no desempenho, respectivamente.

Não é demais referir que, ao contrário do formato prescritivo onde se sabe a priori que a solução estabelecida
responde satisfatoriamente às solicitações previstas, na filosofia baseada no desempenho, a conformidade das
soluções de engenharia sugeridas têm de ser confirmadas através de uma avaliação de desempenho.

Tabela 2.3 - Síntese das vantagens e desvantagens de regulamentações baseadas no desempenho, adaptado e expandi-
do de (Tavares, 2008).

Vantagens Desvantagens

 Os níveis de segurança são estabelecidos de for-  Dificuldade na definição de critérios quantitativos


ma explícita e inequívoca (g.e., critérios de desempenho)
 Não se apresentam entraves à equipa de projec-  Pode ser necessário um período de estudo e
tistas na escolha das soluções técnicas que consi- adaptação, especialmente nas primeiras fases de
derem mais apropriadas implementação
 Favorável à introdução de soluções inovadoras  A avaliação de projectos equivalentes é resultado
 Harmonia com as legislações e normas internaci- de estudos complexos, susceptíveis de criar difi-
onais culdades
 Favorável à optimização dos custos e dos benefí-  A adaptação a transições de exigências legislati-
cios da segurança contra incêndio vas é passível de levantar complicações
 Proporciona a introdução de novas tecnologias  Susceptível de apresentar dificuldades por falta
no mercado de plataformas para quantificação do nível de
 Interacção entre os interessados ao longo de desempenho de soluções construtivas inovadoras
todo o processo de concepção e construção  Susceptível de transmitir alterações no nível de
 Apresentam uma visão mais sofisticada de todos segurança
os acontecimentos (incidentes e mitigação)  Susceptível de apresentar dificuldades na deter-
minação do grau de desempenho dos regulamen-
tos prescritivos que substituem

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Capítulo 2 – Revisão de conhecimentos

Tabela 2.4 - Síntese das vantagens e desvantagens de regulamentações prescritivas, adaptado e expandido de (Tavares,
2008).

Vantagens Desvantagens

 Análise directa, e.g. interpretação directa dos  Prescrições inflexíveis com requisitos não explíci-
requisitos tos e de pouca perceptibilidade
 Não são necessárias equipas de projectistas com  Legislação de estrutura complexa
capacidades e qualificações específicas (e.g. mo-  Maior dificuldade em optimizar o binómio custo-
delação de evacuação; modelador de CFD) segurança na fase de projecto
 Tem a eficiência pretendida para a maioria das  Não há flexibilidade em relação aos requisitos
empreitadas prescritos
 Materializam o grau de desempenho considerado  Não é propícia a inovações tecnologias ou solu-
aceitável pela sociedade ções alternativas
 Em casos particulares a legislação pode apresen-
tar lacunas e ineficiências na garantia da segu-
rança

2.2.2 Incorporação do risco na filosofia dos EBD

A “liberdade” subjacente ao conceito de concepção de edifícios baseados no desempenho contrasta com a


importância das avaliações do desempenho técnico, que espelham o comportamento oferecido pelas soluções
concebidas. A indústria da construção imobiliária tende para a implementação da filosofia dos edifícios basea-
dos no desempenho, que está dependente do estabelecimento de plataformas que suportem formulações de
índole puramente exigencial (Almeida, 2011).

Na etapa inicial do processo de concepção de um edifício baseado no desempenho, uma das estratégias de
definição das exigências do edifício mais adequada é a que se baseia na perspectiva da engenharia, dando
origem à formulação de requisitos do desempenho técnico do edifício. Estes requisitos podem subdividir-se
em requisitos do desempenho técnico “em serviço” quando baseados em informações do risco, ou requisitos
do desempenho “técnico do produto”, quando baseados em informação tecnológica. Estes requisitos podem-
se expressar de forma exigencial, dando indicação do comportamento pretendido, ou prescritivo, descrevendo
os aspectos construtivos pretendidos (ver Figura 2.4).

O “desempenho técnico em serviço” é o que melhor se adequa à filosofia de edifícios baseados no desempe-
nho, visto que é maioritariamente exigencial e portanto independente da solução construtiva. Está directa-
mente relacionado com os riscos e com a fiabilidade do edifício. Já o desempenho técnico do produto é indis-
sociável da solução construtiva, especificando o que se pretende da mesma (Almeida, 2011).

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Figura 2.4 - Estratégias de formulação de requisitos do desempenho (Almeida, 2011).

Importa referir que o “desempenho técnico em serviço” deve traduzir as necessidades dos utilizadores, as
quais são muitas vezes definidas com base em declarações com carácter vago, que apresentam de forma sim-
ples e qualitativa os requisitos que os utilizadores finais condisseram essenciais. Neste tipo de declarações
estão contempladas as preocupações tanto da sociedade em geral, como qualquer outra preocupação indivi-
dual dos participantes.

A componente objectiva do ramo da engenharia obriga a uma inevitável quantificação das pretensões dos
utilizadores, recorrendo-se para isso às disciplinas de engenharia. Deste modo pode-se adiantar que os requisi-
tos do desempenho técnico “do produto” (baseados em informação tecnológica) devem derivar de requisitos
do desempenho técnico ”em serviço” (baseado em informação do risco) (Almeida, 2011).

Assim, uma forma de descrever o desempenho reside na identificação dos agentes que interferem directa-
mente com o desempenho do edifício, como nas acções estruturais ou na resistência e resposta estrutural. A
identificação destes agentes permite avançar com parametrizações, o que irá possibilitar quantificar a sua
influência junto do desempenho da obra.

Finalizados os pontos acima, a estrutura para a definição dos níveis de desempenho (escolha de categorias de
desempenho e posterior avaliação) fica montada. Há então que olhar para a forma como estes parâmetros
interferem nos objectivos dos edifícios. Para medir esta influência recorre-se ao conceito do risco técnico ine-
rente. Este risco materializa as incertezas relacionadas com acções que podem interferir com o desempenho
pretendido para a construção, na maioritária acções involuntárias e com previsão de ocorrência limitada
(Almeida, 2011 ; Barry, 2002 ; Cary Coglianese, 2002).

A Nova Zelândia, um dos países pioneiros na implementação de regulamentos baseados no desempenho,


servirá de exemplo para realçar a importância do risco técnico inerente. Este país implementou legislação
baseada no desempenho em 1992 e esta tinha uma natureza maioritariamente exigencial. Embora existissem
várias normas com directrizes quantitativas e prescritivas, onde as equipas de projecto podiam encontrar ori-

22
Capítulo 2 – Revisão de conhecimentos

entações, a sua utilização era optativa. Quer isto dizer que a responsabilidade da vertente da segurança dos
projectos de engenharia recaía unicamente sobre as equipas de projectistas. Contudo, aproximadamente de-
zoito mil empreitadas, cuja construção tinha sido regulamentada por este tipo de leis, começaram a apresen-
tar vários problemas relacionados com a humidade. Estes problemas derivavam principalmente da então defi-
ciente quantificação do desempenho (níveis e critérios), tal como numa negligência na interpretação e adop-
ção das expectativas da sociedade relativas ao desempenho e impactos máximos toleráveis (Meacham, 2008).

A resolução deste problema incidiu muito na tentativa de encontrar uma forma mais eficiente de detalhar o
desempenho. É desta reflexão que surge a intenção de utilizar o risco como um dos alicerces para a quantifica-
ção do desempenho (Meacham, 2008).

O risco técnico inerente quantifica as incertezas relacionadas com acções capazes de ameaçar o nível desem-
penho ambicionado (agentes externos cuja actuação lese as ambições dos utilizadores finais). A identificação e
consequente controlo dos ditos agentes baseia-se na transformação das suas acções, de natureza inesperada e
involuntária (a nível da magnitude e ocorrência), em factores mensuráveis. Assim, para um dado incidente
(g.e. sismo), antecipam-se a probabilidade de ocorrência e os respectivos danos, averiguando-se a sua influên-
cia nos atributos técnicos (Almeida, 2011).

Actualmente já existem vários países a utilizar informação do risco na quantificação do desempenho. Entre
outros, realça-se a Austrália, Reino Unido, Canadá ou o Japão. A utilização do conceito do risco como elemento
de quantificação do desempenho tem por base o facto desse mesmo conceito servir para estabelecer o que a
sociedade considera o “perigo aceitável” numa dada construção. Assim que se estabelece o “ponto de incum-
primento” que uma dada edificação pode apresentar, esse valor será então transposto, ficando incorporado
de forma implícita, na quantificação do desempenho pretendido, como é perceptível na Tabela 2.5 (Meacham,
2008).

Tome-se como exemplo uma dada turbina que tem 80% de probabilidade de gerar um incêndio. Como conse-
quência deste incêndio é activado o sistema de sprinklers da área atingida, que se prevê eficiente no controlo
do incidente em 90% dos casos. Esta previsão dos acontecimentos e dos prejuízos permite controlar o risco e
facultar expectativas quanto ao impacto máximo tolerável. É também por esta razão que alguns autores consi-
deram que a filosofia baseada no desempenho e controlo do risco apresenta uma índole mais realista que a
prescritiva (Barry, 2002).

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Tabela 2.5 - Exemplo indicativo de escala de impactes máximos toleráveis em edifícios (Almeida, 2011).

Nível do Impacte Exemplos de consequências efectivas1


risco máximo
Consequências Consequências específicas
técnico tolerável
gerais
inerente Segurança dos Saúde dos ocupantes Acesso e fuga Conforto Impactes ambientais
ocupantes pós-ocorrência

0 Insignifi- Sem efeitos Sem feridos ou Sem adversidades. Disponibili- Sem impacte Sem impacte
cante significativos mortos. dade e segu- perceptível. para além dos
no edifício e rança de níveis de recupe-
nas suas partes, acessos/fugas. ração admissí-
nos seus ocu- veis.
pantes ou nas
suas funções.

1 Baixo Consequências Reduzido número Número mínimo Possível 95% da Recuperação


mínimas para a de feridos de de doentes de segurança de população num prazo de
perda de vidas pouca gravidade. menor gravidade. acessos/fugas. satisfeita. meses.
humanas, ou Muito baixa Não é necessária
consequências probabilidade de intervenção
económicas, ocorrência de uma médica generali-
sociais e ambi- ou várias mortes. zada.
entais muito
pequenas.

2 Moderado Consequências Significativo Número modera- Restrições 80% da Recuperação


reduzidas para a número de feridos do de doentes de solúveis em população num prazo de
perda de vidas em termos locais, média gravidade. alguns aces- satisfeita. poucos anos.
humanas, ou mas reduzido Não é necessária sos/fugas.
consequências número de feridos intervenção
económicas, de pouca gravidade médica generali-
sociais e ambi- em termos gerais. zada.
entais pequenas Baixa probabilida-
ou moderadas. de de ocorrência
de uma morte e
muito baixa pro-
babilidade de
ocorrência de
várias mortes.

1 Não se deverá confundir as consequências expectáveis dos eventos (relacionadas com os grupos de importância relativos do edifício) com as
consequências que efectivamente resultam desses eventos (relacionadas com os impactos máximos toleráveis).

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Capítulo 2 – Revisão de conhecimentos

Nível do Impacte Exemplos de consequências efectivas1


risco máximo
Consequências Consequências específicas
técnico tolerável
gerais
inerente Segurança dos Saúde dos ocupantes Acesso e fuga Conforto Impactes ambientais
ocupantes pós-ocorrência

3 Alto Consequências Significativo Número significa- Dificuldades 50% da Recuperação


médias para a número de feridos tivo de doentes de de acesso e população num prazo de
perda de vidas em termos locais, média gravidade. situação de satisfeita. poucas décadas.
humanas, ou mas moderado Pode ser necessá- perigo. Acesso
consequências número de feridos ria intervenção impossível
económicas, de média gravidade médica e hospita- para deficien-
sociais e ambi- em termos gerais. lização. tes. Fuga
entais conside- Média probabili- possível com
ráveis. dade de ocorrência assistência
de uma morte e para deficien-
baixa probabilida- tes.
de de ocorrência
de várias mortes.

4 Severo Consequências Elevado número Número significa- Acesso apenas 30% da Recuperação
elevadas para a de feridos graves. tivo de doentes de possível para população possível num
perda de vidas Possibilidade de elevada gravidade. serviços de satisfeita. prazo de muitas
humanas, ou risco significativo Necessária inter- emergência. décadas.
consequências para a vida huma- venção médica e Fuga possível
económicas, na. Alta probabili- hospitalização. com assistên-
sociais e ambi- dade de ocorrência Alta probabilida- cia para a
entais muito de uma morte e de de ocorrência maioria.
grandes. média probabilida- de uma morte e
de de ocorrência média probabili-
de várias mortes. dade de ocorrên-
cia de várias
mortes.

5 Muito Consequências - Alastramento de Acesso ou 5% da popu- Partes significa-


severo severas para a doença. Ocorrên- fuga apenas lação satisfei- tivas do ambien-
perda de vidas cia de várias possível com ta. te destruídas ou
humanas, ou mortes. equipamento irreversível-
consequências especializado. mente modifica-
económicas, das.
sociais e ambi-
entais muito
severas.

6 Extremo Consequências - Alastramento Acesso ou 0% da popu- Grandes partes


extremas para a generalizado de fuga impossí- lação satisfei- do ambiente
perda de vidas doença. vel sem ta. destruídas ou
humanas, equipamento irreversível-
económicas, pesado de mente modifica-
sociais e ambi- elevação e das.
entais. remoção de
escombros.

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Avança-se outro exemplo, neste caso relacionado com o vento. Para tal assume-se que numa zona propícia à
ocorrência de tufões, a velocidade do vento suportada pelo telhado de uma construção será previsivelmente
superior que noutra zona onde não haja esse perigo. Do mesmo modo, se expostas às mesmas condições at-
mosféricas, é expectável que a resistência dos telhados à velocidade do vento varie de forma proporcional à
importância relativa da construção. Assim que se estabelecem os valores referência para a velocidade do ven-
to suportada em cada um dos cenários retratados, pode-se iniciar a quantificação do desempenho. Para tal
recorre-se ao método probabilístico do período de retorno, onde se faz a previsão do intervalo de tempo ne-
cessário para que a magnitude de um dado evento se repita. Neste caso concreto, quando o valor da velocida-
de suportada pelo telhado, admitido em cada um dos cenários, se encontrar transposto para os moldes do
referido método probabilístico, pode-se concretizar o nível de desempenho. Assim, pode-se avançar que hipo-
teticamente, se situados na mesma região, um edifício unifamiliar deve suportar ventos com um período de
retorno de 1:100 anos, enquanto um hospital deve suportar 1:1000 anos (Meacham, 2008).

Uma forma concisa de apresentar informações relativas ao risco técnico nos diferentes níveis de desempenho
do edifício são as matrizes de risco (ver Tabela 2.6). Estas matrizes são constituídas por dois eixos onde se
representam a casualidade num dos eixos e as consequências expectáveis no outro eixo.

A casualidade representa a probabilidade de algum evento acontecer. Esta escala deve ser descrita da forma
menos ambígua quanto possível, e sempre que seja definida numericamente é crucial utilizar as unidades
adequadas (Almeida, 2011 ; ISO 31010, 2009). Como já se viu, uma das formas de expressar a casualidade é o
período de retorno (Almeida, 2011).

As consequências expectáveis devem descrever os impactos que um edifício pode sofrer (g.e. impactes finan-
ceiros, na segurança, na saúde, ou outros dependendo do contexto em estudo) (Almeida, 2011 ; ISO 31010,
2009). No caso dos edifícios de habitação a escala das consequências pode ser representada pela importância
relativa dos edifícios (Almeida, 2011 ; Meacham, 2008).

O resultado deste cruzamento é expresso pelo nível do risco técnico inerente. Estes níveis do risco técnico
podem ser expressos recorrendo ao conceito de impactos máximos tolerados.

A análise da Tabela 2.6 permite concluir:

 Na ocorrência do mesmo evento, os prejuízos expectáveis (e consequentemente o nível do risco téc-


nico) devem diminuir com o aumento da importância relativa do edifício;
 Para um mesmo evento ocorrido em edifícios com a mesma importância relativa, os prejuízos expec-
táveis (e consequentemente o nível do risco técnico) devem diminuir com o aumento do nível de de-
sempenho do edifício.

26
Capítulo 2 – Revisão de conhecimentos

Tabela 2.6 - Exemplo de correspondência entre classes do desempenho e níveis do risco técnico inerente (Almeida,
2011).

Classe do Classificação da casualidade Classificação das consequências expectáveis dos eventos


desempenho dos eventos (classificação dos grupos de importância relativa dos edifícios)
A+ Geral Muito reduzidas (muito … Intermédias (importante) … Muito elevadas (muito
menos importante) mais importante)
Eventos extremos (X) Nível do risco técnico … Nível do risco técnico … Nível do risco técnico
inerente 4 inerente 3 inerente 2
… … … … … …
Eventos significativos (Y) Nível do risco técnico … Nível do risco técnico … Nível do risco técnico
inerente 3 inerente 1 inerente 0
… … … … … …
Eventos comuns (Z) Nível do risco técnico … Nível do risco técnico … Nível do risco técnico
inerente 2 inerente 0 inerente 0
A Geral Muito reduzidas (muito … Intermédias (Importante) … Muito elevadas (muito
menos importante) mais importante)
Eventos extremos (X) Nível do risco técnico … Nível do risco técnico … Nível do risco técnico
inerente 5 inerente 3 inerente 2
… … … … … …
Eventos significativos (Y) Nível do risco técnico … Nível do risco técnico … Nível do risco técnico
inerente 4 inerente 2 inerente 1
… … … … … …
Eventos comuns (Z) Nível do risco técnico … Nível do risco técnico … Nível do risco técnico
inerente 3 inerente 1 inerente 0
B (mínimo Geral Muito reduzidas (muito … Intermédias (Importante) … Muito elevadas (muito
obrigatório menos importante) mais importante)
para
edifícios Eventos extremos (X) Nível do risco técnico … Nível do risco técnico … Nível do risco técnico
novos) inerente 6 inerente 4 inerente 3
… … … … … …
Eventos significativos (Y) Nível do risco técnico … Nível do risco técnico … Nível do risco técnico
inerente 5 inerente 3 inerente 1
… … … … … …
Eventos comuns (Z) Nível do risco técnico … Nível do risco técnico … Nível do risco técnico
inerente 4 inerente 2 inerente 0

O recurso a matrizes de risco é muito comum nos novos regulamentos técnicos baseados no desempenho e
informação do risco. Quando se pretende abordar a questão do risco através da perspectiva da incerteza e
probabilidade de falha em detrimento do impacto máximo tolerável, esta pode ser criada adaptando a matriz
de risco ao conceito de grau de fiabilidade adequado. Este é medido em função das consequências da falha, do
nível de desperdício de esforço no controlo da falha e dos procedimentos necessários a essa redução. Assim a
matriz passa a ser constituída por exemplo com uma escala referente à probabilidade de falha no eixo vertical
e o custo consequente da falha no eixo horizontal (ISO 31010, 2009 ; Almeida, 2011).

Como ficou patente na matriz de risco genérica apresentada, o nível de desempenho tem uma grande influên-
cia na concepção de uma obra. A programação do perfil do desempenho técnico representa em certa forma,
para o lado da procura, a grande vantagem e evolução referente à adopção dos edifícios baseados no desem-

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

penho e na informação do risco. Trata-se da ferramenta que permite aos utilizadores finais acordar com os
construtores as suas pretensões para o edifício, o que teoricamente aumentará o seu grau de satisfação
(Almeida, 2011 ; Bonin, 2011 ; Tavares, 2008).

Para facilitar o acordo entre as partes interessadas, a plataforma de entendimento deve ser caracterizada por
uma linguagem simples e intuitiva. Assim, os vários indicadores de desempenho (alguns definidos por legisla-
ção, outros por iniciativa do utilizador) são classificados qualitativamente com recurso a uma escala (Almeida,
2011 ; Tavares, 2008). Estas escalas normalmente são constituídas por cinco níveis de desempenho. Contudo o
desempenho mínimo admissível (que é legalmente imposto) costuma ser estabelecido “no meio” (neste caso
correspondente à terceira classe), com os edifícios de habitação novos restringidos às três classes de desem-
penho superiores (ver Figura 2.5). As duas classes de desempenho inferiores não entram no âmbito da disser-
tação, servindo a sua utilização à caracterização de edifícios já existentes (Almeida, 2011 ; ISO 11863, 2011).

D C B A A+

Classe de desempenho de
edifícios novos

Figura 2.5 - Níveis de desempenho técnico em construções novas.

Com os níveis de desempenho do edifício estabelecidos, a equipa de projectista pode iniciar o seu trabalho.
Como se referiu anteriormente, os níveis de desempenho estão intrinsecamente relacionados com o risco
técnico inerente. Deste modo a equipa de projecto tem de sugerir soluções construtivas que controlem o risco
técnico, de forma a que os impactes máximos toleráveis não sejam ultrapassados.

Este processo assemelha-se a um “colchão” que apara qualquer incidente passível de comprometer o desem-
penho pretendido. A sua execução baseia-se na identificação, análise e avaliação das consequências dos vários
riscos técnicos. Deste processo resultam previsões das consequências de cada risco, que após comparação
com o impacto máximo tolerável, leva à decisão de avançar, ou não, para medidas de controlo (ISO 31000,
2009) (Meacham, 2008). Realça-se, mais uma vez, a imprescindibilidade de uma plataforma de conhecimento
científico que suporte todas as decisões tomadas (identificação do risco, consequências e avaliação das mes-
mas) (Meacham, 2008).

28
Capítulo 2 – Revisão de conhecimentos

2.3 Discussão da revisão de conhecimentos

A componente da segurança humana e preservação dos bens é imperativamente o aspecto de maior impor-
tância na concepção de um edifício. É nesta perspectiva que são tomadas medidas que salvaguardem a quali-
dade dos materiais, concepção e execução de empreitadas. Entre essas medidas realçam-se os progressos
realizados no domínio da avaliação da conformidade das construções.

A segurança das construções é directamente proporcional à qualidade dos materiais que incorporam. A fim de
assegurar a segurança dos utilizadores, como da comunidade em geral, foi necessário adoptar medidas que
diferenciassem e identificassem os produtos de construção mais fiáveis.

Particularizando o caso da Europa, e por conseguinte de Portugal, o objectivo do livre comércio de produtos e
serviços, nomeadamente no sector da construção, apresenta vários desafios, sendo um deles, precisamente a
segurança das construções em caso de incêndio. Na segunda metade do século XX a maioria dos países euro-
peus já tinham as suas próprias legislações de protecção em incêndios. Algumas destas legislações apresenta-
vam divergências e resoluções antagónicas sobre o mesmo material de construção. Foi então que a comissão
europeia criou o Comité Europeu de Normalização (CEN) em 1975, com o intuito de harmonizar a situação.
Este comité tem a singularidade de todas as normas que emitir (EN) poderem ser adoptadas por todos os paí-
ses membros (European Comission , 2012 ; Science Partner, 2012 ; Ferreira, 2006 ; Europeen Committe for
Standardization, 2009).

Por outro lado, a directiva dos produtos de construção, publicada na primeira versão em Dezembro de 1988,
veio revolucionar o comércio dos materiais de construção na Europa. A adopção da directiva, e consequente
marcação dos materiais conformes, abriu espaço à livre circulação dos produtos de construção no Espaço
Económico Europeu. Recentemente esta mesma directiva foi alvo de actualização e acabou revogada pelo
Regulamento dos Produtos de Construção (Paiva, 2011).

O RPC estabelece que as “obras de construção devem, no seu todo e nas partes separadas de que se com-
põem, estar aptas para o uso a que se destinam, tendo em conta, nomeadamente, a saúde e a segurança das
pessoas nelas envolvidas durante todo o ciclo de vida da obra. As obras de construção devem satisfazer, em
condições normais de manutenção, os requisitos básicos das obras de construção durante um período de vida
útil economicamente razoável”. Estabelece também os seguintes requisitos básicos das obras de construção:

1º. Resistência mecânica e estabilidade;


2º. Segurança em caso de incêndio;
3º. Higiene, saúde e protecção do ambiente;
4º. Segurança na utilização;
5º. Protecção contra o ruído;
6º. Economia de energia e isolamento térmico;

29
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

7º. Utilização sustentável dos recursos naturais.

No caso do segundo requisito básico, segurança em caso de incêndio, as obras onde os produtos de constru-
ção se incorporam devem, na eventualidade de encararem um incêndio, manter a resistência mecânica e es-
trutural devidas, tal como a funcionalidade pretendida das medidas de protecção activas e passivas. Por outro
lado, também devem ser acautelados incidentes como accionamento indevido de um sistema de combate a
incêndio. Não se deve em caso algum menosprezar a cadeia de eventos despontada por falsos alarmes, de que
podem resultar prejuízos materiais e humanos (Kellie Beal, 2001).

Em suma, a referida marcação apenas assegura a conformidade dos produtos de construção, escusando qual-
quer garantia respeitante aos requisitos da obra acabada.

Numa perspectiva mais abrangente foi criada também a Organização Internacional de Normalização (ISO).
Através desta agência são publicadas normas com o intuito de homogeneizar a nível internacional as certifica-
ções dos materiais, e consequentemente facilitar o comércio dos mesmos (Europeen Committe for
Standardization, 2009 ; Ferreira, 2006).

É aliás esta última organização que vem alavancar a aplicação da modelo GTE-BDR ao segundo requisito básico
estipulado pela RPC, possibilitando extrapolar o enfoque dos produtos de construção para o edifício enquanto
sistema plural. Isto é conseguido com a emissão da norma ISO 15928-4, que suporta a construção de um regu-
lamento baseado no desempenho e na informação do risco, ao estabelecer os moldes em que o mesmo deve
assentar (Almeida, 2011).

O desenvolvimento de um regulamento de natureza exigencial augura um acréscimo da qualidade ao sector da


construção em geral, e o subsector dos edifícios em particular. Esta expectativa é suportada pelo êxito de
outros regulamentos baseados exigências como o RPC, a experiência dos países onde os mesmos já foram
implantados ou os esforços já realizados no passado neste sentido (g.e. as certificações voluntárias desenvol-
vidas em Portugal).

30
Capítulo 3 – Parametrização técnica da segurança contra incêndios

3 Parametrização técnica da segurança contra incêndios

3.1 Comparação entre a legislação nacional e as orientações interna-


cionais

Este capítulo visa apresentar de forma concisa as paridades existentes entre a legislação nacional e as orienta-
ções internacionais. Deste processo pretende-se obter uma plataforma que suporte a criação de um regula-
mento baseado no desempenho e na informação do risco. Assim sendo, os parâmetros alvo de avaliação de
desempenho, que são estabelecidos na directiva internacional ISO 15928-4, serão confrontados com a legisla-
ção nacional para segurança contra incêndios, mais concretamente Decreto-Lei nº 220/2008 de 12 de Novem-
bro e Portaria nº. 1532/2008 de 29 de Dezembro. Estas informações encontram-se compiladas na Tabela 3.1 e
Tabela 3.2. Estas são constituídas por quatro colunas:

 Agente – Nesta coluna lista-se cada um dos aspectos considerados relevantes para a avaliação da se-
gurança contra incêndio em edifícios (ISO 15928-4);
 Parâmetros – Nesta coluna são colocados todos os parâmetros essenciais para a caracterização dos
agentes (ISO 15928-4);
 Elemento do subsistema de combate ao incêndio – Esta coluna dá uma indicação da correspondência
entre os parâmetros sugeridos pela norma ISO 15928-4 e os elementos do subsistema de combate a
incêndio que constam na legislação nacional;
 Correspondência – Esta coluna resume se os aspectos tratados na norma ISO 15928-4 são abordados
ou não nas prescrições da legislação nacional.

Dado que o âmbito da presente dissertação se restringe aos edifícios habitacionais novos, foi necessário per-
ceber a forma como a regulamentação actual distingue esta categoria das demais. Com efeito, a legislação tem
em consideração as diferentes exigências e medidas de precaução inerentes às diferentes actividades pratica-
das nos imóveis, diferenciando doze utilizações-tipo. De todas estas, o presente estudo aborda apenas as utili-
zações-tipo I e II, pois apresentam maior expressão no global dos edifícios residenciais e/ou mistos. Em seguida
apresenta-se uma breve descrição das mesmas:

 Utilização-tipo I «habitacionais», corresponde a edifícios ou partes de edifícios de utilização familiar,


incluindo os espaços comuns de acesso e as áreas não residenciais reservadas ao uso exclusivo dos
residentes;
 Utilização-tipo II «estacionamento», corresponde a edifícios ou partes destes exclusivos para recolha
de veículos e correspondentes reboque, ou recintos limitados ao ar livre com a mesma utilização;

31
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Cada utilização tipo ainda se subdivide em categorias de risco (sendo este crescente entre a primeira e a quar-
ta) e locais de risco.

Como cada utilização-tipo apresenta atributos próprios e consequentemente exigências construtivas singula-
res, as utilização-tipo serão tratadas individualmente na Tabela 3.1 e Tabela 3.2.

Tabela 3.1 - Estrutura para avaliação de desempenho de utilizações-tipo I.

Norma ISO 15928-4 Elemento do subsistema de combate ao Correspondência


Agente Parâmetros incêndio Sim Não
1 - Descrição das 1.1 - Natureza do fogo X
acções do fogo 1.2 - Características dos ocupantes X
2 - Aviso prévio 2.1 - Número de dispositivos X
2.2 - Localização dos dispositivos X
2.3 - Tipo de dispositivos X
2.4 - Tipo de alarme emitido X
3 - Combate ao 3.1 - Sistemas 3.1.1 - Presença de 3.1.1.1 - Carretel X
incêndio fixos dispositivos 3.1.1.2 - Teatro X
3.1.1.3 - Coluna Seca X
3.1.1.4 - Coluna húmida X
3.1.1.5 - Sprinkler X
3.1.1.6 - Cortina de água X
3.1.2 - Manuais/ 3.1.2.1 - Carretel X
Automáticos 3.1.2.2 - Teatro X
3.1.2.3 - Coluna Seca X
3.1.2.4 - Coluna húmida X
3.1.2.5 - Sprinkler X
3.1.2.6 - Cortina de àgua X
3.1.3 - Área abrangida 3.1.3.1 - Carretel X
pelo dispositivo 3.1.3.2 - Teatro X
3.1.3.3 - Coluna Seca X
3.1.3.4 - Coluna húmida X
3.1.3.5 - Sprinkler X
3.1.3.6 - Cortina de água X
3.1.4 - - Distribuição dos 3.1.4.1 - Carretel X
dispositivos 3.1.4.2 - Teatro X
3.1.4.3 - Coluna Seca X
3.1.4.4 - Coluna húmida X
3.1.4.5 - Sprinkler X
3.1.4.6 - Cortina de àgua X
3.2 - Sistema 3.2.1 - Presença de 3.2.1.1- Extintor de incêndio
X
portátil dispositivos
3.2.2 - Manu- 3.2.2.1 - Extintor de incêndio
X
ais/automáticos
3.2.3 - Área abrangida 3.2.3.1 - Extintor de incêndio
X
pelo dispositivo
3.2.4 - - Distribuição dos 3.2.4.1 - Extintor de incêndio
X
dispositivos
4 - Contenção do 4.1 - Tempo que os elementos resistem 4.1.1 - Paredes exteriores tradicionais X
incêndio ao alastramento do incêndio 4.1.2 - Vãos de paredes tradicionais
X
exteriores
4.1.3 - Paredes exteriores não tradicionais X
4.1.4 - Vãos de paredes tradicionais
X
exteriores
4.1.5 - Paredes de empena X
4.1.6 - Cobertura X
4.1.7 - Compartimento corta-fogo X
4.1.8 - Câmara corta-fogo X
4.1.9 - Vias de evacuação horizontais X

32
Capítulo 3 – Parametrização técnica da segurança contra incêndios

Norma ISO 15928-4 Elemento do subsistema de combate ao Correspondência


Agente Parâmetros incêndio Sim Não
4.1.10 - Vias de evacuação verticais X
4.1.11 - Acesso às vias de evacuação
X
verticais no piso de saída para exterior
4.1.12 - Acesso às vias de evacuação
verticais não localizado no piso de saída X
para o exterior
4.1.13 - Vias verticais que não de evacua-
X
ção
4.1.14 - Elevadores X
4.1.15 -Isolamento da casa das máquinas X
4.1.16 - Ductos X
4.1.17 -Condutas de ventilação e trata-
X
mento do ar
4.1.18 - Condutas que possuam um
diâmetro nominal superior a 315 mm ou X
secção equivalente
4.1.19 - Adufas ramais de descarga e
tubos de queda das condutas de evacua- X
ção do lixo
4.1.20 - Condutas das instalações de
X
controlo de fumo
4.1.21 - Fontes de energia de emergência X
4.1.22 - Zonas de utilização mista X
4.1.23 - Arrecadações dos condóminos X
4.2 - As características combustíveis dos 4.2.1 - Fachadas X
materiais 4.2.2 - Materiais de revestimento exterior
X
cirando caixa de ar
4.2.3 - Sistemas compósitos para isola-
mento térmico exterior com revestimen-
X
to sobre isolante «ETICS» e o material de
isolamento térmico
4.2.4 - Coberturas X
4.2.5 - Revestimento de vias de evacua-
X
ção horizontais
4.2.6 - Revestimentos de vias de evacua-
X
ção verticais e câmaras corta-fogo
4.2.7 - Revestimentos de locais de risco X
4.2.8 - Caixas de elevadores, condutas,
ductos ou quaisquer comunicações X
verticais dos edifícios
4.2.9 - Tectos falsos X
4.2.10 - Elementos em relevo ou suspen-
X
sos
4.2.11- Materiais de correcção acústica X
4.2.12 - Elementos de decoração tempo-
X
rária
4.2.13 - Arrecadações dos condóminos X
5 - Controlo dos 5.1 - Natureza e concentração dos gases
X
produtos de combus- de combustão
tão 5.2 - Interdição de visão pelos efluentes
X
da combustão
6 - Meios de fuga 6.1 - Número e localização dos meios de 6.1.1 - Número de saídas X
fuga 6.1.2 - Vias verticais de evacuação X
6.1.3 - Vias horizontais de evacuação X
6.2 - Distancia máxima percorrida para a 6.2.1 - Vias horizontais de evacuação X
fuga 6.2.2 - Vias verticais de evacuação X
7 - Segurança estru- 7.1 - Período de tempo que a segurança 7.1.1 - Elementos estruturais X
tural estrutura é crível 7.1.2 - Cobertura X

33
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Tabela 3.2 - Estrutura para avaliação de desempenho de utilizações-tipo II.

