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FACULDADE IMED

ESCOLA POLITÉCNICA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

LUANA SABEDOT

AVALIAÇÃO PATOLÓGICA DE PROTEÇÃO


ANTICORROSIVA EM SUPERFÍCIES DE
ESTRUTURAS DE AÇO COM PROPOSTA DE
INTERVENÇÃO

PASSO FUNDO
2022
12

LUANA SABEDOT

AVALIAÇÃO PATOLÓGICA DE PROTEÇÃO ANTICORROSIVA EM


SUPERFÍCIES DE ESTRUTURAS DE AÇO COM PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Projeto de pesquisa, apresentado como


requisito parcial para aprovação na disciplina
Trabalho de Conclusão de Curso I, no curso de
Engenharia Civil, Escola Politécnica, da IMED.

Orientador(a): Prof. (ª) Dra. Marinês S. Novello

PASSO FUNDO
2022
13

RESUMO

Este trabalho visa avaliar as patologias em superfícies de aço protegidas com


pintura contra corrosão, e propor as recomendações técnicas de reparo,
manutenção e novos projetos. Os conhecimentos foram obtidos através de manuais,
livros e artigos. Como instrumento de estudo, foram selecionados cinco pavilhões,
localizados nas cidades de São Domingos do Sul e Marau, no Estado do Rio Grande
do Sul, Brasil. Com foco na coleta e análises de dados in loco. Através deste
trabalho, espera-se contribuir com critérios e especificações que possam ser
aplicados na fase de especificação dos revestimentos, projeto e aplicação de modo
obter melhor proteção contra a oxidação em superfícies de aço.

Palavras-chave: Pintura anticorrosiva, pintura em estruturas metálicas, corrosão,


patologias.
14

ABSTRACT

This work aims to evaluate the pathologies in steel surfaces protected with paint
against corrosion, and to propose technical recommendations for repair,
maintenance and new projects. The knowledge was obtained through manuals,
books and articles. As a study instrument, five pavilions were selected, located in the
cities of São Domingos do Sul and Marau, in the State of Rio Grande do Sul, Brazil.
Focusing on on-site data collection and analysis. Through this work, it is expected to
contribute with criteria and specifications that can be applied in the specification
phase of coatings, design and application in order to obtain better protection against
oxidation on steel surfaces.

Palavras-chave: Anticorrosive painting. painting on metallic structures. corrosion,


pathologies.
15

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Processo de corrosão .............................................................................. 25


Figura 2 - Mecanismo da corrosão ........................................................................... 28
Figura 3 - Descascamento de tinta........................................................................... 30
Figura 4 - Patologia de pintura, escorrimento. .......................................................... 32
Figura 5 - Patologia de pintura, enrugamento. ......................................................... 33
Figura 6 - Patologia de pintura, sangramento. ......................................................... 34
Figura 7 - Patologia de pintura, olho de peixe. ......................................................... 35
Figura 8 - Patologia de pintura, fraco poder de cobertura. ....................................... 35
Figura 9 - Patologia de pintura, pulverização seca. .................................................. 36
Figura 10 - Patologia de pintura, efeito casca de laranja. ......................................... 37
Figura 11 - Patologia de pintura, poros. ................................................................... 38
Figura 12 - Patologia de pintura, empolamento. ....................................................... 39
Figura 13 - Patologia de pintura, descascamento. ................................................... 40
Figura 14 - Patologia de pintura, fendimento. ........................................................... 40
Figura 15 - Patologia de pintura, corrosão. .............................................................. 41
Figura 16 - Patologia de pintura, empoamento......................................................... 42
Figura 17 - Patologia de pintura, alteração de cor (tubulação vermelha). ................. 43
Figura 18 - Lixamento manual com lixa .................................................................... 48
Figura 19 - Escova com cardas de aço .................................................................... 48
Figura 20 - Manta não tecida. .................................................................................. 49
Figura 21 - Escova rotativa. ..................................................................................... 49
Figura 22 - Lixadeira rotativa. ................................................................................... 50
Figura 23 - Limpeza de peças por jateamento de areia............................................ 50
Figura 24 - Granalha de aço .................................................................................... 51
Figura 25 - Aspecto superficial do aço. .................................................................... 53
Figura 26 - Rugosímetro. ......................................................................................... 57
Figura 27 - Medidor de espessura de camada de tinta seca. ................................... 58
Figura 28 - Dispositivo de corte método em X. ......................................................... 60
Figura 29 - Dispositivo de corte método corte em grade. ......................................... 60
Figura 30 - Corrosão em quinas e cordões de solda ................................................ 69
Figura 31 - Corrosão em base de pilar ..................................................................... 70
16

Figura 32 - Fluxograma com delineamento de pesquisa .......................................... 72


Figura 33 - Pavilhão 01 ............................................................................................ 73
Figura 34 - Pavilhão 02 ............................................................................................ 73
Figura 35 - Pavilhão 03 ............................................................................................ 74
Figura 36 - Pavilhão 04 ............................................................................................ 74
Figura 37 - Pavilhão 05 ............................................................................................ 74
Figura 38 - Pavilhão 05 ............................................................................................ 75
Figura 39 - Localização do norte do Estado do Rio Grande do Sul. ......................... 75
Figura 40 - Localização das cidades de Marau e São Domingos do Sul. ................. 76
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Categorias de corrosividade atmosférica e exemplos de ambientes típicos


................................................................................................................................. 45
Tabela 2 - Definição de tipo de tinta ......................................................................... 46
Tabela 3 - Fatores de redução de espessura. .......................................................... 59
Tabela 4 - Destacamento na interseção, método corte em X. .................................. 64
Tabela 5 - Destacamento na interseção, método corte em X. .................................. 65
Tabela 6 - Destacamento ao longo das incisões, método corte em X. ..................... 66
Tabela 7 - Destacamento ao longo das incisões, método corte em X. ..................... 67
Tabela 8 - Destacamento na área quadriculada, método corte em grade. ............... 68
Tabela 9 - Cronograma de pesquisas. ..................................................................... 78
Tabela 10 - Valor orçamento materiais..................................................................... 78
18

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


CBCA Centro Brasileiro da Construção em Aço
ISO International Organization for Standardization
19

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 20
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA .............................................................................. 21
1.2 HIPÓTESE ......................................................................................................... 21
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 22
1.4 OBJETIVOS ....................................................................................................... 22
1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 22
1.4.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 22
1.5 RESULTADOS ESPERADOS – HIPÓTESE ...................................................... 23
2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 24
2.1 PATOLOGIAS .................................................................................................... 24
2.1.1 Conceito de patologia ................................................................................... 24
2.1.2 Patologias em superfícies de aço ................................................................ 24
2.1.3 Razões que possibilitam as manifestações patológicas ........................... 25
2.1.4 Identificação das patologias ........................................................................ 26
2.2 PINTURA ANTICORROSIVA ............................................................................. 31
2.2.1 Patologias da pintura .................................................................................... 31
2.2.2 Técnicas de reparo da pintura ..................................................................... 44
2.2.3 Técnicas de aplicação da pintura ................................................................ 44
2.2.4 Formas de prevenção ................................................................................... 54
2.2.5 Manutenção de superfícies metálicas protegidas com pintura ................. 55
2.2.6 Métodos de ensaios referenciando normas ................................................ 56
2.2.7 Estudos comparativos .................................................................................. 69
3 MÉTODO .............................................................................................................. 72
3.1 FLUXOGRAMA .................................................................................................. 72
3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA ...................................................................... 72
3.3 PLANO DE COLETA E INTERPRETAÇÃO DE DADOS .................................... 73
3.3.1 População e amostra .................................................................................... 73
3.3.2 Cenário da pesquisa ..................................................................................... 75
4. CRONOGRAMA .................................................................................................. 78
5. ORÇAMENTO ...................................................................................................... 78
20

1. INTRODUÇÃO

Desde que o homem aprendeu a trabalhar com os metais, na pré-história, ele


vem enfrentando um grande problema: a corrosão. Ainda hoje, a corrosão causa
sérios transtornos em diversas atividades, provocando prejuízos materiais e
comprometendo a segurança (SANTOS et al., 2013).
Correia et al. (2018) define que, os materiais mais utilizados na construção
civil são: aço, ferro fundido, liga de alumínio, cobre e zinco. Dentre os processos
físicos de deterioração, a corrosão é a principal forma de degradação desses
materiais. O comportamento da corrosão depende do tipo de material ou liga, e as
condições de exposição.
Sendo assim, a corrosão se trata de um processo involuntário, reduzindo a
durabilidade e o desempenho dos materiais metálicos. A degradação causada entre
o material e o meio em que se encontra, leva os materiais a danos indesejáveis,
como desgastes e transformações químicas ou modificações estruturais, tornando o
material inadequado para uso (SANTOS et al., 2013).
Para tal, a pintura é considerada uma das técnicas mais utilizadas de
proteção anticorrosiva em nível mundial. Em termos econômicos, ela representa
uma parcela significativa na economia dos países (FRAGATA, 2016).
Tão importante quanto a aplicação de um plano de pintura, é a preparação da
superfície metálica. Se um substrato for mal preparado, comprometerá o resultado
da pintura, expondo-a a possíveis falhas no revestimento: desprendimento, furos e
trincas, os quais serão atacados pelos meios corrosivos que os envolvem
(NEGREIRO, 2018).
Conforme Fragata (2016), nos esquemas de pintura, os revestimentos devem
proporcionar, pelo menos por um período mínimo previamente estabelecido,
propriedades desejadas como: proteção anticorrosiva, sinalização, estéticas,
redução de atrito superficial ou a combinação de todas essas.
Um resultado satisfatório da pintura industrial vai depender de uma série de
fatores, para que haja proteção por um longo período, a um custo compatível com o
valor e o tempo de vida esperados para a estrutura (NUNES; LOBO, 2014).
Desse modo, o presente trabalho visa a avaliação patológica de proteção
anticorrosiva em superfícies de estruturas de aço, com proposta de reparo.
21

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

O processo corrosivo em estruturas metálicas é a ocorrência patológica de


maior conhecimento público. O aço oxida em contato com gases nocivos ou
umidade, e demanda cuidados para prolongar sua durabilidade (SACCHI; SOUZA,
2016).
Segundo Fragata (2016), o desempenho dos revestimentos por pintura é
influenciado por diversas razões, que devem ser consideradas a fim de evitar a
ocorrência de falhas prematuras que comprometem suas propriedades técnicas. São
elas: projeto dos equipamentos e das estruturas, condições prévias do substrato,
preparação da superfície, especificação do esquema de pintura, aplicação das
tintas, qualidade e características técnicas dos produtos, armazenamento e
montagem da estrutura.
Nesse sentido, deseja-se saber, através desta pesquisa: quais são as
patologias que podem ocorrer nas proteções de pintura anticorrosiva em superfícies
de estruturas de aço e quais as técnicas recomendadas para reparo e manutenção?

