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IMED

ESCOLA POLITÉCNICA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

MAGLIANI DENTE

PROPOSTA DE AVALIAÇÃO PARA PROTEÇÃO


CONTRA INCÊNDIO EM CASAS NOTURNAS
APLICADO A ESTUDOS DE CASO

Projeto de pesquisa

Orientadora Dra. Marinês Silvani Novello

PASSO FUNDO- RS
2022
MAGLIANI DENTE

PROPOSTA DE AVALIAÇÃO PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO EM


CASAS NOTURNAS APLICADO A ESTUDOS DE CASO

Projeto de Pesquisa apresentado como requisito


parcial para aprovação na disciplina de Trabalho
de Conclusão de Curso I, no curso de
Engenharia Civil, Escola Politécnica, da IMED

Orientador(a): Dra. Marinês Silvani Novello

PASSO FUNDO-RS
2022
RESUMO

O projeto contra incêndio deve ser muito criterioso na sua elaboração, tendo em vista
as características da edificação. Os materiais, bem como a finalidade do ambiente
devem ser levados em consideração. Em casas noturnas não é diferente, já que é de
muita relevância identificar os sistemas de prevenção contra incêndio que devem ser
contidos nela, bem como materiais que serão utilizados na composição dela. As
normas brasileiras e as instruções dadas pelo Corpo de Bombeiros são as diretrizes
que devem ser seguidas para que haja eficiência e otimização no projeto contra
incêndio para construções. Espera-se através dessa pesquisa identificar as
normativas e instruções necessárias para avaliar uma casa noturna e realizar a
instalação de sistemas contra incêndio de forma que garanta a proteção de pessoas
e das construções.

Palavras-chave: Proteção contra incêndio. Casas noturnas. Critérios de projeto.


Sistemas e materiais contrafogo.
ABSTRACT

The fire project must be very careful in its elaboration, in view of the characteristics of
the building. The materials as well as the purpose of the environment should be
considered. In nightclubs is no different, since it is very important to identify the fire
prevention systems that should be contained in it, as well as materials that will be used
in the composition of it. The Brazilian standards and the instructions given by the Fire
Department are the guidelines that must be followed in order to be efficient and
optimized in the fire project for buildings. It is expected through this research to identify
the regulations and instructions necessary to evaluate a nightclub and perform the
installation of fire systems in a way that ensures the protection of people and buildings.

Keywords: Fire protection. Nightclubs. Design criteria. Fire systems and materials.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Curva de evolução do incêndio celulósico ................................................ 16


Figura 2- Após o incêndio do Gran Circus ................................................................ 18
Figura 3- Incêndio do edifício Joelma ........................................................................ 19
Figura 4: Incêndio na Boate Kiss............................................................................... 22
Figura 5- Sinalização de proibição ............................................................................ 38
Figura 6- Sinalização de alerta .................................................................................. 39
Figura 7- Fluxograma da pesquisa ............................................................................ 47
Figura 8- Localização do município de Sarandi/RS................................................... 49
Figura 9- Fachada da casa noturna .......................................................................... 49
Figura 10- Interior da boate mostrando o piso........................................................... 50
Figura 11- Foro de geso protegido com rede ............................................................ 50
Figura 12- Acesso ao mezanino ................................................................................ 51
Figura 13- Localização do município de Santa Maria/RS .......................................... 52
Figura 14- Fachada da Boate Kiss após incêndio ..................................................... 53
Figura 15- Planta baixa da Boate Kiss ...................................................................... 54
Figura 16- Espuma usada como isolante acústico ................................................... 55
Figura 17- Salão menor ............................................................................................. 56
Figura 18- Salão menor, imagem real, após o incêndio ............................................ 56
Figura 19- Salão maior .............................................................................................. 57
F 20- Salão maior, imagem real, após o incêndio ..................................................... 57
LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Classificação das edificações quanto à sua ocupação ............................. 26


Tabela 2- Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto à
ocupação ................................................................................................................... 28
Tabela 3- Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto à altura
.................................................................................................................................. 29
Tabela 4- Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto ao grau
de risco de incêndio .................................................................................................. 29
Tabela 5- Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto à carga
de incêndio específica por classificação nacional de atividades econômicas - CNAE
.................................................................................................................................. 30
Tabela 6- Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto à carga
de incêndio relativa à altura de armazenamento ....................................................... 30
Tabela 7- Exigências para edificações e áreas de risco de incêndio ........................ 32
Tabela 8- Exigências para edificações e áreas de risco de incêndio em área menor ou
igual a 750 m² e altura inferior ou igual a 12 metros e divisões F-11 e F-12 com área
até 1.500 m² e altura inferior a 12 metros ................................................................. 32
Tabela 9- Cronograma de evolução ao longo do tempo ........................................... 61
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CREA- Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura


GLP- Gás de cozinha
IN- Instrução Normativa
IT- Instrução Técnica
NBR- Normas Brasileiras
PPCI- Projeto de proteção contra incêndio
RS- Rio Grande do Sul
RT- Resolução Técnica
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................... 12
1.2 HIPÓTESE .......................................................................................................... 12
1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13
1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 13
1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 13
1.4.2 Objetivos específicos..................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 14
2.1 CONCEITO DE FOGO E INCÊNDIO .................................................................. 14
2.2 PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIO ................................................................ 14
2.3 FASES DO FOGO ............................................................................................... 15
2.4 COMPORTAMENTO DOS MATERIAIS CONSTRUTIVOS EM RELAÇÃO AO
FOGO ........................................................................................................................ 16
2.5 INCÊNDIOS DE GRANDES PROPORÇÕES NO BRASIL ................................. 17
2.5.1 Gran Circus Norte-Americano, Niterói- 1961 ............................................... 17
2.5.2 Edifício Joelma, São Paulo-1974 ................................................................... 18
2.5.3 Boate Kiss, Santa Maria ................................................................................. 20
2.6 LEGISLAÇÃO...................................................................................................... 22
2.6.1 Histórico da legislação .................................................................................. 22
2.6.2 Leis federais e estaduais ............................................................................... 23
2.7 PPCI .................................................................................................................... 23
2.7.1 Conceito de projeto de proteção contra incêndio ....................................... 23
2.7.2 Solicitação do alvará de PPCI ....................................................................... 25
2.7.2 Classificação da edificação conforme o risco ............................................. 25
2.7.2.1 Classificação segundo NBR 9077/2001 ..................................................... 26
2.7.2.2 Classificação conforme Lei Complementar nº 14.376 e suas atualizações
.................................................................................................................................. 27
2.8 CORPO DE BOMBEIROS................................................................................... 33
2.8.1 Instrução Técnica nº 07- Separação entre edificações (isolamento de risco)
.................................................................................................................................. 34
2.8.2 Instrução Técnica nº 08- Segurança estrutural contra incêndio ................ 34
2.8.3 Instrução Técnica nº 09- Compartimentação horizontal e
compartimentação vertical ..................................................................................... 34
2.8.4 Instrução Técnica nº 10- Controle de materiais de acabamento e de
revestimento ............................................................................................................ 34
2.8.5 Instrução Técnica nº 15- Controle de Fumaça ............................................. 35
2.8.6 Resolução Técnica nº 11- Saídas de emergência ........................................ 35
2.8.6 Resolução Técnica nº 12- Sinalização de emergência ................................ 35
2.8.7 Resolução Técnica nº 14- Extintores de Incêndio ....................................... 36
2.8.8 Plano de Prevenção contra incêndio de forma completa pela Resolução
Técnica nº 5 - Parte 1 .............................................................................................. 36
2.9 SISTEMAS DA PREVENÇÃO CONTRA INCENDIO .......................................... 36
2.9.1 Cálculo de população .................................................................................... 37
2.9.2 Sistema de detecção e alarme de incêndio .................................................. 37
2.9.3 Sistema de sinalização de emergência ........................................................ 38
2.9.4 Saídas de emergência .................................................................................... 39
2.9.4.1 Corredores, portas, escadas, guarda-corpo e corrimãos ........................ 40
2.9.3 Sistema de iluminação de incêndio .............................................................. 41
2.9.4 Sistema de extintores .................................................................................... 42
2.9.5 Sistema de hidrantes, mangotinhos e chuveiros automáticos .................. 43
2.9.6 Compartimentação ......................................................................................... 43
2.9.7 Sistema de brigada de incêndio .................................................................... 44
2.9.8 Plano de emergência...................................................................................... 44
2.9.9 Controle de materiais contra incêndio ......................................................... 45
2.10 Dificuldades da implantação do projeto contra incêndio ............................ 45
2.11 Propostas de melhoras no PPCI .................................................................... 46
3. MÉTODO............................................................................................................... 47
3.1 DELINEMANETO DE PESQUISA ....................................................................... 47
3.2 FLUXOGRAMA ................................................................................................... 47
3.3 PLANO DE COLETA E INTERPRETAÇÃO DE DADOS..................................... 48
3.3.1 População e amostra ..................................................................................... 48
3.3.2 Cenário e amostra da primeira casa noturna ............................................... 48
3.3.3 Cenário e amostra da segunda casa noturna .............................................. 51
3.3.4 Variáveis analisadas ...................................................................................... 58
3.4 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 58
3.4.1 Instrumentos de coleta de dados ................................................................. 58
3.4.2 Instrumentos de análises de dados .............................................................. 59
4. CRONOGRAMA ................................................................................................... 60
5. ORÇAMENTO ....................................................................................................... 62
6. RESULTADOS ESPERADOS .............................................................................. 62
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 63
ANEXO A- ATESTADO DE PLANO DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA .. 71
INCÊNDIO DA EDIFICAÇÃO/ÁREA DE RISCO DE INCÊNDIO.............................. 71
ANEXO B- MEMORIAL DE PROJETO CONTRA INCÊNDIO.................................. 72
11