Norma ISO 15928-4 Elemento do subsistema de combate ao Correspondência


Agente Parâmetros incêndio Sim Não
1 - Descrição das 1.1 - Natureza do fogo X
acções do fogo 1.2 - Características dos ocupantes X
2 - Aviso prévio 2.1 - Número de dispositivos X
2.2 - Localização dos dispositivos X
2.3 - Tipo de dispositivos X
2.4 - Tipo de alarme emitido X
3 - Combate ao 3.1 -Sistemas 3.1.1 - Presença de 3.1.1.1 - Carretel X
incêndio fixos dispositivos 3.1.1.2 - Teatro X
3.1.1.3 - Coluna Seca X
3.1.1.4 - Coluna húmida X
3.1.1.5 - Sprinkler X
3.1.1.6 - Cortina de água X
3.1.2 - Manuais/ 3.1.2.1 - Carretel X
Automáticos 3.1.2.2 - Teatro X
3.1.2.3 - Coluna Seca X
3.1.2.4 - Coluna húmida X
3.1.2.5 - Sprinkler X
3.1.2.6 - Cortina de água X
3.1.3 - Área abrangida 3.1.3.1 - Carretel X
pelo dispositivo 3.1.3.2 - Teatro X
3.1.3.3 - Coluna Seca X
3.1.3.4 - Coluna húmida X
3.1.3.5 - Sprinkler X
3.1.3.6 - Cortina de água X
3.1.4 - - Distribuição 3.1.4.1 - Carretel X
dos dispositivos 3.1.4.2 - Teatro X
3.1.4.3 - Coluna Seca X
3.1.4.4 - Coluna húmida X
3.1.4.5 - Sprinkler X
3.1.4.6 - Cortina de água X
3.2 - Sistema 3.2.1 - Presença de 3.2.1.1- Extintor de incêndio
X
portátil dispositivos
3.2.2 - Manuais/ 3.2.2.1 - Extintor de incêndio
X
automáticos
3.2.3 - Área abrangida 3.2.3.1 - Extintor de incêndio
X
pelo dispositivo
3.2.4 - - Distribuição 3.2.4.1 - Extintor de incêndio
X
dos dispositivos
4 - Contenção do 4.1 - Tempo que os elementos resistem ao 4.1.1 - Estacionamentos individuais
X
incêndio alastramento do incêndio cobertos
4.1.2 – Locais de risco X
4.1.3 – Compartimento corta-fogo X
4.1.4 – Câmara corta-fogo X
4.1.5 - Vias de evacuação horizontais X
4.1.6 - Vias de verticais de evacuação X
4.1.7 - Acesso às vias de evacuação verti-
X
cais no piso de saída para exterior
4.1.8 - Acesso às vias de evacuação verti-
cais não localizado no piso de saída para o X
exterior
4.1.9 - Vias verticais que não de evacua-
X
ção
4.1.10 - Elevadores X
4.1.11 - Isolamento da casa das máquinas X
4.1.12 - Ductos X
4.1.13 - Condutas de ventilação e trata-
X
mento do ar
4.1.14 - Condutas das instalações de X

34
Capítulo 3 – Parametrização técnica da segurança contra incêndios

Norma ISO 15928-4 Elemento do subsistema de combate ao Correspondência


Agente Parâmetros incêndio Sim Não
controlo de fumo
4.1.15 - Condutas que possuam um
diâmetro nominal superior a 315 mm ou X
secção equivalente
4.1.16 - Adufas ramais de descarga e
tubos de queda das condutas de evacua- X
ção do lixo
4.1.17 - Fontes de energia de emergência X
4.1.18 - Monta-carros X
4.1.19 - Zonas de utilização mista X
4.1.20 – Arrecadações dos condóminos X
4.2 - As características combustíveis dos 4.2.1 - Revestimentos das vias de evacua-
X
materiais ção horizontais
4.2.2 - Revestimentos de vias de evacua-
X
ção verticais e câmaras corta-fogo
4.2.3 - Revestimentos de locais de risco X
4.2.4 - Caixas de elevadores, condutas,
ductos ou quaisquer comunicações X
verticais dos edifícios
4.2.5 - Elementos em relevo ou suspensos X
4.2.6 - Materiais de correcção acústica X
4.2.7 - Arrecadações dos condóminos X
5 - Controlo dos 5.1 - Natureza e concentração dos gases
X
produtos de com- de combustão
bustão 5.2 - Interdição de visão pelos efluentes
X
da combustão
6 - Meios de fuga 6.1 - Número e localização dos meios de 6.1.1 - Saídas X
fuga 6.1.2 - Vias verticais de evacuação X
6.1.3 - Vias horizontais de evacuação X
6.2 - Distancia máxima percorrida para a 6.2.1 - Vias horizontais de evacuação X
fuga 6.2.2 - Vias evacuação de verticais de X
7 - Segurança estru- 7.1 - Período de tempo que a segurança
X
tural estrutura é crível

A conclusão final apresentada, nomeadamente em termos de correspondência, é explicada nas tabelas do


Anexo A, que se distinguem das anteriores por apresentarem um estudo mais aprofundado, expondo detalha-
damente em que medida esta convergência entre os regulamentos se concretiza. Neste sentido a coluna “cor-
respondência” é substituída por outra coluna, designada “Regulamento”, que se complementa com mais três
colunas de suporte à informação disposta. Em seguida apresenta-se uma breve descrição da índole da infor-
mação contida nas colunas referidas.

 Regulamento – Nesta coluna estão dispostas as exigências da directiva internacional com reciprocida-
de na legislação nacional. Assim são depositados todos os Artigos que materializem a referida conver-
gência. Importa realçar que nesta coluna quando o texto refere um Artigo (Art. X) pretende-se identi-
ficar o Artigo X da portaria nº 1532/2008. Sempre que se pretende referir algum Artigo do Decreto-Lei
220/2008, a indicação fornecida é (Decreto-Lei, Art. X);
 Especificação – Esta coluna fornece informações complementares às descritas na coluna “Regulamen-
to”, já que por vezes há Artigos da legislação que necessitam de um complemento fornecidos por ou-
tros Artigos. Deste modo, pode-se definir que a coluna “Regulamentos” disponibiliza exclusivamente
a permuta dos parâmetros e subsistemas para a legislação nacional, enquanto a coluna “Especifica-
ções” fornece, quando necessário, um enquadramento com toda a envolvente;

35
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

 Notas – Sempre que na legislação vigente se detecte alguma prescrição pouco precisa, que obrigue a
interpretações pessoais, ou se identifiquem prescrições contraditórias, as mesmas são mencionadas
nesta coluna;
 Comentários – Esta coluna é disponibilizada para estabelecer comentários críticos relativos às imposi-
ções da norma ISO, da legislação portuguesa, ou mesmo das paridades detectadas, segundo o prisma
das filosofias estudadas (prescritiva e EBD).

São estas tabelas (Anexo A1 e A2) que condensam todas as informações relevantes para o estudo avançado
neste capítulo. Contudo, a quantidade de informação que foi preciso dotar as referidas tabelas (Artigos e co-
mentários) a fim de apresentar um estudo consistente e devidamente fundamentado, traduziu-se em tabelas
com uma dimensão demasiado avultada para serem incorporadas no corpo do texto, pelas restrições impostas
ao nível da sua extensão. Deste modo, as referidas tabelas foram relegadas para Anexo, apresentando-se ao
invés o seu resumo concretizado na Tabela 3.1 e Tabela 3.2.

3.2 Análise crítica do estudo comparativo

A análise das Tabela 3.1 e Tabela 3.2 permite verificar que existe um número bastante considerável de exigên-
cias constantes nos parâmetros da norma ISO 15928-4 com correspondência na regulamentação nacional. De
facto, apesar de se demarcarem por filosofias diferentes, verifica-se a existência de um grande número de
preocupações similares em relação à segurança, que é perceptível pela quantidade de parâmetros abordados
nos dois regulamentos. O principal proveito que se pode retirar deste confronto normativo é a definição dos
níveis de desempenho mínimos, que um futuro regulamento baseado no desempenho e na informação do
risco deverá auferir, ainda que não sejam reproduzidas quaisquer considerações quanto aos critérios que su-
portam a avaliação do desempenho.

No entanto, realça-se que os paralelismos exibidos nem sempre apresentam a mesma expressividade, verifi-
cando-se casos em que os parâmetros encontram definições exactas nas prescrições constantes na legislação
nacional, enquanto noutras situações este paralelismo não é evidente, pois embora as exigências sejam afec-
tas a ambos os regulamentos, são expostas em moldes distintos. Já nos casos de divergências, estas podem
emergir dos parâmetros constantes na norma ISO 15928-4 em que as soluções construtivas sugeridas na legis-
lação nacional se mostram insuficientes para a sua completa definição, sendo necessário o suporte de estudos
complementares que identifiquem e detalhem as dinâmicas existentes com a envolvente. A estas divergências
ainda se acrescentam outras, em que os parâmetros constantes na norma internacional não encontram qual-
quer paridade na legislação nacional.

Iniciando com as convergências detectadas neste estudo, realçam-se as verificadas na contenção do incêndio
(item 4 das Tabelas 3.1.e 3.2 e Anexos A1 e A2), em que os parâmetros estipulados na norma internacional ISO

36
Capítulo 3 – Parametrização técnica da segurança contra incêndios

15928-4, após se pormenorizar os elementos do subsistema de combate ao incêndio que os constituem, en-
contram uma definição exacta nas prescrições da legislação nacional. Verifica-se que este paralelismo directo
se estende aos itens 2.4 ou 3.1 das Tabelas 3.1 e 3.2 e Anexos A1 e A2.

O número e localização das vias verticais de evacuação (item 6.1.2 das Tabelas 3.1 e 3.2 e Anexos A1 e A2),
mostra que existem parâmetros que não encontram um reflexo tão expressivo. Esta situação deriva do facto
de a norma internacional ISO 15928-4 estipular como parâmetro, especificamente, o número das referidas vias
de evacuação. Já a legislação nacional, apesar de também considerar o número de vias verticais de evacuação,
não as define de forma objectiva, discriminando apenas a distância máxima a percorrer até uma. É possível,
através desta informação e tendo em conta as características arquitectónicas da construção, definir os locais
em que a sua presença é obrigatória e, consequentemente, extrapolar de modo a especificar o número de vias
verticais de evacuação. Esta circunstância é análoga no item 3.1.3.1 das Tabelas 3.1 e 3.2 e Anexos A1 e A2.

Provavelmente o exemplo mais elucidativo para os casos em que as soluções construtivas não se mostram
suficientes para definir um parâmetro da norma ISO 15928-4, será o controlo dos produtos de combustão
(item 5 das Tabelas 3.1 e 3.2 e Anexos A1 e A2), em que os condicionalismos criados pelos mesmos na evacua-
ção, são tomados como base para a definição do desempenho. Para responder a esta exigência, deve averi-
guar-se a forma em que os vários subsistemas interferem entre si. Isto é, para calcular a concentração de eflu-
entes de combustão que pode inviabilizar a fuga, há que considerar as relações existentes entre a emissão de
efluentes (que deriva das características combustíveis dos materiais), o fluxo com que os mesmos são extraí-
dos (que deriva dos sistemas de controlo dos efluentes) e o tempo que os ocupantes estão expostos aos eflu-
entes (que pode derivar das distâncias percorridas na fuga). A legislação portuguesa não contempla tais pre-
missas, fazendo apenas referências a soluções construtivas, como a localização e características das bocas de
ventilação. Estas definições, ainda que possam ser muito úteis no suporte aos estudos referidos, não são sufi-
cientes para definir, por si só, o desempenho exigido. Com efeito, este tipo de divergências surge ao nível de
um princípio intrínseco à filosofia EBD, que estipula a averiguação e quantificação das sinergias existentes
entre todos os subsistemas de um edifício (ISO 16738). Pode então concluir-se que, em alguns casos, a
correspondência não é conseguida, o que se deve ao facto de muitos dos parâmetros estudados na norma
internacional ISO 15928-4 não poderem ser caracterizados por exigências construtivas genéricas, necessitando
de suporte de modelações numéricas complementares.

Ainda na temática dos parâmetros que não encontram reflexo na legislação nacional, importa referir a nature-
za do fogo (item 1.1 das Tabelas 3.1 e 3.2 e Anexos A1 e A2). Este é um dos parâmetros de decisão, quando se
planeia o combate a incêndios, definindo o agente extintor mais adequado (Ventura, 2006). Embora esta clas-
se de incêndio seja referida na Portaria 1532/2008 quando se atenta a averiguação de agentes extintores dife-
rentes de água, o tema não encontra o grau de detalhe expectável, para um regulamento que exige a definição
clara dos níveis de desempenho e segurança que se pretendem alcançar (filosofia EBD). Com efeito, a flexibili-
dade associada à filosofia EBD, não deve ser confundida com a ausência de informações detalhadas quanto à

37
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

classe de incêndio e agente extintor mais apropriado para o caso em questão. Esta “liberdade” da equipa de
projectistas deve ser imperativamente contraposta com o respeito de níveis de desempenho e segurança con-
venientemente detalhados, que os Artigos da legislação nacional não adiantam. O item 1.2 das Tabelas 3.1 e
3.2 e Anexos A1 e A2 assume contornos semelhantes aos descritos neste parágrafo.

Já quanto a parâmetros que não encontram qualquer definição na legislação, são por norma elementos especí-
ficos do subsistema de combate a incêndios, designadamente as bocas-de-incêndio armadas tipo teatro (item
3.1.3.2 das Tabelas 3.1 e 3.2 e Anexos A1 e A2) ou o número de saídas de emergência em utilizações-tipo I
(item 6.1.1 do Anexo A1).

É igualmente interessente que os parâmetros constantes na ISO 15928-4 incidam unicamente nas medidas de
protecção, não fazendo referências a medidas de prevenção. A regulamentação nacional é mais contundente
neste ponto estabelecendo mediadas de prevenção, como por exemplo a obrigatoriedade de várias medidas
de autoprotecção, presentes no Artigo 198 da Portaria nº 1532/2008, onde figura a obrigatoriedade da reali-
zação de simulacros ou a existência de um plano de emergência interno (incidindo nas categorias de risco mais
elevadas das utilizações-tipo consideradas nesta dissertação).

Um caso interessante de analisar é o número de dispositivos de alarme prévio (item 2.1 das Tabelas 3.1 e 3.2 e
Anexos A1 e A2), especificamente os detectores de incêndios automáticos, em que a legislação nacional de-
termina que a instalação eficaz dos mesmos fica à responsabilidade dos projectistas. Contudo, apesar da flexi-
bilidade concedida aos projectistas, a falta de qualquer detalhe quanto ao que se considera uma instalação
capaz pode invalidar a aproximação deste parâmetro a uma filosofia EBD. Outra justificação mais credível será
o facto da vasta gama de aparelhos disponíveis no mercado, cada um com características próprias, impossibili-
tar a criação de um modelo genérico de instalação, sendo esta a razão para a flexibilidade apresentada, em
detrimento de uma aproximação à filosofia EBD.

Além da flexibilidade e detalhe com que os processos de segurança são analisados na filosofia EBD, outra das
vantagens inerentes à adopção de regulamentos baseados no desempenho e na informação do risco é o incen-
tivo ao desenvolvimento e adopção de tecnologias e metodologias inovadoras. No caso da legislação vigente, o
processo de incorporação de soluções construtivas inovadoras ou peculiares está pendente do juízo de entida-
des certificadas (tome-se como exemplo a utilização de cortinas de água, item 3.1.1.6 das Tabelas 3.1 e 3.2 e
Anexos A1 e A2). Este ponto sugere duas hipóteses:
 As entidades responsáveis pelas viabilizações estão devidamente preparadas, sendo este um indício
de que Portugal apresenta condições para a adopção de um regulamento baseado no desempenho.
Isto é, se Portugal dispuser de entidades capacitadas para quantificar o desempenho das soluções
construtivas, pode-se assumir que um dos principais entraves à filosofia EBD já foi transposto;
 A índole principalmente prescritiva da legislação actual tenha inibido a adopção de metodologias
inovadoras. Deste modo levanta-se a preocupação dos processos de avaliação e quantificação exigi-

38
Capítulo 3 – Parametrização técnica da segurança contra incêndios

das não apresentem o desenvolvimento desejado, o que representaria um entrave ao suporte de


uma filosofia EBD.

Ressalvam-se igualmente algumas ambiguidades na regulamentação actual que dificultaram o reconhecimento


e interpretação de algumas exigências. Uma das ambiguidades que levantou mais problemas foi a classificação
dos estacionamentos (aprofundado no item 1.2 do Anexo A2), que recorrentemente dificultava a interpreta-
ção das exigências construtivas, dado que consistentemente, consoante a classificação assumida advêm inter-
pretações legislativas diferentes. O tempo durante o qual os elementos das vias horizontais de evacuação
conseguem resistir ao alastramento do incêndio (item 4.1.5 da Tabela 3.2 e Anexo A2), ou o revestimento das
vias verticais de evacuação (item 4.2.2 da Tabela 3.2 ou Anexo A1) são exemplos da situação relatada.

39
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

40
Capítulo 4 – Critérios de avaliação do desempenho

4 Critérios de avaliação do desempenho

4.1 Selecção do critério de avaliação

Após definir os parâmetros alvo de avaliação de desempenho, que resultaram do trabalho desenvolvido no
capítulo anterior em que se confronta a norma internacional ISO 15928-4 e a legislação nacional, há que defi-
nir critérios que estruturem cada classe de desempenho associada a esses parâmetros. Embora cada subsiste-
ma apresente a sua própria classe de desempenho, o seu estabelecimento advém de estudos abrangentes em
que o edifício “é visto como um todo”, considerando-se as sinergias existentes entre os vários subsistemas
afectos (ISO 16738, 2009). Esses critérios de avaliação têm, invariavelmente, de ser suportados por estudos
fidedignos que reflictam, de forma mensurável, a segurança e qualidade associadas a cada classe de desempe-
nho. No caso da segurança contra incêndios, a progressão nas classes de desempenho deve apresentar uma
repercussão proporcional na segurança dos bens materiais e humanos.

A prioridade na escolha dos parâmetros a aprofundar neste capítulo recaiu na quantidade e expressividade das
convergências detectadas no estudo realizado no capítulo 3. Neste sentido recorreu-se aos regulamentos su-
geridos na norma internacional ISO 15928-4 para a definição dos critérios de avaliação segurança contra in-
cêndios (como sejam as normas ISO/TR 17252, ISSO/TR 9705, ISSO/TR 5660-3, ISO/TS 5658-1, ISO 6182-1 e ISO
6183)

Inicialmente abordou-se o parâmetro associado à contenção do incêndio, analisando os regulamentos afectos


à avaliação do desempenho do mesmo. Contudo, o conteúdo destes incidia maioritariamente em testes para
auferir as características combustíveis dos materiais, não servindo os propósitos da presente dissertação, que
se propõe a apresentar uma estrutura que permita quantificar o desempenho, e portanto mais relacionada
com o desempenho inerente às características dos materiais do que na averiguação dessas mesmas caracterís-
ticas. Deste modo decidiu-se averiguar outro parâmetro, desta vez o combate a incêndios. Contudo, à seme-
lhança do caso anterior, também neste parâmetro as orientações internacionais analisadas se focalizam prin-
cipalmente nas características dos materiais e sistemas de combate a incêndios, em detrimento do desempe-
nho emprestado por estes.

Optou-se então analisar as orientações estipuladas para a avaliação do desempenho dos meios de fuga. Mais
uma vez recorreu-se às normas internacionais sugeridas, que neste caso sugerem a utilização do conceito do
tempo de fuga para a avaliação do desempenho. A índole quantitativa exibida pelo conceito do tempo de fuga
adequa-se ao objectivo a que a dissertação se propõe, optando-se então por aprofundar o parâmetro dos
meios de fuga neste capítulo. Este organiza-se com uma primeira caracterização do tempo de fuga, que se
concretiza através da descrição de duas componentes basilares deste conceito, o tempo disponível para a fuga
(subcapítulo 4.2.1) e o tempo necessário para a fuga (subcapítulo 4.2.2). No final do capítulo concretiza-se um

41
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

estudo que enquadra a legislação nacional nos parâmetros estipulado, com o intuito de definir o tempo neces-
sário para a fuga, prevendo-se obter uma plataforma de avaliação do desempenho.

4.2 Tempo de fuga

O dimensionamento dos meios de fuga envolve um grande número de condicionalismos. Embora a norma ISO
15928-4 apresente um número restrito de parâmetros para a definição do desempenho dos “Meios de fuga”
(como é perceptível nas Tabelas 3.1 e 3.2 e Anexo A1 e A2), estes são resultado de um estudo de todas as
envolventes que interfiram na capacidade de fuga dos ocupantes, estabelecendo como condição base que o
tempo disponível para a fuga seja superior ao tempo necessário à mesma. (ISO 13571, 2007).

Durante um incêndio os efluentes produzidos (gases tóxicos, fumo e irradiação de calor) têm várias repercus-
sões nos ocupantes, sendo considerados como o factor crucial no cálculo do tempo disponível para a fuga ( ISO
19706, 2011). Assim sendo, é imprescindível realizar estudos que averigúem em que medida estes factores
coagem os ocupantes e impossibilitam a fuga para um local seguro. (ISO 13571, 2007 ; ISO 19706, 2011).

4.2.1 Tempo disponível para a fuga

O tempo disponível para a fuga é o intervalo compreendido entre o momento em que se dá a ignição do in-
cêndio até que os efluentes criem uma conjuntura que impossibilite a fuga dos ocupantes (ver Figura 4.1).
Estes condicionalismos da fuga devem-se geralmente a (ISO 13571, 2007):

 Exposição à radiação e à convexão do calor;


 Inalação de gases asfixiantes;
 Agentes irritantes dos órgãos sensoriais e vias respiratórias superiores;
 Obturação do campo de visão pelo fumo.

Torna-se assim evidente a necessidade de antecipar estes cenários, sendo que para tal é imprescindível identi-
ficar quais os efluentes mais lesivos ( ISO 19706, 2011):

 Gases asfixiantes: monóxido de carbono (CO), cianeto de hidrogénio (HCN), carência de oxigénio;
 Gases irritantes: ácidos de halogénio (HCI, HBr, HF), óxidos de hidrogénio, entre outros;
 Aerossóis e fuligem, em particular as passíveis de entrar no sistema respiratório ou que impeçam a
passagem da luz;

42
Capítulo 4 – Critérios de avaliação do desempenho

Figura 4.1 - Esquematização da difusão dos efluentes (SEGURANÇAonline, 2012).

O reconhecimento dos efluentes mais prejudiciais não se apresenta como uma grande mais-valia a menos que
seja complementado com um estudo, que preveja a taxa de produção e a natureza dos efluentes resultantes
da combustão, que se pode fundamentar nas orientações da norma internacional ISO 19706. Estas orientações
estabelecem que os efeitos nocivos dos efluentes não podem ser previstos unicamente através da identifica-
ção dos combustíveis, devendo-se complementar com quaisquer outras informações da empreitada, do incên-
dio e dos ocupantes, a fim de estabelecer uma gama de cenários previsíveis ( ISO 19706, 2011).

Dado que o tempo disponível para a fuga é limitado pelo momento em que os ocupantes se encontram inca-
pacitados de realizar a mesma, importa referir quais as principais debilidades experienciadas pelos ocupantes (
ISO 19706, 2011):

 Morte: pode ocorrer durante a exposição aos efluentes ou já depois do incidente como resultado de
patologias devido à exposição;

 Incapacitação: é uma consequência bastante grave, que pode ter como resultado um aumento do pe-
ríodo de exposição efluentes, podendo inclusivamente ser letal;
 Redução da velocidade na fuga ou alterações no comportamento, como falta de discernimento na es-
colha do caminho de fuga. Estes podem-se dever a efeitos fisiológicos consequentes da inalação de
gases asfixiantes ou efeitos psicológicos devido à percepção do perigo que as diferentes opções de
fuga representam;

 Efeitos fisiológicos posteriores ao acidente.

A gravidade das mazelas é função do tempo de exposição e da concentração dos efluentes de combustão,
sendo no entanto um tema de índole muito subjectiva, dado que as reacções esperadas para cada pessoa não
são homogéneas, variando consoante a tolerância que cada ocupante apresenta aos agentes agressivos (ISO

43
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

13571, 2007 ; ISO 19706, 2011). A Figura 4.2 apresenta de forma esquemática o processo de controlo e análise
do risco na fuga.

Figura 4.2 - Processo de avaliação do risco no processo de fuga, adaptado de (ISO 13571, 2007).

Relembra-se a premissa com que se iniciou este capítulo: o tempo disponível para a fuga seja superior ao tem-
po necessário à mesma. Dado que a inviabilização da fuga se deve essencialmente à produção e disseminação
dos efluentes da combustão (gases tóxicos, fumo e irradiação de calor), a ISO apresenta duas metodologias
(dose efectiva fraccional (FED) e concentração efectiva fraccional (FEC)) que permitem antever a reacção hu-
mana aos efluentes. Estes conceitos mostram um rácio da exposição a uma dose ou concentração, respecti-
vamente, a um dado agente efluente cujos efeitos nocivos são conhecidos. Consequentemente, pode-se defi-
nir um determinado valor de FEC/FED que materialize os efeitos que se considerem suficientes à inviabilização
da fuga. O tempo disponível para a fuga pode então ser obtido analisando a variação destes rácios ao longo do
tempo, ficando associado ao momento em que o referido limite FED/FEC é atingido. Isto apresenta-se como
uma grande vantagem no âmbito dos regulamentos baseados no desempenho, pois permite estabelecer vários
valores de desempenho, associados a diferentes limites FED/FEC. Com este processo fica patente qual o crité-
rio adoptado e o incremento de segurança inerente às transições das classes de desempenho.

44
Capítulo 4 – Critérios de avaliação do desempenho

São sugeridos quatro modelos para calcular o tempo disponível para a fuga (ISO 13571, 2007):

 Modelos dos gases tóxicos

Este modelo incide principalmente nas variáveis passíveis de incapacitar a fuga, relegando para segundo plano
as causas de fatalidade. Assim, há que separar as causas de cada uma das referidas problemáticas e estabele-
cer limites para as diferentes componentes adversas à fuga. No caso dos gases asfixiantes (monóxido de car-
bono e cianeto de hidrogénio) tanto os efeitos letais e incapacitantes são função da dose de exposição. Deste
modo, quando na posse de estimativas razoáveis dos efeitos a experienciar pelos ocupantes, podem-se esta-
belecer cenários de exposição aos agentes agressivos de que resultem o valor FED que incapacita a fuga. Já as
inflamações dos órgãos sensoriais e vias respiratórias superiores, que dificultam a fuga, e as irritações a nível
pulmonar (pneumonite), que podem ser fatais, têm origens diferentes. Enquanto o primeiro caso é conse-
quência da concentração dos gases lesivos, o segundo caso resulta da exposição a doses elevadas. Assim sen-
do, ambas as patologias são independentes, requerendo estudos também eles independentes, recorrendo aos
mecanismos dos rácios FEC e FED respectivamente (ISO 13571, 2007).

 Modelo da massa consumida

Este processo permite obter o tempo disponível para a fuga recorrendo previsões do potencial letal dos eflu-
entes. O modelo não diferencia os efeitos tóxicos provocados pelos vários efluentes, apresentando unicamen-
te as previsões das doses de efluentes produzidos durante o incêndio. Assim o tempo disponível para a fuga é
resultado de um estudo da variação de FED ao longo do tempo, sendo a mesma possível enquanto este rácio
for inferior ao limite pré-estabelecido.

 Modelo da energia irradiada e do calor

Este modelo baseia-se no resultado de um estudo do FED análogo ao utilizado para o modelo dos gases tóxi-
cos. A variação do mesmo ao longo do tempo irá definir o tempo disponível para a fuga.

 Modelo da obstrução do campo de visão

A concentração do fumo numa área enclausurada tem como resultado a obstrução do campo de visão, afec-
tando significativamente o tempo disponível para a fuga. Quando o campo de visão dos ocupantes fica seve-

45
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

ramente prejudicado, ao ponto de os mesmos não se conseguirem localizar no compartimento nem orientar
no caminho, considera-se que se atingiu o tempo disponível para a fuga.

Os resultados numéricos dos modelos referidos podem ser obtidos recorrendo às fórmulas empíricas desen-
volvidas na ISO 13571. A informação disponibilizada inclui ainda um indicador da incerteza em cada procedi-
mento, ficando ao critério do utilizador a importância e zelo a conferir na estimativa de cada cenário do incên-
dio. Salienta-se que a fiabilidade dos resultados superiores a uma hora é pouco satisfatória. Com efeito, a
informação recolhida para casos em que a exposição a efluentes tóxicos se estende além de uma hora é dimi-
nuta, pelo que se aconselha prudência nas estimativas que ultrapassem o referido intervalo temporal (ISO
13571, 2007).

Os resultados obtidos através destes modelos devem ser apresentados respeitando os seguintes parâmetros
(ISO 13571, 2007):

 O tempo disponível para a fuga, apresentado em minutos, deve ser calculado de forma independente
para cada uma das componentes avaliadas mediante os critérios apresentados para os gases asfixian-
tes, gases irritantes, massa consumida, calor e obstrução do campo de visão. Para todos estes resul-
tados deve-se detalhar quais os gases considerados, incluindo uma justificação, o critério adoptado
no estabelecimento dos limites de cada componente nocivo e quaisquer outros pressupostos adopta-
dos;

 Apresentar o tempo disponível para a fuga estimado para cada um dos componentes, identificando o
mais condicionante (que apresentar o menor intervalo de tempo). Devem-se incluir quaisquer consi-
derações acerca das incertezas que associem a limitação do tempo de fuga por outras componentes.

Importa referir que esta norma não considera algumas nuances que podem interferir com o tempo disponível
para a fuga. Por exemplo o impacto inicial da interdição de visão causada pelo fumo não é estimado nesta
norma, considerando-se apenas a situação mais gravosa, em que esta interdição ao campo de visão assume
contornos que impossibilitem a fuga. Também os efeitos dos gases asfixiantes, irritação dos órgãos sensoriais,
calor e a obstrução do campo de visão são analisados de forma independente sem alusão a qualquer agrava-
mento resultante da sua interacção. Embora seja reconhecido que esta interacção pode ocorrer, a mesma é
considerada secundária nos parâmetros da ISO 13571 para o cálculo de tempo disponível para a fuga. Também
os efeitos tóxicos dos aerossóis, ou qualquer interacção destes com os efluentes gasosos, são relegados para
segundo plano. Não obstante a sua existência, é considerado que o seu efeito prejudicial é residual quando
comparado com o produzido pelos efluentes gasosos (ISO 13571, 2007).

Não se pode deixar de referir que embora a norma ISO 13571 seja elaborada com base na melhor informação
cientifica disponível, carece em algum suporte que corrobore os efeitos avançados da exposição humana aos
efluentes. Quer isto dizer que as informações avançadas pela ISO nunca foram autentificadas com experiencias

46
Capítulo 4 – Critérios de avaliação do desempenho

em humanos. Ressalva-se ainda que a presente norma peca igualmente por não desenvolver os possíveis efei-
tos nocivos para a saúde dos ocupantes que possam surgir já posteriormente ao acidente (ISO 13571, 2007).

4.2.2 Tempo necessário para a fuga

O tempo necessário para a fuga depende de vários parâmetros que se relacionam com a detecção do incêndio,
difusão de alarmes e o comportamento dos ocupantes na evacuação. Estes parâmetros referidos podem ser
assimilados e caracterizados em duas categoria (ISO 16738, 2009):

 Actividades pré-deslocação: contemplam a resposta dos ocupantes após a difusão do alarme geral
até que se encaminharem para a fuga. Muitas vezes este comportamento tanto pode envolver perío-
dos de latência, como períodos de actividade que não envolvam directamente o inicio da evacuação
para o exterior. Um facto interessante é que embora este período não esteja relacionado com a fuga
propriamente dita, pode apresentar-se como a etapa em que mais tempo é despendido;
 Deslocação: Envolve a fuga propriamente dita, isto é, o momento em que o ocupante se dirige para
as vias e consequentes saídas de evacuação.

A Figura 4.3 reúne esquematicamente todas as etapas consideradas no cálculo do tempo necessário para a
fuga.

Figura 4.3 - Diagrama simplificado das componentes consideradas no cálculo do tempo necessário para a fuga, adaptado
de (ISO 16738, 2009).

47
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

A simbologia adoptada na Figura 4.3 é a seguinte:

tdfs – Tempo disponível para a fuga em segurança;


tnfs – Tempo necessário para a fuga em segurança;
tmarg – Intervalo de tempo da margem de segurança;
tevac – Tempo de evacuação;
tpre – Tempo das actividade pré-deslocação;
tdesl – Tempo necessário para a deslocação para um local seguro;
trec – Tempo para reconhecer o alarme;
taler – Tempo necessário para a activação do alarme geral;
tres – Tempo de resposta ao aviso;
tdet – Tempo necessário para a detecção do sinistro.

É relevante assegurar que nestas previsões nenhuma ocorrência é menosprezada. Embora a realização do
projecto de construção assente na segurança e fuga dos ocupantes, deve-se antecipar cenários em que algu-
mas medidas de protecção e fuga, que previsivelmente garantem a segurança dos utilizadores, fiquem inviabi-
lizadas devido à natureza, localização e efluentes do incêndio (ISO 16738, 2009).

O intervalo de tempo necessário para realizar a fuga em segurança pode ser obtido somando o tempo des-
pendido em todas as actividades que a mesma assimila:

(1)

4.2.2.1 Detecção (tdet)

O tempo necessário até que o sinistro seja detectando (tdet) é função do sistema de detecção instalado e da
natureza do incêndio. Este tanto pode ser praticamente imediato se o sistema for automático, como se pode
estender a largos períodos de tempo caso esteja dependente da detecção humana.

4.2.2.2 Difusão do alarme geral (taler)

O intervalo de tempo até soar o alarme geral está preso aos mesmos condicionalismos da variável anterior. A
situação mais prática e eficiente envolve a instalação de sistemas de detecção e alarme automáticos, em que o
alarme geral é emitido quase simultaneamente à detecção. Neste caso o tempo de evacuação tem início no
instante da detecção do sinistro. Já nos casos em que tanto a detecção como a difusão do alerta estão depen-
dentes da actividade humana, a quantificação do tempo necessário apresenta-se mais complexa.

48
Capítulo 4 – Critérios de avaliação do desempenho

O tempo despendido entre a ignição do incêndio e a percepção do mesmo por parte dos ocupantes (tdet), seja
ela devido a um encontro fortuito com o mesmo ou por via da propagação dos efluentes, representa geral-
mente um “atraso” na detecção e activação do alarme geral (t aler). Também em situações que se aprovisiona a
construção com detectores automáticos mas estes accionam alarmes locais ou parciais o tempo de detecção
assume-se nulo (detecção quase imediata), contudo a difusão do alarme geral pode-se prolongar ao longo de
um período tempo limitado pelo estabelecimento de temporizações obrigatórias. Esta margem entre a detec-
ção e a emissão do alerta pretende possibilitar a intervenção dos primeiros ocupantes que tomam percepção
da ocorrência (por norma equipas de segurança), que podem proceder à investigação da causa do alarme e daí
decidir o procedimento mais correcto (accionar ou evitar a difusão de alarme geral). Quando não existem
detectores automáticos a difusão do alarme está inteiramente dependente do comportamento humano.