1.2 HIPÓTESE

De acordo com o CBCA - Centro Brasileiro da Construção em Aço (2011),


assume a definição de falha como o resultado negativo de ações humanas ou do
meio sobre a estrutura que venha a influenciar seu desempenho,
consequentemente, as falhas têm como principal causa a ação humana, por mau
uso, erros de projeto ou montagem, além da falta ou má execução de manutenção.
Compreende-se que a partir do estudo de avaliação patológica de proteção
anticorrosiva em superfícies de estruturas de aço, com proposta de reparo, podem
ser obtidos resultados para avaliar situações de novos projetos, impedindo a
reincidência de patologias relacionadas a corrosão.
22

1.3 JUSTIFICATIVA

Em função da disciplina de estágio ter sido realizada em uma empresa de


estruturas metálicas, se despertou o interesse nas causas das patologias, objeto
desse estudo.
A corrosão pode ser seriamente prejudicial em inúmeras situações e provocar
sérios problemas econômicos e socioeconômicos, quando manifestada, deve-se
investigar a causa e a forma de corrosão, seguidamente o próximo passo é definir a
melhor maneira de reverter a situação (LATTMANN; ALVES, 2020).
Logo, justifica-se a relevância desse trabalho para os usuários e profissionais
da construção civil, visando evitar a ocorrência de problemas prematuros e futuros,
além de falhas nos revestimentos de pinturas de modo a garantir a durabilidade e
desempenho dos elementos estruturais ao longo da sua vida útil.
Espera-se apresentar informações técnicas relevantes à sociedade, de modo
a proporcionarem um prolongamento da vida útil da estrutura, consequentemente
possibilidade de maior conforto e segurança aos usuários.

1.4 OBJETIVOS

A seguir, são apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos do estudo.

1.4.1 Objetivo Geral

Avaliar as patologias em superfícies de aço protegidas com pintura contra


corrosão, e propor as recomendações técnicas de reparo, manutenção e novos
projetos.

1.4.2 Objetivos Específicos

• Identificar patologias decorrentes que podem ocorrer com pintura


anticorrosiva em superfícies de estruturas de aço;
• Analisar os impactos que as patologias podem ocasionar e as técnicas
de execução para correção;
23

• Contribuir com critérios e especificações que possam ser aplicados na


fase de especificação dos revestimentos, projeto e aplicação de modo
obter melhor proteção contra a oxidação.

1.5 RESULTADOS ESPERADOS – HIPÓTESE

Fragata (2016) aponta que, 50% dos casos de falha em revestimento


anticorrosivo por pintura em estruturas de aço, poderiam ser evitados se os
profissionais tivessem o mínimo de informação sobre o serviço.
Entende-se que ao final do estudo, se obterá maior conhecimento em
patologias sobre superfícies em aço para subsidiar avaliações em serviços de
perícia, bem como estudar e propor fatores considerados importantes em uma
avaliação e ou em uma especificação de projeto para proteção anticorrosiva de
estruturas de aço.
24

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Este estudo tem como objetivo avaliar as patologias em superfícies de aço


protegidas com pintura contra corrosão, e propor as recomendações técnicas de
reparo e manutenção. Com esse embasamento, faz-se um estudo técnico
aprofundado considerando: análise das patologias em estruturas de aço, como
ocorrem as manifestações patológicas, como identificar as patologias, técnicas de
reparo de pintura, identificação das falhas de pintura mais comuns, técnicas de
aplicação da pintura e formas de prevenção, sendo assim auxiliando o profissional a
sanar problemas de patologias de pintura em estruturas de aço.

2.1 PATOLOGIAS

2.1.1 Conceito de patologia

Segundo Souza; Ripper (1998), caracterizam Patologias das Estruturas, o


campo que estuda as origens e formas de manifestação, consequências e
mecanismos de falhas e degradação das estruturas, determinando o quanto tempo
deve-se fazer a manutenção, prolongando o tempo de vida útil da estrutura.

2.1.2 Patologias em superfícies de aço

Patologias em estruturas em aço, associam-se a processos de corrosão


existentes em seus componentes. Quando identificados, são capazes de levar a
estrutura ao colapso, resultando em prejuízos materiais ou perdas humanas. Sendo
assim, quanto mais cedo forem investigadas e corrigidas, menores serão os custos
para o reparo e não haverá risco de acidentes no local (XEREZ NETO; CUNHA,
2020).
A corrosão é um processo contrário dos processos metalúrgicos, enquanto na
metalúrgica adiciona-se energia, na corrosão verifica-se a volta espontânea do metal
à forma combinada, liberando energia (NUNES; LOBO, 2014). Pode ser assim
esquematizada através da figura 1.
25

Figura 1 - Processo de corrosão

Fonte: (NUNES; LOBO, 2014)

Define-se corrosão como a deterioração do material, geralmente metálico,


onde pode sofrer alterações químicas ou eletroquímicas no meio onde se encontra,
associado ou não a esforços mecânicos, prejudicando o material, sofrendo
alterações como: desgastes, variações químicas ou modificações estruturais,
tornando-o inadequado ao uso (GENTIL; CARVALHO, 2022).
Sendo assim, a corrosão é um processo automático, está continuamente
modificando os materiais metálicos, reduzindo sua durabilidade e desempenho
(GENTIL; CARVALHO, 2022).
Nunes; Lobo (2014), identificam processos corrosivos como dois grandes
grupos:
• Corrosão Eletroquímica, é um processo que se caracteriza por
presença de água líquida, em grande maioria em temperatura
ambiente e realizam-se por formação de pilha de corrosão ou célula
eletroquímica.
• Corrosão Química, é um processo que se caracteriza por ausência de
água líquida, em geral, em temperaturas elevadas e realizam-se por
contato entre o metal e o meio corrosivo.

2.1.3 Razões que possibilitam as manifestações patológicas

O aço foi e é o principal material utilizado na construção industrial, porém por


ter muito problema com corrosão, só foi possível utilizá-lo após a utilização de
revestimentos eficientes nesta proteção, que é o caso da pintura, um revestimento
anticorrosivo orgânico, aplicado na superfície das estruturas para dar a devida
proteção, com espessura inferior a 1 mm (NUNES; LOBO, 2014).
26

Fragata (2016) define como as razões mais preocupantes, as falhas


prematuras, que além de afetar as funções do revestimento, causa diversos
prejuízos às empresas, assim, destacam fatores que influenciam o desempenho dos
revestimentos por pintura:
a) Projeto dos equipamentos e das estruturas metálicas: em fase de
projeto, sempre que possível, evitar locais que permitam o acúmulo de
água, frestas e cantos vivos. Precauções que auxiliam no aumento da
durabilidade e consequentemente na redução dos custos de
manutenção;
b) Condições previas do substrato: cordões de solda devem ser contínuos
e bem-acabados, isentos de respingos e fluxo de solda.
c) Preparação da superfície: uma das etapas mais importantes, é a etapa
que pretende remover todo tipo de impureza da superfície da estrutura,
proporcionando assim uma melhor aderência para o revestimento;
d) Especificação do esquema de pintura: deve ser especificado para
aguentar às condições onde será exposto ao meio corrosivo, sendo
assim, é de suma importância saber para que serviço e em que tipo de
atmosfera será instalada a estrutura;
e) Aplicação de tintas: diversas imperfeições e defeitos em revestimentos
por pintura são resultados de má aplicação das tintas;
f) Qualidade dos produtos: é muito importante que as tintas sejam de boa
qualidade, e que disponham resistência adequada ao serviço
solicitado;
g) Armazenamento e montagem das estruturas: é indispensável o
cuidado com o manuseio das estruturas metálicas, para evitar a
danificação do revestimento e assim, tendo que efetuar retoques na
pintura o mais breve possível.