1 INTRODUÇÃO

Prevenção contra incêndio significa prevenir a combustão de materiais


combustíveis, controlando a fonte de calor e identificando o comportamento desses
materiais. As formas mais eficazes de melhor a segurança contra incêndio são ações
preventivas que reduzirão ou eliminarão os riscos de fogo (WHITE, DIETENBERGER,
2010).
Para reduzir o número de acidentes e incidentes é realizado o projeto contra
incêndio que traz uma série de diretrizes a serem seguidas para evitar que sinistros
aconteçam. Um sistema de segurança contra incêndio consiste em um conjunto de
meios ativos como, extintores, hidrantes, detecção de calor ou fumaça, brigada contra
incêndio e passivos como, resistência ao fogo das estruturas, escadas de segurança,
compartimentação (SEITO, 2008).
É evidente que muitos projetistas não consideram a segurança contra incêndio
no projeto e no processo de construção, podendo assim ocasionar acidentes e
tragédias. A otimização do projeto, bem como a execução do plano contra incêndio
faz com que o risco de acontecer episódios de fogo que ocasionem tragédias é
significativamente reduzido. Cada projeto contra incêndio leva em consideração as
características do imóvel, riscos evidentes e a escolha de um bom profissional (KHAN,
2020).
Segundo Claret e Mattedi (2011), o processo de implantação da normalização
brasileira de segurança contra incêndio apresenta considerável atraso em relação ao
de outros países desenvolvidos, tendo em vista que até os anos setenta as normativas
eram confusas.
Entretanto, no estado do Rio Grande do Sul, foi a partir do incêndio da boate
Kiss em 2013 que as normas e leis foram atualizadas, trazendo mais rigor para o
funcionamento de casas noturnas (GZH, 2018).
Com este trabalho busca-se compreender as normas técnicas, portarias,
resoluções e diretrizes para propor um modelo de avaliação para levantamento de
informações que possas ser aplicada pelos profissionais de engenharia para
elaboração de projetos contra incêndio de uma forma mais ágil, segura e com
12

respaldados tecnicamente. Esse modelo de avaliação será aplicado em estudos de


caso para sua efetividade.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 na cidade de Santa Maria,


aconteceu o incêndio na Boate Kiss, que vitimou 242 pessoas, em sua maioria jovens.
O motivo pelo qual o fogo começou foi o uso de artefatos pirotécnicos pela banda
Gurizada Fandangueira que se apresentava no momento. A casa noturna estava sem
ventilação, saídas de emergência, sendo tomada por fumaça tóxica. Os extintores não
funcionaram e nem havia chuveiros automáticos apara ajudar no combate do fogo.
Além disso havia degraus, barras de ferro e muretas que impediam a saída das
pessoas, agravando ainda mais a tragédia (ARCO,2021).
Apenas 30 das mais de 90 casas noturnas registradas em Porto Alegre,
segundo GZH (2019) estão com a documentação adequada para funcionamento. Há
falta de elementos que previnam a segurança contra incêndio. Além disso, acredita-
se que um dos fatores seria o uso de produtos vencidos que é fiscalizado pela
vigilância sanitária.
Embasado nas informações acima, sabendo-se das dificuldades dos
profissionais e proprietários adequarem as edificações de acordo com as normas e
leis que tratam da segurança contra incêndio em casas noturnas, busca-se
determinar, quais critérios e informações devem ser coletados e avaliados para
realizar um projeto que permita proteger contra incêndio, construções previstas para
uso como casas noturnas, boates?

1.2 HIPÓTESE

No Brasil, nas últimas décadas, observa-se uma constante preocupação com o


custo de implantação de níveis mínimos aceitáveis de segurança contra incêndio nas
edificações. O processo de implantação da normalização brasileira de segurança
contra incêndio registra considerável atraso em relação ao de outros países
desenvolvidos (CLARET, MATTEDI, 2011).
13

Tendo em vista a dificuldade dos profissionais e proprietários de casas noturnas


em se adequarem às normas e leis contra incêndio, a criação de um modelo de
avaliação poderá auxiliar profissionais, proprietários e usuários a apresentarem um
projeto de proteção contra incêndio dentro dos padrões normativos, de modo a
garantir a segurança das pessoas e do patrimônio envolvido.

1.3 JUSTIFICATIVA

Após o incêndio na Boate Kiss em Santa Maria no ano de 2013 ocorreram


mudanças que visavam estabelecer normas Segurança, Prevenção e Proteção contra
incêndio, competências, atribuições, fiscalizações e sanções administrativas (Lei
complementar nº 14.924 de 2016). Recentemente criou-se a Lei Complementar nº
15.726, de 26 de Dezembro de 2021 que tem como objetivo tratar do funcionamento
e a organização dos serviços civis.
Os diversos tipos de sinalização de segurança contra incêndio e pânico devem ser
implantados em função de características específicas de uso e dos riscos, bem como
em função de necessidades básicas para a garantia da segurança contra incêndio na
edificação (NBR 13434-1/2004).
Apesar de leis e normas nacionais que regem e garantem segurança contra
incêndio, percebe-se que há muita dificuldade no cumprimento delas, fazendo com
que ainda existam muitos riscos para a sociedade frequentadora de casas noturnas.
Deste modo, esse trabalho busca contribuir com um modelo de avaliação e
informações para a adequação de projeto de proteção contra incêndio dentro dos
padrões normativos.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Propor um modelo de avaliação para coleta e verificação de informações de


acordo com as normas e leis vigentes para projeto contra incêndio em casas
noturnas.
14

1.4.2 Objetivos específicos

• Avaliar de um modo geral a legislação para projeto contra incêndio;


• Identificar os critérios da legislação do Corpo de Bombeiros a serem
atendidos pelos proprietários que garanta a segurança do usuário;
• Analisar se os critérios propostos pela legislação contemplam todos os riscos
que uma casa noturna apresenta no projeto conta incêndio;
• Propor recomendações para projeto de sistemas de proteção contra incêndio
em casas noturnas baseada na legislação contra incêndio e nos riscos que a
atividade apresenta para usuários e à construção.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONCEITO DE FOGO E INCÊNDIO

Conforme a NBR 13860 de 1997, fogo é definido como o processo de


combustão caracterizado pela emissão de calor e luz. Na mesma norma, incêndio é o
fogo fora de controle. Entende-se desta maneira que existem fatores que impactam
para que fogo se transforme em incêndio. Já pela Internacional ISO 8421-1, tem-se
que: “incêndio é a combustão rápida disseminando-se de forma descontrolada no
tempo e espaço”.
Como resultado pela queima de combustíveis haverá gases, chamas, calor e
fumaça. Sabemos que são substâncias tóxicas e que comprometem a saúde humana,
provocando queimadura, irritação nos olhos, lesões nos aparelhos respiratórios
decorrentes dos gases liberados, entre eles o monóxido de carbono. (SEITO, 2008).

2.2 PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIO

O incêndio inicia-se, na sua maioria, bem pequeno. O crescimento dependerá:


do primeiro item ignizado, das características do comportamento ao fogo dos materiais
na proximidade do item ignizado e sua distribuição no ambiente (SEITO, 2008).
15

Ainda segundo Seito (2008) no livro “A segurança contra incêndio no Brasil”,


não existe incêndios iguais, são inúmeros os fatores que determinam o início e
desenvolvimento, entre eles podemos citar: forma geométrica, dimensões do local,
materiais envolvidos, materiais combustíveis contidos no ambiente, local do foco de
incêndio e os sistemas de prevenção contra incêndio instaladas.

2.3 FASES DO FOGO

Seito (2008) diz que curva da evolução do fogo e por consequente do


incêndio possui três fases diferentes:

Primeira fase: conhecido como incêndio primário, possui crescimento lento, tem
duração entre cinco e vinte minutos até o ponto de ignição

Segunda fase: Caracterizada pelas chamas que crescem e aquecem o local.

Terceira fase: Acontece a diminuição da temperatura do ambiente e do fogo, isso


ocorre pelo esgotamento do material combustível.

O sistema de detecção do fogo deve funcionar na primeira fase para que a


extinção do incêndio aconteça com sucesso. Após 600ºC todo ambiente é tomado
por gases e vapores combustíveis, sendo eles sólido se líquidos, acontecendo a
inflamação generalizada (flashover), por isso é de suma importância o controle do
incêndio antes desta fase, usando algum material ou sistema que contribua para o
fato (SEITO, 2008).
A figura 1, apresentada a seguir, mostra a curva de evolução do incêndio
fazendo uma análise do calor desenvolvido pelo tempo do incêndio.
16

Figura 1 - Curva de evolução do incêndio celulósico

Fonte: Seito et al. (2008).

2.4 COMPORTAMENTO DOS MATERIAIS CONSTRUTIVOS EM RELAÇÃO AO


FOGO

A NBR 9442 (1986) determina o índice de propagação do fogo pelo método do


painel radiante que no final de sua execução consegue determinar índice de
propagação da chama, fator de evolução do calor, velocidade da propagação da
chama pelo material e razão do desenvolvimento do calor.
O concreto sofre pouco em temperaturas abaixo de 300ºC e passa a se
deteriorar com temperaturas superiores a 380ºC isso sendo exposto a fogo por longos
períodos. Aos 400ºC há uma perda de resistência de até 25% dependendo se existe
agregados de calcário ou silício. Já o aço sofre uma perda considerável de resistência
durante o incêndio. Aos 400ºC torna-se dúctil, já aos 600º há uma perda brusca de
17

resistência devido ao seu alto coeficiente de transferência de calor, sendo assim, seu
comportamento é muito perigoso durante um incêndio (MÁRTIN, 1982).
São considerados materiais não-combustíveis ou incombustíveis aqueles que,
quando submetidos a uma combustão, não apresentam rachaduras, derretimento,
grandes deformações e não há tanta geração de fumaça e gases. Tijolos, concreto,
cobertura de telhado, placa de amianto, aço, alumínio, vidro, argamassas e similares,
sendo a maioria dos citados materiais inorgânicos. (MATIDIERI,1998).
Ainda Matidieri (1998) cita como materiais semi-combustíveis aqueles que
apresentam taxa de queima baixa e pouco desenvolvimento de fumaça e gases, não
apresentam rachaduras, derretimentos e muita deformação. Os materiais que
pertencem a essa classificação são painéis de gesso, revestimentos metálicos que
possuem pouca quantidade de madeira, papel ou plástico.
Na última fase da curva da evolução do incêndio é onde o local incendiado fica
a serviço da resistência do fogo dos materiais que constituem a edificação (estrutura,
teto, piso, divisões etc.). As chamas, a fumaça, o calor, o número de vítimas, o pânico
dos usuários e a gravidade do incêndio dependem diretamente dos materiais
combustíveis contidos no edifício (SEITO, 2008).