Pode-se então avançar os seguintes cenários para as etapas de detecção e emissão de alarme geral (ISO
16738, 2009):

 Detecção e difusão automática – duração muito reduzida, estimando-se praticamente nula;


 Detecção automática emitindo um pré-alerta parcial às equipas de segurança da construção, com ac-
tivação manual do alarme geral – nestes casos o intervalo de tempo considerado para a activação do
alarme geral prende-se com a deslocação da equipa de segurança ao local (normalmente entre 2 a 5
minutos) e é limitada por uma temporização previamente estipulada;
 Detecção automática emitindo um alerta parcial nas áreas afectadas ou inexistência de detecção au-
tomática, ambos os casos com activação manual do alarme geral – Nesta situação o cálculo do inter-
valo de tempo despendido nesta actividade está dependente de muitas varáveis de índole subjectiva.
Em primeira instância há que considerar o tempo necessário até que os ocupantes se apercebam do
acidente nos casos em que não há detectores automáticos (caso contrário esta detecção é imediata),
que se pode apresentar bastante moroso. Após a detecção (tenha esta sido automática ou não) há
que contabilizar o tempo que os primeiros ocupantes que tomam conta da ocorrência demoram a ac-
cionar o alarme geral, que pode ser reduzido (aproximadamente 2 minutos) se o ocupante visado es-
tiver ciente do protocolo (as acções mais correctas após tomar consciência do sinistro), ou pode-se
estender por um período longo e imprevisível nos outros casos. Aproveita-se esta situação para real-
çar um ponto discutido no capítulo anterior, referente à ausência de medidas de prevenção por parte
da norma ISO 15928-4. Além de se considerar um tema importante examinar a fim de assegurar a
manutenção dos níveis de segurança, a obrigatoriedade das mesmas pode ser francamente útil na
previsão do comportamento humano aqui exigido.

Em casos específicos, onde se impõe evacuações faseadas como resposta a um sinistro, o intervalo entre a
detecção e a difusão do alarme para fuga pode-se estender por vastos períodos de tempo, superando mesmo
uma hora. Normalmente este tipo de evacuação é utilizado em edifícios de grande dimensão, onde a emissão
de um alarme geral, pelo pânico criado e pelo contingente avolumado associado a estas edificações, nem

49
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

sempre se apresenta como a melhor solução. Deste modo procede-se à emissão de alarme restritos às zonas
afectadas pelo incêndio, podendo proceder-se à evacuação dessas áreas, e depois, se necessário, divulgar o
alarme às áreas circundantes. Percebesse-se assim que a emissão de um alarme geral, que abranja toda a
construção, possa assumir os valores adiantados (superiores a uma hora). Inclusive estas construções podem
apresentar compartimentos seguros, onde se reúnem os ocupantes até que o sinistro seja controlado. Nas
construções alvo desta peculiaridade os seus compartimentos devem ser munidos de material estanque que
aguente os referidos intervalos de tempo.

No momento em que o alarme geral é emitido inicia-se a fase das actividades pré-deslocação (tpre), que englo-
bam o reconhecimento do alarme (trec) e as reacções na resposta a esse reconhecimento (tres).

4.2.2.3 Reconhecimento do alarme (trec)

Este é demarcado pelo período constante entre a difusão do alarme geral e o reconhecimento do mesmo por
parte dos ocupantes. Durante este intervalo de tempo os ocupantes podem permanecer nas suas actividades
prévias ao sinistro como trabalhar, cozinhar ou dormir, sem se aperceberem imediatamente do alarme. O
reconhecimento do alarme e consequente perigo é muito subjectivo, estando dependente de vários factores
como a tipologia da construção, as características dos ocupantes ou o sistema de alarme instalado. Em edifí-
cios pequenos, com instalações eficientes, o reconhecimento dá-se em períodos previsivelmente pequenos
(entre uns segundos a 2 minutos). Já em edifícios de maior envergadura, em que alguns ocupantes se encon-
trem distanciados do incêndio (principalmente quando existem ocupante a dormir), pode-se observar períodos
superiores a uma hora até que se dê o reconhecimento do alarme. O trec dá-se por concluindo no momento em
que os ocupantes se apercebem e reagem à ocorrência (ISO 16738, 2009).

4.2.2.4 Resposta ao alarme (tres)

Consiste no tempo despendido desde que os utilizadores se encontram cientes da ocorrência e assumem um
comportamento de resposta ao perigo. Tal como a variável descrita previamente, também esta pode apresen-
tar resultados que variam desde alguns segundos a vários minutos, dependendo das circunstâncias.

Durante o processo de resposta, os ocupantes cessam as suas actividades normais e enveredam por outras
relacionadas com a emergência presenciada. No final do tres cada ocupante decidiu-se por permanecer no
mesmo local, deslocar-se para outra divisão interior que apresente maiores índices de segurança ou iniciar a
evacuação visando uma saída de emergência. Em seguida apresentam-se algumas das actividades usualmente
praticadas neste período (ISO 16738, 2009):

50
Capítulo 4 – Critérios de avaliação do desempenho

 Investigar, como tomar iniciativas para determinar a causa, estado e importância do alarme;
 Desligar máquinas e proteger bens materiais;
 Agrupar grupos de pessoas mais vulneráveis como idosos ou crianças;
 Combate ao incêndio;
 Escolher a via de evacuação mais apropriada;
 Alertar outros ocupantes.

As duas últimas etapas referidas (que perfazem o tpre) são amplamente influenciadas pelo comportamento e
hábitos de cada ocupante, podendo variar consideravelmente para diferentes conjuntos ou indivíduos singula-
res. Este parâmetro é tão “volátil” que dois ocupantes que se localizem na mesma divisão de uma edificação
podem apresentar tpre muito distintos (ISO 16738, 2009). Isto pode-se justificar pela vasta gama de variáveis
que esta etapa da fuga deve considerar, onde se incluem as características dos ocupantes, a proximidade e
reconhecimento do incêndio, a arquitectura da construção ou os sistemas de alerta e alarme instalados. Não
obstante, existem modelos, detalhados na ISO 16738, capazes antever o tempo despendido nesta etapa. De
todos os parâmetros que suportam este modelo que estima o tpre, realçam-se os seguintes (ISO 16738, 2009):

 Parâmetros da construção:
 Utilização-tipo;
 Parâmetros arquitectónicos dos pisos;
 Conteúdos;
 Presença de sistema de alarme e alerta;
 Procedimentos de emergência;
 Estado dos ocupantes:
 Localização e número de ocupantes;
 Características dos ocupantes, tais como a idade e estado de saúde;
 Actividades praticadas;
 Condição do ocupante;
 Dinâmicas em simulações de incêndio:
 Estado da construção e localização do incêndio;
 Percepção visual do fumo ou do incêndio;
 Exposição aos efluentes;
 Estado e tipo dos sistemas de alerta e alarme;
 Outros alertas (e.g. equipa de segurança ou outros ocupantes);
 Estado dos sistemas de protecção activa;

51
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

4.2.2.5 Deslocação para um local seguro (tdesl)

Falta então caracterizar a ultima etapa da fuga, a deslocação para um local seguro (tdesl), como é esquematiza-
do na Figura 4.4. Esta pode dividir-se em duas categorias essenciais na caracterização e incorporação numa
análise de desempenho (ISO 16738, 2009):

 O tempo necessário para a deslocação dos ocupantes até uma via de evacuação designa-se tempo de
circulação (tdesl(circ)), que é determinado pela velocidade de marcha dos ocupantes e a distância per-
corrida. Este pode ser apresentado numa distribuição dos vários tempos individuais ou expresso num
valor único, que represente ou o valor médio, ou o mais condicionante para a fuga (tempo que o ul-
timo ocupante demora a alcançar a via de evacuação).
 Tempo necessário para os ocupantes escoarem pelas vias de evacuação e saídas de emergência
(tdesl(escu)), que é determinado pela capacidade e fluxo de passageiros suportado por essas componen-
tes da construção. Este valor pode ser apresentado de forma análoga à descrita no ponto anterior.

O grau de adversidade criado pelos efluentes à fuga está dependente do receio incutido pelo cenário com que
o utilizador se depara e na incapacitação física provocada. Assim a deslocação para um local seguro é retarda-
da por factores como a disposição ou capacidade de caminhar através do fumo e calor, ou redução da veloci-
dade de circulação provocada.

Figura 4.4 - Esquematização geral de uma evacuação (Verlag dashofer, 2012).

52
Capítulo 4 – Critérios de avaliação do desempenho

Realçam-se os seguintes efeitos experienciados pelos ocupantes, que justificam o medo, debilidades físicas e
decisões tomadas durante o contacto (ISO 16738, 2009):

 Consequências de visualizar fumo e chamas:


 Receio de aproximar do fumo ou zonas de exposição ao calor emitido;
 Pavor do fogo ou fumo presente num compartimento ocupado. Isto pode servir como estí-
mulo ou entrave à fuga, dependendo da localização e intensidade da combustão;
 Tentação de aproximação do incêndio para observar ou combater;
 Diminuição do campo de visão devido à obturação da luz por parte do fumo ou por reacções irritantes
e dolorosas causadas por gases tóxicos ou exposição ao calor;
 Dores e lesões no trato respiratório e dificuldades respiratórias, resultado da inalação de gases tóxi-
cos e irritantes, que se podem apresentar bastante quentes. Em casos extremos estes factores podem
conduzir ao colapso ao fim de apenas alguns minutos;
 Asfixia por inalação de gases, que pode levar à perda de consciência;
 Dor na pele exposta e no trato respiratório superior, a que se seguem queimaduras e hipertermia, de-
vido aos efeitos do calor, impossibilitando a fuga.

Um conceito importante para a análise desta etapa da fuga é o “tempo de congestionamento”, que apresenta
o tempo decorrido entre a difusão do alarme geral e a altura em que os ocupantes congestionam as vias de
evacuação. Este fenómeno sucede nos casos em que a afluências às vias de evacuação ultrapassa a capacidade
para que foram dimensionadas. Dado que velocidade a que os ocupantes de deslocam é inversamente propor-
cional é densidade e lotação dos locais, chegando mesmo a ser nula em casos extremos, este conceito pode
ser preponderante no cálculo do tempo de fuga.

Este conceito pode ser útil, nomeadamente, quando se considera a necessidade de acautelar cenários em que
as medidas de protecção e evacuação dispostas no projecto fiquem inviabilizadas por condicionalismos criados
pelo sinistro, tendo como consequência o surgimento de cenários mais gravosos à fuga. Assim, se um incêndio
deflagrar, ou se estender, às zonas circundantes de uma via de evacuação, a percepção do risco que os ocu-
pantes retêm desse cenário pode levar à inviabilização dessa via. Desta conjuntura resulta que uma parte dos
ocupantes tenha de alterar o seu plano de fuga, recorrendo a outras vias de evacuação, por ventura precisan-
do de percorrer distâncias maiores, podendo criar as condições necessárias ao congestionamento das vias de
evacuação.

Muitos dos parâmetros contidos no tnfs têm uma índole subjectiva e portanto de difícil especificação. Contudo
dados quantitativos, em especial nos intervalos de difusão do alarme geral e pré deslocação, podem ser reco-
lhidos com base em observações e estudos a sinistros anteriores ou evacuações monitorizadas (ISO 16738,
2009). De facto, estas afinidades existentes no comportamento de utilizadores com actividades semelhantes
podem ser suficientes para criar uma plataforma de valores genéricos. Neste sentido a ISO desenvolveu pare-
ceres, estipulando categorias de ocupantes com comportamentos análogos e mensuráveis. Realça-se também

53
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

a amplitude e fundamentos da presente avaliação do tempo de fuga que, embora careça de demonstrações
que caucionem algumas das previsões do comportamentos dos ocupantes, é fundamentada na melhor infor-
mação e estado da arte disponíveis (ISO 16738, 2009).

Já as estimativas do tempo de circulação são especialmente suportadas por factores como a complexidade
arquitectónica da construção, distâncias a percorrer, singularidades da construção, características das vias e
saídas de emergência. A norma ISO 16738 define de forma bastante objectiva a velocidade de circulação, apre-
sentando valores genéricos para vários cenários. Esta relaciona uma ampla gama de varáveis, como a veloci-
dade em caminhos verticais (onde se inclui a influência de nuances como as particularidades dos degraus),
velocidade em caminhos horizontais e a medida em que as mesmas são afectadas pelos efluentes de combus-
tão e congestionamento. Como se pode prever, estas informações têm de ser suportadas por modelações
rigorosas, de onde resultem os índices necessários para as formulações empíricas.

4.2.2.6 Margem de Segurança (tmarg)

Como o próprio nome indica, este parâmetro representa a margem de segurança expectável, definida pela
diferença ente o tempo disponível para a fuga e o tempo necessário à mesma. A definição de margens de
segurança deve considerar os vários riscos associados à evacuação, tal como as incertezas inerentes às previ-
sões do tempo disponível e necessário para a fuga. (ISO 13571, 2007; ISO 16738, 2009; ISO 19706, 2011).

4.3 Enquadramento da legislação vigente nas orientações internaci-


onais

Como já referiu anteriormente, a construção de um regulamento baseado no desempenho e na informação do


risco deve auferir, no mínimo, os níveis de desempenho constantes na legislação que vem substituir. Assim
este processo inicia-se de forma peculiar, em que as soluções construtivas são alvo de uma análise que averi-
gúe o nível de desempenho que emprestam à construção. O estudo concluído no capítulo anterior, que apre-
senta os paralelismos existentes entre as directivas internacionais e a regulamentação nacional, servirá de
base a este processo.

Assim, embora a legislação nacional não considere explicitamente o tempo necessário e disponível para a fuga,
as várias imposições construtivas, suportadas por modelações, podem ser manipuladas de forma a quantificar
a duração das várias etapas do tempo de fuga. Existe uma expectativa, legítima, em que o tempo de fuga te-
nha sido um dos utensílios utilizados aquando do desenvolvimento da presente legislação, o que augura um
enquadramento bem-sucedido da mesma com os parâmetros internacionais. Realça-se que enquanto esta

54
Capítulo 4 – Critérios de avaliação do desempenho

transição se encontrar incompleta, há sempre a alternativa de recorrer aos regulamentos equivalente (Figura
2.3).

Apresenta-se a seguir um enquadramento da legislação nacional nas orientações internacionais, fazendo uso
das soluções construtivas, sendo que este tem uma índole meramente especulativa.

4.3.1 Detecção (tdet)

Este primeiro parâmetro de cálculo é função do sistema de detecção instalado. Assim sendo, as várias configu-
rações de alerta e alarme, estipuladas na Portaria n-º 1532/2008 de 29 de Dezembro, mais concretamente no
Artigo 125, servirão de base a esta especulação (ver item 2.3 do Anexo A1 e A2).

A ambiguidade detectada quanto à obrigatoriedade de instalação de alarme nas utilizações-tipo I representa


um obstáculo à estimativa desta variável (ver item 2.1 Anexo A1).

 Utilizações-tipo I de 3º e 4º categoria de risco e nas utilizações-tipo II

Seguindo o raciocínio estabelecido no subcapítulo anterior, esta variável depende particularmente do modo
como é feita a detecção, sendo via detectores automáticos ou pelos ocupantes. Nas utilizações-tipo I de 3º e
4º categoria de risco e em qualquer utilizações-tipo II é exigida a instalação de detectores automáticos (ver
item 2.1 e 2.3 dos Anexos A1 e A2). Nestes casos assume-se que a detecção é quase imediata, se o sistema se
apresentar eficiente, ainda que as directrizes para instalação dos mesmos (principalmente em desenvolvimen-
to) sejam muito subjectivas. Pondera-se que esta situação se justifique com a grande variedade de dispositivos
disponíveis no mercado, cada um com características e potencialidades próprias que restringem uma instala-
ção uniforme. Não obstante, a grande mais-valia dos detectores automáticos, além da óbvia automatização
dos processos, será a celeridade com que estes actuam, perspectivando-se uma detecção pronta do sinistro
assim que assuma dimensões previstas e estipuladas, prevendo-se um tdet nulo (detecção simultânea à defla-
gração do incêndio). Supõe-se que esta informação possa estar disponível nas indicações técnicas do próprio
aparelho que estipula as capacidades do mesmo.

 Utilizações-tipo I de 1º e 2º categoria de risco

Como já se mencionou, para utilizações-tipo I de 1º e 2º categoria de risco a legislação não é assertiva quanto
à obrigatoriedade, e consequentemente a configuração, do sistema de alerta e alarme (ver item 2.1 e 2.3 do

55
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Anexo A1). Independentemente desta ambivalência, das configurações de alerta e alarme contantes na Porta-
ria n-º 1532/2008 de 29 de Dezembro, mais concretamente no Artigo 125º, apenas nas configurações 2 e 3
constam os detectores automáticos. Sendo que estas categorias de risco estão excepcionadas da obrigatorie-
dade de instalações de configuração 2 (Artigo 126 e item 2.3 do Anexo A1), e que apresentam uma categoria
de risco inferior à que exige esta configuração, não se justifica igualmente uma instalação de configuração 3.
Assim sendo, por exclusão de partes, pode-se assumir que caso haja obrigatoriedade de instalação de sistemas
de alerta e alarme, esta será uma configuração 1. Esta configuração não contempla detectores automáticos,
pelo que o alarme é feito via manual. Como já se referiu, esta situação apresenta um carácter imprevisível,
estando dependente da dinâmica do incêndio e do comportamento e percepção do incidente pelos ocupantes
(ver Figura 4.5). Neste caso, o tdet pode estender-se por períodos de tempo longos, em que o incêndio já assu-
miu dimensões consideráveis. A solução encontrada para a quantificação desta variável recai no suporte for-
necido por modelações numéricas, ainda que os dados resultante tenham sempre intrínseco um capital de
incerteza.

Figura 4.5 - Percepção do sinistro por parte dos ocupantes (ISO 16738, 2009).

Realçam-se também os casos das utilizações mistas. Estas têm a peculiaridade de se expectarem eficiências
diferentes na detecção do incêndio, consoante o local onde deflagra. Está explicito na legislação que as utiliza-
ções-tipo II que se inserem em edifícios isentos de instalações de alerta e alarme (apesar das ambiguidades já
apresentadas, consideram-se as utilizações-tipo I de 1º e 2º categoria de risco) podem ser dotadas de um sis-
tema de alerta e alarme de configuração 2, com difusores de alarme nas caixas de escadas e zonas de circula-
ção comum (ver item 2.1 e 2.3 do Anexo A1). Pode-se então concluir que caso o incêndio ocorra na zona habi-
tacional (utilização-tipo I) o tdet é incerto, contudo se o mesmo deflagrar no estacionamento (utilização-tipo II)
prevê-se um intervalo de tempo bastante diminuto.

56
Capítulo 4 – Critérios de avaliação do desempenho

4.3.2 Difusão do alarme geral (taler)

Este parâmetro está dependente de variáveis como a automatização do processo ou a presença de equipas de
segurança. De forma análoga ao processo anterior, a dependência da participação dos ocupantes adivinha-se
lesivo para a celeridade desta etapa. A imprevisibilidade das reacções dos ocupantes é uma séria condicionan-
te à quantificação dos dados deste processo.

Nos casos em que o alarme geral é accionado de forma automática aquando da detecção do sinistro, o taler
pode-se estimar nulo, ou seja sem atrasos de qualquer ordem. Contudo, importa realçar que a presença de
detectores automáticos não implica irreversivelmente que a emissão do alarme geral seja imediata e automá-
tica. Nos casos em que o edifício além dos detectores automáticos contemple igualmente a presença de equi-
pas de segurança, a detecção de um sinistro pode emitir um alarme restrito à zona afectada. Nestes casos a
incidência pode ser controlada pela equipa de segurança, que após se confrontar com a ocorrência determina
a necessidade de accionar o alarme geral e consequente evacuação. Importa realçar que nestes casos o alarme
restrito deve ser sempre precavido de uma temporização que accione o alarme geral caso não sejam tomadas
medida em sentido contrário.

 Utilizações-tipo I de 3º e 4º categoria de risco e utilizações-tipo II

A legislação vigente obriga que as utilizações-tipo I de 3º e 4º categoria de risco (configuração 2) e as utiliza-


ções-tipo II (configuração 3) sejam dotadas de detectores automáticos (ver item 2.1 e 2.3 do Anexo A1 e A2).
Contudo nessas mesmas utilizações é exigida a presença de equipas de segurança. Esta situação levanta duas
hipóteses, sendo estas a difusão de alarmes restritos ou o accionamento imediato do alarme geral. A presença
de equipas de segurança abre espaço a uma maior flexibilidade do alarme emitido, possibilitando os alarmes
restritos nos casos em que se entende que representam uma mais-valia, proporcionando a averiguação da
veracidade e dimensão do incidente. Esta alternativa apresenta vantagens como precaver uma situação de
pânico e evacuação dos ocupantes em falsos alarmes ou em casos menos severos passíveis de ser controlados
e extintos pela equipa de segurança, evitando-se a chamada dos elementos do corpo de bombeiros inadverti-
damente. Todavia este cenário pode igualmente representar um atraso a um inevitável alarme geral e conse-
quente evacuação, potenciando-se um efeito lesivo à segurança dos ocupantes. Neste sentido importa realçar
a obrigatoriedade de estabelecer uma temporização, que ao fim da qual, caso não sejam tomadas medidas em
sentido contrário pelas equipas de segurança, o alarme geral é activado automaticamente. A legislação nacio-
nal não adianta nenhum valor para esta temporização, relegando para a equipa de projectistas esta decisão,
referindo unicamente que deve ser adequada às características do edifício. Embora não adiante valores da
referida temporização, a norma internacional ISO 16738 refere que, genericamente, o intervalo de tempo
associado à averiguação do incidente pelas equipas de segurança antes de accionarem o alarme geral, está na

57
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

ordem dos dois a cinco minutos. A outra hipótese admitida é a difusão imediata do alarme geral, dado que a
presença de equipas humanas possibilita, mas não impõe, os alarmes restritos. Neste caso, a menos de algum
problema técnico com o sistema, o alarme soa assim que o incêndio for detectado salvaguardando-se a segu-
rança dos ocupantes com a “eficiência” do alarme. Por outro lado possibilitam-se falsos alarmes e evacuações
desnecessárias.

Em suma pode-se obter dois taler:

 Virtualmente zero nos casos em que o alarme geral é automático e imediato, não obstante a presença
de equipas de segurança;
 Estender-se ao longo de períodos de tempo controlados, sendo o seu valor máximo limitado pela
temporização imposta para o accionamento o alarme geral.

Ressalva-se que em casos de avarias técnicas no sistema de alerta e alarme, este último terá de ser accionado
manualmente pelos utilizadores. Como consequência o taler fica vulnerável às possíveis desvantagens deste
regime, desenvolvidas nos parágrafos seguintes.

 Utilização-tipo I de 1º e 2º categoria de risco

Nos casos em que o sistema instalado não contempla detectores automáticos e difusão automática do alarme
geral, esta tarefa fica a cargo dos ocupantes. Como já se explicou, este processo pode apresentar-se bastante
lesivo para a evacuação e protecção dos ocupantes. Tal deve-se à imprevisibilidade do comportamento huma-
no e da dimensão que entretanto incêndio possa ter assumido aquando da sua detecção. Assim o taler admite
uma vasta gama de valores, sendo a previsão dos mesmos suportada por modelações numéricas.

No entanto este ponto levanta uma disparidade entre a legislação nacional e as directrizes internacionais. Por
definição o taler deve ser delimitado pelo accionamento do alerta geral. Contudo para a 1º e 2º categoria de
risco das utilização-tipo I, a ambiguidade que rodeia a necessidade de instalação de sistemas de alerta e alar-
me (ver item 2.1 do Anexo A1) pode apresentar-se incompatível com o conceito aqui explorado. As duas hipó-
teses levantadas pela referida ambiguidade são desenvolvidas em seguida.

 Assumindo-se que a presença de sistemas de alerta e alarme são obrigatórios para as cate-
gorias de risco em questão, prevê-se que as mesmas assumam uma configuração 1, por mo-
tivos já mencionados previamente (ver tdet). Esta configuração não dispõe de dispositivos de
detecção automática, sendo o alarme activado manualmente recorrendo a botões de accio-
namento de alarme. Dado que estas categorias de risco dispensam a presença de equipas de
segurança, o accionamento do alarme deve provocar de imediato o alarme geral. Assim, o
taler está unicamente dependente do comportamento humano.

58
Capítulo 4 – Critérios de avaliação do desempenho

 Já, se consoante a interpretação da legislação, se admitir que não é obrigatório instalar qual-
quer sistema de alerta e alarme, o enquadramento com as directrizes internacionais é obs-
truído. A definição do taler dita que o mesmo termina quando soa o alarme geral. Se a instala-
ção de um sistema que capacite a difusão deste não for obrigatória, não há forma de corres-
ponder às indicações internacionais para a quantificação da referida variável. Nesta situação
prevê-se que o conhecimento do incidente por parte dos ocupantes só possa ser suceder por
avisos pessoais ou através da detecção do incidente pelos próprios. Este processo além de
não ser abrangido pelas directrizes internacionais, também se augura mais lesivo à segurança
dos ocupantes. Assim, sugere-se que um novo regulamento baseado no desempenho e na in-
formação do risco, preveja a obrigatoriedade de sistemas de alerta e alarme para todas as
utilizações abrangidas no âmbito desta dissertação.

À semelhança do tdet, também neste caso se perspectivam duas soluções para utilizações mistas.

4.3.3 Reconhecimento do alarme (trec)

Ainda que alguns dados não estejam disponíveis assertivamente na legislação, muitas vezes estão na base da
construção dessa mesma legislação. O presente caso pode ser um exemplo, pois embora não haja referência
ao tempo necessário para o reconhecimento do alarme, está estabelecido um intervalo de tempo mínimo
durante o qual o alarme deve soar. Deste modo é legítimo assumir que esse intervalo de tempo representa a
estimativa do trec que fundamentou a presente legislação. Do item 2.4 do Anexo A1 e A2, pode-se retirar que o
alarme deve soar por um intervalo de tempo nunca inferior a cinco minutos. A exigência de, no mínimo, man-
ter os níveis de desempenho obriga a que o trec apresente assim igualmente um valor mínimo de cinco minuto.

Este valor pode, e deve, ser confrontado com outro resultante de modelações propostas na norma ISO 16738,
ainda que independentemente do resultado deste confronto, nunca se possa assumir um valor inferior aos
cinco minutos “legislativos”.

4.3.4 Resposta ao alarme (tres)

Pela índole extremamente subjectiva, dado que este parâmetro se cinge à previsão da reacção dos ocupantes,
há pouca informação que possa ser dissecada da legislação nacional. A filosofia maioritariamente prescritiva
da legislação portuguesa, estabelecendo soluções construtivas sem qualquer referência ao seu fundamento,
apresenta um grande obstáculo à quantificação da duração das etapas mais subjectivas.

59
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

A quantificação das duas últimas etapas pode ser obtida recorrendo às modelações desenvolvidas para a pre-
visão do tpre (que incorpora ambas). Estas modelações têm por base categorizações desenvolvidas, diferenci-
ando-se entre si principalmente pela familiaridade com a construção, sistemas instalados na construção e o
estado de actividade dos ocupantes (acordados ou a dormir). Neste caso pode-se realçar a categoria C, onde
se inclui a possibilidade dos ocupantes estarem a dormir, que será porventura a situação mais condicionante.

Realça-se a disponibilidade de um método implantado no Japão, onde já vigoram regulamentos baseados no


desempenho e no risco, para a quantificação do tpre. Este é bastante genérico, sem especificar quais as activi-
dades em que o tempo é dissipado, baseando-se nas áreas das divisões, que depois são adaptadas a equações
empíricas.

4.3.5 Deslocação para um local seguro (tdesl)

Este parâmetro é calculado com base na distância e velocidade com que a mesma é percorrida. A primeira
condicionante não está explícita na legislação nacional, podendo no entanto ser obtida através de interpola-
ções básicas. Este processo deve-se iniciar com uma interpolação de que resulte a distância a percorrer no
apartamento de habitação até à via de evacuação horizontal. Este cálculo pode apoiar-se em cálculos desen-
volvidos, ou caso não existam a desenvolver, que disponibilizem as tipologias, e consequentes áreas mais usu-
ais, no ramo imobiliário português. No caso das arrecadações dos condóminos a distância máxima a percorrer
até uma via horizontal de evacuação está estipulada e, tanto para as utilizações-tipo I e II, é 30 m quando exis-
ta mais do que uma saída e de 15 m em caso de impasse, ou seja, quando só há uma opção de fuga (ver item
6.2.1 dos Anexos A1 e A2).

Assim que os ocupantes atinjam as zonas de circulação comum assume-se que entraram numa via horizontal
de evacuação, iniciando uma nova etapa. As distâncias máximas a percorrer nesta etapa são definidas criterio-
samente, consoante a utilização tipo e categoria de risco em causa (ver item 6.2.1 do Anexo A1 e A2). Sabendo
de antemão que este tipo de vias deve conduzir directamente a uma saída de emergência ou a vias de evacua-
ção verticais, as distâncias desta etapa em particular (ou distância total se no piso de ligação ao exterior) ficam
definidas inequivocamente. Assim têm-se:

 Caso (a) - Utilização-tipo I de 1º e 2º categoria de risco e utilização tipo II - 30 m quando não há im-
passe e 15 m em caso de impasse (ver Figura 4.6);
 Caso (b) - Utilização-tipo I de 3º e 4º categoria - 20 m quando não há impasse e 15 m em caso de im-
passe (ver Figura 4.7).

60
Capítulo 4 – Critérios de avaliação do desempenho

Figura 4.6 - Distâncias máximas percorridas em vias horizontais de evacuação, para o caso (a) (SEGURANÇAonline, 2012).

Figura 4.7 - Distâncias máximas percorridas em vias horizontais de evacuação, para o caso (b) (SEGURANÇAonline, 2012).

Chegando às vias de evacuação verticais pode-se recorrer a interpolações simples a fim de obter as distâncias
percorridas. Embora não sejam mencionadas quais as distâncias máximas a percorrer neste ponto, o seu valor
é delimitado pelo piso de saída e o mais distante deste (sendo necessário diferenciar as utilizações-tipo I e
II).Neste cálculo há que atender que as vias de evacuação devem, sempre que possível, ser contínuas ao longo
da sua altura até ao piso do nível do plano de referência. Nos casos em que esta directiva seja inconcebível, a

61
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

ligação entre vias de evacuação vertical deve ser concebida por patamares de ligação com comprimento infe-
rior a dez metros (ver item 6.2.2 do Anexo A1 e A2). Assim, mantendo um raciocínio consistente, a distância
percorrida nas vias verticais de evacuação pode ser obtida pela soma da distância vertical percorrida (sendo o
seu valor máximo associado à categoria de risco do edifício que suporta) com a dos patamares de ligação exis-
tentes. Este resultado não é fixo dado que edifícios da mesma categoria de risco (supondo-se inclusive que
têm a mesma altura) podem apresentar valores distintos, resultado do número de patamares de ligação ne-
cessários ou da configuração da caixa de escadas. Com efeito, a própria distância vertical a percorrer não é
idêntica à altura do edifício, mas sim ao perímetro estabelecido para a caixa de escadas. Em suma pode-se
concluir que este valor está dependente de algumas variáveis (como são o número e comprimento dos pata-
mares de ligação ou a configuração da caixa de escadas) passiveis de produzir resultados distintos, ainda que
sempre facilmente quantificável.

Dado que as vias de evacuação horizontais variam de comprimento consoante a categoria e utilização tipo em
que se inserem, interessa apresentar os resultados obtidos para as vias verticais de evacuação nos “mesmos
moldes” que as primeiras.

Na posse da distância necessária percorrer para a fuga, a obtenção do tempo necessário para a mesma fica
apenas dependente da velocidade (com todas as suas condicionantes) com que o percurso é realizado. Este
ponto é omisso na legislação portuguesa, sendo que o seu desenvolvimento se cinge unicamente às directrizes
internacionais. Assim, a velocidade de circulação é obtida por via de modelações e modelos dispostos na nor-
ma ISO 16738, sendo estes completos e objectivos. Estas formulações empíricas permitem obter as velocida-
des expectáveis em cada fase do percurso, sendo que muitas das suas parcelas estão relacionadas com as
adversidades levantadas pelos efluentes da combustão. Deste modo, mais uma vez, o suporte de um estudo
das interacções verificadas entre todos os sistemas envolvidos mostra-se imprescindível.

Outro ponto interessante seria explorar a fundamentação da legislação vigente. Embora esta seja caracteriza-
da pela prescrição das soluções construtivas, seria interessante contrapor o tempo de fuga obtido neste ponto
com o previsto aquando a construção da mesma.

Nos casos de edifícios que assumam dimensões e contingentes muito consideráveis, as evacuações “habituais”
podem apresentar-se obsoletas. Nestes casos opta-se por evacuações faseadas, podendo inclusive recorrer-se
a locais seguros dentro da própria construção que garantem a segurança dos utilizadores até que o sinistro
seja controlado. Este tipo de evacuações não é aprofundado na presente dissertação por, apesar de possível,
ser pouco usual utilização em edifícios de habitação (ISO 16738, 2009).

62
Capítulo 4 – Critérios de avaliação do desempenho

4.3.6 Margem de Segurança (tmarg)

A segurança para os meios de fuga pode ser materializada através de uma margem de segurança entre o tem-
po disponível e o necessário para a fuga. Disto isto, o tempo da margem de segurança pode ser apresentado
como uma referência na definição das classes de desempenho, dado que representa, de forma perceptível e
quantificável, a segurança associada a cada proposta avaliada.

Tome-se como exemplo a definição das classes de desempenho dos meios de fuga. A estrutura sugerida na
norma 15928-4 para a avaliação do desempenho, estabelece que este seja estipulado segundo os parâmetros
“número e localização dos meios de fuga” e “distância máxima percorrida para a fuga”. Como se referiu ante-
riormente, estes parâmetros apenas representam os “moldes” em que a informação é apresentada, sendo que
o desempenho é calculado por estudos mais abrangentes. A margem de segurança apresenta-se como um
conceito capaz de materializar o produto do referido estudo, e portanto uma apresenta-se como um bom
critério para a definição das classes de desempenho. A Tabela 4.1 avança um exemplo genérico para a sua
definição.

Tabela 4.1 - Definição genérica das classes de desempenho em função do intervalo de tempo da margem de segurança.

Agente Parâmetros Subsistema tmarg(min)


+
A X1
Classe de
6.1.1 - Saídas A Y1
desempenho
B Z1
A+ X2
6.1 - Número e localização dos Classe de
6.1.2 - Vias de evacuações verticais A Y2
meios de fuga desempenho
B Z2
+
A X3
Classe de
6 - Meios de fuga 6.1.3 - Vias de evacuação horizontais A Y3
desempenho
B Z3
+
A X4
Classe de
6.2.1 - Vias de evacuação horizontais A Y4
desempenho
6.2 - Distancia máxima percorrida B Z4
+
para a fuga A X5
Classe de
6.2.2 - Vias de verticais de evacuação A Y5
desempenho
B Z5

Deste modo, cada classe de desempenho fica associada a um valor de tmarg, que neste exemplo está represen-
tado genericamente, diminuindo de forma proporcional à classe de desempenho. Os projectos apresentados
devem contemplar soluções construtivas que permitam alcançar os referidos tmarg, recorrendo às metodologias
apresentadas neste capítulo

63
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Em jeito de conclusão apresenta-se esquematicamente, e de forma condensada, o tempo necessário para a


fuga aprofundado neste capítulo, expondo-se as previsões do intervalo de tempo despendido pelos ocupantes
em cada etapa da fuga (Figura 4.8 a Figura 4.12). Nos casos em que modelações específicas são essenciais às
estimativas, e dado que as mesmas não foram concretizadas, os valores numéricas são substituídos pela sigla
n/a. Realça-se que nas utilizações-tipo I de 3º e 4º categoria de risco e nas utilizações-tipo II, quando se consi-
dera alarme parcial (Figura 4.9 e Figura 4.11), a variável taler não é quantificada, pois uma análise directa à
legislação nacional não o viabiliza, contudo a norma ISO 16738 avança valores na ordem dos dois a cinco minu-
tos.