2.1.4 Identificação das patologias

A corrosão ocorre de diversas formas, o profissional deve conhecer muito


bem todos os formatos, para dar a solução adequada de correção do material
agredido (GENTIL; CARVALHO, 2022).
27

A vida útil de elementos estruturais metálicos está vinculada diretamente à


definição correta do sistema de proteção, à execução e detalhamento de projeto
correto, sempre prevendo o cuidado contra o acúmulo de água e umidade nas peças
(BOLINA; TUTIKIAN; HELENE; 2020).
Latmann; Alves (2020), analisam os meios corrosivos mais comuns entre,
atmosfera, água, ácidos e bases:
• Atmosfera: é uma ocorrência implacável, o meio que mais apresenta
falhas. Fatores que mais influenciam: umidade relativa, substâncias
poluentes, temperatura, tempo de contato entre filme eletrólito e a
superfície metálica, chuva, vento e radiação;
• Água: materiais metálicos corroem quando em contato com a água, o
grau e tempo de corrosão são obtidos por várias substâncias como
sais dissolvidos, gases dissolvidos, matéria orgânica, bactérias, limos,
algas e sólidos suspensos, contidas na água;
• Ácidos e bases: a utilização de reagentes químicos ácidos e básicos,
deve-se ter cuidado, pois reagem diferente com materiais metálicos.
O diagnóstico de patologias em estruturas de aço é mais simples do que
comparado com estruturas de concreto, pois os problemas ocorrem inicialmente na
superfície, estes por sua vez, podem estar associados à fase inicial do projeto,
devido a esbeltez dos perfis podem ocorrer deformações ou fragilidades em
determinados locais (BOLINA; TUTIKIAN; HELENE, 2020).
A ferrugem se forma do interior para o exterior da base, varia em função de
condições climáticas e da duração de exposição, a parte externa da ferrugem é
normalmente porosa, desagregada e frágil, a parte interior é densa e aderente. À
medida que o aço é exposto à atmosfera, rapidamente esta superfície é coberta por
uma fina camada de reagentes que formam a corrosão, quanto mais umidade e
contaminantes na atmosfera, mais rápida será sua reação (PANNONI, 2009). De
acordo com a Figura 2:
28

Figura 2 - Mecanismo da corrosão

Fonte: PANNONI, 2009.

Segundo Xerez Neto; Cunha (2020), existem vários tipos de corrosão, sendo
assim, citados abaixo:
a) Corrosão uniforme: ocorre ao longo de toda a extensão do elemento;
b) Corrosão puntiforme (por pites): forma pontos profundos (pites) ao
longo da superfície ou em pequenas regiões localizadas, o desgaste é
localizado, mas com alta intenção;
c) Corrosão alveolar: forma sulcos ocasionando crateras, ocorre de modo
localizado;
d) Corrosão por esfoliação: ocorre em camadas do elemento, proporciona
a fragmentação dessas camadas que compõem o elemento, originando
inchamento do material;
e) Corrosão galvânica: ocorre no encontro de dois materiais distintos, em
contato com água, formando assim uma pilha e viabilizando a
formação de uma corrente elétrica, enquanto um deles fica protegido e
cede elétrons ao outro e corrói-se, durante o tempo em que o outro fica
protegido e não tem agressão. Formando uma corrosão de baixa
união;
f) Corrosão por placas: ocorre em formato de placas, com escavações na
superfície, formam-se em poucas regiões, porém pode se propagar;
g) Corrosão por frestas: ocorre em frestas de encontro de dois elementos
em contato muito próximo (0,025 mm a 0,1 mm), onde com presença
29

de água e oxigênio formam uma célula de oxigenação e corroem o


material;
h) Corrosão filetada: ocorre em forma de filete, resultando em esfoliação;
i) Derramamento de produtos químicos (ferrugem babando):
desprendimento de produtos químicos acompanhados de líquidos, que
é o caso da reação do zinco em contato com soluções salinas ácidas
ou alcalinas, destruindo a camada de zinco, corroendo o substrato do
aço carbono (oxidação vermelha) desenvolvendo geração de ferrugem
e de óxidos de ferro;
j) Cordões de solda: com a aplicação de solda, a superfície é aquecida e
posteriormente resfriada, sendo assim, fica submetida à formação de
resíduos da soldagem, com superfícies irregulares e porosas, além
disso as soldas ficam sujeita a tensões solicitantes, o que ajuda a
formação de processo de corrosão.
k) Base de colunas metálicas: nas áreas externas, quando executados
pilares ao nível do terreno ou do piso, estes ficam expostos a água da
chuva, e propensos a produtos químicos quando inseridos em
interiores das edificações, portanto devem receber um cuidado extra e
uma especificação de pintura diferente.
Películas de tinta são recomendadas pelas principais normas de projetos,
possibilitam isolamento do metal com o meio externo, assim, garantindo a
preservação e durabilidade da estrutura. Para a devida conservação e evitar a
exposição do metal ao meio, é necessário manutenções regulares, normalmente os
fabricantes estabelecem um determinado tempo de vida útil, tanto para ambientes
internos como externos. (BOLINA; TUTIKIAN; HELENE, 2020). Como é o caso na
Figura 3, que mostra um viaduto em estrutura metálica em Nova York, nos Estados
Unidos.
30

Figura 3 - Descascamento de tinta

Fonte: BOLINA; TUTIKIAN; HELENE, 2020.

2.1.4.1 Pilha eletroquímica

Ainda Xerez Neto; Cunha (2020), indicam que para o conhecimento da


corrosão, a informação sobre a formação da pilha eletroquímica é indispensável,
abaixo destacada:
➢ Ânodo: é o componente que ocorre a redução, no local em que
acontece a corrosão e que passa a corrente elétrica penetrando no
eletrólito;
➢ Eletrólito: condutor do procedimento que envolve íons, levando a
corrente do ânodo para o cátodo, geralmente é um líquido;
➢ Cátodo: sofre a redução causada pelos elétrons que saem do eletrólito;
➢ Circuito metálico: ligação metálica entre ânodo e cátodo, por onde
passam os elétrons.
31

2.2 PINTURA ANTICORROSIVA

A pintura anticorrosiva por tintas, é a maneira de proteção dos aços mais


utilizadas e mais conhecida de todos os tempos. O aço é o material mais aplicado
nas construções industriais e só foi possível sua aplicação, devido ao
desenvolvimento de utilização de revestimento por pintura, que garante assim, uma
proteção anticorrosiva, aplicado na superfície da peça metálica que se deseja
proteger, com espessura inferior a 1 mm (NUNES; LOBO, 2014).

2.2.1 Patologias da pintura

Falhas na pintura que surgem após a aplicação ou exposição, podem ser


superficiais ou estruturais. As falhas superficiais influenciam na cor e no brilho,
levando a defeitos estéticos, já as falhas estruturais envolvem a integridade da
película, assim, a comprometendo a eficácia da película protetora contra corrosão
(RIBEIRO FILHO, 2018).
Abaixo descreve-se falhas que podem ocorrer na pintura durante a aplicação,
após a secagem e exposta ao meio corrosivo:
a) Escorrimento: quando a camada de tinta expõe marcas com aparência de
lágrimas. Ocorre pela fluidez excessiva da tinta aplicada em superfícies
verticais conforme figura 04.
➢ Causas - Excesso de espessura de tinta úmida, pistola de pulverização
muito próxima da superfície na hora da pintura, diluição excessiva,
superfície muito lisa, defeito na formulação da tinta.
➢ Soluções - Antes da secagem da tinta, com a ajuda de uma trincha
macia, remover o excesso de tinta e nivelar a película, após a secagem
da tinta, realizar o lixamento da superfície, efetuar a limpeza, aplicar outra
demão de tinta, seguindo as orientações recomendadas, recomenda-se
controlar a espessura da tinta úmida com medidores adequados
(FRAGATA, 2016);
32

Figura 4 - Patologia de pintura, escorrimento.

Fonte: ALMEIDA, 2008.

b) Enrugamento: a superfície onde aplicada a tinta encontra-se enrugada,


ocorre pelo fato de aplicação de uma tinta incompatível, uma sobre a
outra de acordo com a figura 05.
➢ Causas - Tintas incompatíveis, tinta epóxi ou de poliuretano sobre uma
tinta alquídica, com pouco tempo de cura, excesso de espessura,
problemas técnicos de fabricação das tintas, superfície muito quente,
tintas óleo-resinosas quando aplicadas em superfícies sem temperatura
controlada, tendem a enrugar, portanto, deve ser controlado a
temperatura, para a devida aplicação, conforme especificação pelo
fabricante.
➢ Soluções - As especificações de correções, dependem do tipo de
enrugamento obtido, no caso de enrugamento devido à incompatibilidade
das tintas, deve-se remover toda tinta enrugada, posteriormente aplicar
novamente seguindo os passos corretos, no caso de enrugamento por
excesso de espessura, lixar a superfície para uniformizar e aplicar a nova
demão de tinta (FRAGATA, 2016);
33

Figura 5 - Patologia de pintura, enrugamento.

Fonte: FRAGATA, 2016.

c) Sangramento: condiz com o surgimento de manchas na demão de tinta,


com uma cor diferenciada, como pode-se visualizar na figura 6.
➢ Causas – A camada de tinta existente, é atingido pelo solvente da outra
demão de tinta (ALMEIDA, 2008).
➢ Soluções - Como é uma falha que ocorre geralmente no decorrer da
aplicação, pode-se suspender a aplicação e rever o problema. Em
esquemas betuminosos, caso alterar a pintura para a cor preta, deve-se
aplicar uma tinta seladora antes da demão de tinta, aplicar a tinta por
meio de pistola de pulverização convencional, em pintura com tintas de
secagem por evaporação de solvente, deve-se aguardar a secagem da
película, posteriormente, aplicar uma nova demão de tinta na cor
desejada, sempre cuidando na espessura das demãos, por essa razão, a
aplicação de pintura com pistola deve ser sempre a recomendada
(FRAGATA, 2016);
34

Figura 6 - Patologia de pintura, sangramento.

Fonte: FRAGATA, 2016.

d) Olho de peixe: a película de tinta encontra-se com pequenas falhas


circulares, com aspecto de cratera, identificado por uma região plana e
circular no centro, conforme mostra a figura 7.
➢ Causas - Presença de óleos, graxas e silicone, podem dar origem ao
olho de peixe, portanto, quando diagnosticado, recomenda-se fazer uma
limpeza na superfície, e verificar se não à presença de óleo no jato de ar
comprimido de limpeza das peças.
➢ Soluções - Esta falha é detectada rapidamente no momento da
aplicação, portanto, deve-se interromper a aplicação e remover a tinta
aplicada, com solventes adequados, lixar a superfície e reiniciar o
processo, caso o problema aparecer após a secagem da tinta, deve-se
remover totalmente a camada de tinta, fazer a limpeza adequada e
reiniciar a pintura (ALMEIDA, 2008);
35

Figura 7 - Patologia de pintura, olho de peixe.