2.5 INCÊNDIOS DE GRANDES PROPORÇÕES NO BRASIL

O Brasil é um dos países que adotam os códigos de incêndios baseados em


experiências com desastres. Em nosso país ocorreram grandes acidentes que
resultaram em perdas econômicas e sociais de grandes proporções e que levaram as
pessoas a compreenderem o alcance catastrófico de um incêndio. (ALMEIDA, 2015).
Diante disso, alguns acidentes de grande magnitude aconteceram e foram
responsáveis por mudanças nas leis e normas.

2.5.1 Gran Circus Norte-Americano, Niterói- 1961

Na tarde de 17 de dezembro, cerca de 3 (três) mil pessoas se reuniram na


platéia para prestigiar o terceiro dia de espetáculos. Por volta das 15h45, momento
em que os trapezistas se preparavam para executar o ponto alto da apresentação, o
18

salto tríplice, o incêndio começou, conforme o jornal Tribuna da Imprensa publicou na


época. A lona, que deveria ser de nylon, na verdade, havia sido embebida por parafina
que é um material altamente inflamável, e foi rapidamente consumida pelas chamas.
Os pedaços dos tecidos derreteram e caíram em cima do público, que se amontoava
para escapar do cenário escaldante. Oficialmente, 503 indivíduos faleceram devido
ao incêndio. No entanto, o número é contestado: alguns acreditam que a quantidade
de vítima pode ser, pelo menos, o dobro do informado pelas autoridades da época
(DIÁRIO DO NORDESTE, 2021).
Na figura 2, apresentada a seguir, mostra um registro após o incêndio.

Figura 2- Após o incêndio do Gran Circus

Fonte: Diário do Nordeste (2021).

2.5.2 Edifício Joelma, São Paulo-1974

No dia 1º de fevereiro de 1974 na cidade de Anhangabaú aconteceu um dos


maiores incêndios do Brasil. O fogo tomou o prédio por volta das 9 (nove) horas da
manhã, atingindo 25 (vinte e cinco). O desastre deixou 187 mortes e cerca de 300
feridos, muitos em estado grave. O edifício era relativamente novo já que foi
inaugurado em 1971 (BLOG MEIO NORTE, 2022).
19

O fogo iniciou-se depois de um curto-circuito no sistema de refrigeração do


Banco Crefisul, no 12º pavimento. Apesar da estrutura do Joelma ser de concreto
armado, as chamas tomaram conta do edifício com rapidez. Entretanto, as salas
comerciais eram repartidas por divisórias e contava com carpetes, móveis de madeira,
cortinas de tecidos e outros materiais inflamáveis. Além disso os botijões de gás nas
cozinhas das empresas que usavam o edifício, explodiram como bombas fazendo com
que as paredes fossem quebradas. Não havia escadas de incêndio ou heliporto na
cobertura da edificação, o que impossibilitou o pouso dos helicópteros, que se
aproximavam apenas para jogar toalhas molhadas e cordas (BLOG MEIO
NORTE,2022).
Abaixo na figura 3, está representado o momento do incêndio no edifício
Joelma.

Figura 3- Incêndio do edifício Joelma

Fonte: Blog Meio Norte (2022).


20

2.5.3 Boate Kiss, Santa Maria

Na noite do dia 27 de janeiro mais de 800 jovens se destinavam em clima de


festa para a boate Kiss em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Lá aconteceria uma
festa universitária chamada “Agromerados” dos cursos de Agronomia, Veterinária e
outros da Universidade Federal de Santa Maria. A atração da noite era a banda
Gurizada Fandangueira, que durante o show disparou um artefato pirotécnico,
atingindo parte do teto da edificação, que de imediato pegou fogo, liberando fumaça
tóxica que logo tomou conta do ambiente. (AGUIAR,2021).
Naquela noite 242 jovens perderam suas vidas devido a vários fatores que
juntos ocasionaram essa tragédia. Além do disparo do artefato pelo integrante da
banda, a boate estava lotada, sem ventilação, saídas de emergências e controle de
incêndio. Agravando mais o episódio, a casa noturna não contava com extintores
funcionando, nem chuveiros automáticos, bem como indicação de rota de fuga.
Obstáculos como degraus, barras de ferro e muretas agravaram a dimensão da
tragédia, uma vez que muitas pessoas tropeçaram, caíram ou ficaram presas ao tentar
cruzar por elas. (ARCO,2021).
Conforme descrito no site Jus, no dia 10 de dezembro de 2021, quatro réus
foram condenados pelo incêndio da Boate Kiss em Santa Maria. Dentre os réus estava
os donos da casa noturna, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann
que eram sócios. Já Marcelo de Jesus dos Santos era vocalista da banda Gurizada
Fandangueira e Luciano Bonilha Leão era auxiliar do grupo musical e dos
representantes do poder público.
Um dos motivos das mortes foi a inalação de fumaça de vapores e produtos
químicos, principalmente de monóxido de carbônico e cianeto. O grande vilão
apontado pelo laudos técnicos juntamente com o monóxido de carbono foi o cianeto,
foi liberado na queima do isolamento acústico (Dobjenski, 2022).
A forma usada, na maioria dos locais que emitiam som, era isolar com uma
espuma de colchão. Elissandro, mandou instalá-la com o intuito de minimizar os sons
emitidos pelos músicos e dj’s, mas a espuma era ineficiente para o propósito
pretendido, então acabou sendo removida, porém, os músicos pediram para que fosse
instalada novamente (Dobjenski, 2022).
21

A fiscalização não identificou a presença da espuma inadequada, sendo que


só era percebida a presença se houvesse alguma denúncia. Já o Corpo de Bombeiros
apenas vistoriava as instalações de projeto contra incêndio (Dobjenski, 2022).
Os responsáveis foram condenados por homicídio qualificado prescrito no
Artigo 121 do Código Penal, que denota ser qualificado o ato de matar alguém quando
o responsável pelo crime tem a intenção de matar por um motivo específico, quer
sejam envenenamento, encomenda de assassinatos com recompensa, emprego de
explosivos ou fogo, tortura, asfixia, emboscadas, entre outros (Dobjenski apud
BRASIL 2016, p.46)
Ocorreram inúmeros erros e omissões, tais como: documento emitido pelos
bombeiros que foi usado como Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI), em
26 de junho de 2009. Não existia especificações desse alvará, ele era emitido de forma
quase automática. A empresa de engenharia responsável pelo PPCI disse ter
elaborado o projeto, mas não acompanhado as manutenções feitas na casa. A boate
foi notificada várias vezes e deveria ter fechado as portas, entretanto, somente foi
multada (Dobjenski,2022).
Em 2012 a fiscalização apontou que a boate não tinha saídas de emergências
adequada e muitas vítimas foram impedidas de sair por isso. Conforme a sentença
dos réus, entendeu-se que foi determinada instalação da espuma altamente
inflamável, não obedecendo recomendações técnicas. Além disso a contratação do
show musical que utilizava artefatos similares a fogos de artificio, não prestou a devida
informação sobre os riscos associados a esses dois fatores, contribuindo com a
situação de perigo. A falta de treinamento dos funcionários e a falta dos sistemas de
prevenção contra incêndio adequados, culminaram a tragédia na boate Kiss
(Dobjenski, 2022).
Na figura 4, percebe-se os momentos de tristeza que aconteciam durante o
incêndio.
22

Figura 4: Incêndio na Boate Kiss

Fonte: Revista Arco (2021)

2.6 LEGISLAÇÃO

2.6.1 Histórico da legislação

Só após os anos 70 (setenta) que as leis, normas e instruções começaram a


serem levados a sério, a ausência diz respeito a inexistência de incêndios de grandes
proporções. A Prefeitura Municipal de São Paulo, uma semana depois do incêndio no
Edifício Joelma (1974), editou o Decreto Municipal nº 10.878 que “institui normas
especiais para a segurança dos edifícios a serem observadas na elaboração do
projeto, na execução, bem como no equipamento e dispõe ainda sobre sua aplicação
em caráter prioritário”. (SEITO,2008).
Em março de 1974, o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro realizou um
Simpósio de Segurança Contra Incêndio, desenvolveu três linhas de raciocínio:
• Como evitar incêndios;
• Como combatê-los;
• Como minimizar os efeitos.
23

2.6.2 Leis federais e estaduais

A atualizada Lei Federal nº 13.425, de 30 de março de 2017 estabelece


diretrizes sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres em
estabelecimentos, edificações e área de reunião de público (Lei federal nº
13.425/2017).
No estado do Rio Grande do Sul a Lei nº 10.987 de 11 de agosto de 1997 perde
vigência após o incêndio na Boate Kiss (janeiro de 2013). Atualmente está vigente a
Lei Complementar nº 14.924, de 22 de setembro de 2016 que substitui a Lei
Complementar nº 14.376 de 2013.
O Decreto nº 51. 803 de 2014 tem como objetivo de regulamentar os
procedimentos técnicos que para prevenção e proteção contra incêndios nas
edificações e áreas de risco nos municípios do Rio Grande do Sul, considerando
proteção à vida e ao patrimônio (Decreto nº 51.803; 2014).