Figura 4.8 - Previsão do tempo necessário para a fuga (utilização-tipo I da 1º ou 2º categoria de risco).

64
Capítulo 4 – Critérios de avaliação do desempenho

Figura 4.9 - Previsão do tempo necessário para a fuga (utilização-tipo I da 3º ou 4º categoria de risco, com alarme parci-
al).

Figura 4.10 - Previsão do tempo necessário para a fuga (utilização-tipo I da 3º ou 4º categoria de risco, sem alarme parci-
al).

65
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Figura 4.11 - Previsão do tempo necessário para a fuga (utilização-tipo II, com alarme parcial).

Figura 4.12 - Previsão do tempo necessário para a fuga (utilização-tipo II, sem alarme parcial).

66
Capítulo 5 – Conclusões e trabalhos futuros

5 Conclusões e trabalhos futuros

5.1 Conclusões

O estado do desenvolvimento técnico e científico permite que, em Portugal, se possa iniciar a transição pro-
gressiva da tradicional regulamentação prescritiva para uma regulamentação baseada no desempenho. Com
efeito, cada vez mais países adoptam a metodologia baseada no desempenho, sendo que, a mesma apresenta
algumas vantagens em relação aos regulamentos prescritivos (Tavares, 2008). Acrescenta-se ainda que entre
os países onde vigora este tipo de regulamentos, figuram algumas das economias mais desenvolvidas do mun-
do, prevendo-se assim um aumento da tendência natural de seguir o seu exemplo.

Para que Portugal adopte uma legislação baseada no desempenho e informação do risco, interessa averiguar o
potencial da legislação nacional em vigor para esta transição. Deste modo, foram realizados dois estudos,
nomeadamente um levantamento das convergências entre directrizes internacionais e a legislação nacional
(capítulo 3), e um contributo para o desenvolvimento de uma metodologia de cálculo do tempo necessário
para a fuga, seguindo a filosofia dos edifícios baseados no desempenho (capítulo 4).

Do confronto realizado entre a directiva internacional ISO 15928-4 (norma que segue a filosofia baseada no
desempenho para a segurança contra incêndio) e a legislação nacional, conclui-se que esta última, em matéria
de segurança contra incêndio, é maioritariamente prescritiva, sendo constituída por artigos que prescrevem
soluções construtivas consoante a utilização-tipo e categoria de risco em que estas se inserem. No entanto,
apesar de se demarcarem por filosofias diferentes, há grande número de preocupações similares em relação à
segurança, perceptível pela quantidade de parâmetros abordados em ambos os regulamentos analisados.
Realça-se contudo que estes paralelismos detectados nem sempre apresentam a mesma expressividade, pois
embora alguns parâmetros sejam mencionados nos dois regulamentos, por vezes não são expostos nos mes-
mos moldes. Os casos de divergência detectados, surgem principalmente ao nível da identificação e exposição
das dinâmicas existentes entre os vários subsistemas, que a filosofia EBD aborda assertivamente e que a legis-
lação nacional, de índole maioritariamente prescritiva, não expõe, considerando-se implícitos nas medidas
prescritas. Concretamente, existem parâmetros dispostos na norma internacional ISO 15928-4, como é o caso
do controlo dos efluentes de combustão (item 5 dos Anexos A1 e A2), que não encontraram reflexo nas solu-
ções construtivas prescritas da legislação nacional (demasiado genéricas e necessitando ser complementadas
com modelações numéricas que avaliem as dinâmicas envolvidas).

O estudo realizado inclui a proposta de critérios para a classificação do desempenho dos meios de fuga, ainda
que esta proposta não permita uma avaliação integralmente quantitativa, que possibilite definir objectivamen-
te o desempenho associado às classes criadas para o efeito. Esta proposta enquadra as prescrições da legisla-
ção portuguesa nas orientações internacionais, com o intuito de quantificar a duração de todas as variáveis

67
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

que perfazem o tempo necessário para a fuga dos ocupantes. Isto é, sempre que possível, quantificaram-se as
varáveis que perfazem o tempo necessário para a fuga através de uma análise directa das prescrições da legis-
lação nacional. No entanto, não foi possível concluir este processo para todas as variáveis, por algumas neces-
sitarem de um suporte mais consistente, fornecido por modelações numéricas específicas. Fica então evidente
a necessidade de estudos futuros que envolvam todos os subsistemas intervenientes e a sua significância no
comportamento humano.

É essencial destacar que os modelos sugeridos para a construção do futuro regulamento EBD, apresentam
algumas limitações, como as debilidades antecipadas para previsões do tempo de fuga que excedam uma
hora, ou a carência de corroborações reais a alguns modelos avançados para a previsão da reacção humana
aos efluentes de combustão. Acrescenta-se ainda que nas normas ISO consultadas no decorrer desta disserta-
ção, não se encontraram referências a medidas de prevenção. Considera-se que numa filosofia que, como
ficou patente, depende da previsão do comportamento humano, a exigência de medidas de prevenção (como
a realização de simulacros) poderia ser uma importante mais-valia no suporte e corroboração das referidas
previsões.

5.2 Trabalhos futuros

Uma transição da legislação nacional prescritiva para uma legislação baseada no desempenho implica a reali-
zação de estudos relacionados com os níveis de desempenho das soluções construtivas prescritas na legislação
actual, bem como a definição dos limiares considerados aceitáveis para diferentes classes de desempenho.
Ainda que a presente dissertação vise contribuir para este processo de transição, existe a necessidade de pros-
seguir o trabalho já realizado.

Na óptica do estudo realizado no capitulo 3, em que se realiza um confronto entre a legislação nacional e a
norma internacional ISO 15928-4, interessa realizar estudos que possibilitem ampliar o número de parâmetros
em que se verifiquem correspondências exactas. Nesse sentido devem desenvolver-se estudos nos seguintes
âmbitos:

 Estudos que permitam harmonizar as formulações com que alguns parâmetros abrangidos por ambos
os regulamentos são expostos. Com efeito, detectaram-se casos em que alguns requisitos, embora
abordados por ambas as normas, são expostos com formulações diferentes, pelo que a sua conver-
gência não é evidente. Tome-se como exemplo, o requisito do número de vias verticais de evacuação,
particularizado em ambos os regulamentos, mas disposto em moldes distintos. A sua convergência
não foi completamente detalhada, dado que exigia estudos iterativos baseados nas características da
construção. Um desenvolvimento futuro que permita extrapolar os referidos “estudos iterativos” para
casos genéricos representaria uma mais-valia;

68
Capítulo 5 – Conclusões e trabalhos futuros

 Desenvolver modulações numéricas que quantifiquem a influência da envolvente de um sistema no


seu desempenho. Algumas das divergências detectadas podem ser solucionadas com o desenvolvi-
mento de modelações numéricas que averigúem o nível de desempenho com que os sistemas cum-
prem a função para que foram dimensionados, quando inseridos no contexto real da construção. To-
me-se como exemplo, as condicionantes criadas pelos produtos de combustão que não foram quanti-
ficadas, pois apesar de os parâmetros de dimensionamento do seu sistema de controlo estarem per-
feitamente estabelecidos, não é possível averiguar a eficácia da actuação do mesmo, inviabilizando
assim as análises aos condicionalismos criados pelos efluentes de combustão;
 Desenvolver estudos que permitam discriminar as premissas assumidas no desenvolvimento das solu-
ções construtivas. Pode diminuir-se o número de divergências se as soluções construtivas apresenta-
das forem “dissecadas”, e apresentarem-se de forma clara os requisitos técnicos que fundamentam a
sua prescrição. Tome-se como exemplo, a natureza do fogo, que é utilizado como critério para a defi-
nição do tipo de agente extintor a utilizar. No entanto, a legislação nacional apenas menciona o “re-
sultado deste estudo” (a solução construtiva), sem qualquer referência ao mesmo (em que medida a
classe de incêndio influenciou a escolha do agente extintor). Deste modo, desenvolvimentos futuros
que permitam averiguar estes pressupostos que, paralelamente, fundamentam as soluções construti-
vas e são exigidos pela norma ISO 15928-4, poderão beneficiar esta matéria.

Os desenvolvimentos atrás referidos, podem apresentar-se bastante proveitosos para os estudos que desen-
volvem os critérios de classificação do desempenho. No caso averiguado na presente dissertação (os critérios
de avaliação do desempenho dos meios de fuga), a definição do parâmetro do controlo dos produtos de com-
bustão poderá apresentar um contributo bastante considerável para o desenvolvimento do estudo efectuado.

De facto, o modelo desenvolvido nesta dissertação para avaliar o desempenho dos meios de fuga peca por não
apresentar a duração de todas as etapas do tempo necessário para a fuga. Neste sentido, interessa desenvol-
ver estudos que possibilitem concluir o modelo sugerido, nomeadamente através da realização das modela-
ções sugeridas pela ISO para o efeito, a fim de concluir a duração de todas as etapas da fuga.

Por último, deverá ser desenvolvido um processo análogo para a componente do tempo disponível para a
fuga. A classificação do desempenho dos meios de fuga exige que ambos os conceitos do tempo de fuga sejam
confrontados, sendo que, a margem entre os dois materializa a segurança do projecto, podendo ser utilizada
para a definição de cada classe de desempenho.

69
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

76
Anexo A

Anexo A - Síntese do confronto da Norma Internacional ISO 158928-4


e a Regulamentação Nacional para a segurança contra incêndios

Este Anexo é constituído pelos Anexo A1 e A2, que apresentam as tabelas que condensam a informação resul-
tante do confronto entre regulamentação da segurança contra incêndios em edifícios de habitação e/ou mis-
tos novos vigente em Portugal (com incidência no Decreto-Lei n.º 220/2008 de 12 de Novembro e na Portaria
n.º 1532/2008 de 29 de Dezembro), e as directrizes internacionais patentes na norma internacional ISO 15928-
4, por utilização tipo estudada. A estes acrescenta-se o Anexo A3, onde é disponibilizada uma legenda para a
simbologia utilizada nas referidas tabelas.

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

78
Anexo A1

Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Re-


gulamentação Nacional, para utilização-tipo I

Neste Anexo apresenta-se uma tabela que condensa a informação resultante de confronto entre os parâme-
tros da Norma ISO 15928-4 e a regulamentação nacional, para utilização-tipo I. Esta tabela é constituída por
sete colunas:

 Agente – Nesta coluna lista-se cada um dos aspectos considerados relevantes para a avaliação da se-
gurança contra incêndio em edifícios (ISO 15928-4);
 Parâmetros – Nesta coluna são colocados todos os parâmetros essências para a caracterização dos
agentes (ISO 15928-4);
 Elemento do subsistema de combate ao incêndio – Esta coluna dá uma indicação da correspondência
entre os parâmetros sugeridos pela norma ISO 15928-4 e os elementos do subsistema de combate a
incêndio que constam na legislação nacional;
 Regulamento – Nesta coluna estão dispostas as exigências da directiva internacional com reciprocida-
de na legislação nacional. Assim são depositados todos os Artigos que materializem a referida conver-
gência. Importa realçar que nesta coluna quando o texto refere um Artigo (Art. X) pretende-se identi-
ficar o Artigo X da portaria nº 1532/2008. Sempre que se pretende referir algum Artigo do Decreto-Lei
220/2008, a indicação fornecida é (Decreto-Lei, Art. X);
 Especificação – Esta coluna fornece informações complementares às descritas na coluna “Regulamen-
to”, já que por vezes o Artigo da legislação de um complemento fornecidos por outros Artigos. Deste
modo, pode-se definir que a coluna “Regulamentos” disponibiliza exclusivamente a permuta dos pa-
râmetros e subsistemas para a legislação nacional, enquanto a coluna “Especificações” fornece,
quando necessário, um enquadramento com toda envolvente;
 Notas – Sempre que na legislação vigente se detecte alguma prescrição pouco precisa, que obrigue a
interpretações pessoais, ou se identifiquem prescrições contraditórias, as mesmas são mencionadas
nesta coluna;
 Comentários – Esta coluna é disponibilizada para estabelecer comentários críticos relativos às imposi-
ções da norma ISO, da legislação portuguesa, ou mesmo das paridades detectadas, segundo o prisma
das filosofias estudadas (prescritiva e EBD).

79
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

80
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
1 - Descrição 1.1 - Natureza do fogo Não há referências à natureza do incêndio nos Embora a regulamentação A “liberdade” conce-
das acções do regulamentos nacionais. nacional não faça refe- dida aos projectistas
fogo Apresenta-se noutras pesquisas bibliográficas as rência explícita aos dife- para apresentar as
seguintes classes de incêndio (Ventura, 2006) rentes tipos de fogo, soluções construtivas
(BAKAUS Portugal, 2011): autores como (BAKAUS que considerem mais
Classe A – fogos de sólidos (ou fogos secos): Portugal, 2011) e adequadas para
Fogos que resultam da combustão de materiais (Ventura, 2006) conside- alcançar o desempe-
sólidos, geralmente à base de celulose, os quais ram esta classificação nho pretendido (em
normalmente dão origem a brasas; crucial. regulamentos basea-
As respostas singulares de dos no desempenho e
Classe B – Fogos de líquidos (ou fogos gordos): cada uma destas classes na informação do
Fogos que resultam da combustão de líquidos ou Figura A1.1 - Esquemati- aos agentes extintores risco) torna a identifi-
sólidos liquidificáveis; zação das classes de são preponderantes na cação das classes de
fogo (BAKAUS Portugal, construção de um regu- incêndio e respecti-
Classe C – Fogos de gases: 2011) lamento credível e efici- vos agentes crucial.
Fogos que resultam da combustão de gases; ente.
O controlo do risco
Classe D – Fogos de metais: Realça-se que embora a técnico inerente tem
Fogos de que resultam da combustão de matais. Portaria n.º 1532/2008, intrínseca a previsão
não explicite as várias da evolução do
classes de fogo, este sinistro, e consequen-
conceito é referido quan- te eficácia das medi-
do se assume a possibili- das de protecção
dade da utilização de (activas ou passivas),
agente extintores diferen- que obriga a um
tes da água (Art. estudo integrado da
175,176). classe de incêndio e o
sistema de extinção
do mesmo. Dado que
a eficácia do agente
extintor é consequên-
cia directa classe de
incêndio, interessa
prever quais as clas-

81
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
ses de incêndio
susceptíveis de defla-
grar num determina-
do local. Só desse
modo é possível
optar, de forma
devidamente funda-
mentada, pelo melhor
sistema de combate
ao incêndio e supor-
tar as imprescindíveis
previsões da evolução
do incêndio.

Dá-se como exemplo


o combate a um
incêndio de classe B.
Nestes casos os
agentes extintores a
utilizados devem-se
restringir ao pó
químico “BC”, dióxido
de carbono (CO2) e
espuma mecânica.
Note-se que a utiliza-
ção de água como
agente extintor terá
um efeito contrário
ao desejado, incenti-
vando à propagação
do incêndio
(HYDRANT, 2009).

Não obstante, a

82
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
flexibilidade associa-
da à filosofia EBD não
se deve confundir
com a ausência de
informações detalha-
das quanto à classe
de incêndio e agente
extintor mais apropri-
ado para o caso em
questão. Esta “liber-
dade” da equipa de
projectistas deve ser
imperativamente
contraposta com o
respeito de níveis de
desempenho e segu-
rança conveniente-
mente detalhados,
que a legislação
nacional não contem-
pla.
1.2 - Características dos ocu- Decreto-Lei, Art. 10 nrº1: Decreto-Lei, Art.10, nrº1: Este parâmetro tem
pantes Local de risco A - local que não apresente riscos “Todos os locais dos pouco detalhe na
especiais e: edifícios e dos recintos, regulamentação
a) Efectivo não excede 100 pessoas; com excepção dos espa- Nacional, onde há
Efectivo público não excede 50 pessoas; ços interiores de cada uma referência ao
b ) Mais de 90% dos ocupantes não se encontrem fogo, e das vias horizon- efectivo presente e à
limitados na mobilidade ou na capacidade de tais e verticais de evacua- percentagem de
percepção do alarme; ção, são classificados, de ocupantes com
acordo com a natureza do limitações motoras
risco”. ou de percepção do
Este Artigo, em edifício de alarme. Dado que
habitação, estabelece por este foi um dos
exclusão, unicamente os parâmetros avança-

83
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
locais convergência e dos pela norma ISO
circulação comum (terra- 15928-4 para a defi-
ços, elevadores, vias que nição do desempe-
não sejam de evacuação, nho, o grau de deta-
entre outros) como lhe que este parâme-
possíveis locais de risco. tro encontra na
Não obstante, pode-se legislação nacional
justificar a falta de refe- não se compadece
rências mais assertivas com o exigível para a
quanto aos locais de risco definição de classes
pelo facto dos locais de desempenho
passiveis desta distinção
serem meramente de
passagem cuja estadia
dos ocupantes tem dura-
ções muito reduzidas.

As utilizações tipo e locais


de risco são definidos em
separado e só os últimos
definem o efectivo, logo
este parâmetro não é
apresentado com grande
detalhe.
Não obstante, o efectivo é
utilizado como critério de
dimensionamento, por
exemplo para o estabele-
cimento do número de
vias de saídas (ainda que
não haja referências à
utilização tipo em ques-
tão) ou da largura das vias
de evacuação. (Art.54 e

84
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Art. 56).

2 - Aviso prévio 2.1 - Número de dispositivos Art. 116 ,nrº1: Este ponto aborda simul- A instalação de alguns
Os edifícios devem ser equipados com instalações taneamente os sistemas dispositivos de alerta
que permitam detectar o incêndio e, em caso de Figura A1.2 - Detector de difusão do alerta e de e alarme está definida
emergência, difundir o alarme para os seus ocu- automático (Garraio, alarme. Tal deve-se às de forma flexível. As
pantes, alertar os bombeiros e accionar sistemas e 2006). configurações das instala- indicações da legisla-
equipamentos de segurança. ções de alarme instituídas ção nacional (mais
(Art. 125) contarem com concretamente o Art.
Art.116, nrº3: ambos os sistemas. 120) em que a deci-
Estão isentos de cobertura por detectores automá- são dos locais de
ticos os espaço que cumulativamente: O Art. 120, referente aos instalações dos
a)Estejam totalmente protegidos por sistemas fixos Figura A1.3 - Botão de dispositivos de detecção dispositivos de detec-
de extinção automática; accionamento de alarme automática, é muito ção automática cabe
b)Não possuam controlo de fumo por meios acti- (Garraio, 2006). subjectivo nas indicações ao construtor, é uma
vos; de instalação dos mes- característica comum
mos. Não são feitas aos EBD.
Art. 126, nrº1: especificações quanto à Contudo a falta de
Estão isentas de obrigatoriedade de alarme as instalação em desenvol- detalhes quanto ao
categorias de riscos 1 e 2 vimento. É possível que a que se considera uma
instalação conveniente instalação eficiente
Art. 126, nrº3: dos dispositivos esteja pode invalidar esta
3º e 4º categoria de risco deve ser instalado confi- condicionada pelas carac- aproximação.
guração 2, com alerta automático, no caso da 4º terísticas singulares de Esta questão pode ser
categoria de risco de risco; cada aparelho e portanto explicada pela
sujeita às indicações de quantidade e
Art. 119: instalação do mesmo. modelos de
Os dispositivos de accionamento manual de alarme detectores
devem ser instalados nos caminhos horizontais de Existe uma discrepância automáticos
evacuação; quanto à obrigatoriedade disponíveis no
da instalação de sistemas mercado.
Art. 120: de alarme. É possível que a
Os dispositivos de detecção automática devem ser O Art. 116 faz referência instalação convenien-
colocados em função da área a proteger, do seu às utilizações-tipo cuja a te dos dispositivos
conteúdo e actividade, cobrindo convenientemente presença de instalações esteja condicionada

85
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
a área em causa. de alarme e alerta é com as características
obrigatória. Entre os singulares de cada
Art. 130 nrº1: recintos isentes dessa aparelho, e portanto
Nos edifícios de utilização mista sem comunicações obrigatoriedade não há sujeita às indicações
interiores comuns às diversas utilizações-tipo, referência às utilizações de instalação do
aplica-se a cada uma delas a configuração do tipo I. mesmo.
sistema de alarme que lhe corresponderia em caso Já o Art. 126 refere que
de ocupação exclusiva, conforme o determinado estão isentes de obrigato-
nos Artigos anteriores. riedade de alarme as
categorias de riscos 1 e 2
Art. 130, nrº2: da utilização tipo I.
Nos edifícios de utilização mista com comunicações
interiores comuns, as instalações de alarme das
utilizações-tipo da 2.ª categoria de risco ou superi-
or devem ser da configuração 3, com excepção das
do tipo I e II, devendo existir ainda um quadro de
sinalização e, eventualmente, de comando, que
centralize todas as informações, localizado no
posto de segurança.

Art. 130, nrº3:


Quando um edifício de utilização mista incluir a
utilização-tipo I e dispuser de comunicações interi-
ores comuns com as outras utilizações-tipo, estas
devem ser dotadas de um sistema de alarme, pelo
menos, da configuração
2, com um difusor de alarme instalado na caixa de
escada.

Art.130, nrº4:
Se a escada referida no número anterior for en-
clausurada, deve ser instalado um difusor de alar-
me em cada patamar de acesso aos fogos.

86
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
2.2 - Localização dos dispositi- Altura: Idem 2.1
vos
Art. 119:
Os dispositivos de accionamento manual de alarme
devem ser instalados nos caminhos horizontais de
evacuação, sempre que possível junto às saídas dos
pisos e locais de risco, a cerca de 1,5m do pavimen-
to;

Art. 120:
Os dispositivos de detecção automática devem ser
colocados em função da área a proteger, do seu
conteúdo e actividade, cobrindo convenientemente
a área em causa;

Art. 121, nrº1:


Os difusores de alarme geral devem sempre que
possíveis ser instalados fora do alcance dos ocu-
pantes e, caso se situem a altura inferior a 2,25 m,
ser protegidos;

Desenvolvimento:

Art. 119:
Os dispositivos de accionamento manual de alarme
devem ser instalados nos caminhos horizontais de
evacuação;

Art. 120:
Os dispositivos de detecção automática devem ser
colocados em função da área a proteger, do seu
conteúdo e actividade, cobrindo convenientemente
a área em causa;

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Art. 130, nrº3:
Quando um edifício de utilização mista incluir a
utilização-tipo I e dispuser de comunicações interi-
ores comuns com as outras utilizações-tipo, estas
devem ser dotadas de um sistema de alarme, pelo
menos, da configuração
2, com um difusor de alarme instalado na caixa de
escada.

Art.130, nrº4:
Se a escada referida no número anterior for en-
clausurada, deve ser instalado um difusor de alar-
me em cada patamar de acesso aos fogos.
2.3 - Tipo de dispositivos As configurações das instalações de alarme estão Embora estas configura- A terminologia utilizada
estabelecidas no Art. 125. ções não façam referên- no Art. 125 para definir as
cia aos meios humanos, diferentes configuração
estes estão implícitos das instalações de alarme
dado que condicionam o é algo dúbia, pelo que se
tipo de alarme emitido. recorreu ao Art. 122 como
Mais informações sobre auxílio.
este ponto estão dispos-
tas no Artigo 200. Contudo a componente “
Central de sinalização e
Art 125, com recurso ao comando” não exprime
Art. 122: de forma clara as seguin-
Configuração 1: tes exigências:
O sistema de alarme é
feito manualmente  “Alerta automático”,
através de botões de não há referência a este
accionamento de alar- termo no Art. 122, as-
me. A central de sinali- sumindo-se então ape-
zação e comando tem nas a exigência de insta-
unicamente a função de lação obrigatória;
assegurar uma fonte

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Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
local de alimentação de  “Comandos” assume-
emergência. A protecção se o explicitado no
é parcial e a difusão do Art.122, g),i), j));
alarme dá-se apenas no
interior do edifício.  “Protecção” levanta
dúvidas por não explici-
Configuração 2: tar o tipo pretendido
Este tipo de configura- (protecção passiva ou
ção tem presente bo- activa). Se for como
tões de accionamento forma de exigir a pre-
de alarme complemen- sença de medidas de
tados por detectores protecção, esse assunto
automáticos. já é tratado em outras
A central de sinalização secções da Portaria em
e comando deve assegu- causa.
rar a temporização do
sinal de alarme geral, a
existência comandos de
comandos de acciona-
mento e interrupção de
alarme geral, dos siste-
mas e equipamentos de
segurança do edifício e
accionamento do alerta.
Deve ainda contemplar
uma fonte de alimenta-
ção de emergência.
A protecção é parcial e a
difusão do alarme dá-se
tanto no interior como
no exterior do edifício.

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Configuração 3:
Este tipo de configura-
ção tem presente bo-
tões de accionamento
de alarme complemen-
tados por detectores
automáticos.
A central de sinalização
e comando deve assegu-
rar a temporização do
sinal de alarme geral e
controlo do alerta
automático, a existência
de comandos de accio-
namento e interrupção
de alarme geral, dos
sistemas e equipamen-
tos de segurança do
edifício e accionamento
do alerta. Deve ainda
contemplar uma fonte
de alimentação de
emergência.
A protecção é parcial e a
difusão do alarme dá-se
tanto no interior como
no exterior do edifício.
2.4 - Tipo de alarme emitido Art. 118, nrº 3: Considera-se que o con- A legislação nacional
Nos edifícios que não disponham de meios huma- ceito de alarme com parece “aproxima-se”
nos para explorar uma situação de alarme restrito, sonoridade inconfundível da filosofia EBD nos
a actuação de um dispositivo de accionamento do (Artigo 121) deveria ser seguintes pontos:
alarme deve provocar, de imediato, o funciona- suportado por algumas
mento do alarme geral. directivas complementa- Ao estabelecer-se que
res que detalhassem os o alarme deve soar o

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Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Art. 118, nrº4: pressupostos deste con- tempo necessário à
Nos edifícios que disponham de meios humanos ceito. evacuação dos ocu-
para explorar uma situação de alarme restrito, pantes, sem estipular
deve existir uma temporização entre os alarmes intransigentemente
restrito e geral, de modo a permitir a intervenção esse valor (por exem-
do pessoal afecto à segurança, para eventual plo estabelecendo o
extinção da causa que lhe deu origem, sem proce- intervalo de tempo
der à evacuação. exigível por categoria
de risco) está-se a
Art. 118, nrº5: conceder ao projec-
A temporização referida no número anterior deve tista a liberdade e
ter duração adaptada às características do edifício responsabilidade de
e da sua exploração, devendo ainda ser previstos apresentar um pro-
meios de proceder à sua anulação sempre que seja jecto seguro e eficaz.
considerado oportuno.
Do mesmo modo não
Art. 200, nrº 3: adianta nenhum valor
Durante os períodos de funcionamento das utiliza- para esta temporiza-
ções- tipo deve ser assegurada a presença simultâ- ção (no caso das
nea do número mínimo de elementos da equipa de alarmes restritos),
segurança que constam do quadro XL do Artigo relegando para a
200. equipa de projectistas
Art. 200, nrº 4: esta decisão, referin-
Durante os períodos de funcionamento das utiliza- do unicamente que
ções- tipo, o posto de segurança que as supervisio- deve ser adequada às
na deve ser mantido ocupado, em permanência, no características do
mínimo por um agente de segurança. edifício.

Art. 118, nrº 6 e Art. 121 nrº 2: Apesar da flexibilida-


O alarme geral deve ser claramente audível em de concedida à equi-
todas as partes do edifício e ter uma duração pa de projectistas
mínima de 5 minutos. O sinal de alarme deve ser verificada neste
inconfundível; ponto, a falta de
detalhes quanto ao

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Art.118, nrº6: nível de segurança
O alarme geral deve ter a possibilidade de soar pretendido com estas
durante o tempo necessário à evacuação dos seus instalações pode
ocupantes; invalidar esta “apro-
ximação”.
Art. 118, nrº8: De facto, numa
A transmissão do alerta quando automática deve filosofia EBD a flexibi-
ser coincidente com a difusão do alerta geral; lidade que a equipa
de projectistas goza
deve ser sempre
contraposta com a
definição clara e
evidente dos níveis de
desempenho e segu-
rança pretendidos
para a construção.
3 - Combate ao 3.1 -Sistemas 3.1.1 - 3.1.1.1 - Carretel Art. 164: O Art.164 não é claro Em algumas situações
incêndio fixos Presença de Obrigatório em: quanto à necessidade de verifica-se que a
dispositivos Utilizações-tipo I de 3º categoria de risco de risco uma boca-de-incêndio legislação nacional
ou superior; para edifícios que rece- carece de uma “visão
Locais que possam receber mais de 200 pessoas; bam mais de 200 pessoas, de edifício como um
ou se é uma boca-de- todo” (com corres-
Art.165: incêndio por cada local pondências firmes e
As bocas-de-incêndio devem ser dispostas nos que receba mais de 200 convincentes entre os
seguintes termos: pessoas, não especifican- vários subsistemas).
c) Exista uma boca-de-incêndio nos caminhos do igualmente a localiza- De facto, verifica-se
horizontais de evacuação junto à saída para os ção das mesmas. que as relações entre
caminhos verticais, a uma distância inferior a 3 m Por exemplo numa edifi- os vários subsistemas
do respectivo vão de transição. cação com um efectivo de são muito raras e
300 pessoas, não é per- pouco abrangentes.
ceptível o número e Destaca-se por exem-
localização das bocas-de- plo a relação entre os
incêndio. Não está esta- subsistemas do
belecido se nesta especu- combate a incêndios

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Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

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combate ao
incêndio
lação seriam exigidas duas (3) e os meios de fuga
bocas-de-incêndio (uma (6). Desta relação
que servisse o conjunto resulta unicamente a
de pisos que totalizam “ligação” entre as vias
mais de 200 ocupantes e de evacuação e a
outra para os demais) ou obrigatoriedade de
apenas uma boca-de- instalação de alguns
incêndio para servir todo dispositivos de pro-
o edifício. tecção activa (relação
da qual pode resultar
o número e disposi-
ção dos aparelhos de
protecção activa).
Não se constatam
relações mais con-
tundentes como a
estipulação da distân-
cia máxima a percor-
rer nas vias de evacu-
ação de forma segura,
como resultado de
um estudo integrado
da distribuição dos
dispositivos de com-
bate a incêndio e a
classe de resistência
ao fogo dos materiais
constituintes da via.
3.1.1.2 - Teatro Artigo 163,nº3: Art. 170: Idem 3.1.1.1
“Nas utilizações dos tipos IV, V, VI, VIII e XII da 4.ª “As bocas-de-incêndio
categoria de risco, as bocas-de-incêndio da rede tipo teatro, com man-
húmida devem ser armadas do tipo teatro.” gueiras flexíveis e diâ-
metros de 45 ou 70 mm,
devem estar devidamen-

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
te sinalizadas e localizar-
se, por ordem de priori-
dade, na caixa da esca-
da, em câmaras corta-
fogo, se existirem,
noutros locais, permi-
tindo que o combate a
um eventual incêndio se
faça sempre a partir de
um local protegido”.
3.1.1.3 - Coluna Seca Art. 168, nrº1: Art. 169, nrº4: Idem 3.1.1.1
As utilizações-tipo I e II da 2.ª categoria de risco “A boca siamesa de
devem ser servidas por redes secas ou húmidas. alimentação deve estar
devidamente sinalizada
e localizar-se no exterior
do edifício junto a um
ponto de acesso dos
bombeiros, no plano de
referência, de forma que
a distância à coluna
vertical não exceda, em
regra, 14 m”.
3.1.1.4 - Coluna Art. 168, nrº 1: Art. 169, nrº4: Idem 3.1.1.1
húmida As utilizações-tipo I e II da 2.ª categoria de risco “A boca siamesa de
devem ser servidas por redes secas ou húmidas. alimentação deve estar
devidamente sinalizada
Art168, nr2: e localizar-se no exterior
As utilizações-tipo da 3.ª categoria de risco ou do edifício junto a um
superior devem ser servidas por redes húmidas, ponto de acesso dos
com as excepções previstas para a utilização-tipo bombeiros, no plano de
VIII, constantes das disposições específicas do título referência, de forma que
VIII. a distância à coluna
vertical não exceda, em
regra, 14 m”.