Fonte: ALMEIDA, 2008.

e) Fraco poder de cobertura ou opacidade baixa: é o poder que a tinta tem


de cobrir a superfície onde for aplicada (figura 8).
➢ Causas - Proporção insuficiente de pigmento opacificante na
composição da tinta, diluição excessiva, faz com que os pigmentos sejam
reduzidos, espessura baixa ao valor mínimo recomendado.
➢ Soluções - Se o problema decorrer por baixo teor de pigmento
opacificante na composição, o fabricante deve corrigir. Caso o problema
for consequente de diluição excessiva ou baixa espessura, deve-se
suspender a aplicação e ajustar para não ocorrer o problema, deve-se
sempre medir a espessura das camadas de tinta (FRAGATA, 2016);

Figura 8 - Patologia de pintura, fraco poder de cobertura.

Fonte: FRAGATA, 2016.


36

f) Pulverização a seco (Overspray): o filme de tinta encontra-se sem brilho,


bastante áspero e com sensação de lixa ao toque (figura 9).
➢ Causas - Pistola de pulverização muito distante da superfície ou com
pressão excessiva, temperatura do ambiente elevada, uso de solvente
muito volátil.
➢ Soluções - Se ocorrer antes da secagem, deve-se remover a tinta
aplicada, de maneira correta, com solventes adequados, em seguida,
fazer a reaplicação da demão de tinta. Após a secagem, lixar a superfície,
fazer a limpeza e posteriormente reaplicar a demão de tinta conforme
especificações corretas. Corrigindo ajustes na pistola de pulverização ou
na diluição, utilizando solventes mais lentos (NBR 14951:2003);

Figura 9 - Patologia de pintura, pulverização seca.

Fonte: ALMEIDA, 2008.

g) Casca de laranja: aparência estética não muito satisfatório, apresenta-se


rugosa, com aspecto de casca de laranja, de acordo com a figura 10.
➢ Causas - Viscosidade elevada da tinta, pistola de pulverização muito
próxima a superfície, diluição errada da tinta, regulagem inadequada da
pistola de pulverização, baixa pressão do ar na pistola de pulverização.
➢ Soluções - Se o problema for detectado no início da aplicação, deve-se
suspender a aplicação, fazer os ajustes necessários e continuar a
reaplicação. Caso o problema for detectado após a secagem, deve-se
37

lixar a camada da superfície, fazer a limpeza e aplicar uma nova demão


de tinta conforme as especificações técnicas, fazendo os ajustes
necessários na diluição da tinta e pressão correta da pistola de
pulverização (NBR 14951:2003);

Figura 10 - Patologia de pintura, efeito casca de laranja.

Fonte: BEMA TINTAS, 2018.

h) Poros: Ocorre quando a pintura se apresenta com descontinuidades não


visíveis a olho nu, detectados somente com equipamentos específicos,
denominados detectores de descontinuidade (figura 11).
➢ Causas – Oclusão de ar ou solventes no filem de tinta, contaminação
na superfície, temperatura da superfície elevada, regulagem inadequada
da pistola de pulverização.
➢ Soluções – Se diagnosticado antes da secagem, deve-se retirar a
pintura com problema e fazer os ajustes necessários para a próxima
demão, caso ocorrer após a secagem, avaliar a extensão atingida, caso
for localizada, lixar a superfície e fazer a limpeza, aplicando a nova demão
de tinta, caso ocorrer generalizado, remover toda a pintura e refazer a
aplicação (FRAGATA, 2016);
38

Figura 11 - Patologia de pintura, poros.

Fonte: ALMEIDA, 2008.

i) Empolamento: formação de bolhas na pintura, com variados tamanhos


e espessuras (figura 12).
➢ Causas - Presença de contaminantes na superfície antes da aplicação
da pintura, retenção de solventes nas camadas de tintas, presença de
pigmentos solúveis em água, em pintura exposta à imersão ou alta
umidade, incompatibilidade do substrato com a tinta de fundo,
revestimento não curado e exposto a umidade ou chuva, tintas sem
resistência química adequada a exposição ao meio.
➢ Soluções - Deve-se imediatamente fazer a reparação, a correção pode
variar conforme a distribuição das bolhas, de forma localizada ou de forma
generalizada, sendo assim, executa-se a remoção total ou parcial da
pintura e faz a repintura. Se for o caso do empolamento localizado, deve-
se ter muito cuidado com a nova aplicação de tinta, se os produtos são
compatíveis, por isso, deve-se contatar o vendedor (FRAGATA, 2016);
39

Figura 12 - Patologia de pintura, empolamento.

Fonte: ALMEIDA, 2008.

j) Descascamento: é o resultado da falta ou perda de aderência da pintura


(figura 13).
➢ Causas - Superfície sem a limpeza adequada, contaminação após
limpeza ou entre demãos, tintas de demãos incompatíveis, falta de
intervalo entre as demãos, baixa rugosidade.
➢ Soluções - É sempre muito importante saber as causas que
ocasionaram o problema, e se o processo é localizado ou generalizado,
para assim saber as possíveis formas de correção. Caso da falha ser
localizada, fazer a limpeza e a repintura do local, tomando cuidado para a
nova tinta ser compatível com a anterior, se o problema de
descascamento atingir uma grande área ou ocorrer de forma
generalizada, deve-se fazer a repintura total das estruturas. No caso da
falha do descascamento entre demãos, recomenda-se remover a demão
sem aderência e preparar de forma adequada a superfície, para assim
receber a nova demão de tinta (NBR 14951:2003);
40

Figura 13 - Patologia de pintura, descascamento.

Fonte: ALMEIDA, 2008.

k) Fendimento ou fissuração: é caraterizado por fissuras no revestimento,


podem ocorrer com diferentes direções e tamanhos (figura 14).
➢ Causas - Aplicação de tintas menos flexíveis sobre mais flexíveis ou
tintas incompatíveis, espessura excessiva, qualidade das tintas aplicadas.
➢ Soluções - Fissuras que não tingem o substrato não são um problema
imediato, porém é sempre muito importante fazer inspeções periódicas os
revestimentos por pintura, assim, monitorando a evolução das fissuras e
determinar o momento correto para a intervenção. Caso as fissuras
atingirem o substrato, deve-se executar realizar imediatamente o reparo,
para evitar a propagação da corrosão (ALMEIDA, 2008);

Figura 14 - Patologia de pintura, fendimento.

Fonte: ALMEIDA, 2008.


41

l) Corrosão: caracteriza-se pelo surgimento de produtos de corrosão do


substrato na pintura, quando o substrato é aço-carbono, a ferrugem na
superfície indica corrosão do mesmo. Se for o caso de o substrato ser aço
galvanizado, observa-se o descascamento da pintura ou partes brancas
na peça, ou em alguns casos de desgaste mais acentuado, pode-se
observar juntamente a corrosão com marcas de ferrugem na pintura pela
figura 15.
➢ Causas - Especificação inadequada do esquema de pintura,
preparação inadequada da superfície, aplicação deficiente das tintas, má
formulação e qualidade das tintas.
➢ Soluções - As áreas com essa falha devem ter imediatamente
manutenção, dependendo dos casos, os reparos podem ser feitos em
áreas localizadas da estrutura, ou se necessário, a repintura total da
estrutura. É importante investigar as causas da corrosão na estrutura,
assim, tomando rapidamente uma decisão de intervenção adequada ao
problema (FRAGATA, 2016);

Figura 15 - Patologia de pintura, corrosão.

Fonte: ALMEIDA, 2008.

m) Empoamento ou Gizamento: é identificado pelo aparecimento de pó solto


na superfície da película de tinta de acabamento, proveniente da
42

degradação da resina da tinta pela radiação ultravioleta, ao passar o dedo


na peça, observa-se a liberação de um pó da mesma cor da tinta da
pintura anticorrosiva, entretanto com aspecto esbranquiçado (figura 16).
Este processo é natural para algumas tintas quando expostas a radiação
ultravioleta, é o caso de tintas com resinas epóxis.
➢ Causas - especificação inadequada da tinta de acabamento, fabricação
de tinta de acabamento com resina de baixa resistência à radiação UV,
relação de mistura de componentes não respeitada.
➢ Soluções - recomenda-se executar a manutenção, desde que os
revestimentos estejam em bom estado, aderentes e isentos de fissuras e
descascamento. Deve-se remover totalmente o pó existente e sujeiras na
superfície, lavando com água. Após a secagem, lixar toda a superfície,
fazer a limpeza adequada com solventes orgânicos adequados. Aplicar
uma demão de tinta seladora epóxi compatível com a tinta de
acabamento, aplicar uma ou duas demãos de tinta de acabamento de alta
radiação UV, com espessura por volta de 80 µm (FRAGATA, 2016);

Figura 16 - Patologia de pintura, empoamento.

Fonte: ALMEIDA, 2008.

n) Alteração de cor: quando o revestimento é exposto a uma determinada


atmosfera pode ocorrer a mudança de cor, esta alteração, ocorre de
maneira generalizada, porém, dependendo das condições de geometria,
pode ocorrer de forma localizada (figura 17).
43

➢ Causas prováveis de alteração de cor: tintas fabricadas com resina de


fraca resistência a radiação ultravioleta, pigmentos da tinta com fraca
resistência química, ausência de absorvedores de UV na composição da
tinta, mistura dos componentes não respeitada.
➢ Soluções - Remover as sujidades e empoamento se for o caso, com
lavagem, após a secagem, realizar o lixamento em toda superfície, fazer a
limpeza com solventes adequados, aplicar uma demão de tinta seladora
epóxi compatível com as demais tintas, aplicar posteriormente uma ou
duas demãos de tinta de acabamento com alta resistência a radiação UV,
com espessura seca total de aproximadamente 80 µm (FRAGATA, 2016);

Figura 17 - Patologia de pintura, alteração de cor (tubulação vermelha).