2.7 PPCI

2.7.1 Conceito de projeto de proteção contra incêndio

Conforme a Lei Complementar nº 14.376; 2013, o Plano de Prevenção e


Proteção Contra Incêndio (PPCI) é um processo que deve conter elementos da
edificação para que o proprietário encaminhe ao Corpo de Bombeiros para que os
mesmos definam o tipo de PPCI exigido (completo ou simplificado) de acordo com as
classificações do órgão.
A prevenção contra incêndio consiste em uma exigência legal com intuito de
salvar vidas e bens materiais, reduzir as possibilidades de ocorrência e minimizar a
propagação do fogo. Os usuários devem ser instruídos para enfrentar uma situação
de incêndio, seja adotando medidas para controlar o princípio de incêndio, através da
utilização dos sistemas preventivos instalados para esse fim, ou procedendo à
24

evacuação, sem a instauração do pânico e com a devida localização de saídas de


emergência (TURINI; BAICERE, 2016).
O combate contra incêndio depende de fatores como: layout e
dimensionamento da edificação e constituintes, fornecimento de dispositivos de
segurança e a seleção de materiais de construção (HARMATHY, 1984).
No projeto de uma edificação de segurança contra incêndios podemos
determinar dois aspectos, a proteção passiva e a proteção ativa (BRENTANO, 2011).
No livro “Instalações hidráulicas de combate a incêndio nas edificações”,
Brentano (2011), cita como proteção passiva todas as formas de proteção que devem
ser consideradas no projeto arquitetônico para que haja a redução da propagação do
fogo ou então sua inexistência. Essa medida é tomada no projeto para que seja
determinado as atividades da edificação, bem como identificar elementos que possam
provocar incêndios, compartimentações horizontais e verticais, cuidado entre as
aberturas dos ambientes, utilização de material adequado nos elementos estruturais
de revestimentos, escadas etc.
Ainda conforme Bretano (2011), outra classificação seria a proteção ativa que
envolve todas as formas de detecção, do alarme e de controle do crescimento do fogo
até a chegada do corpo de bombeiros ou o controle do incêndio já instalado. Essas
ações são feitas por equipamentos de detecção de alarme e combate contra o fogo.
Usa-se sensores, detectores de fumaça e calor, sistema de hidrante, chuveiros
automáticos, extintores etc.
Conforme Brentano (2011) o PPCI deve ser elaborado com os seguintes objetivos:
• Evitar o início do fogo;
• Havendo início de fogo, criar condições para confinar o fogo no local onde
começou, permitir que os usuários sejam rapidamente retirados do local com
segurança e que se inicie o combate ao fogo de uma forma rápida e eficiente.
Mais de 70% dos incêndios acontecem entre às 20 horas e às 5 horas da manhã.
Entende-se que fatores externos possam ser os grandes causadores dos incêndios.
Esse período é mais favorável pois pode ocorrer a falta de atenção em usar
determinados materiais. Ou seja, neste intervalo a sinalização e a iluminação devem
ser de muita importância no planejamento (NETO, 1995).
25

2.7.2 Solicitação do alvará de PPCI

Deve conter esse alvará edificações com as seguintes características:


• área superior a 750m²;
• quatro pavimentos ou mais;
• possuir central de GLP (armazenamento de gás de cozinha);
• locais com manipulação, armazenamento e comercialização de combustíveis,
inflamáveis e explosivos;
• locais de reunião de público (grupo F) com risco médio ou alto;
• estar classificado nas divisões G-3, G-5 e G-6;
• locais de elevado risco de incêndio e sinistro, conforme especificado pelo
Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS/2022).
Para conseguir o alvará deverão contar com um profissional habilitado, seja ele
engenheiro ou arquiteto já que será necessário anexar ao PPCI a Anotação de
Responsabilidade Técnica - ART ou o Registro de Responsabilidade Técnica - RRT
do responsável. Além disso, em áreas de risco deve conter documentos que
comprovem a existência da edificação (CBMRS/2022).
Conforme o portal on-line do Corpo de Bombeiros (2022) para solicitar deve-se
seguir algumas etapas, citadas a seguir:
a) Pelo site do Corpo de Bombeiros, utilizando login e senha, deve-se obter um
laudo para preencher as informações da edificação;
b) Após deve ser entregue a via física na unidade de Corpo de Bombeiros mais
próximo;
c) Após a aprovação do PPCI, deve executar as medidas previstas conforme as
características da edificação e após então solicitar a vistoria;
d) Após aprovado, deve-se imprimir o alvará no site do Corpo de Bombeiros.

2.7.2 Classificação da edificação conforme o risco

Para a classificação é necessário saber as atividades que serão realizadas na


edificação, materiais utilizados e acabamentos. Além disso deve-se preencher o
formulário fornecido pelo Corpo de Bombeiros que pede informações sobre o
26

proprietário e sobre o responsável técnico. Na IN nº 10/2017 no Anexo A este


formulário é disponibilizado para o proprietário. (Instrução normativa n.º 10, 2017).

2.7.2.1 Classificação segundo NBR 9077/2001

A NBR 9077 (2001) “Saídas de Emergência em Edifícios” é uma das normas


mais importantes quando se trata de prevenção contra incêndios. Ela classifica as
edificações de duas maneiras: quanto à ocupação e quanto à altura, dimensões em
planta e características construtivas.
Para a classificação quanto à ocupação é dividido em classes, cada uma
apresentando o tipo de ocupação. Existem as classes A (1 a 3), B (1 e 2), C (1 a 3),
D (1 a 3), E (1 a 6), F (1 a 8), G (1 a 5), H (1 a 5), I (1 a 3) e J.
Como a tabela 1 do Anexo Tabelas da NBR 9077 (2011) é extensa, será
demonstrado um fragmento dela.

Tabela 1- Classificação das edificações quanto à sua ocupação

Grupo Ocupação/uso Divisão Descrição Exemplos


A-1 Habitações Casas térreas ou
unifamiliares assobradadas,
isoladas ou não
A Residencial A-2 Habitações Edifícios de
multifamiliares apartamentos em
geral
Habitações Pensionatos,
A-3 coletivas internatos, mosteiros,
(grupos conventos,
sociais residenciais
equivalentes à geriátricos
família)
Hotéis e Hotéis, motéis,
assemelhados pensões,
B-1 hospedeiras,
Serviços de albergues, casas de
B Hospedagem cômodos
27

Hóteis Hotéis e
B- 2 residenciais assemelhados com
cozinha própria nos
apartamentos
(incluem-se apart-
hotéis, flats, hotéis
residências).
Comércio em Armarinhos,
C-1 geral, de tabacarias,
C Comercial pequeno mercearias, fruteiras,
porte butiques e outros
Comércio de Edifícios de lojas,
C-2 grande e lojas de
médio porte departamentos,
magazines, galerias
comerciais,
supermercados em
geral, mercados e
outros
C-3 Centros Centros de compras
comerciais em geral (shopping
centers),

Fonte:NBR 9077/2001

Há ainda classificação quanto à altura, dimensões e características


construtivas. Na primeira temos o tipo de edificação e a altura contada da soleira de
entrada ao piso do último pavimento. Quanto as dimensões são divididas em classes
que variam de pequeno porte até edificações muito grandes. Nas características
construtivas há a divisão de edificações onde a propagação do fogo é fácil, média e
difícil, dependendo do tipo de estrutura.

2.7.2.2 Classificação conforme Lei Complementar nº 14.376 e suas atualizações

A Lei Complementar nº 14.376/2013 e alterações estabelece normas sobre


segurança, prevenção e proteção contra incêndio nas edificações e áreas de risco
de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul. Para a classificação das edificações
28

leva-se em consideração: altura, carga de incêndio, ocupação e uso, área total,


ocupação e uso e capacidade de lotação.
Conforme o artigo 6º da Lei Complementar 14.376/2013 carga de incêndio é a
soma das energias caloríficas a serem liberadas pela combustão completa de todos
os materiais combustíveis presentes na edificação.
Pode-se compreender como a máxima liberação de calor multiplicado pelo
seu potencial calorífico, incluindo mobiliário, acabamento interno, acabamento do
poiso e elementos estruturais (SEITO 2008).
As tabelas de classificação a seguir, quanto a da NBR 9077 (2001) possuem
muitas semelhanças, entretanto, alguns acréscimos fazem com que a classificação
da lei seja mais completa. As mesmas são encontradas no Anexo único da Lei
Complementar nº 14.376/2013.
A tabela 2 classifica conforme à ocupação. Pela extensão dela, será mostrado
apenas uma parte já que a classificação vai de A até M com divisões conforme
ocupação.

Tabela 2- Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto à


ocupação
Grupo Ocupação/uso Divisão Descrição Exemplos
A-1 Habitação Casas térreas ou assobradadas
unifamiliar (isoladas e não isoladas) e
condomínios horizontais
A Residencial A-2 Habitação Edifícios de apartamento em
multifamiliar geral
Habitação Pensionatos, internatos,
A-3 coletiva alojamentos, vestiários,
mosteiros, conventos,
residências geriátricas.
Capacidade máxima de 16 leitos
Hotel e Hotéis, motéis, pensões,
assemelhado hospedeiras, pousadas,
B-1 albergues, casas de cômodos,
Serviço de divisão A-3 com mais de 16
B Hospedagem leitos
Hotel Hotéis e assemelhados com
B- 2 residencial cozinha própria nos
apartamentos (incluem-se apart-
hotéis, flats, hotéis residências).
29

Comércio Artigos de metal, louças, artigos


C-1 com baixa hospitalares e outros
C Comercial carga de
incêndio
Comércio Edifícios de lojas de
C-2 com média e departamentos, magazines,
alta carga de armarinhos, galerias comerciais,
incêndio supermercados em geral,
mercados e outros
C-3 Shopping Centro de compras em geral
centers (shopping centers)

Fonte: Lei Complementar nº 14.376;2013

A tabela 3 faz a classificação quanto à altura, conforme apresentada a seguir.

Tabela 3- Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto à altura


Tipo Altura
I Térrea
II H ≤ 6,00 m
III 6,00 m < H ≤ 12,00 m
IV 12,00 m < H ≤ 23,00 m
V 23,00 m < H ≤ 30,00 m
VI Acima de 30,00 m

Fonte: Lei Complementar nº 14.376;2013

A tabela 4 classifica as edificações levando em consideração o grau de risco


de incêndio conforme apresentada a seguir.

Tabela 4- Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto ao grau


de risco de incêndio
GRAU DE RISCO DE INCÊNDIO CARGA DE INCÊNDIO MJ/m²
Baixo Até 300 MJ/m²
Médio Acima de 300 até 1.200 MJ/m²
Alto Acima de 1.200 MJ/m²

Fonte: Lei Complementar nº 14.376;2013


30

A tabela 5 trata das cargas de incêndio para cada ocupação, pela sua extensão,
a tabela foi fragmentada.

Tabela 5- Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto à carga


de incêndio específica por classificação nacional de atividades econômicas - CNAE
Grupo Ocupação/uso Descrição CNAE Divisão Carga de incêndio
em MJ/m²
Casas térreas ou - A-1 300
sobrados
A Residencial Condomínios prediais 8112-5/00 A-2 300
Pensões (alojamento) 5590-6/03 A-3 300
Outros alojamentos não 5590-6/99 A-3 300
especificados
anteriormente
5510-8/01 B-1 500
Hotéis

Serviços de
B Hospedagem
Motéis 5510-8/03 B-1 500
Albergues, exceto 5590-6/01 B-1 500
assistenciais
Campings 5590-6/02 B-1 500
Albergues assistenciais 8730-1/02 B-1 500
Apart-hotéis 5510-802 B-2 500

Fonte: Lei Complementar nº 14.376;2013

A próxima tabela 6, apresentada a seguir, mostra a classificação usando altura


do armazenamento de alguns materiais. Pela sua extensão, foi fragmentada.