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
3.1.1.5 - Sprinkler Art. 18 nrº6: Art. 173 nrº2: Idem 3.1.1.1
Não são obrigatórios para utilização tipo I. Contudo “Podem ainda ser utili-
podem ser adoptados como medida compensató- zados sistemas fixos de
ria. extinção automática por
água como medida
compensatória, nomea-
damente no caso de:
a)Postos de transforma-
ção existentes, cuja
localização não esteja
conforme com os ter-
mos deste regulamento
e cujos transformadores
ou dispositivos de corte
utilizem como dieléctri-
co líquidos inflamáveis;
b) Aberturas em paredes
ou pavimentos resisten-
tes ao fogo, designada-
mente quando através
delas possam passar
meios de transporte
móveis;
c) Locais de fabrico,
armazenagem ou mani-
pulação de produtos não
reagentes com a água
de forma perigosa;
d) Depósitos de líquidos
ou gases inflamáveis;
f) Todos os locais exis-
tentes que não possam
cumprir integralmente
as medidas passivas de

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

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combate ao
incêndio
segurança estipuladas
neste regulamento.”
3.1.1.6 - Cortina de Art.178: Art. 8 que relega para Art.177, nrº2:
água Devem ser instalados sistemas de cortina de água Art. 7, nrº2: “A utilização de
nas fachadas cortina envidraçadas, nas condições “Se entre esses vãos cortinas de água em
estabelecidas no n.º 5 do Artigo 8.º, bem como nas sobrepostos existirem situações não previs-
situações específicas mencionadas no título VIII, elementos salientes tais tas no Artigo 178.º
respeitantes às utilizações-tipo II, VI e VIII. como palas, galerias carecem de funda-
2 — Podem, ainda, ser utilizados sistemas fixos do corridas, varandas ou mentação a apresen-
tipo cortina de água, como medida compensatória, bacias de sacada, pro- tar junto da respecti-
nas condições do n.º 2 do Artigo anterior: longadas mais de 1 m va entidade fiscaliza-
a) Na protecção de vãos abertos em edifícios ou para cada um dos lados dora”.
estabelecimentos existentes, com elevado risco de desses vãos, ou que
incêndio; sejam delimitadas Deste Artigo podem-
b) Nos locais de elevado risco de eclosão de incên- lateralmente por guar- se retirar duas con-
dio ou explosão, quando expostos a fogos externos das opacas, o valor de clusões:
ou calor intenso. 1,1 m corresponde à As entidades respon-
Art.8, nrº1: distância entre vãos sáveis pelas viabiliza-
O disposto nos n.os 3 a 8 do Artigo anterior aplica- sobrepostos somada ções estão devida-
se a fachadas não tradicionais. com a do balanço desses mente preparadas,
elementos, desde que sendo este um indício
Art.8, nrº2 estes garantam a classe de que Portugal
Nas fachadas cortina em vidro os requisitos impos- de resistência ao fogo apresenta condições
tos nos nº 1 e 2 do Artigo anterior podem ser padrão EI 60.” para a adopção de um
atingidos pela utilização de elementos interiores de regulamento baseado
construção, como por exemplo laje completada por Art.177: no desempenho. Isto
guarda contínua interior e selagem superior. “Os sistemas automáti- é, se Portugal dispu-
cos fixos do tipo cortina ser de entidades
Art.8, nrº3: de água são considera- capacitadas para
Nos casos previstos no número anterior, a distância dos complementares quantificar o desem-
entre a fachada e estes elementos interiores de dos elementos de cons- penho das soluções
protecção não deve ser superior a 0,2 m. trução irrigados, com o construtivas, pode-se
objectivo de melhorar a assumir que um dos
resistência ao fogo principais entraves à

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combate ao
incêndio
Art.8, nrº5: destes, pelo que não é filosofia EBD já foi
Se no cumprimento dos n.º 2 e 3 do presente aceite: transposto;
Artigo forem utilizados sistemas complementares a) A substituição de
do tipo cortina de água que respeitem as disposi- elementos resistentes A índole principal-
ções deste regulamento, a resistência ao fogo ao fogo exclusivamente mente prescritiva da
padrão dos elementos referidos no n.º 2 do Artigo por sistemas do tipo legislação actual
anterior pode ser apenas de EI 30. cortina de água; tenha inibido a adop-
b) A existência de barrei- ção de metodologias
ras ao fumo compostas inovadoras. Deste
exclusivamente por modo levanta-se a
sistemas do tipo cortina preocupação dos
de água”. processos de avalia-
ção e quantificação
exigidas não apresen-
tem o desenvolvi-
mento desejado, o
que representaria um
entrave ao suporte de
uma filosofia EBD.
3.1.2 - 3.1.2.1 - Carretel Anexo I, Art. 8, nº6:
Manual/ «Carretel de incêndio armado ou boca-de-incêndio
Automático tipo carretel», boca-de-incêndio armada cuja
mangueira é semi-rígida e está enrolada num Figura A1.4 - Boca-de-
suporte tipo carretel. Deve estar em conformidade incêndio tipo carretel
com a NP EN 671-1. Trata-se de um meio de pri- (Garraio, 2006).
meira intervenção em caso de incêndio.
3.1.2.2 - Teatro Anexo I, Art. 8, nº5:
«Boca-de-incêndio tipo teatro», boca-de-incêndio
armada cuja mangueira é flexível. Deve estar em Figura A1.5 - Boca-de-
conformidade com a NP EN 671-2. Trata-se de um incêndio tipo teatro
meio de segunda intervenção em caso de incêndio; (Garraio, 2006).

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
3.1.2.3 - Coluna Seca Anexo I, Art 8, nº8:
«Coluna seca», caso particular de uma rede seca,
constituída por conduta vertical com um pequeno
troço horizontal e, eventualmente, pequenos
desvios de ligação, quando não possa ser constituí-
da por um único alinhamento vertical;
3.1.2.4 - Coluna Anexo I, Art. 8, nº7:
húmida «Coluna húmida», caso particular de uma rede
húmida, constituída por conduta vertical perma-
nentemente em carga, eventualmente com peque-
nos desvios de ligação, quando não possa ser
constituída por um único alinhamento vertical;
3.1.2.5 - Sprinkler Anexo I,Art. 8, nº16:
«Sistema fixo de extinção», sistema fixo constituído
por uma reserva adequada de agente extintor
ligada permanentemente a um ou mais difusores Figura A1.6 - Sprinkler
fixos, pelos quais é projectado, manual ou automa- (AgebraLab, 2012).
ticamente, o agente extintor para a extinção de um
incêndio;
3.1.2.6 - Cortina de Anexo I,Art. 3, nº14:
água «Sistema de cortina de água», sistema automático
constituído por tubagens e aspersores de água que,
após a detecção de um incêndio, projecta uma
lâmina contínua de água segundo um plano vertical
(cortina), isolando da penetração do fumo e das
chamas dois espaços contíguos.
Essa cortina deve irrigar uma superfície (tela, vidro,
metal, etc.), melhorando o seu comportamento ao
fogo.

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Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
3.1.3 - Área 3.1.3.1 - Carretel Art. 165: Este ponto não está
abrangida O comprimento das mangueiras deve ser tal que definido de forma asserti-
pelo disposi- permita atingir, no mínimo, por uma das agulheta, va. Contudo, a forma
tivo uma distancia não superior a 5 metros de todos os como está disposto
pontos a proteger; (estabelecendo os
A distância entre bocas não seja superior ao dobro
locais, distância entre
do comprimento das mangueiras;
dispositivos e alcance
Exista uma boca-de-incêndio nos caminhos hori-
zontais de evacuação junto à saída para os cami- dos dispositivos) pode
nhos verticais, a uma distância inferior a 3 m do servir como base a um
respectivo vão de transição. sistema iterativo de que
resulte objectivamente a
exigência da norma ISO
15928-4 (área abrangida
pelo dispositivo).
3.1.3.2 - Teatro Não está especificado. Por serem considerados
dispositivos de segunda
intervenção podem estar
associadas aos critérios
das Colunas secas e
Colunas húmidas.
3.1.3.3 - Coluna seca Não está especificado.
3.1.3.4 - Coluna Não está especificado.
húmida
3.1.3.5 - Sprinkler Não está especificado. Este ponto é omisso na
legislação nacional. A
instalação de um sistema
de sprinklers em utiliza-
ções-tipo I não é obrigató-
ria estando prevista
apenas como uma medida
compensatória. Nesta
medida os critérios de
dimensionamento para as

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
utilização-tipo I não estão
previstos na legislação
vigente (podendo no
entanto assumir-se os
dispostos para as utiliza-
ções-tipo II).
3.1.3.6 - Cortina de Não está especificado Está dependente do vão
água ou fachada em que se
insere.
3.1.4 - - 3.1.4.1 - Carretel Art. 165: Idem 3.1.3.1
Distribuição O comprimento das mangueiras deve ser tal que
dos disposi- permita atingir, no mínimo, por uma das agulheta,
tivos uma distância não superior a 5 metros de todos os
pontos a proteger;
A distância entre bocas não seja superior ao dobro
do comprimento das mangueiras;
Uma boca-de-incêndio nos caminhos horizontais de
evacuação junto à saída para os caminhos verticais,
a uma distancia do vão de transição inferior a 3 m;
Uma boca junto à saída de locas que possam rece-
ber mais de 200 pessoas.
3.1.4.2 - Teatro Não está especificado. Idem 3.1.3.2
3.1.4.3 - Coluna Seca Art. 169, nrº1: No Art. 169 a) estabelece-
Têm de existir no mínimo nos patamares de acesso se que a presença de uma
das comunicações verticais, ou nas câmaras corta- coluna seca pode ser
fogo, quando existam, em todos os pisos, excepto: dispensada, referindo-se
a) No piso do plano de referência desde que devi- ainda que essa mesma
damente sinalizadas; coluna seca tem de estar
b) No caso de colunas secas, desde que os três sinalizada. Parece haver
pisos imediatamente superiores ou inferiores ao do um lapso do regulamento.
plano de referência das utilizações-tipo I e III não Já na aliena b) exige-se
possuam bocas. uma boca-de-incêndio em
todos os pisos no acesso
às comunicações verticais.

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Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Contudo, excepciona-se
presença da coluna seca
se os três pisos imediata-
mente superiores ou
inferiores ao do plano de
referência das utilizações-
tipo I e III não possuam
bocas (que se estabelece-
ram como obrigatórias
anteriormente).
Esta alínea está pouco
perceptível, assumindo-se
assim que estabelece que
em edifícios com três
pisos superiores ou inferi-
ores ao plano de referên-
cia não é obrigatória a
instalação de qualquer
coluna seca.
3.1.4.4 - Coluna Art. 169: No Art. 169 a) estabelece-
húmida Têm de existir no mínimo nos patamares de acesso se que a presença de uma
das comunicações verticais, ou nas câmaras corta- coluna seca pode ser
fogo, quando existam, em todos os pisos, excepto: dispensada, referindo-se
a) No piso do plano de referência desde que devi- ainda que essa mesma
damente sinalizadas. coluna seca tem de estar
sinalizada. Parece haver
um lapso do regulamento.
3.1.4.5 - Sprinkler Não está especificado. Idem 3.1.3.5
3.1.4.6 - Cortina de Não está especificado.
água

101
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
3.2 - Sistema 3.2.1 - 3.2.1.1 - Extintor de Art. 163, nrº 1: O único sistema portátil é
portátil Presença de incêndio Obrigatório em utilizações tipo II o Extintor de incêndio,
dispositivos sendo este campo dedi-
cado unicamente à insta-
lação do mesmo.
Há uma referência a outro
agente extintor (manta
ignífuga) em 3.2.3, contu-
do não se faz uma descri-
ção pormenorizada da
mesmo dado que é apre-
sentada apenas como um
factor de segurança
suplementar.
3.2.2 - 3.2.2.1 - Extintor de Anexo I, Art. 8, nº 9:
Manuais/ incêndio «Extintor de incêndio», aparelho contendo um
automáticos agente extintor, que pode ser descarregado sobre
um incêndio por acção de uma pressão interna. Figura A1.7 - Extintor de
Deve estar em conformidade com as NP EN 3, NP incêndios (EXTINLOU-
EN 1866 e NP 4413; RES, 2006)
3.2.3 - Área 3.2.3.1 - Extintor de Art. 163, nrº 1: Idem 3.1.3.1
abrangida incêndio Distância máxima entre a saída de um local de risco
pelo disposi- para os caminhos de evacuação até ao extintor
tivo mais próximo - 15 m.

Art. 163, nrº2:


Na ausência de outro critério de dimensionamento
devidamente justificado, os extintores devem ser
calculados à razão de:
a) 18 L de agente por cada 500m2 ou fracção da
área em que se situem;
b) Um por cada 200m2 de pavimento do piso ou
fracção, com um mínimo de dois por piso

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
3.2.4 - 3.2.4.1 - Extintor de Art. 163, nrº 1: No Art. 163, nrº2 não é
Distribuição incêndio Todas as utilizações-tipo, com excepção da utiliza- claro se o dimensiona-
dos disposi- ção- tipo I das 1.ª e 2.ª categorias de risco, sem mento é feito mediante a
tivos prejuízo das especificações do presente regulamen- escolha de um dos crité-
to para os locais de risco, devem ser equipadas com rios ou é adoptado o mais
extintores devidamente dimensionados e adequa- conservativo.
damente distribuídos, em edifícios e nos recintos
alojados em tendas ou em estruturas insufláveis,
de forma que a distância a percorrer de qualquer
saída de um local de risco para os caminhos de
evacuação até ao extintor mais próximo não exce-
da 15 m.

Art. 163, nrº 2:


Na ausência de outro critério de dimensionamento
devidamente justificado, os extintores devem ser
calculados à razão de:
a) 18 L de agente extintor padrão por 500 m2 ou
fracção de área de pavimento do piso em que se
situem;
b) Um por cada 200 m2 de pavimento do piso ou
fracção, com um mínimo de dois por piso-

Art. 163, nrº 3:


Os extintores devem ser convenientemente distri-
buídos, sinalizados sempre que necessário e insta-
lados em locais bem visíveis, colocados em suporte
próprio de modo a que o seu manípulo fique a uma
altura não superior a 1,2 m do pavimento e locali-
zados preferencialmente:
a) Nas comunicações horizontais ou, em alternati-
va, no interior das câmaras corta-fogo, quando
existam;
b) No interior dos grandes espaços e junto às suas

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combate ao
incêndio
saídas.
4 - Contenção 4.1 - Tempo que os elementos 4.1.1 - Paredes Art. 7, nrº3: Art. 7, nrº3: Pelas analogias verificadas
do incêndio resistem ao alastramento do exteriores tradicio- Nas zonas das fachadas em que existam diedros de “Fachadas em que entre os Artigos 18 e 35,
incêndio nais abertura inferiores a 135˚, deve ser estabelecida de existam diedros inferio- na resistência dos ele-
cada lado da aresta do diedro uma faixa vertical, res a 135˚ deve ser mentos corta-fogo para
garantindo a classe de resistência ao fogo padrão: estabelecida de cada utilizações tipo II, sempre
1º e 2º categoria de risco – EI 30 min lado da aresta do diedro que não esteja especifica-
3º e 4º categoria de risco – EI 60 min uma faixa vertical do, assume-se para todos
os casos que a classe de
Art. 7 nrº8, Quadro II: Art.7, nrº4: resistência REI está asso-
As paredes exteriores de edifícios em confronto A largura das faixas ciada a pavimentos e
com outros devem: referidas no número paredes resistentes,
Garantir, no mínimo, a classe de resistência ao fogo anterior não deve ser enquanto a classe EI está
padrão EI ou REI 60 min, sempre que a distância inferior à indicada a associada a paredes não
entre os edifícios seja inferior a: seguir, em função do resistentes.
4 m, em edifícios de 1º categoria de risco; ângulo de abertura do
8 m, em edifícios de 2º categoria de risco ou supe- diedro:
rior. a) Ângulo de abertura
não superior a 100º —
Art.25, nrº3: 1,5 m;
Quando as vias horizontais exteriores se situem na b) Ângulo de abertura
área de um rectângulo definido pelas perpendicula- superior a 100º e não
res à fachada à distância de 2 m, de um e do outro superior a 135º — 1 m”.
lado de um vão, e pela paralela ao mesmo à distân-
cia de 8 m, esse vão ou a via devem ser dotados de Art7, nrº 6:
elementos com a classe mínima de resistência ao “No caso de diedros
fogo padrão E 30, a menos que o vão se situe a entre corpos do edifício
mais de 6 m acima da via. com alturas diferentes, a
faixa estabelecida no
Art.25, nrº4: corpo mais elevado deve
Constituem excepção ao número anterior as vias ser prolongada por toda
horizontais onde não existam impasses, situação a sua altura, com um
em que os vãos da própria fachada não necessitam máximo exigível de 8 m
de protecção. acima da cobertura do

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combate ao
incêndio
corpo mais baixo”.
Art. 7, nrº7:
“As disposições referidas
nos números acima não
se aplicam nas zonas de
fachadas avançadas ou
recuadas, no máximo de
1 m, do seu plano geral,
nem nas zonas das
fachadas pertencentes
ao mesmo comparti-
mento corta-fogo”.
4.1.2 - Vãos de Art. 7, nrº8, Quadro II: Art. 7, nr 1:
paredes tradicionais As paredes exteriores de edifícios em confronto “Os troços de elementos
exteriores com outros devem: de fachada de constru-
Garantir, no mínimo, que os vãos nelas praticados ção tradicional, compre-
devem ser guarnecidos por elementos fixos de endidos entre vãos
classe de resistência ao fogo E30, sempre que a situados em pisos suces-
distancia entre os edifícios seja inferior a: sivos da mesma pruma-
4 m, em edifícios de 1º categoria de risco; da, pertencentes a
8 m, em edifícios de 2º categoria de risco ou supe- compartimentos corta-
rior. fogo distintos, devem
ter uma altura superior
a 1,1 m”.

Art.7, nrº2:
“Se entre esses vãos
sobrepostos existirem
elementos salientes tais
como palas, galerias
corridas, varandas ou
bacias de sacada, pro-
longadas mais de 1 m
para cada um dos lados

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
desses vãos, ou que
sejam delimitadas
lateralmente por guar-
das opacas, o valor de
1,1 m corresponde à
distância entre vãos
sobrepostos somada
com a do balanço desses
elementos, desde que
estes garantam a classe
de resistência ao fogo
padrão EI 60”.
4.1.3 - Paredes Art. 8 que remete para: Art. 7, nrº3: Art. 8, nrº6:
exteriores não tradi- “Fachadas em que “Todas as paredes
cionais Art. 7, nrº3: existam diedros inferio- exteriores não tradi-
Nas zonas das fachadas em que existam diedros de res a 135˚ deve ser cionais, distintas das
abertura inferiores a 135˚, deve ser estabelecida de estabelecida de cada referidas nos n.os 2 e
cada lado da aresta do diedro uma faixa vertical, lado da aresta do diedro 3 do presente Artigo,
garantindo a classe de resistência ao fogo padrão: uma faixa vertical”. devem ser sujeitas a
1º e 2º categoria de risco – EI 30 min uma apreciação
3º e 4º categoria de risco – EI 60 min Art.7, nrº4: técnica a efectuar
“A largura das faixas pelo LNEC ou por
Art. 7, nrº8, Quadro II: referidas no número entidade reconhecida
As paredes exteriores de edifícios em confronto anterior não deve ser pela ANPC”.
com outros devem: inferior à indicada a
Garantir, no mínimo, a classe de resistência ao fogo seguir, em função do O Artigo referido
padrão EI ou REI 60 min, sempre que a distância ângulo de abertura do acima pode ser
entre os edifícios seja inferior a: diedro: abrangido no raciocí-
4 m, em edifícios de 1º categoria de risco; a) Ângulo de abertura nio disposto no item
8 m, em edifícios de 2º categoria de risco ou supe- não superior a 100º — 3.1.1.6
rior. 1,5 m;
b) Ângulo de abertura Acrescenta-se ainda
superior a 100º e não que a ausência de
superior a 135º — 1 m”. referências às carac-

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combate ao
incêndio
terísticas combustí-
Art. 7, nrº 6: veis dos materiais
“No caso de diedros (4.2) a adoptar nestes
entre corpos do edifício caso pode exemplifi-
com alturas diferentes, a car a dificuldade de
faixa estabelecida no adoptar soluções
corpo mais elevado deve inovadoras com a
ser prolongada por toda presente legislação.
a sua altura, com um
máximo.”

Art. 7, nrº7:
“As disposições referidas
nos números acima não
se aplicam nas zonas de
fachadas avançadas ou
recuadas, no máximo de
1 m, do seu plano geral,
nem nas zonas das
fachadas pertencentes
ao mesmo comparti-
mento corta-fogo”.
4.1.4 - Vãos de Art. 7, nrº8: Art. 7, nr 1: Idem 4.1.3
paredes tradicionais As paredes exteriores de edifícios em confronto “Os troços de elementos
exteriores com outros devem: de fachada de constru-
Garantir, no mínimo, que os vãos nelas praticados ção tradicional, compre-
devem ser guarnecidos por elementos fixos de endidos entre vãos
classe de resistência ao fogo E30, sempre que a situados em pisos suces-
distancia entre os edifícios seja inferior a: sivos da mesma pruma-
4 m, em edifícios de 1º categoria de risco; da, pertencentes a
8 m, em edifícios de 2º categoria de risco ou supe- compartimentos corta-
rior. fogo distintos, devem
ter uma altura superior

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
a 1,1 m”.
Art.7, nrº2:
“Se entre esses vãos
sobrepostos existirem
elementos salientes tais
como palas, galerias
corridas, varandas ou
bacias de sacada, pro-
longadas mais de 1 m
para cada um dos lados
desses vãos, ou que
sejam delimitadas
lateralmente por guar-
das opacas, o valor de
1,1 m corresponde à
distância entre vãos
sobrepostos somada
com a do balanço desses
elementos, desde que
estes garantam a classe
de resistência ao fogo
padrão EI 60”.

Art.8, nrº2:
“Nas fachadas cortina
em vidro os requisitos
impostos no n.º 1 e 2 do
Artigo anterior podem
ser atingidos pela utili-
zação de elementos
interiores de constru-
ção, como por exemplo
laje completada por
guarda contínua interior

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combate ao
incêndio
e selagem superior”.
Art.8, nrº3:
“Nos casos previstos no
número anterior, a
distância entre a facha-
da e estes elementos
interiores de protecção
não deve ser superior a
0,2 m”.

Art.8, nrº4:
“Nas duplas fachadas de
vidro ventiladas os
requisitos impostos nos
n.os 1 e 2 do Artigo
anterior podem ser
atingidos pela adopção
da solução referida no
número anterior, desde
que sejam aplicadas à
fachada em contacto
com o espaço interior do
edifício”.

Art8, nrº5:
“Se no cumprimento dos
n.º 2 e 3 do presente
Artigo forem utilizados
sistemas complementa-
res do tipo cortina de
água que respeitem as
disposições deste regu-
lamento, a resistência
ao fogo padrão dos

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combate ao
incêndio
elementos referidos no
n.º 2 do Artigo anterior
pode ser apenas de EI
30”.
4.1.5 - Paredes de Art. 9, nrº 1: Art.9, nrº2:
empena As paredes exteriores da empena devem garantir “As paredes de empena
uma resistência ao fogo padrão: devem elevar-se acima
EI60 min - 1º categoria de risco das coberturas, quando
EI90 min - 2º categoria de risco ou superior estas não garantam a
resistência ao fogo
padrão estabelecida no
n.º 4 do Artigo seguinte,
formando os designados
«guarda-fogos» no
mínimo de 0,6 m”.
4.1.6 - Cobertura Art. 10 nrº 6: Não existem especifica-
A existência de vãos em paredes exteriores sobran- ções para a resistência ao
ceiros a coberturas de outros edifícios ou de outros fogo na cobertura, excep-
corpos do mesmo edifício só é permitida se os to em casos de cobertura
materiais de revestimento dessa cobertura garanti- com elementos envidra-
rem a classe de reacção ao fogo A1 numa faixa com çados.
a largura de 4 m medida a partir da parede.

Art. 10 nrº 7:
No caso de existirem na própria cobertura elemen-
tos envidraçados, do tipo clarabóia ou outros, tais
elementos, se situados na faixa de 4 m referida no
número anterior, devem ser fixos e garantir uma
classe de resistência ao fogo padrão EI 60 ou supe-
rior.
4.1.7 – Comparti- Art.18, nrº7 : Anexo I, Art.3, nrº2: Idem 4.1.1
mento corta-fogo Sem prejuízo de condições de resistência ao fogo “«Compartimento corta-
mais gravosas constantes deste regulamento, os fogo», parte de um Realça-se ainda que estes
compartimentos corta-fogo a que se refere este edifício, compreenden- compartimentos corta-

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combate ao
incêndio
Artigo devem ser solados por elementos de cons- do um ou mais espaços, fogo podem englobar
trução com uma classe de resistência EI ou REI, divisões ou pisos, delimi- uma ou mais câmaras
com um escalão de tempo mínimo de 30 minutos tada por elementos de corta-fogo.
para as utilizações-tipo I e III a X e de 60 minutos construção com resis-
para as restantes utilizações-tipo, dispondo no tência ao fogo adequada
mínimo de vãos com classe de resistência ao fogo a, durante um período
padrão de E 30. de tempo determinado,
garantir a protecção do
Art.18, nrº8: edifício ou impedir a
Admite-se, como excepção ao número anterior, a propagação do incêndio
dispensa de elementos fixos resistentes ao fogo ao resto do edifício ou,
para protecção de interligações entre pisos sobre- ainda, a fraccionar a
postos efectuadas através de rampas, escadas carga de incêndio.”
rolantes, pátio interior coberto aberto ou qualquer
outro acesso que não constitua via de evacuação, Art18, nr1:
desde que sejam verificadas cumulativamente as “Nos espaços cobertos,
seguintes condições: os diversos pisos devem,
a) Os compartimentos corta-fogo a ligar, por piso, em regra, constituir
não ultrapassem as áreas máximas constantes do compartimentos corta-
n.º 2 do presente Artigo; fogo diferentes, sem
b) Nesses pisos não existam fogos de habitação, prejuízo das condições
nem locais de risco D ou E; de isolamento e protec-
c) O controlo de fumo se faça obrigatoriamente por ção referentes a locais
hierarquia de pressões nas condições deste regu- de risco existentes
lamento. nesses pisos.”

Art. 18, nrº9: Art. 18, nrº2:


No caso de não haver exigências relativas à resis- “Constituem excepção
tência ao fogo dos elementos estruturais (utiliza- ao estabelecido no n.º 1,
ção-tipo I da 1º categoria de risco) os comparti- os espaços afectos à
mentos corta-fogo podem ser isolados por elemen- utilização-tipo I da 1.ª
tos de construção com classe de resistência ao fogo categoria de risco.”
mínima de EI 30 ou REI 30.

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combate ao
incêndio

No caso de haver arrecadações de condóminos


(4.1.23):

Art. 209, nrº3:


Os núcleos a que se refere o número anterior
devem constituir um compartimento corta-fogo
independente e ser convenientemente ventilados,
no mínimo, conforme se explicita no n.º 13 deste
artigo.

Art. 209, nrº4


A envolvente do compartimento corta-fogo a que
se refere o número anterior deve possuir uma
resistência ao fogo padrão, com um mínimo de EI
60 e os vãos de acesso ao núcleo devem ser da
classe de resistência ao fogo padrão EI 30 C ou
superior.
4.1.8 – Câmara corta- Art. 35, nrº1: Anexo I, Art.3, nrº1: Ao mencionado em 4.1.7
fogo As câmaras corta-fogo devem ser separadas dos “«Câmara corta-fogo», acrescenta-se:
restantes espaços do edifício por elementos de compartimento corta-
construção que garantam as seguintes classes de fogo independente, com O Art. 34 refere que as
resistência ao fogo padrão: um grau de resistência e portas que, em vãos
a) Paredes não resistentes - EI 60 minutos os meios de controlo de abertos, isolam os com-
b) Pavimentos e paredes resistentes – REI 60 fumo previstos neste partimentos corta-fogo,
c) E 30 C para as portas regulamento, que esta- devem ter um escalão de
belece, em regra, a tempo igual a metade da
Art. 34: comunicação entre dois parede em que se inse-
A classe de resistência ao fogo padrão, EI ou E, das espaços com o objectivo rem, exceptuando casos
portas que, nos vãos abertos, isolam os comparti- de garantir a protecção particulares referidos no
mentos corta-fogo, deve ter um escalão de tempo temporária de um deles regulamento. No Art. 35
igual a metade da parede em que se inserem, ou evitar a propagação está indicado que as
excepto nos casos particulares referidos no presen- do incêndio entre am- portas dos corta-fogo
te regulamento. bos. Só deve possuir devem apresentar uma

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combate ao
incêndio
vãos de acesso a esses resistência E30 C. Assu-
espaços, protegidos por me-se então que esta
portas resistentes ao última é a capacidade
fogo e a uma distância mínima para estas portas,
tal que não permita a considerando-se o Art 34
sua abertura simultânea se daí resultarem condi-
por uma única pessoa;” ções de resistência ao
fogo mais gravosas.
4.1.9 - Vias de eva- Art. 25, nrº2: Art. 25, nrº1:
cuação horizontais Paredes não resistentes: “Exige-se protecção para
1º categoria de risco – EI30 ; as seguintes vias hori-
2º e 3º categoria de risco – EI60 ; zontais de evacuação:
4º categoria de risco – EI90 a) Vias, incluindo átrios,
integradas nas comuni-
Paredes resistentes: cações comuns a diver-
1º categoria de risco – REI 30; sas fracções ou utiliza-
2º e 3º categoria de risco – REI 60 ; ções-tipo da 3.ª e 4.ª
4º categoria de risco – REI 90 categoria de risco de
risco ou quando o seu
Portas: comprimento exceda 30
1º categoria de risco –E 15 C ; m;
2º e 3º categoria de risco – E 30 C ; b) Vias cujo comprimen-
4º categoria de risco – E 45 C to seja superior a 10 m,
compreendidas em pisos
com uma altura acima
do plano de referência
superior a 28 m ou em
pisos abaixo daquele
plano;
c) Vias incluídas nos
caminhos horizontais de
evacuação de locais de
risco B, nos casos em
que esse locais não

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combate ao
incêndio
disponham de vias
alternativas;
d) Vias, ou troços de via,
em impasse com com-
primento superior a 10
m, excepto se todos os
locais dispuserem de
saídas para outras vias
de evacuação;
e) Galerias fechadas de
ligação entre edifícios
independentes ou entre
corpos do mesmo edifí-
cio”.

Art.25, nrº4:
“Quando as vias hori-
zontais exteriores se
situem
na área de um rectângu-
lo definido pelas per-
pendiculares à fachada à
distância de 2 m, de um
e do outro lado de um
vão, e pela paralela ao
mesmo à distância de 8
m, esse vão ou a via
devem ser dotados de
elementos com a classe
mínima de resistência ao
fogo padrão E 30, a
menos que o vão se
situe a mais de 6 m
acima da via”.

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combate ao
incêndio
Art.25, nrº5:
“Constituem excepção
ao número anterior as
vias horizontais onde
não existam impasses,
situação em que os vãos
da própria fachada não
necessitam de protec-
ção”.

Art.14, nrº9:
“As vias de evacuação
interiores protegidas
devem constituir sem-
pre compartimentos
corta-fogo independen-
tes”.
4.1.10 - Vias de Art. 26 nrº2 que remete para Art. 15: Art. 64, nrº8:
evacuação verticais “As vias verticais de
Apenas suporte: evacuação devem ser
1º categoria de risco – R30; protegidas nas condi-
2º categoria de risco – R60; ções do Artigo 26.º e
3º categoria de risco – R90; dispor de meios de
4º categoria de risco – R120 controlo de fumo nos
termos do presente
Suporte e compartimentação: regulamento”.
1º categoria de risco –REI 30 ;
2º categoria de risco –REI 60; Art. 64, nrº9:
3º categoria de risco – REI 90 ; “A protecção exigida no
4º categoria de risco – REI 120 número anterior pode
ser dispensada nas vias
situadas em edifícios de
pequena altura, apenas
com um piso abaixo do

115
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combate ao
incêndio
plano de referência e
desde que não constitu-
am a única via vertical
de evacuação de locais
de risco B, D, E ou F”.

Art 26, nrº1:


“Exige-se protecção para
todas as vias verticais de
evacuação, excepto nos
casos em que:
a) Sirvam em exclusivo
espaços afectos à utili-
zação-tipo I da 1.ª
categoria de risco;
b) Sirvam em exclusivo
espaços afectos às
utilizações- tipo referi-
das no n.º 4 do Artigo
18.º;
c) Consistam em escadas
que interligam níveis
diferentes no interior de
um mesmo comparti-
mento corta-fogo.”

Art.14, nrº9:
“As vias de evacuação
interiores protegidas
devem constituir sem-
pre compartimentos
corta-fogo independen-
tes.”

116
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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
4.1.11 - Acesso às Art. 26, nrº4 Quadro XX: Como não há referência
vias de evacuação às utilizações-tipo no Art.
verticais no piso de Saída das vias enclausuradas para: 26, nrº 4, assumiu-se que
saída para exterior os pisos abaixo do plano
Exterior: de referência estão asso-
1º e 2º categoria de risco - sem exigência ; ciados à utilização tipo II,
3º e 4º categoria de risco - sem exigência e os restantes à utiliza-
ção-tipo I.
Átrio com acesso directo para exterior:
1º e 2º categoria de risco - sem exigência ;
3º e 4º categoria de risco – portas E 30 C

Outras situações:
1º e 2º categoria de risco - E 30 C ;
3º e 4º categoria de risco – portas EI 60 C
4.1.12 - Acesso às Art. 26, nrº4 Quadro XXI: Idem 4.1.11
vias de evacuação Via enclausurada com acesso:
verticais não locali-
zado no piso de saída Interior:
para o exterior 1º e 2º categoria de risco - E 30 C ;
3º e 4º - camara corta-fogo;

Exterior:
1º e 2º categoria de risco –portas E 15 C;
3º e 4º - portas E 15 C;

Vias ao ar livre com acesso:


Interior:
1º e 2º categoria de risco - E 30 C ;
3º e 4º - portas EI 60 C;

Exterior: sem exigências

117
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
4.1.13 - Vias verticais Art. 27, nr1:
que não de evacua- Paredes não resistentes:
ção 1º e 2º categoria de risco – EI 30 ;
3º e 4º categoria de risco – EI 60 C

Paredes resistentes:
1º e 2º categoria de risco – REI 30 ;
3º e 4º categoria de risco – REI 60

Portas:
1º e 2º categoria de risco – E 15 C ;
3º e 4º categoria de risco – E 30 C
4.1.14 - Elevadores Art. 28 remete para Art. 27, nr1: Art.28, nrº 2: Idem 4.1.1 , acrescenta-se
Quando o só servem um piso abaixo do de referên- “Nos pisos abaixo do ainda:
cia: plano de referência, os
Isolamento da caixa de elevadores: acessos aos elevadores O Art. 28, nr1 b) específi-
Paredes não resistentes: 1º e 2º categoria de risco que sirvam espaços ca que as portas de pata-
– EI 30 afectos à utilização- tipo mar, quando servem mais
Paredes resistentes: 1º e 2º categoria de risco – REI II devem ainda ser que um piso abaixo do
30 protegidos por uma plano de referência,
Portas: 1º e 2º categoria de risco – E 15 C ; câmara corta-fogo, que devem ser E 30 (que
pode ser comum à da segundo a nomenclatura
Art. 28, nrº1: caixa da escada prevista adoptada na regulamen-
Quando servem mais que um piso abaixo do de no quadro XXI”. tação não obriga a insta-
referência: lação de fecho automáti-
Paredes não resistentes: EI 60 C Art.28, nrº 3: co). Contudo assume-se
Paredes resistentes: REI 60 “As portas de patamar que é um lapso da regu-
Portas: E 30 C são obrigatoriamente de lamentação, dado que no
funcionamento automá- nrº3 desse mesmo Artigo
tico”. está estabelecido que as
portas de patamar são
obrigatoriamente de
fecho automático.

118
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Art.28, nrº4:
“Nos edifícios com
altura superior a 28 m os
elevadores podem
comunicar directamente
com as circulações
horizontais comuns
desde que satisfeitas as
condições expressas no
n.º 1, com excepção dos
prioritários de bombei-
ros que devem ser
servidos por um átrio
com acesso directo à
câmara corta-fogo que
protege a escada e
contém os meios de
combate a incêndio”.
4.1.15 -Isolamento Art.101:
da casa das máqui- As casas de máquinas de elevadores com carga
nas nominal superior a 100 kg, quando existam, devem
ser instaladas em locais próprios, reservados a
pessoal especializado e isolados dos restantes
espaços do edifício, com excepção da caixa do
elevador ou da bateria de elevadores, por elemen-
tos de construção que garantam a classe de resis-
tência ao fogo padrão:
a) EI 60, para as paredes não resistentes;
b) REI 60, para os pavimentos e as paredes resis-
tentes;
c) E 30 C, para as portas.