Fonte: FRAGATA, 2016.

o) Redução de Brilho: o revestimento em exposição em uma determinada


atmosfera, pode apresentar a redução de brilho.
➢ Causas - A película de tinta, após um determinado tempo de exposição
tende a ter uma redução no brilho, tintas com resina de fraca resistência a
radiação ultravioleta, pigmento da tinta com fraca resistência a radiação
ultravioleta, ausência de absorvedores de UV na composição da tinta,
mistura dos componentes não respeitada.
➢ Soluções - Remover as sujidades e empoamento se for o caso, com
lavagem, após a secagem, realizar o lixamento em toda superfície, fazer a
limpeza com solventes adequados, aplicar uma demão de tinta seladora
epóxi compatível com as demais tintas, aplicar posteriormente uma ou
44

duas demãos de tinta de acabamento com alta resistência a radiação UV,


com espessura seca total de aproximadamente 80 µm (FRAGATA, 2016);

2.2.2 Técnicas de reparo da pintura

A corrosão formada na superfície do metal é irregular, permeável e tende a


desenvolver-se de forma indefinida, assim, degradando o material metálico. Com a
limpeza da superfície é possível retirar contaminantes, gerando melhor condição
para aplicação e aderência do novo revestimento. Não existe uma forma definida
para todos os tratamentos de superfícies, deve-se ser considerado cada tipo de
material metálico e para que fim serão atribuídos (LATTMANN; ALVES, 2020).
Bolina; Tutikian; Helene (2019), destacam que, para um projeto de
recuperação, deve-se ter o conhecimento do material da estrutura, bem como o
mecanismo que originou a corrosão. Assim detalhando as principais técnicas de
recuperação de estruturas metálicas:
a) Basicamente para todos os tipos de corrosão, deve-se realizar
primeiramente, a retirada de microrganismos aderidos à superfície,
acompanhada do lixamento ou jateamento do local contaminado, sendo
assim, retirando as impurezas mais profundas. O revestimento aplicado,
tem o propósito de criar uma barreira superficial sobre o elemento,
isolando do meio e proporcionando proteção. Todo revestimento deve ter
manutenção, dependendo de sua natureza química, aderência e
espessura é que definem quanto tempo cumprirá sua função.
b) Para casos de elementos estruturais com alto nível de deterioração, deve-
se propor a substituição, porém, esta deve ser cautelosamente feita, pois
pode causar o colapso da edificação.

2.2.3 Técnicas de aplicação da pintura

As estruturas de aço quando expostas à atmosfera sem revestimento, estão


sujeitas a corrosão. A pintura é a forma mais utilizada para fazer esta proteção
(PANNONI, 2019).
45

De acordo com Nunes; Lobo (2014), divide o sistema de pintura industrial em


cinco importantes fases:
• Caracterização dos ambientes corrosivos;
• Seleção dos esquemas de pintura mais compatível com o meio;
• Escolha do método de aplicação e controle de qualidade;
• Inspeção e acompanhamento da pintura.
A ISO 12944-2 demostra conforme a tabela 1 a classificação dos ambientes
atmosféricos:

Tabela 1 - Categorias de corrosividade atmosférica e exemplos de ambientes típicos

Fonte: ISO 12944-1, 2017.

A ISO 12944-5 demostra conforme a tabela 2 o tipo de tinta, temperatura de


aplicação, tempos limites entre demãos e categoria ambiental de uso:
46

Tabela 2 - Definição de tipo de tinta

Fonte: ISO 12944-1, 2017.

Para um bom desempenho da pintura, deve-se preparar muito bem a


superfície a receber as camadas de tinta, portanto inicia-se a limpeza eliminando os
materiais estranhos, aumentando assim a rugosidade, para a melhor aderência da
tinta (GNECCO; MARIANO; FERNANDES, 2006).
Para óleos, gorduras ou sais hidrossolúveis nas peças, deve-se realizar
limpeza com água e detergente, vapor ou com solventes orgânicos, caso da
utilização de limpeza com detergente, sempre por fim, passar somente água limpa,
para retirar todas as impurezas. Caso de respingos de soldas, sais não
hidrossolúveis, cimento, ou outros contaminantes impregnados nas peças, fazer o
uso de ferramentas mecânicas ou manuais. Além de sempre fazer o
arredondamento dos cantos e o lixamento dos cordões de soldas (ISO 12944-
5:2007).
Pannoni (2019), define questões que devem ser respondidas, antes da
escolha de um sistema de pintura:
• Qual tratamento deverá ser feito e qual a condição da superfície antes
da pintura?
47

• Como o ambiente em torno da estrutura se comportara ao longo do


tempo? E a quais danos o sistema de proteção se encontrará exposto?
• Como serão as condições de aplicação e secagem dessa tinta?
• Quais os custos de aplicação e de manutenção?

Ainda Pannoni (2019), aponta que a espessura e os períodos entre as


aplicações são aspectos consideráveis, durante a aplicação da pintura, a espessura
deve ser checada. Afirma, que o custo da tinta representa de 5 a 15% do custo total
do procedimento de pintura, portanto, a escolha do tipo de tinta e o tratamento da
superfície antes da pintura, é muito importante, pois define assim, uma boa fixação
da tinta ao substrato, dando proteção anticorrosiva a estrutura.

2.2.3.1 Técnicas de limpeza

Gnecco; Mariano; Fernades (2006) indicam os sistemas de limpeza de


superfície mais utilizados:
a) Limpeza por ferramentas manuais:
➢ Lixamento Manual: feito com lixas à prova de água, com movimentos
circulares, cobrindo toda a superfície, trocando as lixas quando atingir o
desgaste e a falta de abrasão (figura 18). As folhas das lixas, são nas
dimensões de 27,5 cm por 22,5 cm e trazer no seu verso para que tipo de
serviço se indica e especificam a granulometria abrasiva. Para pintura
industrial, são utilizadas as gramaturas 40,60,80,100,120,180,220 e 400, já as
mais baixas, 40 e 60, são lixas de gramatura grossa e são utilizadas para
remover ferrugem e carepas, já as de gramatura 120 ou 180, dão uma
rugosidade ideal para a aderência das tintas, posteriormente usar as de
gramatura 100 ou 120, para dar acabamento, retirando assim as marcas de
lixa. As de gramatura 400, são empregadas para dar aderência entre as
demãos de tinta.
48

Figura 18 - Lixamento manual com lixa

Fonte: 3M Brasil, 2022.

➢ Escovamento Manual: Existem no mercado, escovas com cerdas de


aço, auxiliam na retirada da ferrugem e carepas soltas, porém não
proporciona uma limpeza muito rigorosa (figura 19).

Figura 19 - Escova com cardas de aço

Fonte: Tigre Brasil, ferramentas para pintura, 2022.

➢ Manta não tecida: Atualmente com o emprego das mantas não tecidas
de fibra sintética com grãos abrasivos Tipo Scoth-brite, tem se observado
casos de substituição das escovas e lixas, são apresentadas em 2 cores, na
cor vermelha são constituídas de Óxidos de Alumínio, e as cinzas de Carbeto
e Silício (figura 20). São subdivididas sobre sua granulometria: grosso, médio,
fino e superfino, é um material abrasivo, mas mais barato que as lixas
comuns, resistentes a solventes e água.
49

Figura 20 - Manta não tecida.

Fonte: 3M Brasil, 2022.

b) Limpeza por ferramentas mecânicas:


➢ Escovas rotativas: Utilizadas sobre o aço novo ou pouco enferrujado
(figura 21).

Figura 21 - Escova rotativa.

Fonte: Makita, 2022.

➢ Lixadeira rotativa: Proporciona uma limpeza razoável, conseguindo remover


carepa, porém seu rendimento é baixo, porém, para usos onde é necessario a
remoção de ferrugem, tintas velhas e criar uma rugosidade adequada, pode ser
utilizada, mantendo um ângulo de 15° à superficie da peça a ser lixada,
pressioanando ligeiramente, (figura 22).
50

Figura 22 - Lixadeira rotativa.

Fonte: Makita, 2022.

c) Limpeza por jateamento abrasivo:


➢ Abrasivos:
Os abrasivos mais utilizados são: areia, granalha de aço e óxido de alumínio.
Areia: é um abrasivo natural, de baixo custo, só é recomendado em campo
aberto, onde não a restrições, possui sílica livre, que pode provocar problemas
respiratórios e silicose, quando projetada contra a superfície, provoca a quebra das
partículas produzindo assim, poeira, 70% da areia resulta em pó, e a reciclagem
chega em no máximo dois ciclos (figura 23). Por estes motivos a areia é proibida em
diversos Estados Brasileiros.

Figura 23 - Limpeza de peças por jateamento de areia

Fonte: Segurança do Trabalho em Ação, 2018.

Granalha de aço: o uso da areia é empregado somente a céu aberto, já a


utilização em cabines não é viável, pois fica 6 vezes mais caso do que utilizar a
granalha de aço, por sua vez, esta é reciclada até 350 vezes (figura 24). É um
51

material duro, leve e não enferruja, obtido pela bauxita sinterizada, exibido em forma
esférica e angular.