Tabela 6- Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto à carga


de incêndio relativa à altura de armazenamento
Carga de incêndio em MJ/m²
Altura de armazenamento (em metros)
Tipo de material
1 2 4 6 8 10
Açúcar 3780 7560 15120 22680 30240 37800
Açúcar, produtos de 360 720 1440 2160 2880 3600
31

Acumuladores/baterias 360 720 1440 2160 2880 3600


Adubos químicos 90 180 360 540 720 900
Alcatrão 1530 3060 6120 9180 12240 15300
Algodão 585 170 2340 3510 4680 5850
Alimentação (alimentos 1530 3060 6120 9180 12240 15300
industrializados)
Aparelhos eletroeletrônicos 180 360 720 1080 1440 1800
Aparelhos fotográficos 270 540 1080 1620 2160 2700
Bebidas alcoólicas 360 720 1440 2160 2880 3600

Fonte: NBR 9077/2001

Existe o método para calcular a carga de incêndio de cada edificação, dado


pela equação número 1, apresentada a seguir:

(1)
Onde:
qfi - valor da carga de incêndio específica, em megajoule por metro quadrado de área de piso;
Mi - massa total de cada componente (i) do material combustível, em quilograma. Esse valor
não pode ser excedido durante a vida útil da edificação exceto quando houver alteração de
ocupação, ocasião em que (Mi) deve ser reavaliado;
Hi - potencial calorífico específico de cada componente do material combustível, em megajoule
por quilograma;
Af - área do piso do compartimento, em metro quadrado.

Há algumas exigências a serem seguida, conforme as tabelas que se seguem.


A tabela 7 classifica quanto as edificações a construir e as que existem, levando em
conta respectivamente as tabelas 8 e 9 deste trabalho.
32

Tabela 7- Exigências para edificações e áreas de risco de incêndio

Período de existência da ÁREA ÁREA CONSTRUÍDA > 750 m²


edificação e área de risco de CONSTRUÍDA e/ou ALTURA > 12 m
incêndio ≤ 750 m² e
ALTURA ≤ 12
m
EDIFICAÇÕES A CONSTRUIR Conforme Conforme Tabela 6B do Anexo
Tabela 8 Único
EDIFICAÇÕES EXISTENTES Conforme
RTCBMRS

Fonte: Lei Complementar nº 14.376;2013

A tabela 8 apresenta algumas exigências para edificações de risco de


incêndio em áreas com determinadas dimensões.

Tabela 8- Exigências para edificações e áreas de risco de incêndio em área menor


ou igual a 750 m² e altura inferior ou igual a 12 metros e divisões F-11 e F-12 com
área até 1.500 m² e altura inferior a 12 metros

Medidas de
segurança A,D,E B C F H IeJ L M
contra incêndio eG
- - - F1,F2 F5 e F7 F11 - - - M-3
,F3,F F6 e e M-4
4,F8, F12
F9 e
F10
Controle de - - - - x x - - - x -
materiais de
acabamento e
revestimento
Saídas de x x x x x x x x x x x
emergência

Iluminação de x x x x x x x x x x x
emergência
33

Sinalização de x x x x x x x x x x x
emergência

Extintores x x x x x x x x x x x

Brigadas de x x x x x x x x x x x
incêndio

Plano de - - - - x - x - - x -
emergência

Alarme de - - - - x - - - - - -
incêndio

Detecção - - - - x - - - - - -
automática

Controle de - - - - x - - - - - -
fumaça

Hidrantes e x - - - - - x - - - -
mangotinhos

Fonte: Lei Complementar nº 14.376;2013

Há ainda a tabela 6B no Anexo único da Lei Complementar nº 14.376/2013 que


classifica quanto à altura quando for superior a 12 metros ou área superior a 750m².
Utiliza do grupo A para classificar, entretanto cada grupo possui sua tabela (A até M).

2.8 CORPO DE BOMBEIROS

A prevenção de incêndios é de responsabilidade do Corpo de Bombeiros, no


Brasil conforme art. 144 da Constituição Federal de 1988 e art. 130 na Constituição
do Rio Grande do Sul (FERNANDES,2010).
34

O Corpo de Bombeiros é regido por um decreto, pela lei federal e leis


complementares. Ainda é ditado por instruções normativas e técnicas, bem como
resoluções e portarias. O código de prevenção de incêndios possui requisitos mínimos
a serem seguidos, visando segurança de pessoas e bens (Decreto n.º 51.803, de 10
de Setembro de 2014).

2.8.1 Instrução Técnica nº 07- Separação entre edificações (isolamento de risco)

Essa IT tem como objetivo estabelecer critérios para isolamento de onde tiver
risco de propagação do incêndio por radiação de calor, gases e transmissão de
chama, garantindo que o incêndio não passe de uma edificação para outra (IT
07/2019- CBMRS).

2.8.2 Instrução Técnica nº 08- Segurança estrutural contra incêndio

Estabelecer as condições a serem atendidas pelos elementos estruturais e de


compartimentação para que seja evitado o colapso estrutural por tempo suficiente
para possibilitar a saída segura das pessoas e o acesso do corpo de bombeiros para
auxiliar no combate ao incêndio (IT 08/2019- CBMRS).

2.8.3 Instrução Técnica nº 09- Compartimentação horizontal e


compartimentação vertical

Tem como objetivo estabelecer parâmetros de emprego e dimensionamento da


compartimentação horizontal e vertical nas edificações, de modo a impedir a
propagação do fogo para outros ambientes (IT 09/2019-CBMRS).

2.8.4 Instrução Técnica nº 10- Controle de materiais de acabamento e de


revestimento
35

Estabelecer parâmetros aos materiais de acabamento e de revestimento da


edificação para que não haja a propagação do fogo e expansão da fumaça (IT
10/2019- CBMRS).

2.8.5 Instrução Técnica nº 15- Controle de Fumaça

Estabelecer parâmetros técnicos para se implantar o sistema de controle de


fumaça de sistema de controle de fumaça, atendendo o previsto na regulamentação
de segurança contra incêndio (IT 15/2019- CBMRS).
Esta IT é considerada a mais importante, por isso é dividida em oito partes,
citadas a seguir:
• Parte 1 – Regras gerais;
• Parte 2 – Conceitos, definições e componentes do sistema;
• Parte 3 – Controle de fumaça natural em edificações comerciais,
industriais e depósitos;
• Parte 4 – Controle de fumaça natural nas demais ocupações;
• Parte 5 – Controle de fumaça mecânico;
• Parte 6 – Controle de fumaça em rotas de fuga horizontais protegidas e
subsolos;
• Parte 7 – Átrio;
• Parte 8 – Aspectos de segurança.

2.8.6 Resolução Técnica nº 11- Saídas de emergência

Estabelece os requisitos mínimos necessários para o dimensionamento das


saídas de emergência para que haja a evacuação da população, em casa de incêndio
ou pânico, protegendo suas vidas e que permita o acesso do corpo de bombeiros (RT
11/2016- CBMRS).

2.8.6 Resolução Técnica nº 12- Sinalização de emergência


36

Explica as condições mínimas necessárias para o projeto e execução da


sinalização de emergência nas edificações e áreas de risco de incêndio (RT 12/2021-
CBMRS).

2.8.7 Resolução Técnica nº 14- Extintores de Incêndio

Estabelece critérios para proteção contra incêndio em edificações e áreas de


risco de incêndio por meio de extintores de incêndio, portáteis e sobre rodas (RT
14/2016- CBMRS).

2.8.8 Plano de Prevenção contra incêndio de forma completa pela Resolução


Técnica nº 5 - Parte 1

Essa resolução estabelece parâmetros para regularização das edificações


mediante PPCI na forma completa. Está contido na mesma vários anexos que
podem ser preenchidos pelo usuário ou projetista na realização do PPCI. Depende
do tipo de laudo necessário (RT 05/2016- CBMRS).
No final deste trabalho, há o anexo A contendo um modelo de laudo de Plano
de Prevenção contra Incêndio. O anexo B contém o memorial de PPCI usado pelo
Corpo de Bombeiros do Rio Grande Do Sul.
2.9 SISTEMAS DA PREVENÇÃO CONTRA INCENDIO

Conforme Fernandes (2010), para que haja a minimização e a impossibilidade


de incêndio, o profissional deve desenvolver sistemas preventivos e de combate.
Pode-se citar os seguintes:
• sistema de detecção e alarme de incêndio;
• sistema de sinalização de emergência;
• sistema de iluminação de emergência;
• sistema de extintores de incêndio;
• sistema de hidrantes ou mangotinhos;
• sistema de chuveiros automáticos ou sprinklers;
• sistema de brigada de incêndio;
37

• Sistema de plano de emergência.

2.9.1 Cálculo de população

Segundo a NBR 9077/2001 para calcular a população local deve ser


considerado as áreas totais cobertas (F-3 e F-6), além de áreas de escadas, rampas
e assemelhados.
A fórmula usada para dimensionar é a seguinte:

P = A x Do
(2)
Onde:
P = População em número de pessoas,
A: Área do ambiente, pavimento ou edificação em m²,
Do: Densidade ocupacional, em nº de pessoas/m

2.9.2 Sistema de detecção e alarme de incêndio

Conforme Seito (2008), o sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI) tem


como objetivo detectar o fogo no estágio inicial para que os ocupantes possam sair
da edificação com segurança e iniciar o combate ao fogo.
A norma que trata sobre isso é a NBR 17240 (2010). É citado algumas
recomendações importantes a serem seguidas, como a localização da central de
alarme que deve ser localizada em áreas de fácil acesso, como salas de controle ou
entrada da edificação. Existem alarmes sonoros e visuais que devem permitir que
todos do ambiente consigam ouvir e visualizar quando acionados.
Já os detectores de fumaça, temperatura e chama devem considerar a
localização onde serão instalados para que não haja acionamento falso, nem falta de
sinalização quando necessário. Cada pavimento deve ter pelo menos um acionador,
que precisa ser da cor vermelha e de material rígido.
38

Os detectores de fumaça atuam mediante presença de produtos de combustão


visíveis ou invisíveis quando do tipo iônico, já o tipo óptico detectam a presença de
fumaça pelo escurecimento do ambiente.
Os detectores de temperatura agem em locais onde certa temperatura for
atingida pode representam um indício de incêndio.
Já os detectores de chama possuem detectores que indicam a presença de
partículas sólidas e/ou gases. Indicado para áreas onde a chama possa percorrer
facilmente, ou seja, onde há mais produtos inflamáveis.