119
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
4.1.16 - Ductos Art 29, nrº2 que remete para Art. 14 nrº7: Art. 29, nrº2:
A passagem de canalizações ou condutas através “São aplicáveis as dispo-
destes elementos devem ser seladas ou ter registos sições específicas do
corta- fogo com características de resistência ao presente regulamento
fogo padrão iguais aos elementos que atravessam, relativas às instalações a
ou a metade desse tempo se passarem em ductos e que respeitam, sempre
desde que a porta de acesso ao ducto garanta, que sirvam locais de
também, metade desse valor. risco C ou os edifícios
ultrapassem a altura de
Art.30 nrº2, 9 m ou possuam locais
Sem prejuízo do disposto no n.o 7 do Artigo 14.º, é de risco D ou E”.
considerado suficiente que as paredes das condu-
tas, das canalizações ou dos ductos que as alojem, Art. 29, nrº3:
apresentem classe de resistência ao fogo padrão “Estão excluídos os
não inferior a metade da requerida para os ele- ductos ou condutas em
mentos de construção que atravessem. espaços exclusivamente
afectos à utilização-tipo
Art. 32 nrº4: I, nas condições referi-
Sem prejuízo do disposto no n.o 7 do Artigo 14.º, as das no n.º 7 do Artigo
portas de acesso devem ser da classe de resistência 14.º”.
ao fogo padrão E 30 C, se a altura do edifício for
menor ou igual a 28m, ou E 60 C, nas restantes Art. 14, nrº8:
situações. “Estão excluídos da
exigência do número
anterior os ductos ou
condutas a que se refere
a NP 1037, em espaços
exclusivamente afectos
à utilização-tipo I, desde
que respeitem as condi-
ções definidas nas
partes aplicáveis dessa
norma”.

120
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Art. 30, nr1:
“O isolamento das
condutas e das canaliza-
ções dos edifícios pode
ser obtido por:
a) Alojamento em
ductos;
b) Atribuição de resis-
tência ao fogo às pró-
prias canalizações ou
condutas;
c) Instalação de disposi-
tivos no interior das
condutas para obtura-
ção automática em caso
de incêndio”.
4.1.17 -Condutas de Art.31, nrº3: Art. 31, nrº8:
ventilação e trata- Devem ser dotadas de meios de isolamento que “As exigências de resis-
mento do ar garantam a classe de resistência ao fogo padrão tência ao fogo expressas
exigida para os elementos atravessados: nos números anteriores
a) As condutas ou canalizações com diâmetro podem ser asseguradas
nominal superior a 75 mm, ou secção equivalente, apenas nos pontos de
que atravessem paredes ou pavimentos de com- atravessamento das
partimentação corta-fogo ou de separação entre paredes ou dos pavi-
locais ocupados por entidades distintas; mentos no caso de
b) As condutas que conduzam efluentes de com- condutas isoláveis por
bustão provenientes de grupos geradores, centrais meio de dispositivos de
térmicas, cozinhas e aparelhos de aquecimento obturação automática
autónomos. em caso de incêndio”.

Art31, nrº4:
As exigências expressas na alínea a) do número
anterior são consideradas satisfeitas nos seguintes
casos:

121
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

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combate ao
incêndio
a) Condutas metálicas com ponto de fusão superior
a 850º C;
b) Condutas de PVC da classe B com diâmetro
nominal não superior a 125 mm, desde que dota-
das de anéis de selagem nos atravessamentos, que
garantam a classe de resistência ao fogo padrão
exigida param os elementos atravessados
4.1.18 -Condutas que Art.31, nrº3: Art. 31, nrº8:
possuam um diâme- Devem ser dotadas de meios de isolamento que “As exigências de resis-
tro nominal superior garantam a classe de resistência ao fogo padrão tência ao fogo expressas
a 315 mm ou secção exigida para os elementos atravessados: nos números anteriores
equivalente a) As condutas ou canalizações com diâmetro podem ser asseguradas
nominal superior a 75 mm, ou secção equivalente, apenas nos pontos de
que atravessem paredes ou pavimentos de com- atravessamento das
partimentação corta-fogo ou de separação entre paredes ou dos pavi-
locais ocupados por entidades distintas; mentos no caso de
b) As condutas que conduzam efluentes de com- condutas isoláveis por
bustão provenientes de grupos geradores, centrais meio de dispositivos de
térmicas, cozinhas e aparelhos de aquecimento obturação automática
autónomos. em caso de incêndio”.

Art31, nrº4:
As exigências expressas na alínea a) do número
anterior são consideradas satisfeitas nos seguintes
casos:
a) Condutas metálicas com ponto de fusão superior
a 850 ºC;
b) Condutas de PVC da classe B com diâmetro
nominal não superior a 125 mm, desde que dota-
das de anéis de selagem nos atravessamentos, que
garantam a classe de resistência ao fogo padrão
exigida param os elementos atravessados

122
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
4.1.19 - Adufas Art. 31, nrº6: Art. 30, nr1:
ramais de descarga e Devem ser estanques e garantir uma resistência ao “O isolamento das
tubos de queda das fogo EI 60 condutas e das canaliza-
condutas de evacua- ções dos edifícios pode
ção do lixo Art.30 nrº2 e Art. 14 nrº7: ser obtido por:
As canalizações, ductos e paredes das condutas a) Alojamento em
devem apresentar metade da resistência ao fogo ductos;
do elemento que atravessam b) Atribuição de resis-
tência ao fogo às pró-
prias canalizações ou
condutas;
c) Instalação de disposi-
tivos no interior das
condutas para obtura-
ção automática em caso
de incêndio”.
4.1.20 -Condutas das Art 138, nrº1: Art 138, nrº2:
instalações de con- As condutas das instalações devem ser construídas “No caso de alojamento
trolo de fumo com materiais da classe A1 e garantir classe de das condutas em ductos,
resistência ao fogo padrão igual à maior das reque- estes só podem conter
ridas para as paredes ou pavimentos que atraves- quaisquer outras canali-
sem, mas não inferior a EI 15, ou ser protegidas por zações ou condutas se
elementos da mesma classe. aquelas assegurarem a
resistência ao fogo
exigida no número
anterior”.
4.1.21 - Fontes de Art. 16: Art. 16, nrº2:
energia de emergên- As cablagens eléctrica e de fibra óptica e as de “Constituem excepção
cia sistemas de energia ou sinal, bem como os seus ao disposto no número
acessórios, tubos e meios de protecção, que sirvam anterior os percursos de
os sistemas de segurança devem ficar embebidos, cablagem no interior de
ou protegidos em ducto próprio ou, em alternativa, câmaras corta-fogo e de
garantir as classes de resistência, P ou PH, com os vias de evacuação
respectivos escalões de tempo exigidos no presen- protegidas, horizontais e

123
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
te regulamento. verticais”.

Art. 77, nrº3, Quadro XXXIV:


Os circuitos eléctricos ou de sinal das instalações de
segurança, incluindo condutores, cabos, canaliza-
ções e acessórios e aparelhagem de ligação, devem
ser constituídos, ou protegidos, por elementos que
assegurem em caso de incêndio, a sua integridade
durante o tempo necessário à operacionalidade das
referidas instalações, nomeadamente respeitando
as disposições do Artigo 16.º com os escalões de
tempo mínimos constantes do quadro XXXIV:

Retenção de portas resistentes ao fogo, obturação


de outros vãos e condutas, bloqueadores de esca-
das mecânicas, sistemas de alarme e detecção de
incêndios e de gases combustíveis, ou dispositivos
independentes com a mesma finalidade, e cortinas
obturadoras:
1º e 2º categoria de risco – 15 min
2º e 3º categoria de risco – 30 min

Iluminação de emergência e sinalização de segu-


rança e comandos e meios auxiliares de sistemas
de extinção automática:
1º e 2º categoria de risco – 30 min
2º e 3º categoria de risco – 60 min

Controlo de fumo, pressurização de água para


combate ao incêndio, ascensores prioritários de
bombeiros, ventilação de locais afectos a serviços
eléctricos, sistemas e meios de comunicação ne-
cessários à segurança contra incêndio, pressuriza-
ção de estruturas insufláveis e sistema de bomba-

124
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
gem para drenagem de águas residuais:
1º e 2º categoria de risco – 60 min
2º e 3º categoria de risco – 90 min
4.1.22 - Zonas de Art.17, nrº2:
utilização mista Nas situações distintas das referidas no número
anterior, a coexistência num mesmo edifício de
espaços ocupados por diferentes utilizações-tipo,
deve satisfazer as seguintes condições:
a) Para efeitos de isolamento e protecção, os
espaços ocupados por diferentes utilizações-tipo
devem ser separados por paredes e pavimentos
cuja resistência ao fogo padrão, EI ou REI, seja a
mais gravosa das indicadas no quadro X abaixo:
1º categoria de risco – 60 minutos;
2º categoria de risco – 90 minutos;
3º categoria de risco – 120 minutos;
4º categoria de risco – 180 mintuos;
4.1.23 – Arrecada- Art. 209, nrº11: Art. 209, nrº2:
ções dos condóminos As arrecadações integradas nestes núcleos devem “As arrecadações dos
possuir paredes da classe de resistência ao fogo condóminos devem
padrão EI ou REI 30 ou superior, nada sendo exigí- constituir um ou mais
vel relativamente às respectivas portas. núcleos e não poderão
localizar-se aleatória e
Art. 209, nrº9: isoladamente, designa-
Quando a totalidade de um piso for ocupada por damente em espaços
núcleos de arrecadações, os vãos de acesso às vias reservados à utilização-
verticais devem ser protegidos: tipo II «parque de esta-
a) Através de portas EI 60 C, no caso de se tratar do cionamento» quando
último piso do edifício; exista.”
b) Através de câmara corta-fogo dotada de portas
EI 30 C, nos restantes pisos.
Art. 209, nrº3:
“Os núcleos a que se
refere o número ante-
rior devem constituir um

125
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
compartimento corta-
fogo independente e ser
convenientemente
ventilados, no mínimo,
conforme se explicita no
n.º 13 deste artigo.”

Art. 209, nrº4


“A envolvente do com-
partimento corta-fogo a
que se refere o número
anterior deve possuir
uma resistência ao fogo
padrão, com um mínimo
de EI 60 e os vãos de
acesso ao núcleo devem
ser da classe de resis-
tência ao fogo padrão EI
30 C ou superior.”
4.2 - As características com- 4.2.1 - Fachadas Art. 7, nrº 9, Quadro III:
bustíveis dos materiais Nos edifícios com mais de um piso em elevação, a
classe de reacção ao fogo dos revestimentos exte-
riores aplicados directamente sobre as fachadas,
dos elementos transparentes das janelas e de
outros vãos, da caixilharia e dos estores ou persia-
nas exteriores, deve ser, de acordo com a altura do
edifício, igual ou superior à indicada:

Sem aberturas:
Revestimentos:
1º e 2º categoria de risco – D-s3 d1 ;
3º e 4º categoria de risco – C-s3 d1 ;

126
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combate ao
incêndio
Com aberturas:
Revestimentos e elementos transparentes:
1º e 2º - C-s2 d0 ;
3º e 4º categoria de risco – B-s2 d0;

Caixilharia e estores ou persianas:


1º e 2º categoria de risco – D-s3 do ;
3º e 4º categoria de risco – C-s3 d0
4.2.2 - Materiais de Art. 7, nrº 10, Quadro IV:
revestimento exteri- Nos edifícios com mais de um piso em elevação, a
or cirando caixa de ar classe de reacção ao fogo dos elementos de reves-
timento descontínuos, fixados mecanicamente ao
suporte e afastados das fachadas deixando uma
caixa de ar, deve respeitar os valores indicados:

Estrutura de suporte do sistema de isolamento:


1º categoria de risco – C-s2 do ;
2º categoria de risco – B-s2 d0 ;
3º e 4º categoria de risco - A2-s2 d0;

Revestimento da superfície externa e das que


confinam o espaço de ar ventilado:
1º categoria de risco – C-s2 d0 ;
2º categoria de risco - B-s2 d0 ;
3º e 4º - A2;

Isolante térmico:
1º categoria de risco- D-s3 d0 ;
2º categoria de risco- B-s2 d0 ;
3º e 4º categoria de risco - A2-s2 d

127
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combate ao
incêndio
4.2.3 - Sistemas Art. 7, nrº 11, Quadro V:
compósitos para Nos edifícios com mais de um piso em elevação, a
isolamento térmico classe de reacção ao fogo dos sistemas compósitos
exterior com reves- para isolamento térmico exterior com revestimen-
timento sobre isolan- to sobre isolante (etics) e do material de isolamen-
te «ETICS» e do to térmico que integra esses sistemas deve ser,
material de isola- pelo menos, a indicada:
mento térmico
Sistema completo:
1º categoria de risco - C-s3,d0 ; 2º - B-s3,d0 ;
3º e 4º categoria de risco - B-s2,d0 ;

Isolante térmico:
1º categoria de risco - E-d2 ;
2º categoria de risco - E-d2 ;
3º e 4º categoria de risco - B-s2,d0
4.2.4 - Coberturas Art. 10, nrº6: Art.10, nrº6:
Na existência de vão em paredes exterior sobran- “A existência de vãos em
ceiros a coberturas ou outros corpos do edifício: paredes exteriores
Cobertura com uma faixa de 4m com reacção ao sobranceiros a cobertu-
fogo A1 ras de outros edifícios
ou de outros corpos do
Art. 10, nrº10 mesmo edifício só é
O Revestimento de cobertura em terraço deve ter permitida se os materi-
uma classe de reacção ao fogo mínima igual à ais de revestimento
indicada: dessa cobertura garanti-
1º e 2º categoria de risco - EFL ; rem a classe de reacção
3º e 4 categoria de risco – A2FL-s1 ao fogo A1 numa faixa
com a largura de 4 m
Art. 10, nrº11: medida a partir da
O Revestimentos exterior de cobertura inclinada parede”.
deve ter uma classe de reacção ao fogo - C-s2 d0;

128
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Art. 10, nrº12:
Os elementos de obturação dos vãos praticados na
cobertura para iluminação, ventilação ou outras
finalidades, e situados fora da faixa indicada no n.º
5, devem ser constituídos por materiais da classe
A1.
4.2.5 - Revestimento Art. 39, Quadro XXIII: Como não há referência
de vias de evacuação As classes mínimas de reacção ao fogo dos materi- às utilizações-tipo no Art.
horizontais ais de revestimento de pavimentos, paredes, tectos 26, nrº 4 assumiu-se que
e tectos falsos em vias de evacuação horizontais os pisos abaixo do plano
são as indicadas: de referência estão asso-
ciados à utilização tipo II.
Paredes e tectos:
Ar live ou 1º categoria de risco – C-s3 d1 ;
2º categoria de risco - C-s2 d0 ;
3º e 4º categoria de risco – A2-s1 d0;

Pavimentos:
Ar live ou 1º categoria de risco – DFL-s3 ;
2º categoria de risco - CFL-s2 ;
3º e 4º categoria de risco – CFL -s1 ;
4.2.6 - Revestimen- Art. 40, Quadro XXIV:
tos de vias de evacu- As classes mínimas de reacção ao fogo dos materi-
ação verticais e ais de revestimento de pavimentos, paredes, tectos
câmaras corta-fogo e tectos falsos em vias de evacuação verticais e
câmaras corta-fogo são as indicadas:

No exterior:
Paredes e tectos – B-s3 d0 ; pavimentos - CFL –s3 ;

No interior:
Paredes e tectos:
1º e 2º categoria de risco - A2-s1 d0 ;
3º e 4º categoria de risco - A1 ;

129
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Pavimentos :
1º e 2º categoria de risco - CFL-s1 ;
3º e 4º categoria de risco - CFL –s1
4.2.7 - Revestimen- Art. 41, Quadro XXV: Note-se que nos locais de
tos de locais de risco As classes mínimas de reacção ao fogo dos materi- risco A assumiu-se um
ais de revestimento de pavimentos, paredes, tectos erro de tipografia, pois
e tectos falsos de local de risco: para os pavimentos
estava estabelecida um
Local de risco A Euroclasse EFL-s2 que não
Paredes e tectos – D-s2 d2 ; está disponível no Decre-
pavimentos - EFL–s2; to-Lei.
4.2.8 - Caixas de Art. 42, nrº1: Art. 42, nrº2:
elevadores, condu- Os materiais utilizados na construção ou no reves- “Os septos dos ductos
tas, ductos ou quais- timento de caixas de elevadores, condutas e duc- referidos no número
quer comunicações tos, ou quaisquer outras comunicações verticais anterior, se existirem,
verticais dos edifícios dos edifícios, devem ter uma reacção ao fogo da devem possuir a mesma
classe A1. classe de reacção ao
fogo que os ductos”.
4.2.9 - Tectos falsos Art. 43, nrº1: Art. 43, nrº2:
Os materiais dos tectos falsos, com ou sem função “Os materiais de equi-
de isolamento térmico ou acústico devem garantir pamentos embutidos
o desempenho de reacção ao fogo não inferior ao em tectos falsos para
da classe C-s2 d0 difusão de luz, natural
ou artificial, não devem
Art. 43, nrº2: ultrapassar 25% da área
Os materiais de equipamentos embutidos em total do espaço a ilumi-
tectos falsos para difusão de luz, natural ou artifici- nar”.
al, não devem ultrapassar 25% da área total do
espaço a iluminar e devem garantir uma reacção ao
fogo, pelo menos, da classe:
D-s2 d0.

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Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Art 43, nrº3:
Todos os dispositivos de fixação e suspensão de
tectos falsos devem garantir uma reacção ao fogo
da classe A1.
4.2.10 - Elementos Art. 45, nrº1: Art. 45, nrº1:
em relevo ou sus- Elementos de informação, sinalização, decoração “Os elementos de in-
pensos ou publicitários dispostos em relevo ou suspensos formação, sinalização,
em vias de evacuação: B-s1 d0 decoração ou publicitá-
rios dispostos em relevo
Art.45, nrº3: ou suspensos em vias de
Em quadros, tapeçarias, obras de arte em relevo ou evacuação, não devem
suspensos em paredes, o revestimento destes deve ultrapassar 20 % da área
garantir uma reacção ao fogo da classe A1. da parede ou do tecto”.

Art. 45, nrº3:


“Podem ser excepciona-
dos da exigência de
desempenho de reacção
ao fogo referida nos
números anteriores
quadros, tapeçarias,
obras de arte em relevo
ou suspensos em pare-
des, desde que o reves-
timento destas garanta
uma reacção ao fogo da
classe A1”.

Art. 45, nrº4:


“Não é permitida a
existência de reposteiros
ou de outros elementos
suspensos, transversal-
mente ao sentido da

131
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
evacuação, nas vias de
evacuação e nas saídas
de locais de risco B, C, D,
E ou F”.
4.2.11- Materiais de Art. 48 remete para Art. 41, Quadro XXV: Idem 4.2.7
correcção acústica As classes mínimas de reacção ao fogo dos materi-
ais de revestimento de pavimentos, paredes, tectos
e tectos falsos de local de risco A:
Paredes e tectos – D-s2 d2 ;
pavimentos - EFL–s2 ;

Local de risco B:
Paredes e tectos: D2-s1 d0 ;
Pavimentos : CFL-s2
4.2.12 - Elementos Art. 49 nrº2: Art.49, nrº1:
de decoração tempo- É permitida a utilização de materiais da classe de “As plantas artificiais,
rária reacção ao fogo não especificada dos elementos de árvores de natal ou
decoração outros
temporária de espaços interiores destinados a elementos sintéticos
festas, exposições ou outras manifestações extra- semelhantes, devem
ordinárias, desde que aplicados em suportes da estar afastados de
classe de reacção ao fogo D-s1 d0, no caso de qualquer fonte de calor,
tectos e paredes, ou DFL-s1, no caso de pavimen- a uma distância adequa-
tos. da à potência desta”.

Art.49, nrº2:
“É permitida a utilização
de materiais da classe
de reacção ao fogo não
especificada dos ele-
mentos de decoração
temporária de espaços
interiores destinados a
festas, exposições ou

132
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
outras manifestações
extraordinárias, desde
que aplicados em supor-
tes da classe de reacção
ao fogo D-s1 d0, no caso
de tectos e paredes, ou
DFL-s1, no caso de
pavimentos, e sejam
adoptadas as medidas
de autoprotecção pre-
vistas no Artigo 195.º
para alterações de
uso, lotação ou configu-
ração de espaços”.
4.2.13 – Arrecada- Art. 209, nrº12:
ções dos condóminos Os materiais de revestimento de paredes e tectos
devem ser, no mínimo, da classe de reacção ao
fogo A2-s1 d0 e os do piso da classe BFL-s2.

5 - Controlo dos 5.1 - Natureza e concentração Não está especificado. Os parâmetros exigi-
produtos de dos gases de combustão dos pela norma ISO
combustão não estão explícitos
na regulamentação
portuguesa. Tal
justifica-se pelo facto
de estes parâmetros
exigirem estudos que
identifiquem e avali-
em as dinâmicas
existentes entre os
vários subsistemas,
que a filosofia EBD
aborda assertivamen-
te, e que a legislação
nacional, de índole

133
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
maioritariamente
prescritiva, não
expõe, considerando-
se implícitos nas
medidas prescritas.

Pode-se exemplificar
o referido no seguinte
dimensionamento:

Segundo as indica-
ções da norma ISO
15928-4, pretende-se
que este parâmetro
controle a concentra-
ção de efluentes de
combustão e a forma
em que esta interfere
na capacidade da
fuga.
Para responder a esta
exigência há que
averiguar a forma em
que os vários subsis-
temas interferem
entre si. Isto é, para
calcular a concentra-
ção de efluentes de
combustão que pode
inviabilizar a fuga, há
que considerar as
relações existentes
entre a emissão de
efluentes (que deriva

134
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
das características
combustíveis dos
materiais), o fluxo
com que os mesmos
são extraídos (que
deriva dos sistemas
de controlo dos
efluentes) e do tempo
que os ocupantes
estão expostos aos
efluentes (que pode
derivar das distâncias
percorridas na fuga).
Este tipo de relações
é frequente na filoso-
fia EBD, já a filosofia
prescritiva estabelece
unicamente soluções
construtivas genéri-
cas, pelo que não
pode controlar este
tipo de relações.
5.2 - Interdição de visão pelos Não está especificado. Idem 5.1
efluentes da combustão
6 - Meios de 6.1 - Número e localização dos 6.1.1 - Número de Não está especificado. É de realçar que os
fuga meios de fuga saídas parâmetros estabele-
cidos pela directiva da
ISO não abordam a
largura das vias de
evacuação, sendo
esta uma matéria
com bastante enfase
na regulamentação
actual.

135
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
6.1.2 - Vias verticais Art. 64 nrº1: Idem 3.1.3.1 Idem 6.1.1
de evacuação O número de vias de evacuação está dependente
das limitações à distância a percorrer por piso
Art. 64 nrº 2:
Os edifícios com uma altura superior a 28 m, em
relação ao plano de referência, devem possuir pelo
menos duas vias verticais de evacuação.
6.1.3 - Vias horizon- Art. 61, nrº2: I Idem 3.1.3.1 Idem 6.1.1
tais de evacuação A distância máxima a percorrer de qualquer ponto
as vias horizontais de evacuação, medida segundo
o seu eixo, até uma saída para o exterior ou uma
via de evacuação vertical protegida, não deve
exceder:
b) 15 m, em impasse, nos restantes casos;
c) 30 m, quando não está em impasse.

Art.61, nº3:
A distância referida na alínea c) do número anterior
é reduzida para 20 m:
a) Em pisos situados a uma altura superior a 28 m,
em relação ao plano de referência;
b) Em pisos abaixo do plano de referência, excepto
na utilização-tipo II;

Art. 61, nr4:


No caso de vias horizontais exteriores, são admissí-
veis distâncias máximas do dobro do referido

136
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
6.2 - Distância máxima percor- 6.2.1 - Vias horizon- Art. 61, nrº2: No caso de existir arre- Há uma discrepância Idem 6.1.1
rida para a fuga tais de evacuação A distância máxima a percorrer de qualquer ponto cadações de condómi- entre os Art. 57 e Art.61.
as vias horizontais de evacuação, medida segundo nos: Enquanto no Art.61, nrº2
o seu eixo, até uma saída para o exterior ou uma b) não há qualquer refe-
via de evacuação vertical protegida, não deve Art. 209, nrº7: rência a excepções quan-
exceder: “A distância máxima a do estipula a distância
b) 15 m, em impasse, nos restantes casos; percorrer na horizontal, máxima a percorrer, o
c) 30 m, quando não está em impasse. dentro deste comparti- Art, 57 nrº2 a) excepciona
mento corta-fogo, deve utilizações-tipo I da 1º
Art.61, nº3: ser de 30 m quando categoria de risco.
A distância referida na alínea c) do número anterior exista mais do que uma Vai-se assumir o Art.61
é reduzida para 20 m: saída e de 15 m quando por ser o mais conservati-
a) Em pisos situados a uma altura superior a 28 m, em impasse.” vo.
em relação ao plano de referência;
b) Em pisos abaixo do plano de referência, excepto
na utilização-tipo II;

Art.61, nrº4
No caso de vias horizontais exteriores, são admissí-
veis distâncias máximas do dobro das constantes
nos n.º 2 e 3 do presente Artigo.
6.2.2 - Vias verticais Art. 64 nrº 2: Art. 64, nrº 6: Não há referência às
de evacuação Os edifícios com uma altura superior a 28 m, em “Com a excepção previs- distâncias a percorrer
relação ao plano de referência, devem possuir pelo ta no número seguinte, (verticalmente) nestas
menos duas vias verticais de evacuação. as vias que sirvam pisos vias de evacuação, contu-
situados abaixo do piso do a mesma está princi-
Art. 64 nrº3: do plano de referência palmente condicionada
Sempre que sejam exigíveis duas ou mais vias não devem comunicar pela distância ao piso do
verticais de evacuação que sirvam os mesmos pisos directamente com as plano referência.
de um edifício, os vãos de acesso às escadas ou às que sirvam os pisos
respectivas acima desse plano”.
câmaras corta-fogo, caso existam, devem estar a
uma distância mínima de 10 m, ligados por comu- Art. 64, nrº 7:
nicaçãohorizontal comum. “O disposto no número

137
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
anterior é dispensado
Art. 64 nrº 4: nas utilizações-tipo
As vias verticais de evacuação devem, sempre que classificados na 1.ª e 2.ª
possível, ser contínuas ao longo da sua altura até categoria de riscos de
ao piso risco, que ocupem um
ao nível do plano de referência mais próximo dos número de pisos não
pisos superior a três”.
que servem.
No caso de existir arre-
Art. 64 nrº 5: cadações de condómi-
Quando, excepcionalmente, o desenvolvimento nos:
de uma via não for contínuo, os percursos horizon-
tais de Art. 209, nrº7:
ligação devem ter traçado simples e claro, compri- “A distância máxima a
mento percorrer na horizontal,
inferior a 10 m e garantir o mesmo grau de isola- dentro deste comparti-
mento e mento corta-fogo, deve
protecção que a via vertical. ser de 30 m quando
exista mais do que uma
saída e de 15 m quando
em impasse.”
7 - Segurança 7.1 - Período de tempo que a 7.1.1 - Elementos Art. 15, nr 1:
estrutural segurança estrutura é crível estruturais Apenas suporte:
1º categoria de risco - R30 ;
2º categoria de risco - R60 ;
3º categoria de risco - R 90 ;
4º categoria de risco - R120

Suporte e compartimentação:
1º categoria de risco - REI 30 ;
2º categoria de risco - REI 60 ;
3º categoria de risco - REI 90 ;
4º categoria de risco - REI 120

138
Anexo A1 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo I

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
7.1.2 - Cobertura Art. 10 nr 8:
Em terraço devem ter uma categoria de risco de
resistência ao fogo REI e o escalão de tempo exigi-
do para elementos da utilização tipo que serve;
Nos restantes casos, em edifícios de media altura,
considera-se suficiente elementos de categoria de
risco A1;

139
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

140
Anexo A2

Anexo A2 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Re-


gulamentação Nacional, para utilização-tipo II

Neste Anexo apresenta-se uma tabela que condensa a informação resultante de confronto entre os parâme-
tros da Norma ISO 15928-4 e a regulamentação nacional, para utilização-tipo II. Esta tabela é constituída por
sete colunas:

 Agente – Nesta coluna lista-se cada um dos aspectos considerados relevantes para a avaliação da se-
gurança contra incêndio em edifícios (ISO 15928-4);
 Parâmetros – Nesta coluna são colocados todos os parâmetros essências para a caracterização dos
agentes (ISO 15928-4);
 Elemento do subsistema de combate ao incêndio – Esta coluna dá uma indicação da correspondência
entre os parâmetros sugeridos pela norma ISO 15928-4 e os elementos do subsistema de combate a
incêndio que constam na legislação nacional;
 Regulamento – Nesta coluna estão dispostas as exigências da directiva internacional com reciprocida-
de na legislação nacional. Assim são depositados todos os Artigos que materializem a referida conver-
gência. Importa realçar que nesta coluna quando o texto refere um Artigo (Art. X) pretende-se identi-
ficar o Artigo X da portaria nº 1532/2008. Sempre que se pretende referir algum Artigo do Decreto-Lei
220/2008, a indicação fornecida é (Decreto-Lei, Art. X);
 Especificação – Esta coluna fornece informações complementares às descritas na coluna “Regulamen-
to”, já que por vezes o Artigo da legislação de um complemento fornecidos por outros Artigos. Deste
modo, pode-se definir que a coluna “Regulamentos” disponibiliza exclusivamente a permuta dos pa-
râmetros e subsistemas para a legislação nacional, enquanto a coluna “Especificações” fornece,
quando necessário, um enquadramento com toda envolvente;
 Notas – Sempre que na legislação vigente se detecte alguma prescrição pouco precisa, que obrigue a
interpretações pessoais, ou se identifiquem prescrições contraditórias, as mesmas são mencionadas
nesta coluna;
 Comentários – Esta coluna é disponibilizada para estabelecer comentários críticos relativos às imposi-
ções da norma ISO, da legislação portuguesa, ou mesmo das paridades detectadas, segundo o prisma
das filosofias estudadas (prescritiva e EBD).

141
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

142
Anexo A2 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo II

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
1 - Descrição 1.1 - Natureza do fogo Não há referências à natureza do incêndio nos Embora a regulamentação A “liberdade” conce-
das acções do regulamentos nacionais. nacional não faça refe- dida aos projectistas
fogo Apresenta-se noutras pesquisas bibliográficas as rência explícita aos dife- para apresentar as
seguintes classes de incêndio (Ventura, 2006) rentes tipos de fogo, soluções construtivas
(BAKAUS Portugal, 2011): autores como (BAKAUS que considerem mais
Classe A – fogos de sólidos (ou fogos secos): Portugal, 2011) e adequadas para
Fogos que resultam da combustão de materiais (Ventura, 2006) conside- alcançar o desempe-
sólidos, geralmente à base de celulose, os quais ram esta classificação nho pretendido (em
normalmente dão origem a brasas; crucial . regulamentos basea-
As respostas singulares de dos no desempenho e
Classe B – Fogos de líquidos (ou fogos gordos): cada uma destas classes na informação do
Fogos que resultam da combustão de líquidos ou Figura A2.1 - Esquemati- aos agentes extintores risco) torna a identifi-
sólidos liquidificáveis; zação das classes de são preponderantes na cação das classes de
fogo (BAKAUS Portugal, construção de um regu- incêndio e respecti-
Classe C – Fogos de gases: 2011). lamento credível e efici- vos agentes crucial.
Fogos que resultam da combustão de gases; ente.
Realça-se que embora a O controlo do risco
Classe D – Fogos de metais: Portaria n.º 1532/2008, técnico inerente tem
Fogos de que resultam da combustão de matais. não explicite as várias intrínseca a previsão
classes de fogo, este da evolução do
conceito é referido quan- sinistro, e consequen-
do se assume a possibili- te eficácia das medi-
dade da utilização de das de protecção
agente extintores diferen- (activas ou passivas),
tes da água (Art. que obriga a um
175,176). estudo integrado da
classe de incêndio e o
sistema de extinção
do mesmo. Dado que
a eficácia do agente
extintor é consequên-
cia directa classe de
incêndio, interessa
prever quais as clas-

143
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
ses de incêndio
susceptíveis de defla-
grar num determina-
do local. Só desse
modo é possível
optar, de forma
devidamente funda-
mentada, pelo melhor
sistema de combate
ao incêndio e supor-
tar as imprescindíveis
previsões da evolução
do incêndio.

Dá-se como exemplo


o combate a um
incêndio de classe B.
Nestes casos os
agentes extintores a
utilizados devem-se
restringir ao pó
químico “BC”, dióxido
de carbono (CO2) e
espuma mecânica.
Note-se que a utiliza-
ção de água como
agente extintor terá
um efeito contrário
ao desejado, incenti-
vando à propagação
do incêndio
(HYDRANT, 2009).

Não obstante, a

144
Anexo A2 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo II

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
flexibilidade associa-
da à filosofia EBD não
se deve confundir
com a ausência de
prescrições detalha-
das quanto à classe
de incêndio e agente
extintor mais apropri-
ado para o caso em
questão. Esta “liber-
dade” da equipa de
projectistas é impera-
tivamente contrapos-
ta com o respeito de
níveis de desempe-
nho e segurança
convenientemente
detalhados, que a
legislação nacional
não contempla.
1.2 - Características dos ocupan- Decreto-Lei Art. 10 nrº1 c) e nrº3 n) vs Portaria Existe uma discrepância Este parâmetro tem
tes 1532/2008, Art .211 nrº3 entre o estipulado no pouco detalhe na
Decreto-Lei n.º 220/2008, regulamentação
Na realidade não refere ocupação, Esta referência é Art.10 onde se refere que Nacional, onde há
feita por analogia com os locais de risco da utiliza- estacionamentos (utiliza- uma referência ao
ção-tipo I, local risco A e B. ção tipo II) destinados a efectivo presente e à
servir utilizações-tipo I percentagem de
Art. 211, nrº3: não se incluem em locais ocupantes com
Os estacionamentos colectivos cobertos são consi- de risco C. limitações motoras
derados locais de risco C. Já o Art. 211 da portaria ou de percepção do
n.º 1532/2008 refere que alarme. Dado que
todos os estacionamentos este foi um dos
são locais de risco C. parâmetros avança-
dos pela norma

145
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
As discrepâncias constan- internacional ISO
tes na identificação da 15928-4 para a defi-
categoria de risco ou nição do desempe-
utilização tipo dos estaci- nho, o grau de deta-
onamentos, que vêm lhe que este parâme-
apesar de tudo realçar a tro encontra na
peculiaridade e as exigên- legislação nacional
cias adicionais nestas não se compadece
zonas, são claramente um com o exigível para a
ponto antagónico na definição de classes
regulamentação Portu- de desempenho
guesa. Independentemen-
te das interacções entre
cada classificação acima
especificada, estas têm
requisitos diferentes pelo
que adopção de uma
invalida a outra.

As utilizações tipo e locais


de risco são definidos em
separado e só os últimos
definem o efectivo, logo
este parâmetro não é
apresentado com grande
detalhe.
Não obstante, o efectivo é
utilizado como critério de
dimensionamento, por
exemplo para o estabele-
cimento do número de
vias de saídas ou da
largura das vias de evacu-
ação. (Art.54 e Art. 56).