Figura 24 - Granalha de aço

Fonte: Micro Esfera, tecnologia para jateamento, 2019.

d) Limpeza por jateamento úmido:


➢ Jateamento com areia a úmido: é praticamente igual ao jateamento a
seco, porém, é inserido água na corrente de ar de ar com areia.
➢ Hidrojateamento: neste método é utilizado somente água sob alta
pressão, conseguindo remover ferrugens, tintas velhas e carepa de
laminação. É indicado para superfícies já jateadas, pois removendo a pintura
expõe a rugosidade do jateamento original.
➢ Hidrojateamento com areia: adicionado areia ao jato de água,
consegue-se rugosidade satisfatória para a aderência das tintas.
Estas especificações de jateamento, são especificadas na norma NBR 7348.
e) Limpeza por turbinas centrífugas:
É uma forma de limpeza com abrasivos, sem jato de ar, é feita com máquinas
equipadas com turina centrifuga, é um rotor centrifugo com palhetas, que ao girar em
alta velocidade, arremessas as partículas de aço contra as peças. É um método
muito eficiente, que não produz poeira e serve para tubos, perfis, chapas e vigas ou
peças com geometria complicada. Essas turbinas são produzidas em aço fundido de
alta liga de cromo com grande resistência à abrasão, balanceadas estática e
dinamicamente, para garantir maior produtividade.
52

2.2.3.2 Técnicas de limpeza por jateamento

A Norma ABNT NBR 7348:2007, define os procedimentos para o


hidrojateamento e jateamento:
• Remover óleos ou graxa, se caso em pequenas áreas, limpar a
superfície com panos ou escovas limpas embebidas em solvente, se
caso a contaminação se der em grandes áreas ou generalizada, deve-
se utilizar desengraxantes ou detergente adequados e posteriormente
lavagem com água;
• Remover toda sujeira impregnada, como terra, cimento, limo ou
qualquer outro tipo de contaminante, com o auxílio de escova,
hidrojateamento ou soluções de limpeza alcalinas, sempre quando
empregado soluções de limpeza lavar com água corrente o local;
• Remover carepa de laminação, ferrugem, pintura antiga e outros
contaminantes de acordo com a preparação da superfície necessária,
pelos processos de jateamento abrasivo ou hidrojatemaneto a ultra-alta
pressão;
• Após o jateamento, limpar a superfície com escova, aspirador de pó ou
jato de ar seco, removendo assim os grãos abrasivos e a poeira;
• Antes de aplicar a primeira demão de tinta, examinar a superfície para
não conter óleos ou graxa, se for o caso, limpar conforme citado acima;
• Inspecionar o jato de ar, para não conter água e óleo;
• A granalha de aço deve ser armazenada e utilizada somente em
ambientes fechados.

A ABNT NBR 15158:2004 Limpeza de superfície de aço por compostos


químicos, sita os requisitos de limpeza com solventes já descritos acima, destaca
que todo o trabalho de limpeza desta forma, deve ser inspecionado por um
representante, com o objetivo de detectar se existe ainda algum contaminante
mesmo após esta limpeza.
Já a ABNT NBR 7348:2007 Pintura industrial - preparação de superfície de
aço com jato abrasivo e hidrojateamento, define a inspeção visual levando em conta
a NBR 15158 acima para a limpeza com solventes, e destaca a verificação do
53

aspecto final com jateamento ou hidrojatemaneto, observa-se se o padrão de


limpeza mostra no máximo uma leve oxidação superficial e bem aderida, fornecendo
assim um perfil de rugosidade estabelecido.

2.2.3.3 Perfil de Rugosidade

Ainda a NBR 7348, define o perfil de rugosidade das peças metálicas, para
receberem a pintura anticorrosiva:
a) O perfil de rugosidade média, deve ser examinado segundo a ABNT
NBR 15488, especificado em outro item abaixo, deve estar entre 1/4 a
1/3 da espessura total especificada no esquema de pintura;
b) Quando ocorrer intervalor muito longos entre a primeira e segunda
demão de tina, em ambientes corrosivos, pode-se adotar perfil de
rugosidade de até 2/3 da espessura da primeira demão;
c) Em valor de rugosidade baixo do especificado, deve-se efetuar
novamente o repasse do jato abrasivo.
Para uma boa aderência da pintura, a preparação da superfície é o mais
relevante. Sendo assim, deve-se sempre proporcionar a devida limpeza das peças
antes de receber as camadas de tinta, pelos processos de jateamento abrasivo,
assim garantindo o perfil de rugosidade adequado (GNECCO; FRAGATTA, 2017).
Abaixo, na imagem 25, demonstra-se como a rugosidade nas peças é
importante:

Figura 25 - Aspecto superficial do aço.

Fonte: GNECCO; FRAGATTA, 2017.


54

2.2.4 Formas de prevenção

O projetista deverá conhecer o nível de agressividade do ambiente onde será


aplicada a estrutura, sem esta informação não poderá indicar uma proteção
adequada ao meio (PANNONI, 2009).
Ainda Pannoni (2009), descreve principais pontos a serem considerados:
a) Primeiramente iniciar pela avaliação da agressividade do ambiente
onde será construída a estrutura: para a extensão rural brasileira pode-
se classificar como C2 ou C3, grandes cidades C3, áreas levemente
industrializadas ou costeiras, onde possa existir deposição de sais
marinhos em pequena quantidade, C4, áreas altamente
industrializadas C5-I, marinhas com deposição de cloretos C5-M
(categorizados na tabela 1 ISO-12944-2);
b) Escolha de aço com baixo teor de corrosão no determinado ambiente;
c) A tabela 2 (ISO-12944-), define os tipos de tintas utilizados para cada
ambiente agressivo, tabela conhecida mundialmente, portanto se faz
muito importante seguir as informações contidas nela;
d) Utilizar sempre tintas de fornecedores confiáveis, além da utilização de
tintas de boa qualidade, é indispensável o preparo correto da superfície
e a forma de aplicação, destacado nos itens acima, assim a garantia da
durabilidade da proteção é mantida;
e) Recomenda-se fazer um detalhamento adequado de todas as etapas,
considerando a possibilidade de acesso para manutenção de todos os
componentes, evitando sempre, situações que a estrutura fique em
contato com água por mais tempo que o necessário, projetando drenos
e aberturas para a secagem dos componentes;
f) Arredondar sempre que possível os cantos-vivos das peças, pois os
mesmos quando não arredondados, sempre apresentarão uma menor
espessura de tinta, comparado às superfícies planas, evitando assim
choques mecânicos, e um tempo de manutenção prolongada, cerca de
30% maior que em cantos de quinas não arredondadas;
g) Evitar sempre que possível, a solda em campo, quando necessário,
sempre ter o cuidado em limpar muito bem o cordão de solda, para
55

retirar toda as sujidades impregnadas e nivelar a superfície com


ferramenta mecânica motorizada, sem fazer o polimento, para não
perder a adesão da tinta;
h) Evitar frestas nos cordões de solda ou qualquer parte da estrutura, pois
a água que entrar não secará rapidamente, promovendo a corrosão,
problemas assim, podem não ser fáceis de detectar ou reparar, fechar
as frestas com cordão de solda continuo ou utilizar selante de
poliuretano, epóxi ou algum outro destinado a este fim, não utilizar por
exemplo certos tipos de silicone que liberam ácido acético e podem
agredir o aço.

2.2.5 Manutenção de superfícies metálicas protegidas com pintura

Planos de manutenção, devem ocorrer com inspeções anuais, baseando-se


em observação visual, muitas vezes, efetuados procedimentos simples de
manutenção e limpeza ou casos de ensaios não destrutivos, variando entre anuais
ou de três a cinco anos (COSTA, 2012).
Caso for necessário conhecer as características da liga metálica e avaliar a
compatibilidade de sistemas de pintura com as pinturas existentes, é necessário
ensaio destrutivo, retirando amostra de material, porém deve-se ser feita
cuidadosamente para não provocar danos ao material e por em risco a segurança
estrutural (PERNETA et al., 2010).
Costa (2012) ressalta que, em inspeções visuais realizadas no período de
manutenção indicada, segue-se ensaios não destrutivos como: verificação de
defeitos de pintura, danos por corrosão com medição da espessura das peças por
técnicas de ultrassom, detecção de fissuras, entre outras técnicas com aparelhos
específicos. É necessário prever ainda na fase de projeto a manutenção das
estruturas, ressalta ainda que a manutenção pode custar em média, de 0,7% a2%
do seu custo de produção a cada ano.
Ainda Costa (2012), uma estrutura metálica já pintada, onde se exista uma
manutenção de reparação, deve-se analisar entre a substituição completa ou parcial
da renovação do sistema, analisando previamente seu estado. Se for o caso da
substituição completa da pintura, a repintura deve seguir exatamente as regras de
56

pintura pela primeira vez em uma estrutura, onde exista toda a retirada de material
antigo com lixas, posteriormente limpeza e aplicação do filme de tinta, conforme
seguindo os itens acima. Caso optar por apenas a renovação localizada, deve-se
levar em conta qual tipo de tinta esta estrutura tinha, fazendo este estudo mais
aprofundado com a análise do material antigo em laboratório, garantindo assim a
aderência do novo revestimento, seguindo também todas as formas de repintura e
limpeza destacadas.

2.2.6 Métodos de ensaios referenciando normas

Em virtude da relevância da aderência dos revestimentos aos substratos em


geral, as orientações nos esquemas de pintura, requerem que os revestimentos por
pintura, atendam alguns requisitos mínimos quanto a aderência. A cada ensaio de
aderência, é necessário retocar a área, pois caso os locais ensaiados não forem
adequadamente retocados, pode-se ocorrer o aparecimento de falhas prematuras,
portanto, sempre que possível recomenda-se a utilização de corpos de prova,
réplicas que representam fielmente as mesmas condições da peça analisada,
evitando assim danificações nas estruturas (FRAGATA, 2016).
Abaixo, serão destacados os métodos de análise conforme as normas
indicadas a seguir:

2.2.6.1 NBR 15488

➢ Norma ABNT NBR 15488:2007 Pintura industrial – Superfície metálica


para aplicação de tinta – Determinação do perfil de rugosidade
Esta norma, refere-se ao método de definição do perfil de rugosidade de
superfícies metálicas submetidas a pintura por meio de limpeza com
jateamento abrasivo, conforme a ABNT NBR 7348.