2.9.3 Sistema de sinalização de emergência

Conforme a RT 12 do Corpo de Bombeiros, há quatro tipos de sinalização,


todas com suas recomendações de cores e formas, explicado a seguir:
Existe a sinalização de proibição que deve possuir forma circular de coloração
branca e borda vermelha, conforme a figura 5.

Figura 5- Sinalização de proibição

Fonte: Anexo B- RT 12/2021

Existe a sinalização de alerta representada na figura 5 (a) que deve possuir


forma triangular, com cor de fundo amarela e moldura preta. Há ainda sinalização de
equipamentos (b) que deve possuir formas quadradas ou retangulares de cor de fundo
vermelha e margem fotoluminescente. Já a sinalização de orientação (c) de
salvamento possui forma quadrada ou retangular de cor de fundo verde ou azul e
margem fotoluminescente.
39

Figura 6- Sinalização de alerta

Fonte: Anexo B- IT 12/2021

A sinalização deve ser clara para que seja fácil o entendimento, já que o
objetivo é a orientação das pessoas em situações de fogo e pânico, portanto, não
deve causar dúvidas na hora de ser compreendida (EUZEBIO, 2015).
Além disso a NBR 13434 partes 1,2 e 3 tratam da sinalização, especificando
cores, alturas e definindo projeto.

2.9.4 Saídas de emergência

Conforme a NBR 9050/2015 as saídas de emergências devem possuir um


trajeto acessível, desobstruído e sinalizado devidamente. As rotas de saída são
definidas de forma geral da seguinte forma:
• Plano horizontal: São considerados todos os caminhos ou espaços localizados
no interior dos pavimentos. Estas rotas podem ser corredores, passarelas,
varandas, terraços, sacadas, etc;
• No plano vertical: São considerados todos os caminhos ou meios utilizados para
se deslocar entre pavimentos de diferentes níveis. Estas rotas são escadas,
rampas e elevadores de emergência.
A largura das saídas deve ser dimensionada de acordo com a população que
por ela transitar. Já escadas, rampas e descargas são dimensionados em função do
pavimento de maior população, considerando o sentido da saída.
Para o cálculo do número de unidades de passagem necessário nas rotas de
saída de emergência usa-se a fórmula:
N=P/C
40

(2)
Onde: N = Número de unidades de passagem,
P = População do ambiente, pavimento ou edificação, em nº de pessoas
C = Capacidade da unidade de passagem
O número mínimo de saídas exigidas para os diferentes tipos de ocupação é
determinado em função da sua altura, dimensões em planta e características
construtivas de cada edificação, conforme a NBR 9077/2001. Além disso nessa
mesma NBR podemos identificar a distância máxima levando em consideração
critérios como, ocupação, características construtivas e existência de chuveiros
automáticos.
Lembrando que a área em que a rota de fuga indica é chamada de descarga e
pode ser construída por: corredor ou saguão enclausurado, área aberta com pilotis e
corredor a céu aberto. (NBR 9077/2001).

2.9.4.1 Corredores, portas, escadas, guarda-corpo e corrimãos

Conforme a NBR 9050/2015 os corredores devem ser dimensionados de


acordo com o fluxo de pessoas, assegurando uma faixa livre de barreiras ou
obstáculos. Devem possuir larguras mínimas de acordo com as unidades de
passagem.
Já a NBR 11785/1997 as portas das rotas de saída e aquelas das salas com
capacidade acima de 50 pessoas e em comunicação com os acessos e descargas
devem abrir no sentido do trânsito de saída e não podem ser trancadas. Já em salas
acima de 200 pessoas, as portas de comunicação com os acessos, escadas e
descarga devem ser dotadas de ferragem do tipo antipânico.
As escadas podem ter diversas formas, larguras e degraus, porém qualquer
escada de uma edificação deve ser incombustível, tendo os elementos construtivos
resistentes ao fogo de no mínimo duas horas, serem dotadas de guarda-corpo e
corrimão, ter pisos e patamares em condições antiderrapantes (NBR 9077/2001).
Conforme essa mesma norma os degraus devem atender as seguintes
condições geométricas:
41

a) Ter a altura do espelho “h” compreendida entre 16 e 18 cm, com tolerância de 0,5
cm;

b) Ter a largura da base do piso “b” calculada pela fórmula:

63 cm ≤ (2h + b) ≤ 64 cm
(3)
As escadas e rampas em saídas de emergência devem ser protegidas de
ambos os lados por paredes ou guarda-corpos contínuos sempre que houver qualquer
desnível maior que 19 cm. Já a altura das guardas deve ser no mínimo de 1,05 metros
ao longo de patamares, corredores etc. Já os corrimãos devem estar afastados 40
mm, no mínimo, das paredes ou guardas. Devem ter seção circular ou semicircular
com diâmetro entre 38 e 65 mm, e a altura deve ser entre 80 e 92 acima do nível do
piso. (NBR 9077/2001).

2.9.3 Sistema de iluminação de incêndio

A iluminação deve ser bem projetada, deve acompanhar as necessidades das


pessoas que irão frequentar determinado tipo de edificação. Pensando em uma
evacuação de pessoas num incêndio, a falta de luminosidade pode acarretar na
lentidão das pessoas ao saírem do local (SEITO,2008).
Conforme a NBR 10898- Sistemas de iluminação de emergência do ano de
1999, o sistema deve permitir que estranhos consigam localizar-se dentro da
edificação, encontrar pessoas que estão impedidas de se locomover e sinalizar as
rotas de fuga com eficiência.
A cada 15 metros de distância deve haver uma luminária de sinalização para
uma possível rota de fuga, que deve contar as orientações de mudança de direção,
obstáculos etc. Deve ser alimentado por um sistema de baterias ou composto por
blocos autônomos e ainda geradores (EUZEBIO, 2015).
42

2.9.4 Sistema de extintores

A NBR 12.693 e a Resolução Técnica nº 14 do Corpo de Bombeiros, tratam e


especificam sobre o sistema de extintores na proteção contra incêndios.
Para Camillo Jr (2012) apud Lavezo (2019), os agentes extintores são
substâncias capazes de interromper uma combustão, seja por resfriamento,
abafamento, extinção química ou combinações. Os principais agentes extintores são:
água, espuma, pós químicos e gás carbônico.
Para determinar o tipo de extintor, a Resolução Técnica nº 14 classifica em
classes de incêndio para assim definir o método de extinção, sendo:

Classe A: Fogo em materiais combustíveis sólidos, ou seja, que pegam fogo


em superfície e profundidade que queimam em superfície e profundidade
através do processo de pirólise. Materiais como por exemplo, madeiras, papel,
tecido, borracha, etc. Possui cinzas e brasas deixados pela queima. O melhor
método é por resfriamento, sendo usado água e PQS ABC.

Classe B: Fogo em combustíveis sólidos que se liquefazem por ação do calor,


como graxas, substâncias líquidas que evaporam e gases inflamáveis, que
podem ou não deixar resíduos. O melhor método de extinção é por abafamento,
sendo os agentes extintores que podem ser usados são a espuma, o PQS BC
e PQS ABC. Não se deve usar a água.

Classe C: Fogo em materiais, equipamentos e instalações elétricas, como, por


exemplo, motores, transformadores, geradores, etc. O melhor método de
extinção é por interrupção da reação em cadeia ou por abafamento, com o uso
de extintores de PQS BC, PQS ABC e CO2. O extintor de CO2 é o mais
indicado por não deixar resíduos que danifiquem os equipamentos.

Classe D: Fogo em metais combustíveis. É caracterizado pela queima em altas


temperaturas e o melhor método de extinguir o fogo é por abafamento, ou seja,
utilizando extintores de pó químico seco especial (PQSE).
43

Há ainda as classes “E” e “K” que são para incêndios mais específicos como
óleo de cozinha e radiação.
Segundo Euzebio (2014), os extintores devem estar bem localizados, sua
localização é de muita importância para que a intervenção seja rápida, controlando o
incêndio. Algumas recomendações devem ser seguidas, como ser facilmente
identificados pela sinalização, sem obstáculos até o local onde o extintor se encontra.
Deve conter a identificação do tipo de material extintor e a classe para qual ele é
recomendado e proibido, usa-se símbolos e textos.

2.9.5 Sistema de hidrantes, mangotinhos e chuveiros automáticos

As normas que regem esses sistemas são as seguintes, NBR 6135; 1992
Chuveiros automáticos para extinção de incêndio, NBR 13714; 2000 -Sistemas de
hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio e NBR 10897; 1990- Proteção
contra incêndio por chuveiro automático. E a Instrução Técnica nº 22 (2011) do corpo
de bombeiros que trata de sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a
incêndio.
O sistema de hidrantes e de mangotinhos é um sistema fixo de combate a
incêndio. Ele funciona liberando água no foco de incêndio, podendo extinguir ou
controlar no estágio inicial. Podem ser classificados de acordo com o tipo de esguicho,
diâmetro da mangueira, etc. (SEITO,2008).
O sistema de chuveiros automáticos é distribuído por toda edificação, ativados
pelo calor do fogo, descarregando água sobre a área de incêndio, com vazões,
pressões e distanciamentos mínimos de acordo com o grau de risco determinado por
norma, tendo encanamento canalizado. É um dos sistemas mais importantes, porque
é acionado automaticamente e serve como alarme para toda edificação (BRENTANO,
2004).

2.9.6 Compartimentação

A compartimentação é uma técnica que cria elementos que são resistentes ao


fogo (paredes, portas, selos e dampers corta-fogo). O objetivo é separar ambientes
44

para que se evite ou atenue a propagação do fogo, calor e gases para o restante da
edificação e até para edifícios vizinhos. Para isso a compartimentação deve ser
estudada criteriosamente para atender os requisitos do local conde vai ser instalada.
(SEITO, 2008).
Existem dois tipos de compartimentação, vertical e horizontal. A horizontal
destina-se a evitar que o fogo se propague pela lateral, evitando o alastramento para
edificações vizinhas, as paredes corta fogo devem ser construídas em alvenaria. Já a
compartimentação vertical deve evitar a propagação do fogo entre pavimentos,
usando lajes maciças de concreto, entre outros elementos construtivos (RT nº 09,
2019).
Além disso a NBR 10686/1989- Paredes divisórias sem função estrutural -
Determinação da resistência ao fogo e a NBR 11742/2018- Porta corta fogo- para
saídas de emergência, também determinam parâmetros a serem seguidos.