146
Anexo A2 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo II

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
2 - Aviso 2.1 - Número de dispositivos Art. nrº116 ,nrº1: Este ponto aborda simul- A instalação de alguns
prévio Os edifícios devem ser equipados com instalações taneamente os sistemas dispositivos de alerta
que permitam detectar o incêndio e, em caso de Figura A2.2 - Detector de difusão do alerta e de e alarme está definida
emergência, difundir o alarme para os seus ocu- automático (Garraio, alarme. Tal deve-se às de forma flexível. As
pantes, alertar os bombeiros e accionar sistemas e 2006). configurações das instala- indicações da legisla-
equipamentos de segurança. ções de alarme instituídas ção nacional (mais
(Art. 125) contarem com concretamente o Art.
Art. 116, nrº3: ambos os sistemas. 120) em que a deci-
Estão isentos de cobertura por detectores automá- são dos locais de
ticos os espaço que cumulativamente: Figura A2.3 - Botão de O Art. 120, referente aos instalações dos
a)Estejam totalmente protegidos por sistemas fixos accionamento de alarme dispositivos de detecção dispositivos de detec-
de extinção automática; (Garraio, 2006). automática, é muito ção automática cabe
b)Não possuam controlo de fumo por meios acti- subjectivo nas indicações ao construtor, é uma
vos; de instalação dos mes- característica comum
mos. Não são feitas aos EBD.
Art. 119: especificações quanto à Contudo, a falta de
Os dispositivos de accionamento manual de alarme instalação em desenvol- detalhes quanto ao
devem ser instalados nos caminhos horizontais de vimento. É possível que a nível de desempenho
evacuação; instalação conveniente e segurança que se
dos dispositivos esteja pretende com a
Art. 120: condicionada pelas carac- “instalação conveni-
Os dispositivos de detecção automática devem ser terísticas singulares de ente” pode invalidar
colocados em função da área a proteger, do seu cada aparelho e portanto esta aproximação.
conteúdo e actividade, cobrindo convenientemente sujeita às indicações de Esta questão pode ser
a área em causa. instalação do mesmo. explicada pela
quantidade e
Art 127, nrº 1: No Artigo 116 diz-se que modelos de
Em espaços cobertos e fechados, quando exclusiva, os locais totalmente detectores
deve ser dotada de configuração 3; protegidos por um siste- automáticos
ma de sprinklers (obriga- disponíveis no
Art 127, nrº 2: tórios para utilizações- mercado.
Se o edifício onde se insere estiver isento da obri- tipo II 2º categoria de É possível que a
gatoriedade de instalação de alarme, a utilização- risco ou superior com dois instalação convenien-
tipo II pode garantir somente a configuração 2, com ou mais pisos enterrados) te dos dispositivos

147
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
difusores de alarme exteriores nas caixas de esca- dispensam a dispositivos esteja condicionada
das e nas circulações comuns do edifício; de detecção automática. com as características
Contudo as configurações singulares de cada
Art 127, nrº 3: de alerta e alarme, dispo- aparelho, e portanto
Nos parques automáticos é dispensável a existência níveis no Artigo 125, sujeita às indicações
de sistema automático de detecção sempre que a obrigatórias para todas as de instalação do
desenfumagem se efectue por meios passivos. utilizações-tipo II con- mesmo.
templam detectores
Art. 130 nrº1: automáticos de incêndio.
Nos edifícios de utilização mista sem comunicações
interiores comuns às diversas utilizações-tipo,
aplica-se a cada uma delas a configuração do
sistema de alarme que lhe corresponderia em caso
de ocupação exclusiva, conforme o determinado
nos Artigos anteriores.

Art. 130, nrº2:


Nos edifícios de utilização mista com comunicações
interiores comuns, as instalações de alarme das
utilizações-tipo da 2.ª categoria de risco ou superi-
or devem ser da configuração 3, com excepção das
do tipo I e II, devendo existir ainda um quadro de
sinalização e, eventualmente, de comando, que
centralize todas as informações, localizado no
posto de segurança.

Art. 130, nrº3:


Quando um edifício de utilização mista incluir a
utilização-tipo I e dispuser de comunicações interi-
ores comuns com as outras utilizações-tipo, estas
devem ser dotadas de um sistema de alarme, pelo
menos, da configuração
2, com um difusor de alarme instalado na caixa de
escada.

148
Anexo A2 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo II

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Art.130, nrº4:
Se a escada referida no número anterior for en-
clausurada, deve ser instalado um difusor de alar-
me em cada patamar de acesso aos fogos.
2.2 - Localização dos dispositi- Altura: Idem 2.1
vos
Art. 119:
Os dispositivos de accionamento manual de alarme
devem ser instalados nos caminhos horizontais de
evacuação, sempre que possível junto às saídas dos
pisos e locais de risco, a cerca de 1,5m do pavimen-
to;

Art. 120:
Os dispositivos de detecção automática devem ser
colocados em função da área a proteger, do seu
conteúdo e actividade, cobrindo convenientemente
a área em causa;

Art. 121, nrº1:


Os difusores de alarme geral devem sempre que
possíveis ser instalados fora do alcance dos ocu-
pantes e, caso se situem a altura inferior a 2,25 m,
ser protegidos;

Desenvolvimento:

Art. 119:
Os dispositivos de accionamento manual de alarme
devem ser instalados nos caminhos horizontais de
evacuação;

149
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Art. 120:
Os dispositivos de detecção automática devem ser
colocados em função da área a proteger, do seu
conteúdo e actividade, cobrindo convenientemente
a área em causa;

Art. 130, nrº3:


Quando um edifício de utilização mista incluir a
utilização-tipo I e dispuser de comunicações interi-
ores comuns com as outras utilizações-tipo, estas
devem ser dotadas de um sistema de alarme, pelo
menos, da configuração
2, com um difusor de alarme instalado na caixa de
escada.

Art.130, nrº4:
Se a escada referida no número anterior for en-
clausurada, deve ser instalado um difusor de alar-
me em cada patamar de acesso aos fogos.
2.3 - Tipo de dispositivos As configurações das instalações de alarme estão Embora estas configura- A terminologia utilizada Idem 2.1
estabelecidas no Art. 125. ções não façam referên- no Art. 125 para definir as
cia aos meios humanos, diferentes configuração
estes estão implícitos das instalações de alarme
dado que condicionam o é algo dúbia, pelo que se
tipo de alarme emitido. recorreu ao Art. 122 como
Mais informações sobre auxílio.
este ponto estão dispos-
tas no Artigo 200. Contudo a componente “
Central de sinalização e
Art 125, com recurso ao comando” não exprime
Art. 122: de forma clara as seguin-
Configuração 1: tes exigências:
O sistema de alarme é
feito manualmente

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Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
através de botões de  “Alerta automático”,
accionamento de alar- não há referência a este
me. A central de sinali- termo no Art. 122, as-
zação e comando tem sumindo-se então ape-
unicamente a função de nas a exigência de insta-
assegurar uma fonte lação obrigatória;
local de alimentação de
emergência. A protecção  “Comandos” assume-
é parcial e a difusão do se o explicitado no
alarme dá-se apenas no Art.122, g),i), j));
interior do edifício.
 “Protecção” levanta
Configuração 2: dúvidas por não explici-
Este tipo de configura- tar o tipo pretendido
ção tem presente bo- (protecção passiva ou
tões de accionamento activa). Se for como
de alarme complemen- forma de exigir a pre-
tados por detectores sença de medidas de
automáticos. protecção, esse assunto
A central de sinalização já é tratado em outras
e comando deve assegu- secções da Portaria em
rar a temporização do causa.
sinal de alarme geral, a
existência de comandos
de comandos de accio-
namento e interrupção
de alarme geral, dos
sistemas e equipamen-
tos de segurança do
edifício e accionamento
do alerta. Deve ainda
contemplar uma fonte
de alimentação de
emergência.

151
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
A protecção é parcial e a
difusão do alarme dá-se
tanto no interior como
no exterior do edifício.

Configuração 3:
Este tipo de configura-
ção tem presente bo-
tões de accionamento
de alarme complemen-
tados por detectores
automáticos.
A central de sinalização
e comando deve assegu-
rar a temporização do
sinal de alarme geral e
controlo do alerta
automático, a existência
de comandos de accio-
namento e interrupção
de alarme geral, dos
sistemas e equipamen-
tos de segurança do
edifício e accionamento
do alerta. Deve ainda
contemplar uma fonte
de alimentação de
emergência.
A protecção é parcial e a
difusão do alarme dá-se
tanto no interior como
no exterior do edifício.

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
2.4 - Tipo de alarme emitido Art. 118, nrº 3: Considera-se que os A legislação nacional
Nos edifícios que não disponham de meios huma- conceitos de alarme com parece “aproxima-se”
nos para explorar uma situação de alarme restrito, sonoridade inconfundível da filosofia EBD nos
a actuação de um dispositivo de accionamento do ou mensagem de alarme seguintes pontos:
alarme deve provocar, de imediato, o funciona- que não crie pânico
mento do alarme geral. (Artigo 121) deveriam ser Ao estabelecer-se que
suportado por algumas o alarme deve soar o
Art. 118, nrº4: directivas complementa- tempo necessário à
Nos edifícios que disponham de meios humanos res que detalhassem os evacuação dos ocu-
para explorar uma situação de alarme restrito, pressupostos destes pantes, sem estipular
deve existir uma temporização entre os alarmes conceitos. intransigentemente
restrito e geral, de modo a permitir a intervenção esse valor (por exem-
do pessoal afecto à segurança, para eventual plo estabelecendo o
extinção da causa que lhe deu origem, sem proce- intervalo de tempo
der à evacuação. exigível por categoria
de risco) está-se a
Art. 118, nrº5: conceder ao projec-
A temporização referida no número anterior deve tista a liberdade e
ter duração adaptada às características do edifício responsabilidade de
e da sua exploração, devendo ainda ser previstos apresentar um pro-
meios de proceder à sua anulação sempre que seja jecto seguro e eficaz.
considerado oportuno.
Do mesmo modo não
Art. 200, nrº 3: adianta nenhum valor
Durante os períodos de funcionamento das utiliza- para esta temporiza-
ções- tipo deve ser assegurada a presença simultâ- ção (no caso das
nea do número mínimo de elementos da equipa de alarmes restritos),
segurança que constam do quadro XL do Artigo relegando para a
200. equipa de projectistas
esta decisão, referin-
Art. 200, nrº 4: do unicamente que
Durante os períodos de funcionamento das utiliza- deve ser adequada às
ções- tipo, o posto de segurança que as supervisio- características do
na deve ser mantido ocupado, em permanência, no edifício.

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Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
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combate ao
incêndio
mínimo por um agente de segurança. Apesar da flexibilida-
de concedida à equi-
Art. 118, nrº 6 e Art. 121 nrº 2: pa de projectistas
O alarme geral deve ser claramente audível em verificada neste
todas as partes do edifício e ter uma duração ponto, a falta de
mínima de 5 minutos. O sinal de alarme deve ser detalhes quanto ao
inconfundível; nível de segurança
pretendido com estas
Art.118, nrº6: instalações pode
O alarme geral deve ter a possibilidade de soar invalidar esta “apro-
durante o tempo necessário à evacuação dos seus ximação”.
ocupantes; De facto, numa
filosofia EBD a flexibi-
Art. 118, nrº 8: lidade que a equipa
A transmissão do alerta, quando automática, deve de projectistas goza
ser coincidente com a difusão do alerta geral; deve ser sempre
contraposta com a
Art. 121, nrº4: definição clara e
Nos espaços equipados com instalações de sonori- evidente dos níveis de
zação, com excepção das utilizações-tipo I, V e VII, o desempenho e segu-
sinal de alarme geral para execução da evacuação rança pretendidos
total ou parcial do público pode consistir numa para a construção.
mensagem gravada, activada após a interrupção do
programa normal, de modo automático ou manual,
a partir do posto de segurança, devendo constar o
seu conteúdo e actuação no plano de emergência
interno referido no Artigo 205.º

Art. 121, nrº5:


Os meios de difusão do alarme em caso de incên-
dio dos locais referidos no número anterior, cujo
efectivo seja superior a 200 pessoas e durante a
permanência de público nesses locais, devem ser
concebidos de modo a não causarem pânico.

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
Art. 121, nrº6:
A difusão da mensagem a que se refere o n.º 4 do
presente Artigo deve ser precedida da ligação dos
aparelhos de iluminação de emergência de ambien-
te e balizagem ou circulação.
3 - Combate 3.1 -Sistemas 3.1.1 - Presença 3.1.1.1 - Carretel Art. 164: O Art.164 não é claro Em algumas situações
ao incêndio fixos de dispositivos Devem ser servidos por redes de incêndio armadas, quanto à necessidade de verifica-se que a
guarnecidas com bocas-de-incêndio do tipo carre- uma boca-de-incêndio legislação nacional
tel, devidamente distribuídas e sinalizadas nos para locais que recebam carece de uma “visão
termos do presente regulamento: mais de 200 pessoas, ou de edifício como um
a) As utilizações tipo II a VIII, VI e XII da 2º categoria se é uma boca-de- todo” (com corres-
de risco ou superior, com excepção das disposições incêndio por cada local pondências firmes e
específicas para as utilizações tipo VII e VIII cons- que receba mais de 200 convincentes entre os
tantes no título VIII; pessoas, não especifican- vários subsistemas).
b) As utilizações tipo II de 1º categoria de risco que do igualmente a localiza- De facto, verifica-se
ocupem espaços cobertos cuja área seja superior a ção das mesmas. que as relações entre
500m2; Por exemplo numa edifi- os vários subsistemas
c) As utilizações-tipo I, IX e X, da 3º categoria de cação com um efectivo de são muito raras e
risco ou superior; 300 pessoas, não é per- pouco abrangentes.
c) Locais que possam receber mais de 200 pessoas; ceptível o número e Destaca-se por exem-
localização das bocas-de- plo a relação entre os
Art.165: incêndio. Não está esta- subsistemas do
As bocas-de-incêndio devem ser dispostas nos belecido se nesta especu- combate a incêndios
seguintes termos: lação seriam exigidas duas (3) e os meios de fuga
c) Exista uma boca-de-incêndio nos caminhos bocas-de-incêndio (uma (6). Desta relação
horizontais de evacuação junto à saída para os que servisse o conjunto resulta unicamente a
caminhos verticais, a uma distância inferior a 3 m de pisos que totalizam “ligação” entre as vias
do respectivo vão de transição. mais de 200 ocupantes e de evacuação e a
outra para os demais) ou obrigatoriedade de
apenas uma boca-de- instalação de alguns
incêndio para servir todo dispositivos de pro-
o edifício. tecção activa (relação
da qual pode resultar
o número e disposi-

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
ção dos aparelhos de
protecção activa).
Não se constatam
relações mais con-
tundentes como a
estipulação da distân-
cia máxima a percor-
rer nas vias de evacu-
ação de forma segura,
como resultado de
um estudo integrado
da distribuição dos
dispositivos de com-
bate a incêndio e a
classe de resistência
ao fogo dos materiais
constituintes da via
3.1.1.2 - Teatro Artigo 163,nº3: Art. 170: Idem 3.1.1.1
“Nas utilizações dos tipos IV, V, VI, VIII e XII da 4.ª “As bocas-de-incêndio
categoria de risco, as bocas-de-incêndio da rede tipo teatro, com man-
húmida devem ser armadas do tipo teatro.” gueiras flexíveis e diâ-
metros de 45 ou 70 mm,
devem estar devidamen-
te sinalizadas e localizar-
se, por ordem de priori-
dade, na caixa da esca-
da, em câmaras corta-
fogo, se existirem,
noutros locais, permi-
tindo que o combate a
um eventual incêndio se
faça sempre a partir de
um local protegido”.

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combate ao
incêndio
3.1.1.3 - Coluna Seca Art. 168, nrº1: Art. 169, nrº4: Idem 3.1.1.1
As utilizações-tipo I e II da 2.ª categoria de risco “A boca siamesa de
devem ser servidas por redes secas ou húmidas. alimentação deve estar
devidamente sinalizada
e localizar-se no exterior
do edifício junto a um
ponto de acesso dos
bombeiros, no plano de
referência, de forma que
a distância à coluna
vertical não exceda, em
regra, 14 m”.
3.1.1.4 - Coluna Art. 168, nrº 1: Art. 169, nrº4: Idem 3.1.1.1
húmida As utilizações-tipo I e II da 2.ª categoria de risco “A boca siamesa de
devem ser servidas por redes secas ou húmidas. alimentação deve estar
devidamente sinalizada
Art168, nr2: e localizar-se no exterior
As utilizações-tipo da 3.ª categoria de risco ou do edifício junto a um
superior devem ser servidas por redes húmidas, ponto de acesso dos
com as excepções previstas para a utilização-tipo bombeiros, no plano de
VIII, constantes das disposições específicas do título referência, de forma que
VIII. a distância à coluna
vertical não exceda, em
regra, 14 m”.
3.1.1.5 - Sprinkler Art. 18, nrº 6: Idem 3.1.1.1
Art.173,nrº1: “Utilização como méto-
Devem ser utilizados sistemas fixos de extinção do de aumento da área
automática de incêndios por água através de corta-fogo. As áreas
aspersores, designados «sprinklers»: máximas úteis admissí-
b) Nas utilização-tipo II da 2.ª categoria de risco ou veis para os comparti-
superior, com dois ou mais pisos abaixo do plano mentos corta-fogo,
de referência; quando os edifícios ou
estabelecimentos são
protegidos por uma rede

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combate ao
incêndio
Art. 173 , nrº2: de extinção automática
Podem ainda ser utilizados sistemas fixos de extin- de incêndio por água
ção automática por água como medida compensa- com cobertura total,
tória, nomeadamente no caso de: sem que tal corresponda
a)Postos de transformação existentes, cuja localiza- a uma exigência explícita
ção não esteja conforme com os termos deste do presente regulamen-
regulamento e cujos transformadores ou dispositi- to, podem ser conside-
vos de corte utilizem como dieléctrico líquidos radas com os valores
inflamáveis; máximos duplos dos
b) Aberturas em paredes ou pavimentos resistentes indicados no quadro XII
ao fogo, designadamente quando através delas do Artigo 18;”
possam passar meios de transporte móveis;
c) Locais de fabrico, armazenagem ou manipulação Art. 173 , nrº2:
de produtos não reagentes com a água de forma “Podem ainda ser utili-
perigosa; zados sistemas fixos de
d) Depósitos de líquidos ou gases inflamáveis; extinção automática por
f) Todos os locais existentes que não possam cum- água como medida
prir integralmente as medidas passivas de seguran- compensatória, nomea-
ça estipuladas neste regulamento. damente no caso de:
a)Postos de transforma-
ção existentes, cuja
localização não esteja
conforme com os ter-
mos deste regulamento
e cujos transformadores
ou dispositivos de corte
utilizem como dieléctri-
co líquidos inflamáveis;
b) Aberturas em paredes
ou pavimentos resisten-
tes ao fogo, designada-
mente quando através
delas possam passar
meios de transporte

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combate ao
incêndio
móveis;
c) Locais de fabrico,
armazenagem ou mani-
pulação de produtos não
reagentes com a água
de forma perigosa;
d) Depósitos de líquidos
ou gases inflamáveis;
f) Todos os locais exis-
tentes que não possam
cumprir integralmente
as medidas passivas de
segurança estipuladas
neste regulamento.”
3.1.1.6 - Cortina de Art. 226, nrº3: Art.177: Art.177, nrº2:
água Os elementos destinados ao fecho de vãos, referi- “Os sistemas automáti- “A utilização de
dos no n.º 2 do Artigo 217.º, quando não possuí- cos fixos do tipo cortina cortinas de água em
rem a classe de resistência ao fogo padrão mínima de água são considera- situações não previs-
de E 30, devem ser complementados por uma dos complementares tas no Artigo 178.º
cortina de água com as características definidas no dos elementos de cons- carecem de funda-
presente regulamento. trução irrigados, com o mentação a apresen-
objectivo de melhorar a tar junto da respecti-
resistência ao fogo va entidade fiscaliza-
destes, pelo que não é dora “
aceite:
a) A substituição de Deste Artigo podem-
elementos resistentes se retirar duas con-
ao fogo exclusivamente clusões:
por sistemas do tipo As entidades respon-
cortina de água; sáveis pelas viabiliza-
b) A existência de barrei- ções estão devida-
ras ao fumo compostas mente preparadas,
exclusivamente por sendo este um indício
sistemas do tipo cortina de que Portugal

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combate ao
incêndio
de água”. apresenta condições
para a adopção de um
regulamento baseado
no desempenho. Isto
é, se Portugal dispu-
ser de entidades
capacitadas para
quantificar o desem-
penho das soluções
construtivas, pode-se
assumir que um dos
principais entraves à
filosofia EBD já foi
transposto;

A índole principal-
mente prescritiva da
legislação actual
tenha inibido a adop-
ção de metodologias
inovadoras. Deste
modo levanta-se a
preocupação dos
processos de avalia-
ção e quantificação
exigidas não apresen-
tarem o desenvolvi-
mento desejado, o
que representaria um
entrave ao suporte de
uma filosofia EBD.

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combate ao
incêndio
3.1.2 - Manual/ 3.1.2.1 - Carretel Anexo I, Art. 8, nº6:
Automático «Carretel de incêndio armado ou boca-de-incêndio
tipo carretel», boca-de-incêndio armada cuja
mangueira é semi-rígida e está enrolada num Figura A2.4 - Boca-de-
suporte tipo carretel. Deve estar em conformidade incêndio tipo carretel
(Garraio, 2006).
com a NP EN 671-1. Trata-se de um meio de pri-
meira intervenção em caso de incêndio.
3.1.2.2 - Teatro Anexo I, Art. 8, nº5:
«Boca-de-incêndio tipo teatro», boca-de-incêndio
armada cuja mangueira é flexível. Deve estar em Figura A2.5 - Boca-de-
conformidade com a NP EN 671-2. Trata-se de um incêndio tipo teatro
meio de segunda intervenção em caso de incêndio; (Garraio, 2006).

3.1.2.3 - Coluna Seca Anexo I, Art 8, nº8:


«Coluna seca», caso particular de uma rede seca,
constituída por conduta vertical com um pequeno
troço horizontal e, eventualmente, pequenos
desvios de ligação, quando não possa ser constituí-
da por um único alinhamento vertical;
3.1.2.4 - Coluna Anexo I, Art. 8, nº7:
húmida «Coluna húmida», caso particular de uma rede
húmida, constituída por conduta vertical perma-
nentemente em carga, eventualmente com peque-
nos desvios de ligação, quando não possa ser
constituída por um único alinhamento vertical;
3.1.2.5 - Sprinkler Anexo I,Art. 8, nº16:
«Sistema fixo de extinção», sistema fixo constituído
por uma reserva adequada de agente extintor
ligada permanentemente a um ou mais difusores Figura A2.6 - Sprinkler
(AgebraLab, 2012)
fixos, pelos quais é projectado, manual ou automa-
ticamente, o agente extintor para a extinção de um
incêndio;

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combate ao
incêndio
3.1.2.6 - Cortina de Anexo I,Art. 3, nº14:
água «Sistema de cortina de água», sistema automático
constituído por tubagens e aspersores de água que,
após a detecção de um incêndio, projecta uma
lâmina contínua de água segundo um plano vertical
(cortina), isolando da penetração do fumo e das
chamas dois espaços contíguos.
Essa cortina deve irrigar uma superfície (tela, vidro,
metal, etc.), melhorando o seu comportamento ao
fogo.
3.1.3 - Área 3.1.3.1 - Carretel Art. 165, c): Este ponto não está
abrangida pelo O comprimento das mangueiras deve ser tal que definido de forma asserti-
dispositivo permita atingir, no mínimo, por uma das agulheta, va. Contudo, a forma
uma distância não superior a 5 metros de todos os como está disposto
pontos a proteger; (estabelecendo os
A distância entre bocas não seja superior ao dobro
locais, distância entre
do comprimento das mangueiras;
dispositivos e alcance
Exista uma boca-de-incêndio nos caminhos hori-
zontais de evacuação junto à saída para os cami- dos dispositivos) pode
nhos verticais, a uma distância inferior a 3 m do servir como base a um
respectivo vão de transição. sistema iterativo de que
resulte objectivamente a
exigência da norma ISO
15928-4 (área abrangida
pelo dispositivo).
3.1.3.2 - Teatro Não está especificado. Por serem considerados
dispositivos de segunda
intervenção podem estar
associadas aos critérios
das Colunas secas e
colunas húmidas.
3.1.3.3 - Coluna Seca Não está especificado.
3.1.3.4 - Coluna Não está especificado.
húmida

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combate ao
incêndio
3.1.3.5 - Sprinkler As áreas abrangidas por este sistema estão defini-
das no Quadro XXXVII do Artigo 174.
3.1.3.6 - Cortina de Não está especificado. Está dependente do vão
água ou fachada em que se
insere.
3.1.4 - Distri- 3.1.4.1 - Carretel Art 165: Idem 3.1.3.1
buição dos O comprimento das mangueiras deve ser tal que
dispositivos permita atingir, no mínimo, por uma das agulheta,
uma distância não superior a 5 metros de todos os
pontos a proteger;
A distância entre bocas não seja superior ao dobro
do comprimento das mangueiras;
Uma boca-de-incêndio nos caminhos horizontais de
evacuação junto à saída para os caminhos verticais,
a uma distancia do vão de transição inferior a 3 m;
Uma boca junto à saída de locas que possam rece-
ber mais de 200 pessoas.
3.1.4.2 - Teatro Não está especificado. Idem 3.1.3.2
3.1.4.3 - Coluna Seca Art 169, nrº1: No Art. 169 a) estabelece-
Têm de existir no mínimo nos patamares de acesso se que a presença de uma
das comunicações verticais, ou nas câmaras corta- coluna seca pode ser
fogo, quando existam, em todos os pisos, excepto: dispensada, referindo-se
a) No piso do plano de referência desde que devi- ainda que essa mesma
damente sinalizadas; coluna seca tem de estar
b) No caso de colunas secas, desde que os três sinalizada. Parece haver
pisos imediatamente superiores ou inferiores ao do um lapso do regulamento.
plano de referência das utilizações-tipo I e III não Já na aliena b) exige-se
possuam bocas. uma boca-de-incêndio em
todos os pisos no acesso
às comunicações verticais.
Contudo excepciona-se
presença da coluna seca
se os três pisos imediata-
mente superiores ou

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
inferiores ao do plano de
referência das utilizações-
tipo I e III não possuam
bocas (que se estabelece-
ram como obrigatórias
anteriormente).
Esta alínea está pouco
perceptível, assumindo-se
assim que estabelece que
em edifícios com três
pisos superiores ou inferi-
ores ao plano de referên-
cia não é obrigatória a
instalação de qualquer
coluna seca.
3.1.4.4 - Coluna Art. 169:
húmida Têm de existir no mínimo nos patamares de acesso
das comunicações verticais, ou nas câmaras corta-
fogo, quando existam, em todos os pisos, excepto:
a) No piso do plano de referência desde que devi-
damente sinalizadas;
3.1.4.5 - Sprinkler São estabelecidos conforme as áreas que cobrem.
Quadro XXXVII do Artigo 174.
3.1.4.6 - Cortina de Não está especificado.
água

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combate ao
incêndio
3.2 - Sistema 3.2.1 - Presença 3.2.1.1- Extintor de Art. 163, nrº 1: O único sistema portátil é
portátil de dispositivos incêndio Obrigatório em utilizações tipo II o Extintor de incêndio,
sendo este campo dedi-
cado unicamente à insta-
lação do mesmo.
Há uma referência a outro
agente extintor (manta
ignífuga) em 3.2.3, contu-
do não se faz uma descri-
ção pormenorizada da
mesmo dado que é apre-
sentado apenas como um
factor de segurança
suplementar.
3.2.2 -Manuais/ 3.2.2.1 - Extintor de Anexo I, Art. 8, nº 9: Idem 3.1.3.1
automáticos incêndio «Extintor de incêndio», aparelho contendo um
agente extintor, que pode ser descarregado sobre
um incêndio por acção de uma pressão interna. Figura A2.7 - Extintor de
Deve estar em conformidade com as NP EN 3, NP incêndios (EXTINLOU-
EN 1866 e NP 4413; RES, 2006).
3.2.3 - Área 3.2.3.1 - Extintor de Art 163, nrº 1,2:
abrangida pelo incêndio Distância máxima entre saída de local de risco e
dispositivo extintor 15 m.

Art. 163, nrº2:


Na ausência de outro critério de dimensionamento
devidamente justificado, os extintores devem ser
calculados à razão de:
a) 18 L de agente por cada 500m2 ou fracção da
área em que se situem;
b) Um por cada 200m2 de pavimento do piso ou
fracção, com um mínimo de dois por piso

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combate ao
incêndio
3.2.4 - Distri- 3.2.4.1 - Extintor de Art. 163, nrº 1: No Art. 163, nrº2 não é
buição dos incêndio Todas as utilizações-tipo, com excepção da utiliza- claro se o dimensiona-
dispositivos ção- tipo I das 1.ª e 2.ª categorias de risco, sem mento é feito mediante a
prejuízo das especificações do presente regulamen- escolha de um dos crité-
to para os locais de risco, devem ser equipadas com rios ou é adoptado o mais
extintores devidamente dimensionados e adequa- conservativo.
damente distribuídos, em edifícios e nos recintos
alojados em tendas ou em estruturas insufláveis,
de forma que a distância a percorrer de qualquer
saída de um local de risco para os caminhos de
evacuação até ao extintor mais próximo não exce-
da 15 m.

Art. 163, nrº 2:


Na ausência de outro critério de dimensionamento
devidamente justificado, os extintores devem ser
calculados à razão de:
a) 18 L de agente extintor padrão por 500 m2 ou
fracção de área de pavimento do piso em que se
situem;
b) Um por cada 200 m2 de pavimento do piso ou
fracção, com um mínimo de dois por piso-

Art. 163, nrº 3:


Os extintores devem ser convenientemente distri-
buídos, sinalizados sempre que necessário e insta-
lados em locais bem visíveis, colocados em suporte
próprio de modo a que o seu manípulo fique a uma
altura não superior a 1,2 m do pavimento e locali-
zados preferencialmente:
a) Nas comunicações horizontais ou, em alternati-
va, no interior das câmaras corta-fogo, quando
existam;

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combate ao
incêndio
b) No interior dos grandes espaços e junto às suas
saídas.
Art. 163, nrº 4:
Devem ser dotados de extintores todos os locais de
risco C e F.

Art. 163, nrº5:


As cozinhas e os laboratórios considerados como
locais de risco C, nos termos do presente regula-
mento, devem ser dotados de mantas ignífugas em
complemento dos extintores.
4 - Contenção 4.1 - Tempo que os elementos 4.1.1 - Estaciona- Art 211, nrº1,2: Pelas analogias verificadas
do incêndio resistem ao alastramento do mentos individuais Paredes não resistentes: EI 30 C entre os Artigos 18 e 35,
incêndio cobertos Pavimentos e paredes resistentes: REI 30 C na resistência dos ele-
mentos corta-fogo para
Art 211, nrº2: utilizações tipo II, sempre
Se existirem vãos de ligação entre os estaciona- que não esteja especifica-
mentos individuais cobertos e os restantes espaços do, assume-se para todos
da utilização-tipo I eles devem ser dotados de os casos que a classe de
portas com classe de resistência: resistência REI está asso-
Portas unifamiliares: E 15 C; ciada a pavimentos e
Restantes casos: E30 C. paredes resistentes,
enquanto a classe EI está
associada a paredes não
resistentes.
4.1.2 – Locais de Art.21, Quadro XIV: Art. 211:
risco Os locais de risco C devem em regra ser separados Assume-se que os estaci-
dos espaços adjacentes por elementos de constru- onamentos são conside-
ção que garantem, pelo menos, as classes de rados locais de risco C
resistência ao fogo padrão indicadas:
Paredes não resistentes: EI 60 C
Pavimentos e paredes resistentes: REI 60 C
Portas: E 30 C

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combate ao
incêndio
4.1.3 – Comparti- Art.18, nrº7 : Anexo I, Art.3, nrº2: Idem 4.1.1
mento corta-fogo Sem prejuízo de condições de resistência ao fogo “«Compartimento corta-
mais gravosas constantes deste regulamento, os fogo», parte de um
compartimentos corta-fogo a que se refere este edifício, compreenden-
Artigo devem ser solados por elementos de cons- do um ou mais espaços,
trução com uma classe de resistência EI ou REI, divisões ou pisos, delimi-
com um escalão de tempo mínimo de 30 minutos tada por elementos de
para as utilizações-tipo I e III a X e de 60 minutos construção com resis-
para as restantes utilizações-tipo, dispondo no tência ao fogo adequada
mínimo de vãos com classe de resistência ao fogo a, durante um período
padrão de E 30. de tempo determinado,
garantir a protecção do
Art.18, nrº8: edifício ou impedir a
Admite-se, como excepção ao número anterior, a propagação do incêndio
dispensa de elementos fixos resistentes ao fogo ao resto do edifício ou,
para protecção de interligações entre pisos sobre- ainda, a fraccionar a
postos efectuadas através de rampas, escadas carga de incêndio;”
rolantes, pátio interior coberto aberto ou qualquer
outro acesso que não constitua via de evacuação, Art. 18, nr1:
desde que sejam verificadas cumulativamente as “Nos espaços cobertos,
seguintes condições: os diversos pisos devem,
a) Os compartimentos corta-fogo a ligar, por piso, em regra, constituir
não ultrapassem as áreas máximas constantes do compartimentos corta-
n.º 2 do presente Artigo; fogo diferentes, sem
b) Nesses pisos não existam fogos de habitação, prejuízo das condições
nem locais de risco D ou E; de isolamento e protec-
c) O controlo de fumo se faça obrigatoriamente por ção referentes a locais
hierarquia de pressões nas condições deste regu- de risco existentes
lamento. nesses pisos.”