2.3.6.1.1 Aparelhagem
Medidor de perfil de rugosidade tipo agulha deslizante, com exatidão de pelo
menos 5 µm, conforme a figura 26 abaixo.
57

Figura 26 - Rugosímetro.

Fonte: Ferramentas Gerais, 2022.

2.2.6.1.2 Execução do ensaio


a) Fazer o ajuste a zero do instrumento, sobre uma superfície plana e lisa,
com uma placa de vidro, de acordo com as instruções do fabricante;
b) Realizar a medição no primeiro metro quadrado da área jateada ou no
primeiro metro linear, em caso de tubulação, fazer medições a cada 30
m² ou 30 m;
c) Cada região definida, deve medir 200 mm x 200 mm, deve-se realizar
cinco medições, sendo uma no centro geométrico e as demais nas
diagonais;
d) As medições devem ser feitas posicionando o rugosímetro nos pontos
indicados, evitando o deslizamento da agulha na superfície;
e) O valor da rugosidade é feito pela média aritmética das cinco medições
realizadas.

2.2.6.2 NBR 10443

➢ Norma ABNT NBR 10443:2008 Tintas e vernizes – Determinação da


espessura da película seca sobre superfícies rugosas – Método de ensaio
Esta norma, tem como objetivo, descrever o método para determinação da
espessura de películas secas de tinta, vernizes e produtos similares, aplicado
em superfícies metálicas e não-metálicas rugosas.

2.2.6.2.1 Aparelhagem
Medidor de espessura seca.
58

Figura 27 - Medidor de espessura de camada de tinta seca.

Fonte: Mercado Livre, 2022.

2.2.6.2.2 Execução do ensaio


a) Fazer p ajuste a zero, realizado por uma placa teste de aço, lisa, plana
e visualmente limpa, com pelo menos 3 mm de espessura nas
dimensões de 25 mmx 25 mm;
b) Executar a medição com película-padrão, com espessura conhecida;
c) Posicionar o instrumento perpendicular a superfície do substrato;
d) Observar a temperatura recomendada pelo frabricante, para a boa
precisão do aparelho;
e) Deve-se efetuar no mínimo doze medições de espessura para cada
área teste escolhida, a região deve, sempre que viável, medir 200 mm
x 200 mm;
f) Descartar o maior e menor valor obtido;
g) Fazer a média aritmética dos outros valores obtidos;
h) Quando o perfil de rugosidade for conhecido e atender aos requisitos
da Tabela 3, deve-se utilizar o fator de redução de espessura. Se não
for conhecido o perfil de rugosidade e não existir uma amostra, deve-se
utilizar um fator de redução de 25 µm.
59

Tabela 3 - Fatores de redução de espessura.

Fonte: NBR 10443:2008.

2.2.6.3 NBR 11003


➢ Norma ABNT NBR 11003:2009 Tintas – Determinação da aderência
Esta norma, sugere métodos para a avaliação de aderência das tintas, pelo
método de corte em X e corte em grade. Avalia a aderência da pintura sobre
substratos metálicos de uma ou mais camadas de tintas. Deve-se acompanhar a
aderência de cada demão, abaixo, descreve-se a aparelhagem necessária e o
método de execução do ensaio.

2.2.6.3.1 Aparelhagem

• Aparelhagem para o método corte em X: lâmina de aço, com


aproximadamente 17 mm de largura e ângulo de corte de 19° ± 2°.
Conforme a figura 28 abaixo.
60

Figura 28 - Dispositivo de corte método em X.

Fonte: NBR 11003:2009.

• Fita adesiva: com largura de 25 mm e 0,2 mm de espessura, adesão


mínima ao aço 55 gf/mm, resistência mínima a tração de 4,6 kgf/ mm;
• Medidor de espessura de película seca;
• Guia ou gabarito para traçar o corte;
• Borracha;
• Lupa com aumento de sete vezes.
• Aparelhagem para o método de corte em grade: utiliza-se um
dispositivo de corte com seis gumes, com distância de 2 mm e largura
total de corte de 10 mm, conforme a figura 29 abaixo.

Figura 29 - Dispositivo de corte método corte em grade.

Fonte: NBR 11003:2009.


61

• Fita adesiva: com largura de 25 mm e 0,2 mm de espessura, adesão


mínima ao aço 55 gf/mm, resistência mínima a tração de 4,6 kgf/ mm;
• Medidor de espessura de película seca;
• Guia ou gabarito para traçar o corte;
• Borracha;
• Lupa com aumento de sete vezes;
• Pincel com cerdas macias.

2.2.6.3.2 Execução dos ensaios

Conforme a NBR 11003:2009 deve-se ser empregado os seguintes


parâmetros:
a) Para o ensaio, deve-se efetuar os testes após o tempo mínimo de
secagem da pintura de cada demão, quando possível, realizar os testes em
corpos-de-prova;
b) Recomenda-se no mínimo sete dias para a execução de ensaios entre
as demãos;
c) Em laboratório, os ensaios devem ser efetuados em temperatura
ambiente de (23± 2) °C e umidade de (65 ± 5) %. E ensaios de campo em
temperatura ambiente de (25 ± 5) °C e umidade relativa de até 70%;
d) Devem ser escolhidas áreas críticas para a realização dos ensaios;
e) Deve-se efetuar uma quantidade de ensaios proporcional a 1% da área
total pintada, por exemplo, área pintada de 25 m² (1% de 25 é 0,25), então,
pelo menos um ensaio de aderência, área de 300 m² (1% de 300 é 3), então,
pelo menos 3 ensaios de aderência, dividido uniformemente pela área
pintada;
f) Para tubulações, deve-se realizar no mínimo um ensaio a cada 100 m
ou fração do comprimento.

➢ Corte em X:
a) É realizado para espessura mínima de 70 µm;
b) Para tintas de fundo ricas em zinco, à base de silicatos, deve-se utilizar
somente o ensaio de corte em X;
62

c) Selecionar a área mais plana possível, livre de defeitos, limpa e seca;


d) Medir a espessura da película seca da área de ensaio;
e) Executar os cortes com o gabarito e lâmina, conforme especificados
anteriormente, dois cortes de 40mm de comprimento cada um, interceptados
no meio, formando um ângulo de 35° e 45°, com os cortes chegando ao
substrato com apenas um movimento uniforme e contínuo;
f) Verificar com a lupa se o substrato foi atingido, se caso não for realizar, os
cortes em outro local;
g) Retirar uma volta completa da fita no início de cada ensaio e descartar, não
utilizar fita com prazo de validado vencido;
h) Para o ensaio, remover 10 cm de fita, de maneira uniforme e continua, aplicar
no centro da interseção na direção dos ângulos menores;
i) Alisar a fita com o dedo e posteriormente esfregar firmemente a borracha no
sentido longitudinal da fita;
j) Remover a fita após 1 min a 2 min da aplicação, puxando firme e
continuamente com uma velocidade de 20 cm/s e um ângulo de 180° quando
possível;
k) Avaliação: examinar a área ensaiada, logo após a remoção da fita, classificar
a aderência conforme a tabela 3 e 4;

➢ Corte em grade:
a) É realizado para espessura de película seca menor que 70 µm;
b) Selecionar a área mais plana possível, livre de defeitos, limpa e seca;
c) Executar cortes cruzados em ângulo reto, alcançando o substrato, formando
uma grade de 25 quadrados, estes cortes devem ser feitos com pressão
normal e não através de pulsos, com movimento uniforme e contínuo;
d) Verificar com a lupa se o substrato foi atingido, se caso não for realizar, os
cortes em outro local;
e) Remover com o pincel, os resíduos, antes de colocar a fita;
f) Retirar uma volta completa da fita no início de cada ensaio e descartar, não
utilizar fita com prazo de validado vencido;
g) Para o ensaio, remover 10 cm de fita, de maneira uniforme e continua, aplicar
sobre a área quadriculada em um dos sentidos dos cortes;
63

h) Remover a fita após 1 min a 2 min da aplicação, puxando firme e


continuamente com uma velocidade de 20 cm/s e um ângulo de 180° quando
possível;
i) Avaliação: examinar a área ensaiada, logo após a remoção da fita, classificar
a aderência conforme a tabela 5;

2.2.6.3.3 Resultados dos ensaios

➢ Corte em X:
a) Os resultados são classificados conforme a tabela 3 e 4, quando os ensaios
forem realizados em uma sequência de mais de um ensaio na mesma
superfície pintada, deve-se manter o maior resultado.
b) Se ocorrer destacamento entre camadas, deve-se registrar.

➢ Corte em grade:
a) Os resultados são classificados conforme a tabela 5, quando os ensaios
forem realizados em uma sequência de mais de um ensaio na mesma
superfície pintada, deve-se manter o maior resultado;
b) Se ocorrer destacamento entre camadas, deve-se registrar.
64

2.2.6.4 Tabelas para classificação

Tabela 4 - Destacamento na interseção, método corte em X.

Fonte: NBR 11003:2009.


65

Tabela 5 - Destacamento na interseção, método corte em X.

Fonte: NBR 11003:2009.


66

Tabela 6 - Destacamento ao longo das incisões, método corte em X.

Fonte: NBR 11003:2009.


67

Tabela 7 - Destacamento ao longo das incisões, método corte em X.

Fonte: NBR 11003:2009.


68

Tabela 8 - Destacamento na área quadriculada, método corte em grade.

Fonte: NBR 11003:2009.