2.9.7 Sistema de brigada de incêndio

A norma que trata sobre isso é a NBR 14.276; 2006- Brigada de incêndios-
Requisitos. Ela estabelece requisitos mínimos para composição, formação,
implantação de brigadas de incêndio preparando para atuar na prevenção e no
combate ao princípio de incêndio, primeiros-socorros, com o intuito de reduzir as
consequências de um incêndio.
Para Seito (2008), brigada de incêndio deve ser composta por funcionários que
tenham conhecimento do local para saberem como combater o fogo, ou seja, tipos de
sistemas que podem ajudar a apagar o incêndio. Deve haver manutenção adequada
para que os funcionários não tenham problemas ao realizar a extinção do fogo.

2.9.8 Plano de emergência

A NBR que trata desse assunto é a NBR 15219/2020- Plano de emergência-


Requisitos e procedimentos. Essa norma surge para padronizar os planos de
emergência, fazendo com que cada organização adote o que for da necessidade da
sua edificação.
45

O plano de emergência previsto em norma leva em consideração alguns


parâmetros como: tipo de ocupação, construção, acabamentos, características de
funcionamento, local e inúmeras outras.

2.9.9 Controle de materiais contra incêndio

Existe a NBR 5628- Componentes construtivos estruturais- determinação de


resistência ao fogo de 2001 que descreve o método de ensaio destinado a
determinar a resistência ao fogo de componentes construtivos estruturais, como
paredes estruturais, lajes, pilares e vigas.
Há também a NBR 14432- Exigências de resistência ao fogo de elementos
construtivos de edificações – Procedimento de 2000 que estabelece as condições a
serem atendidas pelos elementos estruturais e de compartimentação da edificação
para que, em situação de incêndio, seja evitado o colapso estrutural.

2.10 Dificuldades da implantação do projeto contra incêndio

Conforme Santos e Lima (2019), uma das maiores dificuldades enfrentadas são
pela parte do Corpo de Bombeiros que cometem erros grandiosos, infringindo
algumas normas, além disso, conforme analisado houve um número muito alto de
correções propostas pela incorporação, mostrando a falta de conhecimento dos
profissionais que elaboraram o PPCI. Boa parte dos profissionais tiveram dificuldade
em elaborar um projeto contra incêndio de forma efetiva, mesmo os que eram
estudantes de Engenharia Civil e Arquitetura, que quando questionados sobre o
assunto, acabavam desconhecendo as normativas necessárias para a elaboração do
PPCI.
No Brasil, os profissionais ainda não têm a questão da SCI (Segurança contra
incêndio) absorvida plenamente nas práticas de projeto e construção. Mudanças
devem ocorrer desde o planejamento urbano como garantia de acesso de viaturas de
bombeiros, existência de hidrantes, proteção passiva e ativa, saídas de emergência,
46

compartimentação, reação ao fogo dos materiais de construção e acabamentos


(SEITO, 2008).
Ainda existem desafios em relação à definição/quantificação dos elementos
estratégicos de qualquer processo, seja eles, os critérios de desempenho, projetar
cenários de incêndio e uso de ferramentas para quantificar os testes. Esforços têm
sido feitos para consolidar bancos de dados reunindo informações relacionadas a
edifícios, incêndios e comportamento dos ocupantes, mas ainda é necessário
disponibilizar esses bancos de dados para toda a comunidade de engenharia
(ALVAREZ, 2013).

2.11 Propostas de melhoras no PPCI

A engenharia de segurança contra incêndio está passando por mudanças


rápidas devido ao desenvolvimento científico. Pode-se evidenciar pelas novas
publicações pela The Society of Fire Protection Engineers (SFPE) Handbook of Fire
Protection Engineering. Avanços constantes estão sendo feitos nas áreas de dinâmica
de incêndio, cálculos de risco de incêndio, cálculos de projeto de incêndio e análise
de risco de incêndio. Há um crescimento com a tendencia mundial de construção, que
buscam meios alternativos de construção. (WHITE, DIETENBERGER, 2010).
Conforme Baldauf (2013) apud Kater e Ruschel (2020) propõe um método que
integra a modelagem em BIM da solução projetual e a validação correspondente dos
requisitos de clientes de empreendimento de habitação de interesse social. Utilizou-
se o aplicativo dRofus. O método visa apoiar os processos de tomada de decisão
durante as fases de desenvolvimento de projeto ou a avaliação de projetos finalizados.
Entre as contribuições do estudo está a identificação dos requisitos de projeto que
podem ser verificados automaticamente, assim como as mudanças e benefícios para
o gerenciamento de requisitos quando se integra a modelagem à verificação
automatizada.
47

3. MÉTODO

3.1 DELINEMANETO DE PESQUISA

Essa pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica que busca entender os


conceitos relacionados ao combate contra incêndio em casas noturnas, aliado a isso,
será feito um modelo de avaliação para aplicação em duas construções. Será
vistoriado duas casas noturnas, verificando os sistemas de proteção contra incêndios
que cada uma contém, se há a contemplação efetiva.

3.2 FLUXOGRAMA

A figura 7 a seguir mostra o fluxograma para o desenvolvimento da pesquisa


e suas conclusões:

Figura 7- Fluxograma da pesquisa


48

Fonte: A AUTORA (2022).

3.3 PLANO DE COLETA E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

3.3.1 População e amostra

A análise será feita em casas noturnas horizontais, não verticais. Para a


investigação julga-se necessário a realização no local para colher recursos para
serem analisados posteriormente. A investigação conta com a análise de alguns
critérios essenciais na proteção conta incêndio.

3.3.2 Cenário e amostra da primeira casa noturna


49

A primeira casa noturna localiza-se na Avenida Sete de Setembro, nº 2038,


Centro, na cidade Sarandi, no norte do Rio Grande do Sul, conforme a figura 8.

Figura 8- Localização do município de Sarandi/RS

Fonte: WIKIPÉDIA (2022)

A casa noturna trabalha com eventos musicais e festas. Possui 390 m², sendo
13 metros de fachada (figura 9) e 30 metros na sua extensão. Sua estrutura é feita
de concreto, sendo as divisões internas de alvenaria.

Figura 9- Fachada da casa noturna

Fonte: A AUTORA (2022).


50

Possui uma pista de dança com piso sem revestimento cerâmico (figura 10) e
seu forro é de geso e há uma proteção de rede para eventuais quedas de materiais,
já que há uma predisposição para isto (figura 11). Além disso, há desnível na casa
noturna, tendo acesso por rampas e escadas (figura 12).

Figura 10- Interior da boate mostrando o piso

Fonte: A AUTORA (2022).

Figura 11- Foro de geso protegido com rede


51

Fonte: A AUTORA (2022).

Figura 12- Acesso ao mezanino

Fonte: A AUTORA (2022).

Outras informações serão fornecidas posteriormente quando for possível a


realização da vistoria.

3.3.3 Cenário e amostra da segunda casa noturna

A segunda casa noturna investigada é a Boate Kiss, após um sinistro no ano


de 2013 sua estrutura entrou em ruínas e atualmente há inúmeras homenagens para
quem perdeu a vida na tragédia.
A Boate Kiss localiza-se na cidade de Santa Maria no centro do estado do Rio
Grande do Sul (figura 13).
52

Figura 13- Localização do município de Santa Maria/RS

Fonte: WIKIPÉDIA (2022).

A Boate Kiss era um prédio térreo, construído num terreno rodeado por edifícios
em três lados, com fachada sobre a Rua Andradas (figura 14). Na fachada encontrava-
se duas portas com largura total de 3,60 metros. As portas eram o único meio de
evacuação. Além disso abriam para fora e havia barras antipânico. No centro da
fachada se encontravam, lado a lado, dois conjuntos de duas portas com uma largura
total de 360 cm. As fachadas possuíam revestimento de madeira. De acordo com as
normas do estado do Rio Grande do Sul, essas portas limitavam a capacidade do local
a 691 pessoas (MONCADA, 2013).
O projeto do edifício era de 26,45 metros de profundidade e 23,18 metros de
largura, com uma área construída de 613 m² (figura 15). Em março de 2010, depois
de uma extensa reforma, a Boate Kiss foi inaugurada. A estrutura tinha paredes
exteriores de tijolo, o teto era metálico e de duas águas, já o forro era de gesso
acartonado. As paredes internas eram de alvenaria rebocada cobertas com madeira
e piso cerâmico (MONCADA,2013).
Em 2011 foi colocado espuma de poliuretano expandido (figura 16) para resolver
problemas de reverberação do som (eco) dentro da boate. Esta espuma foi colocada
no forro do palco e nas paredes das caixas. (MONCADA, 2013).
53

Figura 14- Fachada da Boate Kiss após incêndio

Fonte: CREA/RS (2013)


54

Figura 15- Planta baixa da Boate Kiss

Fonte: CREA-/RS (2013)


55

Figura 16- Espuma usada como isolante acústico

Fonte: Defesa Civil/RS (2013)

No ano de 2016, foi criado o dispositivo Interativo Digital resultado de um projeto


da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em parceria com o Ministério
Público do Estado do Rio Grande do Sul, a Fundação Escola Superior do Ministério
Público e a Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Esse dispositivo
tem como objetivo mostrar o interior da boate que foi reconstruído em imagem 3D,
sendo possível identificar como era o local no dia do incêndio. Este recurso foi usado
no juro do caso Boate Kiss, facilitando as vítimas a localização no dia do fato (ARCO,
2021).
Sendo assim, será utilizado as imagens 3D da casa noturna, a fim de evidências
dos detalhes construtivos já mencionados, como salão menor (figuras 17 e 18) e salão
maior (figuras 19 e 20).
56

Figura 17- Salão menor

Fonte: Dispositivo Integrativo Digital

Figura 18- Salão menor, imagem real, após o incêndio

Fonte: ARCO (2021)


57

Figura 19- Salão maior

Fonte: Dispositivo Integrativo Digital

F 20- Salão maior, imagem real, após o incêndio

Fonte: ARCO (2021)


58

3.3.4 Variáveis analisadas

Serão analisados critérios normativos e de legislação, sejam eles, divisão,


áreas de compartimentação, aberturas necessárias, materiais, sistemas de
construção permitidos serão aplicados à amostras. Caso haja necessidade de reparo,
será indicado quais sistemas devem ser alterados, bem como indicação de uso de
materiais adequados.