Art. 35:
As câmaras corta-fogo devem ser separadas dos
restantes espaços do edifício por elementos de
construção que garantam as seguintes classes de

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combate ao
incêndio
resistência ao fogo padrão:
Paredes não resistentes - EI 60 minutos
Pavimentos e paredes resistentes – REI 60
Portas - E 30 C

Art. 34:
A classe de resistência ao fogo padrão, EI ou E, das
portas que, nos vãos abertos, isolam os comparti-
mentos corta-fogo, deve ter um escalão de tempo
igual a metade da parede em que se inserem,
excepto nos casos particulares referidos no presen-
te regulamento.
4.1.4 – Câmara corta- Art. 35, nrº1: Anexo I, Art.3, nrº1: Ao mencionado em 4.1.1
fogo As câmaras corta-fogo devem ser separadas dos “«Câmara corta-fogo», acrescenta-se:
restantes espaços do edifício por elementos de compartimento corta-
construção que garantam as seguintes classes de fogo independente, com O Art. 34 refere que as
resistência ao fogo padrão: um grau de resistência e portas que, em vãos
a) Paredes não resistentes - EI 60 minutos os meios de controlo de abertos, isolam os com-
b) Pavimentos e paredes resistentes – REI 60 fumo previstos neste partimentos corta-fogo,
c) E 30 C para as portas regulamento, que esta- devem ter um escalão de
belece, em regra, a tempo igual a metade da
Art. 34: comunicação entre dois parede em que se inse-
A classe de resistência ao fogo padrão, EI ou E, das espaços com o objectivo rem, exceptuando casos
portas que, nos vãos abertos, isolam os comparti- de garantir a protecção particulares referidos no
mentos corta-fogo, deve ter um escalão de tempo temporária de um deles regulamento. No Art. 35
igual a metade da parede em que se inserem, ou evitar a propagação está indicado que as
excepto nos casos particulares referidos no presen- do incêndio entre am- portas dos corta-fogo
te regulamento. bos. Só deve possuir devem apresentar uma
vãos de acesso a esses resistência E30 C. Assu-
espaços, protegidos por me-se então que esta
portas resistentes ao última é a capacidade
fogo e a uma distância mínima para estas portas,
tal que não permita a considerando-se o Art 34
sua abertura simultânea se daí resultarem condi-

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incêndio
por uma única pessoa;” ções de resistência ao
fogo mais gravosas.
4.1.5 - Vias horizon- Caso não se considere local de risco C: Art 25, nrº1: Ainda que resultem
tais de evacuação “Exige-se protecção para soluções construtivas
Art. 25, nrº2, Quadro XIX: as seguintes vias hori- iguais, mais uma da
Paredes não resistentes: zontais de evacuação: inconsistência do regula-
1º categoria de risco – EI30 ; a) Vias, incluindo átrios, mento quanto à classifi-
2º e 3º categoria de risco – EI60 ; integradas nas comuni- cação dos estacionamen-
4º categoria de risco – EI90 cações comuns a diver- tos resultam interpreta-
sas fracções ou utiliza- ções regulamentares
Paredes resistentes: ções-tipo da 3.ª e 4.ª diferentes.
1º categoria de risco – REI 30; categoria de risco de
2º e 3º categoria de risco – REI 60 ; risco ou quando o seu Se não forem considera-
4º categoria de risco – REI 90 comprimento exceda 30 dos locais de risco C,
m; como sugere o Decreto-
Portas: b) Vias cujo comprimen- Lei, respeita-se o Art. 25.
1º categoria de risco –E 15 C ; to seja superior a 10 m, Caso se considere os
2º e 3º categoria de risco – E 30 C ; compreendidas em pisos estacionamentos locais de
4º categoria de risco – E 45 C com uma altura acima risco C surge um proble-
do plano de referência ma. O Art. 25, nº2 exclui
superior a 28 m ou em os locais que dêem acesso
pisos abaixo daquele a locais de risco C, entre
Caso se considere local de risco C: plano; outros, das exigências
Art. 21, Quadro XIV e Art. 24, Quadro XIX: c) Vias incluídas nos estabelecidas neste
caminhos horizontais de ponto. Contudo, não são
Paredes não resistentes: evacuação de locais de apresentadas quaisquer
1º categoria de risco – EI30 ; risco B, nos casos em outras especificações
2º e 3º categoria de risco – EI60 ; que esse locais não quanto aos materiais a
4º categoria de risco – EI90 disponham de vias dotar as vias horizontais
alternativas; de evacuação coexisten-
Paredes resistentes: d) Vias, ou troços de via, tes com locais de risco C.
1º categoria de risco – REI 30; em impasse com com- Assumem-se portanto
2º e 3º categoria de risco – REI 60 ; primento superior a 10 que é um lapso do regu-
4º categoria de risco – REI 90 m, excepto se todos os lamento e adoptam-se as

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incêndio
Portas: locais dispuserem de indicações para estabele-
1º categoria de risco –E 15 C ; saídas para outras vias cidas para outros locais de
2º e 3º categoria de risco – E 30 C ; de evacuação; risco igualmente excepci-
4º categoria de risco – E 45 C e) Galerias fechadas de onados.
ligação entre edifícios
independentes ou entre Art. 25, nrº5:
corpos do mesmo edifí- “As vias horizontais de
cio”. evacuação interiores que
dêem acesso directo a
locais de risco D ou E
Art.25, nrº3: devem ser separadas dos
“Quando as vias hori- restantes espaços do piso
zontais exteriores se por paredes e portas cuja
situem classe de resistência ao
na área de um rectângu- fogo padrão seja a maior
lo definido pelas per- das constantes dos qua-
pendiculares à fachada à dros XIV, XV, XVI, XVII, XVIII
distância de 2 m, de um e XIX, conforme os locais
e do outro lado de um de risco em causa.”
vão, e pela paralela ao Deste modo o dimensio-
mesmo à distância de 8 namento é feito segundo
m, esse vão ou a via as opções mais conserva-
devem ser dotados de tivas dos Quadros
elementos com a classe XIV,XV,XX e XXI.”
mínima de resistência ao
fogo padrão E 30, a Para os estacionamentos
menos que o vão se individuais não há obriga-
situe a mais de 6 m toriedade deste tipo de
acima da via”. protecção (Art.25, nrº1).

Art.25, nrº4:
“Constituem excepção
ao número anterior as
vias horizontais onde

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incêndio
não existam impasses,
situação em que os vãos
da própria fachada não
necessitam de protec-
ção”.

Art.14, nrº9:
“As vias de evacuação
interiores protegidas
devem constituir sem-
pre compartimentos
corta-fogo independen-
tes”.
4.1.6 - Vias de verti- Art. 26 nrº2 que remete para Art. 15: Art. 64, nrº8:
cais de evacuação “As vias verticais de
Função - Apenas suporte: evacuação devem ser
1º categoria de risco – R60; protegidas nas condi-
2º categoria de risco – R90; ções do Artigo 26.º e
3º categoria de risco – R120; dispor de meios de
4º categoria de risco – R180 controlo de fumo nos
termos do presente
Função - Suporte e compartimentação: regulamento”.
1º categoria de risco –REI 60 ;
2º categoria de risco –REI 90; Art. 64, nrº9:
3º categoria de risco – REI 120 ; “A protecção exigida no
4º categoria de risco – REI 180 número anterior pode
ser dispensada nas vias
situadas em edifícios de
pequena altura, apenas
com um piso abaixo do
plano de referência e
desde que não constitu-
am a única via vertical
de evacuação de locais

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de risco B, D, E ou F”.

Art 26, nrº1:


“Exige-se protecção para
todas as vias verticais de
evacuação, excepto nos
casos em que:
a) Sirvam em exclusivo
espaços afectos à utili-
zação-tipo I da 1.ª
categoria de risco;
b) Sirvam em exclusivo
espaços afectos às
utilizações- tipo referi-
das no n.º 4 do Artigo
18.º;
c) Consistam em escadas
que interligam níveis
diferentes no interior de
um mesmo comparti-
mento corta-fogo”.

Art.14, nrº9:
“As vias de evacuação
interiores protegidas
devem constituir sem-
pre compartimentos
corta-fogo independen-
tes”.
4.1.7 - Acesso às vias Estacionamentos Colectivos: Como não há referência
verticais de evacua- Art. 26, nrº4 Quadro XX: às utilizações-tipo no Art.
ção no piso de saída Saída das vias enclausuradas para: 26, nrº 4, assumiu-se que
para exterior Exterior: sem exigência os pisos abaixo do plano
de referência estão asso-

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incêndio
Átrio com acesso directo para exterior: portas E 30 ciados à utilização tipo II.
C
Outras situações: portas C 30 C Para os estacionamentos
individuais não se estabe-
lece nenhuma indicação
dado que os mesmos não
exigem vias de evacuação
verticais.
4.1.8 - Acesso às vias Art. 26, nº4 Quadro XXI: Idem 4.1.7
verticais de evacua-
ção não localizado no Via enclausurada com acesso:
piso de saída para o Interior: camara corta-fogo;
exterior Exterior: portas E 15 C;

Vias ao ar livre com acesso:


Do Interior: EI 30 C;
Do Exterior: sem exigências
4.1.9 - Vias verticais Art. 27, nrº1:
que não de evacua-
ção Paredes não resistentes:
1º e 2º categoria de risco – EI 30 ;
3º e 4º categoria de risco – EI 60 C

Paredes resistentes:
1º e 2º categoria de risco – REI 30 ;
3º e 4º categoria de risco – REI 60

Portas:
1º e 2º categoria de risco – E 15 C ;
3º e 4º categoria de risco – E 30 C

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combate ao
incêndio
4.1.10 - Elevadores Art. 28 remete para Art. 27, nr1: Art.28, nrº 2: Idem 4.1.1
Quando só servem um piso abaixo do de referên- “Nos pisos abaixo do
cia: plano de referência, os Acrescenta-se ainda:
Isolamento da caixa de elevadores: acessos aos elevadores
Paredes não resistentes: 1º e 2º categoria de risco que sirvam espaços O Art. 28, nr1 b) específi-
– EI 30 afectos à utilização- tipo ca que as portas de pata-
Paredes resistentes: 1º e 2º categoria de risco – II devem ainda ser mar, quando servem mais
REI 30 protegidos por uma que um piso abaixo do
Portas: 1º e 2º categoria de risco – E 15 C ; câmara corta-fogo, que plano de referência,
pode ser comum à da devem ser E 30 (que
Quando servem mais que um piso abaixo do de caixa da escada prevista segundo a nomenclatura
referência: no quadro XXI”. adoptada na regulamen-
Paredes não resistentes: EI 60 C tação não obriga a insta-
Paredes resistentes: REI 60 Art.28, nrº 3: lação de fecho automáti-
Portas: E 30 C “As portas de patamar co). Contudo assume-se
são obrigatoriamente de que é um lapso da regu-
funcionamento automá- lamentação, dado que no
tico”. nrº3 desse mesmo Artigo
está estabelecido que as
Art.28, nrº4: portas de patamar são
“Nos edifícios com obrigatoriamente de
altura superior a 28 m os fecho automático.
elevadores podem
comunicar directamente
com as circulações
horizontais comuns
desde que satisfeitas as
condições expressas no
n.º 1, com excepção dos
prioritários de bombei-
ros que devem ser
servidos por um átrio
com acesso directo à
câmara corta-fogo que

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combate ao
incêndio
protege a escada e
contém os meios de
combate a incêndio”.
4.1.11 - Isolamento Art.101:
da casa das máqui- As casas de máquinas de elevadores com carga
nas nominal superior a 100 kg, quando existam, devem
ser instaladas em locais próprios, reservados a
pessoal especializado e isolados dos restantes
espaços do edifício, com excepção da caixa do
elevador ou da bateria de elevadores, por elemen-
tos de construção que garantam a classe de resis-
tência ao fogo padrão:
a) EI 60, para as paredes não resistentes;
b) REI 60, para os pavimentos e as paredes resis-
tentes;
c) E 30 C, para as portas.
4.1.12 - Ductos Art.30 nrº2, Art. 29, nrº2:
Sem prejuízo do disposto no n.o 7 do Artigo 14.º, é “São aplicáveis as dispo-
considerado suficiente que as paredes das condu- sições específicas do
tas, das canalizações ou dos ductos que as alojem, presente regulamento
apresentem classe de resistência ao fogo padrão relativas às instalações a
não inferior a metade da requerida para os ele- que respeitam, sempre
mentos de construção que atravessem. que sirvam locais de
risco C ou os edifícios
Art. 32 nrº4: ultrapassem a altura de
Sem prejuízo do disposto no n.o 7 do Artigo 14.º, as 9 m ou possuam locais
portas de acesso devem ser da classe de resistência de risco D ou E”.
ao fogo padrão E 30 C, se a altura do edifício for
menor ou igual a 28m, ou E 60 C, nas restantes Art. 30, nr1:
situações. “O isolamento das
condutas e das canaliza-
ções dos edifícios pode
ser obtido por:
a) Alojamento em

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combate ao
incêndio
ductos;
b) Atribuição de resis-
tência ao fogo às pró-
prias canalizações ou
condutas;
c) Instalação de disposi-
tivos no interior das
condutas para obtura-
ção automática em caso
de incêndio”.
4.1.13 - Condutas de Art.31, nrº3: Art. 31, nrº8:
ventilação e trata- Devem ser dotadas de meios de isolamento que “As exigências de resis-
mento do ar garantam a classe de resistência ao fogo padrão tência ao fogo expressas
exigida para os elementos atravessados: nos números anteriores
a) As condutas ou canalizações com diâmetro podem ser asseguradas
nominal superior a 75 mm, ou secção equivalente, apenas nos pontos de
que atravessem paredes ou pavimentos de com- atravessamento das
partimentação corta-fogo ou de separação entre paredes ou dos pavi-
locais ocupados por entidades distintas; mentos no caso de
b) As condutas que conduzam efluentes de com- condutas isoláveis por
bustão provenientes de grupos geradores, centrais meio de dispositivos de
térmicas, cozinhas e aparelhos de aquecimento obturação automática
autónomos. em caso de incêndio”.
Art31, nrº4:
As exigências expressas na alínea a) do número
anterior são consideradas satisfeitas nos seguintes
casos:
a) Condutas metálicas com ponto de fusão superior
a 850 ºC;
b) Condutas de PVC da classe B com diâmetro
nominal não superior a 125 mm, desde que dota-
das de anéis de selagem nos atravessamentos, que
garantam a classe de resistência ao fogo padrão
exigida para os elementos atravessados.

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incêndio

Art.31, nrº5:
As canalizações e as condutas com diâmetro nomi-
nal superior a 125 mm, ou secção equivalente, com
percursos no interior de locais de risco C devem,
naqueles percursos, ser dotadas de meios de
isolamento nas condições do n.º 3 do presente
Artigo.
4.1.14 - Condutas das Art 138, nrº1: Art 138, nrº2:
instalações de con- As condutas das instalações devem ser construídas “No caso de alojamento
trolo de fumo com materiais da classe A1 e garantir classe de das condutas em ductos,
resistência ao fogo padrão igual à maior das reque- estes só podem conter
ridas para as paredes ou pavimentos que atraves- quaisquer outras canali-
sem, mas não inferior a EI 15, ou ser protegidas por zações ou condutas se
elementos da mesma classe. aquelas assegurarem a
resistência ao fogo
exigida no número
anterior”.
4.1.15 - Condutas Art.31, nrº3: Art. 31, nrº8:
que possuam um Devem ser dotadas de meios de isolamento que “As exigências de resis-
diâmetro nominal garantam a classe de resistência ao fogo padrão tência ao fogo expressas
superior a 315 mm exigida para os elementos atravessados: nos números anteriores
ou secção equivalen- a) As condutas ou canalizações com diâmetro podem ser asseguradas
te nominal superior a 75 mm, ou secção equivalente, apenas nos pontos de
que atravessem paredes ou pavimentos de com- atravessamento das
partimentação corta-fogo ou de separação entre paredes ou dos pavi-
locais ocupados por entidades distintas; mentos no caso de
b) As condutas que conduzam efluentes de com- condutas isoláveis por
bustão provenientes de grupos geradores, centrais meio de dispositivos de
térmicas, cozinhas e aparelhos de aquecimento obturação automática
autónomos. em caso de incêndio”.
Art31, nrº4:
As exigências expressas na alínea a) do número
anterior são consideradas satisfeitas nos seguintes

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combate ao
incêndio
casos:
a) Condutas metálicas com ponto de fusão superior
a 850 ºC;
b) Condutas de PVC da classe B com diâmetro
nominal não superior a 125 mm, desde que dota-
das de anéis de selagem nos atravessamentos, que
garantam a classe de resistência ao fogo padrão
exigida para os elementos atravessados.
Art.31, nrº5:
As canalizações e as condutas com diâmetro nomi-
nal superior a 125 mm, ou secção equivalente, com
percursos no interior de locais de risco C devem,
naqueles percursos, ser dotadas de meios de
isolamento nas condições do n.º 3 do presente
Artigo.
4.1.16 - Adufas Art 31, nrº 6: Art. 30, nr1:
ramais de descarga e Devem ser estanques e garantir uma resistência “O isolamento das
tubos de queda das ao fogo EI 60 condutas e das canaliza-
condutas de evacua- ções dos edifícios pode
ção do lixo Art. 30, nrº2, Art. 14, nrº7: ser obtido por:
As canalizações, ductos e paredes das condutas a) Alojamento em
devem apresentar metade da resistência ao fogo ductos;
do elemento que atravessam. b) Atribuição de resis-
tência ao fogo às pró-
prias canalizações ou
condutas;
c) Instalação de disposi-
tivos no interior das
condutas para obtura-
ção automática em caso
de incêndio”.

179
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Norma ISO 15928-4 Elemento do Regulamento (Portaria n.º 1532/2008 e Especificação Notas Comentários
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combate ao
incêndio
4.1.17 - Fontes de Art. 16: Art. 16, nrº2:
energia de emergên- As cablagens eléctrica e de fibra óptica e as de “Constituem excepção
cia sistemas de energia ou sinal, bem como os seus ao disposto no número
acessórios, tubos e meios de protecção, que sirvam anterior os percursos de
os sistemas de segurança devem ficar embebidos, cablagem no interior de
ou protegidos em ducto próprio ou, em alternativa, câmaras corta-fogo e de
garantir as classes de resistência, P ou PH, com os vias de evacuação
respectivos escalões de tempo exigidos no presen- protegidas, horizontais e
te regulamento. verticais”.

Art. 77, nrº3, Quadro XXXIV:


Os circuitos eléctricos ou de sinal das instalações de
segurança, incluindo condutores, cabos, canaliza-
ções e acessórios e aparelhagem de ligação, devem
ser constituídos, ou protegidos, por elementos que
assegurem em caso de incêndio, a sua integridade
durante o tempo necessário à operacionalidade das
referidas instalações, nomeadamente respeitando
as disposições do Artigo 16.º com os escalões de
tempo mínimos constantes do quadro XXXIV:

Retenção de portas resistentes ao fogo, obturação


de outros vãos e condutas, bloqueadores de esca-
das mecânicas, sistemas de alarme e detecção de
incêndios e de gases combustíveis, ou dispositivos
independentes com a mesma finalidade, e cortinas
obturadoras:
1º e 2º categoria de risco – 15 min
2º e 3º categoria de risco – 30 min

Iluminação de emergência e sinalização de segu-


rança e comandos e meios auxiliares de sistemas
de extinção automática:

180
Anexo A2 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo II

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combate ao
incêndio
1º e 2º categoria de risco – 30 min
2º e 3º categoria de risco – 60 min

Controlo de fumo, pressurização de água para


combate ao incêndio, ascensores prioritários de
bombeiros, ventilação de locais afectos a serviços
eléctricos, sistemas e meios de comunicação ne-
cessários à segurança contra incêndio, pressuriza-
ção de estruturas insufláveis e sistema de bomba-
gem para drenagem de águas residuais:
1º e 2º categoria de risco – 60 min
2º e 3º categoria de risco – 90 min
4.1.18 - Monta- Art. 211, nrº5: Art. 226, nrº3:
carros Número máximo de pisos servidos – 3 “Os elementos destina-
As caixas do monta-carros devem ser separadas do dos ao fecho de vãos,
resto do edifício por paredes de categoria de risco referidos no n.º 2 do
de resistência ao fogo igual à dos pavimentos dos Artigo 217.º, quando
pisos que serve; não possuírem a classe
de resistência ao fogo
Art. 217, nrº3: padrão mínima de E 30,
Portas - EI 30 C devem ser complemen-
tados por uma cortina
de água com as caracte-
rísticas definidas no
presente regulamento”.
4.1.19 - Zonas de Art.17, nrº2:
utilização mista Nas situações distintas das referidas no número
anterior, a coexistência num mesmo edifício de
espaços ocupados por diferentes utilizações-tipo,
deve satisfazer as seguintes condições:
a) Para efeitos de isolamento e protecção, os
espaços ocupados por diferentes utilizações-tipo
devem ser separados por paredes e pavimentos
cuja resistência ao fogo padrão, EI ou REI, seja a

181
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combate ao
incêndio
mais gravosa das indicadas no quadro X abaixo:
1º categoria de risco – 60 minutos;
2º categoria de risco – 90 minutos;
3º categoria de risco – 120 minutos;
4º categoria de risco – 180 mintuos;
4.1.20 – Arrecada- Art. 209, nrº11: Art. 209, nrº2:
ções de condóminos As arrecadações integradas nestes núcleos devem “As arrecadações dos
possuir paredes da classe de resistência ao fogo condóminos devem
padrão EI ou REI 30 ou superior, nada sendo exigí- constituir um ou mais
vel relativamente às respectivas portas. núcleos e não poderão
localizar-se aleatória e
Art. 209, nrº9: isoladamente, designa-
Quando a totalidade de um piso for ocupada por damente em espaços
núcleos de arrecadações, os vãos de acesso às vias reservados à utilização-
verticais devem ser protegidos: tipo II «parque de esta-
a) Através de portas EI 60 C, no caso de se tratar do cionamento» quando
último piso do edifício; exista.”
b) Através de câmara corta-fogo dotada de portas
EI 30 C, nos restantes pisos.
Art. 209, nrº3:
“Os núcleos a que se
refere o número ante-
rior devem constituir
um compartimento
corta-fogo independen-
te e ser conveniente-
mente ventilados, no
mínimo, conforme se
explicita no n.º 13 deste
artigo.”

Art. 209, nrº4:


“A envolvente do com-
partimento corta-fogo a
que se refere o número

182
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combate ao
incêndio
anterior deve possuir
uma resistência ao fogo
padrão, com um mínimo
de EI 60 e os vãos de
acesso ao núcleo devem
ser da classe de resis-
tência ao fogo padrão EI
30 C ou superior.”

Art. 209, nrº 10:


“Quando o núcleo de
arrecadações ocupar um
espaço predominante-
mente afecto à utiliza-
ção-tipo II, o acesso é
sempre efectuado
através do espaço
destinado a esta última
e os respectivos vãos de
passagem devem ser
protegidos como indica-
do na alínea a) do
número anterior, sendo
interdito o acesso direc-
to do núcleo de arreca-
dações às câmaras
corta-fogo ou às escadas
que servem a utilização-
tipo II.”

183
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combate ao
incêndio
4.2 - As características combus- 4.2.1 - Revestimen- Art. 39, Quadro XXIII: Como não há referência
tíveis dos materiais tos das vias de às utilizações-tipo no Art.
evacuação horizon- As classes mínimas de reacção ao fogo dos materi- 26, nrº 4 assumiu-se que
tais ais de revestimento de pavimentos, paredes, tectos os pisos abaixo do plano
e tectos falsos em vias de evacuação horizontais de referência estão asso-
são as indicadas: ciados à utilização tipo II.
Paredes e tectos – A2-s1 d0;
Pavimentos – CFL -s1 ;
4.2.2 - Revestimen- Considerando Risco C O Art. 40 que trata das
tos de vias de evacu- Art.40, Quadro XXIV: vias de evacuação verti-
ação verticais e As classes mínimas de reacção ao fogo dos materi- cais e câmaras corta-fogo
câmaras corta-fogo ais de revestimento de pavimentos, paredes, tectos não apresenta nenhuma
e tectos falsos de local de risco C: sugestão para utilizações-
Paredes e tectos – A1 tipo II. Assumiu-se por-
Pavimentos – A1FL tanto o revestimento
exigido para locais de
Considerando utilização-tipo II risco C
Art. 217, n rº1:
1-Os vãos existentes nas paredes de compartimen- Já o artigo 217 trata da
tação geral corta-fogo referidas no Artigo 18.º, utilização-tipo II.
indispensáveis à passagem de veículos em condi-
ções normais de exploração, devem ser fechados
por portões de correr, painéis ou telas, com a
classe de reacção ao fogo A1, de abertura manual e
fecho automático accionado pelo sistema automá-
tico de detecção de incêndios.
4.2.3 - Revestimen- Art.41, Quadro XXV:
tos de locais de risco As classes mínimas de reacção ao fogo dos materi-
ais de revestimento de pavimentos, paredes, tectos
e tectos falsos de local de risco C:
Paredes e tectos – A1
Pavimentos – A1FL

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4.2.4 - Caixas de Art. 42, nrº1:
elevadores, condu- Os materiais utilizados na construção ou no reves-
tas, ductos ou quais- timento de caixas de elevadores, condutas e duc-
quer comunicações tos, ou quaisquer outras comunicações verticais
verticais dos edifícios dos edifícios, devem ter uma reacção ao fogo da
classe A1.
Art.42, nrº2:
Os septos dos ductos referidos no número anterior,
se existirem, devem possuir a mesma classe de
reacção ao fogo que os ductos.

4.2.5 - Elementos em Art 45 nrº1: Art. 45, nrº1:


relevo ou suspensos Os elementos de informação, sinalização, decora- “Os elementos de in-
ção ou publicitários dispostos em relevo ou suspen- formação, sinalização,
sos em vias de evacuação, não devem ultrapassar decoração ou publicitá-
20 % da área da parede ou do tecto e devem pos- rios dispostos em relevo
suir uma reacção ao fogo, pelo menos, da classe B- ou suspensos em vias de
s1d0. evacuação, não devem
ultrapassar 20 % da área
da parede ou do tecto”.

Art. 45, nrº3:


“Podem ser excepciona-
dos da exigência de
desempenho de reacção
ao fogo referida nos
números anteriores
quadros, tapeçarias,
obras de arte em relevo
ou suspensos em pare-
des, desde que o reves-
timento destas garanta
uma reacção ao fogo da
classe A1”.

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combate ao
incêndio
Art.45, nrº4
“Não é permitida a
existência de reposteiros
ou de outros elementos
suspensos, transversal-
mente ao sentido da
evacuação, nas vias de
evacuação e nas saídas
de locais de risco B, C, D,
E ou F”.
4.2.6 - Materiais de Art. 48 remete para Art. 41, Quadro XXV:
correcção acústica As classes mínimas de reacção ao fogo dos materi-
ais de revestimento de pavimentos, paredes, tectos
e tectos falsos de local de risco C:
Paredes e tectos – A1
Pavimentos – A1FL
4.2.7 – Arrecadações Art. 209, nrº12:
de condóminos Os materiais de revestimento de paredes e tectos
devem ser, no mínimo, da classe de reacção ao
fogo A2-s1 d0 e os do piso da classe BFL-s2.

5 - Controlo 5.1 - Natureza e concentração Não está especificado. Os parâmetros exigi-


dos produtos dos gases de combustão dos pela norma ISO
de combustão não estão explícitos
na regulamentação
portuguesa. Tal
justifica-se pelo facto
estes parâmetros
exigem estudos que
identifiquem e avali-
em as dinâmicas
existentes entre os
vários subsistemas,
que a filosofia EBD

186
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combate ao
incêndio
aborda assertivamen-
te, e que a legislação
nacional, de índole
maioritariamente
prescritiva, não
expõe, considerando-
se implícitos nas
medidas prescritas.

Pode-se exemplificar
o referido no seguinte
dimensionamento:

Segundo as indica-
ções da norma ISO
15928-4, pretende-se
que este parâmetro
controle a concentra-
ção de efluentes de
combustão e a forma
em que esta interfere
na capacidade da
fuga.
Para responder a esta
exigência há que
averiguar a forma em
que os vários subsis-
temas interferem
entre si. Isto é, para
calcular a concentra-
ção de efluentes de
combustão que pode
inviabilizar a fuga, há
que considerar as

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
relações existentes
entre a emissão de
efluentes (que deriva
das características
combustíveis dos
materiais), o fluxo
com que os mesmos
são extraídos (que
deriva dos sistemas
de controlo dos
efluentes) e do tempo
que os ocupantes
estão expostos aos
efluentes (que pode
derivar das distâncias
percorridas na fuga).
Este tipo de relações
é frequente na filoso-
fia EBD, já a filosofia
prescritiva estabelece
unicamente soluções
construtivas genéri-
cas, pelo que não
pode controlar este
tipo de relações.
5.2 - Interdição de visão pelos Não está especificado. Idem 5.1
efluentes da combustão

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combate ao
incêndio
6 - Meios de 6.1 - Número e localização dos 6.1.1 - Saídas Art 54 nrº1: É de realçar que os
fuga meios de fuga Efectivo de 1 a 50 – uma saída; parâmetros estabele-
Efectivo de 51 a 1500 – uma por 500 pessoas ou cidos pela norma ISO
fracção, mais uma; não abordam a largu-
1501 a 3000 – uma por 500 pessoas ou fracção; ra das vias de evacua-
ção, sendo esta uma
matéria com bastante
enfase na regulamen-
tação actual.
6.1.2 - Vias verticais Art. 64 nrº1: Idem 3.1.3.1 Idem 6.1.1
de evacuação O número de vias de evacuação está dependente
das limitações à distância a percorrer por piso
6.1.3 - Vias horizon- Art. 57, nr2: Idem 3.1.3.1 Idem 6.1.1
tais de evacuação A distância máxima a percorrer até uma via vertical
de evacuação ou exterior é:
15 m em impasse;
30 m sem impasse;

Art. 61, nrº2:


A distância máxima a percorrer de qualquer ponto
as vias horizontais de evacuação, medida segundo
o seu eixo, até uma saída para o exterior ou uma
via de evacuação vertical protegida, não deve
exceder:
b) 15 m, em impasse, nos restantes casos;
c) 30 m, quando não está em impasse.

Art.61, nrº4
No caso de vias horizontais exteriores, são admissí-
veis distâncias máximas do dobro das constantes
nos n.º 2 e 3 do presente Artigo.

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incêndio
6.2 - Distância máxima percorri- 6.2.1 - Vias horizon- Art. 57, nr2: No caso de existir arre- Existe discrepâncias Idem 6.1.1
da para a fuga tais de evacuação A distância máxima a percorrer até uma via vertical cadações de condómi- quanto à distância máxi-
de evacuação ou exterior é: nos: ma a percorrer até ao
15 m em impasse; exterior ou uma via
30 m sem impasse; Art. 209, nrº7: vertical de evacuação:
“A distância máxima a Art. 57, nr2:
Art. 61, nrº2: percorrer na horizontal, “A distância máxima a
A distância máxima a percorrer de qualquer ponto dentro deste comparti- percorrer até uma via
as vias horizontais de evacuação, medida segundo mento corta-fogo, deve vertical de evacuação ou
o seu eixo, até uma saída para o exterior ou uma ser de 30 m quando exterior é:
via de evacuação vertical protegida, não deve exista mais do que uma 15 m em impasse;
exceder: saída e de 15 m quando 30 m sem impasse;”.
b) 15 m, em impasse, nos restantes casos; em impasse.”
c) 30 m, quando não está em impasse. Art. 218:
“Distância máxima a
Art.61, nrº4 percorrer até se atingir a
No caso de vias horizontais exteriores, são admissí- saída mais próxima, para
veis distâncias máximas do dobro das constantes o exterior ou via de
nos n.º 2 e 3 do presente Artigo. evacuação protegida,
deve ser 25 m em impas-
se e 40m sem impasse; “.

Opta-se pelo Art.57 por


ser mais conservativo.
6.2.2 - Vias verticais Art. 64 nrº 4: Art. 64, nrº 6: Não há referência às Idem 6.1.1
de evacuação As vias verticais de evacuação devem, sempre que “Com a excepção previs- distâncias a percorrer
possível, ser contínuas ao longo da sua altura até ta no número seguinte, (verticalmente) nestas
ao piso ao nível do plano de referência mais próxi- as vias que sirvam pisos vias de evacuação, contu-
mo dos pisos que servem. situados abaixo do piso do a mesma está princi-
do plano de referência palmente condicionada
Art. 64 nrº 5: não devem comunicar pela distância ao piso do
Quando, excepcionalmente, o desenvolvimento de directamente com as plano referência.
uma via não for contínuo, os percursos horizontais que sirvam os pisos
de ligação devem ter traçado simples e claro, acima desse plano”.

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Anexo A2 - Confronto entre parâmetros da Norma ISO 15928-4 e Regulamentação Nacional, para utilização-tipo II

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Agente Parâmetros subsistema de Decreto-Lei n.º 220/2008)
combate ao
incêndio
comprimento inferior a 10 m e garantir o mesmo Art. 64, nrº 7:
grau de isolamento e protecção que a via vertical. “O disposto no número
anterior é dispensado
nas utilizações-tipo
classificados na 1.ª e 2.ª
categoria de riscos de
risco, que ocupem um
número de pisos não
superior a três”.

No caso de existir arre-


cadações de condómi-
nos:

Art. 209, nrº7:


“A distância máxima a
percorrer na horizontal,
dentro deste comparti-
mento corta-fogo, deve
ser de 30 m quando
exista mais do que uma
saída e de 15 m quando
em impasse.”
7 - Segurança 7.1 - Período de tempo que a Art. 15, nrº1:
estrutural segurança estrutura é crível Apenas suporte:
1º categoria de risco - R60 ;
2º categoria de risco - R90 ;
3º categoria de risco - R 120 ; 4º - R180

Suporte e compartimentação:
1º categoria de risco - REI 60 ;
2º categoria de risco - REI 90 ;
3º categoria de risco - REI 120 ;
4º categoria de risco - REI 180

191
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

192
Anexo A3– Legenda

Anexo A3 – Legenda

 Simbologia utilizada na definição das classes de resistência ao fogo padrão para produtos de constru-
ção:

R — capacidade de suporte de carga;


E — estanquidade a chamas e gases quentes;
I — isolamento térmico;
W — radiação;
M — acção mecânica;
C — fecho automático;
S — passagem de fumo;
P ou PH — continuidade de fornecimento de energia e ou de sinal;
G — resistência ao fogo;
K — capacidade de protecção contra o fogo.

 Simbologia das classes de reacção ao fogo dos produtos de construção (Tabela A3.1 a Tabela A3.3)

Tabela A3.1 - Classes de reacção ao fogo para produtos de construção, excluindo pavimentos

Classe Classificação complementar


A1
A2 Produção de fumo «s1,s2 ou s3» e gotículas ou partículas incandescentes «d0, d1 ou d2»
B Produção de fumo «s1,s2 ou s3» e gotículas ou partículas incandescentes «d0, d1 ou d2»
C Produção de fumo «s1,s2 ou s3» e gotículas ou partículas incandescentes «d0, d1 ou d2»
D Produção de fumo «s1,s2 ou s3» e gotículas ou partículas incandescentes «d0, d1 ou d2»
E Gotículas ou partículas incandescentes «aprovação ou reprovação»
F Desempenho não determinado

193
Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

Tabela A3.2 - Classes de reacção ao fogo para produtos de construção, incluindo pavimentos

Classe Classificação complementar


A1FL
A2 FL Produção de fumo «s1 ou s2 »
B FL Produção de fumo «s1 ou s2 »
C FL Produção de fumo «s1 ou s2 »
D FL Produção de fumo «s1 ou s2 »
E FL
F FL Desempenho não determinado

Tabela A3.3 - Classes de reacção ao fogo de produtos lineares para isolamento térmico de condutas

Classe Classificação complementar


A1L
A2 L Produção de fumo «s1,s2 ou s3» e gotículas ou partículas incandescentes «d0, d1 ou d2»
BL Produção de fumo «s1,s2 ou s3» e gotículas ou partículas incandescentes «d0, d1 ou d2»
CL Produção de fumo «s1,s2 ou s3» e gotículas ou partículas incandescentes «d0, d1 ou d2»
DL Produção de fumo «s1,s2 ou s3» e gotículas ou partículas incandescentes «d0, d1 ou d2»
EL Gotículas ou partículas incandescentes «aprovação ou reprovação»
FL Desempenho não determinado

194
Anexo B – Ficha de segurança contra incêndio

Anexo B – Ficha de segurança conta Incêndio

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

196
Anexo B – Ficha de segurança contra incêndio

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

198
Anexo B – Ficha de segurança contra incêndio

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Segurança contra incêndios: Avaliação de desempenho em edifícios de habitação novos

200
Anexo B – Ficha de segurança contra incêndio

201

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