69

2.2.7 Estudos comparativos

Estudos na área da pintura anticorrosiva são demonstrados a seguir:


Ribeiro Filho (2018) realizou um estudo em patologias de pintura e caso de
corrosão atmosférica em plataforma de petróleo, onde, foi estudado o caso da
plataforma de petróleo WHP-2, localizada na Unidade Offshore Techint, em Pontal
do Paraná-PR, Brasil, na qual teve sua construção interrompida em 2013 e desde
então, a estrutura está sob efeito da corrosão atmosférica. Sendo assim, a pesquisa
contou com o levantamento in loco das patologias e estudo das causas prováveis,
com registro fotográfico, coleta de documentos e projetos, foram feitos ensaios com
corpos de provas, utilizando aço e o tipo de pintura feita no local, criando patologias
para comparar com a atmosfera salina que a estrutura era solicitada. O autor ainda
destaca que em alguns casos a pintura anticorrosiva não foi terminada ou muito
menos iniciada, portanto o ferro está exposto a corrosão atmosférica. Foi contatado
corrosão nas quinas, solda de campo, base de pilar, entre tantas outras, como
destacados na figura 30.

Figura 30 - Corrosão em quinas e cordões de solda

Fonte: Ribeiro Filho (2018).


70

Figura 31 - Corrosão em base de pilar

Fonte: Ribeiro Filho (2018)

Portanto Ribeiro Filho (2018) aponta uma conclusão de que um sistema de


pintura completo, sem patologias, garante alta proteção anticorrosiva. Os ensaios
executados apresentam que a integridade da película, teve uma influência muito
grande na proteção anticorrosiva, para o tempo de exposição considerado, verifica
que onde houve a continuidade do serviço completo de pintura ou pelo menos a
primeira demão de pintura, o substrato ficou protegido contra corrosão quando
exposto em câmara salina por 1.550 h, mesmo onde havia baixa espessura, onde
nesses casos, na perda de proteção, ela foi de baixa intensidade. Destacam que é
indispensável proporcionar mudanças no sistema construtivo, para que assim,
possamos diminuir os danos às películas de pinturas, que se mostram a maior causa
de corrosão em estruturas.
Sacchi; Souza (2016), analisaram um estudo de manifestações patológicas e
controle de qualidade na montagem e fabricação de estruturas metálicas, destaca as
falhas em projeto, fabricação, pintura, montagem as mais comuns que ocorrem.
Conclui que, deve-se ter alguns cuidados para não ocorrer erros construtivos,
evitados por meio planejamento e inspeção eficiente.
Pannoni (2009), cita um estudo feito em uma entidade australiana, a
Australian Zinc Development Association, demonstrando a grande vantagem de
pintar o aço zincado. Onde análises feitas definiram que, um aço carbono, com
pintura, após três anos de exposição em ambiente industrial agressivo, desenvolveu
corrosão vermelha (ferrugem). Quando o aço foi galvanizado a quente e pintado,
com o mesmo sistema de pintura utilizado anteriormente, detectou-se que os
71

primeiros sinais de corrosão vermelha ocorreram após 11 anos de exposição.


Concluiu-se que os produtos do aço são mais volumosos, assim, maior solubilidade,
e em 3 anos levantam e destroem a tinta. Já para os produtos de corrosão do zinco,
são menos volumosos, menos solúveis, após 3 anos, ainda não atingiram o filme de
tinta, portanto assim, continua dando proteção anticorrosiva ao aço.
72

3 MÉTODO

3.1 FLUXOGRAMA

O fluxograma descreve as etapas a serem desenvolvidas no trabalho,


conforme figura – abaixo:

Figura 32 - Fluxograma com delineamento de pesquisa

Fonte: Autoria própria (2022).

3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

A pesquisa será desenvolvida através de referencial teórico, com verificações


in loco, ensaios de levantamento de amostras para análise e classificação dos
mesmos.
Esta pesquisa se delimita a verificação de pintura de estruturas de pavilhões
metálicos do ramo industrial, construções baixas de até no máximo 6 m de altura e
limitada a pintura líquida.
Primeiramente foram definidas as patologias ocorrentes nas pinturas,
definidos métodos de limpeza e de aplicação de pintura, fazendo um comparativo
com estudos já aplicados na área. Por fim, analisa-se e busca testes para comprovar
as falhas e formas de correção. Como fontes desta pesquisa utilizou-se ferramentas
como: artigos, trabalhos de pós-graduação e mestrado de curso, teses, livros,
manuais, normas, entre outros.
73

3.3 PLANO DE COLETA E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

3.3.1 População e amostra

A população e amostra, será composta por cinco pavilhões em estrutura


metálica, classificados pelos números de 1 a 5, sendo que as dimensões do pavilhão
número 1 são: 20 x 20, pavilhão 2: aproximadamente 1.000 m² (como a empresa
conta com diversos setores subdivididos, foi indicado a área total), pavilhão 3: 20 x
30, pavilhão 4: 25 x 75, pavilhão 5: 22 x 30, todos os pavilhões foram pintados com
pintura líquida. Conforme as figuras 33, 34, 35,36, 37 e 38 abaixo.

Figura 33 - Pavilhão 01

Fonte: Histórico fotográfico da empresa fabricante (2022).

Figura 34 - Pavilhão 02

Fonte: Histórico fotográfico da empresa fabricante (2022).


74

Figura 35 - Pavilhão 03

Fonte: Histórico fotográfico da empresa fabricante (2022).

Figura 36 - Pavilhão 04

Fonte: Histórico fotográfico da empresa fabricante (2022).

Figura 37 - Pavilhão 05

Fonte: Histórico fotográfico da empresa fabricante (2022).


75

Figura 38 - Pavilhão 05

Fonte: Histórico fotográfico da empresa fabricante (2022).

3.3.2 Cenário da pesquisa

As análises serão realizadas na cidade de São Domingos do Sul e Marau,


situadas no norte do Estado do Rio Grande do Sul e Farroupilha situada ao noroeste
do Estado do Rio Grande do Sul. Os projetos ao qual será aplicado a pesquisa, será
5 pavilhões de estrutura metálica, padrão industrial, com as dimensões citadas
acima. Abaixo (figura 39 e figura 40) demonstrado no mapa a localização de cada
cidade e indicando as cidades de cada pavilhão com seu respectivo ano de
construção.

Figura 39 - Localização das cidades do norte e noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.
76

Fonte: Info escola, 2022.


Figura 40 - Localização das cidades de Marau e São Domingos do Sul.

Fonte: Google Maps, 2022.

• Pavilhão 1: Marau/RS, ano de 2012;


• Pavilhão 2: São Domingos do Sul/RS, ano de 2013;
• Pavilhão 3: São Domingos do Sul/RS, ano de 2014;
• Pavilhão 4: São Domingos do Sul/RS, ano de 2015;
• Pavilhão 5: Farroupilha/RS, ano de 2022.

3.3.3 Variáveis analisadas

As variáveis analisadas são os tipos de patologias, tipos de ensaio corte em


X, corte em grade e medida de espessura seca, gerando assim amostras de
construções existentes, nas quais são realizadas as coletas de dados para análise.
A fim de levantar as patologias apresentadas no referencial teórico de modo a
identificar o que está ocorrendo com as amostras. Todos os ensaios analisados são
para evitar a corrosão da superfície das estruturas.

3.3.4 Instrumentos de coleta de dados

Para a coleta de dados, serão visuais, utilizando fotos dos locais, prancheta,
papel e caneta para anotações dos dados dos ensaios, instrumento de medição de
cama de tinta seca, estilete, gabarito para corte em X, instrumento de corte em
77

grade, pincel com cerdas macias, lupa de aumento, fita filamentosa, retirando assim
as amostras para a classificação. Levando sempre em consideração os itens
descritos na norma NBR 11003 e 10443 para efetuar os ensaios e o levantamento
de dados do referencial teórico.

3.3.5 Instrumentos de análise de dados

Para a análise das informações obtidas, serão empregadas planilhas para


compilação dos dados, no Software Excel e Word, para que se torne mais fácil a
visualização dos resultados, juntamente com as normas e critérios técnicos de
aplicação dos revestimentos já mencionados. Os resultados também serão avaliados
com estudos publicados apresentados neste trabalho.
Baseando-se nestes instrumentos, obtêm-se as avaliações técnicas dos
sistemas estudados.
78

4. CRONOGRAMA

Para o desenvolvimento da presente pesquisa será seguido o cronograma


apresentado na tabela 9.

Tabela 9 - Cronograma de pesquisas.

Fonte: Própria do autor, 2022.

5. ORÇAMENTO

Para elaboração do estudo não será necessário o investimento com materiais


e equipamentos. Abaixo na tabela 10 segue a lista de valores do investimento que
serão absorvidos pela autora da pesquisa.

Tabela 10 - Valor orçamento materiais.

Fonte: Própria do autor, 2022.


79

REFERÊNCIAS

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Determinação da aderência. 1 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2009. 9p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7348: Pintura industrial


– Preparação de superfície de aço com jato abrasivo e hidrojateamento. 2 ed. Rio de
Janeiro: ABNT, 2007. 10p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14951: Sistemas de


pintura em superfícies metálicas – Defeitos e correções. 1 ed. Rio de Janeiro: ABNT,
2003. 4p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15158: Limpeza de


superfícies de aço por compostos químicos. 1 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 3p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15488: Pintura


industrial – Superfície metálica para aplicação de tinta – Determinação do perfil de
rugosidade. 1 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2007. 1p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10443: Tintas e


vernizes – Determinação da espessura da película seca sobre superfícies rugosas –
Método de ensaio. 2 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2008. 6p.

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2008. Disponível em: <https://www.embratecno.com.br/PINTURA%20-
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BEMA TINTAS. Principais Defeitos De Pintura. 2018. Disponível em: <


http://bematintas.com.br/blog/principais-defeitos-de-pintura/>. Acesso em: 22 de abril
de 2022.
80

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Disponível em: <https://www.cbca-acobrasil.org.br/site/biblioteca/planos-de-
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COSTA, Fabio Gomes da. Manutenção Das Estruturas Metálicas Com Utilização
Dos Ensaios Não Destrutivos. Construmetal, 2012. Disponível em:
<https://www.abcem.org.br/construmetal/2012/arquivos/Cont-tecnicas/31-
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