3.4 COLETA DE DADOS

3.4.1 Instrumentos de coleta de dados

Será verificado o que atende ao critérios de proteção contra incêndio nas


casas noturnas estudadas. Características como áreas e divisão de compartimentos,
suas dimensões, bem como quantidade de aberturas e acesos para fora do ambiente,
além de materiais e sistemas construtivos.
Para que haja efetividade será listado algumas recomendações de normas,
decretos e leis a serem seguidos e/ou analisados pelas casas noturnas:

1) Lei Federal nº 13.425 de 2017;


2) Lei Complementar nº 14.924 de 22 de setembro de 2016;
3) Decreto nº 51.803 de 2014;
4) Classificações da edificação pela NBR 9077/2001;
5) Classificações da edificação pela Lei Complementar 14.376 e suas
atualizações. Pode-se listar as seguintes classificações:
i) Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto à
ocupação;
ii) Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto à
altura;
iii) Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto ao
grau de risco de incêndio;
59

iv) Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto à


carga de incêndio específica por classificação nacional de atividades econômicas
– CNAE;
v) Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto à
carga de incêndio relativa à altura de armazenamento;
vi) Exigências para edificações e áreas de risco de incêndio;
vii) Exigências para edificações e áreas de risco de incêndio em área menor
ou igual a 750 m² e altura inferior ou igual a 12 metros e divisões F-11 e F-12 com
área até 1.500 m² e altura inferior a 12 metros.
6) Cálculo de população: NBR 9077/2001;
7) Sistema de detecção e alarme de incêndio: NBR 17240/2010 e IT 15;
8) Sistema de sinalização de emergência: NBR 13434 partes 1, 2 e 3 e RT 12;
9) Saídas de emergência: NBR 9050/2015 e RT 11;
10) Corredores, portas, escadas, guarda- corpo e corrimãos: NBR’s 9050/2015,
11785/1997 e 9077/2004;
11) Sistema de iluminação de incêndio: NBR 10898/1999;
12) Sistema de extintores: NBR 12693/2010 e RT 14;
13) Compartimentação: NBR’s 10686/1989 e 11742/2018 e RT 09;
14) Sistema de brigada de incêndio: NBR 14276/2006;
15) Plano de emergência: NBR 15219/2020;
16) Controle de materiais: NBR 5628/2001 e 14432/2000 além da IT 08 e 10.

3.4.2 Instrumentos de análises de dados

Será feita a avaliação entre os dados coletados em vistoria, comparando com


os critérios normativos estabelecidos nas diferentes normas, legislações na proteção
contra incêndio em casas noturnas.
Além disso, baseado nos resultados encontrados entre a coleta de dados e
análise posterior, será possível identificar as possíveis recomendações que poderiam
ser atribuídas para profissionais da área de engenharia para aplicação de novos
projetos, visando garantir a vida das pessoas que utilizam estabelecimentos noturnos,
60

além de propor uma segurança maior contra incêndios ao patrimônio envolvido nestas
situações.

4. CRONOGRAMA

O cronograma (tabela 9) tem por finalidade listar as atividades a serem


desenvolvidas e suas respectivas datas de execução.
61

Tabela 9- Cronograma de evolução ao longo do tempo

EVOLUÇÃO AO LONGO DO TEMPO

ETAPAS MAI/22 JUN/22 JUL/22 AGO/222 SET/22 OUT/22 NOV/22 DEZ/22

1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª
Revisão bibliográfica x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Coleta de dados x x x x x x
Levantamento das NBR’s x x x x x x x
Vistoria nas casas noturnas x x x x x x
Verificação dos sistemas x x x x x x
contra incêndio nas casas
noturnas
Compilação de dados x x x x x x x
Comparação dos dados x x x x
teóricos com experimentais
Conclusão e considerações x x x x x x x x x x x x
Entrega final x
Apresentação banca x
62
5. ORÇAMENTO

Não há custos relativamente válidos, já que não há ensaios ou coleta de


amostras. Portando, não há cálculo de orçamento.

6. RESULTADOS ESPERADOS

Busca-se aplicar os conhecimentos adquiridos por meio de análises e coletas


de legislação, normas e instruções necessárias para que haja efetividade em avaliar
e identificar se todas as recomendações de projeto contra incêndio foram seguidas
nas casas noturnas, bem como recomendar os ajustes necessários.
63

REFERÊNCIAS

AGUIAR, Levi. Relembre o caso da Boate Kiss: depois de 8 anos julgamento dos réus
começa, 2021. Disponível em
<www.opovo.com.br/noticias/brasil/2021/12/01/relembre-o-caso-da-boate-kiss-
depois-de-8-anos-julgamento-dos-reus-comeca.html> Acesso em 2022.

ALMEIDA, Aleska Kaufmann. Projetos de Proteção e Combate a Incêndio:


Segurança Como Requisito Fundamental. Campo Grande, Mato Grosso do Sul,
2015.

ALVAREZ, BJ Meacham. Fire Protection Engineering, Worcester Polytechnic


Institute, Estados Unidos, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNIAS. NBR 17240. Sistemas de


detecção e alarme de incêndio – Projeto, instalação, comissionamento e manutenção
de sistemas de detecção e alarme de incêndio – Requisitos. Rio de Janeiro, 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNIAS. NBR 9077. Saídas de


emergência em edifícios, Rio de Janeiro, 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10686. Paredes


divisórias sem função estrutural - Determinação da resistência ao fogo. Rio de Janeiro,
1989.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10897. Proteção contra


incêndio por chuveiro automático. Rio de Janeiro, 1990.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10898. Sistema de


iluminação de emergência. Rio de Janeiro, 1999.
64
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11785. Barra antipânico
– Requisitos. Rio de Janeiro, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12693. Sistema de


proteção por extintor de incêndio. Rio de Janeiro,2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13434-1. Sinalização de


segurança contra incêndio e pânico Parte 1: Princípios de projeto. Rio de Janeiro,
2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13714. Sistemas de


hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio. Rio de Janeiro, 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13860. Glossário de


termos relacionado com a segurança contra incêndio. Rio de Janeiro, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14276. Brigada de


incêndios- requisitos. Rio de Janeiro, 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14432. Exigências de


resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações - Procedimento Rio de
Janeiro, 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6135. Chuveiros


automáticos para extinção de incêndio. Rio de Janeiro, 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050. Acessibilidade a


edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9442. Materiais de


construção - ensaio de propagação superficial de chama - método do painel radiante.
Rio de Janeiro, 1986
65
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.NBR 11742. Porta Corta fogo
para saída de emergência. Rio de Janeiro, 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.NBR 15219. Plano de


emergência- Requisitos e procedimentos. Rio de Janeiro, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.NBR 5628. Componentes


construtivos estruturais- Determinação da resistência ao fogo. Rio de Janeiro, 2001.

BLOG MEIO NORTE. Incêndio no edifício Joelma em SP, deixa 187 mortos e cerca
de 300 feridos ,2022. Disponível em <www.meionorte.com/blogs/memoria/incendio-
no-edificio-joelma-em-sp-deixa-187-mortos-e-cerca-de-300-feridos-360195> Acesso
em 2022.

BRASIL. Estado de São Paulo. Polícia Militar. Corpo de Bombeiros. IN 10: Estabelece
instruções normativas sobre a prorrogação da validade dos Alvarás de Prevenção e
Proteção contra Incêndio de acordo com a Lei Complementar n.º 14.376, de 26 de
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BRASIL. Estado de São Paulo. Polícia Militar. Corpo de Bombeiros. IT 07: Separação
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Compartimentação horizontal e compartimentação vertical. São Paulo, 2019.

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Sinalização de emergência. São Paulo,2021.
66
BRASIL. Estado de São Paulo. Polícia Militar. Corpo de Bombeiros. IT 15: Controle
de fumaça. São Paulo,2019.

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Decreto nº 51.803, de 10 de setembro de 2014, que regulamenta a Lei Complementar
nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013, e alterações, que estabelece normas sobre
segurança, prevenção e proteção contra incêndio nas edificações e áreas de risco de
incêndio no Estado do Rio Grande do Sul.

RIO GRANDE DO SUL, Lei Complementar n° 14.376, de 26 de dezembro de 2013:


Estabelece normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndios nas
edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras
providências. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Assembleia Legislativa, 2013.

RIO GRANDE DO SUL, Lei complementar nº 14.924, de 22 de setembro de 2016.


Altera a Lei Complementar n.º 14.376, de 26 de dezembro de 2013, que estabelece
normas sobre Segurança, Prevenção e Proteção contra Incêndios nas edificações e
áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Assembleia Legislativa, 2016.

RIO GRANDE DO SUL, Lei Complementar nº 15.726, de 26 de Outubro de 2021.


Regulamenta o inciso II do art. 128 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul
e dá outras providências. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Assembleia Legislativa,
2016.

RIO GRANDE DO SUL, Lei Federal nº 13.425 de 30 de Março de 2017. Estabelece


diretrizes gerais sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres em
estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público. Diário Oficial da União,
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Sarandi > Acesso em 2022.
71

ANEXO A- ATESTADO DE PLANO DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA


INCÊNDIO DA EDIFICAÇÃO/ÁREA
ANEXO A DE RISCO DE INCÊNDIO

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL


SECRETARIA DA SEGURANÇA PUBLICA
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO RIO GRANDE DO SUL
Xº BATALHÃO DE BOMBEIRO MILITAR
Xº CiaBM – Xº PelBM

COMPROVANTE DE PROTOCOLO PARA ANÁLISE DE PPCI – PPCI N.º

Atestamos que o PLANO DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA


INCÊNDIO da edificação/área de risco de incêndio:

Nome/Razão Social:
Nome Fantasia:
CNPJ:
Ocupação:
Classificação quanto ao grau de risco de incêndio: Área:
Altura descendente: Altura ascendente:
Endereço:
Bairro: Cidade:

Foi protocolado para análise no CBMRS, acompanhado de:

□ ART / RRT de projeto de PPCI □ ART / RRT de projeto e execução de PPCI

, RS, de de

NOME DO PROTOCOLISTA – Graduação


Protocolista

“O incêndio ocorre onde a prevenção falha.”


72

ANEXO B- MEMORIAL DE PROJETO CONTRA INCÊNDIO


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